16 de abril de 2012

ESMIRNA A IGREJA CONFESSANTE E MÁRTIR

ESMIRNA A IGREJA CONFESSANTE E MÁRTIR

TEXTO ÁUREO = “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10)

VERDADE PRÁTICA = Deus permite que os sofrimentos venham, mas pode também dizer: “Até aqui e não mais adiante”.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Ap 2.8-11

INTRODUÇÃO

Avançamos agora para a segunda carta enviada a outra das igrejas da Asia, em que, como antes, observamos: O prefácio ou inscrição em duas partes. 1. O sobrescrito, contando-nos a quem foi mais direta e energicamente dirigida: “...ao anjo da igreja que está em Esmirna”, um lugar bem conhecido naquela época pelos mercadores, uma cidade de muito comércio e grande opulência, talvez a única das sete cidades que ainda é conhecida pelo mesmo nome, mas já não é conhecida pela igreja cristã que foi devastada pelo maometismo.

O sobrescrito, contendo mais um dos títulos gloriosos do nosso Senhor Jesus, “...o Primeiro e o Ultimo, que foi morto, e reviveu”, tomado do capítulo 1.17,18. (1) Jesus Cristo é o Primeiro e o Ultimo. A nós é permitido um pequeno período neste mundo, mas o nosso Redentor é o primeiro e o último. Ele é o primeiro, pois por meio dele todas as coisas foram criadas, e Ele estava antes de todas as coisas com Deus e era Ele mesmo Deus. Ele é o último, pois todas as coisas foram feitas para Ele, e Ele será o Juiz de tudo. Esse certamente é o título de Deus, de eternidade a eternidade, e é o título de um que é o Mediador imutável entre Deus e o homem, Jesus, o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Ele foi o primeiro, porque por Ele foi posto o fundamento da igreja no estado patriarcal; e Ele é o último, porque por meio dele será trazida a pedra final e será colocada no final dos tempos. (2) Ele foi morto, e reviveu. Ele foi morto, e morreu por nossos pecados; Ele está vivo, e ressuscitou para a nossa justificação, e Ele vive para sempre para fazer intercessão por nós. Ele foi morto, e ao morrer obteve a salvação por nós; Ele está vivo, e por meio da sua vida aplica essa salvação a nós. “Se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais seremos salvos pela sua vida”. Relembramos a sua morte a cada Ceia do Senhor; sua ressurreição e vida, a cada domingo.

Nos dias em que a igreja de Smirna recebeu a carta de Jesus, ela vivia em grande aflição por causa das grandes perseguições que enfrentava. Nos dias de hoje não se fala mais, em nosso país, de perseguições em virtude da fé que professamos como aconteceu antes, não só aqui, mas em vários lugares no início desta obra. Atualmente a Igreja é considerada e reconhecida. Muitos que nos perseguiam e escreveram contra nós, querem agora manter bom relacionamento conosco, e o nome “pentecostal” é cobiçado até por aqueles que pouco têm a ver conosco. Jesus, porém, advertiu que este tempo é mais perigoso do que o tempo das perseguições (Lc 6.26).
O tópico da sua carta a Esmirna, em que após a declaração comum da onisciência de Cristo e do perfeito conhecimento que ele tem de todas as obras dos homem e especialmente das suas igrejas, Ele observa:

Enquanto o Brasil goza de total liberdade religiosa, existem milhões de crentes em várias partes do mundo que sofrem torturas, prisões e morte por causa de sua fé em Jesus. Nesta lição vamos estudar a mensagem de Jesus para a igreja sofredora.

A BIBLIA FALA DE SOFRIMENTO POR CAUSA DA FÉ

1. Sofrimento na conversão. A conversão, às vezes, é acompanhada de perseguições. Quando Jesus salva alguém do mundo (Jo 15,19), libertando das tradições (I Pe 1.18), o inimigo e seus seguidores começam a rugir (I Ts 2.14-16; II Co 2.1-11).

Muitos crentes têm sofrido, seja no ambiente de seus familiares (Mt 10.35,36), no colégio, no lugar de trabalho, na vizinhança, etc. Diz a Bíblia que “por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At 14.22).

2. Sofrimento por erro doutrinário. As doutrinas errôneas trazem sofrimento. Os crentes em Smirna sofreram por causa de doutrinas erradas. Em Smirna havia religiosos tão fanáticos que Jesus os chamou de “Sinagoga de Satanás” (Ap 2.9). Foram eles que incitaram a população a perseguir os autênticos seguidores de Jesus.

3. Sofrimento como cumprimento profético. As perseguições são parte do cumprimento das profecias. A palavra profética avisa que nos últimos tempos haverá perseguições por causa da fé (Lc 21.12; Mt 24.9, 10). Este sinal tem-se cumprido de modo surpreendente em várias partes do mundo. E como será no futuro?

