11 de maio de 2020

CRISTO É A NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS


CRISTO É A NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS

Texto Áureo

 14. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio,
Efésios 2.14

As palavras “ele é a nossa paz” formam um paralelo com Colossenses 1.20(e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.), aprendemos que a paz vem através da “obra redentora de Cristo”, através de sua obra redentora Cristo reconciliou todas as coisas consigo mesmo, tanto nos céus como sobre a terra.

As palavras de ambos os povos fez um significa que “harmonia e união” foram conferidas a judeus e gentios que ficaram assim unidos dentro da “igreja cristã”, ficando assim eliminadas as muitas barreiras e preconceitos inerentes ao sistema judaico.

1-     Cristo Desfez a Inimizade Entre os Homens
2-      
1.                 A parede de separação entre os homens.

A “parede da separaçãoé uma referência ao templo físico de Jerusalém que em suas próprias estruturas servia de demonstração da “desunião espiritual” entre judeus e gentios (não judeus).
Pode ser, mais precisamente, uma alusão à divisória que havia na área do templo de Jerusalém e demarcava o limite da distância permitida aos gentios. Paulo usa esse muro como ilustração da separação religiosa que existia entre judeus e gentios.

2.                 A derrubada da parede da separação.

Paulo declara que através da obra redentora de Cristo foi derrubada esta “parede de separação”. O templo de Jerusalém era cercado por uma grande muralha, mas havia um muro mais interior, que separava o pátio dos gentios do recinto mais íntimo (ou santuário). Os judeus podiam entrar no santuário, mas os gentios não.

Além disso, na parte mais interior do santuário, ou santo dos santos, somente o sumo sacerdote podia penetrar, e isso apenas uma vez por ano. Nota-se que vários níveis de exclusivismo estavam incorporados dentro da própria estrutura física do templo de Jerusalém. Mas Paulo parece fazer (especificamente) uma alusão ao muro que separava o átrio (ou pátio) dos gentios do santuário do templo.
  

Vejamos a imagem abaixo com o objetivo de facilitar a nossa compreensão:






A imagem acima é meramente ilustrativa, com o objetivo de facilitar a nossa compreensão, note que havia, depois do primeiro muro, o pátio (ou átrio) que os gentios podiam pisar, e depois havia um outro muro, onde os gentios não podiam pisar. 

Segundo Flávio Josefo havia inscrições bilíngues (em grego e latim) colocadas em intervalos regulares no muro interior avisando aos gentios (não judeus) que eles não podiam entrar para dentro do muro menor (isto é, o muro do santuário do templo).

Jesus através de sua obra redentora, derrubou os muros físicos e espirituais que separavam os judeus e os gentios diante de Deus.

3. O conceito da lei dos mandamentos.

A compreensão desse conceito repousa na visão tripartida da lei mosaica:a moral, a cerimonial e a civil, que na verdade são três esferas da mesma lei.

O fato de os judeus guardarem a lei mosaica e tudo o que a engloba, fazia com que os gentios (não judeus) fossem vistos pelos judeus com “olhos de desprezo”. 

Observemos as três partes da Lei Mosaica. 

A Lei moral, cerimonial e civil, são três partes de uma mesma lei, a Lei Mosaica.

(1) As leis civil ou judicial e cerimonial dizem respeito ao israelita como cidadão. Tais leis não devem ser consideradas como extensões ou aplicações dos Dez Mandamentos; “essas leis específicas foram outorgadas principalmente à nação de Israel da Antiguidade, e a sua aplicação à vida cristã atual deve ser governada pelos princípios básicos estabelecidos no Novo Testamento”.

(2) Lei Moral (Êxodo 20.1-17) - exceto o rito da guarda do sábado (Colossenses 1.16,17), permanece em vigor como padrão de conduta, mas não como meio de salvação, pois a salvação não vem pelas obras (Efésios 2.8,9). 

Ninguém pode ser salvo apenas obedecendo aos Dez Mandamentos (Atos 13.39; Romanos 3.20, Gálatas 2.16), entretanto, esses mandamentos ainda estão válidos por que levam o cristão a descobrir a natureza e o poder do pecado. Essa verdade é ensinada por Paulo (Romanos 3.20; 5.20; 7.7; Gálatas 3.19). 

A abordagem da lei moral ainda válida para o cristão de nossos dias é magnificamente descrita no salmo 119.97.

4. A revogação da lei dos mandamentos.

Por meio de sua morte, Cristo aboliu a inimizade (isto é a desunião entre judeus e não judeus), a lei dos mandamentos, as festas e os sacrifícios cerimoniais do Antigo Testamento, que separavam, especificamente, os judeus dos gentios (Colossenses 2.11,16,17).
Veja:
15na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,
Efésios 2.15

A lei moral de Deus (conforme resumida nos Dez Mandamentos é escrita no coração de todos os homens, Romanos 2.15) não foi abolida, mas incluída na nova aliança, porque ela reflete a sua própria natureza santa (Mateus 5.17-19).

2       – Pela Paz Cristo fez um Novo Homem


1. O conceito Bíblico de paz.

O conceito Bíblico de paz não é o mesmo conceito humano de Paz.
O conceito humano de paz é não ter inimizades, ter dinheiro guardado, não ter dores de cabeça nem no sentido físico e nem no sentido metafórico, ter descanso. Em resumo, este é o conceito humano de paz.

Mas é perfeitamente possível ter a “paz no conceito humano de ver as coisas” e não ter a paz no “conceito Bíblico”.

Paz, no conceito bíblico é: Estar na direção de Deus, andar como Deus requer que andemos, isto faz com que desfrutemos do verdadeiro descanso.

Paz no conceito Bíblico é o ser humano saber que está agradando a Deus, só assim o ser humano desfruta do verdadeiro descanso.

2. Cristo é o motivo da nossa paz.

Cristo é o motivo de nossa paz. É impossível uma vida sem Cristo estar em paz consigo mesma e com os homens. Cristo sempre cuidou para que a paz estivesse no meio dos seus.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
João 14.27

O próprio Cristo nos ensinou que a sua paz (o verdadeiro descanso) não é igual a paz secular, isto é, a paz de Cristo é diferente da paz do mundo (sem Cristo), porque não há verdadeira paz longe de Cristo. Inúmeras pessoas têm fama, riqueza, reconhecimento humano, mas no fundo há um vazio em suas almas, pois a verdadeira paz só existe em Cristo. Ele é o príncipe da paz (Isaías 9.6).

3. A nova humanidade formada pela paz.

É interessante notar que desde os primórdios da humanidade (desde a queda do homem) houveram várias tentativas humanas de alcançar Deus (ou deuses) e várias tentativas de promover a paz entre os homens, mas, todas estas tentativas falharam. E toda e qualquer tentativa humana de promover a paz continuará falhando, apenas Cristo através de sua obra redentora promove a paz entre todos aqueles que o recebem como Senhor e salvador. Não há divisão no reino de Deus, não pode haver divisão no meio da “igreja” de Cristo.

Cristo uniu os povos que outrora se hostilizavam, para criar “em si mesmo,dos dois povos, um novo homem, fazendo a paz”(Efésios 2.15c). Essa unidade não foi o resultado de algum acordo firmado entre os homens.Ela foi realizada “em si mesmo”, ou seja, o único modo possível era “em Cristo” e “por meio de Cristo”. A partir desse ato surge uma nova humanidade: a Igreja, “onde não há circuncisão e nem incircuncisão”(Colossenses 3.11).

Cristo através de sua obra redentora, trouxe a paz entre judeus e gentios (ou seja, os não judeus), a desunião entre judeus e gentios era tão séria que se um rapaz judeu se casasse com uma moça gentia ou uma moça judia se casasse com um rapaz não judeu, era realizado o “enterro simbólico” da moça ou do rapaz judeu.

A barreira social entre judeus e gentios, por assim dizer, era tão grande que, nota-se a dificuldade que os judeus tiveram em ouvir Jesus falar sobre a parábola do bom samaritano (Lucas 10.25-37), o samaritano da parábola era considerado um gentio, na interpretação dos judeus.

Mas Cristo, por meio de sua obra redentora, trouxe a paz, derrubando as várias barreiras sociais e espirituais, formando um só povo para Deus.

26. Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus;
27. porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.
28. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29. E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa.
Gálatas 3.26-29

3-     Pela Cruz, Reconciliados com Deus Num Corpo

1. Cristo se fez maldição por nós.

Ser condenado à morte de cruz era um sinal de maldição e de profunda humilhação (Hebreus 12.2). Foi a partir da época das guerras púnicas (guerra entre Roma e Cartago em cerca de 240 a 140 a.C.) que os romanos passaram a empregar a crucificação como punição aos rebeldes, aos escravos e aos criminosos da parte mais baixa. A crucificação era a morte por tortura, o objetivo da crucificação não era apenas matar, mas matar torturando, com extrema crueldade, o açoite fazia parte da crucificação. Os cidadãos romanos não eram em hipótese alguma, condenados a crucificação, mesmo se cometessem atos dignos de crucificação, mas qualquer homem não romano, seria crucificado se seus atos fossem considerados dignos de crucificação. Apesar de tanto sofrimento, Cristo suportou a afronta, levou a nossa culpa, entregou seu corpo para a crucificação e se fez maldição em nosso lugar (Gálatas 3.13).

2. Reconciliados pela cruz de Cristo.

Foi o sacrifício vicário de Cristo na cruze sua consequente vitória sobre a morte que possibilitaram nossa reconciliação com Deus e com os homens (Colossenses 1.20).
Cristo, através de sua obra redentora, fez pela humanidade aquilo que a humanidade não poderia fazer por si mesma. 

Nós podemos estender as mãos para Deus e nos reconciliarmos com Ele, ter paz com Ele, porque Ele, através da obra redentora de Cristo, nos estendeu a mão primeiro. Nós, reconciliados com Deus pela “cruz de Cristo”, recebemos de Deus Graça e Misericórdia constantemente.

Podemos dizer que, Graça é quando Deus nos dá coisas boas que não merecemos, e Misericórdia é quando Deus nos poupa de coisas ruins que nós merecemos. Realmente nunca conseguiremos retribuir o que Deus e o seu Cristo fizeram e fazem por nós constantemente.

3. Reconciliados na cruz em um corpo.

O apóstolo Paulo reforça que o propósito de Cristo foi o de “reconciliar ambos (judeus e gentios) com Deus em um corpo” (Efésios 2.16b).

Cristo derrubou com seu corpo glorificado a barreira que antes separava os judeus dos gentios. De membros dispersos fez “um corpo”, de estrangeiros e nativos fez uma cidade e família, de pedras heterogêneas (desiguais) fez um “edifício”. Realizou a grande pacificação: dos homens com Deus, abrindo-lhes “acesso ao Pai”,dos homens entre si, “criando uma nova humanidade (Salmo 133).

Cristo através de sua obra, destrói a barreira interior, que era a hostilidade, por assim dizer, e a barreira exterior, que era a lei, por assim dizer. 

Conclusão:

Em obediência ao plano divino, Cristo cumpriu as demandas da lei na cruz. Em seu sacrifício derrubou as barreiras e aboliu as ordenanças cerimoniais que serviam de divisão. Por meio da paz conquistada no madeiro desfez a inimizade, criou uma nova humanidade e a reconciliou com Deus. A partir dela, formou um novo povo:a Igreja, o Corpo de Cristo.

Por – Prof. Jose Junior

Referências

Enciclopédia Bíblica R. N. Champlin,
Livro de Apoio 2º Trimestre de 2020 – Adultos,
A mensagem de Efésios- John Stott,
Comentário Bíblico Efésios- Elienai Cabral,
Bíblia do Peregrino NT,
E-book Subsídios EBD- A Igreja Eleita,
Apontamentos teológicos professor José Junior

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