6 de setembro de 2023

Cultivando a Convicção Cristã

 

Cultivando a Convicção Cristã

TEXTO ÁUREO

“Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência.” (1 Ts 2.3)

Esmiuçando o versículo-chave:

...engano, ...imundícia, ...fraudulência: Paulo usou essas três palavras distintas a fim de afirmar a veracidade do seu ministério, cada uma expressando um contraste com o que era característico dos falsos mestres. Primeiro, ele afirmou que a "sua mensagem" era verdadeira e não falsa. Seu "modo de vida" era puro, não pervertido sexualmente. Seu "método de ministério" era autêntico, não enganoso (2Co 4.2).

LEITURA BÍBLICA  = 1 Tessalonicenses 2.1-12

INTRODUÇÃO

Escrevendo em 2Co 4.1, Paulo afirma que cumpre o seu ministério com fidelidade, levando o evangelho da nova aliança de Jesus Cristo, e diz que não desfalecemos, usando um forte termo grego que se refere a uma pessoa entregar-se a uma rendição covarde. Não foi essa a maneira como Paulo respondeu aos contínuos ataques enfrentados por ele. A tarefa de ministrar a nova aliança era nobre demais para que ele pudesse desanimar (Gl 6.9; Ef 3.13). Urna vez que Deus o tinha chamado para proclamá-la, Paulo não podia abandonar o seu chamado. Ao contrário, ele confiou em Deus para fortalecê-lo (At 20.24; 1Co 9.16-17; Cl 1.23,25).

O Evangelho nos dá forças para enfrentar o sofrimento, é que é afirmado no texto <<não desfalecemos>>. A palavra grega egkakoumen significa perder a coragem, desfalecer, desanimar. Denota o covarde, o de coração mole. Esse verbo não tem que ver com fadiga física, mas com cansaço espiritual. O evangelho é a melhor notícia que já ecoou no mundo, mas também é a que enfrenta a maior resistência e oposição do diabo, do mundo e da carne. Paulo enfrentou toda sorte de sofrimento: perseguição, rejeição, oposição, abandono, apedrejamento, açoites, prisão, acusação, naufrágio e a própria morte. Mas esses sofrimentos todos, além da preocupação que tinha com todas as igrejas, não puderam demovê-lo nem desencorajá-lo, porque o chamado divino é sempre acompanhado da capacitação divina. Além disso, o Evangelho nos capacita a ser íntegros na pregação “Pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2Co 4.2).

I – CONVICÇÃO ESPIRITUAL

1. Poder do Espírito. Paulo e sua equipe missionária entrou na Macedônia por orientação do Espírito Santo, porém, a escolha de Tessalônica, como capital da província da Macedônia, para plantar uma igreja foi estratégia do apóstolo. Na verdade, é Deus quem escolhe os obreiros e dirige a obra. É Deus quem abre portas para a pregação e os corações para a mensagem. Em apenas três semanas em Tessalônica, o apóstolo plantou uma igreja que floresceu e espalhou sua influência para outras províncias, apesar de amarga perseguição que enfrentou.

Esse sucesso ministerial não foi resposta ao esforço humano, senão o poder do Espírito Santo. A palavra utilizada por Paulo para “poder”, dynamis, é usada geralmente para denotar a energia divina. Pregar em poder, portanto, significa pregar na força e energia do próprio Deus. O evangelho não consiste de meras palavras. Palavras humanas seriam inúteis se a mensagem não fosse dada em poder. O evangelho é o poder de Deus que trabalha no coração do homem. Havia dinamite (dynamis) espiritual na mensagem, explosivo suficiente para demolir os ídolos (1Ts 1.9). Paulo estava convencido de que nenhum método era por si suficiente para alcançar os corações. Ele dependia totalmente do poder do Espírito Santo em sua pregação. Paulo não colocava o uso da razão como algo contrário à ação do Espírito. Ele usava os melhores métodos e se esmerava na preparação da mensagem, mas confiava totalmente no poder do Espírito para aplicar a mensagem. Se não houver poder do Espírito Santo certamente não haverá pregação com efeito. A verdadeira pregação, afinal de contas, consiste na atuação de Deus.

