Jesus é
Superior a Josué - O meio de entrar no Repouso de Deus
TEXTO ÁUREO
"Procuremos,
pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência." (Hb 4.11)
VERDADE
PRÁTICA
O
descanso provido por Josué foi terreno, temporário e incompleto; o descanso
provido por Cristo é celestial, eterno e completo.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda
- Hb 4.2: A mensagem de Deus deve ser recebida pela fé
Terça
- Hb 4.6: A mensagem de Deus deve ser acompanhada pela obediência
Quarta
– Hb 4.7: A mensagem de Deus dever ser acolhida com contrição
Quinta
- Hb 4.8,9: A mensagem de Deus promove um descanso real e total
Sexta
– Hb 4.11: A mensagem de Deus promove um descanso eterno
Sábado
– Hb 4.12: A Palavra de Deus é viva e eficaz
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE – Hebreus 4. 1-13
Hebreus
4.1-13:
1
TEMAMOS, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso,
pareça que algum de vós fica para trás.
2
Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da
pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles
que a ouviram.
3
Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim
jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras
estivessem acabadas desde a fundação do mundo.
4
Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as
suas obras no sétimo dia.
5
E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso.
6
Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram
pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência,
7
Determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois,
como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações.
8
Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro
dia.
9
Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus.
10
Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras,
como Deus das suas.
11
Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo
exemplo de desobediência.
12
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada
alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração.
13
E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão
nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.
HINOS
SUGERIDAS: 47,146, 212 da Harpa Cristã
OBJETIVO
GERAL
Demonstrar
que Jesus é superior a Josué na mensagem e no provimento de repouso para o povo
de Deus.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao tópico com os seus respectivos
subtópicos.
I.
Mostrar que a mensagem de Jesus é superior a de Josué;
II.
Mencionar a provisão de um descanso superior ao de Josué;
III.
Apontar a superioridade da orientação de Jesus em relação à de Josué.
•
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O
texto de Hebreus 4 mostra o que a história de Josué representa para a Igreja de
Cristo. Enquanto o ministério do sucessor de Moisés foi de caráter terreno,
temporário e incompleto - primeiro porque Israel não conquistou toda a terra;
depois, as guerras continuaram -, Jesus Cristo proveu um descanso celestial,
eterno e completo.
Na
lição desta semana, é preciso fazer o contraste entre os ministérios de Jesus e
Josué, conforme abaixo:
JOSUÉ —>
Terreno -> Temporário -> Incompleto
JESUS ->
Celestial -> Eterno -> Completo
Devido
à popularização da teologia da prosperidade, bem como o aumento da
"politização ideológica" dos movimentos evangélicos, é comum alguns
cristãos virarem as costas para a dimensão celestial e eterna do ministério de
Jesus, alegando que se dermos ênfase ao "céu" formaremos cristãos
"escapistas". O problema é que eles se esqueceram de combinar isso
com o autor de Hebreus. A natureza celestial, eterna e esperançosa do
ministério de Cristo é cristalina nas Escrituras! Por isso, embora a obra de
Cristo tenha consequências presentes como uma antecipação das bênçãos futuras,
claro que podemos vivê-las hoje, aqui e agora, não tenha receio de enfatizar a
natureza do porvir da obra de Cristo, pois Ele nos prometeu a vivência da
comunhão no Reino Celestial (Mt 26.28,29).
INTRODUÇÃO
O Descanso Necessário,
4.1-16
Este capítulo
poderia ser intitulado: “Entrando no seu Descanso”. Este é o tema central do
capítulo 4. O termo “descanso” ocorre nove vezes nestes dezesseis versículos,
oito vezes como katapausis e uma vez como sabbatismos. A primeira palavra
denota uma paz estabelecida ou um estado de descanso; e a segunda, encontrada
somente aqui no NT, significa “repouso sabático”.
Este termo
“entrar”, nas suas várias formas, é encontrado oito vezes neste capítulo, todos
em conexão com “descanso”.
Este repouso
para o povo de Deus (9) freqüentemente é entendido como uma segunda obra da
graça. Entre os Quacres a terminologia de Hebreus tem sido mantida e forma a
base para a estrofe de Philip Doddridge:
Agora descanse, meu coração dividido há tanto tempo;
Fixado neste centro ditoso, descanse;
Nunca se afastando do seu Senhor,
Com Ele refletindo todo o bem.
Entre os
wesleyanos, a terminologia paulina de santificação completa é comum. A urgência
da entrada definitiva é ressaltada nos versículos 1, 6, 11 e, em cada caso, a
forma é o aoristo infinitivo, que é categórico em importância. Não há sinal de
uma entrada gradual ou parcial no repouso ou descanso de Deus. A lição central
é que a história está sendo repetida; exatamente onde os israelitas estavam em
Cades-Barnéia, estes cristãos Hebreus estão agora, exceto que a situação é mais
grave.
1. Um Perigo Semelhante (4.1-3)
Por causa do
exemplo histórico diante de nós, Temamos (“ter um temor ansioso”, Mueller),
pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que
algum de vós fique para trás (1).
Em relação a
este repouso uma disposição de ânimo casual, que é indiferente ou
demasiadamente otimista, está completamente fora de cogitação. Este é um
assunto de vida ou morte, por isso o cristão deveria estar profunda e
intensamente preocupado, para que não “fique para trás” (Mueller). Os vagarosos
estão em perigo bem como aqueles que rejeitam este repouso por completo.
Que esta
promessa é deixada, ou “reservada”, para nós (kataleipo, deixar para trás,
reservar”; cf. Rm 11.4) é confirmado no versículo 2: Porque também a nós foram
pregadas as boas-novas, como a eles. Deveria constar literalmente: “Fomos
evangelizados da mesma forma — ou tão completamente — quanto eles”. Os
israelitas, por meio de Moisés, ouviram as boas-novas da provisão e vontade de
Deus para eles.
Da mesma
maneira, nós ouvimos as boas-novas de Deus por meio de Cristo. Mas a palavra da
pregação nada lhes aproveitou — não resultou em um benefício completo e final —
não porque não foi pregada de maneira adequada, mas porquanto não estava
misturada com a fé naqueles que a ouviram. Ouvir a Palavra não é suficiente;
ela deve ser crida e obedecida. Não importa a profundidade da fé do pregador,
precisa haver fé voluntária no ouvinte. A fé deve estar associada à Palavra
como um tipo de agente espiritual catalisador, para que o evangelho traga
salvação.
O versículo 3 é
obscuro na KJV, no entanto, podemos estar certos de que seu verdadeiro
significado o liga de maneira coerente ao pensamento iniciado no versículo 1.
Aidéia- chave está na expressão “parecem não ter alcançado” (ficar atrás).
Novamente o autor está se referindo, por meio de uma breve frase, a Salmos
95.8-11.
Ao harmonizar
estas idéias aparentemente discrepantes do versículo 3, precisamos observar
certos detalhes que ajudarão na compreensão deste texto. A ARC já corrigiu a tradução
da KJV de Salmos 95.11, como segue: “Por isso, jurei na minha ira que não
entrarão no meu repouso” (Salmos 95.11). E importante observar que as três
cláusulas são coerentes e significativas, somente quando interpretadas à luz
não somente do contexto imediato mas do contexto de todo o salmo da qual a
citação foi tirada. Além do mais, para entender a idéia, é necessário sugerir
que o verbo do presente do indicativo da cláusula principal, nós [...] entramos
no... (eiserchometha) deveria ter uma construção futura: “entraremos no”.
Quem? Os que
temos crido (aoristo) entraremos no repouso. Nós que confessamos ser cristãos,
tendo aceitado Cristo por meio da fé verdadeira, somos qualificados para entrar
no repouso que resta para o “povo de Deus” (v. 9), desde que não percamos nossa
qualificação ao endurecer os nossos corações. Porque, de acordo com o decreto
divino, eles (os resistentes teimosos, os apóstatas) não entrarão no meu
repouso (3b). Este ultimato, de que os crentes entrarão e os que rejeitam não entrarão,
é verdadeiro, embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do
mundo. Como explica o versículo seguinte, meu repouso está relacionado com a
cessação das obras criativas de Deus.
A referência,
deste ponto até a conclusão destas obras, implica que Deus desde o princípio
desejou compartilhar seu repouso com o seu povo; mas eles não podem entrar sem
a obediência da fé, e enquanto não obedecerem, estão excluídos, não importa
quanto tempo Deus tem esperado.
Para percebermos
a conexão possível entre esta referência às obras terminadas de Deus e a linha
anterior de pensamento precisamos ler o Salmo 95 na sua totalidade. O salmista
está exaltando a grandeza de Deus em seu trabalho de criação e desafiando seus
ouvintes a adorá-Lo. Mas as obras de Deus não incluem coerção. Suas obras
terminadas são evidência suficiente do seu poder para levar seu povo para
dentro da Canaã deles. No entanto, isto não deve ser interpretado como garantia
que, não importa o que façamos, Ele vai dar um jeito de nos levar até lá. Pelo
contrário, esta evidência da grandeza de Deus nos deixa completamente
indesculpáveis em nossa descrença temerosa; ela justifica sua ira em declarar
que, apesar de tudo o que tem feito até aqui, Ele não nos levará para dentro
agora (cf. 1 Co 10.1-12).
Estes parágrafos
intensos são uma forte tentativa de chacoalhar os cristãos hebreus em sua falsa
segurança, ao mostrar-lhes que não possuem imunidade contra os perigos da cerca
espiritual. O Salmo 95 é interpretado como uma advertência direta ao povo de
Deus — incluindo os próprios hebreus — contra a rebelião da sua Cades-Barnéia.
2. Um Repouso Espiritual (4.4-10)
Ao usar o Salmo
95 como uma advertência contra a confiança falsa, e especialmente contra a
rejeição da nova luz, o autor interpreta meu repouso como o plano e provisão de
Deus para o seu povo. Este é um descanso tipificado por Canaã, e a crise da
entrada é tipificada por Cades-Barnéia. As conseqüências desastrosas de
fracassar em entrar nesta Canaã foram apresentadas. Agora, nestes próximos
versículos, a natureza deste descanso é revelada.
Já temos visto a
relevância deste repouso em relação às obras concluídas de Deus no versículo 3.
Isto é ampliado imediatamente. O autor cita Gênesis 2.2 (mas, como de costume,
sem especificar a referência): E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo
dia (4). De alguma maneira este fato está relacionado com meu repouso (5). Que
resta (6), i.e., para o seu povo entrar.
Visto que a
geração dos dias de Moisés perdeu sua chance por causa da desobediência, Deus,
em sua misericórdia, proclamou mais uma oportunidade por meio de Davi. Há mais
um Hoje, mesmo muito tempo depois (7). O autor vê no Salmo 95 uma profecia
especial para a época do evangelho — uma profecia que contém tanto uma promessa
quanto uma ameaça.
Também não podia
se dizer que o verdadeiro descanso de Deus tinha sido dado por Josué (“Jesus”,
na KJV; v. 8) quando levou a próxima geração para a Terra Prometida e os
estabeleceu nas suas próprias casas, com suas vinhas e campos.
Porque se este
repouso nacional tivesse sido o que Deus queria, então não falaria (Deus, não
Josué), depois disso, de outro dia. Josué deu aos israelitas descanso de um
tipo (Js 22.4), como cumprimento de uma promessa (Dt 31.7); mas este repouso
político, civil e material em Canaã não era o repouso — era apenas uma
tipificação daquele repouso. Resta ainda (ainda a ser experimentado) um repouso
para o povo de Deus (9). O povo de Deus, no novo Hoje, tem a opção de um
descanso que ainda não conhece por experiência, mas que pode conhecer — na
verdade deve conhecer — ou deixar de ser o povo de Deus.
Observe os três
fios que estão entrelaçados aqui. Fio número um: o repouso de Deus e suas obras
acabadas estão relacionados. Fio número dois: o repouso de Deus é espiritual em
natureza, não nacionalista. Fio número três: o repouso está agora disponível
neste novo Hoje. Mas a KJV deixa escapar o significado deste ponto crítico,
porque o grego diz sabbatismos, “um repouso sabático” (ou “descanso sabático”,
NVI). O restante que permanece é o repouso sabático da alma — certamente não do
corpo, porque o trabalho diário continua sendo necessário.
E certamente
isto não é uma referência ao sétimo dia — o sábado, como os adventistas
ensinam. Isto seria uma inversão da tipificação e uma interpretação
completamente errada da realidade, semelhantemente aos judeus que não
conseguiam enxergar nada além da prosperidade materialista e autonomia política
em relação à Terra Santa. O significado está ligado à explanação subseqüente:
Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras,
como Deus das suas (10). Tudo nesta seção tem apontado para esta proposição
conclusiva. Isto representa o repouso sabático que é o repouso de Deus restante
para o seu povo. Como uma declaração culminante, ela é habilmente devastadora à
essência das suas inclinações judaicas.
Quer tenha sido
Paulo que escreveu esta epístola ou não, nada podia ser mais paulino (cf. Rm
10.1-11; G1 3.16; 4.9-31; Cl 2.20-23). A tendência muito forte de voltarem para
Moisés, ou pelo menos de se ligarem a ele e a Jesus com sujeição compartilhada,
era a evidência de uma relutância em abandonar todas as formas de esforço
próprio e depender somente da obra terminada de Cristo.
Veja o
significado exato. Deus não descontinuou sua obra de providência e redenção,
mas apenas a da criação. O crente que desfruta o repouso perfeito também cessou
das suas próprias obras de criação, não no sentido natural ou material, mas no
sentido espiritual (Jo 6.62-63). Os israelitas de Cades-Barnéia calcularam sua
probabilidade de entrar em Canaã à luz dos seus recursos, e, é claro, se
desesperaram. Então quando viram seu pecado, “tentaram subir”, mas, novamente
baseados em suas próprias forças, e acabaram sendo derrotados pelos amalequitas
(Nm 14.40-45).
Desta forma,
sempre ocorrerá a falência do puramente humano no domínio espiritual. Não pode
ser com base em fé e obras. Este é o caminho da ansiedade e frustração — não do
repouso. Mas o lugar do “repouso tranqüilo, perto do coração de Deus” é o lugar
da autocrucificação, da total entrega de si mesmo a Deus, do completo abandono
dos nossos esforços vãos ou para criar o Reino de Deus na terra ou para criar
santidade em nós mesmos.
Não devemos
apenas nos submeter, mas confiar. “Solte e entregue-se a Deus”.
3. Um Dever Imediato (4.11-16)
a) Se uma queda final deve ser evitada (4.11). Existe um progresso
distinto de pensamento em Hebreus, com transições intercaladas, em vez de
mudanças abruptas e radicais. Muitas vezes, um versículo de transição está
ligado com aquilo que acabou de ser dito, como sua conclusão, e igualmente com
a nova idéia que introduz. Além do mais, estes versículos de transição são
repetitivos, quase cíclicos, em forma e idéia, ainda que cada um apresente uma
idéia-chave sinalizando avanço. Como ocorre no versículo 11: Procuremos, pois,
entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência. Tanto este versículo quanto o versículo 1 falam de entrar no
repouso e apresentam uma construção semelhante: Procuremos (“Temamos”) [...]
para que (“pois, que”).
Mas no versículo
1, a exortação é “temer”, e no versículo 11 é procurar “esforçar-se” (ARA). No
versículo 1, a advertência era contra a possibilidade de ficar “para trás”,
i.e., contra o perigo da relutância e lentidão espiritual. No versículo 11, a
advertência é contra o resultado inevitável e final desta lentidão (cf. 2.3) —
uma queda final e irrevogável — tal como aconteceu com os israelitas no
deserto. Mueller traduz a última cláusula da seguinte forma: “não cair no mesmo
padrão de obstinação”.
Há somente uma
maneira de evitar este desastre, isto é, “ser zeloso, empenhar-se e lutar
diligentemente” (NT Amplificado). Ninguém flutua indiferentemente para o
repouso. Ele deve ser visto como uma esfera indispensável de vivência,um
ingresso imediato que requer nossa completa concentração.
Pode parecer
incongruente ter acabado de definir este repouso como uma cessação das obras
(v. 10) e em seguida insistir para entrar por meio do esforço. De que maneira o
esforço pode ser o meio para entrar no repouso que é o fim das obras? O NT nos
assegura de uma coisa: E impossível que o significado seja que devemos
trabalhar duro para assegurar nosso repouso no céu.
Uma resposta é
dizer que o arrependimento é o labor espiritual, mas um labor que termina no
repouso do perdão e um repouso da escravidão das obras da iniqüidade (Mt
11.28). Vamos observar que a consagração — a autocrucificação — também é uma
obra (esforço) intensa e árdua, mas que prontamente se torna o repouso do poder
da ressurreição espiritual, de habitar em Jesus pelo Espírito Santo, e da
libertação da tirania de um ego arrogante e inflexível.
E o repouso de
um sistema de valores materialistas e escravizantes; um repouso no qual nossas
obras, nossa autonomia, nossos direitos, nossos planos e ambições e nossos
esforços incansáveis são rendidos de forma determinada e habitual. Esta atitude
pode ser tão habitual que a rendição se torna uma disposição de ânimo feliz e
segura (Mt 11.29,30).
E importante
salientar que o significado primário de spoudasomen, seguido de um infinitivo,
não significa “esforço” mas “pressa, apressar”, e é usado desta forma em 2
Timóteo 4.9, 21 e Tito 3.12. Embora a idéia de esforço esteja incluída por
inferência, o sentido temporal é provavelmente a ênfase pretendida aqui, de
acordo com o tom do contexto.
Este tom é o
mesmo tipo de desafio imediato anunciado em alta voz por Josué e Calebe:
“Subamos animosamente e possuamo-la” (Nm 13.30); e é o mesmo tom da urgência
intensa e dever imediato que vez após vez caracteriza esta epístola. Aquele que
está propenso a esperar até amanhã para entrar no repouso nunca entrará nele.
Em 3.17—4.11,
encontramos “O Repouso para o Povo de Deus”: 1) Existe um repouso prometido,
4.9.2) Devemos fazer um esforço para entrar neste repouso, 4.11. 3) A fé no
chamado de Deus é essencial, 4.2. 4) Alguns o deixaram escapar — falharam em
entrar nele, 3.17—4.1 (John Knight).
b) Porque a palavra de Deus continua exigindo resposta
(4.12-13). Estes
versículos que falam tão vividamente da penetrante palavra de Deus não se
referem primeiramente ã palavra escrita na Bíblia (embora a palavra escrita não
esteja de forma nenhuma excluída); nem podem ser adequadamente entendidos sem
estarem atrelados à discussão anterior, como se constituíssem uma súbita
digressão de pensamento.
Eles são
essenciais para a exortação geral. O autor não quer ser entendido como estando
excessivamente preocupado com as ações dos israelitas antigos. O ponto da lição
objetiva é que eles estavam “brincando”, não com a palavra de Moisés ou Josué,
mas com a palavra de Deus (12). Este é precisamente o ponto desta exortação
urgente. A palavra de Deus de acordo com Davi, e mais recentemente de acordo
com Cristo e os apóstolos, não é uma carta morta, mas viva. Ela está em ação
neste exato momento.
Ela não é como
uma linha de energia elétrica velha e obsoleta; ela é viva no momento em que
Deus fala. A palavra particular ouvida pelos israelitas era a vontade de Deus
para eles a respeito de Canaã, enquanto a palavra particular exigindo a atenção
deles é a palavra de Deus a respeito de Jesus e o repouso que Ele deseja que
encontrem nele.28 Esta é a palavra que Deus falou ao mundo “nestes últimos
dias, pelo Filho” (1.2); é a mensagem do evangelho da salvação eterna por meio
de Cristo que Ele falou por intermédio dos ensinos do nosso Senhor, dos ensinos
dos apóstolos e confirmada pela manifestação do seu poder em sinais (2.3-4);
esta mensagem do evangelho é a voz predita no Salmo 95 para este novo “Hoje”
(3.15; 4.1-2, 7-8). Tudo isto está incluído na “Palavra que Deus fala” (NT
Ampl.).
Esta palavra
divina não está somente viva, mas é eficaz, i.e., ativa em convencer, examinar
e descobrir. Como uma espada de dois gumes, a mensagem do evangelho penetra de
tal forma no ouvinte que alma e espírito são divididos; i.e., nosso eu
espiritual é separado do nosso eu alma. Podemos ser religiosos — mas não
salvos.
Podemos ser
sensíveis ao homem, mas insensíveis para com Deus. Uma pessoa pode ser culta e
atenta na mente e corpo, mas atrofiada e dormente no espírito.29 Ela pode
conhecer o êxtase estético, mas não a alegria espiritual. O mundo ao redor, com
o qual se comunica por meio das janelas da alma, pode ser bastante real, e
ainda assim o mundo de Deus e Cristo pode ser muito irreal. O evangelho
descobre e chama a nossa atenção para este tipo de entorpecimento.
Este poder
cortante e penetrante divide juntas e medulas, uma sugestão figurada,
possivelmente, indicando que o evangelho nos encontra não só no nível da
personalidade, mas no nível do nosso eu invisível. E na medula que doenças do
sangue se alojam muito antes que o mecanismo do corpo seja visivelmente
afetado.
As pessoas
caminham eretas, no entanto seus ossos podem estar doentes por dentro, como uma
árvore que está em pé até que uma tempestade violenta a derruba até o chão,
revelando seu cerne apodrecido. E nessa auto-revelação, o evangelho discerne os
pensamentos e intenções do coração. Nós separamos as palavras e atos de uma
pessoa; o evangelho é como quem discerne (um juiz), examina seus motivos e
imaginações secretas e pronuncia a sentença. Na verdade, “não há coisa criada”
(Mueller) encoberta diante dele; todas as coisas estão nuas e patentes aos
olhos daquele com quem temos de tratar (13).
A expressão
daquele refere-se Aquele que é o assunto do nosso discurso. Visto que não
podemos esconder-nos de Deus, não podemos escapar do nosso Cades-Barnéia. Nosso
fracasso em entrar no seu repouso não pode ficar escondido dele, nem mesmo
nossas descrenças secretas ou nossos desejos ardentes pelas cebolas e alhos do
Egito.
c) Porque Jesus nos ajudará (4.14-16). Estes versículos constituem
uma continuação do discurso de exortação acerca do repouso e uma recapitulação
e resumo dos quatro primeiros capítulos. Vamos primeiro considerar o discurso
acerca do repouso. Tendo chamado a atenção para a penetrante e inescapável luz
da Palavra de Deus, o autor agora redireciona a atenção para a necessidade
desesperadora de um Sumo Sacerdote — Jesus, o Filho de Deus.
O Deus, a
respeito de quem ele tem falado, é o mesmo Deus que rejeitou seus pais antigos
na sua ira santa; Ele não pode ser menosprezado e vai igualmente rejeitá-los.
Portanto, eles deveriam estar alegres pelo seu Sumo Sacerdote, e rapidamente
refugiar-se nele.
A terrível e
incriminadora revelação do seu coração pela Palavra de Deus é motivo de medo,
mas o ministério sumo sacerdotal de Jesus é motivo de esperança. Portanto,
retenhamos firmemente a nossa confissão (14). Vamos nos apegar à nossa fé
pessoal e à confissão pública de Jesus como nosso Salvador. Porque não temos um
sumo sacerdote que não possa compade- cer-se das nossas fraquezas (15).
Literalmente, Jesus pode “sentir as nossas debili- dades” (Mueller).
A palavra
fraquezas (astheneiais) tem uma conotação moral em Hebreus (cf. 5.2) e
significa não apenas fraqueza física ou uma limitação humana, mas uma fraqueza
consciente e instável na tentação. Nosso Senhor também nos entende nesta
fraqueza, porque, como nós, em tudo foi tentado.
Visto que foi
tentado como nós, Ele sabe por experiência o que significa para nós ser
tentado. Ele não foi tentado em todas as particularidades ou em cada situação
possível; e.g., Ele não foi tentado como marido, ou pai, ou dono de uma
propriedade, ou empregador, ou soldado, porque não exerceu nenhuma dessas
funções.
Mas Ele foi
tentado em três áreas básicas da suscetibilidade humana: corpo, alma e
espírito. Jesus conhecia a tentação no campo do apetite do corpo, no campo dos
relacionamentos humanos e no campo dos relacionamentos espirituais. Eu — os
outros — Deus: Ele foi tentado nestes três pontos. O que deveria governá-lo?
Seu desejo por pão? Seu desejo por aceitação? Seu desejo por poder? Ou sua
lealdade a Deus? Estas são perguntas fundamentais da vida que cada pessoa deve
responder. Certamente, nestes aspectos básicos as tentações do Senhor eram
exatamente iguais (kathhomoioteta) às nossas.
Mas sem pecado.
Embora seja perfeitamente verdadeiro que Jesus não enfrentou a tentação com a
desvantagem do pecado original, esta não é a idéia aqui. O que o autor de
Hebreus ressalta neste texto é que Jesus não cedeu uma única vez à tentação.
Ele foi perfeitamente triunfante. Se não fosse tentado como nós, não poderia
compreender os nossos sentimentos em nossas muitas tentações; por outro lado,
se não tivesse sido perfeitamente vitorioso, não poderia ajudar-nos, mas
necessitaria Ele próprio de ajuda.
Parece que
estava claro na mente do autor a tentação peculiar que estes cristãos hebreus
estavam enfrentando. Eles foram tentados a voltar atrás, e desta forma, falhar
em entrar no seu repouso prometido. Jesus também teve sua experiência de
deserto — em certo sentido, seu Cades-Barnéia — e, portanto, sabia o que
estavam passando. Ele entende o deserto do ataque satânico que segue a primeira
emoçãogloriosa da fé. Por isso, eles não devem permitir que a idéia de voltar
atrás ocupe a mente, nem devem ficar envergonhados ou ceder à paralisia do
desespero. Eles precisam chegar com confiança ao trono da graça, para que
possam alcançar misericórdia (perdão pelo fato de vacilar) e achar graça, a fim
de serem ajudados neste tempo oportuno (16).
Estes versículos
também são um resumo de toda a argumentação até aqui nesta epístola. Jesus é um
grande sumo sacerdote, visto que não é um ser angélico nem está numa posição de
igualdade com Moisés. Ele é o Filho de Deus, Aquele que “assentou-se à destra
da Majestade, nas alturas” (1.3), ou, como está expresso aqui: que penetrou nos
céus (14). O trono da graça ao qual somos convidados a vir com confiança em oração
é o trono não só de Deus o Pai, mas de Deus o Filho — não só daquele cuja
palavra é lei, mas daquele que se tornou Mediador e Intercessor.
O Jesus da
história recente e o Javé do AT se fundem em um Deus num único trono. Lá, no
trono, nossos pecados são condenados e perdoados. Lá encontramos justiça e
misericórdia. Lá encontramos acesso renovado para o restante do povo de Deus.
Mas tudo isto é mediado por Jesus. Nossa ousadia só ocorre nele e por meio
dele.
Se Jesus não é o
Filho de Deus, que está à destra do Pai, tendo cumprido plenamente e, desta
forma, substituído a ordem mosaica, nossa ousadia não passa de uma arrogância
insensata. É o Pai, por meio de Jesus, ou é o repouso por meio de Jesus, ou não
é nada. E assim que o autor determina a finalidade da pessoa de Jesus Cristo.
Por:
Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário
Bíblico Beacon Hebreus a Apocalipse
Jesus é
Superior a Josué - O meio de entrar no Repouso de Deus
TEXTO ÁUREO:
“Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9).
VERDADE PRÁTICA:
Nosso Sumo Sacerdote, Jesus, preparou-nos um repouso sublime, no qual
só teremos acesso se ouvirmos a sua voz, não endurecendo o coração.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:HEBREUS 4.1-16
PONTO DE CONTATO:
Você crê, realmente, que Deus fará o que prometeu na sua vida? A
Palavra de Deus é digna de confiança? Deus fez uma promessa ao povo de Israel:
Ele se responsabilizaria pela sua segurança ao entrar em Canaã. Israel
respondeu com incredulidade: o povo duvidara da veracidade divina. No texto em
estudo, o sacro escritor adverte aos crentes hebreus acerca do perigo da
incredulidade e relembra-os que, dentre os que saíram do Egito, somente dois
(Josué e Calebe) entraram no descanso prometido, na terra de Canaã. Mesmo tendo
presenciado milagres portentosos, operados por Deus, o povo duvidou da
capacidade do Altíssimo para expulsar os poderosos habitantes daquela terra. Há
também um descanso para os cristãos no campo espiritual, mas para tomar posse
desse repouso é necessário ter fé, obediência e perseverança em Deus.
INTRODUÇÃO
Em consequência da desobediência do povo de Israel durante sua peregrinação, os
que pecaram, rebelando-se contra o Todo-Poderoso, morreram, e seus corpos
caíram no deserto. De acordo com o juramento de Deus, os desobedientes não
entraram no seu repouso. Que isto jamais venha a acontecer conosco! Nesta
lição, veremos em que consiste o repouso espiritual reservado aos crentes
fiéis.
I. AS BOAS NOVAS FORAM PREGADAS
1. Ouviram mas não obedeceram.
Segundo cálculos razoáveis, os israelitas tirados do Egito pela poderosa mão de
Deus foram cerca de três milhões de pessoas. Somente os homens de guerra
somavam 600.000 (Êx 12.37). Desses, só entraram em Canaã, dois: Josué e Calebe
(Dt 1.36,37). Por causa da desobediência e da incredulidade, o juízo de Deus
prostrou-os no deserto, impedindo-os de chegar à Terra Prometida. Isso mostra
que Deus dá mais valor à qualidade do que à quantidade. No Dilúvio, só oito
escaparam. Na destruição de Sodoma e Gomorra, somente três ficaram vivos.
2. A pregação sem
proveito (v.2). Os israelitas ouviram as “boas novas”. A
razão pela qual muitos não entraram no “repouso”, ou seja, em Canaã, é que “a
palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a
fé naqueles que a ouviram” (v.2). Aí, vemos a importância da fé para a salvação.
A Bíblia
assevera que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Hoje, em todo o
mundo, é grande a provocação ao Senhor. Os ímpios estão em rebelião aberta e
declarada contra Deus. Infelizmente, também há crentes que ouvem a Palavra
nas igrejas, mas preferem continuar desobedecendo aos preceitos do Senhor.
II. O DESCANSO PARA O POVO DE DEUS
1. A ilustração do descanso de Deus.
O escritor, no v.10, relembra o que está escrito em Gn 2.2, quando Deus, no
sétimo dia, descansou de suas obras: “Porque aquele que entrou no seu repouso,
ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas”. Obviamente que aqui
não se trata de descanso físico, pois por ser Espírito, Deus não sofre
desgaste.
2. O descanso dos
israelitas. O sofrimento dos israelitas no Egito após a
morte de José foi cruel. Por mão de Moisés e pelo poder de Deus, o povo foi
libertado milagrosamente. Entretanto, por causa da incredulidade e rebeldia,
grande parte deles não pôde entrar na Terra Prometida. Foram obrigados a passar
40 anos caminhando no deserto (Hb 3.19; 4.6,11; 1 Co 10.1-11). Somente
por misericórdia, Deus lhes destinou a terra de Canaã, onde enfim encontraram o
descanso de seus sofrimentos.
3. O descanso (repouso)
do povo de Deus (v.9). Aqui o descanso
prometido não é físico, mas espiritual, celestial, mirífico, indizível e pleno
para os salvos: “Ainda resta um descanso para o povo de Deus”. Trata-se do
bendito estado da alma e do espírito, em que os crentes, obedientes e santos,
que ouvem a Palavra e a obedecem, terão direito à paz e a tranquilidade perene,
na comunhão com o Senhor. Lembremo-nos de que o descanso espiritual só se obtém
através da nova vida em Cristo (ver Mt 11.28,29). É preciso ouvir e obedecer a
Palavra de Deus. “Procuremos pois entrar naquele repouso, para que ninguém caia
no mesmo
exemplo de desobediência” (v.11).
III. O PODER PENETRANTE DA PALAVRA DE
DEUS
1. Ela é viva. A Palavra de Deus mostra
quem vai entrar no repouso eterno. Ela não se constitui de meras
argumentações humanas ou filosóficas, que atingem o intelecto, mas não penetram
no coração, no mais íntimo do ser humano. A Palavra de Deus é viva, poderosa e
vivificante. Jesus afirmou: “as palavras que eu vos disse são espírito e vida”
(Jo 6.63). Somente Ele tem palavras de vida eterna (Jo 6.68).
2. Ela é eficaz. A palavra de Deus sempre produz efeitos: “Porque, assim como descem a
chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem
produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a
palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o
que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11).
Ninguém ouve a palavra de Deus sem ser alcançado por seus resultados.
Quem ouve e crê “tem a vida eterna” (Jo 5.24). Quem ouve e não crê “já está
condenado” (Jo 3.18).
3. Ela é penetrante. É comparada a uma espada cortante, que “penetra até à divisão da alma
e do espírito e das juntas e medulas”. Sendo “espírito e vida”, a palavra de
Deus atinge a parte sensorial do homem. O espírito, a alma e o corpo são
alcançados pelo poder penetrante da palavra divina. Por quê? Quando o homem
ouve a Palavra e crê, no seu interior ocorrem modificações extraordinárias que
beneficiam inclusive o funcionamento orgânico do seu corpo.
4. Ela discerne
pensamentos e intenções. Muitos filósofos, com
seu intelectualismo frio e racionalista, têm confundido os homens afastando-os
ainda mais do seu Criador. A Bíblia, no entanto, sendo a Palavra de Deus, tem
transformado a vida de inúmeras pessoas, elevando-as à condição de salvas e
remidas pelo sangue de Jesus. No v.13 o escritor adverte que diante do
poder penetrante da palavra de Deus, “não há criatura alguma encoberta diante
dele”, e todas as coisas estão “nuas e patentes aos seus olhos”, ou seja, não
há nada velado diante do Todo-Poderoso.
IV. NOSSO GRANDE SUMO SACERDOTE
(vv.14-16).
1. “Jesus, Filho de Deus”. Ele é
grande, no sentido absoluto. Os “sumo sacerdotes” de outras religiões jamais
chegaram aos céus. Buda pregou que chegaria ao Nirvana (no budismo, estado de
ausência total de sofrimento); Chrisna, mentor do Hinduísmo, também não foi aos
céus; para seus adeptos, deve estar reencarnando por aí. Os seguidores de Maomé
imaginam que ele esteja num “paraíso”, onde há muitas mulheres e tâmaras.
Os sumo sacerdotes do Antigo Testamento só adentravam uma vez por ano, no lugar
Santíssimo, onde era manifestada a glória de Deus. Eles não podiam permanecer
lá. Mas Jesus, nosso Sumo Sacerdote por excelência, “penetrou nos céus”, “está
à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34b).
2. Sacerdote compassivo. Em seu ministério terreno, Jesus sempre se preocupou com as multidões
sofredoras (Mt 9.36; 14.14). Em sua missão sacerdotal, demonstra grande
compaixão por nós: sendo “longânimo e grande em benignidade” (Sl 103.8), Ele
suporta as nossas fraquezas, não querendo que ninguém se perca (2Pe 3.9).
Não perecemos unicamente em razão de sua infinita misericórdia.
3. Em tudo foi tentado. Mesmo com a natureza divina, Jesus “em tudo foi tentado”, diz a
Palavra de Deus. Só conhece o que é tentação quem já passou por ela. As
tentações de Jesus não partiam de seu íntimo, como ocorre com o “homem natural”
(1Co 2.14). Elas foram provações e provocações externas, advindas do
tentador e seus agentes. Além das tentações no deserto, o Mestre certamente
experimentou a opressão do Maligno em outras ocasiões. Para nós é muito
significativo saber que Jesus, como homem, foi tentado em todas
as coisas, “mas sem pecado”.
A Bíblia nos assegura: “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado
por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21). Diante
disso, compreendemos o grande amor de Jesus por nós: Ele sofre conosco,
colocando-se sempre ao nosso lado.
4. Acheguemo-nos ao trono da graça (v.16). Tendo Jesus como nosso Sumo
Sacerdote, podemos pela fé adentrar ao trono da graça, à sua santa presença a
qualquer momento, e sermos “ajudados em tempo oportuno”. Glória a Ele para todo
o sempre.
CONCLUSÃO
Três das grandes mensagens da lição estudada são: a) Deus tem preparado um
verdadeiro descanso espiritual em Cristo para os que a Ele vêm; b) Deus tem um
prometido lugar de descanso celestial para seu povo, em sua presença, na
eternidade. Para chegarmos lá, só precisamos ser fiéis, obedientes e santos e
c) Jesus é o nosso Sumo Sacerdote perfeito, que, como homem, “em tudo foi
tentado, mas sem pecado”. Que o Senhor nos ajude a servi-lo conforme a sua
vontade; e que jamais venhamos a dar lugar à desobediência.
Subsídio Bibliológico
“Pareça que algum de vós fique para trás’ (4.1). Deixar de perseverar na fé e
na obediência a Jesus resulta em deixar de alcançar o prometido repouso eterno
no céu (cf. 11.16; 12.22-24). (1) A expressão “pareça que algum de vós” é
falada à luz dessa possibilidade terrível e do juízo de Deus. (2) A
perseverança na fé exige que
continuemos a nos aproximar de Deus, por meio de Cristo, com sincera resolução
(v.16; 7.25). “‘Entramos no repouso (4.3).
Somente nós, que temos crido na mensagem salvadora de Cristo, entramos
no repouso espiritual de Deus. Isto é, Cristo carrega nossos fardos e nossos
pecados, e nos dá o “repouso” do seu perdão, da sua salvação e do Espírito
Santo (Mt 11.28) Mesmo assim, nesta vida, o nosso repouso é apenas parcial,
porque somos como peregrinos que caminham com dificuldade na penosa estrada
deste mundo. Ao morrermos no Senhor, entramos no seu repouso perfeito no
céu.“‘Resta ... um repouso (4.9). O repouso prometido por Deus não é somente o
terrestre, mas também o celestial (vv. 7,8 cf. 13.14).
Para os crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo 14.1-3; cf.
Hb11.10,16). Entrar nesse repouso final significa cessar do labor, dos
sofrimento e das perseguições, tão comuns em nossa vida nesta terra (cf. Ap
14.13); significa participar do repouso do próprio Deus e experimentar eterna
alegria. Deleite, amor e comunhão com Deus e com os santos redimidos. Será um
descanso sem fim (Ap 21,22). (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, págs.
1902,1905)