22 de abril de 2021

DONS DE PODER

 

DONS DE PODER

Texto Áureo

4.   A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder (Paulo é enfático: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder” ,1 Coríntios 2.4.

O que é demonstração do ESPÍRITO? A palavra “demonstração”, na língua original, “apodeixis”, traz a ideia de uma prova legal apresentada diante de uma corte. Leon Lamb Morris, estudioso do Novo Testamento, diz que “apodeixis” é a prova mais rigorosa. E qual era a prova legal que Paulo trazia?

Era apresentar vidas transformadas pela pregação poderosa do Evangelho! Sua pregação não era uma peça de oratória, mas era pura demonstração do ESPÍRITO e de poder. Ele apresentava diante das pessoas vidas transformadas, verdadeiros milagres do céu. Paulo não estava preocupado em falar bonito, mas em mostrar o resultado do Evangelho. Paulo estava dizendo aos coríntios: “. Esse é o Evangelho que precisamos, não um Evangelho besuntado da pretensa sabedoria humana, mas o Evangelho da simplicidade, da pureza e do poder do ESPÍRITO SANTO. Quem transforma o coração do homem não é a beleza da retórica humana, mas o poder do ESPÍRITO SANTO de DEUS”.

Paulo não está desencorajando o preparo para pregar, mas enfatizando sobre em quem os holofotes devem estar. Paulo não está contra o uso da oratória, mas da oratória sem a unção do ESPÍRITO. O pregador deve usar sua retórica para apresentar Cristo e não para exaltar a si mesmo).

 

5.   para que a vossa não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus (Paulo relembra-os do seu propósito de pregar o Evangelho. Paulo deixa claro o propósito para o qual ele pregava o

Evangelho: “para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana e sim no poder de Deus” ,1 Coríntios 2.5. Temos de pregar o Evangelho com simplicidade, ressaltando o seu conteúdo para que as pessoas não deem mais importância ao pregador que a mensagem. Esse era um dos grandes problemas da “Igreja” de Corinto Eles estavam dividindo a “Igreja” e por quê? Porque estavam dando mais importância ao pregador do que à mensagem (1 Coríntios 1.12;3.4). Paulo precisava ensinar a essa “Igreja” que o vaso, o mensageiro, é de barro (2 Coríntios 4.7), isto é, um ser


humano como todos nós. O importante não é o vaso de barro, o importante é o poder, é o conteúdo que está dentro do vaso. Esse conteúdo é o poder de DEUS. Esse conteúdo é o Evangelho. E é esse conteúdo que tem de ser ressaltado. Paulo chega a perguntar à “Igreja” de Corinto: Quem é Paulo? Quem é Apolo? Apenas servos por meio de quem vocês creram. Paulo quer que eles confiem em DEUS e não no mensageiro. O propósito da pregação não é enaltecer o pregador, mas o JESUS que o pregador anuncia. Todas as vezes que a Igreja comete o pecado do culto à personalidade, dando mais ênfase ao pregador que à pregação, conspira contra JESUS, esvazia o Evangelho, e torna-se um obstáculo para o pecador vir a Cristo.

1 Coríntios 2.4,5

 

1 O Dom da (1 Coríntios 12.9)

 

1.     O que significa Fé?

Ora, a é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem.

Hebreus 11.1

O arqueólogo Rodrigo Silva observa que “Fé”, no hebraico é

“Emunah”, e traz a ideia de “Firmeza, Agarramento

ou Fidelidade” (a DEUS e a sua Palavra). Os Judeus entendiam (e na verdade ainda entendem que) quanto mais você buscar aprender sobre DEUS, mais FÉ você terá em DEUS (Obviamente isto faz todo o sentido, pois a origem da palavra “Emunah” traz também o sentido de treinar (pôr em prática) para aprender.

Já no grego “Fé” é “Pistis”, e tem o sentido de “Ser persuadido por DEUS” (ou “ser convencido por DEUS”).

 

Sam Storms (pastor e teólogo) observa que, de um modo geral, o Novo Testamento menciona três tipos de Fé ou, três contextos ou circunstâncias distintas em que a Fé é exercida.

Storms usa uma terminologia que muitos consideram útil para explicar estes 3 tipos de Fé (ou contextos ou circunstâncias em que a Fé é exercida), Storms distingue estes “tipos de Fé” como a Fé de conversão, a Fé contínua e a carismática.

 

(Usarei abaixo a terminologia usada por Storms para tentar facilitar a nossa compreensão a respeito de Fé):

 

 

Fé de conversão é a Fé por meio da qual nós somos justificados. Essa e a Fé identificada na Bíblia como a confiança ou crença no sacrifício expiatório de Cristo, que ocorre no momento da conversão. Essa é a Fé a que Paulo se referiu em Efésios 2.8,9: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da Fé, e isto não vem de vocês, e dom de DEUS; não por obras, para que ninguém se glorie (ver também Romanos 1.16,17; 3.28; 5.1).

Diferentemente do Chárisma (ou “Dom”) da Fé, restrito aos crentes a quem o ESPÍRITO quer dá-lo (ver 1 Coríntios 12.11), todo cristão tem esse tipo de (ou seja, todo cristão tem a de Conversão).

 

 

Fé contínua é a Fé que exercemos diariamente, ao olharmos para DEUS com a confiança de que Ele pode fazer em e por meio das nossas vidas tudo o que prometeu fazer. Essa Fé e um dos frutos do Espirito (ver, Gálatas 5.22). Essa é a Fé de Hebreus 11 (compare com 1 Pedro 1.8 e outros). Todos os crentes tem essa Fé, mas em diferentes graus de intensidade. Alguns confiam mais, outros menos, na bondade e grandeza de DEUS ao longo do curso da vida diária.

carismática é a Fé que parece ser espontânea e se manifesta como uma condição dada divinamente, da qual dependem as atividades sobrenaturais mais visíveis de DEUS. Ela é observada em vários textos.

Este (segundo Storms), é o “Dom da Fé” de 1 Coríntios 12.9.

2.     A como dom.

3.     Exemplo bíblico do dom de fé.

..e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé;

1 Coríntios 12.9

Não se trata aqui da "Fé" que nos conduz à salvação, mas uma Fé sobrenatural e especial trazida pelo ESPÍRITO para capacitar o crente quanto a pregação do Evangelho. É uma inabalável certeza nos acontecimentos milagrosos proporcionados por Deus (Marcos 11.22-24; Lucas 17.6).

A Enciclopédia Estudos de Teologia vol. 1 diz que não se trata de Fé para salvação, mas de uma Fé sobrenatural, especial, comunicada pelo ESPÍRITO SANTO que capacita o crente á realização de coisas extraordinárias e milagrosas, é a Fé que remove montanhas (Marcos 11.22- 24), e que frequentemente opera em conjunto com outras manifestações do ESPÍRITO SANTO, tais como curas e milagres. O crente não possui essa Fé, ela somente se manifesta quando surge uma necessidade, de acordo com hora e lugar que o ESPÍRITO SANTO determinar.

2 – Dons de Curar (1 Coríntios 12.9)

1.     O que são os dons de curar?

(Perceba que não existe um “Dom”, mas sim, mais de um) São “Dons” para curar todas as sortes de enfermidades das pessoas por meios divinos e sobrenaturais. São curas diferentes para diversos tipos de doenças que teimam em atingir a vida de pessoas que creem em JESUS, o Filho de DEUS. O Senhor nosso DEUS, através do seu Filho JESUS Cristo, pode curar todas as enfermidades (Mateus 4.23-25 8;14-17). Embora os “Dons” de cura não sejam concedidos a todos os membros do “corpo de Cristo (1 Coríntios 12.11,30), todos podem orar pela cura dos enfermos, pode também haver cura em obediência ao ensino bíblico (Tiago 5.14-16).

 

2.     A redenção e as curas.

Apesar de o crente ser redimido pelo SENHOR através da obra expiatória efetuada por JESUS na cruz do Calvário, ele (o crente) ainda aguarda a redenção do seu próprio corpo. Enquanto não recebermos o novo corpo imortal e incorruptível estaremos sujeitos a toda sorte de doenças (1 Coríntios 15.42-44; Filipenses 3.21).

3.     A necessidade desses dons.

O seminarista Howard Carter observa que os dons de cura são aquelas curas que DEUS realiza pelo Seu ESPÍRITO. Elas não podem ser confundidas com qualquer habilidade humana ou obras, mesmo que sejam louváveis. Esse “Dom” composto é, portanto, uma manifestação espiritual e sobrenatural do ESPÍRITO SANTO dada à “Igreja” com o propósito de remover doenças e males. Em um mundo incrédulo, em que a medicina se desenvolve rapidamente, o ser humano pensa que pode superar a DEUS. Mas enfermidades que a medicina humana não pode vencer. Os “Dons” de cura, dentre outras coisas, fazem com que os incrédulos percebam a soberania de DEUS.

Howard Carter observa ainda que certamente não podemos aceitar que as curas da profissão médica sejam dons do ESPÍRITO SANTO independentemente de quão boas e beneficentes elas possam ser; da mesma forma que não podemos aceitar a habilidade do linguista que aprendeu a falar em outras línguas estudando, como se fosse o “Dom” de línguas .

Devemos traçar uma linha clara de demarcação entre os talentos naturais e os “Dons” Espirituais.

 

 

 

Os dons de cura são manifestados por meio da imposição de mãos (Marcos 6.5) ou pela palavra proferida (Mateus 8.8). O poder da cura sagrada pode também ser conduzido por meio de algum tecido comum: E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam (Atos 19.11,12). O poder de cura passava até mesmo pela sombra de um apóstolo passando por um aflito (Atos 5.15, 16).

3- O Dom de Operação de Maravilhas

1.     O dom de operação de maravilhas.

2.     Exemplos bíblicos.

Refere se a uma diversidade de manifestações sobrenaturais do ESPÍRITO de DEUS. Estas manifestações interferem nas leis da natureza são atos poderosos e divinos que revelam o Reino de DEUS e sua superioridade sobre os espíritos do mal (João 6.2).

Howard Carter observa que este “Dom” tem sido entendido de várias maneiras, e costuma ser confundido com os “Dons de cura”.

Este “Dom” esteve mais em evidência no Antigo Testamento do que no Novo Testamento porque era utilizado como um sinal da presença e do poder de DEUS, e o profeta que realizava um milagre estabelecia sua autoridade divina diante do povo. A Moisés, foi concedido esse “Dom” como credencial ao ser enviado pelo SENHOR à seu povo (Êxodo 4.1-9).

Podemos dizer que outras manifestações deste “Dom” no Novo Testamento são quando JESUS manifestou esse grande “Dom” em diversas ocasiões, como, por exemplo, alimentando mais de cinco mil homens famintos a partir de cinco pães e dois peixes (Mateus 14.13-21).

Novamente, quando Paulo estava na ilha de Pafos, e o encantador Elimas, resistia-lhe enquanto ele pregava o Evangelho da graça de DEUS para o procônsul; Paulo, no poder do ESPÍRITO, fez com que Elimas ficasse cego por algum tempo, sinal que convenceu o procônsul de que a doutrina de Paulo era a verdade de DEUS (Atos 13.6-12).

 

3.     Distorções no uso dos dons de curar e de operação de maravilhas.

Infelizmente muitos que tem “Dons” de curar, operação de maravilhas e outros “Dons” são muitas vezes “endeusados” por outros crentes.

 

Criou-se no meio do povo de DEUS a ideia de que aqueles que tem “Dons” mais chamativos (por assim dizer) são algum tipo de “super crentes, crentes mais espirituais”, e isto faz com que muitos possuidores de “Dons” se sintam “exaltados” e muitos infelizmente passam a gostar disso, desagradando em muito a DEUS, por suas atitudes.

Aqueles que tem “Dons” não tem o direito de usar os “Dons” da maneira que quiser. Lembre-se de que;

A qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá. Lucas 12.48

 Conclusão:

DEUS pode conceder a seus servos o “Dom” da Fé, “Dons” de curar e o de operação de milagres, mas sempre de acordo com a sua vontade e graça.

Lembre-se de que os “Dons” de poder contribuem para legitimar a pregação do Evangelho. Infelizmente, há pessoas que querem utilizar essas dádivas para obterem lucros financeiros e enriquecimento pessoal. Isto envergonha o nome de JESUS e mancha a idoneidade da “Igreja” na sociedade. Quem procede desta forma, está suscetível ao juízo de DEUS, que virá no tempo próprio. Que nós, a “Igreja”, o povo do SENHOR, façamos uso dos “Dons” de poder para propagar o Evangelho de nosso SENHOR e glorificar o nome do Pai no poder do ESPÍRITO SANTO.

 

Fontes

 

Enciclopédia Bíblica Russel Norman Champlin,

Bíblia de Estudo Pentecostal,

Livro de Apoio 2º Trimestre de 2021,

Dons Espirituais,

Perguntas e Respostas – Howard Carter,

Dons Espirituais – Sam Storms, Revista Cristão Alerta 2º Trimestre de 2021, Comentário Expositivo Hagnos- Hernandes Dias Lopes,

1 Coríntios Introdução e Comentário – Leon Morris,

Apontamentos teológicos professor José Junior