2. Confiança em Deus. Paulo acabara de enfrentar uma prisão ilegal em Filipos. Ele fora preso e torturado, mas em vez dessa situação o desencorajar, deu-lhe ainda mais disposição para viajar para Tessalônica e prosseguir no ministério de pregação do evangelho. Um verdadeiro ministro do evangelho busca conversões em vez de conforto e conveniência. Em vez de ganhar a vida pelo evangelho, ele estava pronto a dar a vida pelo evangelho. Paulo e Silas tinham sido espancados e ultrajados em Filipos e mesmo assim foram a Tessalônica e pregaram o evangelho. Muitos poderiam tirar férias ou dar um tempo no ministério depois de tão violenta perseguição, mas Paulo se dispôs a pregar a Palavra de Deus ousadamente em Tessalônica como os outros apóstolos de Jerusalém (At 4.13,29,31). O ministério de pregação em Tessalônica foi também em meio a uma luta agônica.

O ministério de Paulo entre os tessalonicenses foi tão frutífero que as pessoas não só foram salvas e uma igreja vibrante e renovada foi estabelecida, como também a igreja cresceu e frutificou mesmo depois da partida de Paulo. Eles sofreram fisicamente quando foram açoitados (At 16.22-23) e encarcerados (At 16.24). Eles foram, de modo arrogante, maltratados sob falsas acusações (At 16.20-21) e castigados de maneira ilegal embora fossem cidadãos romanos (At 16.37). A confiança em Jesus é um dom concedido por Deus a todos que, com corações submissos, aceitam o amor, fé e esperança dadas de graça (Ef 2.8). Assim, a fé não se trata de uma emoção ou experiência momentânea, mas é a confiança real e prática no Senhor Deus para toda a vida. É desenvolvida através de um relacionamento pessoal com Deus, baseado no amor, fidelidade e apreço à Bíblia Sagrada. Os que confiam em Deus não são meros cristãos nominais ou simpatizantes do cristianismo, mas pessoas que tiveram as suas vidas transformadas por Ele. Quem confia faz-se amigo de Deus. A amizade com Deus só é possível através da mediação de Jesus Cristo e da atuação do Espírito Santo no coração do crente (1Tm 2.5). O exemplo de Paulo nos encoraja a um relacionamento mais íntimo com o Senhor, só assim alcançaremos sucesso nos embates da vida!

3. Fidelidade na pregação. Paulo pregava o puro evangelho, a primeira coisa que Paulo faz é reafirmar a veracidade de sua mensagem, quando diz: “Pois a nossa exortação não procede de engano” (2.3a). A mensagem de Paulo não era criada por ele, mas recebida de Deus. Seis vezes nesta carta, ele menciona esse auspicioso fato de que havia recebido o evangelho de Deus e não de homens.

Paulo não enganava as pessoas. Ele não empregava métodos desonestos a fim de que as pessoas acreditassem na sua mensagem, ele não pegava as pessoas em armadilhas prometendo a salvação, como um vendedor astuto faz para as pessoas comprarem seus produtos. A salvação não se dá por uma argumentação engenhosa nem por uma apresentação refinada. Antes, é resultado da Palavra de Deus e do poder do Espírito Santo (1 Ts 1.5). Nos dias de Paulo a religião estava se transformando num meio de se conseguir dinheiro (1Ts 2.5), mas Paulo dá seu testemunho de integridade na área financeira (1Ts 2.9; 2Ts 3.8-10). Ele era um obreiro muito atento quanto à transparência na questão do dinheiro (1Co 9.1-18), e chegou a abrir mão do seu legítimo direito de sustento para não comprometer o progresso do evangelho. Uma igreja sadia necessita ter entre suas características uma compreensão bíblica da pregação do evangelho.

O cenário religioso atual não está muito diferente daquele dos dias de Paulo; há muita confusão teológica, muitos falsos mestres ensinando suas heresias e factoides, outros estão mercadejando  a Palavra, como aqueles falsos mestres em Corinto e aos muitos outros mestres e filósofos desses dias, que atuavam mediante a sabedoria humana (1Co 1.19-20). Não é à toa que o termo mercadejando, oriunda do verbo grego que significa "corromper", essa palavra passou a se referir aos vendedores ambulantes corruptos, ou aos homens trapaceiros que por sua inteligência e capacidade de enganar conseguem vender como genuíno um produto inferior que é apenas uma imitação barata. Os falsos mestres na igreja estavam chegando com uma retórica inteligente e enganosa para oferecer uma mensagem degradada e adulterada que misturava o paganismo o com a tradição judaica. Eles eram homens desonestos que buscavam lucro pessoal e prestígio à custa da verdade do evangelho e da alma das pessoas.

