26 de março de 2014

O LEGADO DE MOISÉS



O LEGADO DE MOISÉS

TEXTO ÁUREO = Era Moisés da idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu ele o seu vigor”  ( Dt 34.7).

VERDADE PRATICA  = Moisés foi usado por Deus para tirar Israel do Egito e entregar os Dez Mandamentos para a humanidade.

LEITURA BIBLICA = Deuteronômio 34: 10-12 = Hebreus 11: 2-29

O LEGADO DE MOISÉS

Moisés foi, sem dúvida alguma, uma das maiores personalidades e um dos maiores heróis da fé de todos os tempos. O seu legado para o povo de Israel, para a humanidade como um todo e para a Igreja até os dias de hoje é enorme. Neste capítulo, dentro do que nossa proposta sintética permite, queremos apresentar alguns pontos importantíssimos desse legado, relembrando aspectos especiais e inspiradores da vida e da obra desse homem de Deus, destacando os efeitos de seu ministério até os nossos dias e a importância do exemplo de Moisés para os crentes em Cristo de todos os tempos.

Primeiro, falaremos do legado de Moisés para o povo judeu; em seguida, de sua importância para a humanidade como um todo; e, por fim, e mais atentamente, analisaremos os exemplos instigantes de sua vida e ministério para a vida do crente.

O Legado de Moisés para o Povo Judeu

A formação de uma nação

Moisés foi o instrumento que Deus usou para que Israel se tornasse, enfim, uma nação, conforme Ele havia prometido aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (Gn 15.5,7; 17.5-8; 26.3,4,24; 28.4,13-15; 35.9-13). Toda nação precisa de uma identidade, de uma cultura própria, de uma língua, de valores, de leis pelas quais serão regidos, e Moisés foi usado por Deus para dar tudo isso a Israel.

Por meio de seu ministério, a identidade religiosa e os valores que deveriam pautar e guiar o povo foram definidos em detalhes; uma cultura nova foi formada, diferente em muitos aspectos da cultura das nações vizinhas; a língua hebraica ganhou o seu primeiro grande texto  a Torá (o Pentateuco) — que lhe daria perpetuidade e ser-lhe-ia referência na história dos povos; e uma legislação revolucionária e um completo sistema de organização social foram concedidos aos israelitas, que, agora, finalmente, podiam se perceber e ser reconhecidos como uma nação, um novo povo.

Mesmo quando sofreu o exílio e a diáspora, Israel continuou a ser reconhecido como uma nação, conquanto seu território tenha passado, durante séculos, sem a sua presença maciça ou o seu governo.
“Moisés foi o instrumento que Deus usou para que Israel se tornasse, enfim, uma nação, conforme Ele havia prometido aos patriarcas Abraão, Isa que e Jacó.”

Uma fé e uma religião estruturadas

O Deus de Israel era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, porém a fé e o culto hebreus ainda careciam de uma normatização e organização, até que Deus os estruturou, por intermédio de Moisés, como vimos detidamente nos capítulos 9, 11 e 12 deste livro. Em Romanos 9.4,5, o apóstolo Paulo lembra que Deus deu a Israel sete coisas: tornou os israelitas seus filhos por adoção, repartiu com eles um pouco da sua glória, fez-lhes uma aliança e deu-lhes os patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó), a legislação, o culto e as promessas; e ainda, por meio deles, o Messias, Jesus (Rm 9.5). Tudo isso é o que distinguia Israel das outras nações, fazendo dele o povo eleito. Porém, como sabemos, houve a rejeição de Israel à vontade de Deus e, consequentemente a rejeição divina a Israel, que são os temas dos capítulos 9 a 11 de Romanos, os quais terminam revelando que a rejeição de Israel não é final e que Deus haverá de restaurar Israel no fim dos tempos (Rm 11.25-28).

As Escrituras Sagradas do Pentateuco, um salmo e, provavelmente, o Livro de Já
O grande legado de Moisés está expresso em suas obras que atravessaram séculos, chegando até os nossos dias e formando parte significativa e basilar do cânone veterotestamentário. São de Moisés o Pentateuco (Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), o Salmo 90 (que é, portanto, o mais antigo salmo de Israel) e provavelmente também o belíssimo Livro de Jó. A riqueza e a importância histórica, social, espiritual e literária dessas obras para o mundo revelam a grandeza do ministério desse grande homem de Deus para o seu povo e para toda a humanidade.

O Legado de Moisés para a Humanidade

A legislação hebraica

Já nos dedicamos, no capítulo 10, a demonstrar alguns dos muitos aspectos revolucionários da legislação hebraica para a história do Direito no mundo. Ela foi revolucionária para a sua época e, tempos depois, serviria de inspiração para muitos avanços legais saudáveis com os quais já estamos muito habituados em nossos dias, mas que, na época de Moisés, se constituíam uma grande inovação. Dentre seus muitos aspectos revolucionários, a legislação hebraica, por exemplo, “atribuía um grande valor à vida humana, exigia um grande respeito para com a honra da mulher e conferia mais dignidade à posição do escravo do que poderíamos encontrar em qualquer um dos códigos legais das outras nações do Oriente Próximo”. Mais detalhes no já referido capítulo 10.

Os valores judaicos

Não à toa, costuma-se chamar os valores tradicionais do Ocidente, que foram responsáveis pela sua formação e se constituem a base de todas as suas conquistas, de valores judaico-cristãos. Os princípios do Decálogo (Êx 20.1-17), por exemplo, ajudaram a moldar todos os valores do Ocidente, juntamente com o cristianismo.


O Legado de Moisés para a Igreja

Seu exemplo de fé

Ao elaborar uma “Galeria de Heróis da Fé” do Antigo Testamento, o escritor da Epístola aos Hebreus coloca entre os seus destaques, como não poderia deixar de ser, Moisés (Hb 11.23-29). Chama a atenção, na descrição que ele faz do grande líder hebreu, principalmente o que lemos nos versículos 24 a 27:
Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que, por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito, porque tinha em vista a recompensa. 

Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.
Somente um homem que ama e serve a Deus com uma fé robusta rejeita completamente as riquezas e a glória do mundo, preferindo sofrer fazendo a obra do Senhor. Moisés não tomava as suas decisões baseado simplesmente no que a lógica humana e os seus cinco sentidos lhe diziam, mas tinha em vista a importância histórica e espiritual do que estava fazendo e “a recompensa” que receberia do seu Senhor pela sua fidelidade ao seu chamado. Ele via além do que poderia perceber a maioria das pessoas do seu tempo, porque ele via “o invisível”.

Ademais, somente um homem que ama e serve a Deus com uma fé robusta não empalidece diante das adversidades mais intensas, não esmorece diante dos poderosos e das circunstâncias prementes que o pressionam a abandonar a vontade divina.

A Bíblia diz que Moisés desprezou completamente “a ira do rei”, a oposição dos grandes e poderosos deste mundo, e “ficou firme”, porque está “vendo o invisível”.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1).

“O grande legado de Moisés está expresso em suas obras que atravessaram séculos, chegando até os nossos dias e formando parte significativa e basilar do cânone veterotestamentário”

Seu exemplo de liderança

Moisés foi um líder notável, que agüentou o que pouquíssimos — ou ninguém em sua época agüentaria. Ele guiou brilhantemente milhões de pessoas pelo deserto, resistiu à oposição com firmeza; soube superar os momentos de crise, tensão, desânimo e revolta; levou o povo ao arrependimento várias vezes; organizou aqueles ex-escravos como uma sociedade; deu a eles uma identidade como nação; soube ouvir os conselhos de seu sogro, Jetro, (Êx 18.13-27) e preparou muito bem o seu sucessor — Josué.

Seu exemplo de paciência

Números 12.3 nos lembra que “era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”.
 E era preciso ser muito temperante mesmo para suportar todas as adversidades e pressões que ele enfrentou. Aliás, isso mostra quão poderosa foi a transformação que Deus fez em Moisés, que antes fora precipitado e assassino (Êx 2.11-13).

O termo hebraico traduzido por “manso” em Números 12.3 é ‘ãnáw, que significa “humilde”, “pobre”, “simples”. No sentido em que ele é usado aqui, descreve, segundo o Dicionário Vine, “a condição objetiva e também a postura subjetiva de Moisés” como um homem “completamente dependente de Deus” e que “via o que era”.2 O fato de Moisés, mesmo tendo tanto autocontrole que Deus lhe dava, não ter entrado na Terra Prometida com o povo justamente porque pecou ao perder o controle, fazendo algo diferente do que Deus lhe determinara (Nm 20.7-12), só evidencia o quanto somos dependentes da graça de Deus.

Mesmo um homem impetuoso e assassino como o jovem Moisés pode se tornar, quarenta anos depois, um homem extremamente manso e humilde, em virtude da graça transformadora de Deus; e mesmo o homem mais humilde e manso da Terra pela graça de Deus pode ter momentos de fraqueza e perder seu autocontrole se não tiver cuidado, como aconteceu com Moisés. Súmula da história: somos dependentes da graça divina, do poder do Espírito Santo, tanto para desenvolvermos a temperança quanto para mantermo-nos no centro da vontade de Deus, humildes e temperantes, sejam quais forem as circunstâncias.

Não por acaso, a temperança é apresentada na Bíblia como um dos gomos do fruto do Espírito, que se chama fruto do Espírito exatamente porque é produzido em nós pela ação do Espírito Santo de Deus, isto é, quando nos entregamos à ação dEle em nossa vida (Gi 5.22,23).

Que Deus nos dê graça para seguirmos o bom exemplo desse homem de Deus, que, tirando o episódio das águas de Meribá (Nm 20.7-13), durante seus quarenta anos de ministério, nada fez “por contenda ou por vanglória, mas por humildade” (Fp 1.3) e zelo ardente pela obra de Deus.

Seu exemplo como intercessor

Moisés foi grande sacerdote do povo juntamente com Arão, e primeiro que ele (Si 99.6). Ele intercedeu decisivamente pelo povo de Israel em momentos de enorme crise (Êx 15.25; 33.1-17; Nm 14.13-25).

Seu exemplo de integridade

Moisés teve muitas oportunidades de corromper a sua integridade, mas escolheu manter-se íntegro. Ele, por exemplo, preferiu sofrer com o povo de Israel a gozar a glória e os prazeres do Egito, sendo fiel ao seu chamado (Hb 11.24-26).

Seu exemplo de persistência

Apesar de tantos momentos dificeis que Moisés vivenciou em sua trajetória espiritual, ele permaneceu firme, porque estava “vendo o invisível” (Hb 11.27). Sua persistência era derivada diretamente de sua fé em Deus. Como sublinha a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “é fácil ser enganado pelos benefícios temporários da riqueza, da popularidade, da posição social e da conquista, e ficar cego em relação aos benefícios de longo prazo do Reino de Deus.

A fé nos ajuda a olhar além do sistema de valores do mundo, para que possamos enxergar os valores eternos do Reino de Deus”.

Seu exemplo de comunhão com Deus

A Bíblia nos mostra que Moisés cultivava uma vida de oração, mantendo um relacionamento muito íntimo com Deus: “Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo” (Êx 33.11). Como frisa Matthew Henry, “isto sugere que Deus se revelou a Moisés, não só com clareza e evidências maiores da luz divina do que a qualquer outro dos profetas, mas também com expressões particulares e ainda maiores de bondade e graça. Ele fala não como um príncipe a um súdito, mas como qualquer fala com o seu amigo, a quem ama”.

Deus também quer ter hoje um relacionamento íntimo conosco! Como destaca a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “Moisés desfrutou tal favor de Deus não porque era perfeito, genial ou poderoso, mas porque Deus o escolheu. Por sua vez, Moisés confiou inteiramente na sabedoria e direção de Deus. A amizade com Deus era um verdadeiro privilégio para Moisés, e estava [nesse nível] fora do alcance dos hebreus. Mas, hoje, ela não é inalcançável para nós. Jesus chamou seus discípulos e, por extensão, todos os seus seguidores — de amigos (Jo 15.15). Ele o chamou para ser seu amigo. Você confiaria nEle como fez Moisés?”.

O Cântico de Moises

A Bíblia afirma que quando o povo estava para entrar em Canaá, Deus deu ordem a Moisés para que compusesse um cântico contendo um resumo de sua exortação ao povo e o ensinasse aos filhos de Israel (Dt 31.19). Deus sabia que os cânticos podem ser aprendidos e transmitidos com facilidade, por isso os viu como um meio perfeito para que a sua exortação fosse gravada na mente do seu povo. Deus sabia que a sua exortação seria mais eficientemente ensinada e lembrada dessa forma, pois, sendo cantada, estaria “na boca do povo” (“ensinai-o [...] ponde-o na sua boca”). Esse cântico está registrado em Deuteronômio 32.1-43.

Depois de apresentá-lo a Israel, Moisés disse: “Aplicai o vosso coração a todas as palavras que hoje testifico entre vós, para que as recomendeis a vossos filhos, para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei. Porque esta palavra não vos é vã; antes, é a vossa vida” (Dt 32.46,47, grifo meu).
“É a vossa vida!” Verdades vitais condensadas em um hino; a vida condensada em um hino.

Ainda hoje, hinos, quando inspirados por Deus, sáo, por assim dizer, pequenas cápsulas de vida condensada, tendo o poder de renovar corações mortificados, aquecer corações arrefecidos e liquefazer almas empedernidas. Assim como, quando uma canção é eivada de conteúdo maligno, é uma cápsula de veneno e morte condensados.

As Profecias de Moisés

Profecia sobre Jesus

Em Deuteronômio 18.15, Moisés profetizou sobre Jesus, referindo-se a Ele como “um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis”.

O texto de Deuteronômio 18.15-22 fala implicitamente de mais de um profeta — ou seja, o termo “profeta” ali aparece, em alguns momentos, em alusão a uma sucessão de profetas que Deus levantaria para tratar com Israel. Porém, o versículo 15 parece se referir a um profeta especial, de maneira que, durante séculos, os judeus estiveram a procurar esse “O Profeta” pós-Moisés, como destacam textos como João 1.21 e 7.40, quando os judeus se perguntavam se João Batista ou Jesus seriam esse “O Profeta”, O apóstolo Pedro, em sua pregação no Dia de Pentecostes, e o diácono Estêvão, primeiro mártir da Igreja, em seu discurso diante de seus algozes em Jerusalém, mencionaram essa profecia como tendo o seu cumprimento em Jesus (At 7.37).

Profecias sobre o destino de cada uma das doze tribos de Israel

Como Isaque e Jacó abençoaram seus respectivos filhos antes de morrer, Moisés, sob a orientação do Espírito Santo, abençoou os filhos de Israel antes de falecer (Dt 33.1-29). O detalhe é que, ao invocar as bênçãos conforme as tribos de Israel, Moisés omite Simeão, que seria absorvida pela tribo de Judá Os 19.2-9), mas o número 12 é preservado contando-se José como sendo dois — Efraim e Manassés, seus dois filhos (Dt 33.17). As primeiras tribos a serem abençoadas são as correspondentes aos filhos de Jacó com suas esposas Leia e Raquel; em seguida, é a vez das tribos correspondentes aos filhos de Israel com suas servas Bila e Zilpa.

Como ressalta a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, o que chama mais a atenção nessas bênçãos de Moisés sobre as doze tribos é “a diferença entre as bênçãos que Deus deu a cada tribo: para uma, Ele deu a melhor terra; e para outra, força ou segurança”.

Isso nos faz lembrar que muita gente, com frequência, ao ver alguém com uma bênção específica, pensa que “Deus deve amar aquela pessoa mais do que outra”, mas a verdade é que “Deus distribui talentos únicos às pessoas. Todos esses talentos são necessários para que seu plano seja realizado”. Portanto, “não tenha inveja dos dons ou presentes que as pessoas recebem de Deus.

Olhe para o que Deus tem dado a você e cumpra as tarefas que Ele o qualificou de maneira única para realizar”. Outro detalhe é que a tribo de Gade recebeu a melhor parte da terra (Dt 33.20,2 1), mas isso tem uma razão de ser: Gade “obedeceu a Deus punindo os malignos inimigos de Israel”.

A Morte de Moisés

A Bíblia diz que quando Moisés faleceu, ele estava com 120 anos, que era uma idade já bem longeva para os padrões da época, conforme depoimento do próprio Moisés (Sl 90.10). Não obstante, “os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu ele o seu vigor” (Dt 34.7).

O último capítulo de Deuteronômio, que é o único capítulo do Pentateuco que não foi escrito por Moisés, registra que, após a morte do legislador de Israel, o reconhecimento e o amor do povo era tão grande por ele que “os filhos de Israel prantearam a Moisés trinta dias, nas campinas de Moabe” (Dt 34.8).

O relato que Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século d.C., faz das reações do povo de Israel e do próprio Moisés por ocasião de sua despedida conforme a tradição que havia sido passada aos judeus até os dias do célebre historiador, é extremamente tocante. Claro que, eventualmente, pode haver um ou outro exagero aqui e acolá nesse relato, mas não se pode duvidar que muito dessa narrativa, que reproduzimos a seguir e que atravessou gerações, é carregado de verdade. Vale a pena lê-la:

Depois que Moisés assim lhes falou, predisse a cada uma das tribos o que lhes deveria acontecer e desejou-lhes mil bênçãos. Toda essa enorme multidão não pôde por mais tempo reter as lágrimas; homens e mulheres, grandes e pequenos, demonstraram igualmente sua pena por perder um chefe tão ilustre; não houve nem mesmo criança que não derramasse lágrimas; sua eminente virtude não podia ser ignorada nem mesmo pelos dessa idade. As pessoas sensatas, umas deploravam a gravidade de sua perda para o futuro e outras queixavam-se de não terem compreendido bastante que felicidade era para ele ter um tal chefe e guia e serem privados dele quando o começavam a conhecer.

Nada, porém, demonstrou até que ponto chegava sua aflição como o que aconteceu a esse grande legislador. Pois ainda que ele estivesse persuadido de que não era necessário chorar à hora da morte, pois ela vem por vontade de Deus e por uma lei indispensável da natureza, ele, no entanto, ficou tão comovido pelas lágrimas de todo o povo que ele mesmo não pôde deixar de chorar.

Caminhou depois para onde deveria terminar a vida e todos seguiram-no gemendo. Ele fez sinal com a mão aos que estavam mais afastados para que parassem e rogou aos que estavam mais próximos que não o afligissem mais ainda seguindo-o com tantas demonstrações de afeto. Assim, para obedecer, eles pararam e todos, juntamente lamentavam sua infelicidade por tão grande perda.

Os senadores [anciãos], Eleazar, o grão-sacrificador [sumo sacerdotel, e Josué, o comandante do exército, foram os únicos que o acompanharam. Quando ele chegou ao monte Nebo, que está em frente a Jericó, tão alto que de lá se vê todo o país de Canaã, despediu-se dos senadores [anciãos], abraçou a Eleazar e Josué, e deu-lhes seu último adeus. Ainda ele falava quando uma nuvem o rodeou e ele foi levado a um vale. Os livros santos que ele nos deixou dizem que morreu porque temia que não se acreditasse que ele ainda estaria vivo, arrebatado ao céu, por causa da sua eminente santidade. Faltava somente um mês para que, dos cento e vinte anos que viveu, ele passasse quarenta no governo de todo esse grande povo, cuja direção Deus lhe havia confiado. Ele morreu no primeiro dia do último mês do ano, que os macedônios chamam Dystros e os hebreus, Adar.

Jamais homem algum igualou em sabedoria a este ilustre legislador, jamais alguém soube, como ele, tomar sempre as melhores resoluções e tão bem pô-las em prática; jamais algum outro se lhe pôde comparar na maneira de tratar com um povo, governá-lo e persuadi-lo, pela força de suas palavras. Sempre foi tão senhor de suas paixões que parecia até que delas havia sido isento e que as conhecia apenas pelos efeitos que via nos outros.

Sua ciência na guerra pôde dar-lhe um lugar entre os maiores generais e nenhum outro teve o dom de profecia em tão alto grau; suas palavras eram outros tantos oráculos, e parecia que o próprio Deus falava por sua boca. O povo chorou-o durante trinta dias e nenhuma outra perda lhe foi jamais tão sensível. Mas ele não foi chorado somente por aqueles que tiveram a felicidade de o conhecer, mas também por aqueles que conheceram as leis admiráveis que ele nos deixou, porque a santidade que nelas se nota não pode permitir dúvidas sobre a eminente virtude do legislador.7

Não sabemos onde a sepultura de Moisés se encontra — aliás, ninguém sabe, desde aquela época (Dt 34.6b) até hoje. A única informação é que Deus mesmo o sepultou “num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor” (Dt 34.6a).

Deus fez com que sua sepultura nunca fosse encontrada para que, provavelmente, não se criasse uma idolatria e romaria em torno do túmulo de seu servo.

O apóstolo Judas nos fala da altercação do arcanjo Miguel com Satanás sobre o corpo de Moisés (Jd 9). Não sabemos o porquê do interesse de Satanás pelo corpo de Moisés, mas a tradição judaica afirma que tal altercação se deu porque Satanás sustentava que Moisés não era digno de um sepultamento decente, ainda mais feito pelo próprio Deus, por ter sido um homicida em sua juventude (Êx 2.11,12). Miguel, que guardava o corpo de Moisés, apenas lhe respondeu: “O Senhor te repreenda”.

O exemplo de Moisés como líder e homem de Deus nunca será esquecido. Sobretudo pelos últimos quarenta anos de sua vida, ele sempre será lembrado como um exemplo de fé, vida de santidade, seriedade, liderança, sabedoria, paciência, fidelidade ao chamado divino e vida dedicada totalmente ao Senhor.

Como escreveu o autor da Epístola aos Hebreus, referindo-se à nossa responsabilidade hoje diante do que fizeram os grandes heróis da fé do Antigo Testamento, dentre eles Moisés (Hb 11.23-29), “nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas [os heróis da fé do Antigo Testamento], deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (Hb 12.1,2). Amém!



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Livro Uma Jornada de Fé = PAD = Alexandre Coelho e Silas Daniel



19 de março de 2014

A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES



A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES

Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A cerimônia em que se consagravam os sacerdotes era celebrada na presença de todo o povo. Moisés ministrava como sacerdote oficiante. Todos os pormenores da cerimônia assinalam a transcendência de Deus. Ele está com seu povo, porém este não deve tratá-lo com familiaridade. Somente podem aproximar-se dele pelos meios que ele prescreve. O pecado impede aos homens o aproximar-se da presença divina. Os sacerdotes e tudo o que eles empregavam tinham de ser consagrados ao serviço divino. Portanto, Aarão e seus filhos tinham de estar devidamente limpos e ataviados e deviam ter expiado seus pecados antes de assumirem os deveres sacerdotais. O Deus vivente não é uma imagem impotente à qual os homens prestam culto segundo suas ideias. Somente ele é quem determina os "requisitos segundo os quais lhe é possível habitar com seu povo". Em uma cerimônia impressionante e muito bem preparada, Aarão e seus filhos foram ordenados para o sacerdócio.

            O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, extraídos dos comentários de Charles H. Mackintosh (1820 - 1896) e do livro “El Pentateuco” de Paul Hoff, com a finalidade de ampliar a visão sobre o assunto em tela. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos, pontos de vista e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.


 I. A CERIMÔNIA DE CONSAGRAÇÃO SACERDOTAL

Entendemos que Arão e seus filhos representam Cristo e a Igreja, porém nos primeiros versículos deste capítulo é dado o primeiro lugar a Arão. "Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água" (versículo 4). A lavagem da água tornava Arão simbolicamente aquilo que Cristo é intrinseca¬mente, isto é: santo.
A Igreja é santa em virtude de estar ligada a Cristo na vida de ressurreição. Ele é a definição perfeita daquilo que ela é perante Deus. O ato cerimonial da lavagem da água representa a ação da palavra de Deus (veja-se Ef 5:26).

"E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade" (Jo 17:19), disse o Senhor Jesus. Separou-Se para Deus no poder de uma perfeita obediência, orientando-Se em todas as coisas, como homem, pela Palavra, mediante o Espírito eterno, a fim de que todos aqueles que são d'Ele pudessem ser inteiramente separados pelo poder moral da verdade.

E tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça " (versículo 7). Nestas palavras temos o Espírito, mas é preciso notar que Arão foi ungido antes de o sangue ser derramado, porque nos é apresentado como figura de Cristo, que, em virtude daquilo que era em Sua Própria Pessoa, foi ungido com o Espírito Santo muito antes que fosse cumprida a obra da cruz.

Em contrapartida, os filhos de Arão não foram ungidos senão depois de ser espargido o sangue, "degolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão,e sobre a ponta da orelha direita de seus filhos, como também sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito: e o resto do sangue espalharás sobre o altar ao redor" (¹). "Então, tomarás do sangue que estará sobre os altar e do azeite da unção e o espargirás sobre Arão e sobre as suas vestes e sobre seus filhos, e sobre os as vestes de seus filhos com ele" (versículos 20 e 21). No que diz respeito à Igreja, o sangue da cruz é o fundamento de tudo. Ela não podia ser ungida com o Espírito Santo até que a sua Cabeça ressuscitada tivesse subido ao céu e depositado sobre o trono da Majestade divina o relato do sacrifício que havia oferecido. "Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai e promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis" (At 2:32-33); comparem-se também (Jo 7:39; At 19:1 - 6). Desde os dias de Abel que haviam sido regeneradas almas pelo Espírito Santo e experimenta¬do a Sua influência, sobre as quais operou e a quem qualificou para o serviço; porém a Igreja não podia ser ungida com o Espírito Santo até que o Seu Senhor tivesse entrado vitorioso no céu e recebesse para ela a promessa do Pai. 

A verdade desta doutrina é ensinada, da forma mais direta e completa, em todo o Novo Testamento; e a sua integridade estreita é mantida, em figura, no símbolo que temos perante nós, pelo fato claro que, embora Arão fosse ungido antes de o sangue haver sido derramado (versículo 7), contudo os seus filhos não o foram, e não podiam ser ungidos senão depois (versículo 21).

Para os sacrifícios de consagração, as ofertas foram de quase todas as classes nomeadas por Deus.
A oferta pelo pecado, o novilho da expiação, deu aos sacerdotes "uma expressão oportuna de seu sentido de indignidade, uma confissão pública e solene de seus pecados pessoais e a transferência de sua culpa à vítima típica". O carneiro do holocausto servia para mostrar que os sacerdotes se consagravam inteiramente ao serviço do Senhor. A oferta de paz, o carneiro das consagrações, dava a entender a gratidão que os sacerdotes sentiam ao entrar no serviço de Deus.

Aarão e seus filhos punham as mãos sobre os animais oferecidos em sacrifício, mostrando assim que eles se ofereciam a Deus.

II. O SACERDÓCIO DE CRISTO

Porém, aprendemos alguma coisa mais com a ordem da unção nesta lição, além da verdade importante acerca da obra do Espírito, e a posição que a Igreja ocupa. A preeminência do Filho é-nos também apresentada. "Amaste a justiça e aborreceste a inquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros" (SI 45:7; Hb 1:9). É preciso que o povo de Deus mantenha sempre esta verdade nas suas convicções e experiências. Por certo, a graça infinita de Deus é manifestada no fato maravilhoso que pecadores culpados e dignos do inferno sejam chamados companheiros do Filho de Deus; mas nunca devemos esquecer, nem por um momento, o vocábulo "mais". Por mais íntima que seja a união—e é tão íntima quanto os desígnios eternos do amor divino a podiam fazer—, é, contudo, necessário que Cristo tenha em tudo a preeminência" (Cl 1:18). Não podia ser de outra maneira. Ele é Cabeça sobre todas as coisas — Cabeça da Igreja, Cabeça sobre a criação, Cabeça sobre os anjos, o Senhor do universo. Não existe um só astro de todos os que se movem no espaço que não Lhe pertença e não se mova sob a Sua orientação. 

Não existe um verme sequer que se arrasta sobre a terra, que não esteja sob os Seus olhos incansáveis. Ele está acima de todas as coisas; é toda a criatura "o primogénito de entre os mortos" "o princípio da criação de Deus" (Cl l:15-18;Ap 1:5). "Toda a família nos céus e na terra" (Ef 3:15) deve alinhar, na classe divina, sob Cristo. Tudo isto será reconhecido com gratidão por todo o crente espiritual; sim, a sua própria articulação produz um estremecimento no coração do crente. Todos os que são guiados pelo Espírito regozijar-se-ão com cada nova manifestação das glórias pessoais do Filho; da mesma maneira que não poderão tolerar qualquer coisa que se levante contra elas. Que a Igreja se eleve às mais altas regiões e glória, será seu gozo ajoelhar aos pés d'Aquele que se baixou para a elevar, em virtude do Seu sacrifício, à união Consigo; o qual havendo plenamente correspondido a todas as exigências da justiça divina, pode satisfazer todos os afetos divinos, unindo-a em um Consigo Mesmo, em toda a aceitação infinita com o Pai, na Sua glória eterna: "Não se envergonha de lhes chamar irmãos" (Hb 2:11).

Como membros do Corpo de Cristo, nós temos um relacionamento com Ele, o grande Sumo Sacerdote, que é análogo àquele entre Arão e seus filhos, que participavam de seu trabalho sacerdotal. Na carta aos hebreus, a qual trata deste assunto, nós temos uma espécie de Levítico neotestamentário. Nesta epístola, os crentes são denominados tanto de filhos como de “santos irmãos”, como se Cristo nos considerasse Seus filhos – “Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu” (Hb 2:13). Por meio de nós, portanto, como membros de Cristo, o grande trabalho sumo sacerdotal no céu deve encontrar expressão aqui na terra. Se nós perguntarmos qual é o significado do contínuo trabalho do Senhor como Sumo Sacerdote, a resposta é: trazer vida sobre a morte, anular a operação e reinado da morte espiritual. O maior conflito da Igreja é com a morte espiritual. Quanto mais espiritual um homem se torna, mais consciente ele está da horrível realidade desta batalha contra o maligno poder da morte.
Nenhum sacerdote ou levita do Antigo Testamento jamais tentou se tornar lírico sobre este assunto ou falar em linguagem poética como se a morte fosse algum tipo de amigo. Ah não, eles sabiam ser a morte a grande inimiga de Deus e de todos os Seus interesses.
Quando as Escrituras falam da morte como o último inimigo, isto não somente significa que é a última na lista, mas que é o inimigo derradeiro, a expressão completa de toda inimizade.

O efeito do sacerdócio é ilustrado repetidas vezes na Palavra de Deus. Nós observamos a morte adentrando por causa do pecado e, então, Deus intervindo com Sua resposta de vida por meio do sacrifício de sangue. O sangue fala de uma justiça aceita e, por meio disto, o sacerdote estava habilitado a enfrentar a morte, vencê-la e ministrar vida. Finalmente ouvimos falar do Senhor Jesus, que encontrou a morte na concentração de toda sua inimizade, derrotou-a por meio do perfeito sacrifício de sangue da Sua própria vida e, então, deu início à Sua obra sacerdotal de ministrar vida aos crentes.

O sacerdote é um homem que tem autoridade, embora esta seja espiritual e não eclesiástica. Ele tem poder com Deus. O apóstolo João fala do caso de alguém que cometeu um pecado que não leva à morte, e ele diz: “pedirá, e Deus lhe dará vida...” (1Jo 5:16). Esta referência revela que um crente que permanece na base da justiça pela fé por meio do sangue de Jesus pode exercer o poder do sacerdócio em benefício de um irmão que errou e, assim, ministrar vida a ele. Certamente não há ministério mais necessário na terra hoje do que este ministério tão vitalizante. Se nós ministrarmos verdades que não emanam vida, estamos desperdiçando nosso tempo. Deus não nos comissionou para sermos meros transmissores de informação sobre coisas divinas ou professores de moralidade. Ele nos libertou de nossos pecados para que pudéssemos ministrar vida a outros em virtude da autoridade sacerdotal. Vivemos em um mundo onde a morte reina. Diariamente multidões são arrastadas por uma maré de morte espiritual. Por quê? Por causa da injustiça. Precisa-se da atividade daqueles que aceitarão suas responsabilidades sacerdotais, tanto pedindo vida para outros quanto oferecendo vida a eles por meio do evangelho. Nós devemos ministrar Cristo. Não meras doutrinas sobre Ele; não meras palavras ou mandamentos, mas o impacto vital de Cristo em termos de vida. Assim, todo crente é chamado para se posicionar entre os mortos e os vivos dando a resposta de Cristo para as atividades de Satanás.

Não é de se admirar que o reino de Satanás esteve em guerra com Israel, pois a presença desta nação em um relacionamento correto com Deus proclamava efetivamente que o pecado e a morte não reinam universalmente no mundo de Deus, mas foram enfrentados e superados pelo poder de uma vida justa e incorruptível. No fim, Israel perdeu este testemunho e, por consequência, o ministério sacerdotal. A Igreja surgiu, então, para dar continuidade a este ministério, sendo não mais um povo localizado em uma terra, mas uma comunidade espiritual espalhada por toda a terra, um povo cuja vocação suprema é manter a vitória de Deus sobre a morte, conforme o testemunho de Jesus. E qual é o testemunho de Jesus? É o testemunho do triunfo da vida sobre a morte. Ele mesmo assim o descreveu a João: “[Eu sou] aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:18).

CONCLUSÃO

Na confecção deste pequeno estudo, buscamos consultar literatura que mais se aproxima com o pensamento de nossa denominação, tentando não perder a coerência teológica. Evitamos expressar conceitos e opiniões pessoais sem o devido embasamento na Palavra, pois a finalidade é agregar conhecimentos, enriquecer a aula da escola dominical e proporcionar ao professor domínio sobre a matéria em tela. Caso alcance tais finalidades, agradeço ao meu DEUS por esta grandiosa oportunidade.


                                                       Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR

12 de março de 2014

DEUS ESCOLHE ARÃO E SEUS FILHOS PARA O SACERDÓCIO



DEUS ESCOLHE ARÃO E SEUS FILHOS PARA O SACERDÓCIO

TEXTO ÁUREO  = “E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Ap 5.10).

VERDADE PRÁTICA = Cristo nos fez reis e sacerdotes, para anunciarmos as virtudes do seu Reino.

LEITURA BIBLICA = Exodo 28: 1-1

INTRODUÇÃO

Em Êxodo 28:1 aprendemos que Arão e seus filhos foram separados para o ministério de sacerdote no Tabernáculo. Tudo que diz respeito ao oficio deles, das suas roupas e consagração, é introduzido aqui, pois estas coisas devem ser vistas como parte do Tabernáculo e dos seus serviços. Como revelado em Êxodo 39:32, o Tabernáculo não estava completo até que as vestimentas sacerdotais estivessem prontas.

Descrição Geral

Desde que o pecado entrou no mundo o homem tem sentido a necessidade de um sacerdote. Até mesmo as religiões pagãs incluem uma classe especial de sacerdotes para intermediar entre o devoto e seu deus. O desejo de um sacerdote vem do sentimento de culpa e a necessidade de um mediador entre a pessoa e Deus.

Os sacerdotes Levíticos foram ordenados por Deus sob o regime da Velha Aliança para servirem no Tabernáculo e na adoração no Templo. Seu trabalho era simbólico e tipificava o verdadeiro sacerdócio de Jesus Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote.

O trabalho destes sacerdotes é resumido em Hebreus 5:1-2. Eles deviam ser descendentes de Arão e tinham de preencher qualificações rígidas (Levítico 21). O traje deles é descrito em Êxodo. Todo serviço do Tabernáculo estava sob os cuidados deles. Eles ofereciam sacrifícios, aspergiam sangue, queimavam incenso, trocavam os pães da proposição e transportavam o Tabernáculo quando necessário. Muitos dos deveres ligados à pureza cerimonial de Israel estavam também nas mãos deles (Levítico 12-15 nos dá um exemplo disto). E por fim, os sacerdotes deveriam instruir a nação na lei de Deus (Deuteronômio 33:10).

O Típico Significado do Sacerdócio Levítico

O sacerdócio Levítico foi instituído para prefigurar o ofício e obra sacerdotal de nosso Senhor. Estes sacerdotes judeus ilustravam a obra de Cristo tanto por comparações quanto por contrastes. Os contrastes revelam a superioridade do Seu sacerdócio. Note primeiramente as seguintes comparações:

A. Os sacerdotes Levíticos eram ungidos para o seu ofício (Êxodo 29:7, Levítico 8:12). Jesus é o Cristo. Cristo significa !o ungido?.

B. Nosso Senhor, se tornou sacerdote pela autoridade divina (Hebreus 5:4-5), assim como os sacerdotes do Velho Testamento.

C. Os sacerdotes Levíticos eram homens e podiam sentir empatia pelo povo (Hebreus 5:1-2). Jesus Cristo tomou sobre si a natureza humana a fim de que pudesse ser um Sumo Sacerdote compassivo para o Seu povo (Hebreus 2:14-18).

D. Os sacerdotes Levíticos ofereciam sacrifícios pelo povo e intercediam a Deus a favor deles (Hebreus 5:1-2). Cristo, nosso grande sumo sacerdote, se deu a si mesmo como nosso sacrifício e vive para interceder por nós (Hebreus 9:11-12, 24-28).

E. As qualificações para a o sacerdócio da Velha Aliança asseguravam que, no mínimo, eles estavam cerimonialmente e oficialmente santos. Nosso Senhor em verdade era perfeitamente santo (Hebreus 7:26).

Note agora alguns contrastes entre Cristo e os sacerdotes Levíticos:

F. Enquanto os sacerdotes Levíticos eram meramente homens, nosso grande sumo sacerdote era tanto homem quanto Deus. A Epístola aos Hebreus que fala muito a respeito do sacerdócio de Cristo, começa com um capítulo assegurando a Sua deidade (Hebreus 1:1-14). Sendo tanto homem quanto Deus Cristo pode verdadeiramente atuar como nosso mediador (I Timóteo 2:3-5).

G. Enquanto os sacerdotes Levíticos eram sacerdotes terrenos sobre uma casa terrena, nosso Salvador é um sacerdote celestial sobre uma casa celestial (Hebreus 8:1-2, 9:24).

H. Enquanto não havia nenhum juramento conectado a consagração dos sacerdotes Levíticos, nosso Senhor foi feito sacerdote pelo juramento de Deus (Salmo 110:4, Hebreus 7:21 e 28).

I. Os sacerdotes terrenos eram pecadores e necessitavam se purificar através do sacrifício. Nosso Salvador era santo e sem pecado (Hebreus 7:26-28).

J. Os sacerdotes Levíticos nunca se sentavam quando ministravam, pois seu trabalho nunca acabava. Suas ofertas realmente nunca tiravam o pecado (Hebreus 10:11). O sacrifício de nosso Senhor tirou de uma vez por todas os nossos pecados. Ele agora está assentado á direita de Deus (Hebreus 10:11-13).

K. Os sacrifícios dos sacerdotes Levíticos eram muitos porque eram apenas meras figuras e não podiam tirar os pecados (Hebreus 10:1-4). Cristo ofereceu apenas um sacrifício que é eternamente o suficiente para salvar o Seu povo (Hebreus 10:10-14).

L. Os sacerdotes Levíticos eram muitos enquanto nosso verdadeiro sacerdote apenas Um (Atos 4:12).

M. Os sacerdotes do Velho Testamento morreram enquanto nosso Salvador vive para sempre (Hebreus 7:22-25).

N. Os sacerdotes Levíticos pertenciam a um típico e temporário sistema baseado na aliança que terminou um dia. Nosso Senhor tem um real e imutável sacerdócio (Hebreus 7:11-12, 24-25).

O. Finalmente, os sacerdotes Levíticos pertenciam a uma ordem diferente de nosso Senhor. Ele era sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hebreus 7:17). Isto será explicado na próxima seção.

 O Sacerdócio de Melquisedeque

Nós aprendemos muito a respeito de nosso Salvador contrastando o sacerdócio Levítico com o de Melquisedeque. Vamos estudar a base necessária de informações e então faremos estes importantes contrastes.

Em Gênesis 14:18-20 encontramos Melquisedeque. Esta misteriosa pessoa era tanto rei de Salém (Jerusalém) quanto sacerdote de Deus. Abraão, reconhecendo sua grandeza, pagou-lhe os dízimos. Em Salmo 110:4 lemos que o Messias seria sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. O autor de Hebreus usa isto para ensinar algumas grandes verdades:

P. Abraão era o pai (ancestral) dos sacerdotes Levíticos, mas ainda assim reconheceu que Melquisedeque era seu superior e lhe pagou os dízimos. Portanto, é óbvio que o sacerdócio de Melquisedeque é maior do que o de Arão (Hebreus 7:1-10). Logicamente, Cristo como sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque é superior aos sacerdotes Levíticos.

Q. O sacerdócio Levítico estava baseado na linhagem e descendência humana. Os sacerdotes Levíticos nasceram em certa família e então se tornaram sacerdotes. Não há relato da linhagem de Melquisedeque (Hebreus 7:3). Nosso Senhor assim como Melquisedeque, não foi um sacerdote feito em virtude de descendência de Arão (Hebreus 7:12-15).

R. Sacerdotes Levíticos eram muitos porque eles morriam e necessitavam de um sucessor. Não há registro da morte de Melquisedeque (Hebreus 7:2-3). Da mesma forma, nosso Senhor não necessita de sucessor, pois Ele vive sempre para realizar a Sua obra salvadora (Hebreus 7:15-17, 23-25).

S. Diferente dos sacerdotes Levíticos, Melquisedeque era rei e sacerdote. Nosso Salvador também é um sacerdote e um rei, aos quais poderíamos acrescentar que Ele também é um profeta. Somente Cristo é profeta, sacerdote e rei; o ungido

A Indumentária dos Sacerdotes (28.1-43; cf. 39.1-31)

a) Introdução (28.1-5). Deus escolheu Arão, o irmão de Moisés, e seus descendentes, para servir de sacerdotes. Até este momento, Moisés era o único mediador, mas foi a família de Arão, e não a de Moisés, que foi escolhida para administrar perante Deus a favor de Israel (1). As vestes destes sacerdotes eram especiais e consideradas santas (2). Típico da pureza interior do povo de Deus, os objetos externos eram separados para propósitos santos. Estas roupas também eram para glória e ornamento. Seria incompatível e desprovido de glória o sacerdote ministrar com roupas simples e sem brilho no Tabernáculo graciosamente colorido. Deus, o Autor de tudo que é bom e bonito, deseja que seu povo seja formoso e que haja beleza nos procedimentos de adoração.

Deus concedeu espírito de sabedoria (3) a homens sábios para capacitá-los a fazer estas vestes. Deus, que criou a beleza, dá ao homem a apreciação divina pela beleza e a aptidão divina para criá-la. Certas produções que o mundo chama arte não passam de imoralidade, mas a verdadeira arte é de Deus.

No versículo 4, há uma lista dividida em grupos dos artigos para o sumo sacerdote, os quais são detalhados separadamente nos versículos seguintes. Os materiais eram os mesmos para as cortinas do Tabernáculo (5), exceto que havia ouro.

O Éfode! versículos 6-14 = O Éfode somente era usado pelo sumo sacerdote. Esta vestimenta era semelhante a um avental duplo fixado por um ?cinto especial? que era assim chamado para distingui-lo do cinto comum usado pelos outros sacerdotes (versículo 40). Tanto o cinto especial quanto o éfode eram confeccionados com o mesmo material utilizado nos véus e nas cortinas interiores do tabernáculo.

O éfode era um símbolo das funções e deveres sacerdotais. Em cada ombro havia uma pedra de ônix fixada por engates de ouro. Os nomes de cada uma das tribos de Israel estavam gravados nestas pedras. Temos aqui uma preciosa verdade em ilustração. Quando o sumo sacerdote comparecia diante de Deus, ele carregava os nomes do povo da aliança. Ele os representava em seus deveres e intercedia por eles diante de Deus. As pedras estavam nos seus ombros para revelar que sua força estava prometida para o bem estar deles.

Isto tipifica Cristo, que é a força, o representante e intercessor do Seu povo. Nossos nomes estão no livro do Seu decreto e aliança ! o da vida do Cordeiro (Apocalipse 13:8). Ele nos representou no Calvário e agora vive para levar os nossos nomes diante do Pai (João 17:9). Ele é a nossa força e salvação.

O cinto era usado para amarrar o manto para o trabalho ou quando em viagem.  Nas Escrituras, o cinto simboliza força e prontidão.  Cristo é sempre pronto para atuar ao favor do Seu povo (João 13:3-5). 

O Seu trabalho e serviço é sempre feito em justiça, querendo Ele abençoar o Seu povo ou julgar os inimigos deles (Isaías 11:5).

O Peitoral! versículos 15-29 = O peitoral tinha aproximadamente 23 centímetros quadrados e era incrustado com doze pedras preciosas gravadas com os nomes das tribos de Israel. Ele era fixado ao éfode e o cinto especial, através de cadeiazinhas de ouro e do cordão azul.

Assim como os nomes gravados nas pedras de ônix revelavam a força do nosso Salvador, estas outras revelam o Seu amor. Nós estamos sempre no coração do nosso grande Sumo Sacerdote (versículo 29) do mesmo modo que as tribos de Israel estavam sobre o coração de Arão. É maravilhoso saber que Cristo intercede por nós porque nos ama. Nós somos Suas jóias (Malaquias 3:16-17). Ele nunca comparece perante o Pai sem levar os nossos nomes em Seu coração.

O Urim e Tumim! versículo 30 = As palavras ?Urim? e !Tumim? significam !luz? e ?perfeição?. Estes objetos que estavam sempre associados ao Éfode e ao Peitoral estavam relacionados com o serviço sacerdotal de discernir a vontade de Deus (Números 27:21; I Samuel 23:9-11 e 28:6; Esdras 2:61-63). Elas revelam Cristo como conselheiro e como aquele que revela a vontade de Deus (Isaías 9:6).

O que estas pedras eram e como elas funcionavam tem sido objeto de extenso debate. Basicamente há duas teorias pelas quais os homens têm feito muitas especulações.

A. Muitos acreditam que o Urim e Tumim eram duas pedras ou objetos guardados no bolso criado pelo duplo peitoral (versículo 16). De alguma maneira isto era usado para discernir a vontade de Deus. Alguns acreditam que elas eram gravadas com um !sim? e um ?não? e de certo modo revelavam a resposta de Deus quando os homens buscavam Sua direção.

B. Outros acreditam que o Urim e Tumim eram simplesmente as doze pedras do peitoral que eram designadas como !luz? e ?perfeição?. O sumo sacerdote o vestia em razão de ser o representante oficial de Israel perante o Senhor. Em virtude da posição do sumo sacerdote, acredita-se que Deus falava ao povo através dele.

Mesmo que o autor se inclina mais para a segunda teoria, não podemos esquecer que Deus poderia perfeitamente ter dado todos os detalhes se Ele achasse conveniente. O importante a ser visto no Urim e Tumim é que Cristo como nosso Sumo Sacerdote é também nosso profeta e revelador da vontade do Pai.



AS LEIS PARA A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES = ÊXODO 29

Este capítulo trata ao respeito das leis para a consagração dos sacerdotes em seus ofícios. Em Levítico 8 temos a descrição atual da consagração destes homens. Alguém pode perguntar porque os sacerdotes, que !tipificavam? á de Cristo, precisavam estar cerimonialmente limpos. Devemos lembrar que diferente do nosso Salvador, estes homens eram pecadores e necessitavam ficarem limpos (Hebreus 7:26-28). Israel foi então ensinado que o sacerdócio Levítico não era perfeito em si mesmo, mas apontava para a vinda de um sacerdote maior.

Os Sacrifícios Reunidos! versículos 1-3

A Iniciação da Consagração! versículo 4

Arão e seus filhos foram tirados dentre o povo de Israel para atuarem como sacerdotes. Eles foram primeiramente trazidos á porta do Tabernáculo. Como sacerdotes eles deveriam ser mediadores entre Deus e o povo, como foi mostrado em suas posições entre o Shekinah e a porta do Tabernáculo. Eles foram lavados, da mesma forma como aqueles que servem á Deus devem estar limpos (Isaías 52:11). Em nossos dias, somente aqueles que são lavados pelo novo nascimento podem verdadeiramente servir a Deus (Tito 3:5).

 Arão é Vestido! versículos 5-6

Na lição anterior aprendemos como estas roupas foram usadas para tipificar o caráter e a obra do nosso Salvador.

Arão é Ungido! versículo 7

Os dois títulos de !Cristo? e ?Messias? têm o mesmo significado, ou seja !o ungido?. Jesus é o Cristo porque foi ungido com o Espírito Santo (Isaías 61:1; Hebreus 1:8-9). Para entendermos o sentido completo disto precisamos voltar á tipologia do Velho Testamento.

Em Israel havia três ofícios importantes que prefiguravam a obra de Cristo. Israel tinha profetas, sacerdotes e reis. Em cada caso estas pessoas eram ungidas para o ofício (I Crônicas 11:3; I Reis 19:16). Eles prefiguravam Jesus Cristo como nosso profeta, sacerdote e rei.

Portanto, Arão foi ungido neste ofício a fim de prefigurar Cristo como nosso sumo sacerdote. O Salmo 133 está baseado nisto. O óleo foi copiosamente derramado sobre o sumo sacerdote pra prefigurar a unção completa do nosso Senhor (Hebreus 1:8-9). Não havia limites para o poder do Espírito manifestado na obra de nosso Senhor. O óleo, sem dúvida, é uma figura do Espírito. (Note que a receita para o óleo de unção é encontrada em Êxodo 30:23-30).

Os Filhos de Arão são Vestidos! versículo 8-9

Os sacerdotes normais eram vestidos de forma diferente do sumo sacerdote, que vestia o peitoral, a mitra... etc.

O Sacrifício pelo Pecado! versículos 10-14

O sacrifício pelo pecado revelava a necessidade dos sacerdotes estarem limpos do pecado e serem então aceitos por Deus. Suas mãos eram colocadas sobre a cabeça do novilho para simbolicamente transferir os pecados deles para o animal. Cristo é o nosso sacrifício pelo pecado (II Coríntios 5:21; Isaías 53:6-8). O ato das mãos colocadas sobre o sacrifício é muitas vezes usado como figura da nossa fé no Senhor Jesus.

A queima da gordura representa a figura do Pai aceitando o sacrifício de Cristo (Efésios 5:2). A queima da pele e do esterco fora do arraial, mostra a vergonha que Cristo tomou sobre si mesmo quando carregou todos os nossos pecados (Hebreus 13:11-13).

O Holocausto! versículos 15-18

Na consagração dos sacerdotes eram utilizados três sacrifícios separados. Talvez a melhor explicação deste simbolismo seja aquela dada pelo Rabino Levi ben Gerson, como citado por George Bush, em seu comentário sobre Êxodo:

É adequado notar a ordem pela qual estes sacrifícios eram oferecidos. Primeiramente, uma expiação pelos pecados era feita, através do sacrifício pelo pecado; da qual nada, exceto a gordura, era oferecida a Deus (A quem seja louvor); porque os ofertantes ainda não eram dignos da aceitação de Deus de uma oferta ou um presente a Ele. Mas depois de terem sido purificados, eles imolavam á Deus (A quem seja louvor) um holocausto, o qual era totalmente consumido sobre o altar, a fim de indicar o seu estado de devoção ao ofício sagrado.

E depois do holocausto eles ofereceram um sacrifício á semelhança da oferta pacífica, onde uma parte era oferecida á Deus, uma ao sacerdote e outra aos ofertantes, indicando assim que eles foram aceitos por Deus, que podiam agora, ter uma mesa comum com ele.

O Carneiro da Consagração! versículos 19-28

O segundo carneiro revela os sacerdotes como agora sendo aceitos por Deus e consagrados a Ele. O sangue colocado nos sacerdotes revelava que eles estavam totalmente consagrados a Deus (versículo 20). Seu ouvir, trabalho e andar diário eram consagrados para Deus. É o sangue de Cristo que nos limpa e faz com que a nossa dedicação e serviço a Deus sejam aceitos.

O óleo e o sangue eram então aspergidos sobre os sacerdotes e suas roupas. Nós somos salvos pela regeneração do Espírito e a aplicação do sangue de Cristo. Pensaria que as embelezadas roupas ficariam manchadas pelo sangue. Entretanto, podemos ver que enquanto o sangue normal mancha, o sangue de Cristo branqueia (Apocalipse 7:14).

Parte do carneiro e o pão eram colocados nas mãos de Arão como oferta de movimento. Os sacerdotes eram agora aceitos e podiam oferecer a oferta pacífica ao Senhor. Somente através de Cristo nossos sacrifícios espirituais são aceitos.

Preparação para o Futuro! versículos 29-30

Arão morreria um dia. Quando isso ocorresse as roupas especiais passariam para aquele que o substituiria (Números 20:28). Nosso Senhor Jesus Cristo não precisa de nenhuns sucessores (Hebreus 7:24-25).

Sete dias de Consagração? versículos 31-37

Durante sete dias esta consagração deveria se repetir diariamente. Israel deveria ficar impregnado com as exigências santas de Deus. Até mesmo o altar deveria ser consagrado. Certamente que um israelita atencioso veria nestas repetições a necessidade de um melhor sacrifício (Hebreus 9:24-26). Eles deveriam ver que estas ofertas, repetidas freqüentemente, eram apenas tipos do verdadeiro.

Note que os sacrifícios se tornavam a comida dos sacerdotes. Sacrifícios e banquetes caminhavam juntos. Somos lembrados disto na ceia do Senhor (Mateus 26:26-28). Cristo morreu para tornar-se nossa comida espiritual (João 6:33).

O Sacrifício Diário! versículos 38-42

Deixando a consagração dos sacerdotes passamos para o trabalho deles. Todo dia, sem exceção, dois cordeiros deviam ser oferecidos como oferta queimada. Diariamente, Israel deveria ser lembrado da sua necessidade de um Salvador.

Que este sacrifício diário possa nos fazer lembrar de nunca deixar passar uma manhã ou uma noite sem tirarmos tempo para confessarmos nossos pecados, orarmos e adorarmos Cristo, nosso Salvador.

Deus Habitando entre o Povo! versículos 43-46

O tabernáculo, o sacerdócio e os sacrifícios, lembravam Israel constantemente que Deus somente habita com Seu povo por causa da obra salvadora de Cristo.


Conclusão

Nós poderíamos concluir que o autor da Epístola aos Hebreus usa o juramento do Salmo 110:4 para provar que o sacerdócio Levítico era temporário.
O sacerdócio Levítico não era perfeito, ou então Deus não teria prometido a vinda de outro tipo de sacerdote. O sacerdócio Levítico duraria somente até a vinda do Salvador (Hebreus 7:11-12) que iria tirar o primeiro (Velha Aliança) para estabelecer o segundo (Hebreus 10:9).  


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Comentário Bíblico Beacon
www.palavraprudente.com.br
Livro Uma Jornada de Fé = PAD = Alexandre Coelho e Silas Daniel