TIPOS DE SOFRIMENTO DO POVO DE DEUS

Na Sua carta à igreja em Smirna, Jesus usa várias expressões, para designar o sofrimento do Seu povo,

1. Tribulação. Fala de adversidade, aflição no sentido físico, que os Seus servos haveriam de sofrer por causa da sua fé. O Espírito lhes revelava, ainda, que viriam mais sofrimentos (Ap 2.10). Além da tribulação por causa da fé, existiriam também aflições por motivos de finanças, enfermidades, acidentes, catástrofes, morte, etc. Todavia, Jesus tem uma palavra de consolação para todos (II Co 1.3-6),

2. Pobreza (Ap 2.9). Jesus fala aqui da pobreza material sofrida pelos crentes por serem rejeitados no trabalho. Quando o chefe de família é preso ou demitido por causa da sua fé em Jesus, a família sofre privações. Jesus, porém escreveu: “TU ES RICO” (Ap 2.9). O sofrimento é recompensado pela riqueza das bênçãos que o acompanham (I Ts 1.5; II Co 6.10).


3. Blasfêmia (Ap 2.9). Jesus menciona aqui os sofrimentos morais, que consistem sempre em ser alvo de críticas, mentiras, etc. Paulo disse: “somos blasfemados, até ao presente temos chegado a ser como lixo deste mundo, e como a escória de todos” (I Co 4.13).

JESUS CONHECE OS PROBLEMAS DA SUA IGREJA

1. “Eu sei as tuas obras, e tribulação” (Ap 2.9). Nos momentos de sofrimento, às vezes podemos pensar: Por que Deus não guardou ou não impediu que seus servos sofressem tanto? Mas Jesus disse: “EU SEI”. Ele sofreu mais do que todos os seus seguidores, e afirmou: “CONVINHA que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito” (Lc 24.44).

O caminho da redenção passou pelo vale do sofrimento. Mas ainda existe um “resto de aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja”, para ser cumprido (Cl 1.24).
Lembre-se de que Deus, muitas vezes, mostra o seu poder, e foi o que fez livrando os três moços do forno de fogo ardente (Dn 3.23-29); Daniel, da cova dos leões                             (Dn 6. 21- 27); Pedro, da mão de Herodes (At 12.1-11), etc. Porém, Ele mesmo permitiu que Estêvão fosse apedrejado (At 7.58,59); João Batista, degolado (Mt 14.10,11); e Tiago, morto (At 12.2).

Deus pode, portanto, permitir o sofrimento, ou impedi-lo, ou dizer: “Até aqui virás, e não mais adiante” (Jó 38.11; Sl 89.9).

2. Jesus é o Cristo Redivivo. Jesus mandou que João escrevesse o seguinte: “isto diz o primeiro e o timo, que foi morto, e reviveu” (Ap 2.8). Com isto Ele estava dizendo: “Eu sofri e venci”. Assim a vitória de Cristo se constitui no penhor da nossa própria vitória.

JESUS CONDUZ A SUA IGREJA A VITÓRIA

1. Não temas (Ap 2.10). O medo é o inimigo que prejudica a fé. Enquanto Pedro confiou na palavra de Jesus, caminhou por cima das ondas do mar, porém teve medo e começou a afundar-se (Mt 14.30,31). O medo afasta o crente de sua tranqüilidade à sombra do Onipotente (Si 91.1,2). Nada temas!

2. “Nada vos fará dano algum” (Lc 10.19; Hb 13.6). Jesus falou da vitória em meio às tribulações da vida (Ap 2.11). O poder do inimigo é limitado (Mt 10.28). Ele não vai além do que Deus permite.

3. A tribulação como plano divino. A Bíblia mostra claramente que o sofrimento está dentro do piano de Deus (Rm 8.28).

Será possível? Jesus disse a Pedro, que ele, pela sua morte, glorificaria ao Senhor                          (Jo 21.19). Paulo afirmou desejar que Jesus fosse glorificado pelo seu corpo, seja através da vida ou da morte (Fp 1.20).

A morte de Estêvão teve como resultado a salvação de Saulo (At 8.1; 26.14). A história da Igreja mostra que o sangue dos mártires é a semente do Evangelho.

4. Deus nos faz triunfar. É Deus quem nos faz triunfar na adversidade. Em conseqüência, Ele, que enviou um anjo a fim de confortar a Jesus no Getsêmani (Lc 22.43), mandou também outro anjo para ajudar a Paulo em meio às perseguições sofridas em Corinto (At 18.6) e às amarguras dum naufrágio (At 27.23), é o mesmo que dá força para suportarmos as tribulações da vida, hoje (I Co 10.13).

FIEL ATÉ A MORTE

1. Fidelidade a Jesus. Ele sempre nos foi fiei (I Co 1.9; Ap 19.11) e espera fidelidade de nossa parte também (Sl 101.6).

Quando Poli carpo, bispo da igreja em Smirna, 60 anos após a carta de Jesus, estando em julgamento, foi interrogado se queria renegar a Cristo para evitar o martírio, respondeu: “Em 90 anos Jesus sempre me foi fiel. Como poderia eu negá-lo?” Policarpo foi queimado vivo, mas permaneceu fiei até o fim.

2. Fidelidade diante dos irmãos. O exemplo de fidelidade diante de nossos irmãos é coisa importante. Paulo escreveu: “Muitos, tomando ânimo com as minhas prisões” (Fp 1.14), querendo dizer que os sofrimentos e perseguições que afligem um irmão servem de estímulo e encorajamento a outros, sejam eles já maduros na fé ou ainda iniciantes.

3. Fidelidade até a morte. Que é a morte para o crente? Não é a entrada para a glória? Se testificarmos que não temos medo da morte, devemos ser fiéis ainda que a morte seja a exigência da demonstração da nossa fidelidade.

RECOMPENSA DO VENCEDOR FIEL

1. O vencedor será glorificado. Os que padecem pelo nome de Jesus, com Ele viverão (II Tm 2.11), e serão glorificados (Rm 8.17) e recompensados com “grande galardão” (Mt 5.10,11).

2. Coroa da vida para o vencedor. O vencedor receberá a coroa da vida (Ap 2.10). Depois da batalha final, todos os que lutaram com Cristo serão coroados. A entrega das coroas terá lugar diante do Tribunal de Cristo, logo após o arrebatamento (II Co 5.10; Rm 14.10; Ap 22.12).

Conclusão

M orar em Esmirna no primeiro século não seria fácil para o discípulo de Jesus. Além das perseguições pelos judeus, eles enfrentavam uma ameaça mais organizada e mais poderosa. A idolatria oficial, juntando a religião à força do governo, prometia uma perseguição perigosa aos cristãos da cidade, tentando-os a abandonarem a sua fé para melhorar as suas circunstâncias ou até para evitar a morte violenta. 

Para vencer esta tentação, teriam que acreditar no poder daquele que já venceu a morte. Mesmo se morressem, as suas vidas eternas seriam garantidas somente se mantivessem sua confiança no eterno Senhor, “o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver”.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1989

Comentário Bíblico Mathew Henry  - Novo Testamento Edição Completa

ESTUDO  PARA COMPLEMENTO

QUANDO A PERSEGUIÇÃO ATINGE O FIEL == Apocalipse 2.8-11

A linha foi traçada na areia. A guerra está declarada. O inferno, em sessão oficial; e a Igreja, sob ataque. O reino de Satanás empenha-se numa batalha sem quartel contra a Igreja de Jesus Cristo. As forças do inferno estão convocadas contra o povo de Deus. Violenta tempestade arma-se no horizonte.

Em ação, a Igreja Batista de Hamilton Square, em São Francisco. Ao se reunirem para o culto de domingo à noite, em 19 de setembro de 1993, aqueles crentes sabiam que muita coisa haveria de acontecer. Apenas não imaginavam com que intensidade! O orador seria Lou Sheldon, um sincero oponente da legislação pró-homossexual da Califórnia. Como presidente da Coalizão de Valores Tradicionais, em 1989, Sheldon havia revolucionado os costumes domésticos dos casais de São Francisco.

Sua visita fez da igreja um campo de batalha. Dois jornais pró-homossexuais noticiaram a visita de Sheldon, provocando uma avalanche de telefonemas à igreja. Ativistas ameaçaram atrapalhar. E realmente atrapalharam. O culto tornou-se campo de batalha. Aproximadamente 100 desordeiros invadiram a área exterior do templo, controlando-a totalmente.

Furiosos, eles negavam o acesso dos crentes ao templo. Verificou-se até violência física. Uma irmã foi arrancada da porta da igrejas por esses ativistas. A polícia limitou-se a assistir aqueles atos de vandalismo. Os baderneiros arrancaram a bandeira da igreja para hastear a dos homossexuais. Crianças foram molestadas e destratadas. Obscenidades, proferidas.

Quando o culto teve início, gays furiosos começaram a esmurrar as portas do santuário, convidavam os fiéis a orgias sexuais. Enquanto os crentes cantavam, aqueles vândalos atiravam ovos e pedras nas janelas. O pastor foi atingido pelos estilhaços, e precisou de escolta policial para deixar a igreja.

Era como estar em Sodoma e Gomorra.
Mas isto aconteceu na América. Continuarão tais agressões contra a igreja? E se outras minorias resolverem agir de igual modo? Já é a perseguição dos últimos dias?
Uma coisa está clara. Jesus avisou-nos de que isto aconteceria antes de sua vinda: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome” (Mt 24.9).

Antes de sua crucificação, Jesus já nos havia advertido: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (Jo 15.18,19). O apóstolo Paulo fez igual advertência: “Sabe porém isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos... E também, todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.1,12). A linha foi traçada na areia. Os lados escolhidos. E a guerra declarada. O inferno está em guerra contra o céu.

Esmirna, a segunda igreja a receber a carta de Cristo, sabia disto. Ela representa os cristãos perseguidos em todos os tempos e cenários culturais.
Façamos uma viagem à velha Esmirna.

O Cenário

Esmirna era a mais bela cidade da Ásia Menor. Era a coroa do continente. Próspero centro portuária, possuía um pitoresco cenário natural. Fazia fronteira com o Mar Egeu, sendo ladeada por uma montanha circular chamada Pagos. A bela montanha era contornada pela Rua do Ouro. Nela, haviam templos pagãos e edifícios públicos que lhe davam a aparência de uma coroa. As ruas bem pavimentadas e delineadas por arvoredos, acentuavam-lhe a beleza. Seus prédios eram conhecidos como a coroa de Esmirna; assemelhavam-se a um colar de diamantes.

Séculos antes, Alexandre, o Grande, determinara fazer de Esmirna a cidade-modelo da Grécia. Sua vida cultural florescia. As artes, educação, filosofia e ciência. Tudo florescia. Ela ostentava magnífica biblioteca e um monumento ao seu mais ilustre filho - Homero. Aqui, achava-se também o maior teatro da Asia. Seu orgulho e beleza estavam gravados em suas moedas.

Localizada a 40 milhas ao norte de Éfeso, possuía um porto natural onde frotas inteiras abrigavam-se de ataques e tormentas. Ela ocupava o segundo lugar nas exportações, sendo superada somente por Efeso. Era o grande e florescente centro do comércio internacional. Esmirna tinha fortes laços com Roma. Quando seis cidades competiam pelo privilégio de construir um monumento à capital do império, foi Esmirna a escolhida. Sua fidelidade a César era indiscutível.

Conseqüentemente, era um próspero centro do culto ao imperador. Naqueles dias, César era como um Deus para o povo. A sua imagem, esculpida em mármore, eram queimados incensos.
Todos eram convocados, anualmente, a jurar fidelidade ao imperador. O que se recusasse a fazê-lo, era preso e executado ao fio da espada. Esmirna era o berço do paganismo.

Cibele, Apolo, Asclépio, Afrodite e Zeus. Todos os deuses eram abertamente adorados em Esmirna. Mas, nesta perversa cidade, havia um pequeno rebanho de Cristo. Arrancados a esse sistema diabólico, fizeram-se Igreja de Deus. Em Esmirna não era fácil ser cristão. Muitos eram perseguidos e mortos por sua fé. Ser chamado de cristão, aqui, era sobremodo perigoso.

Esmirna significa myrh - fragrância usada para se fabricar perfume. Quando esmagada, a casca da myrh exala doce aroma. Esta é a precisa descrição da igreja. Quanto mais esmagada pelo mundo em virtude de sua fé em Cristo, mais o aroma de seu testemunho exala. Diante da oposição, a fragrância daquela igreja espalhara-se por toda a Asia Menor. Se Éfeso era como São Paulo - líder no comércio e na indústria, Esmirna era como o Rio de Janeiro - um centro cultural de primeira grandeza.

O Remetente

Jesus identifica-se a esta perseguida e atribulada igreja de maneira dramática. Encoraja-a; enaltece-lhe o espírito. E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu... (Ap 2.8).

Aquele que É Eterno

Jesus é o primeiro e o último. Este título lhe declara a eternidade. Antes que o tempo existisse, Jesus já existia. E Ele existirá depois que todas as coisas se findarem. Da eternidade a eternidade, Ele é. Nada pode limitá-lo. Ela revela sua natureza a Esmirna para que esta, em meio ao sofrimento, tenha uma perspectiva eterna. Em meio às lutas, lembremo-nos de que Jesus já existia antes do tempo. O que aqui sofremos é insignificante se comparado à glória eterna que nos aguarda.

Aquele que Vive

Jesus é aquele que foi morto e reviveu. Ele transpõe a eternidade. Como Deus eterno, invadiu o tempo e a história no ventre da virgem. Tornou-se verdadeiro homem. Tomou a forma de servo e viveu a vida sem pecado. Falsamente acusado como criminoso, foi suspenso entre o céu e a terra entre dois ladrões. Mas obediente até morte, Deus o ressuscitou triunfantemente.

Sua vitória sobre a morte é também a nossa vitória. Grande encorajamento para esta igreja sofredora! Eles também sofriam injustiças de Roma. E à semelhança de Cristo, mantinham-se obedientes e fiéis até a morte. Mas a morte não pode deter os santos. Um dia, os mártires ressuscitarão triunfalmente: sua vitória é eterna.



O Pecado

Não há repreensão para Esmirna. Nenhum membro é censurado. Embora não haja igreja perfeita aos olhos de Cristo, diante de quem todas as coisas estão expostas e descobertas, Esmirna não apresenta nenhuma falha gritante. Imagine-se, agora, em Esmirna, ouvindo esta carta. No momento da repreensão, nenhuma censura. Nenhuma! Apenas favor e aprovação do Cristo.

O Sofrimento

Jesus agora conforta sua igreja. Perseguida e pura, não necessita de correção, mas de encorajamento. Diz-lhe o Senhor:

Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.9,10).

Assim Jesus inicia a sua carta: “Eu sei as tuas obras”. Sei ou conheço (oida, no grego) é o conhecimento adquirido pela própria experiência. E aprender algo através do envolvimento pessoal. E também apreciar, respeitar ou valorizar a qualidade de uma pessoa ou coisa.

Ao declarar: “Eu sei a sua tribulação”, Ele está dizendo: “Sei exatamente o que está se passando. Já passei por isto. Sei como se sente. Sei como é ser falsamente acusado, molestado e cuspido. Sei o que é ser açoitado, escarnecido e morrer de maneira injusta. Sei o que está sofrendo, e valorizo grandemente a sua lealdade”.
Jesus fala sobre cinco diferentes níveis de perseguições sofridas por Esmirna: governamental, econômica, física, religiosa e satânica.

Perseguição Governamental

Esmirna sofria sob a tirania de Roma. Mais adiante, Jesus identifica tal tribulação como prisão ou encarceramento. A palavra tribulação (thlipsin, no grego) é muito radical. Literalmente, significa esmagar um objeto, comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada, e seu sangue, extraído. Descreve pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve a dor duma mulher ao dar filhos à luz.

Em Esmirna, os crentes eram dolorosamente esmagados sob as rígidas cláusulas da lei romana. Eram arrancados de suas casas, capturados nas feiras livres e levados cativos. César jogava toda a força de seu poderoso império sobre esta pequena igreja. E muitos desses santos já haviam selado seus testemunhos com o próprio sangue.

Quando a igreja foi fundada em Jerusalém, era Israel quem lhe avultava como ameaça, e não Roma. Além do mais, vigorava naqueles dias a paz romana, obrigando todas as possessões imperiais a observarem rigoroso ordenamento.
Embora cada país conquistado pudesse conservar seus próprios líderes e costumes, tinha de prestar cega obediência ao imperador. Aparentemente nada havia mudado. O povo ainda gozava certas liberdades políticas, religiosas e culturais, mas lá estava o Império Romano pronto a reprimir qualquer indisciplina.

Mas tudo mudou repentinamente. Em 67 d.C., um louco chamado Nero subiu ao trono de Roma. Temendo perder o trono, Ele matou suas três primeiras esposas e a própria mãe. Sob sua insanidade, as chamas da perseguição foram inflamadas contra a igreja. Nero culpou os cristãos por muitos de seus erros políticos. Foi esta a perseguição mencionada nas duas epístolas de Pedro.

Mas Nero morreu cedo, proporcionando momentâneo refrigério à igreja. Em 81 d.C., porém, outro insano assume o poder. Domiciano era mais cruel que Nero. E logo uma segunda onda de perseguição levanta-se contra os cristãos. Esta é a perseguição a que Jesus se refere na carta a Esmirna.

Ao expandir-se, Roma conquistou muitos territórios e países, gerando grande diversidade de línguas e culturas no império. Como unificar tantas diversificações? Como consolidar tantos movimentos nacionalistas? Alguns destes, contra Roma. A adoração ao imperador foi a resposta. Uniria o império, pois obrigaria cada cidadão romano a prestar, uma vez por ano, pública lealdade diante do busto de César. Para a grande maioria dos cidadãos romanos, isto não era problema. Afinal, já adoravam a vários deuses. O que era mais um deus? Mas para os cristãos, adorar a César era uma traição ao Rei dos reis. Não podiam assentir nesta idolatria. Ao invés de declarar: “César é Senhor”, os primeiros cristãos bravamente confessavam: “Cristo é Senhor! Como resultado, passou a igreja a sofrer dolorosamente.

O historiador H. B. Workman: “Tornar-se cristão significa grande renúncia. Aquele que seguir a Cristo tem de contabilizar o custo, e estar preparado para pagá-lo com a própria vida. A declaração do nome de Cristo já era um crime, O nome significava tortura e ser lançado às feras. No caso das donzelas, a infâmia era pior que a morte”.
A perseguição governamental não cessou. Estamos perdendo a liberdade religiosa. Nossa liberdade espiritual vem sendo diariamente fraudada.

No Alasca, em 1987, alguns estudantes foram advertidos a não usar a palavra Christmas (Natal), por conter ela o nome de Cristo. Nem nos cadernos, podia a palavra ser encontrada. Tampouco estavam autorizados a enviar cartões de Natal a seus colegas de escola.Um casal da igreja que recentemente pastoreei, foi a Rússia ensinar táticas bíblicas aos professores de escolas públicas daquele país. Achei isto maravilhoso. Eles tiveram de viajar meio mundo para partilhar valores cristãos, o que não puderam fazer em Little Rock, Arkansas. Quanto tempo ainda falta antes que enfrentemos o tipo de perseguição a que eram submetidos os cristãos do primeiro século?

Perseguição Econômica

Houve também perseguição econômica contra a igreja em Esmirna. Foi Jesus quem o revelou: “Eu sei a tua tribulação e pobreza” (Ap 2.9). A palavra pobreza (ptocheian, no grego) denota alguém tão desprovido de bens, que nada chega a possuir. Ele não está apto a ganhar nem mesmo ninharias; acha-se à mercê da caridade humana.
Assim, Esmirna. Tão pobre que não podia fazer o mínimo orçamento. Não tinham nada. O motivo? Os teólogos da prosperidade responderiam: “Esmirna estava fora da vontade de Deus. Tudo o que tinham a fazer era decretar a bênção. Estavam vivendo indignamente. Deus os queria ricos.”

Mas, deveriam eles ser repreendidos por sua pobreza? Não! Eram pobres porque
estavam na vontade de Deus. Prosperidade financeira não é a vontade de Deus para todos. Por isto é difícil ser cristão. Pode custar até mesmo a prosperidade financeira.
Não se esqueça de que Esmirna era uma das mais prósperas cidades daqueles dias. Não havia baixas no mercado, nem recessão. Os negócios cresciam. Lá, qualquer pessoa podia prosperar. Mas os homens de negócios cristãos eram despedidos de seus empregos. Suas lojas, violadas e saqueadas; seus pertences, roubados. Tudo porque confessavam que Jesus Cristo é Senhor, e não César.

A analogia mais próxima que temos é a grande perseguição dos judeus na Alemanha nazista. Suas viagens eram restritas. Suas lojas, vandalizadas. Seus locais de adoração, maculados; e suas propriedades, confiscadas. Eram humilhados, estigmatizados, caluniados, molestados e agredidos fisicamente. Privavam- nos do básico para o dia-a-dia. Tudo isto por sua identidade religiosa.

A mesma pressão econômica começa a atingir os cristãos na América e em outros países ocidentais. O preço para se fazer negócios como cristão aumenta consideravelmente. Enquanto escrevia este capítulo, recebi o telefonema de dois homens de negócios de nossa igreja. Dois homens respeitados e que ocupam posições proeminentes em companhias importantes.

O primeiro contou que seria forçado a demitir-se devido a sua fé em Cristo. O dono da companhia, questionando-lhe a lealdade, perguntou-lhe: “Sua igreja é mais importante que este negócio? Sua fé é mais importante que sua carreira? Se assim for, está no lugar errado”.

O segundo relatou algo similar. Como chefe de operações de uma corporação em Little Rock, enviou cartões de Natal a seus clientes. Os cartões continham o nome de Cristo ao lado do da companhia. Com isto, os ímpios ficaram ofendidos: “Levaremos o problema aos diretores da empresa. Estamos ofendidos por você nos haver enviado o cartão com o nome de Cristo. Isto custará o seu emprego!” Ambos os incidentes ocorreram em Little Rock, Arkansas, mas logo estará se repetindo em sua cidade.

Perseguição Religiosa

Jesus identifica outro nível de perseguição - a religiosa: “Eu sei... a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são a sinagoga de Satanás” (Ap 2.9).

O nó continua apertando. Em Esmirna, havia uma grande comunidade judaica que hostilizava fanaticamente o cristianismo. Tal fúria já fora demonstrada no apedrejamento de Estêvão em Jerusalém (At 7). Cheios de ódio, os judeus tramavam agora contra os nascidos de novo. Não satisfeitos, também blasfemavam contra os crentes.

Eles acusavam os cristãos de comerem carne humana, numa referência à Santa Ceia. Acusavam-nos ainda de perversões sexuais por causa do ósculo santo e da ênfase que estes davam ao amor fraternal. Conseqüentemente eram acusados de incesto e orgias sexuais. A Igreja, segundo eles, era ateísta por não adorar a César. Era politicamente infiel. E por requerer absoluta fidelidade a Cristo, era acusada de separar famílias. Mas estes acusadores eram a sinagoga de Satanás, instrumentos do demônio. Usados pelo inferno, faziam oposição ao povo e ao plano de Deus. Da mesma forma, a igreja hoje pode esperar semelhante perseguição, não somente do governo, mas também dos cristãos apóstatas que não passam de sinagogas de Satanás.

O diabo também vai à igreja. Ele diz: “Tenho alguns pregadores, quero ouvi-los falar. Tenho alguns corais, quero ouvi-los cantar. Tenho alguns discípulos com os quais quero compartilhar meus planos”. Há igrejas que não passam de redutos de Satanás. Não pregam o verdadeiro Evangelho. Negam a Escritura, menosprezam a ressurreição de Jesus Cristo. Promovem a licenciosidade. Abandonando a Palavra de Deus, ordenam homossexuais ao ministério cristão. Permitem todo tipo de perversão. Estas sinagogas de Satanás perseguirão em breve a verdadeira Igreja de Deus.

Perseguição Física

Jesus também alertou quando à perseguição que Esmirna haveria de sofrer:
Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel ate’ a morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2.10).


A questão não era se iriam sofrer. Mas quando e o quanto? Jesus garantiu que mais sofrimento estava por vir. Ele não oferece livramento, mas avisa que o diabo lançaria alguns na prisão. As prisões romanas eram lugares horríveis. Ninguém queria ser lançado nelas. Os presos ou eram mortos pelas autoridades penitenciárias, ou torturados e arremessados às ruas. Ninguém durava muito tempo numa prisão romana.

O governo era muito ocupado para pajear criminosos; nada queria gastar com a sua alimentação. Caso o prisioneiro fosse cristão, a situação piorava. Era mõrto, ou surrado e atirados à rua.
Esmirna sofreu fisicamente! Os oficiais romanos invadiam as casas, e prendiam os crentes diante do olhar aflito de seus familiares. Arrastavam-nos às prisões, fazendo deles público exemplo. Não dissera Jesus que teriam tribulação de dez dias? Alguns eruditos têm especulado sobre estes dez dias. Simbolizam dez perseguições gerais? Ou dez estágios na história da igreja? Para mim, tratam-se de dez dias literais. Afinal, ninguém conseguia permanecer por muito tempo nas celas romanas. Dez dias pareciam dez anos.

Misericordiosamente, o Senhor estabelece limites para nosso sofrimento. A prova não vai além do que podemos suportar. Se o Senhor diz dez dias, não há forças na terra capaz de prolongar-nos o sofrimento. Para os cristãos de Esmirna, Jesus recomenda: “Sê fiel até a morte”. Alguns deles pagariam com a vida o preço de seguir a Cristo. Mesmo em face ao martírio, Jesus é taxativo: “Sê fiel até a morte”.
Se os oficiais romanos viessem até você, e o intimassem: “César ou Cristo?”. Você ficaria com Jesus? A resposta tem de ser sim. Deus nos dará graça para fazer tal confissão. Enquanto isto, permaneçamos fiéis a Ele.

Perseguição Satânica

Finalmente, Jesus dissera que Esmirna enfrentaria perseguição do próprio diabo. Como aqueles cristãos viviam para Cristo, seriam atacados pela sinagoga de Satanás. Estariam em guerra contra o próprio inferno. Decididamente, não lutavam contra a carne, e sim contra os principados, potestades, príncipes das trevas e hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6.11,12). Por trás de toda perseguição, acha-se o próprio Satanás. Por trás do imperador romano, o demônio, que despejava sua fúria contra os crentes. Muitos cristãos foram presos, e outros, condenados à morte.

Estes crentes sofreram, simultaneamente, de cinco maneiras diferentes. Foram atacados política, econômica, religiosa, física e satanicamente. Afinal, como escreve Paulo “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus, padecerão perseguições” (2 Tm 3.12). Não se engane! Custa caro ser cristão. Nalguns lugares, mais que em outros. Com as pressões do final dos tempos, a perseguição contra a igreja crescerá ainda mais. Por todo o mundo, igrejas e indivíduos serão convocados a sofrer mais que nunca.

Não há repreensão para Esmirna. A outra exceção foi Filadélfia, que também sofria perseguição. A lição é muito clara: a perseguição purifica a igreja! Se o mundo o perseguisse, você jamais amaria as coisas que ele oferece. Caso contrário: haveria de se contaminar com o mundo. Se você fosse trancado numa masmorra romana, você deixaria seu primeiro amor? Provavelmente não. Negligenciaria a oração diante da morte? Não!

Se o mundo o atacasse, você teria problemas em amar outros crentes? Ficaria grato diante da morte? Enfrentemos o fato: não manejamos bem a prosperidade. Basta ligar o rádio para ouvir pregadores da teologia da prosperidade despejando sua descontrolada luxúria. Dizem eles: “Deus fará de você um milionário se tiver fé e confiar nele!”
Todavia, a maior bênção que poderia acontecer à causa de Cristo, atualmente, seria a perseguição. Disse alguém certa vez: “O problema com os crentes de hoje é que ninguém mais quer matá-los. Tal perseguição levar-nos-ia às bases essenciais do que significa ser um genuíno seguidor de Cristo”.

Que conselho Jesus tem para a igreja sofredora? Apenas dois lembretes: “Nada temas” e “Sê fiel até a morte”. E que alguns daqueles cristãos achavam-se amedrontados e perigosamente enfraquecidos. A fórmula para não se temer ao homem é temer a Deus. Tema a Deus e não precisará temer o homem! O temor a Deus começa com a visão de Deus, cultuada com o entendimento de sua impressionante santidade. Submeta-se a sua soberania. Dobre os joelhos diante de sua justiça. Seja consumido pela grandeza divina.

Mais a frente Jesus diz: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”. Ao enfrentar a morte, os crentes eram encorajados a serem fiéis. Não podiam voltar atrás e negar o nome de Cristo. Nem todos são chamados a ser um mártir. Mas todo discípulo precisa estar pronto a fazer tal sacrifício.

Nossa voluntariedade em morrer por Cristo é a última prova de nossa lealdade a Ele. Não estamos prontos a viver até estarmos prontos a morrer. Crentes que morrem por sua fé em Cristo são recompensados. A coroa da vida os espera. Esta coroa (stephanos, no grego) é o galardão da vitória que recebiam os atletas vencedores. Sua lealdade até a morte trar-lhe-á esta coroa. Eis aqui forte motivação para se permanecer fiel a Cristo. Uma coroa especial está a espera de todo aquele que pagar o último preço por seguir a Cristo. É isto que Deus pede que façamos: “Não temas” e “Sê fiel”.

O Alerta

Apesar da violenta perseguição, os vencedores obterão grande vitória sobre o mundo. Jesus conclui com um alerta para se ouvir e considerar esta mensagem:

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas (Ap 2.11a).

Todo ouvido precisa estar alerta ao que Jesus diz. São palavras fortes que precisam ser obedecidas. Preste bastante atenção. Guarde bem estas verdades. Mathew Henry escreve: “A evidência clara de nosso amor por Cristo é a obediência às suas leis... o amor é a raiz, e a obediência, o fruto”.

Conta-se que Henrique III, que reinou no século XI, cresceu enfadado da vida da corte e das pressões oriundas da realeza. Por isto, pediu a um monastério que o acolhesse a uma vida de reflexão. Mas o superior do monastério, frei Richard, fez-lhe a seguinte ponderação: “Majestade, estás ciente de que a regra aqui é a obediência? Isto será difícil para um rei”. Henrique III respondeu: “Estou ciente. Pelo resto de minha vida ser-te-ei obediente, já que Cristo é o teu Senhor”.

“Então direi o que deves fazer, volveu-lhe o frei Richard: Volta para o seu trono, e serve fielmente no lugar onde Deus te colocou”. Quando Henrique III morreu, alguém disse: “O rei aprendeu a reinar sendo obediente”.
Também precisamos ser obedientes ao que o Espírito manda que façamos. Seja você contador, professor, mãe ou pai; sirva a Deus onde Ele o colocou.

A Promessa

Para o que ouve e obedece ao que o Espírito diz, Jesus faz esta promessa estarrecedora:

“O que vencer não receberá o dano da segunda morte” (Ap 2.11b).

Todos os verdadeiros cristãos são vencedores (l Jo 5.5). E estes não serão danificados pela segunda morte.

A primeira morte é física; é a separação da alma do corpo. A segunda é espiritual; é a separação da alma da vida eterna. A morte espiritual resulta em eterno tormento no lago de fogo. E a punição eterna (Ap 20.10).

Os verdadeiros cristãos jamais experimentarão a segunda morte. Dizem que, ou nascemos uma vez e morremos duas, ou nascemos duas e morremos uma vez. Mas os cristãos enfrentam a primeira morte sem medo. A segunda não tem poder sobre nós. Podemos visualizar a morte física sem nada temer - mesmo enquanto somos torturados por amor a Cristo - sabendo que ela levar-nos-á mais rapidamente à presença de Deus.

A mensagem à Esmirna é um alerta para que sejamos completamente dedicados a Jesus Cristo, mesmo enfrentando a perseguição e a luta. Enquanto o mundo torna-se escuro, a Igreja há de brilhar. Agora é o tempo de se levantar por Jesus Cristo. Custe o que custar! Destaquemos um homem para enfatizarmos esta verdade. No segundo século, achava-se no pastorado de Esmirna um homem chamado Policarpo que, conforme a história, chegara a conhecer pessoalmente ao apóstolo João, de quem ouviu estas palavras: “Sê fiel até a morte”.

Em 155 d.C., Policarpo foi chamado à presença do procônsul em Esmirna. Este ordenou-lhe, então, que renunciasse a Cristo, e declarasse fidelidade a César. Policarpo respondeu: “Tenho servido ao Senhor Jesus por 86 anos. Ele tem sido fiel a mim. Como posso ser infiel a Ele, e blasfemar contra o nome de meu Salvador?”

O procônsul insistiu: “Jura pelo nome de César, ou te dilacera- rei e alimentarei os animais. O pastor, entretanto, encontrava-se sereno: “Então entrega-me aos animais. Tu não podes mudar-me o coração. Declaro que sou cristão até a morte. Enfurecido, o procônsul condenou o bispo Policarpo sob a alegação de haver este cometido grande traição contra Roma.

Na arena de Esmirna, a multidão achava-se sedenta de sangue. O anticristianismo havia envenenado a cidade. Policarpo foi entregue a turba enfurecida que, não satisfeita, buscava fixá-lo com pregos à pira de madeira. O santo homem não se importa: “Deixai os pregos.
Aquele que me dá forças para suportar as chamas, dar-me-á forças para não recuar do poste. Vós me tratais com o fogo que queima por pouco tempo e é rapidamente extinto. Mas não conheceis o fogo que aguarda os fracos no julgamento vindouro e a punição eterna.

O que estais esperando? Fazei o que quiserdes de mim”. Quando a madeira foi colocada ao redor de seus pés, Policarpo olhou para os céus e disse: “Senhor, Deus Todo-poderoso, Pai do amado Filho, Jesus Cristo, agradeço-te por este dia e por esta hora que me dás. Pois assim, poderei estar entre os mártires que compartilharam do cálice de Cristo. Com eles, ressuscitarei para a vida eterna!”

Ele curvou a cabeça, e disse: “Amém!”, e o fogo o consumiu.
Policarpo foi fiel até a morte. Não temeu o mundo, e sim a
Deus. E grande a sua recompensa no céu.
Que assim possa suceder com você e comigo. Quando a perseguição atingir-nos, não temamos o mundo, mas a Deus, e somente a Deus.
Custe o que custar.


FONTE== Livro:- Alerta Final – Steven J. Lawson


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