O
QUE É A MORDOMIA CRISTÃ
TEXTO
ÁUREO
“Do Seenhor é a terra e a sua plenitude: o mundo e aqueles que
nele habitam’ (SI 24.1).
VERDADE
PRÁTICA
A mordomia cristã ensina ao crente uma perspectiva global e
administrativa da vida em todas as suas esferas.
TEXTO
BÍBLICO BÁSICO = Salmos 66.1-9
INTRODUÇÃO
O estudo da Mordomia Cristã leva-nos à verdadeira filosofia de
vida cristã. Os princípios básicos da vivência cotidiana do crente estão
expostos na doutrina da mordomia. Esse estudo, sem divida, será capaz de
oferecer uma atitude nova e positiva para com a vida em relação com o mundo em
que vivemos, O modelo singular da mordomia Cristã. é o próprio Cristo. através
do testemunho dos Evangelhos, nos seus atos e ensinos.
O conhecimento da mordomia cristã dá ao crente uma perspectiva
mais global do significado da vida. Responde claramente à indagação: Por que
estou no mundo? Como viver sabiamente num mundo corrompido?
Creio que este estudo acerca da Mordomia Cristã possa promover uma
total revolução social e espiritual, e restaurar a consciência do dever de cada
crente perante Deus e o mundo. Ao entendermos o significado dessa doutrina,
estaremos aptos para fazer a “obra de Deus” em todas as suas dimensões.
A doutrina bíblica da mordomia centraliza seus princípios na
soberania de Deus sobre todas as coisas. Nós somos apenas seus mordomos.
1.
DEFINIÇÃO DA PALAVRA “MORDOMIA”
Há pelo menos cinco palavras no grego que dão uma idéia geral do
significado da palavra “mordomia”. Essas cinco palavras são semelhantes e podem
dar um entendimento mais global da citada palavra.
O verbo grego OIKÉO significa habitar. Dela brotam as palavras
gregas OIKIA ou OIKOS as quais se referem á casa como lugar de habitação. A
segunda palavra é 01- KEIOI que diz respeito á família, ou à casa como conjunto
de pessoas. A terceira palavra é OIKODESPOTE ’ que se refere ao dono da casa,
ao pai de família, ou como aparece em algumas versões da Bíblia, “o senhor da
casa” (Mc 14.14).
A quarta palavra é OJKETES que se refere ao “Servo do Senhor” cuja
função é dentro da casa. A quinta palavra, que é a mais conhecida para explicar
“mordomia”, é a palavra 0IKONOMOS que’ significa mordomo, administrador de uma
casa.
II
- A MORDOMIA DO AMOR CRISTÃO
A IMPORTÂNCIA DO AMOR CRISTÃO (I Co 12.21: 13.1).
1.
A Sabedoria sem Amor só faz Barulho (I Co 13.1). Vivemos num mundo em que a
ciência se tem multiplicado, e as mentes se têm deixado dominar pela frieza da
sabedoria humana. Desse modo, o amor (me une os corações e os tornam acessíveis
entre si, está quase acabado. A tendência do homem, sem amor, é caminhar para a
autodestruição. Porém, a Igreja está na terra para manter acesa a chama do amor
em todas as suas dimensões.
2. Religião sem Amor é Vazia (I
Co 13.2). É preciso
entender que o sentido de religião é o de estar ligado com Deus, isto é,
reconciliado com Ele e crendo na sua misericórdia e soberania. Não se trata
meramente de alguma organização religiosa, mas de uma religião que seja a
expressão do amor recíproco entre Deus o homem. O amor é supremo na sua operação
e se manifesta na vida da criatura que anda com Deus e a Ele obedece.
3. A Beneficência sem Amor não
tem Proveito Algum (I Co 13.3) O amor verdadeiro é desinteressado, isto é, não age
egoisticamente. Distribuir bens materiais aos pobres, agasalhar o desnudo,
alimentar o faminto, fazer tudo isto sem o verdadeiro amor, não trará proveito
algum. A caridade, sem amor espontâneo e verdadeiro, é oca e vazia em si mesma.
4. O Auto-sacrifício sem Amor,
para Nada Adianta (I Co 13.3). Esse modo de falar do apóstolo representava, naquela época, o ato
máximo de desprendimento que uma pessoa podia fazer.
Porém, ele enfatiza a importância do amor como razão principal de
qualquer gesto sacrificial que alguém possa fazer por outrem. Sem amor,
qualquer sentimento que se possa demonstrar, torna-se, sem proveito. O
sacrifício máximo de toda a história da humanidade foi feito por Jesus Cristo.
III. AS DIMENSÕES DO AMOR CRISTÃO
1. A Mordomia do Amor Cristão para com os Irmãos na Fé (Fp 1.9: Rm
15.1; Ef 4.2; 5.2). Jesus deu
importância a esse amor. (Jo 13.35).
A Igreja primitiva exerceu a
mordomia do amor fraternal. Os crentes tinham perfeita afeição entre si (At
1.32).
Um dos grandes sucessos
espirituais para a Igreja é o amor fraternal. Na igreja de Jerusalém “todas as
coisas lhes eram comuns”. Isto indica que aquela igreja era mais que um
agrupamento de pessoas ou uma reunião em torno de uma idéia. Era uma comunidade
em que todas as coisas interessavam a todos (Jo 15.12).
2. A Mordomia do Amor Cristão para com os Inimigos (Rm 13.10). A inimizade é fruto da carne,
porque revela uma atitude que contraria a razão da vida humana em sociedade.
Foi Deus quem concebeu a amizade, a convivência.
O amor precisa ser derramado
sobre os corações para curar os ressentimentos, ódios e rancores pessoais. Por
causa do pecado, a inimizade surgiu como fruto do egoísmo e individualismo,
lançada no coração do homem, como semente daninha (Ef 2.16).
Porém,
nenhum inimigo resiste ao amor (Mt 5.44).
3. A
Mordomia do Amor Cristão para com Deus (Mt 22.37). E aquele
que parte de nós para com Deus. Jesus renovou o mandamento antigo do amor a
Deus. Esse amor representa a disposição plena de cada pessoa de envolver todo o
seu ser nas relações com Deus. O texto de Mateus 22.37 destaca três coisas que
representam o ser humano no seu todo, conforme o pensamento judaico da época.
Fala-se aqui em amar com o “coração”, com a “alma” e com o “entendimento”.
A
alma, para representar a sede dos pensamentos e sentimentos; o coração, para
referir-se à vida física e ao “eu” pessoal de cada ser humano; o entendimento,
para referir-se ao elemento racional que torna o ser humano ímpar no reino
animal. Portanto, devemos amar com todo o nosso ser, pois o amor a Deus é o grande
mandamento, e dele depende todos os demais sentimentos, bem como todas as ações
do ser humano
4. Mordomia
do Amor Cristão para com os Necessitados. Quando o amor divino nos domina,
ele se torna poderoso em seus efeitos. Faz-nos preocupar com os necessitados e
leva-nos a agir altruisticamente. Ele não vê barreiras, não faz fronteiras e
vai além dos limites humanos.
E
um fato incontestável, o de que o mundo está dominado pela ambição desenfreada,
pela avareza, pela degenerescência física e moral do homem. Só o amor será
capaz de soerguer essa sociedade do seu egoísmo e da sua avareza. Não fazemos
as boas obras para sermos salvos, mas as fazemos porque somos alvos. Isto
significa porque somos salvos.
Isto
significa admitir que a salvação de nossas almas tem um objetivo (Mt 5.16).
O
apóstolo Tiago explicou esse assunto em sua epístola, (Tg 2.17).
A
fé precisa ser dinâmica; precisa expressar-se em obras que glorifiquem a Deus.
E Tiago, outra vez, quem diz: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai,
é esta: visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações, e guardar-se da
corrupção do mundo” (Tg 1.27).
A
Igreja deve ser encarada, em sua realidade local, como comunidade de pessoas
que têm problemas sociais e materiais, os quais precisam ser amenizados pela
participação de todos os membros.
5. A
Mordomia do Amor Cristão para com a Obra Missionária. Foi esse
amor que impulsionou homens e mulheres a transpor as fronteiras de Jerusalém
para alcançar- nos em terras de além-mar, O IDE imperativo de Jesus foi
incisivo.
“Ide
por todo o mundo” (Mc 16.15).
A
Bíblia diz que “o amor de Deus nos constrange” (II Co 5.14).
A
força desse amor faz o crente sentir compaixão pelas almas, como Jesus
sentiu (Mt 9.36-38);
cria disposição no crente para fazer a vontade de Deus (II Co 8.5); cria o
sentimento de obrigação ao serviço missionário (I Co 9.16).
IV.
A BASE DOUTRINARIA DA MORDOMIA CRISTÃ
O princípio espiritual da mordomia está nas palavras inspiradas do
salmista: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele
habitam” (Sl 24.1). Por essa lei espiritual entendemos que o nosso papel como
criaturas e filhos de Deus é o de reconhecer a soberania do Deus Criador sobre
todas as coisas e zelar por elas.
A mordomia bíblica destaca a soberania de Deus em termos de
“senhorio”. Ele administra a economia da criação como Rei e Senhor.
1. Deus, Senhor da Criação (Hb
11.3). A obra da
criação não é a primeira na ordem do tempo dentro da eternidade, mas é o
principio e a base de toda a revelação divina. A doutrina da criação exposta na
Bíblia, tem por objetivo revelar a relação entre Deus e o homem.
A Bíblia põe em destaque o fato de que Deus é a fonte de toda a
Criação e de que ela pertence ao Criador e a Ele está sujeita. A Biblia não
apresenta uma solução filosófica acerca da criação do Universo, mas um fato
crido e aceito pela fé.
2. Deus, Senhor do Reino Pessoal
e Impessoal. Nesse ponto
afirmamos que o reino animado pertence a Deus. Ele é o Criador, não só do
homem, mas também das formas inferiores da vida. E Ele que providencia todas as
condições necessárias para a continuidade da vida física, tanto do homem como
dos animais (Pv 30.25; SI 145.15,16; Mt 5.45). Porém, no mundo animal,
destaca-se o homem criado à imagem e semelhança do Criador, em termos de
personalidade e espírito. Portanto, o homem pertence a Deus.
a. Em primeiro lugar, o homem
pertence a Deus por direito de criação (Gn 1.27; Is 43.1: Is 45.12; Ez 18.4). Na criação do homem, Deus formou
o corpo do pó da terra com as substâncias que o compõem. A palavra “formou”
indica o fato de que a criação do homem resultou de materiais preexistentes.
Com isso anulamos a teoria da evolução que sustenta a idéia de um
desenvolvimento gradual e lento advindo do reino animal inferior, como o
macaco.
A realidade dessa criação distinta está na declaração de Gn 2.7
que diz: “e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser
alma vivente”. Aqui encontramos algo diferente de toda a criação material, que
é a vida física e espiritual. O homem passou a ser pessoa, com consciência de
si mesmo e com livre-arbítrio.
b. Em segundo lugar, o homem
pertence a Deus por direito de preservação (At 14.17; At 17.28; Cl 1.17). Deus não criou o homem e,o
abandonou ao léu. Ele o criou e o sustenta pela sua providência div.sna. Esta
providência é fartamente conhecida pelo oxigênio que respiramos, pelo vestuário
e pelo alimento nue a terra produz.
c. Em terceiro lugar, o homem
pertence a Deus por direito de redenção (1 Co 6.20; Tt 2.14; Ap 5.9). Por causa da queda pelo pecado o
homem perdeu o rumo e a comunhão com o seu Criador. A sua comunicação foi
cortada. Mas Jesus, o Filho amado de Deus, fez-se carne, habitou entre nós e
redimiu-nos para si mesmo. O preço da redenção foi paga com sangue inocente, o
sangue expiatório de Cristo.
V.
A IMPORTÂNCIA DA MORDOMIA
A doutrina da mordomia cristã deve desenvolver os conceitos
bíblicos sobre as atividades pessoais do crente, isto é, suas relações com os
seus semelhantes, com os seus familiares, com o seu trabalho, com a Igreja, com
a cultura e, acima de tudo, com Deus.
Alguns afirmam que a mordomia significa a administração dos bens
de outrem. Porém a mordomia cristã implica a responsabilidade de administrar os
bens espirituais, morais e materiais, conforme o supremo ideal da vida, que é
Cristo (Cl 3.4).
Toda a vida de Cristo e seus ensinos tornam-se a base principal da
mordomia cristã.
Para destacar a importância da mordomia enfocaremos alguns
conceitos que emergem do coração da Bíblia, para os que desejam viver
sabiamente a sua vida sobre a terra.
1. A Vida Tem um Propósito. A Biblia não aceita a idéia do
“acaso” para a razão da nossa existência. As indagações, tais como: “por que eu
nasci?” Ou “por que eu estou na terra?”, são facilmente respondidas, pois a
vida tem um propósito definido. Deus não criou o homem sem uma razão. Ele o
criou como um agente moral, com livre-arbítrio e capaz de comunicar-se com o
seu Criador. A relação entre Deus e o homem difere da sua relação com a criação
material e a criação do animal inferior. Deus respeita a liberdade do homem,
mas não o deixa a mercê da própria sorte. Ele é o governador máximo e soberano
sobre todas as coisas criadas.
Há pelo menos quatro aspectos relacionados com o governo de Deus
a. A ação permissiva de Deus. Refere-se à capacidade divina de
permitir algum evento, positivo ou negativo. Por exemplo: Deus permite ao homem
a livre escolha, mas não aprova o pecado. O homem pode escolher pecar, mas Deus
o previne e o julga pelo pecado que cometer. Deus é Santo, portanto o pecado
será sempre abominável para Ele.
Muitas vezes, o crente passa por provações que Deus permite. Não
que Ele tenha prazer no sofrimento do seu servo, mas Ele permite essas
provações para que o crente aprenda alguma lição espiritual que ainda não tenha
aprendido (Cf 2 Cr 32.21; Sl 81.12,13; Os 4.17; At 14.16; Rm 1.24,28).
b. A ação preventiva de Deus. Diz respeito à ação de Deus para
prevenir o homem de algum mal ou pecado (Gn 20.6; 31.24; Si 19.13). Quando o
crente mantém plena comunhão com Ele, é prevenido muitas vezes dos perigos que
podem ameaçar a sua vida em todas as esferas.
c. A ação diretiva de Deus. Isso não significa apenas que
Deus nos dirija e nos oriente. A ação do governo diretivo implica a sábia
capacidade divina de tirar proveito de certos atos maus do homem e fazer com
que haja resultados positivos. A Bíblia destaca a vida de José, filho de Jacó.
Seus irmãos, por causa da inveja e intriga, o venderam aos estrangeiros. No
plano divino, esse pecado de seus irmãos foi transformado posteriormente em
bênção. De escravo, José tornou-se governador do Egito. Note o que ele disse ao
encontrar-se com seus irmãos:
“Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o
tornou em bem, para fazer como vedes agora, que se conserve muita gente em vida
(Gn 50.20). Outros textos elucidam esse ponto (Is 10.6; SI 76.10; Jo 13.27; At
4.27,28; Rm 9.17,18).
d. A ação controladora de Deus. Como ação controladora de Deus
podemos entender, sem sombra de dúvida, a providência de Deus governando e
controlando tudo. Todas as coisas estão nas suas mãos. Ele tem o controle de
tudo, até mesmo sobre a expansão do pecado e da maldade. A Satanás Ele deu
limite de sua ação contra a vida de Jó. Disse o Senhor a Satanás: “Eis que tudo
quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E
Satanás saiu da presença do Senhor” (,Jó 1.12): Mais adiante o Senhor disse
outra vez a Satanás: “Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua vida”
(Jó 2.6).
Portanto, não há dúvidas de que há um propósito divino para cada
vida neste mundo. Paulo disse em Romanos:” E sabemos que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
2. A Mordomia Cristã não Separa,
na Existência Cotidiana, o Espiritual e o Material. Nos dois primeiros séculos da
era cristã, a Igreja enfrentou alguns problemas de ordem moral, os quais eram
discutidos fortemente pelos crentes. Alguns cristãos advindos do paganismo e de
várias correntes filosóficas. como o gnosticismo, viviam ainda influenciados
pelos seus falsos conceitos acerca da verdade material e espiritual. Ensinavam
que com a carne se serve á carne e com o espírito se serve a I)eus. Com isso
admitiam os pecados da carne comu se fossem coisas normais, que em nada
afetavam o espírito. Porém esse ensino é frontalmente refutado pela Bíblia.
3. A Mordomia Cristã Faz Aumentar
o Senso de Responsabilidade. O apóstolo Paulo diz: “Não sejais vagarosos no cuidado” (Rm
12.11). Devemos ser cuidadosos com as nossas responsabilidades. Os desmazelos e
a desorganização na vida material e espiritual são próprios de quem não conhece
e nem pratica a mordomia cristã. A pontualidade é um dos requisitos essenciais
para o sucesso em qualquer atividade humana. A pontualidade tem a ver com o
cumprimento do dever. Vivemos numa sociedade corrompida em que os valores
morais se tornaram obsoletos, Entretanto, a Palavra de Deus continua a mesma.
4. A Mordomia Cristã é
Desenvolvida e Praticada Conforme a Vontade de Deus. O maior exempio para este ponto
é o próprio Jesus, que disse: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou, e realizar a sua obra” (,Jo 4.34).
5. A Mordomia Cristã Exige
Prestação de Contas. Na parábola
do mordomo infiel, o seu senhor exigiu: “Dá contas da tua mordomia” (Lc 16.2).
Essa parábola tem um sentido escatológico, pois todos os servos de Cristo hão
de comparecer ante o tribunal de Cristo para prestar contas de seus atos. Será
o dia do ajuste de contas. Todos os salvos hão de comparecer para que sejam
julgadas as suas obras, como está escrito: “Porque todos devemos comparecer
ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito
por meio do corpo” (2 Co 5.10; Cf. Lc 12.48).
VI. A
MORDOMIA CRISTÃ DOS BENS = Lucas 12.15-21
Trataremos
por “bens” todas as coisas materiais que possuímos advindas de nosso trabalho,
herança ou doações. Entretanto, tudo isso provêm de Deus, de quem recebemos
todas as bênçãos. Só Deus tem o direito de propriedade, e o crente o direito de
posse, isto é, o direito de usar os bens materiais. E preciso, portanto,
reconhecer, que como mordomos deveram usar as “riquezas” que Deus nos confia
para o bem dos nossos semelhantes e para a expansão do seu reino na terra.
VII. DEUS É
O SENHOR DE TODA RIQUEZA
É
explicada com clareza em toda a Bíblia, que toda a riqueza pertence a Deus (Sl 24.1).
Enquanto
nós somos simples mordomos delas (Mt
24.47).
Tudo
o que usufruímos vem do Senhor, que fez os céus e a terra (Gn 2.4).
Devemos,
portanto compreender que, enquanto aqui estivermos, devemos viver de tal
maneira que glorifiquemos o seu nome através de suas dádivas:
(Sl 103.2).
a) Ele os
distribui aos seus filhos. O que pertence ao Senhor, por sua propriedade, Ele tem dado aos
filhos dos homens: (Sl 115.16).
Através
do profeta Jeremias o Senhor reafirma seu propósito de dar a terra a quem, aos
seus olhos, lhe agrada: (Jr 27.5).
Ao
nos dar seus bens, c Senhor espera a nossa mordomia, c nosso cuidado (Dt 1.8,21).
b) Ele os dá
por sua bondade. Tudo o que recebemos do Senhor é tão somente por sua bondade (Ne 9.25),
Inclusive
as bênçãos que recebemos dele, são “bênçãos de bondade” (Sl 2 1.3).
A
sua bondade tem aberto o “seu bom tesouro” sobre seus filhos (Dt 28.12),
Porque
o Senhor é “bom e abençoador” (Sl
119.68).
Jesus
afirmou que Deus sempre quer o melhor para os seus filhos (Lc 11.13).
c) Ele os
preserva por seu Espírito. O Espírito Santo tem o poder preservador: “... e o Espírito de
Deus se movia sobre a face das águas” (Gn
1.2b).
Enquanto
Deus não agia, o Espírito Santo estava presente preservando a terra para4 um
propósito divino, a Criação (Gn 1.3).
Certamente,
o Espírito Santo esteve presente na Criação (Gn 1.26)
E
agora participa ativamente de sua preservação (Sl 104.30).
VIII. O EXÉRCICIO LEGÍTIMO DA MORDOMIA
O
mordomo considera um privilégio poder administrar os bens que lhe foram
confiados por seu senhor (Gn 39.4),
E,
através de sua fidelidade, a bênção de Deus recai sobre a “casa de seu senhor”
(Gn 39.5).
Dominado
pelo amor de Cristo, o mordomo procura fazer aos outros tudo aquilo que
desejaria que os outros lhe fizessem:
(Mt 7.12).
a) Devemos
preservar os bens materiais. Os bens materiais, ou temporais, fazem parte
das bênçãos distribuídas por Deus para nossa sobrevivência nesta terra: (Dt
28.8).
Por
isso devemos ser sempre gratos, porque são advindos da bondade de Deus: (Dt 8.10).
b) Devemos
preservar os bens espirituais. Os bens espirituais vêem diretamente do “Pai
das luzes” (Tg 1.17)
E
são distribuídos aos seus filhos para sua edificação e crescimento espiritual
(Rm 14.19; 15.2).
Eles
são descritos na Bíblia como: as “fontes superiores” (Jz 1.15);
As
“coisas que são de cima” (Cl 3.1,2);
Os
“bens espirituais” (Rm 15.27);
E
as “bênçãos espirituais” (Ef 1.3).
Devemos,
portanto, zelar por estes bens (Ap 3.3,11).
c) Devemos
ser fiéis em nossa mordomia. A fidelidade à mordomia dos bens é
caracterizada na vida de José, um tipo de Cristo, que nos legou o seu grande
exemplo: (Gn 39.4).
Por
sua fidelidade, o Senhor o fez prosperar (Gn 39.5),
Até
mesmo quando esteve no cárcere (Gn 39. 2 1-23).
Por
sua boa mordomia sobre o “pouco”, o Senhor o colocou sobre o “muito” (Gn
41.40,41).
Isto
nos ensina que devemos ser fiéis no trato com o que é de outrem, para
recebermos as bênçãos de Deus: (Lc
16.12).
IX. PRODUZINDO FRUTOS NA MORDOMIA DOS BENS
A
vida cristã é uma vida de frutos: “... e vos nomeei para que vades e deis
fruto, e o vosso fruto permaneça...“ (Jo 15.16).
A
mordomia que nos foi confiada pelo Senhor precisa frutificar, isto é, produzir
resultados visíveis, para que todos vejam e o nome do Senhor seja glorificado
(Jo 15.8).
a) Os frutos
de nossa responsabilidade. Frutificamos através de nossa responsabilidade, isto é, quando
zelamos pelos bens que recebemos do Senhor (Lc 19.15).
A
melhor maneira de frutificar é distribuir com responsabilidade as dádivas divinas
através da sua obra (Fp 4.17),
Como
fez a igreja de Filipos, investindo no ministério do apóstolo Paulo (Fp 4.15).
b) Os frutos
de nossa honestidade. Na mordomia cristã uma coisa se faz absolutamente essencial, a
honestidade: (II Co 8.2 1).
Honestidade
é a nossa integridade nos negócios (Pv 11.1),
Na
palavra (Mt 5.37) e nos compromissos assumidos (Mt 21.28-30).
A
honestidade é a marca do verdadeiro cristão (Rm 13.13; I Ts 4.12).
c) Os frutos
da nossa economia. O mordomo é uma pessoa que sabe praticar a economia na
administração dos bens que Deus lhe deu, por insignificantes que eles sejam (Gn
41.47-49).
A
palavra ”economia” vem da mesma raiz que a palavra “mordomia” no grego, por
isso uma está ligada a outra, caracterizando sua importância tanto para o
“possuir”, quanto para o “gastar” (Lc 14.28-30).
X. OS CUIDADOS NA MORDOMIA DOS BENS
Para
exemplificar a importância da mordomia cristã no uso dos bens
(Lc
12.13,14),
Jesus
nos ensinou acerca do “cuidado com a avareza”, pois a nossa vida não pode
consistir apenas na abundância daquilo que possuímos (Lc 12.15).
E
preciso, portanto, sermos sensatos no uso dos bens temporais (Ec 9.18; Lc 16.1;
19.8; Gl 6.6).
a) O orgulho
com a abundância. Na parábola proposta por Jesus, o “homem rico” estava orgulhoso de
sua abundância (Lc 12.16)
E
preocupado como recolher os seus frutos (Lc 12.17).
A
abundância lhe subiu ao coração, esquecendo-se do que diz a Bíblia: “... se as
vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o vosso coração” (Sl 62.10).
O
que a Palavra nos ensina é que devemos confiar sempre no Senhor e não nos
estribar na “abundância” dos bens materiais (Sl 52.7,8).
b) A
necessidade de grandeza. Quando a avareza toma conta de nossos corações, nossos celeiros
são pequenos para ajuntar a nossa riqueza (Lc 12.18).
Em
vez de distribuir com os necessitados, este homem diz: (Lc 12.19).
O
mordomo cristão deve saber distribuir suas riquezas na terra, a fim de alcançar
um tesouro no céu (Mt 19.21).
c) O
despreparo espiritual. O avarento só pensa nele (Sl 10.3) e nos bens que possui,
impedindo-o de ouvir a voz de Deus: (Lc 12.20).
Infelizmente,
as riquezas têm impedido que muitas pessoas desprezem as “bênçãos espirituais”
(Mt 13.22),
Ajuntando
apenas para si e não sendo rico para com Deus:
“Assim
é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lc 12.21).
CONCLUSÃO
Zelo,
fidelidade e diligência devem caracterizar a mordomia cristã em todos os seus
aspectos. O servo fiel será recompensado na mesma proporção de seu empenho
em cumprir as determinações divinas. O Tribunal de Cristo será instituído
para fins de apuração do cumprimento destas determinações executadas pelo
crente na terra.
A
mordomia dos bens é uma questão necessária na vida de todo o cristão, pois
temos em Jesus o nosso grande exemplo. Ele
soube administrar os bens temporais e espirituais a todos que se aproximavam
dele.
Nunca
despediu vazios os famintos e sempre acolheu os pobres, pois sabia que o maior
tesouro não se ajunta na terra, mas nos céus. Seguindo o seu exemplo e
atentando para os conselhos da Palavra de Deus, alcançaremos o grande título de
“servo bom e fiel”
Por:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 2 Trimestre 1987 – Comentarista Elienai
Cabral
Lições Biblicas Betel 3 trimestre