11 de janeiro de 2017

A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA


A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

 

TEXTO ÁUREO

 

"Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei." (Tt 1.5)

 

VERDADE PRÁTICA

 

A igreja local deve subordinar-se à orientação de Deus, através de sua Palavra, que é o "Manual de Administração Eclesiástica" por excelência.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – TITO 1: 1-9

 

INTRODUÇÃO

 

A EPÍSTOLA ENVIADA A TITO

 

O intento da Epístola. O principal intento desta Epístola é dar conselhos e orientar ao jovem pastor Tito a respeito dos seguintes temas:

 

a) A organização das igrejas (Tt 1:5). Muitas coisas estavam fora de lugar nas igrejas de Creta. Tito foi deixado lá para colocá-las em ordem. Essas coisas incluíam o ensino da sã doutrina, a aplicação da disciplina, o combate aos falsos mestres e a instrução da sã doutrina aos crentes.

 

b) A liderança das igrejas (Tt 1:5-9). Paulo tinha uma solene preocupação com o governo da igreja. Uma igreja bíblica precisa ter líderes sãos na fé e na conduta. Paulo deixa claro que o objetivo supremo do governo da igreja é a preservação da verdade revelada.

 

c) O combate aos falsos mestres e às falsas doutrinas (Tt1:10-16). A liderança da igreja precisa vigiar para que os lobos que estão do lado de fora não entrem; nem os lobos vestidos de peles de ovelha, disfarçados dentro da igreja, arrastem após si os discípulos (At 20:29-31).

 

d) O ensino da sã doutrina (Tt 2:1). A igreja não deveria ficar apenas na defensiva, combatendo os falsos mestres, mas deveria, sobretudo, engajar-se no ensino da sã doutrina.

 

e) A promoção da ética cristã (Tt2:2-10). Paulo dá orientações claras para os líderes e para os liderados. As prescrições apostólicas contemplam os idosos, os recém-casados, os jovens e os servos.

Não é suficiente ter doutrina sã, é preciso também ter vida santa. A doutrina sempre deve converter-se em vida. Quanto mais conhecemos a verdade, tanto mais deveríamos viver em santidade.

 

f) A prática das boas obras (Tt2:11-14; 3:8,14). Não somos salvos pelas boas obras, mas demonstramos nossa salvação por meio delas. A salvação é pela fé somente, mas a fé salvadora nunca vem só; ela é acompanhada das boas obras. A fé é a causa; as boas obras são o resultado da salvação. As nossas boas obras não nos levam para o céu, mas nos acompanham para o céu (Ap 14:13).

 

g) A submissão às autoridades (Tt 3:1-11). A ilha de Creta havia sido subjugada por Roma em 67 a.C., e desde então permaneceu resistente ao jugo colonial romano. Paulo já havia destacado a atitude insubordinada dos cretenses (Tt1:10,16). Agora, Tito deveria orientar os cristãos de Creta a serem submissos aos seus governantes. A obediência dos cristãos como cidadãos deveria ornar a doutrina que pregavam.

 

I – O QUE É IGREJA

 

Definição. A palavra “igreja”, no grego, ekklēsia, significa “chamados para fora”. Originalmente, os cidadãos de uma cidade eram chamados mediante o toque de uma trombeta, que os convocava para se reunirem como assembléia em determinado local, a fim de tratarem de assuntos comunitários. Da mesma forma, a Igreja é um grupo de pessoas chamadas para fora do mundo, para formar um povo seleto, especial, pertencer a Deus e servi-lo (1Pe 2.9,10; 1Ts 1.9).

 

II – A NECESSIDADE DE LIDERANÇA NA IGREJA

 

1. A organização administrativa da igreja. A Igreja é tanto um organismo espiritual quanto uma organização que necessita do trabalho de pessoas nos vários órgãos funcionais da igreja local. Organização funcional da igreja refere-se à administração dos recursos materiais e humanos de que ela dispõe, para que não haja interrupções no seu crescimento quantitativo e qualitativo.

 

2. A organização ministerial da igreja. Esta forma de organização diz respeito ao governo da igreja local através de homens vocacionados e capacitados por Deus para o exercício do santo ministério eclesiástico.

 

Ao longo da trajetória da igreja, temos várias formas de governo eclesiástico: local, distrital, regional e nacional. Por meio do Novo Testamento, verificamos que a autoridade administrativa e espiritual da igreja local é competência do pastor. Todos os demais cargos e funções submetem-se à autoridade pastoral.

 

Na igreja também há cargos de caráter espiritual, conforme expõe a Escritura em Ef 4.11: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.

3. A organização espiritual da igreja. Essa organização refere-se, essencialmente, à sua liturgia. Trata-se da ministração do culto, da adoração coletiva, das ordenanças deixadas por Jesus, como a Ceia do Senhor e o batismo em águas (Mt 28.19,20; Lc 22.16-20).

 

Mesmo que não haja uma forma prescrita e específica de liturgia dos cultos, devemos primar em manter os princípios ensinados por Jesus, no sentido de promover a comunhão com Deus e com os irmãos.

 

Na realização do culto, deve-se evitar tanto o formalismo que engessa a liberdade da adoração a Deus em “espírito e em verdade” (Jo 4.23,24), quanto à espontaneidade individual sem limites, que vulgariza e profana o “culto racional” que devemos prestar continuamente a Deus (Rm 12.1; Sl 95.1-6).

 

Colocando em Ordem as Atividades na Igreja

 

III – COLOCANDO EM ORDE M AS ATIVIDADES NA IGREJA

 

As necessidades de organização das igrejas, na época de Paulo e de Tito, eram bem prementes. A obra do Senhor estava crescendo, e certamente distorções, dificuldades e transtornos eram observados pelos supervisores da obra.

 

Mas aquelas atividades eram idênticas às que são observadas hoje nas igrejas locais. Estas podem ser resumidas, pela ordem de importância e prioridade, nas seguintes ações:

 

1) Evangelização e discipulado

 

Essas atividades não são “modernas”, mas sempre foram desenvolvidas, desde os primórdios das igrejas locais. Por meio da mensagem do evangelho, as pessoas aceitavam a Cristo como seu Salvador, mas precisavam de ensino apropriado à sua condição de novos convertidos para se tornarem discípulos de Jesus. Paulo dava muito valor ao discipulado.

 

Ele ficou um ano e meio em Corinto, “ensinando entre eles a palavra de Deus” (At 18.11).

 

Em outra viagem, passou “sucessivamente pela província da Galácia e da Frigia, confirmando a todos os discípulos” (At 18.23).

 

Tito tinha a missão de reforçar as atividades de evangelização, discipulado e integração dos irmãos nas igrejas por onde ele passava, com autoridade delegada pelo apóstolo supervisor.

 

2) Adoração a Deus

 

Depois da conversão, vem a adoração. Logo em seus primeiros passos, o novo discípulo precisa ser ensinado e levado à adoração sincera a Deus. Naturalmente, na época de Paulo, não havia hinários cristãos à disposição dos crentes.

 

Eles louvavam a Deus, certamente, utilizando o saltério, ou os cânticos dos salmos que, em sua maioria, são adequados para louvar a Deus, em todos os tempos, e em todos os lugares, pelo mundo afora.

 

Mas Paulo era um adorador por excelência.

 

E incentivava o cântico e o louvor nas igrejas por onde passava ou para quem enviava suas epístolas: “falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Ef 5.19).

 

Na organização e funcionamento das igrejas, em Creta, não poderia ser diferente. Tito teria que lembrar aos irmãos o valor da adoração a Deus.

 

3) Ensino e educação cristã

 

Estabelecer igrejas significa não apenas inaugurar um edifício, ou mesmo dar início a uma comunidade cristã, num determinado local.

 

Significa reunir pessoas que se tornam cristãs, congregá-las num local, ainda que sem melhores estruturas físicas, para ministrar-lhes o ensino da Palavra de Deus.

 

Paulo enviou Tito a Creta para ensinar as igrejas locais e os líderes que haveria de estabelecer, dando destaque ao ensino da Palavra de Deus.

 

Sem ensino fundamentado na Palavra de Deus, nenhuma igreja pode sustentar-se firme na Rocha dos Séculos.

 

4) Integração entre os irmãos

 

Uma das características da igreja em seus primórdios era a união e a comunhão entre os crentes. “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 2.44).

 

Não havia apenas reunião entre os primeiros cristãos, mas havia união e comunhão, em torno dos que se integravam uns com os outros.

 

Certamente, Tito deve ter ensinado aos irmãos de Creta a importância da comunhão com Deus, com Cristo, com o Espírito Santo e com os irmãos.

 

5) Assistência social ou ajuda mútua

 

Os cristãos, em seus primórdios, levavam a comunhão (koinonia) tão a sério que chegaram a tomar atitudes radicais em relação às necessidades.

 

“Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos” (At 4.34).

 

Tito, representando Paulo, deve ter orientado os crentes de Creta a respeito desse importante objetivo da igreja local.

 

6) Organização e administração patrimonial

 

Nos primeiros séculos do cristianismo, a Igreja nasceu de forma bem simples e desprovida de estrutura física para a acolhida dos irmãos.

 

A princípio, reuniam-se no cenáculo (At 1.13); depois, no alpendre de Salomão (At 5.12); com o passar dos anos, os cristãos reuniam-se no Templo e nas casas de suas famílias (At 5.42; 20.20).

 

Em Creta, provavelmente, a organização das igrejas teve início nas casas, nos lares cristãos.

 

IV – FORMA DE GOVERNO NA IGREJA

 

A estrutura governamental na Igreja Primitiva constituía-se originalmente dos discípulos e por um único ministério de liderança, ocupado pelos apóstolos (At 1.15-26).

 

Com o crescimento do número de discípulos surgiram dificuldades, e com elas a necessidade de um corpo auxiliar de “ministros” ou “oficiais”, designados de bispos, presbíteros, e diáconos. (At 6.1-7; 14.21-23; 15.6,22; 16.4; 20.17-18, 28-35; Fp 1.11; Tm 3.1-13; Tt 1.5-9; 1 Pe 5.1-4; 2.25). As grandes decisões da igreja eram tomadas com a participação dos oficiais e dos discípulos (At 1.15-26; 6.1-6; 15.6-12, 22-28).

 

O segundo século foi marcado pela ascensão e primazia dos bispos sobre os outros presbíteros, considerados sucessores diretos dos apóstolos.

 

O primeiro a defender tal ideia foi Inácio de Antioquia, mas Irineu de Lion é quem a fortaleceu as suas bases através do ensino, encorajando assim a institucionalização das estruturas da igreja.

 

O caminho estava aberto para em meado do século VI, Gregório, o Grande, bispo de Roma, ser considerado o primeiro papa da então Igreja Católica, o bispo sobre os demais bispos da igreja.

 

Ao longo dos séculos, e mais especificamente após a reforma Protestante, a igreja adotou várias formas ou sistemas de governo, onde dentre os quais se destacam:

 

O Episcopal: O governo é centralizado num líder acima de todos os demais líderes ou oficiais, tendo por base a ideia da sucessão apostólica.

 

O Congregacional: O governo é centralizado nos membros da igreja. Os oficiais são meros empregados para a função de ensino, e para atenderem as necessidades administrativas estabelecidas pelos membros.

 

O Presbiterial: O governo é centralizado num conselho representativo ou presbitério, eleito pela igreja local.

 

O Governo Eclesiástico nas Assembleias de Deus no Brasil

 

O sistema de governo assembleiano é predominantemente episcopal, mas não no sentido estrito ou radical do termo, visto que os ministros auxiliares, presbíteros, e inclusive a própria igreja de forma geral, participam de algumas decisões sobre questões administrativas e eclesiais.

 

V – OFICIAIS DA IGREJA

 

Qualificações de Presbíteros/Pastores/Bispos

 

Duas passagens indicam claramente as qualificações que um homem tem que possuir para servir como bispo (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9).

 

Nenhum homem que não possua todas estas qualificações deverá ser selecionado para servir como presbítero/pastor/bispo.

 

Antes de selecionar seus pastores, os membros da igreja local deverão estudar cuidadosamente estas listas para estarem certos de que tenham dois ou mais homens verdadeiramente qualificados.

 

Paulo falou de qualificações familiares: esposo de uma só mulher, governa bem a própria casa, tem filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados.

 

Ele deu uma extensa lista de exigências espirituais e morais: irrepreensível, temperante, domínio de si, sóbrio, modesto, hospitaleiro, tem bom testemunho dos de fora, não dado ao vinho, não violento, cordato, inimigo de contendas, não avarento, não arrogante, não irascível, amigo do bem, justo, piedoso.

 

Um bispo precisa também ter experiência e capacidade para ensinar: apto para ensinar, não neófito, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem.

 

É claro que Deus quer homens espiritualmente maduros que se dedicarão aos seus irmãos para servir como presbíteros.

 

Este não é o trabalho dos jovens, dos novos convertidos, ou homens que ainda não aprenderam a guiar suas próprias famílias, nem é papel atribuído a mulheres.

 

Estas qualificações não se adquirem recebendo diplomas de cursos de seminários, mas dedicando-se ao serviço do Senhor.

 

O que é um pastor ou Bispo???!

 

Como é de praxe para responder esta pergunta começamos pelo mais lógico e simples. O pastor e bispos é quem pastoreia, cuida do rebanho, o responsável pelas ovelhas. Bastante lógico e simples. Não é? E é isto que a Bíblia quer passar com a função de pastor, em todas as suas figuras, tanto no Novo como no Velho Testamento.

 

Veja o exemplo de Davi que era pastor de ovelhas e usa essa figura no Salmo 23 para mostrar como se sentia, como ovelha, em relação a Deus que é seu Pastor.

Também Jesus usa a figura de pastor se colocando como o Bom Pastor. Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. João 10:11

 

Sendo assim por comparação entendemos que o pastor humano, sacerdote cristão é o guardador e guia das ovelhas de Cristo, que é o Sumo-pastor, pela qual eles darão conta. Hebreus 13:17

 

O que são presbíteros?

 

Quando o apóstolo Paulo convocou os presbíteros da igreja de Éfeso para que se reunissem em Mileto, nas instruções que lhes passou, ele se referiu a eles como supervisores e lhes deu a incumbência de alimentar (cuidar, apascentar) a igreja (Atos 20:28).

 

Com esses termos aprendemos muito sobre os presbíteros e sobre a natureza de sua tarefa.

 

São “anciãos” porque não são novatos, mas sim mais velhos na fé e já tiveram tempo para desenvolver a sua maturidade espiritual (1 Timóteo 3:6).

Como supervisores, eles “governam” a igreja local como um homem “governa” a sua própria família (1 Timóteo 5:17 ).

 

Isso inclui, claro, a tomada de decisões dentro do âmbito daquilo que é autorizado por Deus, embora eles devam tomar o cuidado de não “dominar” os irmãos (1 Pedro 5:3).

 

Como pastores, estão para a congregação como um pastor de ovelhas para o rebanho. Por isso, eles alimentam com a palavra de Deus, ajudando o rebanho a crescer espiritualmente e ficando alertas contra quaisquer perigos de erro ou pecado, que seria uma ameaça para o bem-estar espiritual do rebanho.

 

Não somente se fará necessária uma dieta espiritual bem equilibrada, mas eles também precisarão advertir ou admoestar os insubmissos, consolar os desanimados, amparar os fracos e ser longânimo para com todos (1 Tessalonicenses 5:14).

 

 

Outros Servidores

 

Diáconos são homens especialmente qualificados e escolhidos para servir sob a supervisão dos presbíteros. Suas qualificações são encontradas em 1 Timóteo 3:8-12:

 

"Quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa.

 

Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato.... O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa."

 

Evangelistas ou pregadores são homens que proclamam as boas novas de Jesus Cristo. Eles não têm papéis de autoridade ou supervisão na igreja. Eles servem o Senhor como seus ministros e têm que ser completamente fiéis a sua palavra (2 Timóteo 4:1-5).

 

A prática comum de chamar um pregador de "o pastor" e de lhe dar autoridade para governar uma igreja não tem base nas Escrituras.

 

 

CONCLUSÃO

 

Que tipo de igreja nos queremos para cultuar a Deus? Eu quero uma igreja que reúna esses resultados. Uma igreja que produz: Edificação. Consolação. Paz. Submissão. Obediência. Zelo

Mas, para que isso aconteça, precisamos de “Ordem e decência no culto”. Lembre-se Deus é um Deus organizado. Por essa razão vamos buscar fazer as coisas de Deus de modo tal, que reflita essa qualidade divina. Para que nós tenhamos cada vez mais um culto agradável. Tanto para nós membros da igreja, como para os visitantes.

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

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