11 de janeiro de 2017

O Perigo das Obras da Carne


O Perigo das Obras da Carne

 

Texto Áureo = "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26.41)

 

Verdade Prática = Oremos e vigiemos para que não sejamos surpreendidos pelas obras da carne.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Lucas 6.39 – 49

 

INTRODUÇÃO

 

Vivemos numa época em que os valores estão sendo descartados dia-a-dia. A sociedade tem andado num ritmo acelerado de inversão de valores a ponto de não nos espantarmos mais com a infinidade de absurdos que nos são comunicados.

 

O mundo tenta impor, através de uma diversos meios, que Deus, a família, a igreja, o bom caráter e a moral não são relevantes ou necessários. Nesta sociedade relativista, o valor absoluto das coisas se perdeu, e cada qual cria seu próprio mundo, sua própria cosmovisão. Desta forma, os valores que o cristianismo apregoa são considerados por muitos como falidos e ultrapassados.

 

Valores estranhos que outrora não faziam parte da realidade da igreja passam a ser tolerados. A igreja que antes era caracterizada por andar na contramão dos valores materialistas tem se deixado levar por modismos e novidades que passam a moldar seu “novo” jeito de ser. Neste ritmo, já não podemos brilhar como luz do mundo e nem temperar como sal da terra. Neste ritmo, a moral e o bom caráter não têm um valor tão intenso como deveria ter. Não importa se a igreja faz a diferença no meio em que está inserida, em sua comunidade, mas o que importa é ser numérica, mesmo que não tenha qualidade.

 

O objetivo com este estudo é definir e apresentar uma proposta para trazer para a aplicação pessoal a essência do caráter cristão, entendendo como ele é formado, quais são seus valores, suas virtudes. Veremos como isso faz toda diferença.

 

I - A VIDA CONDUZIDA PELA CONCUPISCÊNCIA DA CARNE

 

1. A concupiscência da carne.

Concupiscência significa um forte desejo, um forte anseio de fazer algo que desagrada a Deus ou de ter coisas de uma forma que desagrada a Deus. Algumas traduções bíblicas a traduzem como “desejo” ou como “cobiça”.

Em um sentido amplo, qualquer desejo, ou cobiça, ou anseio por fazer ou ter coisas que são pecado e desagradam a Deus, se enquadram no significado dessa palavra.

Por exemplo, quando em 1 João 2. 16 fala sobre a “concupiscência da carne” está falando sobre o desejo pecaminoso da carne em todas as suas facetas. Quando fala sobre “concupiscência dos olhos” também fala sobre o desejo pecaminoso de olhos que buscam aquilo que desagrada a Deus.

Assim, vemos que concupiscência não se aplica apenas a área sexual como alguns pensam, mas a todas as áreas onde o desejo humano de alguma forma desagrada a Deus, ofendendo-o através da prática continuada do pecado. O texto de Paulo aos Romanos exemplifica bem essa questão: “Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado.” (Rm 7. 8). Por fim, a vitória sobre a concupiscência só pode ser conseguida através do “andar no Espírito”, ou seja, na busca em fazer a vontade de Deus negando a nós mesmos com todos os nossos desejos que são errados.

2. A VIDA GUIADA PELA CONCUPSCÊNCIA DA CARNE

 

a. Significado: viver de acordo com os impulsos, viver para satisfazer a si mesmo, atender suas vontades próprias; luxúria; hedonismo — estado de rebelião e autonomia.

 

b. Servir a si mesmo: ‘cujo deus é o ventre”; “servir ao ventre” – figura empregada para descrever o andar por seu próprio governo (rejeita o governo de Deus) e para satisfazer seus próprios desejos (rejeita a natureza humana físico/espiritual).

 

 I. “Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas” (Fp 3.19; compare com 2Tm 4.10).

 

 II. “Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples” (Rm 16.18).

 

c. Tríade do pecado: (1) a carne como pecaminosidade é inclinada para o (2) mundo e subordinada ao (3) diabo, conforme Efésios 2.2.

 

I.Carne: incredulidade, ansiedade (Mt 6.25,28,31; Lc 12.29); religiosidade (Mc 7.5); trevas (Jo 8.12; 1Jo 1.6); soberba, orgulho (1Co 4.19); astúcia (2Co 4.2), vaidade da mente (Ef 4,17), tolice, necedade (Ef 5.15), desordenado (1Ts 3.6,11), queixosos, murmuradores, concupiscências (Jd 1.16,18)

 

II. Mundo: ou século, era (Tt 2.12); o sistema organizado contrário a Deus; não se refere ao planeta (Hb 11.3) nem as pessoas (Jo 3.16); o sistema que rege os homens (1Co 3.3), o curso do mundo (Ef 2.2), a vontade dos gentios (1Pe 4.3), a carne (2Pe 2.10; 3.3; 1Jo 2.11).

 

 III. Diabo: ou maligno que opera nos filhos da desobediência; “o mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19); “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11); deus deste século (2Co 4.4); príncipe das potestades do ar (Ef 2.2); príncipe das trevas deste século (Ef 6.12); império da morte (Hb 2.14).

 

d.Tríade da carne: (1) prazer imediato (“concupiscências da carne”), (2) possuir  (“concupiscência dos olhos”) e (3) superestimar a si mesmo (“soberba da vida”), conforme 1 João 2.16. 

 

I.Concupiscência da carne: atender os desejos, apetites e impulsos imediatos, independente das conseqüências; o coração engana e seduz mas não controla as conseqüências dos atos humanos carnais;

 

1. “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências” (Rm 13.14);

 

2. “Andai no Espírito e jamais satisfareis a concupiscência da carne” (Gl 5.16,24).

