ARREPENDIMENTO A
BASE PARA O CONCERTO
TEXTO
ÁUREO
- “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a
minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus,
e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14).
VERDADE
PRÁTICA
- Quando o povo de Deus, arrepende-se de
seus pecados, além de receber o perdão divino, começa a viver uma fase de
copiosas bênçãos.
LEITUA
BIBLICA –
Neemias 9: 1-3, 16, 33-36
INTRODUÇÃO
QUANDO
A CONGREGAÇÃO SE ARREPENDE
Quando o povo de Deus se arrepende dos seus
pecados, há perdão para si e bênçãos sobre sua terra. Quando em uma nação a
maioria permanece obedecendo a Deus, e uma pequena parte transgride seus
mandamentos, o povo não sofre tanto as repreensões do Senhor. A partir do
momento em que um povo, uma igreja, a começar da liderança, vive em pecado, a
situação torna-se insustentável. A ira de Deus se manifesta permitindo
consequências trágicas. O povo de Israel fora escolhido por Deus para
representá-lo na terra.
Em toda a sua história, desde Abraão, foi um
povo que experimentou quão grande é Jeová! A necessidade o levou ao Egito, lá o
povo foi escravizado, mas Deus levantou sua potente mão e o libertou através de
Moisés. Na jornada em direção a Canaã, presenciaram coisas terríveis,
maravilhas e milagres realizados por Deus como povo algum jamais assistiu.
Foram plantados na Terra Prometida pela mão de Deus, contudo, transgrediram,
pecaram e deram as costas ao Senhor.
Apesar de advertidos, obstinadamente e de forma
deliberada fizeram pouco caso da misericórdia de Deus. Como conseqüência, veio
o cativeiro. Na Babilônia ficaram setenta anos. Contudo, Deus cumpriu suas
promessas e os fez voltar à sua terra. De 3 milhões de pessoas que eram ao sair
do Egito, menos de cinquenta mil retomaram a Jerusalém com Zorobabel, Esdras e
Neemias.
Porém, após a restauração dos muros, veio o
grande avivamento quando o povo ouviu a Palavra de Deus. E tomaram consciência
de que o pecado não era só de alguns, mas de todo o povo, a começar da
liderança. O avivamento não provocou apenas movimento, cânticos e celebrações
festivas, mas, principalmente, arrependimento e confissão de pecados. Decerto,
é esse avivamento que está faltando aos evangélicos no Brasil e em todo o
mundo. Existe crescimento numérico, sem dúvida, entretanto não há crescimento
qualitativo.
Para que haja crescimento qualitativo o povo,
que se chama pelo nome de Deus, precisa “se humilhar, e orar... e se converter
dos seus maus caminhos” (2 Cr 7.14).
As Consequências do
Avivamento Genuíno
Arrependimento
e confissão de pecados. “E, no dia vinte e quatro deste mês, se ajuntaram os filhos de
Israel com jejum e com pano de saco e traziam terra sobre si” (Ne 9.1). Este
grande evento ocorreu no mês de tisri (setembro). Como vimos, no comentário
anterior, quando a palavra de Deus foi valorizada, o povo de Israel adorou,
cantou, alegrou-se e derramou lágrimas de júbilo e de arrependimento naquela
memorável semana em que os líderes lhes expuseram a lei de Deus, incluindo os
terríveis juízos por causa do pecado. Se o avivamento tivesse sido apenas “fogo
de palha”, teria ficado por ali. Mas os frutos continuaram e foram duradouros.
O primeiro grande fruto foi o arrependimento e a confissão.
Sinais
do arrependimento. Eles
não apenas choraram e se lamentaram expressando remorso. Entretanto,
demonstraram com atitudes e gestos concretos que estavam arrependidos.
Profunda
tristeza (Ne 9.1).
Primeiro, puseram “pano de saco e traziam terra sobre si”. Era um costume
cultural daquele povo. Era sinal de tristeza (Gn 37.34), humilhação (1 Rs 2
1.27), desespero (2 Rs 19.1), angústia (Et 4.3). Na época de Neemias, era sinal
evidente de grande arrependimento. O gesto de terra sobre a cabeça completava a
expressão de tristeza e arrependimento (Jó 7.9; 1 Sm 4.12; Lm 2.10). Existem
pessoas nas igrejas locais que pedem perdão sem qualquer sinal visível de
tristeza pelos pecados cometidos, e freqüentemente voltam a pecar.
