3 de junho de 2012

A GLÓRIA DE DEUS

A GLÓRIA DE DEUS

Ez 10.4 “Então, se levantou a glória “do SENHOR de sobre o querubim para a entrada da casa; e encheu-se a casa de uma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do SENHOR.”

DEFINIÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS.

A expressão “glória de Deus” tem emprego variado na Bíblia.

(1) Às vezes, descreve o esplendor e majestade de Deus (cf. 1 Cr29.1 1;Hc 3.3-5),

uma glória tão grandiosa que nenhum ser humano pode vê-la e continuar vivo (ver Ex 33.18-23).

Quando muito, pode-se ver apenas um “aparecimento da semelhança da glória do Senhor” (cf. a visão que Ezequiel teve do trono de Deus, Ez 1.26-28).

Neste sentido, a glória de Deus designa sua singularidade, sua santidade (cf. Is 6.1-3)

E sua transcedência (cf. Rm 11.36; Hb 13.2 1).

Pedro emprega a expressão “a magnífica glória” como um nome de Deus  (2 Pe 1.17).

(2) A glória de Deus também se refere à presença visível de Deus entre o seu povo, glória esta que os rabinos de tempos posteriores chamavam de shekinah.

Shekinah é uma palavra hebraica que significa “habitação [de Deus]”, empregada para descrever a manifestação visível da presença e glória de Deus.

Moisés viu a shekinah de Deus na coluna de nuvem e de fogo (Ex 13.21).

Em Ex 29.43 é chamada “minha glória” (cf. Is 60.2).

Ela cobriu o Sinai quando Deus outorgou a Lei (ver Ex 24.16,17 nota),

Encheu o Tabernáculo (Ex 40.34),
Guiou Israel no deserto (Ex 40.36-38)
E posteriormente encheu o templo de Salomão (2 Cr 7.1; cf. 1 Rs 8.11- 13).
Mais precisamente, Deus habitava entre os querubins no Lugar Santíssimo do templo (1 Sm 4.4; 2 Sm 6.2; Sl 80.1).

Ezequiel viu a glória do Senhor levantar-se e afastar-se do templo por causa da idolatria infrene ali (Ez 10.4,18,19).

O equivalente da glória shekinah no NT é Jesus Cristo que, como a glória de Deus em carne humana, veio habitar entre nós (Jo 1.14).

Os pastores de Belém viram a glória do Senhor no nascimento de Cristo                  (Lc 2.9),

Os discípulos a viram na transfiguração de Cristo (Mt 17.2; 2 Pe 1.16-18),

E Estêvão a viu na ocasião do seu martírio (At 7.55).

(3) Um terceiro aspecto da glória de Deus é sua presença e poder espirituais.

Os céus declaram a glória de Deus (Sl 19.1; cf. Rm 1.19,20)

E toda a terra está cheia de sua glória (Is 6.3; cf. Hc 2.14),

Todavia o esplendor da majestade divina não é comumente visível, nem notado.

Por outro lado, o crente participa da glória e da presença de Deus em sua comunhão, seu amor, justiça e manifestações, mediante o poder do Espírito Santo (ver 2 Co 3.18 nota; Ef 3.16-19 nota; 1 Pe 4.14 nota).

(4) Por último, o AT adverte que qualquer tipo de idolatria é uma usurpação da glória de Deus e uma desonra ao seu nome. Cada vez que Deus se manifesta como nosso Redentor, seu nome é glorificado (ver Si 79.9; Jr 14.21).

Todo o ministério de Cristo na terra redundou em glória ao nosso Deus (Jo 14.13; 17.1,4,5).

A GLÓRIA DE DEUS REVELADA EM JESUS CRISTO.

Quando Isaías falou da vinda de Jesus Cristo, profetizou que nEle seria revelada a glória de Deus para que toda a raça humana a visse (ver Is 40.5).

Tanto João (Jo 1.14) como o escritor aos Hebreus (Hb 1.3) testificam que
Jesus Cristo cumpriu essa profecia.

A glória de Cristo era a mesma glória que Ele tinha com seu Pai antes que houvesse mundo (Jo 1.14; 17.5).

A glória do seu ministério ultrapassou em muito a glória do ministério do AT (2 Co 3.7-1 1).

Paulo chama Jesus “o Senhor da glória” (1 Co 2.8),

E Tiago o chama “nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória” (Tg 2.1).

Repetidas vezes, o NT refere-se ao vínculo entre Jesus Cristo e a glória de Deus. Seus milagres revelavam a sua glória (Jo 2.11; 11.40-44).

Cristo transfigurou-se em meio a “uma nuvem luminosa” (Mt 17.5),

Onde Ele recebeu glória (cf. 2 Pe 1.16-19).

A hora da sua morte foi a hora da sua glorificação (Jo 12.23,24; cf. 17.4,5).

Subiu ao céu em glória (cf. At 1.9; 1 Tm 3.16),

Agora está exaltado em glória (Ap 5.12,13),

E um dia voltará “sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30; cf. 25.31; Mc 14.62; 1 Ts 4.17).

A GLÓRIA DE DEUS NA VIDA DO CRENTE.

Como a glória de Deus relaciona-se ao crente pessoalmente?

(1) Concernente à glória celestial e majestosa de Deus, é bem verdade que ninguém pode contemplar essa glória e sobreviver. Sabemos que ela existe, mas não a vemos.

Deus habita em luz e glória inacessíveis, que nenhum ser humano pode vê-lo face a face (1 Tm 6.16).

(2) A glória shekinah de Deus, no entanto, era conhecida do seu povo nos tempos bíblicos.

No decurso da história, até o presente, sabe-se de crentes que tiveram visões de Deus, semelhantes às de Isafas (Is 6) e Ezequiél (Ez 1), embora isso não fosse comum naqueles tempos, nem agora.

A experiência da glória de Deus, no entanto, é algo que todos os crentes terão na consumação da salvação, quando virmos a Jesus face a face. Seremos levados à presença gloriosa de Deus (Hb 2.10; 1 Pe 5.10; Jd 24),

Compartilharemos da glória de Cristo (Rm 8.17,18)

E receberemos uma coroa de glória (1 Pe 5.4).

Até mesmo o nosso corpo ressurreto terá a glória do Cristo ressuscitado  (1 Co 15.42,43; Fp 3.21).

(3) De um modo mais direto, o crente sincero experimenta a presença espiritual de Deus.

O Espírito Santo nos aproxima da presença de Deus e do Senhor Jesus (2 Co 3.17; 1 Pe 4.14).

Quando o Espírito opera poderosamente na igreja, através das suas manifestações sobrenaturais (1 Co 12.1-12),

O crente experimenta a glória de Deus no seu meio, i.e., um sentimento da majestosa presença de Deus, semelhante ao que sentiram os pastores nos campos de Belém quando nasceu o Salvador (Lc 2.8-20).

(4) O crente que abandona o pecado e que repudia a idolatria pode ser cheio da glória de Cristo (ver J0 17.22 nota),

Bem como do Espírito da glória (1 Pe 4.14);

Na realidade, uma das razões de Jesus vir ao mundo foi para encher de glória os crentes (Lc 2.29-32).

Como salvos por Cristo Jesus, devemos viver a nossa vida inteira para a glória de Deus, a fim de que Ele seja glorificado em nós (Jo 17.10; 1 Co 10.31; 2 Co 3.18).

Por:- Evangelista Isaias Silva de Jesus