 

3. “Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3).

 

4. Outras citações: 1Pe 1.14; 2.11; 4.2,3; 2Pe 1.4; 2.10,18; 3.3; Jd 1.16,18).

 

II. Concupiscência dos olhos: ambição, desejo de possuir; atração pelas belezas do mundo — do original kosmos (grego), ou ordem, ornamento (cosmético);

 

1. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé...” (1Tm 6.10).

 

2. “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co 4.18).

 

3. “(Porque andamos por fé, e não por vista)” (2 Co 5.7).

 

III. Soberba da vida: soberba, do grego superbios, ou superephanos ou superestimar a si mesmo; altivez; o contrário da humildade; Deus resiste o soberbo mas concede graça aos humildes (Tg 4.6; 1 Pe 5.5).

 

1. “... digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12.3).

 

2. “Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gl 6.3).

 

3. Outras citações: 2Co 10.5; 1 Tm 6.17.

 

e. carne X pecado: o pecado (carne) contaminou o homem inteiro; é o homem todo — não sua carne/corpo apenas — que, sob domínio do pecado, peca com atos (corpo), palavras (língua) e pensamentos (mente) — tudo que é e faz.  

 

f. carne X morte: a lei de Deus revela o pecado e o pecado gera a morte; como todos os homens pecaram e todos os homens têm conhecimento moral de certo e errado, todos estão sob o domínio do pecado e da morte, pois “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).  

 

II – A DEGRADAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO

 

O CARÁTER

 

Segundo o Dicionário Aurélio, caráter é definido por: “qualidade inerente a uma pessoa, animal ou coisa; o que os distingue de outra pessoa, animal ou coisa; o conjunto dos traços particulares, o modo de ser de um indivíduo, ou de um grupo; índole, natureza, temperamento”.

 

O significado literal do termo grego charaktēr é “estampa”, “impressão”, “gravação”, “sinal”, “marca” ou “reprodução exata”.

 

Caráter é algo que vai sendo formado e impresso com o tempo em nosso interior, uma verdadeira marca. O caráter de cada qual não é formado do dia para noite. É um processo gradual que está relacionado a um amplo conjunto de fatores que influenciam na formação de cada um.

 

Meios como TV, internet, família, religião, infância, desprazeres, decepções, alegrias, enfim, uma gama variada de fatores influencia na formação do caráter de cada indivíduo. Desde o berço.

O caráter cristão – formação, influências e virtudes

 

Assim como o caráter de cada indivíduo é formado desde o berço, nosso caráter cristão também passa a ser moldado desde o primeiro passo de nossa caminhada com Cristo (Jo 1.12; 3.3). Os valores do Reino de Deus passam a ser impressos em nós, para que verdadeiramente possamos ser seguidores de Jesus Cristo genuinamente.

 

Deus usa de muitos meios e formas para que o caráter de seus filhos seja formado, mas sem dúvida alguma, o principal fator de influência é o agir da Palavra dEle na vida de cada um, bem como o consolo e direção que o Espírito Santo dá aos Seus (Ef 1.13). Afinal, o que pode ser considerado como um caráter cristão? Podemos relacionar alguns pontos, que evidentemente, não serão os únicos:

 

1) Não se trata apenas de bons valores morais.  Apesar do cristianismo carregar implicitamente um forte viés moral – pois a Bíblia nos dá parâmetros morais – o caráter cristão não está repousando apenas sobre o fato de ser “bom”. A boa moral está contida, mas de modo algum é o todo. Cada um de nós pode dar exemplos de pessoas que confessam ser cristãs, mas que não são bons exemplos de conduta digna, bem como pessoas não-cristãs que são cidadãos de bem.

 

2) O cristão genuinamente bíblico admite suas falhas. Cada um de nós, sem exceção, é um pecador (Rm 3.23). Todos temos o pecado dentro de nós, e isso produz limitações e consequentemente falhas. A virtude do cristão de caráter é ser transparente, é ter dignidade suficiente para admitir que é limitado e que depende completamente da misericórdia e graça do Senhor.

 

3) O caráter moldado cria controle. Quando nosso caráter entra em fase de maturidade, conseguiremos controlar situações que de algum modo podem manchar a marca de Jesus em nós, afetando nosso testemunho cristão. Neste ponto de plenitude, não haverá espaço para amargura, ira, discórdia, egoísmo, arrogância, discussões, facções. Apesar de – eventualmente – tais coisas ocorrerem, precisam ser enfrentadas e enfraquecidas. Nosso ser por completo, mente, atitude, palavras, precisa ser um meio de culto e adoração permanente (Mc 12.30; Gl 5.22).

 

O modelo supremo de caráter – fonte de inspiração

 

Nosso modelo supremo de formação de caráter é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Ele deve ser nosso alvo, razão, adoração, modelo, tudo! Afirmar que somos cristãos é carregar nos ombros a responsabilidade de sermos seguidores e praticantes dos ensinos do Mestre.

 

Ter um modelo é fundamental na formação do caráter, e para formação do caráter cristão, o modelo do Senhor nos leva a amá-Lo, admirá-Lo, imitá-Lo, segui-Lo. Ele nos faz, dia-a-dia ver que podemos aplicar, viver e frutificar em tudo que vimos acima.

 

Que possamos afirmar, assim como Paulo que somos imitadores de Jesus (1Co 11.1). Para tal, devemos:

 

 Conhecer o Filho de Deus | Buscar estar em pura intimidade com o mestre e o auxílio do Consolador (Ef 4.13; Jo 15.5; 26-27; 1Jo 1.1-3). O testemunho da Palavra e do Espírito Santo nos levam a conhecer e ter intimidade com Ele.