Apartaram-se
dos estranhos (Ne 9.2 a). Os estranhos eram as pessoas dè outros povos com que o povo de
Israel se misturara desde a saída do Egito. Pouco a pouco, ao longo dos anos, a
linhagem santa misturava-se com os povos de Canaã, dando lugar aos casamentos
mistos. E essa mistura levou o povo aos cultos daqueles povos a seus deuses
estranhos. Esdras, o sacerdote, teve que enfrentar esse problema e determinar a
despedida das mulheres estranhas (Ed 10). Contudo, depois, a mistura ainda se
observava.
A idolatria foi o principal pecado de Israel.
Uma das principais razões por que Deus levou Israel à terra de Canaã foi para
destruir os seus falsos deuses e seus cultos aos demônios. Durante esses cultos
crianças eram sacrificadas aos demônios. O deus Moloque era representado por um
ídolo esculpido em ferro com uma abertura como seu ventre. Ali, em fogo
ardente, os pais lançavam bebês e crianças maiores em sacrificio aos demônios.
E Deus determinou: “Quando entrares na terra
que o Senhor, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações
daquelas nações. Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho
ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem
feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito
adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz
tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus,
as lança fora de diante de ti” (Dt 18.9-12).
“Quando, pois, o Senhor, teu Deus, os lançar
fora, de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha
justiça é que o Senhor me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela
impiedade destas nações, é que o Senhor as lança fora, de diante de ti” (Dt
9.4,5).
Era clara a ordem de Deus para que o seu povo
não se inclinasse diante das imagens de escultura nem as adorasse. Contudo, desrespeitaram
o primeiro e o segundo mandamento da lei de Deus (Êx 20.3-5; Lv 20.2-5).
Fizeram altares a deuses estranhos. “E deixaram todos os mandamentos do Senhor,
seu Deus, e fizeram imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do
bosque, e se prostraram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal” (2
Rs 17.16; Jz 2.13).
Assim, quando o avivamento chegou, o povo
apartou-se dos povos estranhos e de seus deuses. Tomaram essa decisão porque
lhes fora ensinado através da leitura e explicação da Palavra de Deus que tal
prática era abominação ao Senhor. Hoje conhecemos muitas pessoas que vivem nas
igrejas, ou melhor, nos templos, mas não querem deixar seus deuses estranhos, “seus
ídolos de estimação” que não agradam a Deus nem glorificam o seu nome. Também
não querem deixar a comunhão com os incrédulos. Jovens cristãos, inclusive
adolescentes, namoram, noivam e até se casam com pessoas descrentes, sem
qualquer temor e compromisso com Deus. A Bíblia declara que não devemos nos
prender a “jugo desigual com os infiéis” (2 Co 6.14).
Para muitos crentes a televisão tomou-se um
ídolo, o aparelho é um altar que não pode ser apagado. A internet, para grande
parte dos jovens em nossas igrejas, é um verdadeiro panteão de ídolos que
destrói sua fé, sua dignidade e sua comunhão com Deus. Devemos obedecer ao que
nos diz 2 Crônicas 7.14. E tais relacionamentos ocorrem por causa da mistura
com os incrédulos. Não se pode evitar a amizade, o relacionamento no trabalho
ou na escola com pessoas não-crentes, mas não se deve ter comunhão com elas,
pois isso prejudica a identidade cristã.
Confessaram
seus pecados e de seus pais. “...E puseram-se em pé e fizeram confissão dos
seus pecados e das iniquidades de seus pais” (Ne 9.2b). Avivamento é isso, é
expressão de uma mudança radical. Os israelitas fizeram “confissão dos seus
pecados”, ou seja, do pecado de cada um, dos pecados individuais, inicialmente.
Quando alguém chora, grita, demonstra tristeza,
mas não confessa de verdade os seus pecados, não há avivamento. Há apenas
remorso. Isso não agrada a Deus.
Fizeram confissão “das iniquidades de seus
pais”. O que significa isso? Terá sido algum “culto aos antepassados”, como
fazem povos orientais? Certamente, não. Quando eles oravam, confessando os
pecados de seus pais, sem dúvida, era porque estavam repetindo os erros e as
transgressões cometidos pelos seus antepassados. “Ó Senhor, segundo todas as
tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do
teu santo monte; porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das
iniquidades de nossos pais, tomou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para
todos os que estão em redor de nós” (Dn 9,16).
Não se deve mistificar esse assunto, entendendo
que a confissão pode apagar os pecados dos ancestrais. De jeito nenhum. Diz a
Bíblia: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai,
nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a
impiedade do ímpio cairá sobre ele” (Ez 18.20). Aqui fica bem claro que as
gerações atuais podem sofrer as consequências dos pecados dos ancestrais, mas
não levam a maldade deles, nem existe a tal da “maldição hereditária” sobre os
salvos em Cristo (Rm 8.1; 2 Co 5.17).
Leitura, Confissão e Adoração
Valorizando
a lei do senhor. Aqui
está uma boa sugestão para uma reunião devocional. “E, levantando-se no seu
posto, leram no livro da Lei do Senhor, seu Deus, uma quarta parte do dia; e,
na outra quarta parte, fizeram confissão; e adoraram o Senhor, seu Deus” (Ne
9.3). Mais uma vez temos o destaque para a leitura da lei do Senhor diante do
povo que ouvia atentamente. E essa leitura, que já fora feita, foi repetida
durante “a quarta parte do dia”. Ao que o texto indica, a leitura durava três
horas, talvez das seis da manhã às nove horas (em nosso horário), ou da
primeira à terceira hora no horário judaico.
Em seguida, durante mais três horas, o povo
fazia confissão de peca- dos. A adoração era expressa em forma de exaltação a
Deus. “Tu só és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército,
a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há; e tu os guardas
em vida a todos, e o exército dos céus te adora” (Ne 9.6).
Relembrando
a história do seu povo. O passado de um povo aponta para o seu presente e o presente
aponta para o futuro. Muitos fatos que ocorrem nos dias atuais são resultantes
do que aconteceu no passado; é a dinâmica da história. Um povo que não valoriza
a sua história é um povo sem memória.
No tempo de Neemias, o povo poderia até ter se
esquecido de seu passado, mas os líderes tiveram o cuidado e o zelo de
lembrar-lhes ou fazer conhecer os fatos históricos, sobretudo os que envolveram
a ação de Deus desde a época de Abraão, a sua libertação do Egito, a caminhada
pelo deserto, a chegada a Canaã e o seu desenvolvimento na Terra Prometida. Foi
extensa e bem minuciosa a narração histórica, enquanto o povo adorava a Deus
com a liderança dos levitas (Ne 9.4,5).
Relembrando
a chamada de Abraão: “Tu és
Senhor, o Deus, que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe
puseste por nome Abraão. E achaste o seu coração fiel perante ti e fizeste com
ele o concerto, que lhe darias a terra dos cananeus, e dos heteus, e dos
amorreus, e dos ferezeus, e dos jebuseus, e dos girgaseus, para a dares à sua
semente; e confirmaste as tuas palavras, porquanto és justo” (Ne 9.7,8). Essa
referência lembrava ao povo que eles deveriam estar ali, em Canaã, não pelo
favor de um rei, mas pela promessa de Deus a Abraão.
Relembrando
o cativeiro no Egito. “E
viste a aflição de nossos pais no Egito e ouviste o seu clamor junto ao mar
Vermelho. E mostraste sinais e prodígios a Faraó, e a todos os seus servos, e a
todo o povo da sua terra, porque soubeste que soberbamente os trataram; e assim
te adquiriste nome, como hoje se vê (Ne 9.9,10). As novas gerações não tinham
consciência de quão grande fora a mão de Deus na libertação de Israel do
cativeiro egípcio. Ali, estavam experimentando a libertação do cativeiro
babilônico pela misericórdia de Deus. E onde estava a gratidão a Deus?
Do mar
Vermelho ao Sinai. “E o
mar fendeste perante eles, e passaram pelo meio do mar, em seco; e lançaste os
seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas violentas. E os
guiaste, de dia por uma coluna de nuvem e de noite por uma coluna de fogo, para
os alumiares no caminho por onde haviam de ir. E sobre o monte de Sinai
desceste, e falaste com eles desde os céus, e deste-lhes juízos retos e leis
verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. E o teu santo sábado lhes fizeste
conhecer; e preceitos, e estatutos, e lei lhes mandaste pelo ministério de
Moisés, teu servo” (Ne 9.11-14).
Aquelas gerações mais novas precisavam saber
que o Deus deles não era um deus qualquer, mas o Deus que abrira o mar Vermelho
a fim de que cerca de três milhões de pessoas passassem, guiando-os de dia com
uma nuvem que amenizava o calor sufocante do deserto, e durante a noite, com
uma nuvem de fogo. Era o mesmo Deus que fez o Sinai fumegar quando entregou a
Lei a Moisés. Agora, aquela lei, que estivera esquecida, estava sendo lida
perante eles. Era impressionante a facilidade que o povo tinha para se esquecer
dos grandes feitos do Senhor!
A
desobediência dos seus antepassados. “Porém eles, nossos pais, se houveram
soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus
mandamentos. E recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que
lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz, e na sua rebelião levantaram um
chefe, a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador,
clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu os
não desamparaste, ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de
fundição, e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito, e cometeram
grandes blasfêmias” (Ne 9.16-18).
Relembrando a desobediência das gerações
passadas, o povo pôde ver que a índole deles era de orgulho e endurecimento
diante de Deus. Era comum o povo esquecer-se das maravilhas realizadas por
Deus, ainda assim, Deus não os desamparara ao longo dos séculos. Tudo isso em
razão da promessa feita a Abraão, Isaque, Jacó e a Davi.
Relembrando
a conquista de Canaã. “Assim,
entraram nela os filhos e tomaram aquela terra; e abateste perante eles os
moradores da terra, os cananeus, e lhos entregaste na mão, como também os reis
e os povos da terra, para fazerem deles conforme a sua vontade. E tomaram
cidades fortes e terra gorda e possuíram casas cheias de toda fartura,
cisternas cavadas, vinhas, e olivais, e árvores de mantimento, em abundância; e
comeram, e se fartaram, e engordaram, e viveram em delícias, pela tua grande
bondade. Porém se obstinaram, e se revoltaram contra ti, e lançaram a tua lei
para trás das suas costas, e mataram os teus profetas, que protestavam contra
eles, para que voltassem para ti; assim fizeram grandes abominações” (Ne
9.24-26).
A posse da Terra Prometida era fruto da bênção
de Deus, das vitórias que alcançaram sobre povos muito mais numerosos que ele
pela mão de Moisés, de Arão e de seus exércitos. Não conquistaram a terra por
causa dos seus generais, capitães nem por suas estratégias bélicas, mas
venceram e destruíram os inimigos porque Deus estava com eles. Diz a Bíblia:
“Um só homem dentre vós perseguirá a mil, pois é o mesmo Senhor, vosso Deus, o
que peleja por vós, como já vos tem dito” (Js 23.10); “O Senhor entregará os
teus inimigos que se levantarem contra ti feridos diante de ti; por um caminho
sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão diante de ti” (Dt 28.7).
Diante de tantas vitórias, êxitos e sucessos,
qual a resposta do povo ao longo dos séculos? “Porém se obstinaram, e se
revoltaram contra ti, e lançaram a tua lei para trás das suas costas, e mataram
os teus profetas, que protestavam contra eles, para que voltassem para ti;
assim fizeram grandes abominações”. Obstinação, rebelião, desprezo à lei do
Senhor, assassinato dos profetas e prática de grandes abominações que incluíam
lançar seus filhos no fogo, sacrificando-os aos demônios, adoração aos deuses
estranhos e casamento com mulheres cananeias.
Não devemos nos admirar quando nas igrejas
locais muitas pessoas se comportarem da mesma maneira. Muitas são abençoadas,
prosperam com a graça de Deus, são batizadas com o Espírito Santo, têm paz e
segurança, mas por qualquer apelo do mundo deixam de lado a Palavra de Deus.
Algumas se desviam, cometem adultério e até se envolvem com o homossexualismo,
contrariando as ordenanças do Senhor em total ingratidão e desprezo à Igreja do
Senhor Jesus Cristo. Contudo, a recompensa por causa de tais atitudes é certa.
Diz Paulo: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará” (Gi 6.7).
A Grande Misericórdia de Deus
Deus
clemente e misericordioso. “Mas, pela tua grande misericórdia, não os destruíste nem
desamparaste; porque és um Deus clemente e misericordioso” (Ne 9.3 1).
De cerca de três milhões de judeus,
aproximadamente, que saíram do Egito, e de cerca de seis milhões que entraram
na terra de Canaã, apesar de todos os pecados e rebeliões cometidos nos
quarenta anos de jornada no deserto, Deus não os desamparou.
Daquela grande multidão, só restavam cerca de
cinquenta e cinco mil pessoas durante a restauração dos muros da cidade de
Jerusalém, ou seja, menos de 1%! É espantoso como o pecado causa a decadência
espiritual, moral e numérica quando o povo dá as costas para Deus. É perigoso
agir assim, pois Deus não só permite que o mal prevaleça, mas provoca situações
adversas contra o povo rebelde. Mesmo agindo com rebeldia, Deus não destruiu o
povo totalmente. Por quê? Ele até poderia levantar outro povo melhor do que
aquele para lhe servir, mas não o fez. Por quê?
Primeiro,
porque Deus é um Deus de palavra. Ele é Deus fiel, prometeu a Abraão e a seus
filhos que sua semente seria multiplicada grandissimamente (Gn 16.10; 22.17;
26.4; 26.24). Ele previu a assolação de Israel por sua desobediência, mas não
sua total destruição (Jr 4.27). Hitier quis aplicar “a solução final”
destruindo os judeus na Segunda Guerra Mundial, .mas não conseguiu.
