30 de junho de 2014

TIAGO FÉ QUE SE MOSTRA PELAS OBRAS



TIAGO FÉ QUE SE MOSTRA PELAS OBRAS

TEXTO ÁUREO = “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17).

VERDADE PRATICA = A nossa fé tem de produzir frutos verdadeiros de amor, do contrário, ela se apresenta falsa.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Tiago 2.14-26

INTRODUÇÃO

A Epístola de Tiago é conhecida como uma das Epístolas Gerais do Novo Testamento. Esses livros receberam esse nome porque foram escritos como cartas circulares para serem lidas em várias igrejas. Esse aspecto está em contraste com a maioria das Epístolas Paulinas, que eram endereçadas a igrejas específicas ou a indivíduos.

Autoria

O autor identifica-se somente como “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo” (1.1). Havia vários homens importantes no Novo Testamento que se chamavam Tiago. No entanto, há uma forte evidência, defendida por muitos estudiosos da Bíblia, de que o autor era o líder da igreja em Jerusalém (At 15.13). Paulo se refere a ele como “Tiago, irmão do Senhor” e o inclui entre os “apóstolos” (Gl 1.19). Em Gálatas 2.9. ele caracteriza Tiago como um dos “pilares” da Igreja.

Este Tiago é mencionado duas vezes nos evangelhos Mt 13:55: Mc 6.3. Nas duas passagens ele é identificado como um dos irmãos de Jesus. Ele somente se tomou um seguidor do nosso Senhor após a Ressurreição. Ele estava entre os discípulos primitivos que, no cenáculo, esperavam pela descida do Espírito Santo e “perseveravam unanimemente em oração e súplica” (At 1.14).

A habilidade e fé de Tiago logo o colocaram num lugar de proeminência entre os cristãos primitivos. Quando Pedro deixou a Palestina (At 12.17), tudo indica que Tiago assumiu a liderança da igreja de Jerusalém. Três anos apos a conversão de Paulo, ele visitou os líderes de Jerusalém e lá viu “Tiago, irmão do Senhor (GI l:19). Em Atos 15, na assembléia que discutia a admissão dos gentios na Igreja, Tiago era o ministro que presidia a reunião. Na mesma visita a Jerusalém. Tiago. Cefas e João” estenderam a destra da comunhão a Paulo e Barnabé ( Gal 2:99). Na sua última visita a Jerusalém, quando Paulo apresentou seu relatório, Tiago, e todos os anciãos vieram ali (At 21.18).

De um homem nessa posição de responsabilidade e autoridade haveriamos de esperar uma carta pastoral de conselhos práticos concernentes a questões que afetavam a vida espiritual da Igreja. E isso que encontramos nesta epístola.

Destino

Tiago dirige sua carta “às doze tribos que andam dispersas ( 1:1). Estes provavelmente eram cristãos que em tempos passados haviam sido judeus e que foram espalhados pelas primeiras perseguições à Igreja. E bem possível que a saudação também incluísse os cristãos judeus ganhos para Cristo por Paulo e outros missionários onde foram estabelecidas igrejas em cidades gentias. Na maioria dessas igrejas havia pelo menos um núcleo de crentes judeus que aceitaram Cristo como resultado da pregação em suas sinagogas.

Data

Não há evidência na epístola ou de fontes externas que ajudem a determinar exatamente a data em que foi escrita esta carta. Alguns estudiosos conservadores argumentam que esta carta pode ter sido escrita em 45 d.C., outros já acreditam que ela foi escrita em 62 d.C. As datas mais precoces se baseiam no fato de que na epístola o autor não faz nenhuma menção do problema da admissão de gentios na Igreja. Sabemos que Tiago estava profundamente preocupado com esta questão numa época posterior.

Aqueles que propõem uma data posterior ressaltam a condição relativamente estabelecida da Igreja refletida na epístola. Tiago não parece estar muito preocupado em colocar os fundamentos e ressaltar doutrinas evangélicas para uma Igreja que está dando seus primeiros passos na fé. Isto favorece a idéia de a epístola ter sido escrita numa data posterior. Assim, o conteúdo sugere que esta carta foi escrita numa data posterior às cartas aos Gálatas e aos Romanos, nas quais o autor tratou de assuntos doutrinários fundamentais, O aspecto-chave não é o ano exato, mas o período. Se, como tudo indica, Tiago foi martirizado em 63 dc., a epístola obviamente foi escrita antes dessa data.

A epístola foi destinada a fomentar o viver cristão prático, como era o caso das seções éticas das cartas de Paulo. Já havia se passado um longo período desde os primeiros dias da Igreja, e atitudes e práticas corrosivas estavam começando a aparecer. Tiago fala contra esses males com seriedade e uma severidade santa, exortando os cristãos em toda parte a permanecerem fiéis aos ensinamentos e práticas da fé.


Observa-se com freqüência que Tiago é o livro com uma característica judaica mais marcante do Novo Testamento. Por causa desse aspecto e por causa da ênfase em um comportamento piedoso, o livro pode ser comparado à literatura sapiencial do Antigo Testamento. Devido à sua preocupação com a justiça social, Tiago é freqüentemente chamado de o Amós do Novo Testamento. Há também nessa epístola uma similaridade marcante com os ensinamentos de Jesus IM Sermão do Monte. Isso talvez faça sentido já que Tiago foi criado na mesma família de Jesus e estava próximo dele durante os anos anteriores ao ministério público do nosso Senhor. Hayes escreve: “Tiago diz menos acerca do Mestre do que qualquer outro autor do NT, mas o seu discurso é mais parecido com o do Mestre se comparado ao discurso dele?

A profunda preocupação com os resultados práticos da fé cristã parece às vezes torná-lo um oponente à ênfase de Paulo no que tange à salvação somente pela fé. Foi essa ênfase de Tiago que fez com que Martinho Lutero denominasse o livro de Tiago de “epístola de palha”. Mas Lutero estava, errado. A posição de Tiago não é um ataque à salvação pela fé; ela é um protesto contra a hipocrisia. Tiago quer que o mundo saiba que a fé é uma forca transformadora. A salvação pela fé resulta em um viver santo. Isto não contradiz o ensino de Paulo — ele o complementa. As duas ênfases compreendem as duas facetas de uma fé cristã completa — redenção e vida santa. Tasker apresenta uma avaliação apropriada da função singular do livro:

Propósito e Natureza

Esta epístola tem um valor especial para o cristão individual durante o que podemos chamar de segundo estágio do seu progresso como peregrino. Depois de ser levado a aceitar o evangelho da graça e vir a ter a certeza jubilosa de que é um filho de Deus redimido, se ele deseja avançar no caminho da santidade, e para que as implicações éticas da sua nova fé possam ser traduzidas em realidades práticas, então ele precisa do estímulo e desafio da epístola de Tiago.

O AUTOR, 1.1

As cartas no primeiro século geralmente iniciavam com o nome do autor, seguido pelo nome do receptor e uma fórmula de saudação na mesma ordem que aparecem nesta carta. O autor identificou-se simplesmente como Tiago. Provavelmente, nenhuma outra explicação era necessária para os cristãos daquela época. Eles logo compreendiam tratar-se de Tiago de Jerusalém. o reconhecido líder da Igreja.

AS CREDENCIAIS DO AUTOR.

Com um verdadeiro espírito cristão, Tiago apresentou-se aos seus leitores, não como o líder da Igreja, mas como servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo. 

O termo servo ( doulos) é literalmente um servo ou escravo. O termo escravo era entendido quando usado em relação ao homem, No entanto, quando esse termo era usado em relação a Deus, os leitores judeus compreendiam tratar-se de um adorador.

As vezes trata-se de maneira negativa o fato de Cristo ter sido mencionado somente três vezes nesta epístola ( 1.1; 2.1;5.8 ). Pode-se supor que a razão não era um desinteresse por parte de Tiago, mas sim que os leitores cristãos conheciam o fundamento da sua mensagem. Em todo caso uma evidente declaração da suprema lealdade cristã na frase de abertura do apostolo. Servo de Deus era uma frase comum do Antigo Testamento. Tiago acrescenta a ela a dimensão distintamente neotestamentária — um adorador do Senhor Jesus Cristo. O autor desta carta é um homem que serve a Deus e aceita a divindade de Jesus.

OS RECEPTORES

A carta é endereçada às doze tribos que andam dispersas. Em termos judaicos as doze tribos significavam Israel como um todo. Da maneira como Tiago usou o termo, ele referia-se aos cristãos judeus. (Veja Int., “Destino”). Parece provável que embora Tiago tivesse como foco da sua atenção os judeus convertidos, estas palavras incluíam todo Israel espiritual, i.e., os cristãos em toda parte.

A SAUDAÇÃO,

Saúde (chairein; lit., regozijar-se) era a saudação comum nas cartas do primeiro século, como foi o caso de Cláudio Lísias a Félix ( At 23.26). Essa forma de saudação é usada somente mais uma vez no Novo Testamento, na carta de Tiago apos a assembléia de Jerusalém (At 15.23). Esse fato serve como prova de que Tiago irmão de Jesus escreveu esta epístola que leva o seu nome.

Sua morte. De acordo com Josefo, historiador, corroborado por Hegesipo, “judeu cristão”, Tiago morreu apedrejado por ordem do sumo sacerdote Anano. Este, reunido o Sinédrio, colocou o apóstolo diante do templo e ordenou que ele negasse que Jesus era o Messias, ante enorme multidão. Tiago, em lugar disso, bradou que Jesus era “o filho de Deus e juiz do mundo” (Halley). Foi jogado ao chão, apedrejado e espancado. Agonizante, ele orou como seu irmão, Jesus: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Seu martírio ocorreu por volta do ano 62.

Seu exemplo. Esse corajoso servo de Deus, irmão de Jesus, deixou-nos um exemplo extraordinário de fé e humildade. Sendo irmão do Salvador, nunca se aproveitou disso para ter privilégios. Pelo contrário, foi humilde e fiel até a morte.


O TEMA DA EPÍSTOLA DE TIAGO

Embora haja comentaristas que vêem “as doze tribos dispersas”, como tema principal da epístola, parece-nos razoável aceitar que o tema principal de Tiago é “a religião pura”, no seu aspecto prático encontrada em Tg 1.27. Como base nesse tema, estudaremos alguns aspectos importantes:

1. Com relação a fé. Tiago aponta-nos dois tipos de fé: a verdadeira e a falsa. A primeira, se manifesta através do amor expresso em atitudes visíveis e não apenas teóricas ou subjetivas (Tg 2.18); a segunda (a falsa), se limita à crença interior, egoísta e desprovida de ação (Tg 2.14, 20).

2. Com relação as obras. O apóstolo da fé pragmática ressalta que as obras importantes, não para a salvação, mas para o testemunho cristão, são as que resultam da genuína fé em Cristo (Tg 2.22-24).

3. Com relação as epístolas paulinas. Ao longo dos séculos, há quem procure enfatizar possíveis discrepâncias entre a epístola de Tiago e as epístolas de Paulo, no que se refere à justificação pela fé ou pelas obras. Mas não há contradição alguma entre os escritos dos dois apóstolos. Ambos foram inspirados pelo mesmo Espírito para escreverem as mensagens enviadas por Deus à Sua Igreja.

A IMPORTÂNCIA DA EPÍSTOLA DE TIAGO

1. Para os destinatários originais. A epístola de Tiago foi endereçada, no seu tempo, “às doze tribos que andam dispersas” (Tg 1.1), as quais tratavam-se, não dos israelitas, que professavam o judaísmo, mas dos judeus convertidos que estavam na diáspora. Aqueles crentes passavam por sérios problemas:

a) Estavam dispersos (1.1). O pastor, bispo e ancião (presbítero) Tiago tinha o cuidado denodado com as ovelhas dispersas, pois sabia que elas, distantes de sua pátria, estavam vivendo a instabilidade dos que se acham longe do lar. Precisavam de apoio espiritual, ensino, e encorajamento.

b) Estavam passando por tentações (1.2,3). Certamente, ficaram muito fortalecidos, quando, ao abrirem o pergaminho da epístola de Tiago, leram, logo no início: “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência”. Que conselho, que incentivo aos irmãos distantes, na dispersão. Tiago enviou-lhes uma palavra de encorajamento. Em Pv 25.25, lemos: “Como água fria para uma alma cansada, assim são as boas-novas de terra remota”.

c) Estavam passando por conflitos entre eles. Havia falta de sabedoria. O apóstolo mandou dizer-lhes: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada” (1.5).

d) Estavam passando por crise de integridade. Havia acepção de pessoas. O seu pastor exortou-os a não fazerem distinção entre os mais pobres e os ricos, entre eles (Tg 2.1-4).

2. Para os crentes de hoje.

a) Peregrinos e forasteiros. A exemplo dos convertidos no tempo de Tiago, os crentes em Jesus também estão dispersos pelo mundo, como “peregrinos e forasteiros” (1 Pe 2.11a). Da mesma forma, nós hoje como Igreja do Senhor, estamos, além de dispersos pelo mundo, vivendo sob tentações as mais pesadas.

b) Conflitos e crises. Há conflitos sérios na cristandade e, também, de certa forma, uma verdadeira crise de identidade em muitas igrejas, num embate entre os “marcos antigos” e a modernidade avassaladora.

OS PROPÓSITOS DA EPÍSTOLA DE TIAGO

1. Encorajar os crentes em suas provações. Os primeiros cristãos experimentaram provações e tentações as mais diversas. O Diabo os fustigava com as ameaças do Império Romano; o judaísmo os acusava de traidores e blasfemos. Tiago escreveu-lhes, exortando-os a terem “grande gozo” nas tentações, sabendo que “a prova” da fé haveria de produzir paciência (Tg 1.1,2). Esse ensino está de acordo com o que Paulo exorta em Rm 5.3-5.

2. Corrigir doutrinas erradas quanto à salvação. Havia, entre os destinatários da epístola, dificuldades em entender a justificação, como aspecto fundamental da salvação. Uns criam que a justificação era somente pela fé, independente das obras, interpretando os ensinos paulinos (ver Gl 6.16); outros, no entanto, talvez supervalorizavam o sentido das obras. Tiago escreveu- lhes, colocando “os pontos nos is”.

3. Mostrar o resultado prático da fé. Tiago mostra que a fé precisa ser vivida, demonstrada, através das obras que dela resultam, de maneira que os crentes são exortados “a demonstrarem uma fé ativa, e não uma profissão de fé vazia” (2.14 16).

DESCREVER O QUE É UM CRISTÃO VERDADEIRO:

1. Entra em provações, 1.1-12.
2. Encontra tentações, 1.13-21.
3. Pratica a Palavra, 1.22-27.
4. Não faz acepção de pessoas, 2.1-9.
5. Importa-se em seguir a moral da lei, 2.10-13.
6. Pratica boas obras, 2.14-26.
7. Refreia a sua língua, 3.1-18.
8. Conserva-se separado do mundo, 4,1 T(i,
9. É firme, 5.7-12.
10. Vive uma vida rica de oração, 5.13-20. Pelas sentenças, muitas vezes curtas e interessantes, é apresentado um quadro, onde Tiago alcança o seu alvo, que é dizer o que é o cristianismo prático.

A FÉ DÁ FORÇA À FIRMEZA, cap 1:

1. Não somos livres de tentações, vv 2-15.

a. Pelas circunstâncias exteriores difíceis, somos postos em prova, vv 2-12;
b. Pelo nosso próprio desejo, seduzidos a pecar, vv 13-15, mas é possível resistir e ficar firmes.

2. Podemos ter a experiência de que a Palavra é poder, vv 16-27.

a. Fez-nos renascer, v 17;
b. É implantada em nós, v 21;
c. Vai salvar-nos na tentação (se for praticada);

A FÉ DÁ FORÇA ÀS BOAS OBRAS,

1. A fé é morta se não traz consigo obras, vv 1- 17; aqui Tiago indica aquilo que testifica duma fé morta:

a. Fazer acepção de pessoas, v 1;
b. Conduzir ao desprezo os pobres e os símplices, v 6.

2. A fé viva expressa-se em obras,  vv 18-26, pois não pode ser de outra maneira, de vez que a fé da qual Tiago fala é alguma coisa que Deus criou pela Palavra. Por isso é urna força que transforma os homens. Ex: Abraão e Raabe.



A FÉ DÁ FORÇA PARA QUE A VIDA DIÁRIA SEJA ABENÇOADA, cap 3:

1. Pelo refreio da nossa língua, vv 1-12. Em sentenças curtas, interessantes, Tiago fala acerca do que a língua pode causar, não só o mal mas também o bem, se é que a fé torna-se uma força na vida do homem.

2. Pela sabedoria que nos caracteriza, vv 13-18, pois isto se torna uma bênção para nós e para outros, porque a sabedoria é “pacífica, moderada, tratável”, 17.

A FÉ - UMA FORÇA PARA O CARÁTER SANTIFICADO, cap 4:

1. Ela não existe sem mais nem menos, vv 1-4; Tiago descreve os grandes males que podem acontecer onde a fé não é operante: lutas, discussões e desejos.

2. Mas pode acontecer algo conosco, vv 5-17.

a. Onde nós nos humilhamos, v 6;
b. Chegamo-nos a Deus, v 7;
e. Purificamo-nos, v 8;
d. Entristecemo-nos e choramos, v 9, para que haja um término do pecado.

A FÉ DÁ FORÇA A UMA VIDA RICA DE ORAÇÃO, cap 5:

1. Onde nós esperamos o Senhor, vv 1-12.

a. Tiago dirige-se primeiramente àqueles que se aproveitam de outras pessoas, vv 1-6;

b. Depois aos que foram explorados, vv 7-12; ele os exorta a esperar no Senhor, que vai tratar a causa deles. Pela oração podem ser firmes como Jó.

2. Contamos com o Senhor, vv 13-20. não somente esperando o que vai fazer quando vier, mas o que Ele está fazendo agora. Aqui temos a palavra:

a. A “oração da fé salvará o doente”, v 15; e
b. “a súplica do justo pode muito”, v 16.

PENSAMENTOS FUNDAMENTAIS

“A fé sem obras é morta.” Pode-se dizer que isto é o pensamento principal da carta de Tiago. Sua apresentação, porém, tem causado preocupação. Parece não estar em concordância com aquilo que Paulo diz. Podemos, por exemplo, comparar Rm 3.28:
“O homem é justificado pela fé sem obras da lei”, com Tg 2.24: “Vêdes então que é pelas obras que,o homem é justificado, e não somente pela fé”; e observamos uma aparência de contradição.

Entretanto, podemos mostrar que aquilo que Paulo e Tiago tinham em vista, tem grande importância para a compreensão. Pode-se dizer que Paulo fala de “obras mortas”, quer dizer, tudo que o homem mesmo pode produzir. Isto nunca pode salvá-lo. Tiago, ao contrário, fala da “fé morta”, quer dizer, a fé que inclui aquilo que achamos por verdade e por isto pode produzir. Aquela fé nunca pode salvar.

Na realidade tanto Paulo como Tiago são unidos de que nunca podemos ser salvos por aquilo que nós produzimos - NEM PELA NOSSA FÉ OU NOSSAS OBRAS. Somos dependentes de que Deus faça alguma coisa, que Ele cria uma fé viva e essa fé nunca pode ser inativa. Como alguém tenha dito

“Somos salvos só pela fé,
Mas a fé nunca é só.”

Tanto Tiago como Paulo pode assinar abaixo. Temos visto no “conteúdo” desta carta que “apóstolo das obras” Tiago fala muito da fé. No mesmo tempo podemos constatar que “apóstolo da fé” Paulo fala muito das obras — assim por ex. em Ef 2.8-10 — somos salvos — não das obras (v 8) mas para as obras. Depois pode acontecer que a situação da igreja requer que às vezes acentua mais uma parte .e outras vezes a outra parte. Talvez isto seja a explicação mais simples “da diferença” entre Tiago e Paulo.

CONCLUSÃO

A epístola de Tiago tem ensinamentos práticos para os dias de hoje e um relacionamento muito estreito com os ensinos de Jesus. Assim, orientações, recomendações e mandamentos inspirados pelo Espírito Santo, constantes do livro, são de muita valia para todos os crentes.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Comentário Bíblico Beacon Tiago
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 1º. TRIMESTRE  DE 1999

SINTESE BIBLICA DO NOVO TESTAMENTO = CARLO JOHANSSON E IVAN HELLSRRON

25 de junho de 2014

A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS



A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS

TEXTO AUREO = "Para que a multiforme sabedoria de Deus seja agora dada a conhecer por meio da igreja aos principados e potestades nos lugares celestiais" (Efésios 3:10

VERDADE PRATICA = A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja de Cristo.

LEITUA BIBLICA = Efésios 3:8-10 = I Pedro 4:7-10

INTRODUÇÃO

Neste capítulo 3 de Efésios começa falando de um mistério que Deus não tinha dado a conhecer em outras gerações. E diz que esse mistério foi dado a conhecer a igreja por meio dos seus apóstolos e profetas.

No tempo em que o Senhor Jesus esteve na terra, o Pai trouxe à luz este mistério. Tirou-o do seu coração e mostrou aos homens. O primeiro a receber a revelação deste mistério foi Pedro em Cesárea de Filipo. Entretanto, quem alcançou um conhecimento mais profundo dele foi o apóstolo Paulo. Este mistério é o Senhor Jesus Cristo. 

A multiforme Sabedoria

Aqui em Efésios 3:10, nos apresenta este mistério como a Sabedoria de Deus, a multiforme Sabedoria, que agora é dada a conhecer por meio da igreja aos principados e potestades. A Sabedoria de Deus é Cristo; portanto, o que se dá a conhecer por meio da igreja é o próprio Cristo. Cada vez que a igreja se reúne, dá testemunho e expressa o Senhor Jesus Cristo.

Aqui nos diz que a Sabedoria de Deus é multiforme. Quer dizer, Cristo tem muitas formas, e se expressa de muitas maneiras. Através da igreja, Cristo é mostrado de uma maneira preciosa. Cristo é tão grande, tão precioso, que ele não pode ser expresso só por uma ou duas pessoas. Necessita de toda a igreja para fazê-lo.

Por isso existem quatro evangelhos e não um. Porque um só evangelho não podia expressar tudo o que Cristo é. O evangelho de Mateus mostra Cristo como o rei. Marcos nos mostra ele como Servo. Lucas como o Filho do Homem. E João como o Filho de Deus. Ao unir todas estas quatro diferentes visões de Cristo, podemos ter um conhecimento mais completo do que ele é. Ele é Rei, mas também é Servo. Ou, dito de outra maneira, ele é um Rei humilde. É Homem e Deus, tal como nos mostram isso em Lucas e João. Parece uma contradição, mas não é; essa é a realidade de Cristo.

Como poderia um só homem mostrar esses diferentes aspectos de Cristo? É necessária a pluralidade para expressar a Cristo. Por isso, só a igreja, em sua pluralidade, pode expressar totalmente a Cristo.

Se lermos Efésios capítulo 4: 11 encontramos cinco ministérios. Ali estão os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Através deles, o Senhor capacita a igreja; mas na realidade, estes cinco ministérios são cinco expressões de Cristo.

Cristo é o verdadeiro Apóstolo, o verdadeiro Profeta, o grande Evangelista, o bom Pastor, e o grande Mestre. Assim que cada um destes cinco ministérios expressa cinco aspectos da maravilhosa pessoa de Cristo.

Quando lemos o Novo Testamento, achamos especialmente a três autores: Pedro, Paulo e João. Eles são três dos maiores escritores do Novo Testamento, ao mesmo tempo que foram os três maiores apóstolos do Novo Testamento. Cada um deles tem um caráter próprio. Embora o Senhor tenha tratado com cada um deles, nunca anulou o seu caráter. Embora eles fossem transformados à semelhança de Cristo, nunca deixaram a sua peculiaridade. Cada um deles expressa a Cristo de uma maneira diferente. Pedro o expressa de uma maneira, Paulo de outra, e João de outra.

É muito importante ver que nós fomos criados de uma maneira distinta uns dos outros, que temos um caráter diferente. Deus necessita de todos os caracteres, de todo tipo de pessoas, porque assim ele vai poder expressar através de cada um deles esta multiformidade da Sabedoria de Deus.

Alguns pensam que para sermos feitos semelhantes a Cristo, temos que perder as nossas características individuais, e nos converter em algo assim como clones de Cristo. Mas se tivesse sido essa a vontade de Deus, teria sido muito fácil para Deus criar clones. Mas o longo trabalho que o Espírito Santo faz em nós hoje, um trabalho muito paciente e meticuloso, é para nos transformar na imagem de Cristo sem deixar de ser o que nós somos. Sem anular a nossa alma. Uma coisa é o quebrantamento da alma e outra é a anulação da alma.

Nós temos uma alma que expressa a nossa personalidade. E cada alma quebrantada é um dos destaques de Cristo mostrado às potestades superiores.

Do individual ao coletivo

Nenhum de nós vai alcançar jamais toda a estatura da plenitude de Cristo. Porque a estatura da plenitude de Cristo só pode ser alcançada pela igreja em seu conjunto. É na igreja onde Cristo é mostrado em toda a sua formosura, não em um homem em particular.

Por isso o Senhor está trabalhando em nós tão fortemente, para nos tirar do nosso individualismo. Nós crescemos rodeados de um tipo de cultura, de uma espécie de educação e de uma filosofia, centradas no individualismo. Ensinaram-me que eu sou a unidade total, como se eu fosse o tudo. Entretanto, quando nós vemos a pluralidade de Cristo, quando vemos a formosura da igreja, começamos a dar-nos conta que nós em particular não somos a unidade, mas apenas uma parte da unidade. E que a unidade é todos nós em conjunto. Todos nós vamos expressar as belezas de um mesmo Cristo, mas cada um de um modo particular.

Deus está nos tirando do nosso individualismo e está nos trazendo para a pluralidade, para o sentido de corpo, à consciência do coletivo. Eu não basto para mim mesmo. Nenhum de nós se basta para si mesmo. Eu necessito de Cristo que o meu irmão tem. Há um pouco de Cristo que ele tem e que eu não tenho; portanto, eu necessito dele.

Agora, este caminho, que vai do individual para o coletivo, é um caminho bastante doloroso. Quando nós começamos a nossa carreira cristã, somos muito seguros de nós mesmos, e temos muitas ambições espirituais. Desejamos ser muito grandes espiritualmente: o melhor pastor, ou o melhor pregador, a irmã mais servil, etc., tudo o melhor. Queremos ser os maiores. Então nos enchemos de conhecimento, porque queremos ser o melhor. Mas à medida que vamos avançando por este caminho, o Senhor vai tocando as nossas fortalezas, e vai quebrando-nos. 
Assim vem quebrantamento atrás de quebrantamento.

Antes parecia que éramos mais inteligentes; agora já não somos tanto. Antes éramos muito fortes, agora já não somos tanto. Antes podíamos fazer muitas coisas sozinhos, agora não podemos fazer as coisas sozinhos. Necessitamos cada vez mais dos irmãos. E isso conduz a um profundo quebrantamento. Isso nos faz diminuir muito, até à extremos surpreendentes.

Muitas das coisas que nos acontecem diariamente são golpes do Espírito Santo à nossa vaidade, a nossa presunção, para que nós deixemos de ser cristãos individualistas, e passemos a viver só como membros do corpo de Cristo.

Uma mudança de foco

Na epístola aos Romanos, ocorre algo muito interessante. Quando lemos os primeiros capítulos até o capítulo 8, parece que vamos em um permanente aumento, que vamos crescendo espiritualmente. Somos justificados, santificados e glorificados. E quando chegamos no capítulo 8 parece que alcançamos o topo da revelação.

Entretanto, quando vamos ao capítulo 12, ali produz em nós uma tremenda mudança de foco, uma mudança de paradigma. Ali nos diz que nós temos que ser renovados em nosso entendimento para conhecer a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

Por que temos que ser renovados em nossa mente? Porque logo, nos versículos seguintes, nos diz que nós somos membros do corpo de Cristo. Não somos a unidade, não somos o corpo completo, somos só uma parte. Por isso diz: "Ninguém tenha de si mesmo um mais alto conceito do que deve ter". O individualista tem um alto conceito de si, mas aquele que chegou à realidade de ser membro do corpo tem que diminuir. E tem que reconhecer que no corpo há outros também, que tem outras expressões de Cristo que ele não tem.

Então, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, é a igreja. E na igreja, cada um de nós é apenas um membro.

O que estamos vendo de Cristo neste último tempo? Estamos vendo-o nesta expressão multicolorido e multifacetado. Estamo-lo vendo nesta multiexpressão no meio da igreja. Os grandes homens já não nos assombram. Os grandes líderes já não nos cativam. Porque a vontade de Deus neste tempo é expressar-se através do conjunto, da totalidade dos membros do corpo de Cristo.

Creio que nunca antes na história da Igreja houve tanta luz em relação a este assunto. Neste tempo uma luz muito potente está vindo, em todo mundo. Deus está fazendo um precioso trabalho de revelação.

Dois trabalhos maravilhosos

Muitas das coisas que acontecem em nossa vida cotidiana, muitos fracassos, e muitas lágrimas, sobrevêm-nos por causa disto: por um lado, para nos tirar do nosso ego, quer dizer, tirar o eu do trono do coração, e assim poder "ver" os irmãos, reconhecê-los e valorizá-los; e, por outro lado, ver que o Espírito Santo está trabalhando em nós para nos fazer transparentes e luminosos - não com a nossa própria luz, que não a temos, porque nós só refletimos a luz de Cristo.

Estes dois trabalhos são maravilhosos; entretanto, ambos também são bastante dolorosos.
Que o Senhor nos conceda a sua graça para conhecer a Cristo em toda a sua multiformidade, e que nos conceda a graça também de aceitar a preciosa obra do Espírito Santo. Porque se nós resistirmos esta obra do Espírito Santo, ele não vai poder realizá-la. Ele nunca vai violentar a nossa vontade. Às vezes nós lhe dizemos: "Por favor, não faça mais nada; não suporto mais; é muito doloroso para mim; detenha-te; espere um pouco". Então pode passar algum tempo, onde parece que os sofrimentos terminam, mas também ocorre que a obra preciosa do Espírito Santo é detida.

A Escritura diz que o Senhor Jesus "aprendeu a obediência por aquilo que padeceu", e veio a ser autor de eterna salvação, e também veio a ser sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.

O que foi que capacitou o Senhor para vir a ser Salvador e Sumo Sacerdote, quer dizer, para cumprir o seu ministério terrestre e o seu ministério celestial? Os sofrimentos, as aflições. Assim também ocorre conosco. Temos que padecer aqui para que nós possamos expressar, por toda a eternidade, aquele Cristo que somos chamados a expressar. Hoje é o tempo que o Espírito Santo irá produzir em nós o seu trabalho.

O livro do projeto de Deus

No Salmo 139 diz que havia um livro no qual Deus escreveu tudo o que nós íamos chegar a ser. Quando ele nos formava no ventre da nossa mãe, ele ia formando o nosso caráter de acordo ao que estava escrito em seu livro. Cada um de nós é como é, porque estava escrito no projeto de Deus para cada um. Por outro lado, em Efésios 2:10 nos diz que Deus preparou de antemão certas obras para que andássemos nelas.

Se nós unirmos estas duas passagens, temos algo tremendamente grande: que Deus de antemão projetou a nossa personalidade e também determinou as coisas que temos que fazer. Quer dizer, o que teríamos que ser e o que teríamos que fazer foi projetado de antemão. Com que propósito? Para expressar a Cristo. Quer dizer, algum aspecto do que Cristo é; algumas obras das que Cristo faz. Isto é algo maravilhoso, porque nos mostra que a nossa vida não é fruto do acaso, mas tudo foi preparado por Deus de antemão.

Há algo que nós temos que chegar a ser, e há algo que temos que fazer. Há um pouco de Cristo que você tem que expressar, e que outro não vai expressar. Há algo que você tem que fazer e que outro não vai fazer. Cada um de nós tem um pouco de Cristo com característica própria, onde o irmão que está ao seu lado não tem. Esta é a multiforme sabedoria de Deus. Esta é a iridescência de Cristo.

Cristo é maravilhoso, e Cristo está se formando em nós. Cada um de nós é precioso para Deus. Cada um de nós tem um brilho de Cristo, uma cor de Cristo.

Que o Senhor nos socorra irmãos e nos ajude. Que nos dê ânimo. Quando estivermos decaídos: Tenhamos ânimo! Fé! Esperança! O Senhor completará a sua obra em nós. O Senhor nunca deixou a coisa pela metade, por fazer. Ele sempre nos leva mais adiante.

BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS

 "Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus". (I Pedro 4: 10).

O termo despenseiro tem o significado de alguém que cuida da despensa, ou seja, é o local da casa onde se guarda os alimentos e os outros mantimentos, nesse caso, despenseiro é o que toma de conta de toda a despensa, é uma espécie de Mordomo.

No caso do texto básico da mensagem, despenseiro é aquele que administra os dons da multiforme graça de Deus, de maneira que possa abençoar a si mesmo e ao seu próximo. Muitas pessoas pensam que todas as coisas são sua propriedade.  A Bíblia nos ensina diferente, pois diz: "Do Senhor é a Terra e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam." ( Salmos 24:1). O profeta Ageu diz também: "O ouro e a prata são seus." O certo é que, pensando bem, nós não somos donos de coisa alguma, aliás, nós mesmos somos criação de Deus.  O Homem é mero administrador da graça de Deus em sua vida.  Como despenseiro de Deus, o homem precisa apresentar as qualidades de um bom despenseiro.
Vamos ver algumas delas:

1) FIDELIDADE "Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel" (I Coríntios 4:2). Fidelidade em tudo e em todas as situações. 6 dias para atividades seculares, Um dia para Deus. Dasta-se os 7 dias semanais e às vezes falta dias na semana para tanta atividade.

Esquecem-se de Deus - ISTO É INFIDELIDADE. = Não ler a Bíblia todos os dias, para buscar orientação de Deus

INFIDELIDADE = Não cooperar com o trabalho do Senhor

INFIDELIDADE = Não fazer uma só visita evangelística

INFIDELIDADE =O despenseiro deve ser fiel em todas as circunstâncias. A fidelidade é requerida tanto no máximo quanto no mínimo. Ninguém será fiel no muito se não o for no pouco ( Parábola dos Talentos - Mat. 25: 14-30).

SEJAMOS, PORTANTO, FIÉIS DESPENSEIROS DE DEUS.

A segunda qualidade de um bom despenseiro é:

2) DILIGENCIA "Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum". (II Pedro 1: 10). Diligência é o mesmo que dedicação, que esforço. O despenseiro descuidado é um mal despenseiro. Não é digno do cargo que exerce. O despenseiro diligente é ativo, é zeloso, é dinâmico.

Tudo em sua mão progride. = Somos despenseiros de Deus, e como tais, temos os nossos deveres.

O avanço do Reino de Deus, da causa de Cristo, bem como o crescimento da nossa igreja, depende também da nossa diligência. = Se não formos diligentes na obra de Deus, não devemos esperar que haja crescimento, conversões e uma igreja forte e operosa. = Quando nos empenhamos, os Eleitos de Deus se convertem. Uma outra qualidade de um bom despenseiro é:

3) HONESTIDADE. "Pois o que nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o Senhor, como também diante dos homens". (II Cor. 8: 21). Como bons despenseiros de Deus, Ele nos pedirá contas, nos julgará pela nossa honestidade no uso daquilo que ele nos confiou. Podemos ser considerados desonestos, se enterrarmos os nossos talentos no descaso e no comodismo.  Boa Voz - Não a usa para Deus;  Capacidade para pregar - Não prega;   
Oportunidade para falar de Cristo - Se cala.  Tempo disponível para visitar os necessitados - fica em casa. Se as coisas acontecerem desse modo, não estaremos sendo honestos para com Deus. =Se sabemos que devemos fazer o bem e não fazemos, estamos sendo desonestos com Deus. =A esposa crente que esconde o evangelho do marido ou vice-versa, estará agindo desonestamente.

OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPIRITO

A linguagem bíblica apresenta uma das figuras mais belas sobre o caráter cristão, representada pela metáfora do “fruto do Espírito”. Paulo enfatiza nove qualidades distintas do mesmo fruto, o fruto é indivisível e forma uma unidade espiritual. Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que o crente subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9).

Como é indivisível, é impossível ter-se uma parte dele e não possuir a outra. Difere dos dons espirituais quanto ao recebimento, o fruto surge de dentro para fora, naturalmente, através do crescimento espiritual, enquanto que, os dons manifestam-se de fora para dentro. O primeiro ajuda a desenvolver o segundo. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” (Gl 5.22, 23a),

Não temos liberdade para escolher algumas destas qualidades, porque é conjunto (como um cacho de uvas ou um feixe de trigo) que elas nos fazem semelhantes a Cristo. Cultivar algumas, e não outras, coloca-nos em desequilíbrio. O Espírito dá diferentes dons a diferentes cristãos, […]mas ele atua no sentido de produzir o mesmo fruto em todos. Ele não se satisfaz se demonstramos amor aos outros, mas não controlamos a nós mesmos; ou se temos alegria e paz em nós, mas não somos gentis para com os outros; ou se temos paciência negativa, sem bondade positiva; ou se apresentamos humildade e flexibilidade, sem a firmeza da confiabilidade cristã.

O cristão desequilibrado é carnal; todavia, existe uma perfeição, uma compleição, uma plenitude de caráter cristão que somente cristãos cheios do Espírito têm” [5].

A FONTE DOS FRUTOS DO CRISTÃO

Os crentes, as vezes, perguntam-se o porquê eles permanecem lutando contra a carne nesta vida. Não é Deus Quem nos ensina que todos o bens espirituais são dEle? Nossa velha natureza não produz nada além de espinhos e roseiras bravas. Tudo o que agrada a Deus em um Cristão deve ser chamado de "fruto do Espírito."

O Cristão pode produzir bons frutos somente em submissão ao Espírito Santo. Enquanto nós nos rendemos a Ele estas características são produzidas em nossa vida. Esta verdade é ilustrada pelo Salvador em João 15:4-5, pois Ele fala de Sua Pessoa como a "videira" e a dos cristãos como as "varas". Sem uma união espiritual com Cristo através do Espírito não haveria fluxo de vida para os filhos de Deus.

A IMPORTÂNCIA DOS "FRUTOS DO ESPÍRITO"

A importância dos "frutos do Espírito" na vida de um Cristão pode ser vista comparando-os aos "dons do Espírito". Ambos são produzidos por Deus, contudo está claro que os "frutos do Espírito" são muito mais importantes, como prova da verdadeira espiritualidade.

A. Os "dons do Espírito" não oferecem nenhuma prova da salvação, porque em algumas ocasiões eles foram praticados até mesmo pelos não salvos - (Balaão, Judas). Os "Frutos do Espírito" porém, podem ser produzidos apenas pelas vidas daqueles que são guiados pelo Espírito Santo.

B. Os "dons do Espírito" podem ser usados como meio de glorificação pessoal ao invés de edificação. A natureza dos "Frutos do Espírito" previnem-se de abusos de fins egoístas (I Cor 12-14).

C. Os "dons do Espírito" são soberanamente dispensados por Deus, enquanto que todo Cristão pode produzir os "frutos do Espírito". Às vezes dons espirituais são colocados em vidas de orgulhosos e egoístas, enquanto que os frutos espirituais somente podem ser produzidos por consagração Cristã e submissão.

D. Amor (um Fruto do Espírito) é claramente visto como superior aos "dons do Espírito". (I Coríntios 12:31-13:13). Os "dons do Espírito" devem ser regulados pelo amor, ou eles não atingirão a sua finalidade determinada, que é edificar o povo de Deus.

Não deve ser interpretado que estamos desprezando os dons espirituais. Eles têm um propósito determinado por Deus.

O ponto a ser lembrado é que os " frutos do Espírito" revelam nossa relação com Deus e formam nosso caráter Cristão. Sem a produção do Espírito de Cristo em nós pela submissão a Deus, tudo o demais tornar-se-ia em vão e nosso testemunho seria inútil.

A UNIDADE DOS "FRUTOS DO ESPÍRITO"

O autor lembra-se de ver um questionário aonde foi perguntado para os cristãos quais dos "frutos do Espírito" eram manifestados nas suas vidas. Esta pergunta tem algumas implicações errôneas. Os crentes podem ter um dom espiritual, contudo nunca é o caso dos "frutos do Espírito". Cristãos cheios do Espírito terão todos os "frutos do Espírito" porque a "mente de Cristo" (Filipenses 2:5) está neles. Assim que eles são controlados pelo Espírito de Deus tornar-se-ão como Cristo em todas as áreas do seu caráter.

Pode ser vista a unidade dos "frutos do Espírito" pelo fato de que todos os frutos podem ser incluídos junto ao primeiro que é "amor". Em Romanos 13:8-10, achamos que o amor cumpre a lei. Todos os deveres do homem podem ser incluídos sob o comando de amar a Deus e o homem. Seria um estudo proveitoso para o estudante da Palavra de Deus meditar na descrição de Paulo sobre o amor em I Coríntios 13:1-8. O aluno logo veria que todos os "frutos do Espírito" são manifestados pelo amor.

CONCLUSÃO

O despenseiro desonesto não receberá as bênçãos de Deus, porque não usou os recursos dados por Deus em benefício de si mesmo e dos outros. Jesus então lhes diz: "Lançai o servo inútil nas trevas exteriores". (Mateus 25: 30). Mordomos de Deus, sejam fiéis, diligentes e honestos na Sua divina Obra.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA