3 de julho de 2019

O QUE É A MORDOMIA CRISTÃ


O QUE É A MORDOMIA CRISTÃ

TEXTO ÁUREO

“Do Seenhor é a terra e a sua plenitude: o mundo e aqueles que nele habitam’ (SI 24.1).

VERDADE PRÁTICA

A mordomia cristã ensina ao crente uma perspectiva global e administrativa da vida em todas as suas esferas.
TEXTO BÍBLICO BÁSICO = Salmos  66.1-9

INTRODUÇÃO

O estudo da Mordomia Cristã leva-nos à verdadeira filosofia de vida cristã. Os princípios básicos da vivência cotidiana do crente estão expostos na doutrina da mordomia. Esse estudo, sem divida, será capaz de oferecer uma atitude nova e positiva para com a vida em relação com o mundo em que vivemos, O modelo singular da mordomia Cristã. é o próprio Cristo. através do testemunho dos Evangelhos, nos seus atos e ensinos.

O conhecimento da mordomia cristã dá ao crente uma perspectiva mais global do significado da vida. Responde claramente à indagação: Por que estou no mundo? Como viver sabiamente num mundo corrompido?

Creio que este estudo acerca da Mordomia Cristã possa promover uma total revolução social e espiritual, e restaurar a consciência do dever de cada crente perante Deus e o mundo. Ao entendermos o significado dessa doutrina, estaremos aptos para fazer a “obra de Deus” em todas as suas dimensões.

A doutrina bíblica da mordomia centraliza seus princípios na soberania de Deus sobre todas as coisas. Nós somos apenas seus mordomos.

1. DEFINIÇÃO DA PALAVRA “MORDOMIA”

Há pelo menos cinco palavras no grego que dão uma idéia geral do significado da palavra “mordomia”. Essas cinco palavras são semelhantes e podem dar um entendimento mais global da citada palavra.

O verbo grego OIKÉO significa habitar. Dela brotam as palavras gregas OIKIA ou OIKOS as quais se referem á casa como lugar de habitação. A segunda palavra é 01- KEIOI que diz respeito á família, ou à casa como conjunto de pessoas. A terceira palavra é OIKODESPOTE ’ que se refere ao dono da casa, ao pai de família, ou como aparece em algumas versões da Bíblia, “o senhor da casa” (Mc 14.14). 

A quarta palavra é OJKETES que se refere ao “Servo do Senhor” cuja função é dentro da casa. A quinta palavra, que é a mais conhecida para explicar “mordomia”, é a palavra 0IKONOMOS que’ significa mordomo, administrador de uma casa.


II - A MORDOMIA DO AMOR CRISTÃO

A IMPORTÂNCIA DO AMOR CRISTÃO (I Co 12.21: 13.1).

1. A Sabedoria sem Amor só faz Barulho (I Co 13.1). Vivemos num mundo em que a ciência se tem multiplicado, e as mentes se têm deixado dominar pela frieza da sabedoria humana. Desse modo, o amor (me une os corações e os tornam acessíveis entre si, está quase acabado. A tendência do homem, sem amor, é caminhar para a autodestruição. Porém, a Igreja está na terra para manter acesa a chama do amor em todas as suas dimensões.

2. Religião sem Amor é Vazia (I Co 13.2). É preciso entender que o sentido de religião é o de estar ligado com Deus, isto é, reconciliado com Ele e crendo na sua misericórdia e soberania. Não se trata meramente de alguma organização religiosa, mas de uma religião que seja a expressão do amor recíproco entre Deus o homem. O amor é supremo na sua operação e se manifesta na vida da criatura que anda com Deus e a Ele obedece.

3. A Beneficência sem Amor não tem Proveito Algum (I Co 13.3) O amor verdadeiro é desinteressado, isto é, não age egoisticamente. Distribuir bens materiais aos pobres, agasalhar o desnudo, alimentar o faminto, fazer tudo isto sem o verdadeiro amor, não trará proveito algum. A caridade, sem amor espontâneo e verdadeiro, é oca e vazia em si mesma.

4. O Auto-sacrifício sem Amor, para Nada Adianta (I Co 13.3). Esse modo de falar do apóstolo representava, naquela época, o ato máximo de desprendimento que uma pessoa podia fazer. 

Porém, ele enfatiza a importância do amor como razão principal de qualquer gesto sacrificial que alguém possa fazer por outrem. Sem amor, qualquer sentimento que se possa demonstrar, torna-se, sem proveito. O sacrifício máximo de toda a história da humanidade foi feito por Jesus Cristo.

III. AS DIMENSÕES DO AMOR CRISTÃO

1. A Mordomia do Amor Cristão para com os Irmãos na Fé (Fp 1.9: Rm 15.1; Ef 4.2; 5.2). Jesus deu importância a esse amor. (Jo 13.35).

A Igreja primitiva exerceu a mordomia do amor fraternal. Os crentes tinham perfeita afeição entre si (At 1.32).

Um dos grandes sucessos espirituais para a Igreja é o amor fraternal. Na igreja de Jerusalém “todas as coisas lhes eram comuns”. Isto indica que aquela igreja era mais que um agrupamento de pessoas ou uma reunião em torno de uma idéia. Era uma comunidade em que todas as coisas interessavam a todos (Jo 15.12).

2. A Mordomia do Amor Cristão para com os Inimigos (Rm 13.10). A inimizade é fruto da carne, porque revela uma atitude que contraria a razão da vida humana em sociedade. Foi Deus quem concebeu a amizade, a convivência. 

O amor precisa ser derramado sobre os corações para curar os ressentimentos, ódios e rancores pessoais. Por causa do pecado, a inimizade surgiu como fruto do egoísmo e individualismo, lançada no coração do homem, como semente daninha (Ef 2.16).
Porém, nenhum inimigo resiste ao amor (Mt 5.44).

3. A Mordomia do Amor Cristão para com Deus (Mt 22.37). E aquele que parte de nós para com Deus. Jesus renovou o mandamento antigo do amor a Deus. Esse amor representa a disposição plena de cada pessoa de envolver todo o seu ser nas relações com Deus. O texto de Mateus 22.37 destaca três coisas que representam o ser humano no seu todo, conforme o pensamento judaico da época. Fala-se aqui em amar com o “coração”, com a “alma” e com o “entendimento”. 

A alma, para representar a sede dos pensamentos e sentimentos; o coração, para referir-se à vida física e ao “eu” pessoal de cada ser humano; o entendimento, para referir-se ao elemento racional que torna o ser humano ímpar no reino animal. Portanto, devemos amar com todo o nosso ser, pois o amor a Deus é o grande mandamento, e dele depende todos os demais sentimentos, bem como todas as ações do ser humano

4. Mordomia do Amor Cristão para com os Necessitados. Quando o amor divino nos domina, ele se torna poderoso em seus efeitos. Faz-nos preocupar com os necessitados e leva-nos a agir altruisticamente. Ele não vê barreiras, não faz fronteiras e vai além dos limites humanos.
E um fato incontestável, o de que o mundo está dominado pela ambição desenfreada, pela avareza, pela degenerescência física e moral do homem. Só o amor será capaz de soerguer essa sociedade do seu egoísmo e da sua avareza. Não fazemos as boas obras para sermos salvos, mas as fazemos porque somos alvos. Isto significa porque somos salvos. 

Isto significa admitir que a salvação de nossas almas tem um objetivo (Mt 5.16). 

O apóstolo Tiago explicou esse assunto em sua epístola, (Tg 2.17). 

A fé precisa ser dinâmica; precisa expressar-se em obras que glorifiquem a Deus. E Tiago, outra vez, quem diz: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27). 

A Igreja deve ser encarada, em sua realidade local, como comunidade de pessoas que têm problemas sociais e materiais, os quais precisam ser amenizados pela participação de todos os membros.

5. A Mordomia do Amor Cristão para com a Obra Missionária. Foi esse amor que impulsionou homens e mulheres a transpor as fronteiras de Jerusalém para alcançar- nos em terras de além-mar, O IDE imperativo de Jesus foi incisivo.
“Ide por todo o mundo” (Mc 16.15).

A Bíblia diz que “o amor de Deus nos constrange” (II Co 5.14). 

A força desse amor faz o crente sentir compaixão pelas almas, como Jesus sentiu                    (Mt 9.36-38); cria disposição no crente para fazer a vontade de Deus (II Co 8.5); cria o sentimento de obrigação ao serviço missionário (I Co 9.16).

IV. A BASE DOUTRINARIA DA MORDOMIA CRISTÃ

O princípio espiritual da mordomia está nas palavras inspiradas do salmista: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl 24.1). Por essa lei espiritual entendemos que o nosso papel como criaturas e filhos de Deus é o de reconhecer a soberania do Deus Criador sobre todas as coisas e zelar por elas.

A mordomia bíblica destaca a soberania de Deus em termos de “senhorio”. Ele administra a economia da criação como Rei e Senhor.

1. Deus, Senhor da Criação (Hb 11.3). A obra da criação não é a primeira na ordem do tempo dentro da eternidade, mas é o principio e a base de toda a revelação divina. A doutrina da criação exposta na Bíblia, tem por objetivo revelar a relação entre Deus e o homem.

A Bíblia põe em destaque o fato de que Deus é a fonte de toda a Criação e de que ela pertence ao Criador e a Ele está sujeita. A Biblia não apresenta uma solução filosófica acerca da criação do Universo, mas um fato crido e aceito pela fé.

2. Deus, Senhor do Reino Pessoal e Impessoal. Nesse ponto afirmamos que o reino animado pertence a Deus. Ele é o Criador, não só do homem, mas também das formas inferiores da vida. E Ele que providencia todas as condições necessárias para a continuidade da vida física, tanto do homem como dos animais (Pv 30.25; SI 145.15,16; Mt 5.45). Porém, no mundo animal, destaca-se o homem criado à imagem e semelhança do Criador, em termos de personalidade e espírito. Portanto, o homem pertence a Deus.

a. Em primeiro lugar, o homem pertence a Deus por direito de criação (Gn 1.27; Is 43.1: Is 45.12; Ez 18.4). Na criação do homem, Deus formou o corpo do pó da terra com as substâncias que o compõem. A palavra “formou” indica o fato de que a criação do homem resultou de materiais preexistentes. Com isso anulamos a teoria da evolução que sustenta a idéia de um desenvolvimento gradual e lento advindo do reino animal inferior, como o macaco. 

A realidade dessa criação distinta está na declaração de Gn 2.7 que diz: “e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. Aqui encontramos algo diferente de toda a criação material, que é a vida física e espiritual. O homem passou a ser pessoa, com consciência de si mesmo e com livre-arbítrio.

b. Em segundo lugar, o homem pertence a Deus por direito de preservação (At 14.17; At 17.28; Cl 1.17). Deus não criou o homem e,o abandonou ao léu. Ele o criou e o sustenta pela sua providência div.sna. Esta providência é fartamente conhecida pelo oxigênio que respiramos, pelo vestuário e pelo alimento nue a terra produz.

c. Em terceiro lugar, o homem pertence a Deus por direito de redenção (1 Co 6.20; Tt 2.14; Ap 5.9). Por causa da queda pelo pecado o homem perdeu o rumo e a comunhão com o seu Criador. A sua comunicação foi cortada. Mas Jesus, o Filho amado de Deus, fez-se carne, habitou entre nós e redimiu-nos para si mesmo. O preço da redenção foi paga com sangue inocente, o sangue expiatório de Cristo.
V. A IMPORTÂNCIA DA MORDOMIA

A doutrina da mordomia cristã deve desenvolver os conceitos bíblicos sobre as atividades pessoais do crente, isto é, suas relações com os seus semelhantes, com os seus familiares, com o seu trabalho, com a Igreja, com a cultura e, acima de tudo, com Deus.

Alguns afirmam que a mordomia significa a administração dos bens de outrem. Porém a mordomia cristã implica a responsabilidade de administrar os bens espirituais, morais e materiais, conforme o supremo ideal da vida, que é Cristo (Cl 3.4).

Toda a vida de Cristo e seus ensinos tornam-se a base principal da mordomia cristã.
Para destacar a importância da mordomia enfocaremos alguns conceitos que emergem do coração da Bíblia, para os que desejam viver sabiamente a sua vida sobre a terra.

1. A Vida Tem um Propósito. A Biblia não aceita a idéia do “acaso” para a razão da nossa existência. As indagações, tais como: “por que eu nasci?” Ou “por que eu estou na terra?”, são facilmente respondidas, pois a vida tem um propósito definido. Deus não criou o homem sem uma razão. Ele o criou como um agente moral, com livre-arbítrio e capaz de comunicar-se com o seu Criador. A relação entre Deus e o homem difere da sua relação com a criação material e a criação do animal inferior. Deus respeita a liberdade do homem, mas não o deixa a mercê da própria sorte. Ele é o governador máximo e soberano sobre todas as coisas criadas.
Há pelo menos quatro aspectos relacionados com o governo de Deus

a. A ação permissiva de Deus. Refere-se à capacidade divina de permitir algum evento, positivo ou negativo. Por exemplo: Deus permite ao homem a livre escolha, mas não aprova o pecado. O homem pode escolher pecar, mas Deus o previne e o julga pelo pecado que cometer. Deus é Santo, portanto o pecado será sempre abominável para Ele. 

Muitas vezes, o crente passa por provações que Deus permite. Não que Ele tenha prazer no sofrimento do seu servo, mas Ele permite essas provações para que o crente aprenda alguma lição espiritual que ainda não tenha aprendido (Cf 2 Cr 32.21; Sl 81.12,13; Os 4.17; At 14.16; Rm 1.24,28).

b. A ação preventiva de Deus. Diz respeito à ação de Deus para prevenir o homem de algum mal ou pecado (Gn 20.6; 31.24; Si 19.13). Quando o crente mantém plena comunhão com Ele, é prevenido muitas vezes dos perigos que podem ameaçar a sua vida em todas as esferas.

c. A ação diretiva de Deus. Isso não significa apenas que Deus nos dirija e nos oriente. A ação do governo diretivo implica a sábia capacidade divina de tirar proveito de certos atos maus do homem e fazer com que haja resultados positivos. A Bíblia destaca a vida de José, filho de Jacó. Seus irmãos, por causa da inveja e intriga, o venderam aos estrangeiros. No plano divino, esse pecado de seus irmãos foi transformado posteriormente em bênção. De escravo, José tornou-se governador do Egito. Note o que ele disse ao encontrar-se com seus irmãos:

“Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como vedes agora, que se conserve muita gente em vida (Gn 50.20). Outros textos elucidam esse ponto (Is 10.6; SI 76.10; Jo 13.27; At 4.27,28; Rm 9.17,18).

d. A ação controladora de Deus. Como ação controladora de Deus podemos entender, sem sombra de dúvida, a providência de Deus governando e controlando tudo. Todas as coisas estão nas suas mãos. Ele tem o controle de tudo, até mesmo sobre a expansão do pecado e da maldade. A Satanás Ele deu limite de sua ação contra a vida de Jó. Disse o Senhor a Satanás: “Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor” (,Jó 1.12): Mais adiante o Senhor disse outra vez a Satanás: “Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua vida” (Jó 2.6).

Portanto, não há dúvidas de que há um propósito divino para cada vida neste mundo. Paulo disse em Romanos:” E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).

2. A Mordomia Cristã não Separa, na Existência Cotidiana, o Espiritual e o Material. Nos dois primeiros séculos da era cristã, a Igreja enfrentou alguns problemas de ordem moral, os quais eram discutidos fortemente pelos crentes. Alguns cristãos advindos do paganismo e de várias correntes filosóficas. como o gnosticismo, viviam ainda influenciados pelos seus falsos conceitos acerca da verdade material e espiritual. Ensinavam que com a carne se serve á carne e com o espírito se serve a I)eus. Com isso admitiam os pecados da carne comu se fossem coisas normais, que em nada afetavam o espírito. Porém esse ensino é frontalmente refutado pela Bíblia.

3. A Mordomia Cristã Faz Aumentar o Senso de Responsabilidade. O apóstolo Paulo diz: “Não sejais vagarosos no cuidado” (Rm 12.11). Devemos ser cuidadosos com as nossas responsabilidades. Os desmazelos e a desorganização na vida material e espiritual são próprios de quem não conhece e nem pratica a mordomia cristã. A pontualidade é um dos requisitos essenciais para o sucesso em qualquer atividade humana. A pontualidade tem a ver com o cumprimento do dever. Vivemos numa sociedade corrompida em que os valores morais se tornaram obsoletos, Entretanto, a Palavra de Deus continua a mesma.

4. A Mordomia Cristã é Desenvolvida e Praticada Conforme a Vontade de Deus. O maior exempio para este ponto é o próprio Jesus, que disse: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra” (,Jo 4.34).

5. A Mordomia Cristã Exige Prestação de Contas. Na parábola do mordomo infiel, o seu senhor exigiu: “Dá contas da tua mordomia” (Lc 16.2). Essa parábola tem um sentido escatológico, pois todos os servos de Cristo hão de comparecer ante o tribunal de Cristo para prestar contas de seus atos. Será o dia do ajuste de contas. Todos os salvos hão de comparecer para que sejam julgadas as suas obras, como está escrito: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5.10; Cf. Lc 12.48).

VI. A MORDOMIA CRISTÃ DOS BENS = Lucas 12.15-21

Trataremos por “bens” todas as coisas materiais que possuímos advindas de nosso trabalho, herança ou doações. Entretanto, tudo isso provêm de Deus, de quem recebemos todas as bênçãos. Só Deus tem o direito de propriedade, e o crente o direito de posse, isto é, o direito de usar os bens materiais. E preciso, portanto, reconhecer, que como mordomos deveram usar as “riquezas” que Deus nos confia para o bem dos nossos semelhantes e para a expansão do seu reino na terra.

VII. DEUS É O SENHOR DE TODA RIQUEZA

É explicada com clareza em toda a Bíblia, que toda a riqueza pertence a Deus              (Sl 24.1).
Enquanto nós somos simples mordomos delas (Mt 24.47). 

Tudo o que usufruímos vem do Senhor, que fez os céus e a terra (Gn 2.4).
 
Devemos, portanto compreender que, enquanto aqui estivermos, devemos viver de tal maneira que glorifiquemos o seu nome através de suas dádivas:  (Sl 103.2).

a) Ele os distribui aos seus filhos. O que pertence ao Senhor, por sua propriedade, Ele tem dado aos filhos dos homens: (Sl 115.16). 

Através do profeta Jeremias o Senhor reafirma seu propósito de dar a terra a quem, aos seus olhos, lhe agrada: (Jr 27.5). 

Ao nos dar seus bens, c Senhor espera a nossa mordomia, c nosso cuidado (Dt 1.8,21).

b) Ele os dá por sua bondade. Tudo o que recebemos do Senhor é tão somente por sua bondade (Ne 9.25), 

Inclusive as bênçãos que recebemos dele, são “bênçãos de bondade” (Sl 2 1.3). 

A sua bondade tem aberto o “seu bom tesouro” sobre seus filhos (Dt 28.12),

Porque o Senhor é “bom e abençoador” (Sl 119.68).
 
Jesus afirmou que Deus sempre quer o melhor para os seus filhos (Lc 11.13).
 
c) Ele os preserva por seu Espírito. O Espírito Santo tem o poder preservador: “... e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.2b). 

Enquanto Deus não agia, o Espírito Santo estava presente preservando a terra para4 um propósito divino, a Criação (Gn 1.3).

Certamente, o Espírito Santo esteve presente na Criação (Gn 1.26) 

E agora participa ativamente de sua preservação (Sl 104.30).

VIII. O EXÉRCICIO LEGÍTIMO DA MORDOMIA

O mordomo considera um privilégio poder administrar os bens que lhe foram confiados por seu senhor (Gn 39.4), 

E, através de sua fidelidade, a bênção de Deus recai sobre a “casa de seu senhor” (Gn 39.5).
Dominado pelo amor de Cristo, o mordomo procura fazer aos outros tudo aquilo que desejaria que os outros lhe fizessem:  (Mt 7.12).

a) Devemos preservar os bens materiais. Os bens materiais, ou temporais, fazem parte das bênçãos distribuídas por Deus para nossa sobrevivência nesta terra: (Dt 28.8). 

Por isso devemos ser sempre gratos, porque são advindos da bondade de Deus: (Dt 8.10).

b) Devemos preservar os bens espirituais. Os bens espirituais vêem diretamente do “Pai das luzes” (Tg 1.17) 

E são distribuídos aos seus filhos para sua edificação e crescimento espiritual (Rm 14.19; 15.2).
Eles são descritos na Bíblia como: as “fontes superiores” (Jz 1.15); 

As “coisas que são de cima” (Cl 3.1,2); 

Os “bens espirituais” (Rm 15.27);

E as “bênçãos espirituais”  (Ef 1.3).  

Devemos, portanto, zelar por estes bens (Ap 3.3,11).

c) Devemos ser fiéis em nossa mordomia. A fidelidade à mordomia dos bens é caracterizada na vida de José, um tipo de Cristo, que nos legou o seu grande exemplo:  (Gn 39.4). 

Por sua fidelidade, o Senhor o fez prosperar (Gn 39.5), 

Até mesmo quando esteve no cárcere (Gn 39. 2 1-23). 

Por sua boa mordomia sobre o “pouco”, o Senhor o colocou sobre o “muito”                                        (Gn 41.40,41). 

Isto nos ensina que devemos ser fiéis no trato com o que é de outrem, para recebermos as bênçãos de Deus:  (Lc 16.12).

IX. PRODUZINDO FRUTOS NA MORDOMIA DOS BENS

A vida cristã é uma vida de frutos: “... e vos nomeei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça...“ (Jo 15.16). 

A mordomia que nos foi confiada pelo Senhor precisa frutificar, isto é, produzir resultados visíveis, para que todos vejam e o nome do Senhor seja glorificado (Jo 15.8).

a) Os frutos de nossa responsabilidade. Frutificamos através de nossa responsabilidade, isto é, quando zelamos pelos bens que recebemos do Senhor                   (Lc 19.15). 


A melhor maneira de frutificar é distribuir com responsabilidade as dádivas divinas através da sua obra (Fp 4.17), 

Como fez a igreja de Filipos, investindo no ministério do apóstolo Paulo (Fp 4.15).

b) Os frutos de nossa honestidade. Na mordomia cristã uma coisa se faz absolutamente essencial, a honestidade:  (II Co 8.2 1). 

Honestidade é a nossa integridade nos negócios (Pv 11.1), 

Na palavra (Mt 5.37) e nos compromissos assumidos (Mt 21.28-30). 

A honestidade é a marca do verdadeiro cristão (Rm 13.13; I Ts 4.12).

c) Os frutos da nossa economia. O mordomo é uma pessoa que sabe praticar a economia na administração dos bens que Deus lhe deu, por insignificantes que eles sejam (Gn 41.47-49).
A palavra ”economia” vem da mesma raiz que a palavra “mordomia” no grego, por isso uma está ligada a outra, caracterizando sua importância tanto para o “possuir”, quanto para o “gastar” (Lc 14.28-30).

X. OS CUIDADOS NA MORDOMIA DOS BENS

Para exemplificar a importância da mordomia cristã no uso dos bens
(Lc 12.13,14),

Jesus nos ensinou acerca do “cuidado com a avareza”, pois a nossa vida não pode consistir apenas na abundância daquilo que possuímos (Lc 12.15). 

E preciso, portanto, sermos sensatos no uso dos bens temporais (Ec 9.18; Lc 16.1; 19.8; Gl 6.6).

a) O orgulho com a abundância. Na parábola proposta por Jesus, o “homem rico” estava orgulhoso de sua abundância (Lc 12.16) 

E preocupado como recolher os seus frutos (Lc 12.17).

A abundância lhe subiu ao coração, esquecendo-se do que diz a Bíblia: “... se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o vosso coração” (Sl 62.10). 

O que a Palavra nos ensina é que devemos confiar sempre no Senhor e não nos estribar na “abundância” dos bens materiais (Sl 52.7,8).

b) A necessidade de grandeza. Quando a avareza toma conta de nossos corações, nossos celeiros são pequenos para ajuntar a nossa riqueza (Lc 12.18). 

Em vez de distribuir com os necessitados, este homem diz: (Lc 12.19). 

O mordomo cristão deve saber distribuir suas riquezas na terra, a fim de alcançar um tesouro no céu (Mt 19.21).

c) O despreparo espiritual. O avarento só pensa nele (Sl 10.3) e nos bens que possui, impedindo-o de ouvir a voz de Deus: (Lc 12.20). 

Infelizmente, as riquezas têm impedido que muitas pessoas desprezem as “bênçãos espirituais” (Mt 13.22), 

Ajuntando apenas para si e não sendo rico para com Deus:
“Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”  (Lc 12.21).

CONCLUSÃO

Zelo, fidelidade e diligência devem caracterizar a mordomia cristã em todos os seus aspectos. O servo fiel será recompensado na mesma proporção de seu empenho em cumprir as determinações divinas. O Tribunal de Cristo será instituído para fins de apuração do cumprimento destas determinações executadas pelo crente na terra.  


A mordomia dos bens é uma questão necessária na vida de todo o cristão, pois temos em Jesus o nosso grande exemplo.  Ele soube administrar os bens temporais e espirituais a todos que se aproximavam dele. 

Nunca despediu vazios os famintos e sempre acolheu os pobres, pois sabia que o maior tesouro não se ajunta na terra, mas nos céus. Seguindo o seu exemplo e atentando para os conselhos da Palavra de Deus, alcançaremos o grande título de “servo bom e fiel”

Por:- Evangelista Isaias Silva de Jesus 

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Lições bíblicas CPAD 2 Trimestre 1987 – Comentarista Elienai Cabral
Lições Biblicas Betel 3 trimestre