O
remanescente de Israel será salvo. Em segundo lugar, Deus não destruiu Israel por
sua grande misericórdia: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos
consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Is 63.7; Lm 3.22).
Israel, ainda hoje, despreza o plano de Deus.
A mistura com povos estranhos, na dispersão
pelo mundo, fez com que a maioria não aóeite as promessas de Deus, mas ninguém
conseguirá destruir a nação israelita. O povo de Israel está debaixo das
grandiosas e infalíveis promessas de Yaweh, aconteça o que acontecer. “Também
Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja
como a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9.27).
Um Concerto com Deus
A súplica do povo. Depois do arrependimento
sincero “com pano de saco e areia sobre a cabeça”, depois do pranto de todo o
povo e depois da confissão e da adoração, chegara a hora de ser firmado um
concerto com Deus, para que não mais fizessem o que seus antepassados fizeram
desobedecendo ao Senhor. Então, antes de firmarem o concerto, houve uma grande
súplica pela misericórdia de Deus: “Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande,
poderoso e terrível, que guardas o concerto e a beneficência, não tenhas em
pouca conta toda a aflição que nos alcançou a nós, e aos nossos reis, e aos
nossos príncipes, e aos nossos sacerdotes, e aos nossos profetas, e aos nossos
pais, e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de
hoje” (Ne 9.32). O povo ouviu a exposição da Palavra de Deus e confirmou que
Ele é “o Deus grande, poderoso e terrível, que guarda o concerto e a
beneficência”.
Quando o escriba e os levitas estavam lendo, no
Pentateuco, o povo anotou o que Moisés escrevera: “O Senhor é longânimo e grande
em beneficência, que perdoa a iniquidade e a transgressão, que o culpado não
tem por inocente e visita a iniquidade dos pais sobre os filhos até à terceira
e quarta geração” (Nm 14.18).
Ao crerem na Palavra, clamaram a Deus para que
não os abandonasse. Mesmo usufruindo de reis, sacerdotes, e seus pais e todo o
povo terem desobedecido à lei do Senhor (Ne 9.34,35), reconheceram que Deus é
justo (Ne 9.33).
O
concerto selado. “E, com
tudo isso, fizemos um firme concerto e o escrevemos; e selaram-no os nossos
príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes” (Ne 9.38). Deus se agrada
quando o seu povo, arrependido, faz um concerto com Ele. Deus é Deus de
concerto.
Ao restaurar o seu relacionamento com Deus, o
rei Josias fez um grande concerto com Ele (2 Rs 23.1-3). O sábio rei Ezequias,
diante da transgressão do povo, no primeiro ano de seu reinado, quando só tinha
vinte e cinco anos de idade, conclamou o povo e fez um concerto com Deus (2 Cr
29.1-10).
Nos nossos dias, não resta a menor dúvida de
que ante a iminente vinda do Senhor Jesus Cristo, faz-se necessário um grande
concerto com Deus por parte das igrejas locais. É visível em nossas igrejas a
negligência no cumprimento da Palavra de Deus, doutrinas heréticas têm invadido
muitas delas. Comportamentos pecaminosos prejudicam ministérios inteiros, e uma
grande frieza espiritual, uma verdadeira “frente fria” tem pairado sobre os
arraiais evangélicos.
O mercantilismo tem dominado pregadores e
cantores. Pregar ou cantar transformou-se em “produtos” a serem oferecidos no
mercado da fé, conforme “a lei da oferta e da procura”. Curas e milagres são
vistos como barganhas em troca de dinheiro. Não temos a intenção de julgar
ninguém, mas essas e outras aberrações brotam a olho nu no cenário evangélico
do nosso país. Decerto, está faltando um concerto nacional a fim de que haja um
grande avivamento antes do arrebatamento da Igreja. Como a união entre as
diversas igrejas só poderá haver no Milênio, é possível que cada denominação
procure alcançar esse concerto e esse indispensável avivamento.
Assim como ocorreu após a restauração dos muros
de Jerusalém, no tempo de Neemias, devemos orar e suplicar a Deus que mande
sobre seu povo, no Brasil e no mundo, um quebrantamento espiritual que resulte
em arrependimento, confissão e concerto com o Senhor. Devemos buscar esse
avivamento a fim que as forças do mal sejam derrotadas, como prometeu o Senhor
Jesus.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de
Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Em Dourados – MS
Livro de Neemias – Integridade e Coragem em
Tempo de Crise – Elinaldo Renovato