 

Submeter-se ao senhorio de Jesus. Rm 10.8-9 – estar submetido completamente ao governo e autoridade de Cristo sobre nós. Não basta reconhecer e ter Jesus como Salvador, mas sim estar submisso a Seu senhorio.

 

Obediência irrestrita. A época em que vivemos tem ressaltado cada vez mais que o ser humano vive em rebeldia contra Deus e Sua Palavra. Jesus nos mostrou que a obediência ao Pai deve ser praticada (Fp 2.8).

 

 Negar a si mesmo. Matar nossa carne e viver para ele; o negar a si mesmo é um verdadeiro atestado de compromisso com o Reino. Jesus serviu e não foi servido. Adoramos ao Senhor de modo especial quando estamos negando ao nosso ego e mortificando nossa vontade, deixando que Ele viva em nós (Gl 2.20).

 

Que possamos caminhar moldando nosso caráter de glória em glória (2Co 3.18) e que isso seja como aroma suave subindo à presença de Deus. Um verdadeiro meio de adoração!

 

ATAQUES AO SEU ( NOSSO ) CARÁTER

 

Depois de você tomar uma posição contra os ataques do inimigo, aqui estão cinco atitudes que você deve tomar:

1) Não se esqueça de quem você é. Você não mudou apenas de religião quando aceitou a Cristo como seu Senhor e Salvador. Você mudou de lado (espiritualmente falando). Você estava nas trevas e agora está na luz. Você estava do lado do perdedor e agora está do lado de Jesus Cristo, que te faz vencedor em todas as coisas!

2) Não ignore seu tempo e lugar de oração. Essas duas coisas são vitais para uma vida abençoada: um tempo de oração e um lugar para você orar.

3) Não abandone o lugar onde você recarrega suas energias: Sua igreja.

4) Não saia de perto dos seus amigos espirituais. É sempre bom estar perto de pessoas que viveram mais, fizeram mais do que você e podem te dar conselhos sábios.

5) Não saia debaixo da proteção pastoral. Geralmente, quando as pessoas querem se desviar dos caminhos de Deus, elas fogem dos líderes espirituais com medo deles apontarem o dedo. Mas isso é um grande engano, pois os líderes são pessoas escolhidas por Deus para cuidar de sua vida e não para te jogar pedras. Se você fez isso, não espere até que o inimigo o machuque ainda mais para você procurar o auxílio daqueles que tem um papel pastoral em sua vida.

Se você estiver sendo atacado espiritualmente pelo inimigo, lembre-se que Deus te deu o livre arbítrio. Então, se você decidir buscá-Lo, não há poder neste mundo que possa te derrotar. Deus é o maior interessado em sua vida e você deve seguir as dicas acima para estar preparado para vencer!

Ill - UMA VIDA QUE NÃO AGRADA A DEUS

 

1. Viver segundo a carne.

 

Você já parou para pensar que a nossa natureza carnal acaba atrapalhando a nossa força interior e com isso deixando a nossa fé cada vez mais inativa? Não. Você não pensou por esse lado. Mas em Romanos 8:13, o apóstolo Paulo afirma: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.”

 

Resumindo, Tudo depende de nossas reações. Não importa quem te quer bem ou mal. Importa sim como você reage a isso. Quando agimos contra Deus, nos damos mal, erramos. Mas quando agimos de acordo com Deus, mesmo em momentos de injustiça, tudo no fim sempre dá certo.

 

Você às vezes com reações erradas pode adiar os planos de Deus para a sua vida. Tudo que é de Deus exige e vem com muito sacrifício. Se vivermos somente satisfazendo as nossas vontades, sem sombra de dúvidas estaremos caminhando a passos largos para o inferno. Mas se satisfazermos as vontades do Espírito Santo, fazendo morrer desejos como ódio, vingança, raiva, medo, certamente teremos a salvação.

 

O Espírito Santo nos ajuda, auxilia e nos dá poder. Com essa proteção, os espíritos malignos só irão se manifestar se você deixar, já que o Espírito Santo bloqueia tudo isso. Basta você ter domínio e controle sobre suas ações.

Muitas pessoas sempre dizem que “a carne é fraca”. Para matar de vez esses desejos da carne é simples. Basta evitar atitudes que contrariem a vontade de Deus. A carne, querendo ou não, é estimulada por espíritos imundos. Nós ás vezes acabamos cedendo a esses desejos da carne. Por isso temos que ter cuidado com o nosso coração. Ele é enganoso. Não dê ouvidos nunca a ele. 

 

Ao invés de darmos ouvidos aos desejos carnais, você já parou para pensar quantas almas você já resgatou do caminho das trevas? Por mais que seja difícil algumas pessoas perceberem que o caminho da salvação e juntamente com Deus, você nunca pode desistir de tirar essa pessoa das trevas, já que Deus nunca desiste de ninguém. Por que justamente você vai desistir dessa alma que precisa de ajuda? Por causa desse tipo de pensamento, problemas podem estar dominando a sua vida. A falta desse olhar sem compaixão e misericórdia, faz você viver em pecado. Pense: O Espírito Santo está falando agora com você a esse respeito.

 

VIVENDO COMO ESPINHEIRO.

 

“Foram, ceta vez as árvores ungir para si um rei e disseram á… videira: Vem tu e reina sobre nós. Porém a videira lhes respodeu: Deixaria eu o meu vinho [novo], que agrada a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Se, deveras, me ungis rei sobre vós, vinde e refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano” (Juízes 9:8a, 12-15a).

 

 Que tipo de pessoa somos em nossa casa? Como nossa família nos considera? Uma videira ou um espinheiro? A quem temos procurado agradar? A nós mesmos ou a Deus e ao próximo?

 

Na Bíblia, a videira representa Cristo, que sacrificou tudo de si mesmo para produzir algo para alegrar a Deus e os homens – o vinho novo. O vinho novo é produzido por meio do esmagar das uvas. Isso significa que Cristo, para se tornar nossa alegria (vinho) e a de Deus, foi esmagado em nosso favor: Ele foi moído por nossa causa e por suas pisaduras fomos sarados (Isaías 53:5) !

 

Algumas vezes, em nosso casamento, somos colocados em uma situação em que devemos sacrificar a nós mesmos para fazer o Senhor e outras pessoas felizes. Quando, nessa situação, oramos e contatamos o Senhor, aí, então, O experimentamos como aquele que alegra a Deus e alegra outros. Se em nosso relacionamento conjugal não tivermos a experiência de viver pela nova vida, a vida de Deus, seremos como um espinheiro, que mesmo querendo dar “sombra” aos outros, apenas os fere com seus espinhos.

 

Não é muito difícil perceber se somos um espinheiro ou uma videira. Se somos como aqueles que apenas murmuram e reclamam de tudo, somos um “espinheiro”. Há maridos e esposas que nunca estão satisfeitos: a água do banho não é quente o suficiente; a comida está fria demais; o dinheiro nunca dá; os móveis estão velhos….Durante todo o dia só resmungam: “Por que isto? Por que aquilo?” Assim tais pessoas nunca estão alegres e os que estão próximos a elas muito menos. Por que são assim? È porque elas ainda vivem pela velha natureza “espinhenta” e não aprenderam a lição de ser a “videira “, que se sacrifica para dar “vinho” aos outros.

 

As pessoas mais felizes são aquelas que são menos egoístas. E as pessoas mais egoístas são as mais miseráveis. No apólogo de Jotão, descrito acima, apenas o espinheiro aceitou a proposta de ser o rei sobre as árvores, porque ele era o único que só pensava em si mesmo. Ele não tinha nada para suprir, alimentar ou alegrar outros, mas ainda assim gostou da idéia de reinar sobre as demais árvores. Tudo o que o espinheiro tem são espinhos pra ferir. Assim são os maridos ou esposas que só pensam em si mesmo e não querem nunca sacrificar algo de si mesmo em favor do cônjuge. Suas palavras e atitudes só “espinham” os que se aproximam e depois não entendem porque ninguém quer estar “debaixo de sua sombra”. Como resultado, suas palavras não apenas ferem mas consomem como fogo.

 

Oh, que nossos olhos sejam abertos para ver e buscar Cristo e aplicá-Lo em nossa experiência! Não temos nenhuma energia para sacrificar-nos pelos outros; porém, se tivermos a experiência de invocar o nome do Senhor Jesus e em oração O contatamos, Ele nos fortalecerá para nos sacrificarmos pelo cônjuge. Quanto mais desfrutarmos de Cristo como aquele que se sacrifica, mais “bêbados de alegria” seremos.

 

Seremos as pessoas mais felizes, pois seremos como a videira, que produz o vinho para alegrar a Deus e aos homens. Nada irá nos subornar ou desviar de produzir esse “vinho”. Dessa maneira, todos que nos contatarem, principalmente os mais próximos, estarão alegres por nós e conosco! Seremos como uma videira, que sempre produz algo novo para a alegria de Deus e de nosso próximo.

 

“Senhor Jesus, obrigado por seres a videira verdadeira. Obrigado, Senhor, por teres sacrificado a Ti mesmo por nossa causa. Senhor Jesus, Tu és minha alegria, mas eu quero tomar-Te também como Aquele que se sacrifica pelos outros. Senhor, enche-me de Teu Espírito e salva-me do egoísmo. Faze-me um Contigo, como um produtor de alegria para o próximo e para Deus”.


UMA VIDA INFRUTÍFERA

 

“Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha; e indo procurar fruto nela, não o achou. Disse então ao viticultor: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; para que ocupa ela ainda a terra inutilmente? Respondeu-lhe ele: Senhor, deixa-a este ano ainda, até que eu cave em derredor, e lhe coloque esterco; e se no futuro der fruto, bem; mas, se não, corta-la-ás” (Lc 13.6-9).

 

Esta parábola começa com algo estranho: “Uma figueira no meio da vinha”. Vinha é uma plantação de videiras. Por que haveria ali uma figueira? Por uma concessão e propósito do proprietário. Neste texto, como em outras passagens bíblicas, o ser humano é comparado a uma árvore.

 

O dono da vinha é Deus, o Pai. Se estamos no meio da vinha do Senhor, é apenas por sua graça e amor. Não temos a natureza e a qualidade correspondentes à santidade divina, mas vivemos pela misericórdia. Nunca deveríamos fazer exigências diante de Deus com base em direitos ou méritos. Reconheçamos a graça e sejamos gratos.

 

Todo cultivo representa investimento e tem um propósito. Nesse caso, o objetivo era a frutificação. O Senhor tem expectativas ao nosso respeito. Ele fez grande investimento em nossas vidas e o maior deles foi o sangue precioso derramado no Calvário. Além disso, ele nos deu o seu Santo Espírito e dons e ministérios.

 

Os frutos são resultados esperados. O problema é que a expectativa de Deus é, geralmente, diferente da nossa, assim como pais e filhos têm, quase sempre, diferentes desejos e planos. Os pais se preocupam com a saúde, o caráter, a formação educacional e profissional do filho, mas ele, sendo uma criança, talvez queira apenas um brinquedo novo. O que temos desejado, planejado e realizado? Quais têm sido nossas prioridades?

 

O texto fala sobre um tempo de avaliação. Quando chegamos ao final de cada ano, fazemos avaliações. Aqueles a quem Jesus se dirigia tinham a tendência de avaliar os outros (Lc 13.1-5), mas precisamos fazer o auto-exame (1Co 11.28).

Quando o fazemos, é possível que nos gloriemos de muitos resultados que talvez não sejam os que Deus deseja.

 

Uma figueira pode ser alta, forte, bonita, com folhagem exuberante e até flores, mas, se não tiver fruto, não estará cumprindo sua missão. Todas essas características são boas, porém insuficientes. O bom não substitui o melhor.

Afinal de contas, para quê servimos nós? Para produzirmos sombra? Somos enfeites? Nossa madeira terá alguma utilidade? Nossas folhas servirão como vestimentas? (Gn 3.7). O que o Senhor procura em nós é o fruto. Muitos objetos podem produzir sombra, mas a figueira existe para produzir figos.

 

Podemos ter alcançado tantas coisas nesta vida: dinheiro, bens, posições, cargos, títulos e, ainda assim, não termos produzido fruto.

 

Quando Jesus voltar, muitos apresentarão um relatório diante dele, dizendo: Senhor, em teu nome nós profetizamos, expulsamos demônios, fizemos sinais e maravilhas. Então, ele lhes dirá: Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade (Mt 7.22-23).

 

Desta passagem bíblica, entendemos que o exercício dos dons espirituais não é fruto diante de Deus. Tanto é assim que, nos escritos de Paulo, os dons (1Co 12) estão separados do fruto do Espírito (Gl 5.22). Podemos trabalhar muito e não produzir o que Deus espera de nós, assim como Marta trabalhava, mas não agradava ao Mestre (Lc 10.40).

 

O que seria então o fruto? O antônimo da iniquidade. Não é apenas evitar o pecado, mas fazer algo positivo em seu lugar. “Cessai de fazer o mal e aprendei a fazer o bem…” (Is 1.16-17). O fruto do Espírito é o contrário das obras da carne (Gl 5.16-22). Podemos resumi-lo em duas palavras: santificação e amor. A santificação combate o pecado. O amor não nos deixa inativos, mas nos faz produzir o bem.

 

Outra forma de definir o fruto é “aquilo que fazemos de bom por outras pessoas”. O que eu fizer por mim mesmo não vale como fruto. Como disse Lutero, “nenhuma árvore produz fruto para si mesma”. Podemos comer e beber do melhor todos os dias, mas nada disso supera o valor de um copo d’água dado ao sedento (Mt 10.42).

 

Naquela parábola, o dono da vinha veio procurar o fruto e, não o achando, ficou decepcionado. A figueira é um símbolo de Israel e representava diretamente aqueles judeus aos quais Jesus contou a parábola. Em última instância, ela nos representa também, pois Deus tem a mesma expectativa a nosso respeito.

 

Não tendo achado o fruto almejado, o Senhor mandou cortar a figueira. Temos neste ponto a manifestação da justiça divina. Em seguida, ocorre a intercessão. O viticultor parece representar o Senhor Jesus, que é nosso advogado diante do Pai (1Jo 2.1). Personificando o amor divino, ele clama: “Senhor, deixa-a mais este ano”. Então, a execução judicial foi adiada.

 

Cada dia das nossas vidas é uma nova oportunidade. Se estamos ainda nesta terra, é porque não fomos cortados. Ainda podemos frutificar.

 

O viticultor se prontificou a cuidar da figueira, cavando em volta e adubando. O Senhor ainda se propõe a investir mais em nós. O processo pode ser difícil. Cavar em volta pode ser um procedimento incômodo, que vêm romper a dureza do solo, expor o que está oculto, retirar as pedras e nos fazer mais receptivos à água que representa a Palavra de Deus. O adubo pode não ser agradável, não cheira bem, mas é necessário. Precisamos aprender também com as coisas ruins que nos sobrevêm.

 

Que Deus nos ajude a reconhecer tais processos em nossas vidas, de tal maneira que não venhamos a rejeitar a divina intervenção.

 

A figueira ganhou tempo, mas uma nova avaliação já está marcada. O juízo final se aproxima. Precisamos frutificar enquanto Deus nos permite.

 

Jesus disse àqueles homens: “Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lc 13.5). O arrependimento é o primeiro fruto que o Senhor procura. Este foi o tema da pregação de João Batista e também do Senhor Jesus ao iniciar o seu ministério. Arrependimento é conscientização, desejo, decisão e mudança. Que Deus nos ajude para que possamos produzir os frutos que ele procura em nós.

 

CONCLUSÃO

 

Não importa o que você que tenha vivenciado até agora. Deixe que, a partir desse momento, o Espírito Santo de Deus conduza a sua vida e guie seus caminhos. Permita ser acolhido, abraçado, carregado e conduzido por Deus para uma nova vida. Só o Espírito Santo é capaz de restaurar o seu viver!

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS

 

BIBLIOGRAFIA

 







A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA


A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

 

TEXTO ÁUREO

 

"Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei." (Tt 1.5)

 

VERDADE PRÁTICA

 

A igreja local deve subordinar-se à orientação de Deus, através de sua Palavra, que é o "Manual de Administração Eclesiástica" por excelência.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – TITO 1: 1-9

 

INTRODUÇÃO

 

A EPÍSTOLA ENVIADA A TITO

 

O intento da Epístola. O principal intento desta Epístola é dar conselhos e orientar ao jovem pastor Tito a respeito dos seguintes temas:

 

a) A organização das igrejas (Tt 1:5). Muitas coisas estavam fora de lugar nas igrejas de Creta. Tito foi deixado lá para colocá-las em ordem. Essas coisas incluíam o ensino da sã doutrina, a aplicação da disciplina, o combate aos falsos mestres e a instrução da sã doutrina aos crentes.

 

b) A liderança das igrejas (Tt 1:5-9). Paulo tinha uma solene preocupação com o governo da igreja. Uma igreja bíblica precisa ter líderes sãos na fé e na conduta. Paulo deixa claro que o objetivo supremo do governo da igreja é a preservação da verdade revelada.

 

c) O combate aos falsos mestres e às falsas doutrinas (Tt1:10-16). A liderança da igreja precisa vigiar para que os lobos que estão do lado de fora não entrem; nem os lobos vestidos de peles de ovelha, disfarçados dentro da igreja, arrastem após si os discípulos (At 20:29-31).

 

d) O ensino da sã doutrina (Tt 2:1). A igreja não deveria ficar apenas na defensiva, combatendo os falsos mestres, mas deveria, sobretudo, engajar-se no ensino da sã doutrina.

 

e) A promoção da ética cristã (Tt2:2-10). Paulo dá orientações claras para os líderes e para os liderados. As prescrições apostólicas contemplam os idosos, os recém-casados, os jovens e os servos.

Não é suficiente ter doutrina sã, é preciso também ter vida santa. A doutrina sempre deve converter-se em vida. Quanto mais conhecemos a verdade, tanto mais deveríamos viver em santidade.

 

f) A prática das boas obras (Tt2:11-14; 3:8,14). Não somos salvos pelas boas obras, mas demonstramos nossa salvação por meio delas. A salvação é pela fé somente, mas a fé salvadora nunca vem só; ela é acompanhada das boas obras. A fé é a causa; as boas obras são o resultado da salvação. As nossas boas obras não nos levam para o céu, mas nos acompanham para o céu (Ap 14:13).

 

g) A submissão às autoridades (Tt 3:1-11). A ilha de Creta havia sido subjugada por Roma em 67 a.C., e desde então permaneceu resistente ao jugo colonial romano. Paulo já havia destacado a atitude insubordinada dos cretenses (Tt1:10,16). Agora, Tito deveria orientar os cristãos de Creta a serem submissos aos seus governantes. A obediência dos cristãos como cidadãos deveria ornar a doutrina que pregavam.

 

I – O QUE É IGREJA

 

Definição. A palavra “igreja”, no grego, ekklēsia, significa “chamados para fora”. Originalmente, os cidadãos de uma cidade eram chamados mediante o toque de uma trombeta, que os convocava para se reunirem como assembléia em determinado local, a fim de tratarem de assuntos comunitários. Da mesma forma, a Igreja é um grupo de pessoas chamadas para fora do mundo, para formar um povo seleto, especial, pertencer a Deus e servi-lo (1Pe 2.9,10; 1Ts 1.9).

 

II – A NECESSIDADE DE LIDERANÇA NA IGREJA

 

1. A organização administrativa da igreja. A Igreja é tanto um organismo espiritual quanto uma organização que necessita do trabalho de pessoas nos vários órgãos funcionais da igreja local. Organização funcional da igreja refere-se à administração dos recursos materiais e humanos de que ela dispõe, para que não haja interrupções no seu crescimento quantitativo e qualitativo.

 

2. A organização ministerial da igreja. Esta forma de organização diz respeito ao governo da igreja local através de homens vocacionados e capacitados por Deus para o exercício do santo ministério eclesiástico.

 

Ao longo da trajetória da igreja, temos várias formas de governo eclesiástico: local, distrital, regional e nacional. Por meio do Novo Testamento, verificamos que a autoridade administrativa e espiritual da igreja local é competência do pastor. Todos os demais cargos e funções submetem-se à autoridade pastoral.

 

Na igreja também há cargos de caráter espiritual, conforme expõe a Escritura em Ef 4.11: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.

3. A organização espiritual da igreja. Essa organização refere-se, essencialmente, à sua liturgia. Trata-se da ministração do culto, da adoração coletiva, das ordenanças deixadas por Jesus, como a Ceia do Senhor e o batismo em águas (Mt 28.19,20; Lc 22.16-20).

 

Mesmo que não haja uma forma prescrita e específica de liturgia dos cultos, devemos primar em manter os princípios ensinados por Jesus, no sentido de promover a comunhão com Deus e com os irmãos.

 

Na realização do culto, deve-se evitar tanto o formalismo que engessa a liberdade da adoração a Deus em “espírito e em verdade” (Jo 4.23,24), quanto à espontaneidade individual sem limites, que vulgariza e profana o “culto racional” que devemos prestar continuamente a Deus (Rm 12.1; Sl 95.1-6).

 

Colocando em Ordem as Atividades na Igreja

 

III – COLOCANDO EM ORDE M AS ATIVIDADES NA IGREJA

 

As necessidades de organização das igrejas, na época de Paulo e de Tito, eram bem prementes. A obra do Senhor estava crescendo, e certamente distorções, dificuldades e transtornos eram observados pelos supervisores da obra.

 

Mas aquelas atividades eram idênticas às que são observadas hoje nas igrejas locais. Estas podem ser resumidas, pela ordem de importância e prioridade, nas seguintes ações:

 

1) Evangelização e discipulado

 

Essas atividades não são “modernas”, mas sempre foram desenvolvidas, desde os primórdios das igrejas locais. Por meio da mensagem do evangelho, as pessoas aceitavam a Cristo como seu Salvador, mas precisavam de ensino apropriado à sua condição de novos convertidos para se tornarem discípulos de Jesus. Paulo dava muito valor ao discipulado.

 

Ele ficou um ano e meio em Corinto, “ensinando entre eles a palavra de Deus” (At 18.11).

 

Em outra viagem, passou “sucessivamente pela província da Galácia e da Frigia, confirmando a todos os discípulos” (At 18.23).

 

Tito tinha a missão de reforçar as atividades de evangelização, discipulado e integração dos irmãos nas igrejas por onde ele passava, com autoridade delegada pelo apóstolo supervisor.

 

2) Adoração a Deus

 

Depois da conversão, vem a adoração. Logo em seus primeiros passos, o novo discípulo precisa ser ensinado e levado à adoração sincera a Deus. Naturalmente, na época de Paulo, não havia hinários cristãos à disposição dos crentes.

 

Eles louvavam a Deus, certamente, utilizando o saltério, ou os cânticos dos salmos que, em sua maioria, são adequados para louvar a Deus, em todos os tempos, e em todos os lugares, pelo mundo afora.

 

Mas Paulo era um adorador por excelência.

 

E incentivava o cântico e o louvor nas igrejas por onde passava ou para quem enviava suas epístolas: “falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Ef 5.19).

 

Na organização e funcionamento das igrejas, em Creta, não poderia ser diferente. Tito teria que lembrar aos irmãos o valor da adoração a Deus.

 

3) Ensino e educação cristã

 

Estabelecer igrejas significa não apenas inaugurar um edifício, ou mesmo dar início a uma comunidade cristã, num determinado local.

 

Significa reunir pessoas que se tornam cristãs, congregá-las num local, ainda que sem melhores estruturas físicas, para ministrar-lhes o ensino da Palavra de Deus.

 

Paulo enviou Tito a Creta para ensinar as igrejas locais e os líderes que haveria de estabelecer, dando destaque ao ensino da Palavra de Deus.

 

Sem ensino fundamentado na Palavra de Deus, nenhuma igreja pode sustentar-se firme na Rocha dos Séculos.

 

4) Integração entre os irmãos

 

Uma das características da igreja em seus primórdios era a união e a comunhão entre os crentes. “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 2.44).

 

Não havia apenas reunião entre os primeiros cristãos, mas havia união e comunhão, em torno dos que se integravam uns com os outros.

 

Certamente, Tito deve ter ensinado aos irmãos de Creta a importância da comunhão com Deus, com Cristo, com o Espírito Santo e com os irmãos.

 

5) Assistência social ou ajuda mútua

 

Os cristãos, em seus primórdios, levavam a comunhão (koinonia) tão a sério que chegaram a tomar atitudes radicais em relação às necessidades.

 

“Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos” (At 4.34).

 

Tito, representando Paulo, deve ter orientado os crentes de Creta a respeito desse importante objetivo da igreja local.

 

6) Organização e administração patrimonial

 

Nos primeiros séculos do cristianismo, a Igreja nasceu de forma bem simples e desprovida de estrutura física para a acolhida dos irmãos.

 

A princípio, reuniam-se no cenáculo (At 1.13); depois, no alpendre de Salomão (At 5.12); com o passar dos anos, os cristãos reuniam-se no Templo e nas casas de suas famílias (At 5.42; 20.20).

 

Em Creta, provavelmente, a organização das igrejas teve início nas casas, nos lares cristãos.

 

IV – FORMA DE GOVERNO NA IGREJA

 

A estrutura governamental na Igreja Primitiva constituía-se originalmente dos discípulos e por um único ministério de liderança, ocupado pelos apóstolos (At 1.15-26).

 

Com o crescimento do número de discípulos surgiram dificuldades, e com elas a necessidade de um corpo auxiliar de “ministros” ou “oficiais”, designados de bispos, presbíteros, e diáconos. (At 6.1-7; 14.21-23; 15.6,22; 16.4; 20.17-18, 28-35; Fp 1.11; Tm 3.1-13; Tt 1.5-9; 1 Pe 5.1-4; 2.25). As grandes decisões da igreja eram tomadas com a participação dos oficiais e dos discípulos (At 1.15-26; 6.1-6; 15.6-12, 22-28).

 

O segundo século foi marcado pela ascensão e primazia dos bispos sobre os outros presbíteros, considerados sucessores diretos dos apóstolos.

 

O primeiro a defender tal ideia foi Inácio de Antioquia, mas Irineu de Lion é quem a fortaleceu as suas bases através do ensino, encorajando assim a institucionalização das estruturas da igreja.

 

O caminho estava aberto para em meado do século VI, Gregório, o Grande, bispo de Roma, ser considerado o primeiro papa da então Igreja Católica, o bispo sobre os demais bispos da igreja.

 

Ao longo dos séculos, e mais especificamente após a reforma Protestante, a igreja adotou várias formas ou sistemas de governo, onde dentre os quais se destacam:

 

O Episcopal: O governo é centralizado num líder acima de todos os demais líderes ou oficiais, tendo por base a ideia da sucessão apostólica.

 

O Congregacional: O governo é centralizado nos membros da igreja. Os oficiais são meros empregados para a função de ensino, e para atenderem as necessidades administrativas estabelecidas pelos membros.

 

O Presbiterial: O governo é centralizado num conselho representativo ou presbitério, eleito pela igreja local.

 

O Governo Eclesiástico nas Assembleias de Deus no Brasil

 

O sistema de governo assembleiano é predominantemente episcopal, mas não no sentido estrito ou radical do termo, visto que os ministros auxiliares, presbíteros, e inclusive a própria igreja de forma geral, participam de algumas decisões sobre questões administrativas e eclesiais.

 

V – OFICIAIS DA IGREJA

 

Qualificações de Presbíteros/Pastores/Bispos

 

Duas passagens indicam claramente as qualificações que um homem tem que possuir para servir como bispo (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9).

 

Nenhum homem que não possua todas estas qualificações deverá ser selecionado para servir como presbítero/pastor/bispo.

 

Antes de selecionar seus pastores, os membros da igreja local deverão estudar cuidadosamente estas listas para estarem certos de que tenham dois ou mais homens verdadeiramente qualificados.

 

Paulo falou de qualificações familiares: esposo de uma só mulher, governa bem a própria casa, tem filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados.

 

Ele deu uma extensa lista de exigências espirituais e morais: irrepreensível, temperante, domínio de si, sóbrio, modesto, hospitaleiro, tem bom testemunho dos de fora, não dado ao vinho, não violento, cordato, inimigo de contendas, não avarento, não arrogante, não irascível, amigo do bem, justo, piedoso.

 

Um bispo precisa também ter experiência e capacidade para ensinar: apto para ensinar, não neófito, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem.

 

É claro que Deus quer homens espiritualmente maduros que se dedicarão aos seus irmãos para servir como presbíteros.

 

Este não é o trabalho dos jovens, dos novos convertidos, ou homens que ainda não aprenderam a guiar suas próprias famílias, nem é papel atribuído a mulheres.

 

Estas qualificações não se adquirem recebendo diplomas de cursos de seminários, mas dedicando-se ao serviço do Senhor.

 

O que é um pastor ou Bispo???!

 

Como é de praxe para responder esta pergunta começamos pelo mais lógico e simples. O pastor e bispos é quem pastoreia, cuida do rebanho, o responsável pelas ovelhas. Bastante lógico e simples. Não é? E é isto que a Bíblia quer passar com a função de pastor, em todas as suas figuras, tanto no Novo como no Velho Testamento.

 

Veja o exemplo de Davi que era pastor de ovelhas e usa essa figura no Salmo 23 para mostrar como se sentia, como ovelha, em relação a Deus que é seu Pastor.

Também Jesus usa a figura de pastor se colocando como o Bom Pastor. Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. João 10:11

 

Sendo assim por comparação entendemos que o pastor humano, sacerdote cristão é o guardador e guia das ovelhas de Cristo, que é o Sumo-pastor, pela qual eles darão conta. Hebreus 13:17

 

O que são presbíteros?

 

Quando o apóstolo Paulo convocou os presbíteros da igreja de Éfeso para que se reunissem em Mileto, nas instruções que lhes passou, ele se referiu a eles como supervisores e lhes deu a incumbência de alimentar (cuidar, apascentar) a igreja (Atos 20:28).

 

Com esses termos aprendemos muito sobre os presbíteros e sobre a natureza de sua tarefa.

 

São “anciãos” porque não são novatos, mas sim mais velhos na fé e já tiveram tempo para desenvolver a sua maturidade espiritual (1 Timóteo 3:6).

Como supervisores, eles “governam” a igreja local como um homem “governa” a sua própria família (1 Timóteo 5:17 ).

 

Isso inclui, claro, a tomada de decisões dentro do âmbito daquilo que é autorizado por Deus, embora eles devam tomar o cuidado de não “dominar” os irmãos (1 Pedro 5:3).

 

Como pastores, estão para a congregação como um pastor de ovelhas para o rebanho. Por isso, eles alimentam com a palavra de Deus, ajudando o rebanho a crescer espiritualmente e ficando alertas contra quaisquer perigos de erro ou pecado, que seria uma ameaça para o bem-estar espiritual do rebanho.

 

Não somente se fará necessária uma dieta espiritual bem equilibrada, mas eles também precisarão advertir ou admoestar os insubmissos, consolar os desanimados, amparar os fracos e ser longânimo para com todos (1 Tessalonicenses 5:14).

 

 

Outros Servidores

 

Diáconos são homens especialmente qualificados e escolhidos para servir sob a supervisão dos presbíteros. Suas qualificações são encontradas em 1 Timóteo 3:8-12:

 

"Quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa.

 

Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato.... O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa."

 

Evangelistas ou pregadores são homens que proclamam as boas novas de Jesus Cristo. Eles não têm papéis de autoridade ou supervisão na igreja. Eles servem o Senhor como seus ministros e têm que ser completamente fiéis a sua palavra (2 Timóteo 4:1-5).

 

A prática comum de chamar um pregador de "o pastor" e de lhe dar autoridade para governar uma igreja não tem base nas Escrituras.

 

 

CONCLUSÃO

 

Que tipo de igreja nos queremos para cultuar a Deus? Eu quero uma igreja que reúna esses resultados. Uma igreja que produz: Edificação. Consolação. Paz. Submissão. Obediência. Zelo

Mas, para que isso aconteça, precisamos de “Ordem e decência no culto”. Lembre-se Deus é um Deus organizado. Por essa razão vamos buscar fazer as coisas de Deus de modo tal, que reflita essa qualidade divina. Para que nós tenhamos cada vez mais um culto agradável. Tanto para nós membros da igreja, como para os visitantes.

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS