27 de junho de 2019

O SACERDÓCIO CELESTIAL


O SACERDÓCIO CELESTIAL


Texto Base: Hebreus 9:11-15; Apocalipse 21:1-4

 “Porque nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus” (Hb.7:26).

“Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote perfeito, porque, sendo Ele a Oferta e o Ofertante, garantiu-nos, no Calvário, uma salvação eficaz e eterna”.

TEXTO BIBLICO = Hebreus 9:11-15 – APOC. 21: 1-4

INTRODUÇÃO

Pela graça de Deus, chegamos ao final de mais um trimestre letivo. Tivemos o privilégio de caminhar dentro do Tabernáculo e entender o processo de nossa salvação. De tudo o que estudamos até a presente Aula, podemos dizer que o Tabernáculo levítico é um tipo do “Tabernáculo Celestial”, e Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote desse Tabernáculo Celestial, em que a Sua Igreja é constituída de sacerdotes. O antigo santuário terreno, com seu complexo sistema de ritos, dera lugar a um novo santuário, o celestial, onde o próprio Jesus oficia como Sumo Sacerdote. Mas Ele não é apenas um Sumo Sacerdote, Ele é o Sumo Sacerdote-Rei, que está assentado à destra do Pai para interceder pelo seu povo (Rm.8:34). 

I. O SACERDÓCIO CELESTIAL TEM UM ÚNICO SUMO SACERDOTE

No livro do Êxodo constam as instruções dadas por Deus a Moisés para a construção do Santuário (Êx.25:1-9). As recomendações dadas a Moisés, conforme expõe o registro sagrado, eram destinadas à construção de um santuário, onde Deus habitaria com eles (Êx.25:8). Essa era, portanto, a finalidade terrena do Tabernáculo móvel e era nesse Tabernáculo que tanto os sacerdotes como o sumo sacerdote exerciam seus ministérios. Todavia, foi no Santuário Celestial que Cristo entrou para oficiar, como Sumo Sacerdote, em nosso favor. Para o escritor aos Hebreus, esse Tabernáculo é o próprio Céu, que é chamado de "verdadeiro Tabernáculo" por pertencer a dimensão celestial.

1. Cristo: o Sumo Sacerdote da Nova Aliança

Os sacerdotes de Israel eram apenas sombras do nosso grande Sumo Sacerdote, o Senhor Jesus Cristo. Algumas referências bíblicas nos dão uma compreensão da perfeição encontrada no caráter sacerdotal de Cristo:

a) Como Sacerdote, Cristo foi designado e escolhido por Deus Pai (Hb.5:5). Cristo foi constituído Sumo Sacerdote pelo Pai desde a eternidade. Realizou seu ministério de acordo com um propósito eterno. Todo sumo sacerdote procedia da tribo de Levi e da família de Arão; esse ministério era hereditário e sucessivo. Cristo, porém, não foi sacerdote da mesma ordem. Ele era da tribo de Judá. Por isso, não pertencia à classe sacerdotal levítica. Foi constituído sacerdote de uma ordem eterna, a ordem de Melquisedeque.
"Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei".

b) Como Sacerdote, Cristo foi consagrado com um juramento (Hb.7:20-21). O sacerdócio araônico foi instituído por lei divina; o sacerdócio de Cristo, por juramento divino. Uma lei pode ser anulada, um juramento dura para sempre. O sacerdócio de Cristo não vem de uma linhagem humana, mas do juramento divino. Os sacerdotes precisavam provar que pertenciam à tribo de Levi (Ne.7:63-65) e preencher os requisitos físicos e cerimoniais (Lv.21:16-24). O sacerdócio de Cristo, porém, foi estabelecido com base em sua obra vicária na cruz, em seu caráter impoluto e no juramento de Deus (Sl.110:4).

"E visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, mas este com juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque)".

c) O sacerdócio de Cristo está fundamentado numa Aliança superior (Hb.7:22) - “de tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador” (Hb.7:22).

Cristo é o fiador de uma Nova Aliança - a Aliança firmada em seu sangue. O termo “fiador” significa aquele que garante que os termos de um acordo serão cumpridos. Judá se dispôs a servir de fiador para Benjamim, a fim de garantir ao pai que o menino voltaria para casa em segurança (Gn.43:1-4). Paulo se dispôs a servir de fiador para o escravo Onésimo (Fm.18:19). 

Jesus é o fiador da Nova Aliança no sentido de que Ele mesmo é a Garantia. Por meio de sua morte, sepultamento e ressurreição, Ele proveu uma base de justiça sobre a qual Deus pode cumprir os termos da Aliança. Seu eterno sacerdócio também está vitalmente ligado ao infalível cumprimento dos termos da Aliança. Como nosso representante diante de Deus, Ele cumpre perfeitamente os termos da lei em nosso nome. Jamais seríamos capazes, por conta própria, de cumprir esses termos; mas, uma vez que cremos nele, ele nos salvou e garantiu que nos guardará.

d) O sacerdócio de Cristo é demonstrado pela sua atividade permanente (Hb.7:23-25). Os sacerdotes da ordem levítica não eram apenas imperfeitos, mas também tinham seu ministério interrompido pela morte. 

Nenhum sacerdote em Israel viveu para sempre. Uma geração de sacerdotes dava lugar à próxima geração. Enquanto novos sacerdotes entravam, os mais antigos estavam se aposentando ou morrendo. Permanecia o sacerdócio, mas não havia um sacerdote específico de quem se pudesse depender o tempo todo. 

O ministério de Cristo, porém, é perfeito e dura para sempre, pois ele morreu pelos nossos pecados, venceu a morte, ressuscitou para a nossa justificação, voltou ao Céu e está à destra do Pai intercedendo por nós. Ele vive para sempre (Ap.1:18); isso quer dizer que, quando nos aproximamos de Deus por meio dele, ele está sempre presente, sempre à disposição e jamais se ausenta. Sua presença no Céu como representante do pecador é garantia de que ninguém que nele confia será rejeitado. É sempre bem-sucedida e permanente a sua intercessão em favor dos fracos e falhos pecadores. Sua morte vicária foi consumada na cruz, mas seu ministério sacerdotal continua no Céu. Ele é o Advogado, o Justo (1João 2:1).

Nenhuma condenação prospera contra aquele que está em Cristo, pois ele morreu, ressuscitou e está à destra de Deus, de onde intercede por nós (Rm.8:1,34,35). Ele é o único Mediador - "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem" (1Tm.2:5).

 "E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de permanecer; mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles".

e) O Seu oferecimento é perfeito e definitivo (Hb.7:26-28). Os sacerdotes levitas precisavam oferecer sacrifícios primeiro por si mesmos, pois eram pecadores. Mas Jesus é o sacerdote perfeito, santo, inculpável, separado dos pecadores. Ele é o sacerdote perfeito que não precisou oferecer oferta por si mesmo. Ele é a oferta perfeita e o ofertante perfeito. Nele, não havia pecado; ao contrário, ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus, que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre”.

2. Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote no Céu

Atente para o seguinte texto sagrado: 

“Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb.8:1,2).

Veja neste texto algumas preciosas características da superioridade do sumo sacerdócio de Cristo.

a) A dignidade superior da Pessoa de Cristo – “Ora, a suma do que temos dito é que temos um tal sumo sacerdote...”.
A expressão “sumo sacerdote tal” faz referência à dignidade de Cristo e a glória de Sua pessoa. Ele é santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e mais sublime que os céus (Hb.7:26). Os sacerdotes da ordem levítica eram homens imperfeitos, realizando sacrifícios imperfeitos, em favor de homens imperfeitos. Mas Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é perfeito, ofereceu um sacrifício perfeito, a fim de aperfeiçoar para sempre homens imperfeitos.

b) A dignidade superior da Posição de Cristo – “...que está assentado nos céus à destra do trono da 
 Majestade...”.  Na ordem levítica, um sacerdote não podia exercer a realeza nem o rei podia assumir o papel de sacerdote. Altar e trono estavam separados. 

Mas, Jesus, segundo a ordem de Melquisedeque, é tanto rei como sacerdote. Como Sacerdote, ele ofereceu a si mesmo na cruz, como o sacrifício perfeito; e, como Rei, ele foi exaltado, entronizado e está à destra da Majestade nos céus. 

"Sentar-se" era frequentemente uma característica de honra ou autoridade no mundo antigo: um rei se sentava para receber seus súditos; uma corte se sentava, para julgar; e um professor sentava-se, para ensinar. O livro de Apocalipse, em particular, descreve Deus assentado no trono (Ap.4:2,10; 5:1,7,13; 6:16; 7:10,15; 19:4; 21:5), e Jesus como compartilhando esse trono (Ap.1:4,5; 3:21; 7:15-17; 12:5). O trono de Deus e o santuário (o verdadeiro tabernáculo) colocam o Rei e o Sumo Sacerdote juntos no mesmo lugar.

Portanto, Jesus não ministra no tabernáculo ou no templo, que são sombras terrenas da realidade celeste. Ele ministra na própria realidade celestial, na habitação do próprio Deus. Ele voltou aos Céu (Hb.4:14), foi feito mais alto do que os céus (Hb.7:26) e assentou-se à destra do trono da Majestade nos céus (Hb.8:1). Glórias sejam dadas a Ele!

c) A dignidade superior do Ministério de Cristo – “...ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem”. 

Os sacerdotes da tribo de Levi ministravam numa tenda feita pelo homem, um tabernáculo terreno, sombra do verdadeiro tabernáculo celestial, erigido por Deus, e não pelo homem (Hb.9:24). Deus deu a Moisés uma cópia do tabernáculo verdadeiro (Êx.25:9,40; 26:30). A cópia estava na terra; mas o verdadeiro tabernáculo está no Céu. O tabernáculo e o trono estão interligados.

O profeta Isaías diz que viu o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo (Is.6:1). Nenhum sacerdote jamais foi exaltado à destra de Deus nem se assentou no trono à mão direita de Deus Pai. Embora Jesus tenha consumado sua obra de redenção na cruz, continua como nosso Advogado junto ao Pai (1João 2:1). Do tabernáculo de Deus, no Céu, fluem bênçãos que ultrapassam quaisquer bênçãos do sistema sacrificial levítico.

3. O sacerdócio coletivo dos cristãos

Jesus é o Sumo Sacerdote da Nova Aliança, e os cristãos são seus sacerdotes (1Pd.2:9; Ap.1:6; 5:10).
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real...” (1Pd.2:9).

“Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, poder e glória para todo o sempre. Amém” (Ap.1:5,6).

O Sacerdote Celestial está conosco; nEle somos o sacerdócio real, o Corpo de Cristo chamado para servir. No Sacerdócio Celestial de Cristo é que está fundamentado o sacerdócio universal dos crentes.
Note que todos os crentes são sacerdotes, e não uma só pessoa de uma tribo especifica. Na Nova Aliança não existe mais a figura do sacerdote, que, na Antiga Aliança, era o mediador entre o povo e Deus. O pastor não é sacerdote, ele é despenseiro; despenseiro é aquele que cuida da despensa. E dentro dessa despensa existem ovelhas (filhos de Deus – a igreja), e essas ovelhas tem dono, seu nome é Jesus Cristo, o nosso Sumo Pastor (1Pd.5:4). 

Portanto, hoje, a mediação entre Deus e o ser humano não se aplica a nenhum indivíduo, senão ao próprio Cristo, que se constituiu Sumo Sacerdote do povo redimido. Na Nova Aliança, Cristo é o único mediador entre nós e o Pai Celeste (1Tm.2:5).

II. O SACERDÓCIO UNIVERSAL DA IGREJA

Sacerdote é o que se coloca diante de Deus no lugar do homem, levando suas necessidades à presença dAquele que pode intervir miraculosamente na vida da raça humana. 

A Igreja é o corpo de Cristo (1Co.12:27; Ef.4:12), e esta figura bíblica nos fala de que cabe à Igreja, na atual dispensação, iniciada com a subida de Cristo aos céus e a vinda do Espírito Santo para não deixar a Igreja órfã (Jo.14:18), continuar e ampliar as obras feitas por Jesus em Seu ministério terreno (Jo.14:12), de modo que a Igreja tem o dever de exercer os três ofícios que eram exercidos pelo Senhor Jesus. Assim, a Igreja é a portadora legítima e exclusiva dos ministérios profético, sacerdotal e real.

1. A Igreja, que é formada de sacerdotes, tem como Sumo Sacerdote o Senhor Jesus
Jesus é descrito nas Escrituras como o bom Pastor, o Pastor Supremo (João 10:11; 1Pd.5:4), Rei (Ap.19:16; Atos 2:29-36), Profeta (Dt.18:17-19; Atos 3:22-23; Lc.13:33), Mediador (Hb.8:6; 1Tm.2:5), Salvador (Ef.5:23). Cada uma destas descrições salienta alguma função que Jesus desempenha no plano da salvação. Contudo, a mais completa descrição de Jesus com respeito a sua obra redentora seja a de Sumo Sacerdote (Hb.5:10).

“Sendo por Deus chamado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”.

O Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, foi imolado. Agora, uma nova ordem perpétua foi inaugurada. Cristo é sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque. Ele morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras. Foi sepultado e ressuscitou segundo as Escrituras (1Co.15:3). Sua morte não foi um acidente nem sua ressurreição foi uma surpresa. Ele está no Céu intercedendo por nós, por isso pode salvar-nos totalmente (Hb.7:25).

Como Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, Ele é maior que o sacerdócio do Antigo Testamento (Hb.4:14,15), porque está ligado a uma Nova Aliança (Hb.8:6-13) e ao culto do templo celestial (Hb.9:1-28).

Portanto, o sacerdócio de Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, é a consumação do sacerdócio levítico. Aquele era temporário e transitório, este é permanente e eterno; aquele era sombra, este é a realidade.

2. A Igreja foi chamada a exercer o sacerdócio

Pedro denominou a Igreja como sendo “o sacerdócio real” que tem como finalidade “anunciar as virtudes daquele que chamou a Igreja das trevas para a maravilhosa luz de Jesus” (1Pd.2:9), sendo corroborado por João que nos diz, no Apocalipse, que Jesus nos fez “reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai” (Ap.1:6); reis e sacerdotes que, a exemplo do próprio João, testificam da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo e de tudo o que têm visto (Ap.1:2). A Igreja deve exercer, na qualidade de corpo de Cristo, os ofícios sacerdotal, real e profético.  

Ocupar a função sacerdotal implica necessariamente em ministrar a Deus a favor dos homens. É verdade que todos têm acesso a Deus, através de Cristo Jesus, porém, é também verdade que a Bíblia nos exorta a orar uns pelos outros e fazer súplicas e intercessões por todos os homens. É um imperativo, um chamado, um dever, um privilégio.

Todavia, é válido ressaltar que o papel da Igreja não é o perdão dos pecados, muito menos a mediação entre Deus e os homens, como, equivocadamente, defendem alguns segmentos religiosos, como o catolicismo romano ou o mormonismo. O sacerdócio da Igreja não é o sumo sacerdócio, que é exclusivo de Cristo. Por isso, é falso o ensino a respeito do chamado “sacerdotalismo”, ou seja, a ideia de que, entre os fiéis, existem dois tipos de pessoas: os “sacerdotes”, estabelecidos para fazer a mediação entre Deus e os homens e os “leigos”, meros integrantes da Igreja.

3. Como sacerdotes, a Igreja deve exercer a Adoração, a Intercessão, a Santificação e o ensino da Palavra de Deus.

a) O exercício da Adoração. Cabe aos sacerdotes a responsabilidade pela oferta de sacrifícios, não mais sacrifícios pelo pecado, vez que Jesus removeu, com seu único sacrifício o pecado, mas de sacrifícios pacíficos ou “ofertas pacíficas”, que é o nosso “culto racional” (Rm.12:1), como também o nosso louvor (Os.14:2; Hb.13:15).

É importante que tenhamos uma liturgia apropriada e adequada em nossas reuniões, como também devemos ter uma vida de sincera, genuína e verdadeira adoração ao Senhor, para que não venhamos a ser reprovados como foram os filhos de Arão, que, por apresentarem fogo estranho perante o Senhor, foram mortos (Lv.10:1-3), algo que continua a ocorrer nos nossos dias (1Co.11:29,30), visto que, como a Igreja é um povo espiritual, a morte dos sacerdotes também é espiritual e não física, como se deu no caso de Nadabe e Abiú.

b) O exercício da Intercessão. “Interceder” significa “intervir a favor de alguém, pedir, rogar, suplicar”, palavra que vem do latim “intercedo”, cujo significado é “interpor-se, mediar”.  É tarefa da Igreja pôr-se entre cada membro seu e o Senhor, entre cada ser humano e o Senhor, pedindo o favor do Senhor para aquela pessoa em favor de quem se intercede, seja esta pessoa salva, ou não. 

A Igreja é convocada para orar por si mesma (26:41; Lc.22:40), uns pelos outros (Tg.5:16), pela paz em Jerusalém (Sl.122:6), pelos inimigos da Igreja (Mt.5:44; Lc.6:28), pelos ministros do Evangelho e pela obra do Senhor (Ef.6:19; 1Ts.5:25; Hb.13:18), como também pelas autoridades constituídas (1Tm.2:2), como por todos os homens (1Tm.2:1). 

Portanto, a intercessão é uma tarefa que incumbe à Igreja que se encontra nesta dimensão terrena. Aqueles que partiram para a eternidade não podem interceder por pessoa alguma que está sobre a face da Terra (Ec.9:10), pois não há comunicação entre mortos e vivos, como Jesus deixou bem claro ao nos contar a história do rico e de Lázaro (Lc.16:19-31). É falso, portanto, o ensino de que os crentes promovidos à glória possam interceder a favor dos salvos, como ensina, por exemplo, o catolicismo romano.

c) O exercício da Santificação. Os sacerdotes precisam ser santos (Lv.21:7). A Igreja é uma nação santa (1Pd.2:9) e, por isso, tudo quanto é levado até o altar tem de ser santo (Ag.2:12-15).
A Igreja precisa continuamente se santificar (Ap.22:11), devendo, para tanto, meditar de dia e de noite na Palavra de Deus, que a santifica (João 17:17), como, também, continuamente se deixar à disposição do Espírito Santo (2Ts.2:13; 1Pd.1:2), além de manter uma vida de oração (1Tm.4:5).

d) O exercício do ensino da Palavra. Cabe aos sacerdotes a instrução do povo de Deus (2Cr.17:7-9; Ed.7:6,10; Ne.8:7,8). Assim, toda a Igreja deve se dedicar ao ensino da Palavra (Cl.3:16), mas, especialmente, os pais em relação aos filhos (Dt.6:6-9) e os pastores e mestres nas igrejas locais (At.6:2,4; Ef.4:11; 1Tm.3:2). 


III. O MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO
O Céu é o maior e o mais perfeito Tabernáculo. Cristo serviu e serve neste Tabernáculo. Ele é o Sumo Sacerdote eterno e perfeito.

“Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus” (Hb.9:24).

O Tabernáculo e o Templo terrenos eram sombras imperfeitas do verdadeiro e perfeito lugar de adoração: o Santuário Celestial (Hb.8:5). Os caminhos “antigos” do sacerdócio judeu não mais existem, eles foram substituídos por Jesus, que é o Caminho, a Verdade, e a Vida (João 14:6). Antes da vinda de Cristo, o sumo sacerdote só podia entrar em um lugar especial, o Santo dos Santos, para estar na presença de Deus. Hoje, através da oração, nós podemos entrar na sala do trono, no Céu, e um Dia nós viveremos eternamente na presença do Senhor. 

1. O Santuário terrestre

O Santuário terrestre era transitório; foi feito por mãos humanas.
Os sacerdotes do santuário terrestre ministravam apenas as sombras ou imagens das coisas celestiais; Cristo ministrou a própria substância que lançava aquelas sombras - a vida e a luz eterna.
Os sacerdotes do santuário terrestre ofereciam o sangue de animais; Cristo ofereceu o próprio sangue.
Os sacerdotes do santuário terrestre entravam no santuário muitas vezes porque ofereciam o sangue de animais pelos pecados do povo; Cristo entrou de uma vez por todas porque ofereceu o seu próprio sangue. 

O ministério dos sacerdotes do santuário terrestre era contínuo e insuficiente; o de Cristo foi único e obteve redenção eterna para nós.

Os sacrifícios do santuário terrestre eram isentos de mácula apenas física; Cristo entregou-se a si mesmo sem mancha a Deus, isento de toda mácula moral e espiritual. Ele não conheceu pecado. As bênçãos advindas por meio do santuário terrestre eram temporais; as que Cristo oferece são espirituais e eternas.

2. O Santuário Celestial

Este Santuário não foi feito por mãos humanas (Hb.8:2; 9:11). Neste santuário, Deus habitará para sempre com os seus filhos (Ap.21:3). 

“Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação” (Hb.9:11).

Os sacerdotes da ordem de Levi entravam no santuário feito por Moisés, obra das mãos de homens, mas Cristo, o Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque, entrou no Santuário Celestial, não feito por mãos humanas. 

“Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb.8:1,2).

Por isso, o Santuário Celestial é infinitamente muito superior ao terreno, porque o Cristo exaltado é o Sumo Sacerdote desse santuário. Ele serve assumindo o seu lugar de direito como nosso Salvador e Mediador. Aliás, Ele é o único mediador entre Deus e o ser humano (1Tm.2:5). Nesse Santuário celeste, habita a plenitude da divindade.

3. O sacrifício perfeito de Cristo

Jesus claramente exerceu o papel de Sumo Sacerdote da Nova Aliança sobre a terra, quando ofereceu a si mesmo como o perfeito sacrifício por nossos pecados; mas, foi trazido à vida novamente para exercer a função de Sumo Sacerdote para sempre, servindo no Santuário Celeste, à mão direita de Deus Pai (Hb.8:1,2).

Os sacerdotes da ordem levítica eram homens imperfeitos, realizando sacrifícios imperfeitos, em favor de homens imperfeitos. Mas Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é perfeito, ofereceu um sacrifício perfeito, a fim de aperfeiçoar para sempre homens imperfeitos.

Portanto, Jesus não é apenas o sacerdote perfeito, mas ofereceu o sacrifício perfeito e eterno. Ele é a própria oferta. Ele é o próprio sacrifício. Ele entregou a si mesmo, como oferta pelo nosso pecado. Sua oferta foi perfeita, completa e eficaz. 

Resta afirmar, portanto, que, sendo Jesus Cristo o nosso Sumo Sacerdote, nunca haverá um tempo em que, ao nos aproximarmos de Deus, seremos rejeitados. Consequentemente, desviar-se de Cristo é uma consumada tolice, e a apostasia, a mais incontroversa loucura.

“porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados. mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus” (Hb.10:4,12).

CONCLUSÃO

O Tabernáculo mosaico findou-se. Agora temos um Santuário superior e irremovível, um sacrifício perfeito e uma salvação definitiva e perenal. Na Antiga Aliança, somente o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano no Santo dos Santos, mas nós, por causa do sangue de Cristo, podemos ter intrepidez para entrar livremente no Santo dos Santos, ou seja, na presença de Deus. A santidade de Deus não nos mantém do lado de fora. Podemos entrar porque a penalidade que merecíamos foi carregada por Cristo na cruz quando ele padeceu e morreu por nós. Existe acesso irrestrito a todo aquele que foi lavado no sangue de Cristo. Com a morte de Cristo, o Véu foi rasgado de alto a baixo, e o caminho para Deus foi aberto (Hb.10:20). Esse caminho é um novo e vivo caminho. Esse caminho não é um ritual, uma cerimônia ou uma liturgia, mas uma Pessoa. Esse caminho é Jesus (João 14:6). Glórias a Deus!

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.

Revista Ensinador Cristão – nº 78. CPAD. 

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.

Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.

Elienai Cabral. O Tabernáculo – Símbolos da Obra redentora de Cristo. CPAD.

Alvin Sprecher. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto. CPAD.

Abraão de Almeida. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Hebreus – a superioridade de Cristo.

22 de junho de 2019

A NUVEM DE GLÓRIA



A NUVEM DE GLÓRIA (PARTE I)

INTRODUÇÃO

- De acordo com o texto sagrado a presença do Senhor é contínua no meio do seu povo. Um ano depois da saída do Egito, os hebreus estavam tendo uma nova revelação a respeito da presença de Deus. O Senhor estava com eles, acompanhando-os numa coluna de fogo nas noites congelantes do deserto e, durante os dias, sob o sol escaldante de um dos lugares mais quentes do mundo, uma monumental nuvem trazia refrigério para milhões de pessoas.

I – TEXTO BÍBLICO

(Êxodo 40.34-38; Números 9.15,16)

- Êxodo 40:

V, 34 - Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo,

V, 35 - de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.

V, 36 - Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas.

V, 37 - Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava;

V, 38 - porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.

- Números 9:

V, 15 - E, no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã.

V, 16 - Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo


I - A NUVEM E A COLUNA DE FOGO

1. A presença contínua. Quando o povo levantou o tabernáculo, o qual foi feito conforme o modelo dado por Deus no monte Sinai, a nuvem da presença do Senhor surgiu gloriosamente (Nm 9.15). Os milhões de peregrinos que estavam ao redor do tabernáculo, nas suas respectivas tribos, entenderam perfeitamente que se tratava de uma manifestação divina.

No fim da tarde, quando o sol declinava e a temperatura começava a cair, outro milagre acontecia: a nuvem ficava com uma aparência de fogo, permanecendo assim até pela manhã, quando, novamente, voltava a ser um refúgio contra o sol. Esse processo perdurou, continuamente, por quase 40 anos (Nm 9.16). O Senhor estava testemunhando a todo o povo: ―E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito‖ (Gn 28.15).

2. O mover imprevisível. O texto de Números 9.17-23 fala a respeito do mover imprevisível de Deus, representado nos deslocamentos da nuvem e da coluna de fogo.
Impressionante como o Espírito Santo, que inspirou os escritores bíblicos, fez questão de mencionar que, às vezes, o referencial da presença de Deus permanecia no mesmo lugar um ano ou, inexplicavelmente, menos de um dia. Interessante perceber, também, que não havia nenhum fenômeno natural perceptível que antecedesse os movimentos vertical (subida e descida sobre o tabernáculo) e horizontal (mudança geográfica) da nuvem ou da coluna de fogo. 

O Senhor, por sua soberania, de dia ou de noite, sem mandar qualquer aviso, simplesmente transferia o lugar da nuvem ou a coluna de fogo. Não havia, nem há, paradigmas para entender o mover de Deus. Porventura, nos dias atuais, não é com a mesma imprevisibilidade e aparente ilogicidade eventual que Deus age?

3. A obediência voluntária. Deus estava treinando os israelitas para que eles, com alegria, aprendessem a obedecer ao Senhor. Vale lembrar que, repetidamente, as Escrituras dizem que eles eram rebeldes ou de ―dura cerviz‖ (Dt 10.16; Jr 7.26; Mc 10.5; At 7.51). Assim, por vezes, a nuvem passava um longo período parada e, depois, numa sequência inesperada, era transferida de lugar rapidamente, mas o povo a seguia, como se vê: 

―Segundo o dito do SENHOR, se alojavam e, segundo o dito do SENHOR, partiam; da guarda do SENHOR tinham cuidado, segundo o dito do SENHOR pela mão de Moisés‖ (Nm 9.23). Os que servem a Deus devem aprender a obedecer voluntariamente ao Senhor, de todo coração, como Davi recomendou a Salomão (1Cr 28.9), para que tenham vitória nas grandes lutas que travarem.

A obediência é um segredo, uma bússola, um mapa e um caminho. Andar por ela é sinal de sabedoria, humildade, fé e sempre produz os resultados da verdadeira prosperidade na vida.

OBS: ARGUMENTO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO - Há muitas pessoas que fazem confusão com o termo shekinah. Umas usam-no sem a noção de o porquê o termo ganhou essa popularidade; outras têm uma visão radical de que o termo não deveria ser usado porque ―ele não existe na Bíblia‖. O tópico presente dá uma explicação satisfatória para uma visão equilibrada.

Por isso, deixe claro à classe que há termos na cultura judaica que, por causa de sua sacralidade, ou perda dos fonemas hebraicos, foram reformulados. Por exemplo, o nome verdadeiro de Deus é expresso por Adonai, pelo termo aportuguesado Jeová e outros. No Novo Testamento, a expressão Santíssima Trindade também não aparece, mas ela retrata com perfeição o que os textos apostólicos ensinam sobre essa maravilhosa doutrina. Portanto, não há nada que proíba o termo shekinah.

II - O INÍCIO DA CAMINHADA

1. A ordem para marchar (10.11-13). Deus possui um aguçado senso de beleza e organização, entretanto esse traço de seu caráter justifica-se não apenas pela estética e estratégia de suas determinações, mas sobretudo em face do grande amor pelo seu povo. O Senhor mandou fazer duas trombetas de prata, uma sofisticada obra de arte (a prata era depurada no fogo, daí por que é símbolo da redenção na Bíblia), as quais serviam para conclamar o povo para se reunir e dar o sinal de partida do acampamento, tudo muito organizado.

Entretanto, mais adiante, Deus disse que as trombetas também seriam tocadas quando os israelitas estivessem em dificuldades (o toque das trombetas era uma verdadeira oração) e nas festas religiosas (Nm 10.2,9,10). Dessa forma, o início de toda caminhada era marcado, simbolicamente, por um momento de oração. O toque das trombetas movia o coração de Deus em favor do povo e o Senhor se lembrava da aliança firmada. A promessa de Deus, feita desde os dias do patriarca Abraão, seria cumprida, pois Deus é fiel.

2. Confiança do líder abalada (10.29). Em meio a tantas demonstrações eloquentes do cuidado de Deus, percebe-se uma falta de confiança do líder Moisés, pois convidou Hobabe, seu cunhado, para guiar o povo nos caminhos do deserto (Nm 10.29-32). Ora, a presença de Deus, representada na nuvem e na coluna de fogo, sinalizava perfeitamente quando o povo deveria acampar e seguir viagem, e qual rota percorrer, mas Moisés entendeu que seria bom ter alguém com experiência para ―ser seus olhos‖ e socorrê-los em tempo oportuno. Mas, o Senhor compreendeu a fraqueza do líder e sequer o repreendeu. Moisés também precisava aprender a confiar. Vê-se, porém, que em nenhum outro momento Hobabe é mencionado nas Escrituras, dando provas que o convite de Moisés foi estéril e inócuo. Deus é quem comanda e guia os passos do seu povo.

OBS: ARGUMENTO TEOLÓGICO - ―A aproximação de Israel ao Senhor, o grande Rei, era claramente multissensorial. O povo via a glória no fogo e na nuvem, ouvia Deus no trovão e no terremoto, e cheirava algo da doçura divina na fragrância dos perfumes. O Deus fora da percepção sensorial se revelava metaforicamente de modo que os seres humanos sensíveis pudessem entender. 

Êxodo 31 resume a aproximação ao Santo. Há uma lista de todo o aparato físico necessário para essa aproximação - o Tabernáculo com as mobílias e equipamentos (VV.7-11), a escolha divina de trabalhadores, qualificados por terem sido selecionados pelo Senhor e capacitados com o próprio Espírito de Deus (vv.1-6)‖ (ZECK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.67). 

3. O pecado da murmuração (11.1-10). Na caminhada dos hebreus pelo deserto, o Senhor sempre esteve presente cuidando do seu povo, mas, como visto anteriormente é inevitável que as fraquezas dos líderes apareçam e, infelizmente, também, existam rebeliões. Em Números 11.1-10 diz-se que aconteceu murmuração no meio do povo por causa da comida (toda murmuração dirige-se, em primeiro plano, contra Deus) e o Senhor levou em consideração as palavras proferidas a tal ponto que muitos israelitas morreram como castigo pela rebelião.

Judas escreveu a respeito de alguns indivíduos não recomendáveis que eram ―murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse‖ (Jd v.16). Certamente o que os israelitas fizeram foi muito grave diante do Senhor, pois a Bíblia diz que a maldição não vem sem causa (Pv 26.2). Importante que cada cristão aprenda a ser agradecido, de todo coração, e nunca despreze o ―pão‖ que Deus dá.

III - DEUS LEVANTA COOPERADORES

1. Carga pesada. Na caminhada com Deus, pelo deserto a cada dia os limites humanos são testados. O grande Moisés que, pouco tempo antes, tinha convidado Hobabe para ser ―seus olhos‖ na peregrinação (tinha plano até para quando Deus falhasse na orientação), agora pensa em desistir do ministério. Ele concluiu: ―Eu sozinho não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo, mata-me, eu to peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal‖ (Nm 11.14,15).

A resposta que Deus ofereceu a Moisés ressoa como modelo ministerial pelos séculos. O líder é feito de ―carne e osso‖ e, por isso, precisa de apoio e companhia. Sempre que Deus quis fazer algo significativo, antes de tudo, montou uma equipe. Talvez Moisés, até aquele instante, acreditasse ser possível liderar sozinho, mas o Senhor permitiu que ele ficasse esgotado emocionalmente para aprender a depender mais dEle. Então, o Altíssimo designou setenta anciãos para auxiliar o seu servo.

2. Dividindo a carga. Deus, de maneira sábia, pediu que Moisés escolhesse setenta líderes para que o auxiliasse. A escolha seria de Moisés, porém eles seriam instrumentos do Senhor, para ajudar na condução da obra. Observa-se um segundo aspecto relevante nessa história: os auxiliares precisavam ter o mesmo espírito de Moisés, pensar a mesma coisa, compartilhar do alinhamento do entendimento do líder, ação precípua do Espírito Santo.

Só assim a carga pesada das atribuições seria, de fato, compartilhada. Pouco tempo depois houve o episódio das codornizes, o primeiro teste dos 70 líderes (Nm 11.31-35). Deus é bom e fiel, pois, certamente, se Moisés estivesse sozinho nessa nova e grave situação ele teria sucumbido.

3. Insubmissão. Moisés, depois de ter a carga administrativa aliviada pelos setenta líderes chancelados por Deus, viu ruir os apoios mais importantes que tinha: o de Miriã e Arão, seus amados irmãos, os quais se insurgiram fortemente contra ele, mas ―o SENHOR o ouviu‖ (Nm 12.2).

Os irmãos de Moisés foram repreendidos pelo Senhor, inclusive Miriã ficou leprosa por causa dessa insubmissão ao líder. Ferir o princípio da autoridade e submissão, desobedecendo a liderança, não é uma atitude sábia e prudente, ainda que existam ponderações de natureza administrativa consideráveis.




 CONCLUSÃO

- Portanto, a maior consolação que os israelitas poderiam ter no deserto era a certeza da presença contínua de Deus com eles; e o Senhor demonstrou inequivocamente tal realidade, através da nuvem ou da coluna de fogo que nunca abandonaram o povo. Mesmo diante dessa certeza, tanto os líderes quanto o povo cometeram erros, os quais não ficaram impunes, servindo isso de exemplo para a igreja hodierna.

(Adaptação) – Lições Bíblicas CPAD, Jovens - 1º Trimestre de 2019 - Título: Rumo à Terra Prometida

— A peregrinação do povo de Deus no deserto no livro de Números - Comentarista: Reynaldo Odilo –

Lição 4: A presença de Deus no deserto - Data: 27 de Janeiro de 2019.

A NUVEM DE GLÓRIA (Parte II)

I - SOB A NUVEM DE DEUS O POVO TINHA A PROTEÇÃO DE DEUS. O v. 16 diz que: ―Era assim que sempre acontecia: de dia a nuvem cobria, e de noite tinha a aparência de fogo‖. Nuvem que protegia do sol, Calor para o frio da Noite! DEUS deu uma nuvem para protege-los no deserto. Por isso o salmista (91:1) diz que: ―Aquele que habita no abrigo do Altíssimo descansa à sombra do Todo-Poderoso.
Hebreus 13:8 – Deus é o mesmo hoje e ontem! Quando você anda sob a nuvem de Deus, você conta com a proteção de Deus!

- Salmos 121:5-8 diz: ―O Senhor é o seu protetor; como sombra que o protege, ele está à sua direita. De dia o sol não o ferirá, nem a lua, de noite. O Senhor o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida. O Senhor protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre‖. A nuvem do Senhor quer lhe proteção esta noite. Assim como qualquer casa precisa do telhado, você também precisa ter a benção de Deus para estar protegido do inimigo....

II - SOB A NUVEM DE DEUS O POVO TINHA ORIENTAÇÃO DE DEUS. O v.

17 diz: ―Sempre que a nuvem se levantava de cima da Tenda, os israelitas partiam, e no lugar em que a nuvem descia, ali eles acampavam‖. O povo de Deus precisa estar atento à nuvem.
Não tinham bússola, celular, rádio, nextel.... mapas! NADA! Nem um radinho de pilha! Fantástico eles dependiam apenas do Senhor! Deus é sua orientação!
Eles não podiam fazer planos para o dia seguinte: Eram dirigidos por Deus!

- O livro de Hebreus 12:2 diz: ―Tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé...‖ - É isso que Deus quer que você faça: Assim como aquele povo dependia inteiramente do mover da orientação de Deus, ELE quer que você faça a mesma coisa!

- JESUS em João 8.12 disse: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue, nunca andará em trevas; mas terá a luz da vida". Isto é direção!

III - SOB A NUVEM DE DEUS VOCE VAI DESCANSAR À SUA SOMBRA. O v. 18 diz que: ―Conforme a ordem do Senhor os Israelitas partiam, e conforme a ordem do Senhor, acampavam. Enquanto a nuvem estivesse por cima do tabernáculo, eles permaneciam acampados.‖ Ou seja, quando a nuvem parava o povo acampava para descansar debaixo da sombra do Senhor. Podiam ficar despreocupados porque a nuvem de Deus estava li. De fato no livro de Deuteronômio 29:5 Moisés diz que: ―Durante os quarenta anos em que os conduzi pelo deserto, nem as suas roupas, nem as sandálias dos seus pés se gastaram‖.

Tudo estava debaixo da providencia de Deus! Alias o Salmista confirma isso em seu livro no capítulo 91:10-11 - ―Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda. Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos‖. Quem está debaixo da nuvem, não tem o que temer!

- O Apóstolo Pedro expressa isso em sua primeira carta (5:7) – ―Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês‖. –

―Entregue suas preocupações ao Senhor, e ele o susterá, jamais permitirá que o justo venha a cair‖ (Salmos 55:22). Quem sabe nestes últimos dias você tenha se tornado uma pessoa ansiosa, preocupada... SAIBA que debaixo da nuvem de Deus há esperança! Há um Deus que tudo pode fazer quando estamos debaixo de seus cuidados. Quem confia no Senhor, quem caminha debaixo da nuvem de Deus, mesmo que esteja em perigo, correndo riscos, fica em paz e descansa!

Por isso o SENHOR faz um convite hoje, aos ansiosos, desesperados, a todos que estão fora da nuvem dizendo: "vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu os aliviarei". (Adaptação) http://palavraemensagem.blogspot.com/p/esboco-sob-nuvem-de-deus.html

- Bibliografia

- Bíblia de Estudo Palavra Chave (ARC)

- A Bíblia de Estudos das profecias. E.R.A.

- Dicionário Oline

- Apontamentos Teológico do Autor

- Comentário Pastor Josaphat Batista – Pr. Presidente da Assembleia de Deus em Ibotirama-Bahia. Pós-graduado em Docência do Ensino Superior - Bacharel em Teologia convalidado pelo MEC, Estudando Psicanálise: Fac... FACIBA - Membro do CEECRE (Conselho Estadual de Educação e Cultura Religiosa da CEADEB), Diretor da ESTEADI (Escola Teológica da Assembleia de Deus em Ibotirama) Presidente do Conselho de Pastores e Líderes Evangélicos de Ibotirama (CONPLEI), Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba. - Aproveite e estude cursos gratuitos no CTECVIDACRISTA.COM e comentários anteriores das Lições Bíblicas EBD. Ver outros comentários (anteriores) do trimestre em vigor no Site: www.portalebd.org 2º Trimestre de 2019 – O tabernáculo: símbolos da obra redentora de Cristo


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