3 de outubro de 2011

LIDERANÇA EM TEMPO DE CRISE


LIDERANÇA EM TEMPO DE CRISE


TEXTO ÁUREO - “Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém(Ne 2.20).


 VERDADE PRÁTICA - Na expansão e consolidação do Reino de Deus, é imprescindível que ajamos com sabedoria, coragem, entusiasmo e fé.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -- Neemias 2.11-18


ANIMO EM TEMPOS DE CRISE


Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém. (Ne 2.20)

Na edificação da Casa do Senhor, o líder deve ter prudência e entusiasmo para incentivar a cooperação dos liderados. Neemias era um líder que possuía elevado senso de equilíbrio. Ao chegar a Jerusalém, não se precipitou em tomar decisões apressadas. Antes de tudo, fez um levantamento da situação em que se encontrava a cidade. Não declarou sequer às pessoas que acompanhavam os detalhes de sua missão. Só depois, ao estar ciente do que ocorrera, reuniu os líderes da cidade e lhes expôs o que Deus colocara em seu coração, e os convidou a enfrentar a grande obra da restauração. É um dos maiores exemplos de boa administração na Bíblia.


É de vital importância administrar com prudência. Muitos obreiros do Senhor que lideravam ministérios proficuos e reconhecidos, nacional e internacionalmente, são hoje sombras do passado. Vivem no ostracismo eclesiástico porque não foram prudentes. Seus ministérios desabaram sob o peso dos escândalos ou envolvimentos com práticas desabonadoras para a liderança cristã. Neemias é um exemplo notável de como um homem de Deus deve agir diante das crises que surgem no ministério.


Além da prudência, Neemias soube motivar seus liderados. Motivação é o combustível que a maioria dos obreiros precisa para atuar na liderança de uma igreja ou atuar em cargos ou funções ministeriais. A chamada de Deus é o primeiro passo, certamente é o ponto de partida que incentiva o obreiro, contudo somente a chamada não move aquele que é chamado. É necessário que, no seu dia a dia, sinta-se entusiasmado para atender ao chamado de Deus. O personagem desse comentário era um homem cheio de motivação, não era individualista, pois procurou motivar seus liderados.


No meio eclesiástico já se conhecem vários casos de obreiros cônscios do chamado de Deus, que, depois de algum tempo, perdem a motivação diante das lutas e oposições ao seu trabalho. Perder a motivação é perder energia, e sem ela torna-se difícil incentivar os outros a cooperar com o líder. Ao acompanharmos os passos de Neemias, veremos como deve ser um líder eficaz à frente da obra do Senhor, principalmente em tempos de crise.


As Portas se Abrem com a Oração


Parecia tudo tão difícil. Notícias tão perturbadoras a respeito do que acontecia com o povo de Deus. Um simples copeiro, ainda que honrado, preocupou-se em agir. O que fazer? Neemias orou e Deus entrou em ação. O rei percebeu a preocupação de Neemias (Ne 2.1,2) e indagou o motivo de sua tristeza. A partir desse momento, as orações estavam sendo respondidas. Neemias explicou o porquê de sua tristeza, e Deus tocou no coração do rei para enviá-lo a Jerusalém a fim de reconstruir dos muros (Ne 2.3).


Neemias foi agiu com sabedoria ao interceder por seu povo (Ne 2.4-8). Não quis viajar clandestinamente. Pediu cartas que dessem respaldo legal à sua arriscada viagem. Muitas vezes, sob o pretexto de que a obra é de Deus, há crentes que abusam no descumprimento das leis, e por isso são punidos. As autoridades representam a Lei, e, como cidadãos, precisamos dar exemplo na obediência às leis do país. Desde que elas não confrontem com a “Lei Maior”, que é a Palavra de Deus, o cristão deve ser cumpridor das leis de seu país.


Um Líder Prudente


O sigilo necessário (Ne 2.12). No ano 444 a.C, houve o terceiro retorno dos judeus da Babilônia sob a liderança de Neemias, com a missão dc reconstruir e concluir os muros de Jerusalém (Ne 2.1). Neemias tinha todo o apoio do rei para iniciar e prosseguir com a obra da restauração dos muros de Jerusalém. Com aquela delegação, estava na condição de governador nomeado pelo Império Persa. No entanto, não se aproveitou disso, antes, como homem de fé e oração, soube agir com prudência. Durante três dias rodeou os diversos recantos da cidade, e constatou pessoalmente que as informações que lhe chegaram acerca da ruína da terra de seus pais eram verdadeiras e até mais dramáticas.


Pessoas de confiança. Em sua prudência não se fez acompanhar de grande séquito, e, sendo assim, iniciou sua verificação à noite, provavelmente em uma noite enluarada. Apenas convidou poucos homens para acompanhá-lo em sua viagem de inspeção. Na obra do Senhor é sempre interessante desfrutarmos da companhia de pessoas de confiança, a fim de nos acompanhar “à noite”, quando as coisas não estão muito claras. Ainda assim Neemias não declarou a ninguém o que estava em seu coração “para realizar em Jerusalém”.


Em nossos dias é comum o obreiro sentir os efeitos da presença de pessoas desleais que tentam minar o seu ministério. É preferível trabalhar com pessoas de menos competência técnica, mas que sejam sinceras, a ter em volta de si “sumidades” que possuem o espírito de Judas. O obreiro precisa trabalhar com “homens tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza...” (Êx 18.21).


Se Neemias desfrutasse da companhia de homens desonestos e traidores, todos os seus planos seriam prejudicados e os inimigos prevaleceriam. Devemos pedir a Deus que envie homens honestos, a fim de que atendam o que Paulo ensinou ao jovem discípulo Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).


Um Convite para a Edificação


Revelando os planos no tempo certo. A prudência e a sabedoria de Neemias deram-lhe condições para enfrentar a crise. Sua discrição, silêncio, cuidado e paciência eram qualidades notáveis para que ele obtivesse êxito, naquela situação de instabilidade crítica. Ele só revelou os planos aos demais líderes e aos que trabalhavam na reconstrução da cidade quando já estava ciente acerca da situação crítica da cidade, bem como sobre o que pretendia fazer. Ou seja, soube dizer a coisa certa, no tempo certo e para as pessoas certas. A palavra dita no tempo certo é como “... maçãs de ouro em salvas de prata...” (Pv 25.11).


A exposição do problema. Era gravíssima a situação de Jerusalém. O segundo Templo já estava concluído, mas não havia alegria entre o povo. O culto a Deus fora prejudicado. Pessoas estranhas tinham acesso ao lugar sagrado, pois a cidade estava desprotegida. A segurança das cidades naquela época eram os fortes muros e as portas de madeira maciça, que impediam o avanço dos inimigos. Reunindo os magistrados e outros líderes, Neemias lhes expôs o que vira em sua inspeção: “Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas” (Ne 2.1 7a). Era uma situação de miséria espiritual, moral, social, econômica e financeira. Tudo isso era resultado da desobediência e rebeldia contra Deus.


Em muitas igrejas a situação é de miséria, tal como em Jerusalém quando Neemias a visitou. Os líderes vivem no pecado, e os liderados, por sua vez, não se portam conforme a Palavra de Deus. Logo, o resultado é catastrófico. São “Laodiceias” espirituais e ministeriais. Jesus mandou dizer à Igreja em Laodiceia: “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu)” (Ap 3.15-17).


O convite para o trabalho. “... vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio” (Ne 2.17). Aqui, vemos uma lição extraordinária de um líder que tem maturidade e competência. Ao reunir os outros líderes, não foi buscar as razões da situação crítica da cidade, não foi procurar saber quem eram os culpados. Entre os políticos, quando assumem cargos administrativos, a primeira medida é procurar os erros de mjnistraçõe5 anteriores para fazer acusações e buscar punições. Dentro das igrejas, infelizmente, isso também acontece, pois os obreiros procuram as falhas dos antecessores a fim de se promoverem no ministério.


Neemias agiu de forma competente, cheio da unção de Deus. Expôs a situação da cidade e propôs a solução: “... vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio”.  Há pessoas que têm muitos planos, muitas ideias, mas não conseguem colocá-las em prática. Outros só sabem criticar, murmurar e provocar dissensões entre os membros da igreja, gerando contendas e divisões. Esquecem-se de que Deus abomina os contenciosos (Pv 6.16,19).


Uma Direção Sábia


De acordo com Megginson, “a função de direção compreende guiar e orientar os subordinados para que desempenhem os deveres e responsabilidades que lhes foram atribuídos, de modo a serem conseguidos os resultados desejados”.1 Uma boa direção mostra a existência de elementos fundamentais na organização.

A motivação dos liderados. Motivação é a capacidade de incentivar as pessoas a realizar seu trabalho, visando atingir os objetivos desejados. Neemias soube motivar os liderados. Para animar os outros líderes e os liderados a participarem do seu projeto, falou-lhes sobre a chamada de Deus em sua vida. Contou-lhes que orou durante quatro meses e como Deus abrira as portas tocando no coração do rei, e como obteve apoio oficial para a sua missão. Mas acima de tudo, demonstrou como Deus lhe dirigira: “Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então, disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem” (Ne 2.18).


Tudo indica, pelos textos bíblicos, que a construção de Jerusalém na época de Neemias voltava-se primorda1meflte para os muros que estavam fendidos. Decerto, na época de Esdras, os muros tiveram sua construção iniciada, mas fora paralisada à força pelos inimigos (cf Ed4.12,13). Agora, com Neemias, o desafio era completar a construção da cidade de Jerusalém e a restauração de seus elevados muros, que serviriam de proteção contra eventuais invasores, de povos vizinhos ou distantes que se constituíam inimigos do povo hebreu. A visão das ruínas era desoladora. Talvez muitos tenham dito que não haveria mais solução, contudo Neemias soube usar sua liderança para influenciar os seus compatriotas a se lançarem à obra da reconstrução. Eles disseram: “Levantemo-nos e edifiquemos...”.


Liderança. É a capacidade de conduzir pessoas a desenvolver e atingir os objetivos da organização. Neemias era um verdadeiro líder. Um administrador nato. Não era um líder autocrático Não disse “vão”, “façam”, enquanto observo e oro, mas incluiu-se na solução. “Vinde” e “edifiquemos”! Quando o líder dá o exemplo na ação, no interesse, e participa da obra, o povo percebe e se estimula a segui- lo. Líder não é o que manda, mas o que comanda. Líder não é o que diz “façam”, mas o que diz, “façamos”, O líder fraco diz: “Aqui quem manda sou eu!” Não é um líder, mas um “chefe”.


O homem de Deus deve ser líder, ou seja, aquele que orienta as pessoas a quem lidera. O bom líder cristão não deve ser autocrático, do tipo que diz “aqui quem manda sou eu”, nem do tipo permissivo ou “bonzinho”, que deixa os liderados fazerem o que bem entenderem.


O bom líder é participativo. Esse líder é almejado nas igrejas, pois sabe envolver os servos de Deus na missão da Igreja de Cristo Jesus. Assim como Neemias, gostam de envolver os outros nas decisões; estimulam a participação dos liderados; confiam nas pessoas que trabalham com eles; gostam de delegar; preferem ser amigos dos subordinados; gostam de dizer: “Nós precisamos fazer”, “Gostaria de ouvir a opinião de vocês”, O próprio Deus é participativo. Na criação do homem, disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”, (Gn 1.26). “Somos cooperadores de Deus” (1 Co 3.9; Fp 4.3; 3 Jo 8; 2 Pe 1.4).


Comunicação com os liderados. Comunicação é o processo pelo qual se cria compreensão entre os dirigentes e os subordinados. Neemias soube comunicar-se com seus liderados. Ele não falou antes do tempo. Na cidade, já havia algumas autoridades que se encarregavam de administrar a vida comunitária dentro das condições e possibilidades de que dispunham. Neemias podia ter-lhes transmitido suas intenções e seus objetivos ao chegar à cidade, mas não o fez. Após um périplo de inspeção, voltou ao lugar de partida, mas manteve o sigilo sobre suas observações. “E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma” (Ne 2.16).


Há líderes que se prejudicam, nas igrejas, porque falam demais. O escritor de Eclesiastes 
declara: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras” (Ec 5.2). Em se tratando de planos, mesmo na obra do Senhor, só devem ser divulgados quando todos os detalhes estiverem definidos no que diz respeito a objetivos, metas, pessoas envolvidas, recursos necessários e resultados esperados. O exemplo de Neemias nos fala bem sobre a prudência que deve ser adotada na obra do Senhor, especialmente, em tempos de crise, para não despertar os adversários.


Os Inimigos se Levantam


Inimigos da edificação. É uma realidade a ser encarada por qualquer servo de Deus, sobretudo, pelos líderes. Sempre haverá inimigos contra aqueles que querem servir na edificação do Reino de Deus. Um líder jamais satisfará a todos, mesmo na obra do Senhor. Nem mesmo Jesus agradou a todos. O próprio Deus teve de confrontar seu inimigo, o querubim Lúcifer, que tentou usurpar-lhe o trono. Jesus teve tantos inimigos que sentiu de perto a sua opressão, principalmente, no dia de seu julgamento (Mt 26.54-68).


Paulo, o grande apóstolo dos gentios, sofreu oposição de inimigos dentro das igrejas que foram abertas por ele. Teve que alertar o jovem obreiro Timóteo quanto aos inimigos do ministério.  Dentre esses, surgiram Alexandre e Himeneu, que viviam blasfemando no meio da igreja local, O principal era “Alexandre latoeiro”, que perturbava o homem de Deus. Na primeira carta, Paulo diz que os entregou a Satanás (1 Tm 1.20); na segunda carta, o apóstolo diz: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras” (2 Tm 4.14,15).
Não é dificil, nas igrejas locais, encontrarmos os “latoeiros” que vivem perturbando os homens de Deus.


Neemias encara os inimigos. Eles não tardaram em aparecer. Enquanto Jerusalém estava em ruínas, e ninguém se interessava por sua reedificação, os inimigos estavam quietos. Certamente, tiravam proveito pessoal da situação. Eram bajuladores do rei, mas inimigos do povo de Deus. Diante do caos, imaginavam que o Deus de Israel nada faria. Mas o Senhor levantou um homem de bem, de dentro da própria corte real, para agir em favor de seu povo. Deus sempre tem um homem para cumprir seus desígnios. Quando Elias pensava que era o único profeta que sobrevivera, Deus lhe disse que ainda tinha sete mil que não se dobraram diante de Baal (1 Rs 19.18).


Ao tomarem conhecimento de que Neemias estava trabalhando pela reedificação dos muros, os inimigos se manifestaram. Ao que parece, eram influentes e tinham relações com o palácio do rei. Diz o texto: “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?” (Ne 2.19).


Quem eram esses inimigos? Certamente, eram os líderes da oposição aberta contra o homem de Deus. Sambalate, o horonita. “Era nome babilônico. Ao que tudo indica, teria habitado na região de Bete-Horon, ao sul de Efraim (Js 10.10; 2 Cr 8.5), sua cidade natal. A única cosa que sabemos com certeza é de que ele tinha algum tipo de poder civil ou militar em Samaria, no serviço ao rei Artarxexes (Ne 4.2)”.


Tobias, o servo amonita. “Provavelmente um oficial do governo persa”... “era. altamente favorecido pelo sacerdote Eliasibe, que lhe concedeu uma sala para ocupar nas dependências do Templo em Jerusalém”.3 Aqui, vemos como certos relacionamentos, no meio do povo de Deus, podem prejudicar sua obra. Um opositor da edificação tinha apoio do sacerdote do Templo.


Gesém, o arábio. “Seu nome figura exclusivamente no livro de Neemias (2.19; 6.1,2,6). Era um árabe, inimigo dos judeus que voltaram do cativeiro babilônico para a Terra Santa. Opunha-se aos desígnios do governo judaico, tomando-o como sedicioso e sujeitando-o ao ridículo. Por essa razão, foique Gesém participou ativamente do conluio de Tobias contra a segurança de Neemias”.


Eles usaram a tática da intimidação, insinuando que Neemias estaria à frente de uma rebelião contra o rei. Essa mesma tática já fora usada pelos inimigos contra o sacerdote Esdras, que antecedera Neemias quando da reconstrução do Templo. A edificação foi perturbada pelo “povo da terra” (Ed 4.4,5); escreveram cartas ao rei, acusando os judeus de estarem se revoltando contra o reino (Ed 4.7 e ss.).


E a obra da construção do templo foi paralisada (Ed 4.24). Certamente, em muitas ocasiões, a obra do Senhor é perturbada e até prejudicada a ponto de não poder prosseguir. Dirá alguém: “Deus não é onipotente? Como não impede a ação dos inimigos?”. De fato, Deus tudo pode fazer, mas segundo seus propósitos. Nem Ele sempre quer realizar tudo o que pode. Se os inimigos prosperam é por sua permissão.


Não é dificil encontrar nos dias atuais esses “Sambalates, Tobias e Geséns” no meio das igrejas locais. São pessoas insatisfeitas com a liderança, com os pastores, dirigentes de congregação ou de departamentos. Elas têm ambições ministeriais, desejo de poder e de liderança. Muitos querem consagrações antes do tempo, e por isso se deixam levar pela carne na busca de posições. E se unem, reunindo pessoas ou grupos para fazerem oposição aos líderes, contudo frequentemente não prosperam. Mas há casos em que fazem grandes estragos, causando inquietação, dissensão e até divisões. Não é raro saírem dessa ou daquela igreja local levando os seus simpatizanteS, e fundam outras igrejas’ou ministérios. Infeliz é a igreja local que é fundada sobre o espírito de dissensão, de soberba e rebeldia.


Resposta aos inimigos. Neemias estava consciente de que a ação intimidativa dos adversários já tivera êxito no tempo de Esdras. Entretanto, estava certo de que Deus ouvira suas orações e as orações dos que amavam Jerusalém (Sl 122) e desejavam a sua reconstrução. A sua resposta foi incisiva, clara e objetiva, demonstrando que não estava ali para se deixar levar pela intimidação dos adversários. Vejamos a resposta do líder da restauração de Jerusalém: “Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém” (Ne 2.20). Que exemplo de confiança em Deus! Neemias, em sua resposta, revelou fé, mas também demonstrou ser homem equilibrado e possuidor de grande senso de humildade. Ele não disse aos adversários que usaria sua capacidade administrativa ou técnica para vencê-los.


Ele usou a fé em primeiro lugar ao dizer: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar”. O verdadeiro líder cristão, antes de confiar em si, em sua competência ministerial, confia em Deus. Ele deu a primazia ao “Deus dos céus”. A Palavra de Deus nos declara: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5). Muitos ministérios, de fama nacional, e até internacional têm sido destruidos por causa do orgulho de seus lideres. Em vez de darem glória e honra ao “Deus dos céus”, buscam as honrarias para si e para suas igrejas. Isso é caminho certo para o desastre. Pois o Senhor diz: “... Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6).


Contudo, Neemias não ficou apenas no âmbito da fé teórica ou subjetiva. Demonstrou sua disposição em agir e trabalhar. Fé sem ação é fé morta (Tg 2.17). É a fé dos orientais, contemplativa, sem ação, na “meditação transcendental”. Não é a fé que agrada a Deus. Neemias, além de reconhecer o poder de Deus para lhe fazer prosperar, disse: “e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos”. Ou seja, Neemias tinha consciência de que Deus faria a sua parte, aquilo que ele e seus cooperadores não poderiam fazer. Entretanto, deveriam fazer a sua parte, isto é, teriam que colocar as “mãos à obra”. Precisariam se levantar da oração e entrar em ação, a fim de executar a edificação dos muros que estavam em ruínas.


A resposta de Neemias aos inimigos não ficou pela metade. Além de mostrar sua fé em seu Deus, e sua disposição firme de trabalhar, fez com que seus adversários os reconhecesse como dignos de participar da grande empreitada na reconstrução da Cidade Santa.
Foi firme e incisivo contra os inimigos da obra: “mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém”. Ele sabia que não se deixando intimidar estaria incitando ainda mais ira e oposição contra si. Mas era homem de fé e de coragem. O líder, homem de Deus, não pode ser pusilânime. Diz a Bíblia: “Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena” (Pv 24.10).


Não é fácil ser líder, e muito menos em tempo de crise. Não é fácil realizar a obra do Senhor quando na igreja local levantam-se homens com o espírito de Sambalate, Tobias ou Gesém, ou quando existem os Himeneus e Alexandre latoeiros. No entanto, quando o homem de Deus está no centro de sua vontade, Deus está ao seu lado e diz: “Não temas porque eu sou contigo... Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritaram contra ti; tornar-se-ão nada; e os que contenderem contigo perecerão. Buscá-los-áS, mas não os acharás; e os que pelejarem contigo tornar-se-ão nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem contigo. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: não temas, que eu te ajudo” (Is 41.10-13).


Crise: Transição à vista == Texto: Ne 1.1-3


> Nesses dias estive com pessoas que e conversando percebi que muitas delas estavam passando por um acontecimento em comum “Crise”


> Crise (do grego krisis; em português, distinção, decisão, sentença, juízo, separação). Segundo os gregos essa palavra tem como significado o estado das situações e ações quando em mudanças, sendo essas para melhores ou piores, ou seja, estar em crise é quando as coisas estão mudando, de forma que não mudaram ainda, mas Também não estão como antes e com o passar da crise se saberá se mudou para melhor ou mudou para pior.


> Portanto, toda crise é um momento de perigo sim, mas também de oportunidade. Tudo depende da maneira como reagimos ao problema.


> Neemias tomou conhecimento do grande momento de crise que o seu povo estava atravessando. O que fazer? Ceder ao perigo ou aproveitar a oportunidade?


Transição


> Toda grande crise traz consigo grandes oportunidades.

> O texto nos mostra as oportunidades que Neemias encontrou em meio à crise que o seu povo estava atravessando.


A crise é uma oportunidade de nos humilharmos, jejuarmos e orarmos – Ne 1.4


> Toda a solução para qualquer tipo de crise começa por aqui!


> Deus até mesmo permite crises para que nos humilhemos, pois caso contrário ficaríamos orgulhosos!


A crise é uma oportunidade de se dispor como solução para o problema – Ne 2.5,6


> É uma oportunidade de fazer alguma coisa, de se envolver, de se comprometer, de se doar.


> Neemias poderia apenas ter lamentado, murmurado contra os que levaram Jerusalém àquela situação e seguido o seu caminho. Todavia, ele se colocou como uma opção de solução para o problema.


A crise é uma oportunidade para nos unirmos em torno de um mesmo objetivo – Ne 2.17,18


> Não é momento de nos separarmos, de ficarmos expondo nossas diferenças, mas sim momento de união, de nos ajuntarmos, de nos organizarmos para um mesmo ideal.


> No momento de crise, sempre se levanta uma liderança (alguém com iniciativa) para levar as pessoas à mudança, mas todos devem animar uns aos outros!


A crise é uma oportunidade para aprendermos a lidar com a oposição – Ne 2.19,20


> Se não aprendermos a lidar com a oposição jamais chegaremos a lugar nenhum, pois em todos os momentos da vida, com maior ou menor intensidade teremos de enfrentar oposições, principalmente quando estamos envolvidos na obra de Deus, pois sabemos que o nosso adversário não está interessado em que ela vá adiante!


> Só poderemos aprender a lidar com a oposição quando estivermos passando por ela. Assim com aprender a andar de bicicleta e a nadar, aprender a lidar com a oposição não se aprende por curso por correspondência. Aprende-se na prática!


> Ver também Ler Ne 2.10; 4.7-9, 21-23; 6.2-4, 8, 12.


A crise é uma oportunidade de reconstruir o que precisa ser reconstruído – Ne 3.1-32


> Neste capítulo vemos alguns princípios a serem seguidos em momentos de crise e no processo de reconstrução:


> Coordenação: Cada pessoa sabia onde devia estar, qual era a sua responsabilidade e o que se esperava dela.


> Cooperação: Homens de lugares diferentes e de diferentes ocupações trabalharam juntos no muro: sacerdotes (v. 1), ourives e perfumistas (v. 8), regentes dos dois distritos (v. 9, 12) um deles auxiliado por suas filhas. Ver ainda versos 20, 31, 32.


> Vale destacar que Neemias não conseguiu sucesso total (v. 5). Todavia, ele não permitiu que isso diminuísse seu otimismo. Trabalhou com os que estavam dispostos a trabalhar e conseguiu realizar o que muitos consideram impossível!


> Aprovação: Neemias se interessou pessoalmente por cada pessoa que trabalhava; conhecia seus nomes, sabia o que estavam fazendo, tratou-os como pessoas e não como objetos, como um meio para se chegar a um fim! O que precisa ser reconstruído em sua vida?


AS MARCAS DE UM VERDADEIRO LÍDER (11.2-15)


 1. O compromisso de Paulo diante da igreja e de Deus (vv.2-4). Paulo deixa claro que recebeu do próprio Deus sua autoridade apostólica, a fim de edificar, e não dominar, a Igreja de Cristo. Entretanto, os coríntios, influenciados pelos falsos apóstolos, que agiam na ausência de Paulo, demonstravam superficialidade no conhecimento das coisas espirituais (v.4). O fato decepcionou o apóstolo, pois ele tinha por objetivo prepará-los para apresentá-los “como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (v.2).


2. Paulo se interessa, antes de tudo, pelo bem-estar espiritual da igreja (vv.5-15). A postura de Paulo de não depender financeiramente da igreja de Corinto, foi utilizada injustamente pelos falsos apóstolos para acusá-lo de não ser ele um apóstolo verdadeiro (vv.5-11). Por sua vez, Paulo afirma que os irmãos da Macedônia (e outras igrejas) haviam-no socorrido em suas necessidades (vv.8,9). O apóstolo dos gentios assim procedeu, a fim de não dar ainda mais ocasião para os seus oponentes o acusarem (v.12).


Naturalmente, é responsabilidade das igrejas sustentar seus pastores. Aquelas congregações, contudo, ainda não tinham condições de assumir tal responsabilidade. Nos versículos 13 e 15, Paulo fica tão irritado com os falsos apóstolos que, para desmascarar-lhes a dissimulação, utilizou a figura de Satanás que, conforme reafirma, disfarça-se até de anjo de luz. É o que faziam os falsos apóstolos.


3. Paulo colocou o ato de servir acima dos interesses pessoais (vv.16-33). Paulo expõe, agora, todos os seus sofrimentos físicos e emocionais por amor a Cristo: fome, sede, nudez, açoites, prisões, naufrágios, ameaças e perigos incontáveis. Ele não somente se identificava com aqueles a quem servia, como também por estes interessava-se, a fim de que fossem beneficiados com o Evangelho. Seu amor pelas igrejas de Cristo dava-lhe forças para seguir em sua missão apostólica (v.28). Era um homem de Deus que se identificava com o rebanho de Cristo em todas as situações (v.29).


PAULO, UM LÍDER SEGUNDO A VONTADE DE DEUS
 Indiscutivelmente, Paulo foi um líder que demonstrou ampla competência para o exercício do seu ministério. Cada igreja, estabelecida por ele, tinha características próprias e exigia dele habilidades específicas, a fim de lidar com situações bastante particulares.
Foi o que o apóstolo demonstrou no trato com os coríntios. Servindo-os humildemente, como fez o Senhor Jesus durante o seu ministério terreno, e externando-lhes um amor que só o verdadeiro líder chamado por Deus possui, demonstrou-lhes ser, realmente, um apóstolo chamado por Cristo Jesus, a fim de levar o Evangelho aos gentios até aos confins da terra.
Paulo aprendera com Jesus: o servir é uma das características mais marcantes de um obreiro. O servir, aliás, é o verdadeiro padrão de liderança neotestamentária. É hora de nos apresentarmos como leais servidores a serviço do Rei. Quem não está pronto a servir jamais estará apto para o Reino de Deus.


 NEEMIAS O LÍDER DESTEMIDO



OS PASSOS DE NEEMIAS NO CAMINHO DA LIDERANÇA


1. A elevada posição de Neemias diante do Rei. Antes de Neemias chegar a Jerusalém, convém observar que ele recebera de Deus sabedoria para construir a sua plataforma sustentada pelos pilares da lealdade e da firmeza de caráter.


2. Neemias toma conhecimento da situação na Palestina e vai a Jerusalém. Ao receber as informações trazidas por seu irmão Hanani, acerca do deprimente estado da cidade eleita, o desalento tomou conta de Neemias.


3. Neemias assume a liderança da reconstrução dos muros da cidade. Após dirigir-se aos governadores da região dalém do Eufrates, para apresentar-lhes as suas credenciais, Neemias chegou a Jerusalém e começou a fazer o levantamento real da situação da cidade.


A LIDERANÇA DE NEEMIAS É QUESTIONADA


1. O questionamento de Sambalate e seus companheiros. Com a reedificação de Jerusalém, Samba- lá, governador da província de Samaria, via ruir por terra toda a estrutura comercial de sua cidade. Os judeus passariam, agora, a ocupar o centro das atenções, com Neemias na liderança, e ele ficaria no obscurantismo.


2. A reação equilibrada e coerente de Neemias. Há um provérbio popular que afirma: “Toda ação provoca uma reação.” Todavia, no que tange à liderança cristã, quando ocorrem fatos semelhantes aos que foram acima descritos, não pode haver nenhuma atividade de comprometimento, de indiferença ou de covardia. Observemos que Neemias não aceitou nenhuma das provocações contra ele levantadas, mas também não se deixou levar por nenhuma delas.


IV. OS EFEITOS DA LIDERANÇA DE NEEMIAS


1. Os efeitos civis. O povo passou a ter um sistema de governo constituído em bases sólidas, não obstante estar ainda sob o domínio do Império Medo-Persa.
O casamento misto não foi mais tolerado (Ne 13.23-28) e, com isso, preservou-se a cultura judaica, o que contribuiu para o aprofundamento das raízes históricas do povo.


2. Os efeitos morais. Durante o breve espaço de tempo em que Neemias esteve na Corte, em Susã, Tobias investiu com seu espírito malicioso e conseguiu entronizar-se numa das câmaras do templo. Todavia, com o retorno do líder, o intruso foi expulso (Ne 13.4-9) e o exemplo serviu para soerguer a vida moral dos judeus, já que outras medidas saneadoras foram também tomadas.


3. Os efeitos espirituais. Todavia, os efeitos mais profundos se verificaram na vida espiritual, isto porque a reforma religiosa tão pretendida por Esdras, alcançou o seu ápice sob a liderança de Neemias. O povo foi chamado ao arrependimento, as festas previstas no Pentateuco foram restauradas e um novo sopro do Espírito veio sobre aqueles corações endurecidos.


CONCLUSÃO


Um dos principais motivos pelos quais havia crise entre os judeus foi removido! Os muros foram reconstruídos! Ver Ne 6.15,16 -- Que exemplo nos deixou o apóstolo Paulo! Sua liderança não foi estabelecida por homem algum, mas por Deus. Portanto, ele sabia que no Reino de Deus só há uma alternativa para aqueles que amam a Cristo e a sua Igreja: servir, servir e servir. Não foi exatamente isso que fez o Senhor durante o seu ministério terreno? Por que agiríamos de forma diferente?


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus


Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS



BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1984

boladenevegoiania.com.br

Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato

(HORTON, S. M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e suas Soluções. RJ: CPAD, 2003, pp.240-41)
(GETZ, G. A. Pastores e Líderes: O Plano de Deus Para a Liderança da Igreja. RJ: CPAD, 2004, pp.105-6)



LIÇÕES DA LIDERANÇA DE NEEMIAS


LIÇÕES DA LIDERANÇA DE NEEMIAS


E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns 
dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. (Ne 1.4)


A igreja do século 21 necessita de líderes autênticos que se J’i dediquem com afinco na obra do Senhor. Pode parecer sem sentido, em pleno século 21, buscarmos inspiração na liderança de um homem que viveu quase quinhentos anos antes de Cristo, mas a Igreja do Senhor Jesus, que se constitui dos que o aceitaram como Salvador carece de modelos autênticos de liderança pautados nos princípios da sua Palavra. Neemias, então, é um dos grandes exemplos para os nossos dias. Neste capítulo apresentamos um resumo da sua liderança com base nos textos já comentados.


A ciência da administração oferece subsídios que podem ser aplicados à liderança eclesiástica. Sem cair no tecnicismo, é possível examinar o que há de interessante nos compêndios de administração. Mas é na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que os líderes devem buscar a inspiração para exercer sua gestão à frente das igrejas locais. Muitos modelos de igreja têm sido formulados e divulgados em publicações e editoriais em todos os lugares. E vários desses modelos não passam de modismos que surgem, mas que em poucos anos não se ouve mais falar neles. Quando se examinam tais propostas dc organização de igrejas, verifica-se que não passam de tentativas de apresentar algo inédito no que diz respeito à administração eclesiástica.


Contudo, verificando as páginas da Bíblia, observamos modelos especiais de liderança que servem de referência para os que desejam conduzir a igreja local conforme a vontade de Deus. O livro de Neemias é um desses exemplos de administração que podem e devem ser valorizados. Não obstante tratar-se de uma experiência de liderança desenvolvida há tantos séculos, contém princípios e orientações de grande valor para os líderes atuais.


Deus sempre Tem alguém para Usar


Neemias era um desconhecido. De acordo com alguns padrões estabelecidos, somente as pessoas que estão em evidência podem ser usadas por Deus. Contudo, segundo os mandamentos bíblicos, Deus usa quem se coloca a sua disposição. Quando quer, chama alguém que não tem relevância aos olhos dos homens. Ainda que o cargo de copeiro, exercido por Neemias, fosse de alta confiança, sua ação restringia-se às paredes do palácio. Entretanto, por causa de seu caráter e relacionamento com Deus, foi chamado de forma especial para uma grande missão.


Ele era desconhecido para os homens, incluindo seus compatriotas que se achavam em Jerusalém sofrendo os resultados da grande crise que se abatera sobre eles. Mas não era desconhecido de Deus.
Diz o salmista: “Quem é como o Senhor, nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver o que está nos céus e na terra; que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado, para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo” (SI 113.5-8).


Ester era uma desconhecida. O rei Assuero, da Pérsia, tomado de um acesso de vaidade, resolveu exibir os dotes fisicos e a beleza de sua esposa, Vasti, perante os convidados na festa nacional celebrada com pompas e luxo. Como sua esposa recusou-se a desfilar como uma “miss”, foi destituída do trono. Para seu lugar foi determinado que se convocassem as mais belas moças do reino. Provavelmente, entre as “beldades” convocadas havia jovens ricas e de elevado nível de instrução. Entretanto, Deus entrou cm ação e fez com que uma jovem simples, órfã, criada por um primo, fosse a escolhida pelo rei. A jovem Ester, ou Hadassa, foi usada por Deus não apenas para ser rainha (Et 2.17), mas para ser instrumento em suas mãos a fim de livrar o seu povo da destruição.


Davi era um simples pastor de ovelhas. Quando o rei Saul perdeu a bênção de Deus em sua vida por ter desobedecido ao profeta Samuel, Deus determinou que o profeta fosse a Belém escolher um substituto para o desviado monarca. “Então, disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei” (1 Sm 16.1). Quem seria o escolhido? Abinadabe? Samá? O que tivesse uma boa aparência?


Não. O escolhido foi o jovem Davi, o filho mais novo de Jessé, que cuidava das ovelhas de seu pai. Não era conhecido entre seus concidadãos. Sua vida era apascentar ovelhas nas campinas verdejantes, às margens de fontes de água, cuidando do rebanho de seu pai. Mas Deus pôs os olhos nele e o escolheu para ser um dos maiores reis de Israel. “Então, mandou em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblante, e de boa presença). E disse o Senhor:
Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é. Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Então, Sa muel se levantou e se tornou a Ramá” (1 Sm 16.13).


Poderíamos também discorrer sobre José, o filho de Jacó. Odiado pelos irmãos, vendido a desconhecidos, caluniado por uma mulher ímpia e lançado no cárcere, contudo exaltado por Deus para ser o governador do Egito e salvar o seu povo da fome. Por que não falar de Elias, que imaginou ser o único sobrevivente, mas Deus tinha sete mil para fazer sua obra? Falaríamos também de Elizeu, Amós, Obadias, Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos que foram homens simples, mas com qualidades que agradavam a Deus. Esses exemplos nos mostram que quando Deus decide usar alguém Ele não precisa de “pistolão” ou ser famoso. Para Deus o que de fato importa é disponibilidade do indivíduo, como já foi dito anteriormente.


Neemias um Líder Íntegro


Ele tinha integridade espiritual. Antes de tomar qualquer decisão, ele buscava a Deus em oração. “E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (Ne 1.4). Ele teve sensibilidade ao saber da realidade em que se encontrava seu povo. Ao tomar conhecimento da triste situação em que se encontrava Jerusalém, ele não permaneceu como estava, como se nada estivesse acontecendo. Ele tomou uma atitude, que revela sentimento de interesse sincero e amor por seu povo.


Assentei-me e chorei, e lamentei.” Neemias não tinha a cultura machista do mundo ocidental que alardeia que “homem não chora”. Ele interrompeu o que estava fazendo e aguardou o momento adequado, e assentou-se tomado de intensa emoção. Chorou e lamentou a situação de seu povo. Não será isso o que está faltando em nossos dias? Homens de Deus que chorem e lamentem diante da situação trágica do nosso povo? Quando falamos “nosso povo”, referimo-nos à Igreja de Cristo em todo o mundo. O que estamos fazendo como líderes? Estamos chorando e lamentando pela Igreja? Em termos gerais, parece que não.


Ele tinha integridade moral. Dizem que três coisas podem derrubar os líderes: dinheiro, sexo e poder. Ao observarmos a história e as experiências de Neemias como líder, não vemos qualquer referência que desabone sua conduta.


1) Na área do dinheiro. Não obstante ter administrado recursos financeiros e patrimoniais na reconstrução dos muros de Jerusalém, não usou indevidamente das contribuições. Não foi desonesto, nem desviou recursos destinados à obra do Senhor para proveito pessoal. Quando percebeu os desmandos cometidos por administradores da obra, Neemias protestou: “Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura, não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos? Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro, lhes temos dado dinheiro e trigo.


Deixemos este ganho. Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles. Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra” (Ne 5.9-12). Silva acentua o caráter de Neemias como um líder exemplar: “Neemias não deixou que nenhuma tentação material, como a de fazer investimentos em terrenos, que lhe poderiam render boas rendas e dividendos, o desviasse de sua meta que era a tarefa de reconstruir o muro. Para isso Deus o houvera chamado e por isso ele teria que responder diante de Deus”.’


2) Na área do sexo. À medida que lemos o livro de Neemias, não o vemos envolvido em relacionamentos ilícitos. Era comum os líderes buscarem muitas mulheres para si, pois a cultura da época permitia que o líder possuísse várias esposas e também concubinas, que lhe atendiam a qualquer hora em suas necessidades sexuais. Davi teve esposas e concubinas. Salomão perdeu-se ao formar um harém jamais visto na história de Israel. Contudo, Neemias soube portar-se como um verdadeiro líder, não se deixou levar pelos instintos carnais buscando aproveitar-se dos prazeres do sexo. Hoje conhecemos dezenas de casos de líderes cristãos que se envolveram em escândalos sexuais corrompendo até menores de idade.


3) Na área do poder humano. Uma vez alguém declarou: “Quer saber quem é o homem? Dê-lhe poder”. A experiência geral parece confirmar essa ideia. Há pessoas que quando são simples congregados ou membros comportam-se de forma ética, respeitosa e séria. Entretanto, ao assumirem um cargo na administração da igreja local, mudam completamente. Muitos se esquecem dos princípios bíblicos e se corrompem. Determinado líder de uma grande igreja passou a usar o dinheiro dos dízimos e das ofertas para proveito próprio. Adquiriu terrenos, casa, postos de gasolina, moeda estrangeira, veículos, e registrou-os em seu nome. Contudo, esse mesmo homem era radical com a questão dos costumes. Disciplinava os seus membros, sobretudo os jovens, por qualquer deslize, mas era um corrupto. No entanto, Deus o fez cair do “trono”.


Neemias soube administrar o poder que lhe f’ora conferido por Deus para ser o líder da restauração dos muros da Cidade Santa. Neemias não se corrompeu. Lord Acton, historiador católico, fez a seguinte declaração: “O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”. A história, portanto, confirma esse pensamento, pois grandes ditadores e líderes tornaram-se corruptos.


Neemias foi um exemplo de integridade no período em que administrou a reconstrução dos muros: “Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte até ao ano trinta e dois do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão do governador. Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata; ainda também os seus moços dominavam sobre o povo; porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus” (Ne 5.14,15 —grifo nosso).


Eis a razão por que um homem de Deus não se corrompe no uso do seu cargo ou função: “Por causa do temor de Deus”. Se não houver esse temor, será grande a probabilidade da corrupção administrativa ou moral no desenvolvimento das funções eclesiásticas ou administrativas. Que Deus nos guarde desse péssimo exemplo.


4) Lição para os líderes de hoje. Com o crescimento dos evangélicos, grande parte dos líderes está comemorando. Entretanto, grandes ministérios parecem não se importar com os muros da moral e da ética arruinados. As portas espirituais estão queimadas em função do ecumenismo; o satanismo, por exemplo, tem boa aceitação nas altas esferas da sociedade.


A corrupção está presente em todos os poderes do país. A prostituição e o homossexualismo já estão banalizados, isto é, as pessoas agem e reagem como se essas práticas fossem normais. Escândalos praticados por líderes evangélicos são divulgados, e nós não choramos e nem lamentamos diante de Deus. Ainda que pareça um jargão, podemos dizer que chorar é preciso! O profeta Joel também teve que chorar e exortar os sacerdotes de seu tempo por causa da calamidade espiritual de seu povo: “Cingivos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai, vestidos de panos de sacos, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a oferta de manjares e a libação cortadas foram da Casa de vosso Deus” (Jl 1.13).


Neemias valorizava a vida devocional. É de fundamental importância que o líder reserve em sua agenda momentos para o cultivo de sua vida devocionai, pois dessa forma estreita sua comunhão com Deus. Neemias era um líder que cuidava da sua vida secular, mas também zelava por sua vida espiritual.


1) A oração. “E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (Ne 1.4). Neemias sabia onde buscar o socorro ante os desafios da liderança. Há obreiros que são excelentes pregadores, ótimos cantores, mas são descuidados quanto à vida de oração. A oração é a base da vida ministerial ao lado da leitura bíblica.


O obreiro precisa orar todos os dias. Começar um dia de trabalho sem oração é correr um grande risco de enfrentar situações dificeis sem encontrar a solução para os elas. O exercício diário da oração é um reforço maravilhoso para a dinamização da igreja local. Há um ditado proferido nos púlpitos que declara: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”. A oração é a chave que abre as portas do sobrenatural quando o líder está buscando a unção do Espírito Santo. Neemias era homem de oração. Davi orava três vezes ao dia (Sl 55.17); Daniel orava três vezes ao dia (Dn 6.10); Jesus orava diariamente (Mt 26.44a).


O salmista também tinha o costume de começar o dia orando e vigiando. Um hino antigo diz: “Bem de manhã, embora o céu sereno pareça o dia a calma anunciar, vigia e ora o coração pequeno, que um temporal pode abrigar”. Segundo o Pr. David Young Cho, pastor da maior igreja pentecostal, o segredo para uma boa liderança está na oração, se possível, feita mais de uma vez ao dia. O obreiro que ora tem ao seu dispor a energia e o poder de Deus para desenvolver seu ministério.


2) O estudo da Bíblia Sagrada. No sétimo mês do ano, Neemias reuniu o povo, na praça principal da cidade, para ouvir a leitura da Palavra de Deus (Ne 8.1). “E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês. E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3).


Neemias era homem de Deus dedicado à leitura e ao estudo da lei, por isso, estava entre os que ensinavam o povo a Palavra de Deus. Após a reconstrução dos muros ele percebeu que precisava reconstruir a vida espiritual do povo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.8,9 — grifo nosso). Neemias era o tirsala, ou seja, o governador da cidade. Seu tempo era ocupado nas atividades administrativas, legais e sociais. Mas ele não se descuidava do cuidado com a Palavra de Deus. Para ensinar, ele gastava horas lendo e estudando a Palavra do Senhor.


3) Lição para os obreiros de hoje. Assim como Neemias, o obreiro precisa ler e estudar a Bíblia diariamente para que tenha o que transmitir à igreja. Os dias são maus, por isso há muitos motivos para que o obreiro dedique-se mais ao estudo da Palavra de Deus.


Meditação: O salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de Deus: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (SI 119.97). “Antecipei-me à alva da manhã e clamei; esperei na tua palavra” (Si 119.147). Thomas E. Trask: “Todos os dias, das cinco às sete da manhã, estudo a Bíblia e oro” (Trask, p. 17).


Prevenção: É necessário ter a palavra no coração para não pecar
(SI 119.11).


Consolo: “Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou” (Si 119.50).


Direção divina: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105).


Ordenamento ministerial: “Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniquidade alguma” (Sl 119.133).


Espelhando-se em Neemias, o obreiro que lê a Bíblia diariamente toma-se sábio para dirigir o rebanho que lhe confiou o supremo Pastor.


O Obreiro e a Santificação


A vida espiritual do obreiro requer santificação, pois ela é condição indispensável para chegar-se a Deus. Sem santificação ninguém verá o Senhor(Hb 12.14). Já vimos, no estudo do livro de Neemias, que ele era homem íntegro diante de Deus e do povo. A integridade é componente indispensável à santificação.


A santificação pessoal. Talvez seja uma das exigências que dê mais trabalho para ser alcançada. Normalmente, os obreiros envolvem-se tanto com as tarefas eclesiásticas e ministeriais que se esquecem de cuidar da sua própria alma, e isso é um grande perigo. Para santificação pessoal, o obreiro precisa considerar algumas coisas:


1) Apresentando-se a Deus. Antes de apresentar-se à igreja, às pessoas, o obreiro precisa ter consciência de que deve apresentar-se a Deus, e a Bíblia nos diz como devemos fazê-lo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade” (2 Tm 2.15).


2) O cuidado de si mesmo. “Tem cuidado de ti mesmo, e da doutrina...” (1 Tm 4.16). Esse versículo enfatiza dois aspectos importantes na vida do obreiro. Primeiro, o cuidado de si mesmo. Segundo, o cuidado com a doutrina. Esses dois cuidados precisam andar juntos, um não pode ser bem-sucedido sem o outro. O cuidado de si mesmo pode ser visto de modo abrangente. O obreiro precisa cuidar de sua vida espiritual, moral, social, familiar e financeira. O cuidado com a doutrina refere-se ao zelo na ministração da Palavra e pelo fiel cumprimento da doutrina do Senhor. Para alcançar esse objetivo (esse cuidado), faz-se necessário que o obreiro seja disciplinado consigo e zeloso.


Como ter a santificação. O líder precisa desenvolver a santificação, que é o processo para alcançar a santidade. De acordo com a Bíblia, podemos anotar alguns cuidados a serem observados:


l) Andar em espírito (Gi 5.16,17);
2) Não deixar o pecado reinar em nosso corpo (Rm 6.12;
1 Ts 4.3);
3) Mortificar as obras do corpo (Rm 8.13);
4) Apresentar o corpo em sacrificio vivo e agradável a Deus (Rm 12.1);
5) Glorificar a Deus no corpo (1 Co 6.19,20).
6) Conservar o corpo irrepreensível para a vinda do Senhor (1 Ts 5.23).


O apóstolo Paulo declara: “Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação (Rm 6.19). “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (1 Ts 4.7).


A santificação no ministério. O ministério pastoral é um dos maiores desafios na vida de um homem. É glorioso e espinhoso ao mesmo tempo. É agradável e pesado, de igual modo. Somos obreiros “chamados” e “separados” por Deus (Rrn 1.5,6) para uma obra que muitos desejam, mas poucos possuem as características exigidas por Deus. Dentre essas características, a santidade aparece em destaque como condição indispensável para a realização da missão.


O grande problema do ministério é que o obreiro é um “vaso de barro” que pode se quebrar a qualquer momento, e que contém dentro dele um “tesouro” que lhe é entregue por Deus “para que a excelência do poder seja de Deus”, não do obreiro (cf. 2 Co 4.7). Para que “o vaso” (o obreiro) não se rache e não se quebre, é necessário que haja um exercício contínuo e permanente de santificação. É o cuidado de si mesmo e da doutrina (cf. 1 Tm 4.16).



O adversário do ministério, o Diabo, está de plantão 24 horas por dia tentando derrotar obreiros, ministros e pastores. A santificação do ministério exige do obreiro a crucificação com Cristo, e isso implica a crucificação do eu, de forma que tudo o que fazemos na igreja seja colocado em sacrificio santo e agradável a Deus no altar do serviço ao Senhor. A santificação do ministério pode ser vista sob alguns ângulos das tarefas pastorais:


A santificação do ministério da palavra. Certamente, a missão do pastor é mais desenvolvida através da transmissão da Palavra, da mensagem propriamente dita, para a igreja. Um obreiro, pastor ou líder, à frente do trabalho, precisa ter mensagens para transmitir ao rebanho. A verdadeira mensagem é aquela que vem de cima, que flui do Espírito de Deus para o espírito do mensageiro, e passa para a igreja, com unção e graça, de modo que todos são tocados pelo poder de Deus, transbordando em amor, temor e alegria espiritual.


Esse tipo de mensagem só pode existir se o obreiro buscar a presença de Deus com oração e jejum. Certo pregador dizia que muitos lhe indagavam sobre o segredo de ter tanta unção para transmitir mensagens ao povo. Veja a sua resposta: “O segredo é que muitos oram cinco minutos para pregar uma hora; eu oro uma hora para pregar cinco minutos”.


Paulo, extraordinário pregador, não confiou em sua formação privilegiada aos pés de Gamaliel. Escrevendo aos coríntios, ele disse: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4).
Ele confiava na eloquência do poder, em vez de se firmar no poder da eloquência. O ministério da palavra é santificado por uma vida pessoal de devoção e adoração a Deus. Sem exageros, podemos dizer que o livro de Neemias é um verdadeiro manual de liderança para os que têm a tarefa de estar à frente de uma igreja ou de um departamento. As lições daquele homem de Deus são válidas para a administração eclesiástica nos nossos dias, em que os desafios são cada vez maiores e mais dificeis de serem confrontados. Contudo, com a graça de Deus e a unção do Espírito Santo, é possível alcançarmos os objetivos da obra do Senhor seguindo os padrões de liderança que emanam de sua Palavra.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato