Exercendo a mordomia na
família
TEXTO ÁUREO
“Servi uns
aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus”. I Pe 4.10
VERDADE APLICADA
A mordomia
da família é uma prerrogativa divina, um mandamento para todos nós, a fim de
evitar sua desintegração.
Leitura bíblica –
Colossenses 3: 18-24
INTRODUÇÃO
I - A FAMÍLIA É UM
PROJETO DE DEUS
Deus
estabeleceu a família na terra segundo a sua soberana vontade: “... macho e
fêmea os criou” (Gn 1.27). Na visão divina não era bom que o homem estivesse só
(Gn 2.18). Por isso, Deus planejou a vida a dois como uma maneira de harmonizar
a sobrevivência humana sobre a terra (Ec 4.9-12). Portanto, não podemos ignorar
a mordomia da família, uma necessidade para sua manutenção enquanto aqui
vivermos (1 Tm 5.8).
a) Família, um projeto de Deus - No princípio o homem ainda estava
só, quando Deus viu sua necessidade: “... mas para o homem não se achava
adjutora que estivesse como diante dele” (Gn 2.20b). O plano divino foi fazer
uma companheira para o homem, que saísse do seu lado (Gn 2.21) e pudesse estar
com ele durante a sua existência na Terra (Gn 2.22). O projeto de Deus fora
executado, trazendo grande alegria para o homem: “Esta é agora osso dos meus
ossos e carne da minha carne ...“ (Gn 2.23). Ainda hoje a mulher é uma bênção
que vem de Deus (Pv 18.22).
b) O propósito de Deus para a família — A família foi criada com
propósitos divinos: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e
multiplicai-vos e enchei a terra e sujeitai-a, e dominai .. .“ (Gn 1.28). A
procriação da raça humana está limitada ao âmbito da família, isto é, após o
casamento, na constituição de um lar, pois a fornicação é pecado diante de Deus
(At 15.29). Os casados, portanto, devem viver de acordo com os princípios
estabelecidos por Deus em sua Palavra (Pv 5.15-19; Ec 9.9). e) A
indissolubilidade do lar — O casamento é também um contrato que se faz entre
duas pessoas que se amam e que estão dispostas a assumirem os compromissos dele
decorrente: “Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à
sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A expressão “uma carne”
salienta a”indissolubilidade do casamento, algo que foi enfatizado por Jesus,
quando afirmou: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.6).
II - OS PAIS SÃO O
ESTEIO DO LAR
Os pais se
constituem no lar como alicerces morais e espirituais da família (Dt 6.6,7; Js
24.15b). Eles foram estabelecidos por Deus como um canal de bênçãos para toda a
casa (Si 128.1-4). Cabe aos pais conduzir os filhos na “doutrina e admoestação
do Senhor” (Ef 6.4) para que eles cresçam como plantas viçosas na casa de Deus
(Sl 144. 12).
a) O lugar de sacerdotes. O Senhor tem dado aos pais a
incumbência de zelar pela vida espiritual de seus filhos: “Pais, não irriteis
os vossos filhos, para que não fiquem desanimados” (Cl 3.2 1). O grande exemplo
a ser seguido é o de Jó (Jó 1.5). A intercessão pelos filhos é propósito de
Deus para os pais, que se constituem em verdadeiros sacerdotes (1 Pe 2.9; Ap
5.10).
b) O lugar de provedores — Cabe aos pais prover o necessário
para os seus filhos (Gn 6.21,22; Pv 31.15) e guardar algo para o futuro deles
(Pv 13.22; 2 Co 12.14). Jesus exemplificou isso falando-nos do cuidado de Deus
com seus filhos na terra (Mt 6.31,32), Ele nos provê o necessário para a nossa
sobrevivência (Lc 12.22,30). Portanto, os pais devem trabalhar o necessário para
o sustento de sua família (Sl 128.2).
e) O lugar de disciplinadores — Para o equilíbrio da família não
pode faltar à disciplina no lar (Pv 29.15). Aos filhos cabem ouvir e obedecer a
disciplina dos pais (Pv 4.1), pois a correção vem do Senhor (Pv 3.11). Filho
sem disciplina, é filho bastardo (Hb 12.8).
OS FILHOS SÃO HERANÇA
DO SENHOR
Os filhos
têm um lugar de destaque na família, pois se constituem na alegria do lar (Pv
10.1). Eles são vistos na Bíblia como plantas (Si 128.3), que merecem cuidados
especiais, a fim de se desenvolverem física, mental e espiritualmente (Si
144.12), assim como sucedeu a Jesus (Lc 2.52).
a) Os filhos são galardão de Deus — O salmista declarou que “os filhos
são herança do Senhor” (Si 12 7.3), eles se constituem no galardão de Deus aos
homens (Gn 33.5). A falta deles traz “opróbrio” à família (Gn 30.1; 1 Sm
1.2,6). Isso levou Ana a buscar do Senhor uma solução (1 Sm 1.27,28). Devemos,
portanto, conduzir essa “herança preciosa” com sabedoria na doutrina e
admoestação do Senhor (Ef 6.4).
b) Os filhos honram os pais — Aos filhos cabem honrar seus pais
(Ex 20.12). Este mandamento divino foi corroborado por Jesus (Mt 15.4) e
ensinado por Paulo como doutrina na igreja (Ef 6.2). Mesmo que estejamos em
situação superior,jamais devemos desprezar nossos pais (1 Rs 2.19), pois o
desprezo é uma desonra (Pv 19.26).
c) Os filhos cooperam no lar — A cooperação dos filhos é
importante para a boa administração do lar (Pv 10.5). Eles devem participar das
atividades dos pais e assim contribuírem para o sustento da família (Mt 4.2 1).
Somente através da obediência e da sujeição podem os filhos cooperarem com os
seus pais (Mt 2 1.28-30). Os filhos que agem em obediência aos seus pais são
abençoados pelo Senhor (Cl 3.20).
IV - EXERCITANDO A
MORDOMIA NA FAMÍLIA
A mordomia
da família cristã implica em responsabilidades dentro dos princípios
estabelecidos por Deus em sua Palavra (Cl 3.18-20). Para uma boa
“administração” do lar, é necessário a distribuição de tarefas, onde cada um
faz a sua parte (Lc 10.40) e todos contribuem para a edificação do lar (Pv
24.3; 3 1.27). Se não zelarmos, portanto, pela “mordomia do lar” sofreremos
sérias conseqüências (Ec 10.18).
a) O cultivo do amor no lar — A família é preservada quando o
amor é cultivado no lar por todos os que dele participam (Rm 12.10). O esposo
deve cultivar o amor pela esposa: “Maridos, amai vossas mulheres, como também
Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25), a esposa
procura agradar ao marido: “e assim está dividido.
Também a
mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser
santa, assim no corpo como no espírito; a que se casou, porém, se preocupa com
as coisas do mundo, de como agradar ao marido” (1 Co 7.34) e os filhos devem
manifestar o amor aos seus pais (Pv 31.28,29; 1 Tm 5.4; Rm 13.8). O amor deve
estar presente na vida do lar, pois ele é o “laço” que une toda a família:
“acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl
3.14).
b) O cultivo da vida espiritual — O culto doméstico é o culto da
família. Através dele é cultivada a vida espiritual do lar (Dt 11.18-20; Js
24.15; Ex 12.26,27). Nesse culto é desenvolvida a harmonia entre os membros da
família (Sl 133.1,2), a gratidão pelos benefícios do Senhor é lembrada por
todos (Sl 103.1,2) e a adoração a Deus toma o primeiro lugar (Jo 4.23,24). O
cultivo da vida espiritual no lar traz um grande beneficio à mente do cristão
(Fp 4.8).
c) O cuidado com a salvação da
família — A salvação
é uma dádiva divina pessoal e intransferível (1 Co 7.16; Ef 2.8). Por isso
todos os membros da família precisam cuidar de sua salvação: “pela recordação
que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua
avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2 Tm
1.5).
Nesse
aspecto a esposa pode contribuir para a salvação do seu marido (1 Pe 3.1) e
vice-versa (1 Co 7.12,14). O grande exemplo de Noé deve ser seguido por todos
os que desejam a salvação de sua família (Gn 7.1; Hb 11.7).
CONCLUSÃO
A mordomia
da instituição da família se manifesta no reconhecimento e obediência aos
princípios básicos da mesma. Isto é, quando a família obedece aos mandamentos
divinos instituídos, a mordomia do lar se torna algo simples e fácil, pois
através deles há o crescimento e o desenvolvimento de cada membro em
particular. Os princípios que o Senhor estabeleceu para a família não são
pesados, portanto, todos devem contribuir com o seu papel no lar e assim a
família irá bem e prosperará em Cristo Jesus.
Lições
Bíblicas Betel 4º. Trimestre 20002
A MORDOMIA DA FAMILIA
TEXTO ÁUREO
Eu e a minha casa serviremos ao
Senhor” (Js 24.1 5).
VERDADE PRATICA
Deus
estabeleceu a família como base fundamental da vida social, moral e espiritual.
LEITURA BIBLICA EM
CLASSE = GENESIS 8.18-24; EFESIOS 5.22-25,33
INTRODUÇAO
É muito
grande a preocupação com a preservação da família nos últimos anos, devido a
deterioração progressiva da sua estrutura social e moral, bem como seus valores
em geral. A família foi instituída por Deus, no princípio, através de Adão e
Eva, o primeiro casal, a primeira família. A instituição mais forte na terra
para impedir o avanço da deterioração do casamento e da família é a igreja.
Mesmo assim, a igreja de Cristo tem enfraquecido seu poder de reação contra
essas ameaças. Ao tratar da família, o nosso propósito, com oração diante de
Deus, é que o padrão da sua Palavra seja uma realidade em cada lar. Que os pais
e mães sejam bons mordomos de suas famílias perante Deus.
1. SOMOS MORDOMOS DA
INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA
A família é
a mais antiga instituição da raça humana. Ela é a única instituição criada por
Deus antes da entrada do pecado no mundo (Gn 1.26-31; 2.18-25). O homem, como
criatura de Deus, era a mais distinta obra de toda a criação, mas, diz a Bíblia
que ele estava só. Então disse Deus: Não é bom que o homem esteja só; farlhe-ei
uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18), Então o Senhor fez a
mulher dando- lhe características distintas do homem, para que, ambos
procriassem e propagassem o gênero humano através da família.
1. A proteção e preservação da
família. Instituída
por Deus, a família deve ser preservada contra toda a possibilidade de
enfraquecimento e dissolução. A família representa a unidade básica e de
suporte da sociedade. (Mc 1O.1-12; Mt 19.1-12).
2. A família como muralha moral e
espiritual contra a degeneração social. São muitos os elementos corruptores que agem contra a
família. Deus estabeleceu princípios básicos e vitais para a manutenção da,
família, os quais dão o equilíbrio necessário para a sua preservação. O
primeiro princípio é o da união entre o homem e a mulher, mediante o
matrimônio.
3. A família é a “célula mater” da
sociedade. Do ponto
de vista de Deus, o casamento deve ser vitalício e a família indissolúvel.
II. A MORDOMIA DOS
DEVERES CONJUGAIS
A mordomia
cristã para a família requer que seus membros conheçam as responsabilidades de
cada um deles. A administração familiar começa pelo pai, depois a mãe, cada
qual cumprindo o seu papel. Os princípios básicos de administração da vida
familiar foram estabelecidos por Deus na sua Palavra, ao instituir a primeira
família na terra. A partir do primeiro casal, prossegue a doutrina da família
até ao final da Bíblia.
1. Administrando as responsabilidades
conjugais. A vida
conjugal deve apoiar-se no amor, que é o sólido fundamento de um bom
relacionamento conjugal (Ef 5.22-25,28-33).
2. Cultivando o amor na vida
conjugal. Num lar
cristão regido pelo amor não há espaço para ciúmes doentios, atitudes frívolas,
agressões físicas ou palavras grosseiras. Ninguém magoa a própria carne (Ef
5.29), já que ambos (marido e mulher) pelo casamento formam uma “só carne” (Ef
5.3 1). No relacionamento conjugal deve existir intimidade com respeito mutuo,
para que a união conjugal não se desmorone facilmente. O amor evidente e
demonstrado entre os cônjuges cria um ambiente de felicidade e tranqüilidade
entre todos dentro do lar.
3. O cultivo da fidelidade. A infidelidade conjugal tem sido a
ruína de muitos casamentos e lares. Por trás de toda infidelidade conjugal
sempre há algum tipo de problema pessoal, não tratado, nem solucionado entre o
casal. Insatisfação, vingança, carência afetiva não satisfeita e outras coisas
mais são os elementos negativos condutores para a infidelidade conjugal. O
casal que se preocupa com o melhoramento do seu casamento procura resolver suas
dificuldades e busca ajuda e aconselhamento dos seus líderes na igreja. O casal
deve administrar seus problemas, de ordem conjugal e emocional, de modo a haver
reciprocidade e satisfação mútua (Êx 20.14,17; 1 Co 7.2,3).
4. A função do marido como autoridade
na vida familiar.
Deus estabeleceu um padrão de autoridade dentro da família. Todos os membros da
família estão sob a autoridade do cabeça apontado por Deus. O padrão divino é
esse: Cristo, o cabeça do marido, senhor da família (1 Co 11.3; Ef 5.23); o
marido, o cabeça da mulher e dos filhos (Ef 5.2 2); a esposa, parceira e
ajudadora do marido com autoridade compartilhada na criação dos filhos (Gn
2.18); os filhos, submissos e obedientes aos pais enquanto estiverem sob sua
autoridade no lar (Ef 6.1-4). Toda tentativa para melhorar ou modificar o
“padrão divino da família” termina em fracasso. O padrão divino adapta-se a
todas as culturas, porque é universal e atemporal.
5. A função da esposa dentro da
família. A Bíblia
ressalta como princípio fundamental de responsabilidade da parte da esposa, a
obediência e a submissão ao marido (Ef 5.22, 24,33), além de retribuir-lhe
amor.
Esse
princípio é refutado veementemente pela sociedade moderna, hostil aos
princípios de Deus. A obediência amorosa envolve submissão e isto significa,
antes de tudo, respeito e reverência à posição do líder dentro da família. A
Bíblia ensina que a submissão dentro da família é “como ao Senhor”.
III. A MORDOMIA DOS
DEVERES FAMILIARES
1. O papel dos pais. A disciplina é a chave do sucesso da
instrução familiar. Adverte-nos a Escritura: “Instrui o menino no caminho em
que deve andar, e até quando envelhecer não se desvia-rá dele” (Pv 22.6).
Quatro requisitos essenciais da desafiante missão de criar filhos:
a) Maturidade. Maturidade no contexto da família
define-se como aquela capacitação para agir com segurança e equilíbrio. Pais
imaturos não saberão encaminhar seus filhos no caminho certo para o futuro.
Muitos filhos inseguras, desobedientes, rebeldes e fracos de personalidade
resultam da falta de pais conscientes de seus papéis. A imaturidade de pais
despreparados tem sido a causa da ruína moral de inúmeras famílias. A igreja é
a grande agência de Deus na terra para orientar a administração do lar, dos
filhos e das relações conjugais.
b) Educação (Dt 6.6,7; Sl 78.4). A educação em qualquer sentido,
começa no lar. Os país são os primeiros e mais próximos mestres dos filhos. Nos
dias de Moisés, vemos no Pentateuco, o empenho na educação dos filhos.
c) Amor. Para que haja um desenvolvimento
positivo dos valores morais e espirituais nos filhos, se faz necessário que os
pais cultivem o amor de Deus no ambiente do lar, e que o mesmo predomine nas
pessoas da família (1 Co 13; Cl 3.19; Mt 22.37,38; 1 Ts 3.12). Quando estamos
possuidos do amor divino todas as demais expressões do amor, como o conjugal, o
filial e o fraternal tornam-se uma realidade constante.
d) Disciplina. O Dr. Henry Brandt, escreveu:
“Disciplinar uma criança não é puni-la por haver feito algo errado, mas
primeiramente instruí-la no caminho que deve seguir”. Quem ama e aplica a
disciplina nos assuntos pessoais, nas relações familiares, produz a consciência
de ser amado pelos que são atendidos. A disciplina correta produz fruto
pacífico (Hb 12.6,11).
2. O papel dos filhos (Cl 3.20). A formação moral e espiritual dos
filhos tem seu suporte no modelo dos pais. Uma boa liderança dentro da família
abrange três dimensões da vida dos filhos. A primeira dimensão alcança os
filhos pela instrução, isto é, refere-se ao que dizemos para os nossos filhos.
A segunda dimensão é a influência, isto é, o que fazemos diante e para os
filhos. A terceira dimensão é a imagem; aquilo que os pais são e demonstram
para os filhos no dia a dia. A obediência contraria, às vezes, a nossa natureza
carnal.
Os pais
devem desenvolver atitude firme, amorável e paciente para com os filhos, para
que eles compreendam que a obediência é para o bem deles. Obedecer é um
princípio divino estabelecido para um relacionamento sadio entre as partes
dentro da família.
CONCLUSÃO
O cultivo da
vida espiritual é indispensável dentro da família. Cabe ao chefe da família
conscientizar-se do seu papel de sacerdote do lar (x 12.26,27; Ap 1.6).
Conduzir a família à experiência da salvação; cultivar a vida espiritual dentro
do lar e, conduzir a família à participação na vida da igreja são atitudes
positivas. Essas atividades na igreja, através da Escola Dominical e a
integração na vida da igreja em outras atividades, trarão frutos positivos à
família.
Lições
Bíblicas CPAD 4º. Trimestre 2003
A MORDOMIA DA FAMÍLIA
CRISTÃ
TEXTO ÁUREO
“Frutificai
e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a” (Gn 1.28).
VERDADE PRÁTICA
A
desintegração da família resulta da falta de mordomia cristã. Integremo-la
conforme o padrão divino estabelecido para a família cristã.
TEXTO BIBLICO BÁSICO =
Ef 5.22,23,25-28,31; 6.1-4
INTRODUÇÃO
Muito se tem
falado sobre os problemas da família nos últimos anos. Declarações negativistas
colocam a família à beira do precipício e não encontram meios de recuperá-la.
Temas jornalísticos que põem em dúvida a sobrevivência da família são abordados
em todo o mundo. Porém, a despeito das ameaças contra a família, cremos na sua
sustentação, pelo fato dela ter sido instituída por Deus. Portanto, acima de tudo,
a família é um ato de Deus, confirmado pela Palavra de Deus.
1. A MORDOMIA CRISTÃ DA
INSTITUIÇÃO DIVINA DA FAMILIA
A família é
a mais antiga instituição da raça humana. Foi estabelecida antes do Estado, da
Igreja, da Escola ou outra qualquer instituição humana. A família é a única
instituição bíblica antes da entrada do pecado no mundo (Gn 1.26-31; 2.18-25).
Quando Deus criou o homem, ele era a criatura mais distinta da criação, porém
estava só. Então disse Deus: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma
adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). Foi na criação da mulher que
ft)i instituída a família e a unidade da raça humana.
1. A família deve ser preservada. A mordomia da família está na
conscientização de que a família foi instituida por Deus e que deve ser preservada
contra toda possibilidade dissolução. Deus não só instituiu, mas ordenou a
continuação da família através de um relacionamento sadio e de temor a Deus. A
família representa a unidade básica da sociedade, por isso ninguém tem o
direito de interferir ou fazer alterações no plano divino (Mc 10.1-12; Mt
19.1-12). A igreja é responsável pelo ensino bíblico de orientação da família
cristã em todas as suas esferas.
2. A família provê as necessidades
básicas do indivíduo.
Deus não instituiu o casamento por acaso, mas Ele tinha um propósito
previamente estabelecido. Enquanto o homem estiver nesta estrutura fisica. o
matrimônio será uma necessidade à sua vida. Ele criou o homem para a felicidade
e o prazer da Sua comunhão. Deu-lhe uma esposa para complementar-lhe em termos
de vida física e psicológica.
3. A família provê a perpetuação do
nome de Deus sobre a terra. Deus estava comprometido com a continuação da raça humana. quando disse:
“Frutificai e multiplicai-vos. e enchei a terra, e sujeitai-a” (Gn 1.28). A
família foi instituída para que enchesse a terra com a semente humana e, assim,
perpetuasse o nome de Deus sobre toda a terra. Casamento, nascimento, criação
de filhos são os meios para a execução do ideal divino. Portanto, preservar
esses valores significa preservar os interesses de Deus.
4. A família é muralha moral e
espiritual. A
mordomia da instituiçã() da família se manifesta no reconhecimento e obediência
aos princípios básicos da constituição da mesma. O primeiro princípio é o da união
entre o homem e a mulher: não só uma união física, mas também de um
entendimento perfeito, de uma comunhão genuína e espiritual entre eles mesmos e
Deus, O segundo principio é o da realização pessoal e mútua. Como o homem é de
natureza gregária, isto é, nasceu para receber e para prover companhia. o
casamento satisfaz essa necessidade de ambas as partes. O terceiro princípio é
o da perpetuação da espécie sobre a terra. Não por outro meio, nem de outro
modo, mas é pelo casamento que se perpetua a espécie humana e, naturalmente, a
família.
5. A família é indissolúvel. Por causa do pecado e da dureza de
coração do homem, têm havido constantes ameaças contra a indissolubilidade do
casamento, O casamento foi criado para durar, dentro de um harmonioso
relacionamento entre marido e mulher, pais e filhos. Ordena a Bíblia que haja
respeito mútuo, amor e compreensão entre as pessoas da família (Mt 19.6; 1 Co
7.20: Ef 5.25.28.31; 6.1-4).
II. A MORDOMIA CRISTÃ
DOS DEVERES FAMILIARES
A mordomia
da família implica em conhecimento de responsabilidade sob uma administração
dentro dos princípios divinos estabelecidos. I)eus, ao instituir a família,
estabeleceu princípios de liderança.
1. A mordomia dos deveres conjugais. Para que haja um relacionamento
sadio e de plena compreensão é necessário que ambos os cônjuges se
auto-administrem em perfeita comunhão com o Senhor. A vida conjugal deve
apoiar-se no amor, que deve ser o fundamento invisível do relacionamento
conjugal (Ef 5.22-25,28-33).
a. A mordomia do amor na tida
conjugal. O amor não
deve ser egoísta querendo unicamente a satisfação de uma das partes. Num lar
cristão regido pelo amor não há lugar para ciúmes doentios, atitudes frívolas.
agressões físicas ou palavras grosseiras. Ninguém magoa a sua própria carne (Ef
5.29), já que ambos (marido e mulher), pelo casamento são “uma só carne” (Ef
5.31). No relacionamento conjugal deve existir intimidade com respeito mútuo,
para que a união conjugal não se desmorone facilmente, O amor entre os cônjuges
cria um ambiente de felicidade e tranqüilidade entre todos de casa.
b. A mordomia da fidelidade no
relacionamento conjugal. A infidelidade conjugal tem sido a ruína de muitos lares e vidas. O
casal deve administrar suas necessidades físicas de modo a haver reciprocidade
e satisfação mútua. A Bíblia exige exclusividade e pureza no casamento.
c. A mordomia da liderança no lar. Deus deu esse privilegio ao homem de
ser o responsável pela família e por todas as decisões. A ele pertence o lugar
de líder, de cabeça da mulher e do lar (Ef 5.23). Notemos o que a Bíblia ensina
aos maridos cristãos: “Igualmente vós, maridos, co-habitai (vivei) com elas com
entendimento, dando honra à mulher” (1 Pe 3.7).
d. A mordomia da esposa no lar. E natural que o principio do amor
seja recíproco entre os cônjuges. Porém. a Bíblia ressalta como princípio
fundamental de responsabilidade da esposa, a obediência e a submissão ao marido
(Ef 5.22,24,33). Esse principio é refutado veementemente pela sociedade
moderna, porque não o entende. A obediência envolve submissão que deve ser
entendida como respeito e reverência à posição do líder dentro da família. Não
significa uma submissão cega, incoerente com os princípios de vida conjugal
estabelecidos por Deus. Essa submissão é, antes de tudo. “como ao Senhor”.
2. A mordomia dos deveres familiares.
a. O papel dos pais. Os pais têm a importante missão de
delinear os rumos da vida de seus filhos, de tal forma que, desde a infância
até se tornarem adultos, sejam felizes e ajustados. A Bíblia é o manual por
excelência de educação moral. cívica e espiritual para todas as idades. A
disciplina é a chave do sucesso da instrução familiar. Diz o sábio provérbio de
Salomão: “Instrui ao menino no caminho em que deve andar. e até quando
envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6). Quatro requisitos essenciais da
fascinante missão de criar filhos são:
• Maturidade. Maturidade aqui tem o sentido de
capacitação emocional, física, moral e espiritual. Maturidade tem a ver com
pessoas equilibradas, que sabem o que querem e que agem conscientemente. A
imaturidade dos pais tem sido a causa de ruínas morais de muitos casais que
fracassaram na criação de filhos.
• Educação. (Dt 6.6,7; SI 78.4). Esses
versículos nos mostram a preocupação com a educação dos filhos nos dias de
Moisés.
• Amor. Para que haja um desenvolvimento
positivo nos filhos é preciso que o amor divino domine o ambiente do lar e seja
contagiante (1 Co 13; Tt 2.4; CI 3.19: Mt 22.37,38: 1 Ts 3.12). O amor divino
deve englobar todas as expressões de amor conjugal filial e fraternal.
• Disciplina. O Dr. Henrr Rrandt escreveu: “Pessoa
disciplinada e aquela que escolhe voluntariamente um certo modo de viver, disciplinar
uma criança não é puni!a por haver feito algo errado, mas instruí-la no caminho
que deve seguir”. Lamentavelmente. é por falta de uma conceituação correta e
bíblica acerca da disciplina dos filhos que muitos pais têm perdido seus
filhos.
Quem ama
aplica a disciplina e ela produz a consciência de ser amado. A disciplina
correta produz fruto pacífico (Hb 12.6,11).
b. O papel dos filhos. (Cl 3.20). A idéia da obediência
contraria, às vezes, a nossa natureza carnal, Porém, ainda que a palavra
obediência pareça amarga, ela pode tornar- se doce, mediante a conscientização
de que esse é o caminho para a felicidade. Obedecer é um princípio divino
estabelecido para o relacionamento familiar. Nem sempre um filho concorda com
certa ordem dos pais, porém, a obediência resultará positivamente, porque
contribui para ajustar-se aos padrões divinos.
III. A MORDOMIA DA VIDA
ESPIRITUAL NA FAMILIA
O cultivo na
vida espiritual é fundamental dentro da família. Cabe ao chefe da família
conscientizar-se de seu papel espiritual como sacerdote da família (Êx
12.26,27; Ap 1.6).
1. A mordomia da salvação da família.
Há um conceito de
que a salvação é herança para os filhos, uma vez que os pais sejam crentes em
Crista. Esse conceito é falso! Nossos filhos precisam ser evangelizados. Eles
precisam ser persuadidos acerca da necessidade de serem salvos por Jesus, Não
basta serem filhos de crentes, Eles precisam conhecer a Jesus Cristo
pessoalmente.
Quantos pais
isolam seus filhos de sua experiência religiosa porque acham que os filhos são
pequenos e não entendem. Com isto afastam deles a possibilidade de receberem a
semente do Evangelho quando novos, Depois crescem sem nenhuma experiência com
Deus e nada querem com a igreja. A Escola Dominical é o melhor local para
conduzir os filhos ao conhecimento e à experiência de salvação.
2. O cultivo da vida espiritual
dentro da família.
Nos primórdios dos tempos do Antigo Testamento encontramos Adão e Eva
estabelecendo o culto a Deus juntamente com seus filhos. Abraão, o pai da fé,
construiu um altar familiar para adorar a Deus (Gn 18.19).
Noé, após o
dilúvio, construiu um altar familiar para, com seus filhos, adorar a Deus. que
os salvou da catástrofe. Os pais, portanto, devem ensinar aos filhos que o
lugar de culto a Deus começa no lar. Portanto, lar e igreja são complementares
quanto à adoração ao Senhor.
3. A mordomia da participação da
família na vida da igreja. A família é a base da constituição da igreja. Não há igreja sem
famílias, por isso a vida da igreja se manifesta pela participação e cooperação
da família aos cultos. Há muitos pais que se descuidam dessa parte com seus
filhos. A casa de Deus é o lugar apropriado para os pais se reunirem com os
filhos, e onde todos podem receber instruções da Palavra de Deus através dos
seus ministros (Hb 10.22-25).
Os pais
devem sentir prazer em estar na casa de Deus e transmitir esse prazer aos
filhos (SI 122.1; 132.4,5). A família deve participar das atividades nos vários
trabalhos da igreja. Várias áreas das atividades da igreja são carentes de
pessoas dispostas a servir em prol da causa do Senhor. Essa participação na
vida da igreja integra os membros da família entre si e os irmãos na fé,
capacitando-os a servir ao Senhor.
Lições
Bíblicas CPAD 2º. Trimestre 1987