30 de dezembro de 2019

ADÃO, O PRIMEIRO HOMEM - 02




ADÃO, O PRIMEIRO HOMEM

A RAÇA HUMANA: ORIGEM, QUEDA E REDENÇÃO

TEXTO ÁUREO:

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo animal que se move sobre a terra.
Gênesis 1.26


O relato de Gênesis 1.26 mostra que Deus criou o ser humano. Muitos, influenciados por Charles Robert Darwin, Alfred Russel Wallace e outros ciêntistas ao longo da história, crêem que a milhões de anos atrás o ser humano era um tipo de “ameba” que evoluiu e se tornou um “macaco” que depois evoluiu e veio a se tornar o “homem”. Estes parecem acreditar que o ser humano se originou no “jardim zoológico” por assim dizer, mas a Palavra de Deus nos ensina que o homem não é fruto da “teoria da evolução”, e nem criação de nenhum deus pagão, mas sim, uma criação do Deus todo poderoso, criador dos céus e da terra ( Atos 17.24; Jeremias 32.17; Romanos 1.20; Salmo 24.1; Salmo 139.4).

A crença de que o ser humano não foi criado por Deus é muito mais antiga do que se imagina:

- Charles Robert Darwin, ciêntista, escritor, geólogo e biólogo acreditava que o ser humano não foi criado por um Deus, mas que evoluiu de outras espécies inferiores.

- O filósofo grego Aristóteles acreditava que todo ser vivo surgia por geração expontânea, ou seja, o ser humano e as demais espécies surgiram no universo  “do nada” por assim dizer, simplesmente surgiram, essa crença  ( absurda diga-se de passagem),  durante séculos, foi considerada a única explicação lógica para a existência do universo e da vida aos olhos daqueles que rejeitavam a Deus.

- Os antigos egípcios acreditavam que uma espécie de “ilha da criação” surgiu “do nada” e que um deus que surgiu “do nada” criou tudo e todos a partir daquele local ( outra crença absurda).

- Outra crença comum no mundo antigo ( e essa não se sabe ao certo de onde surgiu) é a de que a criação surgiu depois que um deus derrotou um monstro primitivo e dividiu seu corpo em 2 partes, uma parte veio a se tornar o céu e a outra veio a se tornar a terra  ( eu acredito que esta crença aqui surgiu entre os babilônios, pois havia uma história semelhante na crença babilônica, minha opinião pessoal).

-  Existem várias outras crenças pagãs que mostram o ser humano como sendo um escravo dos “deuses” que deve “alimentá-los” com seus sacrifícios.

-  Entre os gregos existia várias outras teorias diferentes sobre a criação, as que postei aqui são apenas as mais conhecidas e aceitas no mundo antigo, mas existem teorias ( absurdas) semelhantes a estas em várias partes do mundo contemporâneo.
Muitos preferem ignorar o que a Bíblia ensina e preferem ir em busca de teorias malucas que não passam de doutrinas de demônios disfarçadas de “filosofia moderna”.

O termo “Filosofia” reflete o amor e a busca pelo conhecimento que a ciência humana  ( e muitas vezes os “achismos”) transmitem ao seus partidários.

Leitura bíblica em classe

1.Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados.
2.E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
3.E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera.
4.Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus.
5.Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra.
6.Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra.
7.E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
8.E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado.
Gênesis 2.1-8

Vamos  analisar cuidadosamente cada versículo da Leitura bíblica em classe:

Vers 1:  Mostra que, os céus e a terra e tudo o que neles há foram criados e concluídos por Deus, os habitantes do mundo antigo não tinham nenhum conhecimento sobre o vasto universo que existe além do planeta terra e dos céus, naquela época eles não conseguiriam compreender nada sobre a imensidão do “espaço”, planetas e galáxias, eles não tinham o conhecimento que temos hoje, por isso a Palavra de Deus usa em “Gênesis”, uma linguagem que facilitava a compreensão dos habitantes do mundo antigo.
A Palavra de Deus é clara ao ensinar que Deus criou tudo e todos, mas os descrentes parecem acreditar na seguinte frase: “ Do nada, o ninguém criou tudo”.

Vers. 2 : Quando o texto diz que Deus descansou, está apenas mostrando que Deus, concluiu a sua obra ( o seu trabalho) de criar os céus, a terra, o homem, os seres vivos, o universo tal como conhecemos, pois sabemos que Deus não é limitado, Deus não se cansa:

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu entendimento.
Isaías 40.28

Lembre-se que o texto, usa uma linguagem que facilitava a compreensão dos povos antigos.

Vers. 3 : Deus abençoou os pássaros e os peixes ( Gênesis 1.22), os humanos ( Gênesis 1.28), e aqui Deus abençoou o sétimo dia ( O qual chamamos de sábado), e o santificou ( isto é, separou, como um memorial para que o ser humano soubesse que Deus concluiu sua obra de criação no sétimo dia), isto não significa que nós devemos guardar o sábado assim como os adventistas e alguns batistas.
Dentre várias razões, não guardamos o sábado porque:

- O sábado faz parte de um concerto ou pacto entre Deus e o povo israelita e ninguém mais
( Êxodo 31.12-18).

- Antes do concerto do Sinai, Deus não ordenou a ninguém que guardasse o sábado, a única lei dada por Deus ao homem a princípio foi a que está escrita em Gênesis 2.16,17.

16.E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,
17.mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

- O sábado consta nos 10 mandamentos ( Êxodo 20.8), mas não é  o mais importante da lei de Deus ( Mateus 22.35-40).

- Estamos em um concerto, não o da Lei, mas sim o da graça ( Hebreus 8.6-13).

Vers. 4 : Mais uma vez vemos que foi o Senhor Deus que criou “tudo e todos”, note que Deus não é um nome, mas sim uma qualidade.

Vers. 5 : Este versículo diz que ainda não havia chovido sobre a terra, note que antes do dilúvio ( Gênesis 7.10,12), não há nenhuma menção de chuva sobre a terra, isso tornava o trabalho de Noé ainda mais difícil, por assim dizer, pois nem ele e nem ninguém nunca tinha visto chuva, mas é maravilhoso notar que Deus faz o impossível aos olhos humanos.

Vers. 6 : Este versículo mostra como a “vida na terra” por assim dizer, sobrevivia sem a chuva.

Vers. 7 : Este versículo diz que Deus formou o homem do pó da terra e lhe deu vida, mas Gênesis 1.27 diz que Deus já havia criado o homem. Até parece que a Bíblia está se contradizendo, mas, não é isso, a Bíblia não se contradiz, os acontecimentos não estão em “ordem cronológica”, o fato é que, Gênesis 1, dá o resultado final da criação, enquanto que Gênesis 2 da os detalhes que fizeram com que o resultado final da criação fosse alcançado.

Vers. 8 : Alguns historiadores dizem que Deus criou o homem no jardim do Éden, mas, não é o que vemos aqui neste versículo, o versículo diz que Deus pôs o homem no Éden.

Comentários:
1 – A Doutrina Bíblica do Homem

A palavra “Antropologia” é derivada de dois vocábulos gregos, são eles ANTHROPOS  ( Homem) e LOGOS ( pensamento, razão), mas este último pode ser interpretado como “estudo sobre”. O que traz o significado de “conhecimento ou estudo sobre o homem”.

A palavra “Logos” na teologia significa: Palavra,Verbo.
Na filosofia tem o significado de: Conhecimento ou estudo sobre o homem, compreender, raciocinar.

Entre muitas ciências que tem por objetivo o ser humano, a Antropologia ( estudo do homem, segundo a etimologia), para nós cristãos deve ter como principal fundamento, a Bíblia Sagrada, nossa única regra infalível de fé prática.

Pois muitos tem como principal fundamento da Antropologia, os estudos e experiências ciêntíficas que preferem ignorar a Bíblia, a infalível, verdadeira e fiel Palavra de Deus. E quando a Antropologia tem sua base fundada em ciência humana, ela afastará o ser humano de Deus.

Mas quando a Antropologia tem a sua base fundada na Palavra de Deus, ela aproximará o ser humano de seu criador.
O nascimento da Antropologia “moderna” por assim dizer, ocorreu a partir de 2 pontos principais:

1 – O primeiro ponto principal que levou ao surgimento da Antropologia moderna foram os grandes filósofos da história, alguns de, a.C. ( antes de Cristo) e outros de d.C. (depois de Cristo).

Os filósofos de antes de Cristo que mais influenciaram a humanidade foram: Platão, Aristóteles, Sócrates, Tales de Mileto, Anaximandro, Pitágoras, Heráclito, Parmênides, Demócrito, Epicuro, Zenão de Cítio e Pirro de Élis dentre outros ( Todos os filósofos citados nesta lista aqui eram gregos, mas no decorrer da história humana houve  filósofos que não eram gregos, mas seus escritos influenciaram povos, gregos, babilônicos, egípcios e etc., mas não citamos aqui seus nomes porque fugiriamos do contexto da aula).

Os filósofos de depois de Cristo que mais influenciaram a humanidade foram: Friedrich  Nietzsche, David Hume, Karl Marx ( estes 3 eram ateus convictos), e também, Nicolau  Maquiavel, Galileu Galilei, René Descartes, Blaise Pascal, Flávio Joséfo, Tomás de Aquino, Galeno de Pérgamo dentre vários outros.

2  - O segundo ponto principal que levou o surgimento da Antropologia moderna foram os grandes descobrimentos realizados por navegadores e viajantes europeus. A curiosidade de conhecer povos exóticos, de saber como viviam e pensavam homens de culturas tão distantes da cultura européia, de descobrir que aspécto físico e que costumes tinham levou a “classificação” e ao “estudo”  dos dados recolhidos durante essas viagens. Isso contribuiu muito para o que chamamos de “Antropologia moderna”.

A doutrina Bíblica do homem ou Antropologia bíblica, com base na Palavra de Deus, tem por objetivo:

1- Responder as grandes perguntas do ser humano. Quem sou eu? De onde vim? O que eu represento? Qual a minha missão? Para onde vou e etc..

2- Mostrar a dependência do homem em relação a Deus, o criador e mantenedor de todas as coisas.

3- Levar o homem a reatar a sua comunhão com Deus através de Jesus Cristo, o “Homem Perfeito”.

4- Consolar-nos quanto ao nosso destino eterno  por meio do sacrifício de Jesus no Calvário.

2 – A Criação dos Céus e da Terra

Em primeiro lugar Deus criou os céus, a terra e tudo que neles há. E só depois veio a formar o Homem. Em sua infinita sabedoria o criador preparou um lugar perfeito e agradável para habitarmos. Os grandes teólogos e historiadores bíblicos acreditam que Deus criou os céus e em em seguida, os anjos.

No princípio, criou Deus os céus e a terra.
Gênesis 1.1

Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca.
Salmo 33.6

Talvez os teólogos e historiadores bíblicos estejam certos em acreditar que, primeiro Deus criou os céus ( o universo) e depois os anjos, mas talvez não. Não podemos afirmar como se fosse a mais pura verdade algo que a Bíblia não pormenoriza ( A Bíblia não diz claramente se Deus criou primeiro o universo e depois os anjos ou vice-versa).

Depois da criação do universo e dos anjos ( e quanto a isto, não podemos dar o parecer exato, sobre se, primeiro vieram os anjos ou o universo e vice-versa), Deus criou a terra e tudo quanto nela se contém ( Gênesis 1; Jó 38.1-11).

Sabiamente Deus criou primeiro o ambiente ideal para que o homem pudesse viver, antes de criar o homem.

Na vida, é preciso criar o ambiente ideal, antes de se casar e constituir família, é preciso primeiro cuidar da vida espiritual ( ter uma vida com Deus), estudar, depois arrumar um emprego e ser um bom funcionário, mas antes de tudo é preciso ser um (a) bom filho (a) , um (a) bom servo (a) de Deus para aí sim, ter o ambiente ideal para “criar uma família”, por assim dizer. Lembre-se que primeiro Deus criou o ambiente ideal para aí sim, “criar a família” por assim dizer, ou seja criar o homem.

A forma como Deus agiu em toda a sua obra  é enaltecida pelo escritor de Provérbios
( Provérbios 8) a sabedoria divina está visível em toda a criação. Por esta razão todas as obras do Senhor são admiráveis, sublimes e ricas em variedades ( Salmo 104.24).

Note ainda em Gênesis 1.1:

No princípio, criou Deus os céus e a terra.
Gênesis 1.1

Este versículo mostra para Israel e para o Mundo aquilo que todo servo e serva de Deus já sabe, mas infelizmente os ateus e as religiões pagãs preferem se recusar a acreditar.

Preferem dar ouvidos a crenças de que o universo é “sempiterno” ( imortal, não teve começo e nunca terá fim) ou que se originou atravéz de uma luta entre diferentes deuses.

Mas a Palavra de Deus ensina que há “UM” que está acima do universo, acima de tudo e de todos, o DEUS TODO PODEROSO criador dos céus e da terra.

Deus deu início a tudo aquilo que existe, tempo, espaço, matéria e todos os seres vivos.
3 – A Criação de Adão, o Primeiro Homem

O homem não é um mero detalhe do universo e nem surgiu por acaso, a criação do ser humano foi antecedida por um concílio ( reunião) entre Deus, Jesus e o Espírito Santo:
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança …( Gênesis 1.26)

A conversa aqui, certamente não era entre Deus e os anjos ( ou seja, não era entre Deus e a sua criação), mas sim entre Deus, Jesus e o Espírito Santo ( falaremos mais sobre isto na lição 12).

Em seguida Deus criou o primeiro homem do pó da terra, para que nós, filhos de Adão, a tivéssemos não como a “mãe terra” como pensavam os gregos que chamavam a terra de “Gaia, a deusa mãe”, mas sim como o ambiente perfeito para o ser humano habitar e tirar seu sustento.

O livro de Gênesis mostra que o ser humano é resultado de um ato criativo de Deus e não de um longo e fantasioso processo evolutivo.

Tudo quanto existe, inclusive o homem veio a existir como resultado de uma ordem expressa de Deus.

Que louvem o nome do SENHOR, pois mandou, e logo foram criados.
Salmo 148.5

E disse Deus: Haja luz. E houve luz...
Gênesis 1.3

E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
Gênesis 1.6
E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi.
Gênesis 1.9
E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi.
Gênesis 1.11

Os versículos 14,20,24,26 e 29 também usam a “colocação” “ E disse Deus”. Deus criou tudo pela sua Palavra, mas quanto ao homem, Deus não disse que este viesse a existir, ou a surgir, simplesmente proferindo uma palavra.

O texto de Gênesis 2.7 nos diz que Deus:
..formou ... o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

Notemos ainda que o nome “ADÃO” se originou do hebraico Adham, que significa “Homem”, “Humanidade”,a palavra Adham está intimamente ligada com a palavra Adhamah, que siginifica “Terra”.

4 – A Missão e a Tarefa do Homem

Deus nos criou para que desempehássemos as seguintes tarefas: Glorificá-lo, propagar a espécie e administrar o planeta.

De todas as criaturas que Deus fez na terra, o ser humano é incomparavelmente superior e também é a mais complexa de todas as criaturas. Por seu orgulho, no entanto, o ser humano comumente se esquece de que Deus é o seu criador, que ele ( o ser humano) é um ser criado e que depende de Deus.

Como  disse certa vez  Martinho Lutero: “ O homem necessita ouvir a Palavra de Deus todos os dias, porque todos os dias o homem se esquece da Palavra de Deus”.
Esta frase é muito verdadeira, faz muito sentido.

Fomos feitos por Deus não para nossa própria glória ou satisfação, mas para a glória e satisfação de Deus. Isto é motivo de muita satisfação e alegria para nós. Deus deu ao ser humano a tarefa de cuidar da terra, sujeitá-la e dominá-la.

E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
Gênesis 1.28

Observe neste versículo que em nenhum momento Deus disse ao homem para sujeitar e dominar outros seres humanos.

O que vemos no mundo hoje em dia em todos os cantos do planeta, homens dominando e sujeitando outros homens é o resultado do orgulho, da vaidade e arrogância do ser humano.

Isto ocorre porque o ser humano não se atém ao que diz a Palavra de Deus ( 1 Coríntios 10.13; Mateus 22.34-40; Lucas 17.3,4; gálatas 6.9).

Devemos glorificar a Deus, ou seja, amá-lo, respeitá-lo e adorá-lo, também porque tudo foi criado e existe por Ele e para Ele:

Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!
Romanos 11.36

Lembre-se que, antes de tudo, o ser humanno é a “obra prima da criação de Deus na terra, fomos chamados a existência para glorificar o seu santo, poderoso e tremendo nome.

por = Prof. Jose Junior


Fontes:

Enciclopédia Bíblica R. N. Champlin,
Bíblia de Estudo do Expositor,
Bíblia de Estudo Pentecostal,
Bíblia de Estudo Arqueológica,
Pequena Enciclopédia Bíblia Orlando Boyer,
Bíblia de Estudo Explicada,
Comentário Bíblico Africano,
Novo Comentário Bíblico AT Earl D. Radmacher, Bereshit ( No início),
Dicionário Bíblico Wycliffe,
Dicionário Bíblico Vine,
Dicionário de Estudos Bíblicos, História da filosofia Grega,
Apontamentos teológicos prof. José Junior

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 Mateus 10.8


UMA OTIMA AULA COM PRESENÇA DO PAI, DO FILHO E DO ESPIRITO SANTO.

ADÃO O PRIMEIRO HOMEM - 01

ADÃO O PRIMEIRO HOMEM

Texto Áureo

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre [...] toda a terra [...].” Gn 1:26.

Verdade Prática

O homem não é um mero detalhe no Universo; o ser humano é a obra-prima de Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 2.1-8

INTRODUÇÃO

A palavra homem é encontrada 2.615 vezes nas Escrituras, São 28 palavras hebraicas e gregas traduzidas como homem e têm o significado de Adão, macho, marido, mortal, homem poderoso, ser humano.

1 - A criação do homem:

(1) O homem interior é criado Gn t26,27; 5.1,21.
(2) O corpo é formado do pó Gn 2.7; 3.19.

(3) Feito à imagem do próprio Deus. Heb. tselem, formato, figura, forma corpórea Gn 1.26,27; 5.3; 9.6; Nm 33.52; 1 Sm 6.5,11; 2 Rs 11.18;  23.17; SI 73,20;Ez 7.20; 16.17: 23.14;Am 5.26.

(4) Feito à semelhança de Deus. Heb. demuwth, modelo, forma, semelhança, similitude Gn 1.26; 5.1,3; Is 40.18: Es 1.5,10,13,16,22,28; 10.1,10, 21,22.
(5) O corpo é feito de uma forma maravilhosa SI 139.41. 

Ele é formado por várias substâncias químicas — ferro, açúcar, sal, carbono, iodo, fósforo, óxido de cálcio, cálcio e outras. 

O corpo tem 263 ossos; 600 músculos; 1.650 km de veias; 400 papilas gustativas na língua; 20.000 pêlos nos ouvidos para as tonalidades dos diferentes sons; 18 k de pressão na mandíbula; 10.000 nervos e terminações; 3.500 poros de suor para cada 2,5cm de pele; 20.000.000 de poros que absorvem o alimento ao longo do intestino; 600.000.000 de células nos pulmões que inspiram 9.000, da ar diariamente; e um sistema nervoso que transmite ao cérebro instantaneamente qualquer som, sabor, cheiro, toque ou visão, o coração bate 4.200 vezes por hora e bombeia 12 ton de sangue por dia.

(6) A alma do homem é a sede tias emoções, paixões, desejos, apetites e sentimentos.
(7) O espírito do homem és sede do intelecto, da volição e da consciência.

(8) O homem interior, composto de alma e espírito, é eterno.1 Pedro 3.4.
(9 ) O homem foi feito um pouco menor do que os anjos SI 8.6; Hb 2.7.

(10) Ele foi criado sem pecado, mas capaz de pecar Gn 2.17; Rm 5.12-21; 1Jo 3.4.
(11) Seu ser é constituído de três partes: corpo, alma e espírito 1Ts 5.23; Hb 4.12.

(12) A sua carne é diferente de todas as outras criaturas ICo 15,39.
(13) Homens e mulheres estão representados no ser humano Gn 1.26-28; 5.3, Mt 19.4.
(14) As naturezas carnal e espiritual do homem são claramente diferenciadas nas Escrituras, como segue:

a) A alma e o Espírito não são pó Gn 2.7.

b) O espírito sai do corpo na morte 2Sm 12.19- 23; 1 Rs 17.20-22; Jó 14,10; Ec 2.7; Lc 8.49-56; 16.22; 23.43; At 5.10; 2 Co 5.8; 12.3,4; Fp 1.21- 24; Hb 12.23; Tg 2.26; 2 Pe 1.13-15; Ap 6.9-11.

c) A alma e o espírito estão no corpo do homem, mas não fazem parte da matéria (Jó 14,22; 32.8; Pv20.27; Zc 12.1; 1 Co 2.11: 7.34.

d) O corpo podo morrer, mas não a alma Mt10.28; Lc 12.5.

e) O espírito pode desejar fazer algo; a carne é impotente para realizar (Mt 26.38-41).

f) A carne e o espírito devem, glorificar a Deus 1Co 6.20.

g) A carne e o espírito podem ser impuros ou santos 2Co 7.1.

h) O homem interior é eterno; o corpo, morta2Co4.16-18.

i) O homem interior continua em plena consciência após sair do corpo Mt 10.28; 17.3; Lc 16.19-31: 20.38; Jo 11,25,26; At 2.27; Ef 3.15;
4.8-10; 2 Co 5.8;12.1-4; Fp 1,21-24; Hb 2,14,15; 12.23; 1 Pe 3.4; Ap 6.9-11.

j) O espírito e a alma não são o sopro de vida Jó 34.14,15.
Para provar isso, tente substituir sopro por espírito e alma nas Escrituras e veja como fica ridícula.

Faça esse exercício com Salmos 19.7:106.15; Lucas 12.19; Atos 23.8,9; Romanos 2.29; 1 Coríntios 2.11; 5.5; 6.20; 2 Coríntios 7.1; Gálatas 5.25; 1 Tessalonicenses 5.23; Hebreus 4.12; 10.38,39; Apocalipse 6.9-11.

k) A alma pode estar morta enquanto o corpo está vivo Mt8.22; Ef 2.1-9:1 Tm 5.6; Ap 3.1.

L) A alma dos justos tem vida eterna mesmo depois que o corpo morre Jo 3.16; 5.24; 6.47,53,63;11.25,26; 14.19.

m) A alma dos ímpios também continua consciente depois que o corpo morre.

n) A ressurreição do corpo diz respeito aos corpos voltando à vida, não às almas Dn 12.2; Jo 5.28,29:1 Co 15.35-54; Ap 20.11-15.

o) A alma dos justos vai para o céu após a morte 2Co 5.8; Ef 3.14,15; Fp 1.21-24; Efe 12.23; Ap 6.9-11.

O corpo vai para a sepultura Dn 12.2; Jo 5.28,29.

p) A alma dos ímpios vai para o inferno, e o corpo, para a sepultura Is 14.9; Lc 16.19-31; Ap 20,11-15.

q) O corpo é a casa do homem interior Jó 4.19; 14.22; 32.8; Zc 12,1;    1 Co 2.11; 2 Co 5.1-8; Fp 1.21-24; 2 Pe 1.13-1 5.

A alma e o espírito planejam; o corpo executa. O homem, através de sou corpo, tem consciência material ou do mundo que o cerca, através da alma, consciência de si mesmo, e através do espírito, consciência de Deus.

r) O homem tem um corpo, mas não é um corpo, tem uma alma, mas não é uma alma; e tem um espírito, mas não é um ser espiritual 1Ts 5.23.

s) O homem tem vontade própria, o que o torna, em todos os sentidos, um agente moral livre e um ser responsável Jo 3.16: 7.17; Rm 7.18; 1Co 7.36,37; 9.17; 2 Pd 1.21; Ap 22.17.

t) O corpo podo ser tirado e vestido 2Co 5,1-8; 2 Pe 1.14.
Para que isso aconteça, o homem interior precisa separar-se do corpo.

u) A alma é imortal, 1Pd 3.41. O corpo, não. 

II - O homem sob provação:

1 -Recebe o domínio sobre a terra e outros planetas Gn 1.26-28; Sl 8.3-8; 72.8.
2 - Recebe a ordem de multiplicar-se e encher aterra Gn 1.26-28; cf. Gn9.1.
3 -Recebe a responsabilidade de cuidar do jardim e manter fora todos os inimigos, Gn 2.15.
4 -Recebe plena liberdade, apenas com uma restrição Gn 2.16-17; 3.1-3.
5 - Recebe a vida eterna sob a condição de não pecar Gn 2.16,17; Rm 3.23.

III - A Queda do homem (Gn3):

1 - O homem foi criado sem pecado, mas capaz de pecar ou transgredir a lei - Gn 2.16,17; 1 Jo 3.4.
2 - Foi tentado por Satanás através da serpente - Gn 3.1-8: 2 Co 11.1-3.
3 -Eva foi enganada, não Adão - Gn 3.6; 1 Tm 2.14.
4 - O pecado foi um ato voluntário, mas instigado de fora Fim 5.12-21.
Não havia pecado na natureza humana.
5 - O pecado veio pala negação da vontade divina e da elevação da vontade humana acima da vontade de Deus De 2.16,17.
6 - O pecado veio pela incredulidade na Palavra de Deus Gn 2.16,17; 3.4-6.
7 - O pecado resultou da rebelião Contra a Palavra de Deus Gn 2.16,17; 3.1-8. 

IV - Efeitos da queda. O homem se tornou:

1 - Separado de Deus Is 59.21.                                                                                                                              2 - Depravado em sua natureza Ef 2.1-31.
3 - Ignorante e cego Ef 4.18.                                                                                                                                  4 - Mau em sua consciência Hb 10.22.
5 - Corrupto e enganoso no coração Jr 17,9; Mc 7.19-21.                                                                                     

6 - Obstinado e rebelde (At 7.51; Rm 8.7; Is 28.14).
7 - Mau em seus pensamentos (De 6.5).                                                                                                            8 - Lascivo e impuro Jo 8.44; Rm 7.5-23; 1Co 6.9; 015.19.
9 - Dominado por Satanás Jo 8.34,44; Ef 2.2; 110 3.8.                                                                                 

10 - Escravo do pecado Jo 8.34; Rm 1.18-32; 6. 16-23.
11 - Morto no pecado Ef 2.1-9.                                                                                                                           12 - Condenado ao inferno sem Deus nem esperança Sl 9.17; Mt 25.46; Rm 6,23; Ef 212; Ap 14.9-11; 20.11-15.

13 - Destituído da glória de Deus Rm 3.23.                                                                                                     14 - Sujeito ao sofrimento e à morte Gn 3.17- 19; Rm 8.21-23.
15 - Amaldiçoado por Deus para o trabalho pesado Gn 3,11-24.                                                                 16 - Mortal, imperfeito e fraco Jó 4.17-21; SI 39.4,5; 103.14,15; Mt 6.27; GI 6.3.

17 - Universalmente pecaminoso Rm 3.9-23.                                                                                                18 - Pecador por nascimento e prática SI 51.5; Rm 5.12-21; Ef 2.1-3.
19 - Filho do Diabo (Mt 13.38; Jo 8.44; 1Jo 3.8- 10; 5.19.                                                                          20 - Sujeito a doenças, enfermidades, dores e todos os males da terra Êx 15.26; Dt 28.15-68; Jo 10.10; At 10.38; Ap 21.3-7; 22.3

V - A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA - Salmos 104.1-14

O mundo não foi criado por acaso. É obra específica e planejada daquEle que é o autor de toda a criação: Deus. Aliás, ao perguntarem a um rabino israelense "Onde estava Deus antes de Gn 1.1", o mesmo respondeu: "Deus estava em silêncio, planejando a criação dos céus e da terra".

VI - DEUS, O CRIADOR:

(1) - Identificando o Criador - Antes de falar dos atos criativos do Senhor, é preciso conhecê-lo do modo como a Bíblia O apresenta. Gênesis não começa com uma teoria, mas com o vocábulo Deus - Gn 1.1 - Através da história da humanidade, os homens tem inventado muitos deuses, e satanás, arquiinimigo do Criador, deseja tornar-se o governador ou "deus" do Universo, a qualquer custo.

(2) - O Criador e a criação - A de­claração de que há um Criador, o qual deu vida a todos os seres vivos existentes na Terra, e também os ele­mentos animados e inanimados, des­faz completamente as teorias anticriacionistas da evolução. No hebraico, o termo "BARAH" indi­ca, de forma direta, que Deus é o Criador.

(3) - O Criador é o Senhor Oni­potente - Entre os atributos de sua Onipotência, revela-se "o poder de criar". A Abraão, o Senhor manifes­tou-se como "o Deus Todo-Podero­so" (Gn 17.1). Vários textos na Bí­blia declaram que "Deus fez a terra pelo seu próprio poder"( Is 40.21-28; 42.5; 45.12-18; Jr 10.12; 27.5; 51.15).

VII - TEORIAS DA ORIGEM DA CRIAÇÃO:

(1) - A Teoria da Grande Explo­são - A partir do estudo de Einstein, sobre a Teoria da Relatividade, ou­tros cientistas acreditam que o Uni­verso era uma bola imensa de hi­drogênio que se expandiria indefini­damente e alcançaria distâncias qua­se infinitas. Eles imaginam que, em algum tempo indecifrável, houve uma grande explosão desta bola de hidrogênio. 

Daí surgiram os mundos, as galáxia. Na tentativa de definir as origens do Universo, pro­curam determinar a sua idade, sugerindo a cifra de 12 bilhões de anos. De fato, esta teoria acredita na eternidade da matéria, mas a Bíblia a refuta, quando declara que tudo em algum tempo começou a existir.

(2) - A Teoria da Nebulosa Ori­ginal - A ideia básica desta teoria é que a matéria foi criada por Deus e está espalhada pelo Universo, em vários sistemas planetários desco­nhecidos e, inclusive, o nosso, no qual se inclui a Terra. Os cientistas, seus defensores, ensinam que o nos­so planeta teria surgido em estado gasoso de hidrogênio, e, como os ga­ses ocupam muito mais espaço que os sólidos, esta matéria original to­maria todo o espaço conhecido e desconhecido.

(3) - A Teoria da Nebulosa Ori­ginal - Os adeptos desta teoria ensinavam que havia, no princípio de tudo, uma substância original indefinida e desconhecida, e dela surgiram os quatro elementos básicos: a terra, o ar, o fogo e a água. Afirmam ainda que, de um destes componentes deve ter-se originado a vida, ou então de todos eles.

(4) - A Teoria do Panteísmo - O Panteísmo declara que Deus e a Natureza são a mesma coisa e estão inseparavelmente ligados. A ideia básica desta teoria é que o Senhor não cria nada, mas tudo emana e faz parte dEle. Entretanto, a revelação bíblica não aceita, de modo algum, este ensinamento, pois o Criador não é parte do Universo, e, sim, este foi criado por Ele - Sl 8.

(5) - A Teoria Evolucionista - Esta teoria ensina que a matéria é eterna e preexistente. A partir daí, mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passaram a existir. Entretanto, a Bíblia declara que Deus criou to­das as coisas, isto é, tudo teve um começo. As provas diretas da cria­ção, além da Ciência, estão expos­tas na Bíblia em Gênesis 1.1.

(6) - A Teoria da Criação, a partir do nada - Esta é, talvez, a mais difundida, ensinada e pregada no meio evangélico. Ela é conhecida pela expressão latina "ex nihilo", pois declara que Deus criou tudo do nada, mediante o poder da Sua Palavra. Utiliza-se como base, para a afirmação desta ideia, o texto de Hb 11.3. Ora, entendemos que aquilo o qual não é aparente, não quer dizer "do nada", mas pode referir-se a coisas imateriais. A expressão "No princípio", de Gn 1.1, não se refere à "eternidade passada", mas significa o ponto inicial do tempo como o conhecemos.

VIII - O MODO DIVINO DA CRIAÇÃO:

(1) - A criação foi um ato livre da parte de Deus - Existe um falso ensino de que a criação do mundo foi por uma necessidade de Deus, uma autogênese divina, para fazer valer o seu Ser, como se Ele precisasse auto-afirmar-se. Uma vez que se admite ter sido a criação feita do nada, entende-se que nada preexiste à ação criadora do Senhor. A ideia de que mundo aparece como algo necessário para Ele, acaba no panteísmo, o qual ensina que tudo é Deus e o mundo não pode conceber-se sem o Criador, nem Ele sem o Universo.

Mas Deus não criou o mundo por acaso ou por necessidade. O Univer­so existe porque o Criador quer. Ele é para si mesmo sua própria riqueza e, portanto, a criação partiu dele como uma graça especial. O Senhor é imune de coação externa, pois não depende de nada, absolutamente, e, por isso, pode criar livremente o que deseja, quando e como quer. Leiamos os salmos 115.3 e 135.6.

(2) - A criação foi um ato temporal de Deus - A expressão inicial de  Gn 1.1: "No princípio", indica , dentro da eternidade, a questão do tempo. O termo hebraico "bereshith" mostra, em seu sentido literal, que a palavra "princípio" refere-se ao início da criação. "O tempo é apenas uma das formas de toda a exis­tência criada", como afirmou certo teólogo. A declaração de que a criação foi um ato temporal, não significa res­tringir ou confinar Deus ao tempo, porque Ele está fora de qualquer confinamento, restrição física ou mesmo espiritual. Na verdade, a lição que aprendemos na Bíblia é que o mundo teve começo ( Mt 19.4,5; Mc 10.6; Jo 1.1,2; Hb 1.10).

(3) - A criação foi um ato espe­cial do Deus Triúno -  A forma plu­ral do nome "ELOHIM" revela-nos, não só a transcendência do Criador, no sentido de ir além, mas, acima de tudo, o sufixo "him" in­dica a pluralidade composta da divindade, ou seja, as três pessoas da Trindade. Uma vez revelado o trino Deus na declaração inicial de Gênesis, entende-se que Ele é o autor da criação (Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). Nenhuma das pes­soas da Trindade age com poderes independentes, mas, sim, o Pai, o Filho e o Espírito são autores independentes.


IX - O REORDENAMENTO DA CRIAÇÃO:

No primeiro versículo de Gênesis, temos declarado o ato do Criador; no segundo, observamos o Universo criado, antes de Deus dar-lhe forma e vida.

(1) - O estado original da Terra - O versículo 2 declara que "a terra era sem forma e vazia". No original hebraico, aparece como "tôhu" "wabôhu", e dá a ideia de um lugar ermo. O autor descreve o nosso planeta em seu estado incompleto. Al­guns teólogos entendem este texto como uma referência ao ato da re­criação, mas sem base suficiente Bíblia para garantir esta ideia. Os que defendem esta teoria, ensinam que entre Gênesis 1.1 e 1.2, houve um cataclismo geológico, provoca­do pela queda de Satanás perante o Criador. Mas, parece-nos que a nar­rativa da criação nada tem a ver com isso, pois trata-se de um relato dos atos criativos de Deus, que eliminou o caos que envolvia a Terra, "sem forma e vazia".

(2) - O Espírito Santo, a presen­ça de equilíbrio no caos - Este pro­cesso de ordenamento do caos tem a presença do Espírito de Deus que pairava sobre a face das águas. Ele operava sobre a expansão dos ma­res como "ruach" (hebraico), que significa "vento, hálito". Seu sopro produz energia e vida criadora (Jó 33.4; Sl 104.30). O ato de "pairar" não significa que o Espírito seja al­guma coisa inerte mas, sim, move-se, agita as águas. É algo vivo e energético, não evolutivo. O versículo 3, logo a seguir, indica o próximo ato criativo de Deus, quan­do diz:" Haja...". Foi a Palavra do Criador que trouxe ordem ao caos inicial.

X - OS SEIS DIAS DA CRIAÇÃO:

(1) - O primeiro dia: criação da LUZ (Gn 1.3-5) - Deus fez aparecer a luz cósmica, pelo poder da Sua Palavra, quando disse: "Haja luz, e houve luz". Ele trouxe à existência as coisas não vistas. O mundo estava debaixo da escuridão total, mas o Criador fez surgir a luz, mesmo antes de aparecer o sol. O ato de ordenar que houvesse luz, não significa que ela não existisse antes, mas que Deus fez surgir no primeiro dia. Em Gn 1.4 lemos: "fez Deus separação entre a luz e as trevas". Havia, de fato, uma densa acumulação de neblina  e vapor, os quais envolvia a Terra, e, por isso, existia uma total escuridão.

Quando surgiu a luz, as trevas foram vencidas pelo poder da claridade que se espalhou sobre a expansão das águas. Em Gn 1.5, a luz foi chamada "dia" e as trevas "noite".

(2) - O segundo dia: criação do FIRMAMENTO - Gn 1.6-8 - Deus fez surgir o firmamento ou "expansão", referindo-se à separação das águas atmosféricas das terrestres. Entende-se que uma vasta cortina líquida e nebulosa cobria a Terra e impedia que a luz que a luz solar a vencesse. Ela submetia o planeta a um juízo de trevas impenetráveis. Era uma massa de água atmosférica que se condensava com o vapor da terra. Mas Deus estabeleceu a separação das águas "debaixo da expansão" que se evaporaram, para formarem nuvens e se transformarem em águas potáveis.

(3) - O terceiro dia: a criação da TERRA, MAR E PLANTAS - Gn 1.9-13 - No terceiro dia da criação, o Criador, depois da separação das águas, ordenou que "aparecesse a porção seca", que é a parte sólida deste planeta. a Terra. Alguns geólogos acreditam que, originalmente, "a porção seca" de Gn 1.9, fosse um só continente. As especulações acerca deste assunto são muitas, mas nenhuma é sustentável. A grande verdade é que a parte seca, hoje, disposta no planeta em cinco continentes, existe, e foi capacitada para produzir toda a vegetação em forma de ervas variadas que dão sementes e árvores frutíferas. Estes elementos vitais de vegetação seriam os produtores de alimentos para a sobrevivência dos seres vivos. 

(4) - O quarto dia: criação do SOL, LUA e ESTRELAS - Gn 1.14-19 - Não há contradição entre o relato do primeiro e quarto dias, quando ambos os textos falam relativos ao aparecimento da luz. A diferença é que no primeiro dia (Gn 1.3-5), Deus ordenou o surgimento da luz, e, no quarto dia (Gn 1.14-19), Deus organiza o sistema solar. Neste dia surgem o Sol, a Lua e os Astros Celestes. Na linguagem hebraica, os nomes sol e lua são omitidos propositadamente por Moisés, que prefere denominá-los como dois luminares.

É interessante que eles surgiram para vencerem o caos terrestre e contribuírem para a produção e preservação da vida sobre a Terra. Tudo está pronto para a sobrevivência animal. Há água potável, comida e ciclos das estações. No verso 14, começa, de fato, a contagem de tempo, pois os liminares surgidos no firmamento celeste, Sol e Lua, fazem diferença entre o dia e a noite. 

(5) - O quinto dia: criação da VIDA MARINHA e das AVES - Gn 1.20-23 - As águas, separadas em doces e salgadas, tem vida. A ordem divina no verso 20 é: "produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente". Esta primeira ordem inclui todos os animais aquáticos, marinhos e todas as espécie de aves. O texto fala de "enxames de seres viventes" nas águas e sobre a terra. Deus lançou a Sua bênção sobre estes seres viventes e ordenou que fossem fecundos e se multiplicassem (Gn 1.22). Está escrito, no verso 23, que "houve tarde e manhã". Esta escritura tem gerado polêmica entre os estudiosos. Alguns intérpretes ensinam que a referência aqui é a um dia de Deus e não ao comum, limitado por minutos e horas. Entendem que o começo de cada ato da criação é chamada manhã, e a conclusão deste específico ato divino é chamado "tarde".

(6) - O sexto dia: criação da vida animal e a humana - Gn 1.24-26 - Percebe-se, neste dia, que Deus criou três tipos de seres: "gado", um tipo de animais mansos, os quais pastam e andam juntos; "répteis", que rastejam como as serpentes e outros invertebrados; "feras", aparecem por último no versículo, e referem-se aos animais selváticos: leões, tigres e outros carnívoros. No verso 25, afirma-se que Deus criou estes animais, cada qual segundo a sua espécie. 

Ora, aprendemos nestes versículos que todos os seres vivos, tanto no mundo animal como no vegetal, foram feitos de acordo com o seu gênero e espécie e com a capacidade de reproduzir-se por gerações sem fim. Deste modo, podemos testemunhar que as diferentes famílias de animais e plantas, conservam-se , desde sua criação, até aos dias de hoje.
 
Porém, o homem é a obra prima do Criador. Ele é a coroa da criação, conforme está relatado em Gn 1.26. Deus desejava criar um ser distinto de todas as demais criatura terrenas; alguém que tivesse personalidade, vontade, sentimentos, e fosse capaz de representá-Lo sobre a Terra. Por esta razão, o Senhor criou o homem "à Sua imagem e semelhança".

XI - VERDADES FUNDAMENTAIS DA HISTÓRIA DA CRIAÇÃO:

A história da criação tem seu fundamento na revelação de Deus ao homem. Por causa do pecado, o ser humano se tornou vítima do engano e da mentira de satanás. As teorias levantadas por mentes incrédulas e perniciosas procuram ofuscar o fato da criação. O relato bíblico não se baseia em, mas em fatos revelados pelo próprio Deus. Por isso, algumas verdades fundamentais acerca da criação precisam ser ensinadas e não meramente informadas. 

(1) - Houve um propósito divino na criação - As Escrituras revelam que a criação do mundo não foi obra do acaso. Deus o criou com os seguintes propósitos:

(A) - PARA SUA GLÓRIA - Sl 19.1; Is 43.7; 60.21; 61.3; Lc 2.14.
(B) - PARA SATISFAÇÃO DA SUA VONTADE - Ef 1.5-6, 9; Apc 4.11.
(C) - PARA HONRA PESSOAL DE JESUS CRISTO, SEU FILHO - Cl 1.16; Hb 2.10.

(2) - Houve e há um fim na criação: O próprio Deus Criador - Qual a finalidade de Deus ter criado o mundo? A resposta está no fato de que a criatura não existe por si própria, a não ser pelo ato criador de Deus. Ele não depende da criatura, mas esta precisa dEle. Portanto, seu destino submete-se  ao que o seu Criador dispuser. Então, interroga-se: - "Por que Deus criou todas as coisas? Por que existe o mundo? O homem?" Estas perguntas tem uma única resposta: Deus criou tudo, porque é livre para criar, e Seu propósito baseia-se no fato da eterna bondade que Ele manifesta para Sua criação. 

Ao criar o mundo, não significa que Ele precisasse de alguma coisa para Si, já que Ele possui tudo (Jó 22.1-3). Ele criou todas as coisas para a Sua glória - Sl 18.2-5; Is 6.3; I Cor 6.20.

XII - DE QUANTAS HORAS FORAM OS DIAS DA CRIAÇÃO:

Há uma curiosa expressão que, por vezes, é questionada pelos estudantes da Bíblia: - "E houve tarde e manhã" (Gn 1.5, 8, 13, 19, 23, 31). Em todos esses versículos, a encontramos no final de cada ato criativo. Ela faz parte de um relato de Moisés, o autor de Gênesis. Por isso, quando o escreveu, tinha sua mente voltada para a cultura oriental, especialmente a dos hebreus. Geralmente, o dia começava ao por do sol, à tardinha.

Portanto, neste livro, a tarde sempre precedeu a manhã. De quantas horas foram estes dias da criação? De 12 ou de 14 horas? Alguns ensinadores forçam uma interpretação e os definem como de duração indefinida, ou até mesmo como eras geológicas. É difícil encontrar uma definição para este texto. Porém, não é fácil entender os métodos de Deus. Se um dia pode ser como mil anos e vice-versa, por que discutir esta questão? - II Pe 3.8.

Entretanto, humildemente e aceitando comentários contrários, entendo e curvo-me ante a interpretação de que os seis dias da criação foram de 24 horas, sob os seguintes argumentos:

(1) - Cada dia do Gênesis tem "tarde e manhã" (cf Gn 1.5, 8, 19, 23, 31), o que é próprio do dia de 24 horas na Bíblia.

(2) - Os dias foram enumerados (primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, etc) uma característica peculiar dos dias de 24 horas na Bíblia.

(3) - Ex 20.11 compara os seis dias da criação como os seis dias de uma semana (literal) de trabalho de 144 horas. Ver ainda Ex 31.17.

(4) - Há evidência científica que suporta uma idade jovem (de milhares de anos) para a Terra.(5) - Não haveria como a vida sobreviver milhões de anos do dia terceiro (Gn 1.11) ao dia quarto (Gn 1.14) sem luz.

XIII - A CRIAÇÃO DE ADÃO, O PRIMEIRO SER HUMANO

Têm surgido as mais variadas teorias acerca da origem do homem. De um modo geral, elas não conseguem anular a ligação do ser humano com a Terra. Entretanto, a única fonte realmente autorizada, acerca da origem da humanidade, é a Bíblia Sagrada. Os dois primeiros capítulos de Gênesis nos oferecem, de modo plausível e coerente, a verdadeira história das origens, inclusive a do homem.

 XIV - OS DOIS RELATOS BÍBLICOS DA CRIAÇÃO DO HOMEM

1. O primeiro relato sobre a criação do homem. Encontra-se em Gênesis 1.26,27. Neste texto, está declarada a ordem criativa da Trindade, quando diz: “Façamos o homem”. A despeito da importância teológica que se dá ao “façamos”, para denotar a participação triúnica da Deidade, o fundamental, nesta passagem, é a palavra “BARAH” (hebraico), do versículo 27, que quer dizer: “criou”. Deus o fez do pó da terra, mas sua criação foi um ato divino. Ele foi feito especial e diferente da vida vegetal, aquática e animal.

2. O segundo relato da criação do homem. Encontra-se em Gênesis 2.4-8. Neste relato histórico, temos, além da criação do homem, também a descrição da origem da mulher. Enquanto a primeira narração sempre ocupou mais em mostrar a ordem da criação e a decisão da Corte Divina, em criar o homem à sua imagem e semelhança, o segundo relato apresenta a sua efetivação.

No texto de Gênesis 2.7, temos a seguinte declaração: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida, e o homem foi feito alma vivente”.

3. A criação da mulher. No segundo relato da criação, podemos destacar, no texto de Gênesis 2.18- 25, a formação da mulher. Depois de Deus ter criado Adão, Ele também fez Eva. Em Gênesis 1.27, está escrito: “macho e fêmea os criou”

XV - TEORIAS ANTIBÍBLICAS SOBRE A ORIGEM DO HOMEM

1. A teoria evolucionista. Esta teoria apresenta o homem como um ser que evoluiu de uma ordem inferior, no mundo animal. Ensina que esta evolução resultou de sucessivas alterações nas formas materiais, devido as forças latentes que existem na matéria. Mas a Bíblia refuta esta teoria, quando declara que: (1) a origem do homem resultou de um ato criativo de Deus; (2) o ser físico do homem também é resultado de um ato criativo de Deus, que utilizou a matéria já existente “afar” (hebraico), que significa “pó da terra”; (3) o homem, hoje, tem a mesma estrutura física e espiritual do dia em que foi criado; (4) o homem foi tirado da terra e está destinado a ela, depois da morte (Ec 3.20); (5) o homem não é evolução natural da terra, pois ele foi “plasmado”.

2. A teoria filosófico-materialista. Sigmund Freud, que lançou esta teoria, era ateu, filósofo e psicanalista. Ele enfatizou, em seus argumentos, a idéia de que o homem, em sua vida biológica e psicológica, tem como base e formação de sua personalidade e seus instintos naturais. Afirmou ele que coisas, como sexo, fome, sede, segurança e prazer, são pressões que determinam as ações e os padrões da personalidade do homem. No conceito de Freud, a natureza do homem não se relaciona com o sobrenatural, no caso, Deus. Para ele, a idéia de uma relação do Criador com o ser humano é imprópria e inexistente, pois o mesmo vê o homem como uma criatura egocêntrica, voltada apenas para as suas necessidades, sem qualquer comunhão com um ser supremo. Acreditava ele que, ao morrer o homem, nada mais resta.

3. A teoria do humanismo científico. As fontes de informações, para os adeptos desta teoria, sobre a natureza e origem do homem. Estão na Biologia, Psicologia e Medicina. Para esta escola de pensamento, o homem é um produto evolucionário da Natureza, sem a menor possibilidade de imortalidade.

XVI - O ENSINO DA BÍBLIA SOBRE A ORIGEM DO HOMEM

1. A biforme natureza do homem. O homem foi criado com uma biforme natureza: material e imaterial. A primeira foi formada do pó da terra (Gn 2.7) e a segunda, outorgada diretamente pelo Criador. O sopro divino nas narinas do homem concedeu-lhe a vida física e a espiritual.
A vida imaterial do homem é representada pela alma e pelo espírito. Porém, esta dupla natureza do homem é representada por uma tricotomia, que se constitui,na parte material, pelo corpo; na imaterial, pela alma e pelo espírito (1 Ts 5.23).

2. A tricotomia do homem (1 Ts 5.23; Hb 4.12). O termo tricotomia significa “aquilo que é dividido em três”, ou “que se divide em três tornos”. Em relação ao homem, refere-se às três partes do seu ser: corpo, alma e espírito.

Há divergência neste ponto daqueles que entendem o homem como apenas um ser dicótomo, ou seja, que se divide em duas partes: corpo, alma ou espírito.

Os defensores da dicotomia do homem unem alma e espírito como uma só. parte e, às vezes, como se fossem uma só coisa. Entretanto, parece-nos mais aceitável o ponto de vista da tricotomia. Este conceito crê que o homem é uma trindade composta e inseparável. Só a morte física é capaz de separar o corpo de sua parte imaterial.

a) O corpo. É a parte inferior do homem que se constitui de elementos químicos da terra, como oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro, iodo, ferro, cobre, zinco, e outros elementos em proporções menores. Porém, o corpo, com todos estes produtos, sem a bênção divina, é de ínfimo valor.

b) A alma. É preciso saber que o corpo sem a alma é inerte. Ela precisa dele para expressar sua vida funcional e racional. É identificada, no hebraico do Antigo Testamento, por “NEPHESH” e, no grego do Novo Testamento, por “PSIQUÊ”.

c) O espírito. No hebraico é “RUACH” e no grego é “PNEUMA”. O espírito do homem não é um simples sopro ou fôlego, mas também vida imortal (Ec 12.7; Dii 12.2; Lc 20.37; 1 Co 15.53). Ele é o princípio ativo de nossa vida espiritual, religiosa e imortal. É o elemento de comunicação entre Deus e o homem. Certo autor cristão escreveu que “o corpo, a alma e o espírito constituem a base real dos três elementos do homem: consciência do mundo externo, consciência própria e consciência de Deus”.

XVII - AS FACULDADES DISTINTAS DO HOMEM

1. As faculdades do corpo. São cinco as faculdades principais, as quais se manifestam através do corpo: visão, audição, olfato, paladar e tato. Ainda que sejam distintas umas das outras, elas não atuam independentes do comando da alma. São denominadas de instintos naturais ou sentidos corporais, os quais recebem impressões do mundo exterior, transmitidas ao cérebro, através do sistema nervoso. E daí que partem as ordens para todas as partes do corpo. Os sentidos físicos obedecem às leis naturais que estão impressas no ser humano. São elas que regem as atividades do corpo.

2. As faculdades da alma. São três as faculdades ou qualidades da alma, pelas quais ela se manifesta: intelecto, sentimento e vontade.

O INTELECTO (Gn 1.28; 2.19,20) é a parte da alma que pensa, raciocina, decide, julga e conhece E ele quem recebe os conhecimentos.

Três outras manifestações lhe são peculiares: a imaginação, memona e razão Com a primeira o homem é capacitado a idealizar e projetar. É um processo do pensamento que habilita o ser humano a construir imagens, através do raciocínio.

A segunda é outro atributo do intelecto que capacita o homem a guardar em seu cérebro o fatos passados e presentes. Ela retém os conhecimentos adquiridos e os traz à lembrança. A terceira é um atributo do intelecto que leva o homem a pensar, julgar e compreender as relações entre as coisas, distinguir entre o verdadeiro e o falso, o bem e o mal.

O SENTIMENTO faz o homem um ser emotivo. Ele não é uma máquina insensível, pois pode sentir todas as grandes emoções, como alegria, gozo, paz, prazer, tristeza, descontentamento, pesar e dor.

A VONTADE se expressa como resultante das influências do intelecto e dos sentimentos. Ela não age sozinha. Não há vontade livre ou independente. Ela obedece às forças emotivas e intelectuais da alma.

3. As faculdades do espírito. Duas faculdades principais se destacam com abrangência sobre outras qualidades importantes, as quais são: Fé e Consciência. 

Elas identificam o ser religioso do homem. Podemos chamar de natureza espiritual, da qual o ser humano é dotado especialmente para uma perfeita comunhão com Deus. Os sentidos físicos e psicológicos tornam o homem um ser terreno e racional, mas os espirituais o tornam um ser especial.

A faculdade da fé é uma qualidade do espírito humano que expressa a religiosidade do homem e o toma capaz de adorar, reverenciar, louvar e orar a Deus, o Criador. Não se trata de um tipo de fé, adquirida ou ensinada, mas é uma forma inata que nasce com qualquer ser humano. Ela nos estimula a buscar a Deus e comungar com Ele.

A faculdade da consciência é a lei moral e espiritual, no interior do homem, que aprova ou desaprova as suas ações. E a intuição que o espírito tem dos atos e estados do ser humano em sua vida cotidiana. A consciência não está sujeita à vontade, e nem aos sentimentos da alma.

XVIII - A MISSÃO E A TAREFA DO HOMEM

O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios deixou isso bem claro quando disse: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Perceba que esta verdade bíblica está em perfeita conformidade com o propósito para o qual o homem foi criado. 

Mas será que a humanidade tem como principal meta a glória de Deus e a plena satisfação Nele? Se você observar atentamente o comportamento do homem contemporâneo chegará a uma triste conclusão – o “fim principal” do homem tem sido o seu próprio conforto, a sua segurança financeira, a beleza do seu corpo… em outras palavras, a sua própria glória.

Com isso não queremos dizer que o homem deva viver neste mundo sem metas, mas que a Bíblia nos ensina que o seu propósito mais importante é glorificar a Deus, e isso incluirá ou envolverá sempre todas as áreas da sua vida (família, trabalho, religião, etc.). Então, como explicar a razão pela qual o homem moderno não enxerga a glória de Deus como o fim principal em sua vida, mas tem em vista outro propósito completamente errado? Por que a humanidade não encontra o verdadeiro gozo e prazer no Criador de todas as coisas, mas na prática deliberada e desenfreada do pecado?É bem verdade que quando olhamos para os nossos dias visualizamos os homens em busca de outros propósitos os quais evidenciam o seu egoísmo e alienação de Deus e da Sua Palavra. Como explicar tudo isso?

Uma questão intrigante: Porque Deus deseja ser louvado, elogiado, exaltado, adorado? (C. S. Lewis) Resposta: “É no processo de adoração que Deus comunica a sua presença aos homens. Até mesmo no judaísmo, a essência do sacrifício não era realmente o fato de os homens darem bois e bodes a Deus, mas o fato de que, ao fazem-no, Deus Se dava a Si mesmo aos homens…”.

XIX - PROPPAGAR A ESPÉCIE E GOVERNAR EADMINISTRAR

Depois de ter criado o homem e a mulher, “Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (vs. 27-28). O trecho bíblico deixa evidente que Deus criou o homem com o objetivo de restaurar Seu governo na terra, que fora usurpada por Satanás e seus seguidores. O homem foi criado especialmente para esse fim.

Com a autoridade para governar vem a responsabilidade de governar bem. Existe uma responsabilidade inerente ao comando de subjugar a terra. O homem tem o dever de exercer seu domínio sob a autoridade dAquele que o delegou. Toda autoridade é de Deus (Romanos 13:1-5), e Ele delega de acordo com a Sua vontade (Daniel 4:17). A palavra subjugação não tem que implicar violência ou maus-tratos. Ela pode significar "cultivar".

O homem é o administrador da terra. Ele deve trazer o mundo material e todos os seus elementos variados ao serviço de Deus e ao bem da humanidade. Na verdade, o comando para subjugar a terra faz parte da bênção de Deus para a humanidade. Criados à imagem de Deus, Adão e Eva deveriam usar os vastos recursos da terra ao serviço de Deus e de si mesmos. Faz todo sentido que Deus decretasse isso, pois apenas os seres humanos foram criados à Sua imagem.

CONCLUSÃO

Devemos ter muito cuidado com as especulações, pois o importante para nós é acreditarmos no que está escrito na Bíblia, sem jamais duvidarmos da sua veracidade. Realmente há muitos mistérios que envolvem a criação, mas fiquemos satisfeitos com o que Deus nos revelou em Sua Palavra.

Muitos querem confundir as nossas mentes, dizendo-nos que é impossível Deus ter criado todas as coisas em seis dias. Se a Bíblia nos dissesse que o mundo foi criado em questão de horas, minutos ou segundos, e ainda que JONAS TIVESSE ENGOLIDO UM GRANDE PEIXE, nós acreditaríamos da mesma forma, pois o poder do Todo-Poderoso é ilimitado. Amém.

FONTES DE PESQUISA E CONSULTA:

ttps://www.gotquestions.org
Lições Bíblicas CPAD - 4º Trimestre de 1995 - Comentarista: Elienai Cabral.
Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia - Editora Mundo Cristão - Norman Geisler e Thomas Howe