II – CONVICÇÃO MORAL

1. Retidão nas ações. Somente aqueles que temem a Deus podem manter a consciência limpa diante dos homens. Paulo andava de forma íntegra com Deus e com os homens. Ele temia a Deus, por isso, nada tinha a esconder dos homens. Seus motivos e suas ações estavam abertos diante de Deus. Não existia nenhum engano embutido em suas tentativas de persuadir os homens. O temor do Senhor, no sentido de temor demonstrado pelo pensamento de comparecer perante o tribunal de Cristo e ter toda a vida exposta e avaliada, é a força por trás dessa atitude. Cristo morreu para que vivêssemos a realidade da nova criação. Estar em Cristo é participar antecipadamente da nova criação de Deus; é ter um gosto antecipado da restauração de todas as coisas. É pertencer a uma nova ordem. Isso é santificação!

Em 2Ts 2.5, Paulo usou três ressalvas para afirmar a pureza de seus motivos para o ministério:

1) elo negou ser um pregador bajulador que tentava passar impressões favoráveis a fim de obter influência para benefício, próprio;

2) ele não fingia ser pobre e trabalhar dia e noite (v. 9) como um pretexto para ficar rico durante o ministério à custa deles; e

3) ele não usou sua posição de honra como apóstolo para buscar glória pessoal, somente a glória de Deus (1Co 10.31).

Logo, a conduta de retidão é uma virtude do crente regenerado (Cl 3.23; 1 Jo 3.18). Porque Cristo morreu por nós, agora devemos viver para ele. Isso é serviço. O Salvador não morreu por nós para vivermos uma vida egoísta e centrada em nós mesmos, mas morreu para vivermos para ele. Obviamente, não servimos a Cristo para sermos salvos, mas porque já fomos salvos. As nossas boas obras não são a causa da nossa salvação, mas sua consequência.

2. Reputação ilibada. Paulo pregava para agradar a Deus e não a homens. Ele não pregava o que o povo queria ouvir, mas o que o povo precisava ouvir. Ele não pregava para entreter os bodes, mas para alimentar as ovelhas. A pregação da verdade não é popular, mas é vital para a salvação. O bajulador é aquele que fala uma coisa e sente outra. A palavra usada por Paulo para “bajulação” é kolakeia, que descreve sempre a adulação que pretende ganhar algo, a lisonja por motivos de lucros. Essa palavra grega contém a ideia de enganar com fins egoístas. Não é apenas uma palavra fiada para dar prazer a outras pessoas, mas a fim de ter lucro. É o engano mediante a eloquência, para ganhar os corações das pessoas a fim de explorá-las. Paulo não pregava para arrancar o dinheiro das pessoas, mas para arrancar-lhes do peito o coração de pedra, a fim de receberem um coração de carne. Paulo não buscava lucro, mas salvação. Sua recompensa não era dinheiro, mas vidas salvas. Os motivos de Paulo em fazer a obra de Deus eram puros. Ele não fazia do ministério uma plataforma para se enriquecer. Ele não estava atrás do dinheiro das pessoas, mas ansiava pela salvação delas. O mundo perdido admira o berço de ouro, o status social, o sucesso financeiro, o poder político, o reconhecimento social. Mas nenhuma dessas coisas pode nos recomendar Deus ou nos garantir a vida eterna. O que é que as pessoas do mundo dão valor? Elas dão valor ao berço ilustre, ao nome da família, ao lugar onde a pessoa mora, a faculdade que ela cursou, a posição que a pessoa ocupa na sociedade. São essas coisas que o mundo ama e valoriza! E Paulo diz que Deus não dá valor a nada disso. Pois Deus escolhe as coisas que não são, para envergonhar as que são. Deus não permite que ninguém se vanglorie na Sua presença.

3. Vida irrepreensível. A graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra de Deus (Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura. Quando Paulo escreve em 1Ts 2.10 Vós... sois testemunhas, está relembrando que a lei do Antigo Testamento exigia duas ou mais testemunhas para autenticarem a verdade (Nm 35.30; Dt 17.6; 19.15; 2Co 13.1). Aqui, Paulo invocou tanto os tessalonicenses quanto Deus corno testemunhas para que testificassem de sua conduta no ministério (2Co 1.12). É lamentável que haja hoje tantas igrejas que parecem mais uma empresa financeira do que uma agência do Reino de Deus; que haja tantos pastores com motivações duvidosas no ministério; que haja tantas pessoas enganadas, abastecendo a ganância insaciável de líderes avarentos e inescrupulosos. É triste ver que as indulgências da Idade Média estejam ressurgindo com roupagens novas dentro de algumas igrejas chamadas evangélicas. A salvação está sendo vendida e comercializada. A religião está sendo usada como um instrumento de exploração dos incautos e para o enriquecimento dos inescrupulosos.

III – CONVICÇÃO SOCIAL

 1. Bem-estar comum. A fé é uma doutrina chave no cristianismo. O pecador é salvo pela fé (Ef 2.8,9), o justo vive pela fé (Rm 1.17). Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Tudo o que é feito sem fé é pecado (Rm 14.23). Uma fé que não produz frutos dignos de arrependimento é uma fé ineficiente, inoperante e não produz nenhum resultado. Ela tem sentimento, mas não ação. Como crentes, devemos ajudar a todos e, principalmente, aos que professam a mesma fé (Gl 6.10). Seremos julgados por esse critério (Mt 25.40). Deixar de ajudar o necessitado é fechar o coração ao amor de Deus (1Jo 3.17,18). O sacerdote e o levita podiam pregar sobre sua fé, mas não demonstraram a sua fé (Lc 10.31,32). Como uma mãe, Paulo cuidou dos seus filhos espirituais com sacrifício cabal (1Ts 2.8). Paulo estava pronto a dar a própria vida pelos crentes de Tessalônica. O pastor verdadeiro, aquele que imita o supremo pastor, dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10.11). Ele não vive para explorá-las, mas para servi-las. Seu ministério é de doação e não de exploração. Seu sacrifício é cabal, igual a uma mãe que está pronta a dar sua própria vida para proteger o filho. Seu amor é sacrificial. Foi esse fato que permitiu ao rei Salomão descobrir qual mulher era a mãe verdadeira da criança sobrevivente (1Rs 3.16-28). A mãe que amamenta oferece parte da própria vida ao filho. A mãe que amamenta não pode entregar seu filho aos cuidados de outra pessoa. O bebê deve ficar em seus braços, próximo a seu coração. A mãe que amamenta ingere os alimentos e os transforma em leite para o filho. O cristão maduro alimenta-se da Palavra de Deus e compartilha esse alimento com os cristãos mais novos, para que possam crescer (1Pe 2.1-3). O cristão que está nutrindo outros deve ter cuidado para que ele próprio não se alimente de coisas erradas. Paulo se sacrificou para oferecer aos crentes o evangelho de Deus. Ele não pregou em Tessalônica vãs filosofias, mas expôs as Escrituras. Ele pregou não estribado em sabedoria humana, mas no poder do Espírito Santo. Sua pregação não era uma lisonja para fazer cócegas nos ouvidos nem um instrumento para massagear o ego dos líderes da sinagoga. Ele pregou o evangelho de Deus. Ele ofereceu ao povo o pão nutritivo da verdade. Os púlpitos estão pobres da Palavra. A igreja está faminta da Palavra. A igreja precisa desesperadamente voltar-se para a pregação fiel da Palavra. Se os pastores não derem pão ao seu rebanho, as ovelhas ficarão fracas e vulneráveis às falsas doutrinas que invadem o aprisco da fé.

Tiago 4.17 nos exorta a não negligenciarmos fazer o bem, sob pena de se estar pecando. A implicação é que eles também faziam o que não deveriam fazer. Os pecados de omissão levam diretamente aos pecados de comissão. Conhecimento implica em responsabilidade. As pessoas conhecem a vontade de Deus, mas deliberadamente a desobedecem. Nosso pecado torna-se mais grave, mais hipócrita e mais danoso do que o pecado de um incrédulo ou ateu. Mais grave porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais hipócrita porque declaramos que cremos, mas desobedecemos. Mais danoso porque os nossos pecados são mestres do pecado dos outros. O apóstolo Pedro diz: “Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2Pe 2.21).

2. Dedicação altruísta. Um verdadeiro pai não é apenas o que gera filhos, mas também o que cuida deles. Apesar de a igreja de Filipos enviar dinheiro para ajudá-lo em Tessalônica duas vezes (Fp 4.15,16), embora, fosse seu direito exigir sustento da igreja (2.7), Paulo decidiu trabalhar para se sustentar (2Ts 3.6- 12). O pai trabalha para sustentar a família. Ninguém podia acusá-lo responsavelmente de ganância financeira (At 20.31; 2Co 12.14). Mesmo tendo o direito legítimo de exigir seu sustento, não dependia dele para fazer a obra de Deus. Paulo não estava no ministério por causa do salário. Sua motivação nunca foi o dinheiro, mas a glória de Deus, a salvação dos perdidos e a edificação da igreja. O propósito de Paulo ao ensinar os seus filhos na fé era que eles vivessem de modo digno de Deus. O termo “digno” utilizado por Paulo traz a ideia de uma balança, onde nossa vida deve equilibrar-se com a vida de Cristo. O alvo de Paulo era levar os crentes à maturidade espiritual. Os tessalonicenses deveriam atingir a plenitude da estatura de Cristo.

Durante o ministério do apóstolo Paulo, muitas igrejas que ele havia plantado se tornaram presas de falsos apóstolos (2Co 11.13 e Fp 3.2 e 18-19), outras se inclinaram ao legalismo (Gálatas) ou à licenciosidade (1Co 5) e umas poucas revelaram divisões pessoais a ponto de comprometer toda a igreja local (1Co 1-3 e Fp 4.2-3). Paulo amou aquelas igrejas, intercedeu por elas e tomou tempo para ministrar a elas por meio de cartas e exortações ao arrependimento. A condição espiritual dos membros daquelas igrejas causava preocupação (ansiedade) no apóstolo a ponto de ele dizer: “quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame?” (2Co 11.29). A condição espiritual do crente é sempre objeto do cuidado de um pastor amoroso”

CONCLUSÃO

Paulo foi submetido a uma série de provações durante o seu ministério (1 Ts 2.2). Não obstante, ele nos deixou exemplo de intensa convicção de nossa eleição em Cristo (1 Co 11.1). Destacam-se sua convicção espiritual resultante do poder do Espírito (1 Ts 2.4); sua convicção moral como reflexo do temor a Deus (1 Ts 2.5); e sua convicção social demonstrada pela abnegação em servir (1 Ts 2.9). Ratifica-se que, em nossos dias, carecemos dessa firme convicção em defesa dos interesses do Reino de Deus na Terra.

Paulo foi um grande missionário e impactou a vida de muitos. Foram muitas as pessoas que tiveram contato com o Apóstolo. Algumas se encontraram com Jesus pela sua pregação, outras se tornaram líderes, outras o acompanharam até o final de sua vida. Paulo é um exemplo para nós de como ser um bom amigo e construir relacionamentos sólidos com os irmãos em Cristo. Paulo destaca-se como um homem que foi completamente transformado por Deus e obediente ao seu chamado. Ele amava o Senhor acima de todas as coisas e se dispôs completamente ao serviço em amor à causa do Evangelho. Por isso, o apóstolo Paulo é um modelo de fé, serviço e resiliência para todos os cristãos atualmente. Sua mensagem traz esperança a todos que a ouvem.

Em Romanos 16 aparece uma longa lista de nomes, o que isso significa? De acordo com Richards, “A resposta pode ser simplesmente que, nesses nomes, sentimos mais claramente o que significa praticar a justiça pela fé na comunidade cristã. Paulo não versa sobre teoria, mas partilha de algo que ele mesmo praticou. A prova disso é que ele conhece muito bem e ama esse grupo tão diferente de pessoas. Há mulheres e homens. Ambos os grupos são vistos como cooperadores em Cristo. Há nomes gregos e judeus. Há gente simples e autoridades municipais, um provavelmente pobre e alguém, sem dúvida, muito rico. Todos esses, juntos, estão unidos com Paulo em seu coração e mente. Todos são irmãos e irmãs, unidos ao Apóstolo pelos laços do amor inspirados por Deus.

 “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1Co 9.22).

Boa aula