29 de março de 2010

Jeremias, o Profeta da Esperança.

Jeremias, o Profeta da Esperança.

Texto Áureo

“Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, iras; e tudo quanto te mandar dirás”. (Jr 1.7)

Introdução

O livro do profeta Jeremias é um dos mais comoventes de toda a história bíblica. A história de vida deste homem de Deus e muito peculiar e original. Diante de uma nação corrompida pelo pecado, e preste a ser destruída, Jeremias alçou sua voz para levar aquele povo ao arrependimento. Ao estudarmos o seu livro, veremos o grande sofrimento do profeta, pois ao proclamar os juízos divinos, presenciou grande parte daquilo que ele havia vaticinado. Jeremias sente a dor de ser o mensageiro do SENHOR, num dos períodos mais crítico da história de Israel. Conhecido como o profeta das lágrimas, neste trimestre, teremos a oportunidades de aprender as mais ricas e preciosas lições para nossa vida.

I - Uma escolha divina.

Jeremias se considerava ainda muito “pequeno” para a obra do SENHOR quando disse: eu não posso, sou apenas um “menino”. Muitos homens na história da bíblica que por escolhas divinas sempre estiveram nos projetos do nosso Deus. Para o SENHOR a condição da escolha de um menino, como o profeta se posicionava diante de Deus, pouco importava para a Ele, o que realmente estava em evidência era a necessidade de uma obra que só ele Jeremias teria condição de realizar. “Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares(Jr 1.10).

Jeremias pertencia a uma família de sacerdote, nascido em uma pequena cidade de Anatote, cidade dos territórios de Benjamim, que foi dada aos levitas (Js 21.18). Situada próximo de Jerusalém, foi o lugar preparado pelo SENHOR para o nascimento de um dos maiores profetas do antigo testamento. Conhecido como o profeta das lagrimas, ele não mediu esforços para que a verdadeira palavra do SENHOR fosse pregada em meio a uma nação corrompida e contaminada pelo pecado, “aonde quer que eu te enviar, iras; e tudo quanto te mandar dirás.” (vers. 7)

II - Jeremias e seu chamado.

A difícil aceitação daquela responsabilidade por parte do profeta; “Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino (vers.6). Expressava pelo menos duas necessidades do profeta, primeira; a falta de idade por ser ainda muito jovem, mas a idade precoce do profeta não era um empecilho a obra que lhe estava proposta. Quando o apóstolo Paulo exorta a Timóteo em sua primeira carta, ele diz: “ninguém despreze a sua mocidade; mas se o exemplo mas se o exemplo dos fiéis( I Tm 4.12a). Este era o desejo de Paulo, que todos ouvissem aquele que estava sobre a igreja. Desta forma Timóteo deveria estar atento ao seu chamado e a sua responsabilidade para com a igreja ( I Tm 4.14) . A segunda necessidade de Jeremias seria a falta de experiência para o cargo que o SENHOR estava lhe ordenando. Sim, porque a ordenação do SENHOR, era para toda a sua vida, e a partir daquele momento Deus estava lhe ordenando a maior responsabilidade que um servo pode ter, que é justamente ser o agente transmissor da palavra do SENHOR para homens.

Quando Deus chamou os homens para sua obra, destes os tempos bíblicos mais remotos, observarmos que a resposta de Jeremias é parecida com algumas outras encontradas na Bíblia. Quando lemos sobre Moisés; “Então disse Moisés ao SENHOR: Ah, meu Senhor! eu não sou homem eloqüente, nem de ontem nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua (Ex 4.10).

O SENHOR sabia exatamente a necessidade de Israel, naquele momento histórico, e na sua presciência o SENHOR sabia que Moisés seria o responsável por aquela obra e não outra pessoa. Mesmo com insistência negativa de Moisés, Deus queria que este fosse o líder maior daquela nação na saída do Egito. Outras expressões nos parecem ainda mais familiar em outros textos bíblicos como: Ai de mim, pois estou perdido (Isaías), ou como disse Gideão: “Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai (Jz 6.15). Mas o nosso Deus tem sempre uma resposta à altura dos que muitas vezes querem escuzar-se dos trabalhos divinos. Observemos a resposta dada pelo SENHOR a Josué; “Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares” ( Js 1.9). Portanto, para chamada divina está implícita a normativa divina da escolha, o homem pode até deixar de fazer a vontade de Deus, mas isto trás um grande prejuízo para sua vida. (Jn 1.1,6)

III O Deus que escolhe é o mesmo que capacita.

Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta (vers.5)

O mover de Deus é tão poderoso na vida daqueles que ele escolhe que não sobram opções para rejeitar a sua vontade. O nosso Deus tem poder para mudar a vida do mais terrível entre todos os homens e pela sua imensa misericórdia acontece o milagre. Sobre a vida de Paulo no início de sua conversão; “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.16). O que perseguia, agora estava na linha de fogo, os mesmos que o apoiavam em suas perseguições, se tornaram contra ele. Será que estamos dispostos a dizer o que o profeta Isaias disse ao SENHOR: Eis- me aqui, envia- me a mim? (Is 6.8).

As escolhas de Deus são sempre perfeitas, pois o SENHOR não vê como o homem vê. Dentro desta perspectiva divina, ao olharmos para aquele jovem profeta ele encontraria muitas dificuldades, dentro da sua própria nação (vers. 8,19, pela qual o seu ministério seria rejeitado, mesmo sendo incumbido de falar a palavra do SENHOR. Se pelos homens havia a rejeição, Deus já o havia elegido.

Deus não iria escolher alguém que poderia falhar, mesmo sabendo das limitações humanas, o todo poderoso tinha a certeza, pela sua onisciência, que o profeta Jeremias se enquadrava perfeitamente dentro de seus planos. Portanto o estar na vontade de Deus é importante, por se estamos numa guerra espiritual, nada mais justo do que termos ao nosso lado o SENHOR dos Exércitos, ao passo que se nós permanecemos fiéis até o fim receberemos o que está proposto para os vencedores (Hb 3.14).

IV - A realidade vivida pelo profeta.

O ministério de Jeremias durou aproximadamente quarenta anos (626-586 a.C.). Neste período ocorreram os reinados de Josias, seus três filhos e seu neto. A mensagem de Jeremias foi sempre carregada de acusações contra os governantes do povo, a hipocrisia e a impiedade eram combatidas profeta. A palavra do SENHOR era contra os que impiamente governavam, conta o povo e também sobre os que sacrificavam; “Porque, eis que hoje te ponho por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze, contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra(Jr 1.18).

O ministério de Jeremias foi longo, desde 625 a.C até poucos anos que Judá deixou de existir como estado, em 586 a.C. A apostasia religiosa existente no tempo de Josias (621-607 a.C), a qual Jeremias combateu com todas as suas forças tentando uma reforma religiosa no interior do coração e não apenas no exterior. Mas ele percebeu desde cedo que tanto esforço não estava surtindo efeito.

Segundo a tradição histórica após a batalha de Carquemis, (605 a.C) e isto após dois anos a morte de Josias, o poderoso império Babilônico estabeleceu o controle em toda Ásia Ocidental. Desde então Jeremias advogava submissão à Babilônia. Os últimos quatros reis de Judá, levaram o povo a uma apostasia religiosa de vinte e um anos. O ministério do profeta encontrou grande resistência dentro dos muros de Jerusalém, devido ao fracasso do povo em ouvir a palavra do SENHOR. O povo pagou caro pela sua desobediência; E eu pronunciarei contra eles os meus juízos, por causa de toda a sua malícia; pois me deixaram, e queimaram incenso a deuses estranhos, e se encurvaram diante das obras das suas mãos(Jr 1.16).

Jeremias foi chamado a exercer o cargo profético cerca de 70 anos depois da morte de Isaias. E interessante lembrar que Sofonias e Zedequias eram contemporâneos de Jeremias na primeira parte do seu ministério e Daniel na última parte. Jeremias profetizou antes e durante o período do exílio, e por estar tão próximo ao povo, podemos observar que no decorrer de seu livro percebe-se a angustia do profeta, que via povo sendo consumido pela ira divina. (Jr 20.4)

Conclusão

O maior desafio de um mensageiro do SENHOR é observar que todo o seu trabalho pode não ter um resultado satisfatório. Para a população de Judá só havia uma saída, se converter de seus maus caminhos, mas o profeta sabendo de todas as maldades daquele povo tentou de todas as maneiras possíveis (Jr. 7.13) conduzir-los ao arrependimento. Diante de todas as suas dificuldades ele nunca desistiu de falar abertamente a palavra verdadeira do SENHOR. t

Presb. Juarez Alves

Assembléia de Deus Ministério do Belém - Parque Nova Dourados.

Dourados MS.

27 de março de 2010

INTRODUÇÃO A JEREMIAS

Introdução - Jeremias

Nenhum profeta no Antigo Testamento tem sido tão mal entendido quanto Jeremias. Por séculos ele tem sido conhecido como o homem do rosto triste e dos olhos chorosos. Muitos acham que ele era um indivíduo temperamental e neurótico, uma pessoa desajustada de sua época, um pregador grosseiro que deveria ter desenvolvido uma abordagem psicológica melhor para os problemas do seu tempo. Mas esse tipo de conclusão acerca do profeta somente pode vir de uma leitura superficial do livro,’ e de uma compreensão inadequada da vida e época de Jeremias. Na verdade, quando esse chamado “profeta chorão” é entendido da perspectiva correta, ele desponta como o grande profeta da esperança.

Na realidade, Jeremias tinha uma imensa força interior para continuar nutrindo esperança apesar das adversidades, muito além de qualquer profeta do Antigo Testamento. Embora tivesse a tarefa desagradável de reunir, em um novo compêndio, as advertências de todos os seus predecessores e anunciar a destruição certa e final da sua amada nação, ele conseguia ver; com os olhos da fé, um dia novo e melhor após o julgamento amedrontador. Quando tudo ao seu redor estava escuro como a meia-noite, ele convenceu-se de que havia luz mais adiante. Mesmo diante das profundezas da tristeza tormentosa, seus olhos conseguiam enxergar um horizonte distante onde haveria uma nova aliança e uma nova era.

E verdade que com sua mensagem sombria e pessimista e seus próprios conflitos interiores, ele não era exatamente uma figura atraente. Pessoas que são altamente confiantes em si mesmas e que adoram “o deus do sucesso imediato” só conseguem desprezar pessoas como Jeremias. Essas pessoas, no entanto, apenas mostram sua superficialidade e imaturidade, porque os séculos têm estado ao lado de Jeremias. Ele hoje é conhecido como a maior personalidade da sua época. Pode ter levado tempo para receber o devido valor, “mas seu reconhecimento final é amplo e total”.

A PERSONALIDADE DO PROFETA

Humanamente falando, ao analisar o temperamento e disposição de Jeremias, nenhum homem era menos preparado para essa tarefa do que ele. Somente um Deus que “olha o coração” poderia ter escolhido esse estranho, sensível, tímido e introspectivo jovem para cumprir a gigantesca tarefa de ser “um profeta para as nações”. Isso se tomou verdade principalmente nas últimas décadas do sétimo e nos primeiros anos do sexto século antes de Cristo. Esse foi um período de desarticulação, convulsão política e mudanças para as nações do Oriente Médio. Gentil e compassivo, Jeremias, que amava as coisas simples da vida, foi lançado no redemoinho desses acontecimentos nacionais e internacionais, contra suas convicções e desejos pessoais.

Por natureza ele era muito mais um seguidor do que um líder. Devido a sua natureza meiga e afetuosa tinha muita dificuldade em denunciar o pecado da maneira enérgica e implacável que sua comissão requeria. E precisamente nessas questões que uma tensão quase insuportável desenvolveu-se no seu interior. Ele foi tão completamente humano e amoroso por natureza, e as exigências do seu chamado eram tão inflexíveis, que “suas emoções estavam em constante conflito com sua vocação e seu coração lutava com sua cabeça”. Isso produziu um conflito interior que se estendeu por anos. A intensidade dos seus sofrimentos é refletida em uma série de passagens conhecidas como as “Confissões de Jeremias” (11.18-23; 12.1-6; 15.10-21; 17.14-18; 18.18-23; 20.7-18).

Um dos maiores valores do livro é que Jeremias nos permite ver as suas lutas interiores, a extensão das suas emoções, à medida que busca levar a cabo uma tarefa que corta seu coração. Para seus inimigos e o público em geral ele parece inflexível e exageradamente teimoso. Mas Jeremias compartilha conosco seus pensamentos e sentimentos mais íntimos. Sabemos mais a respeito dele do que de qualquer outro profeta do Antigo Testamento. Nós o vemos nos momentos mais tristes e desesperadores da sua vida, mas também nos seus momentos de exultação e esperança. As oscilações da sua vida emocional podem se tornar doloridas para o leitor, bem como alegres, visto que ele não hesita em expressar cada pensamento que desponta na superfície. Mas é a expressão desinibida dos seus sentimentos que nos intriga. Jeremias mostra exatamente quem ele é. Temos, portanto, o privilégio de ver um jovem imaturo desenvolver-se em um gigante espiritual.

Seu desprazer em anunciar notícias negativas pode ser visto por toda parte, mas seu senso de vocação o impele a continuar profetizando mesmo contra sua vontade (20.9). Embora tenha sido “separado” para um ofício sagrado de uma maneira singular, e tenha recebido a promessa de Deus de que seria como uma coluna de ferro e muros de bronze contra seus inimigos (1.18), seu tenro coração continuava tão despreparado diante daquilo que saiu do “pacote desconhecido” que ele em diversas oportunidades chegou a ponto de esmorecer.

Embora fosse usado de maneira poderosa e abençoado por Deus, ele era humano e precisava trabalhar essas questões em seu interior e orar até que encontrasse descanso para sua alma. Seu espírito sensível erguia sua voz no meio da sua tristeza, e ele não hesitava em queixar-se a Deus da situação desesperadora na qual Ele o havia colocado. Não há pretexto nem fingimento nesse homem. Ele não esconde nada: dor é dor, tristeza é tristeza, a perplexidade e a pressão são horripilantemente reais, e ele não hesita em anunciar a verdade, doa a quem doer. Pode-se dizer dele o que foi dito acerca de Outro, embora de uma maneira diferente: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.8).

No entanto, são essas lutas interiores que fazem com que muitas pessoas se afastem de Jeremias. Elas querem um herói que nunca duvida de si mesmo, que não tem conflitos interiores, que está sempre confiante, e é constantemente bem- sucedido. Mas nem mesmo nosso Senhor conseguiu satisfazer essas exigências, porque precisou passar noites inteiras em oração, ficou profundamente angustiado no Getsêmani e foi considerado um completo fracasso de acordo com parâmetros humanos de sucesso. Mas, se “coragem é medo expressado em oração”, então Jeremias foi um dos homens mais corajosos de todos os tempos. Ele merece nossa mais alta admiração. Certamente, Jeremias também foi um “homem de dores, experimentado nos trabalhos”. Ele apresenta diversos aspectos do Servo Sofredor (Is 53), cujo ministério e missão são tão perfeitamente retratados na vida do nosso Senhor. Não é de admirar que quando os homens conheceram a Jesus, pensaram que ele era Jeremias (Mt 16.14).

A VIDA A E A ÉPOCA DE JEREMIAS

Sabemos muito pouco acerca da procedência de Jeremias. O prefácio do livro (1.1-3) diz que ele nasceu em Anatote e que o nome de seu pai era Hilquias. Anatote é uma vila que fica a cerca de 4 quilômetros a nordeste de Jerusalém (a atual Anata), dentro do território de Benjamim. Parece ter sido uma cidade levita dos tempos de Josué (Js 2 1.18) e também a casa de Abiatar, o sumo sacerdote nos tempos de Davi (veja comentários acerca de 1.1-3; também 1 Rs 2.26). Visto que o prefácio deixa bem claro que Jeremias era um “dos sacerdotes que estavam em Anatote”, podemos aceitar com segurança que era da família de Abiatar. Não podemos precisar a data do nascimento de Jeremias, mas ele deve ter nascido entre 650 e 645 a.C., nos últimos anos do reinado de Manassés (697- 642 a.C.). Ele recebeu seu chamado no décimo terceiro ano do reinado de Josias (c. 626), e visto que o rei foi entronizado quando ele tinha oito anos, Josias e Jeremias podem ter tido a mesma idade.

Grandes acontecimentos estavam ocorrendo no cenário internacional durante a vida de Jeremias. O império da Assíria alcançou seu apogeu e declínio nos primeiros anos de Jeremias. Assurbanipal, o último grande rei da Assíria, morreu em 626 a.C. (o ano em que Jeremias recebeu seu chamado) e depois disso o império deteriorou-se rapidamente. Enfraquecida pelas guerras e problemas internos, a Assíria foi incapaz de resistir aos ataques furiosos dos cimérios e citas que atacaram as fronteiras do norte e oeste, tampouco resistiu aos avanços brutais dos caldeus e medos ao suL e leste. Quando um exército unificado dos medos e caldeus, liderado por Nabucodonosor, rei da Babilônia, cercou a capital Nínive, em 612 a.C., essa cidade orgulhosa caiu e houve uma matança terrível.

Quando Nínive caiu, alguns dos lideres assírios fugiram para o oeste, para Harã, e procuraram reorganizar o remanescente do exército assírio. Ao mesmo tempo esses líderes procuraram uma aliança com o faraó Neco do Egito. Neco atendeu ao pedido deles e marchou com seu exército pela costa palestina (derrotando Josias, rei de Judá, em Megido, no meio do caminho) para se unir aos assírios.

Entrementes, o reino caldeu, sob o comando do rei Nabopolassar, continuava crescendo em força no leste. Ele começou a mover-se lentamente para o oeste, conquistando tudo que tinha estado debaixo do controle assírio. Era inevitável que a aliança assírio- egípcia encontraria os exércitos caldeus para decidir quem dominaria a Asia. A essa altura, Nabucodonosor, o jovem príncipe da Babilônia, tinha substituído seu pai enfermo, e estava no comando das forças dos caldeus. Depois de meses de manobras na parte superior do Eufrates, uma das batalhas mais decisivas do mundo antigo foi realizada em Carquemis (606-605 a.C.). A aliança assírio-egípcia foi despedaçada, sem esperança de se recuperar. O faraó Neco voltou cabisbaixo para o Egito diante da vergonhosa derrota, e a Assíria caiu para não mais se levantar. A Babilônia era agora a força dominante do Oriente Médio. As repercussões de Carquemis foram sentidas em todo o Crescente Fértil, e especialmente no pequeno reino de Judá, onde Jeremias estava profetizando.

Em Judá, Josias subiu ao trono em 639 a.C. Seu reino substituiu o longo e perverso domínio (55 anos) do rei Manassés, seu avô, e os dois anos do seu pai Amom. Durante os quase 60 anos que haviam precedido Josias, a idolatria e a adoração pagã tinham prosperado em Judá. Manassés havia importado muitas das práticas religiosas da Assíria e das nações vizinhas. Rituais de fertilidade com suas práticas de prostituição cultual eram tolerados nos arredores do Templo (2 Rs 23.4-7; Sf 1.4-6); sacrifícios a deidades astrais eram oferecidos nas ruas de Jerusalém (7.17-18). Mesmo sacrifícios humanos eram praticados na capital de Judá (7.31-32). A decadência religiosa era perceptível por toda parte em Judá, e o paganismo tornou-se tão misturado com a adoração ao Senhor que as pessoas comuns não podiam perceber a diferença. As linhas da verdadeira religião haviam se tornado embaçadas, o Templo fora dilapidado, e as massas de Judá tinham se tornado politeístas adorando Yahweh junto com os deuses dos seus senhores, os reis da Assíria. Essa é a situação que Josias encontrou quando subiu ao trono de Judá. Foi nesse tipo de ambiente que Jeremias foi chamado a profetizar, no décimo terceiro ano do reinado de Josias (c. 626 a.C.).

Embora nominalmente sob o domínio da Assíria, Josias parece ter tido uma liberdade mais ampla em relação ao controle assírio do que os reis que o precederam. Isso possivelmente ocorreu devido ao fato de esse império estar se esfacelando sob o peso de guerras debilitantes, linhas de suprimento estendidas além dos limites usuais, e uma série de problemas internos. Em todo o caso, Josias sentiu-se livre para remover alguns dos santuários que Manassés havia construído aos deuses assírios,5 e enfatizar a adoração ao Senhor (2 Cr 34.3-7).

E visto que o Templo se encontrava num estado caótico, ele ordenou que fosse restaurado. Foi, pois, em conexão com a restauração do Templo que ocorreu o maior acontecimento do reinado de Josias. No décimo oitavo ano do seu reinado, enquanto os trabalhadores estavam reparando a casa do Senhor, foi encontrada uma cópia do livro da lei (2 Rs 22.3-8).

O livro foi lido para o rei. Quando Josias ouviu falar das maldições que foram pronunciadas sobre a nação que não guardava essa lei, ele rasgou suas roupas em grande aflição, porque viu quão miseravelmente Judá havia falhado até aquele ponto. O rei procurou reparar a situação imediatamente, e então ocorreu o que conhecemos como “a reforma de Josias” (veja CBB, vol. 2, acerca de 2 Rs 22).

Jeremias havia profetizado por cinco anos quando a reforma foi instituída. Não somos informados se Jeremias teve alguma participação nessa reforma. Isso parece estranho, porque Jeremias certamente concordava em corrigir as injustiças sociais, os procedimentos comerciais corruptos e as práticas idólatras que a reforma expôs. No entanto, não há nenhuma indicação de que ele tenha tido uma participação proeminente na reforma. Paterson sugere que isso pode ter sido devido ao fato de Jeremias ainda ser muito jovem, ou ele ainda não ter sido reconhecido como profeta.

A opinião entre os estudiosos está dividida a esse respeito. Qualquer que seja a resposta, podemos estar certos de que Jeremias não foi indiferente em relação à reforma. Se ele, de fato, se envolveu, e 11.1-8 e 12.6 parecem indicar essa possibilidade, ele logo viu as suas imperfeições. Sua percepção espiritual penetrou no coração do problema de Judá. Ele viu que a conformidade religiosa exterior não era equivalente à regeneração de espírito. O arrependimento superficial não curaria a ferida da nação. Portanto, era necessária uma cirurgia de coração profunda e drástica7 para a saúde espiritual da nação (veja comentário acerca de 4.3-4). Essa foi a ênfase de Jeremias.

Claro que a nação exteriormente obedeceu às ordens de Josias, e, por um tempo, a adoração pagã foi interrompida em Judá. No entanto, todas as evidências apontam para o fato de que o povo, os sacerdotes e os profetas profissionais amavam os caminhos corruptos com os quais eles haviam se acostumado nos tempos de Manassés e Amom, e estavam apenas esperando por uma mudança na administração para voltar aos seus antigos caminhos. Essa oportunidade ocorreu quando o bom rei Josias foi morto na batalha de Megido pelo faraó Neco, do Egito.

O povo de Judá rapidamente escolheu Jeoacaz, um dos filhos de Josias, para suceder seu pai. Ele governou apenas três meses em Jerusalém quando o faraó Neco exigiu que ele aparecesse diante dele na Síria. Jeoacaz não ousou recusar essa ordem. Na entrevista, Neco evidentemente ficou muito descontente com o jovem rei, visto que o depôs e o enviou acorrentado para o Egito (2 Rs 23.33).

Em seu lugar empossou Jeoaquim (Eliaquim), outro filho de Josias, e o fez jurar lealdade ao Egito. Jeoaquim reinou onze anos em Jerusalém. Parece que ele tinha em mente se tornar um outro Salomão e fez grandiosos planos para ampliar seu reino, erguer grandes construções e aumentar seu próprio prestígio. Ele era simpatizante dos rituais pagãos, e desprezou Jeremias e tudo que ele defendia.

Foi no quarto ano de Jeoaquim que ocorreu a batalha de Carquemis.

Essa batalha acabou se tornando um ponto decisivo nos acontecimentos do Oriente Médio. Nabucodonosor conquistou para a Babilônia todas as terras previamente governadas pela Assíria e Egito (2 Rs 24.7). Embora não esteja absolutamente claro, há indicações de que, depois da batalha de Carquemis, Nabucodonosor tenha perseguido Neco até as “portas do Egito”. Enquanto estava na vizinhança parece ter exigido tributos e reféns a Jeoaquim como prova da submissão do rei à Babilônia.

Logo após a batalha de Carquemis, Nabucodonosor foi obrigado a voltar para o seu próprio país por causa da morte do seu pai, Nabopolassar, que ele sucedeu no trono da Babilônia. Por alguns anos ele foi incapaz de voltar ao ocidente. Durante esse período Jeoaquim quebrou seu juramento e buscou livrar-se do jugo babilônico. Depois de estabelecer seu governo na Babilônia, Nabucodonosor, em 599-598, dirigiu sua atenção às suas terras no ocidente. Ele tentou punir Jeoaquim por causa do seu espírito rebelde, e marchou contra Jerusalém.

Novamente, os fatos são obscuros. Não sabemos se Jeoaquim morreu dentro da cidade durante o cerco ou no acampamento babilônico. Lemos em 2 Crônicas 36.6 que ele foi amarrado com cadeias de ferro ao ser transportado, do para a Babilônia, mas não há indícios de que tenha conseguido chegar até lá. De acordo com 2 Reis 24.6 parece que ele morreu em Jerusalém. E da opinião desse escritor que ele morreu no acampamento dos babilônios devido aos maus tratos e ao abandono. Eles desonraram seu corpo e o jogaram em um monturo fora de Jerusalém (veja nota de rodapé em Jr 22.18-19 na KJV).

Durante o cerco, Joaquim, filho de Jeoaquim, sucedeu seu pai no trono de Judá, mas governou apenas três meses. Ele entregou a cidade de Jerusalém a Nabucodonosor e foi levado cativo para a Babilônia com sua mãe, Neústa, suas esposas, muitos dos seus nobres e dez mil pessoas do povo (2 Rs 24.6-16; 2 Cr 36.9-10; Jr 22.24-30; 37.1).

Ele sofreu lá por muitos anos (Jr 52.31-34; 2 Rs 25.27-30). Nabucodonosor colocou Matanias, outro filho de Josias, no trono de Judá e mudou seu nome para Zedequias (2 Rs 24.17-20; 2 Cr 36. 10-13; Jr 37.1). Zedequias reinou onze anos. Ele tinha uma posição diferente da posição de Joaquim, e tratou Jeremias com mais consideração. Manteve sua promessa de lealdade à Babilônia por quase dez anos. Ele finalmente cedeu à facção pró-Egito entre seus nobres e recusou-se a enviar tributos à Babilônia. Isso trouxe de volta o exército da Babilônia para Judá. Dessa vez, as cidades de Judá foram sistematicamente subjugadas e Jerusalém ficou muito tempo sob o cerco babilônico. As famosas Cartas de Laquis esclarecem uma série de acontecimentos desse período. Essas Cartas (21 ao todo), recuperadas durante as escavações onde ficava a antiga Laquis, durante os anos de 1932 a 1938, refletem as condições durante os dias finais do reinado de Judá. Depois de um cerco que durou 18 meses, a cidade de Jerusalém foi tomada em 587- 586 a.C. Zedequias e muitas pessoas do seu povo foram levados para a Babilônia.

O palácio do rei e o Templo foram totalmente demolidos. Judá tornou-se uma província do império babilônico, e Gedalias, membro de uma família judaica altamente respeitada, foi apontado governador dessa terra devastada. Gedalias foi cruelmente assassinado pouco tempo depois de assumir o seu posto, e o remanescente do povo fugiu para o Egito com medo de represálias da Babilônia. Pouco se sabe a respeito da história de Judá logo após a morte de Gedalias.

Jeremias estava vivendo em Jerusalém durante o desenrolar de todos os acontecimentos anteriores.

Ele procurou ajudar os vários reis que assumiram o trono de Judá durante esses anos turbulentos. Eles constantemente rejeitaram seu conselho e opinião. Ele esteve presente na queda de Jerusalém e escolheu permanecer em Judá com o governador Gedalias, após a queda da cidade. Quando Gedalias foi morto, o remanescente de Judá forçou Jeremias e Baruque, seu secretário e discípulo, a ir com eles para o Egito. A tradição diz que ele foi apedrejado e morto no Egito por esses mesmos judeus porque pregou contra suas práticas idólatras. Ele foi fiel ao seu chamado até o final.

A COMPOSIÇÃO DO LIVRO

Não precisamos ler muito do livro de Jeremias para descobrir que uma boa parte do material não está em ordem cronológica. Parece que os capítulos 1—6 estão em seqüência, mas do capítulo 7 em diante o livro não segue mais um padrão sistemático que possa ser discernido. Encontramos materiais que são de períodos muito diferentes na vida de Jeremias lado a lado (caps. 36 e 37). Outros materiais não apresentam data alguma, e o leitor tem dificuldade em saber onde encaixá-los cronologicamente. Assim, para formar um quadro cronológico da vida de Jeremias, é necessário pular de uma passagem para outra. No mínimo, a situação é confusa. Visto que o livro é às vezes cronológico (37—44) e às vezes tópico (46—5 1), mas sem qualquer tema básico discernível, ficamos nos perguntando qual princípio, se é que houve um, governava sua presente organização. Já foram feitas muitas conjecturas, mas até o dia de hoje os estudiosos não têm uma opinião uniforme em como o livro chegou à forma presente.

Kuist sugere que parte da explicação tem a ver com os tempos convulsivos em que o livro foi escrito.” Certamente, quando olhamos para o tumulto que predominou durante todo o ministério público de Jeremias, terminando com “o cerco e queda de Jerusalém, a deportação do povo para Babilônia, e a fuga do remanescente para o Egito, é um milagre que quaisquer registros escritos dentro desse período tenham sobrevivido”.” Os tempos eram tão caóticos e os perigos sofridos por Jeremias e Baruque após a queda de Jerusalém eram tão grandes (41—44) que não havia tempo para organizar e aperfeiçoar os documentos escritos.

Embora editores posteriores tenham tentado reagrupar certas seções e apagar algumas repetições, o livro como se encontra na Bíblia Hebraica é essencial- mente a obra de Jeremias e seu secretário, Baruque. O livro de Jeremias é um milagre da providência divina.

O capítulo 36 revela de que maneira o livro foi escrito. Desde o seu início o livro parece ter tido uma história turbulenta. A primeira edição foi destruída por Jeoaquim (36.23), mas uma edição ampliada apareceu pouco tempo depois (36.32). Isso ocorreu no quarto e quinto anos do reinado de Jeoaquim (605-604) e marcou o ponto central do ministério de Jeremias (veja 25.3).

Ele profetizou por mais de quarenta anos. Não é difícil perceber que deve ter havido uma terceira edição, porque uma grande parte do livro deve ter sido acrescentada à segunda edição após os acontecimentos que ocorreram no capítulo 36. Os acontecimentos registrados nos capítulos 21, 23—24, 27—29, 30—34, 37—44 mostram que eles aconteceram após o quinto ano de Jeoaquim.

Que o livro passou por dias bastante turbulentos pode ser notado quando a edição da Septuaginta (texto grego) é colocada ao lado do texto Massorético (hebraico). O texto grego é um oitavo mais curto do que o hebraico, e a organização do livro é diferente, especialmente no que diz respeito aos oráculos contra as nações estrangeiras. “Esses oráculos são encontrados no texto hebraico (e na nossa Bíblia) nos capítulos 46—51.

No texto grego eles são introduzidos após 25. 13.12. A razão dessas diferenças entre os textos hebraico e grego nunca foi explicada de forma convincente. Seria possível ter havido duas edições principais de Jeremias no hebraico, e a tradução para o grego ter sido feita da edição mais curta? Qualquer que seja a resposta, os líderes da comunidade judaica que formularam o cânon hebraico evidentemente entenderam que a edição mais longa era a que melhor representava o profeta Jeremias.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Comentário Bíblico Beacon

EM BREVE COMENTARIO DA PRIMEIRA LIÇÃO JEREMIAS OPROFETA DA ESPERRNÇA

22 de março de 2010

SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS

TEXTO ÁUREO = "Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (2 Co 13.5a).

VERDADE PRÁTICA = Uma das responsabilidades pastorais é disciplinar a igreja com amor, a fim de que esta desenvolva-se espiritualmente sadia.

INTRODUÇÃO

O PASTOR

A função pastoral para os tempos modernos é representada através da metáfora bíblica do pastor e da ovelha. A idéia de um líder religioso na função de pastor é comum tanto no Velho como no Novo Testamento. Em o Novo Testamento encontramos Cristo como o Bom Pastor, Jo 10.11,14 e o bom pastor é aquele que guarda o rebanho para que o lobo não venha e trague suas ovelhas, Jo 10.12; e a promessa do verdadeiro pastor tem cumprimento na relação dos anciãos ou presbíteros da Igreja no tocante ao rebanho, At 20.17,28; e na lista da função pastoral como um dos ofícios do ministério do N.T. em Ef 4.11.

Seward Hiltner divide a função do ministro em três categorias: a) pastorear; b) comunicar; e) organizar. Diz ele que cada uma destas funções tem o seu lugar na vida do pastor. Hiltner ainda acrescenta: “. ..A palavra pastorear não descreve a função total da pessoa que chamamos pastor. Ele também é uma pessoa que transmite o evangelho aos outros e organiza a comunhão dos santos, O pastor é aquele que vive em contato constante com o rebanho que Deus colocou em suas mãos; por tais contatos é que o pastor pode conhecer os problemas reais de seu rebanho. Para melhor compreendermos o assunto vamos mencionar alguns pontos importantes:

I - O PASTOR E SEU SENHOR.

O pastor, disse um homem experimentado, “é o servo do povo, mas o povo não é o seu mestre, há somente um que é seu mestre, a saber, o Senhor Jesus Cristo”. O pastor deve sempre obter novas idéias, mas se ele não tiver cuidado, pode tornar- se vítima das pressões dos seus membros. Ele pode encontrar-se fazendo coisas, não porque sejam certas, mas porque se sente intimidado. Se os pastores são chamados para um ministério de fervor e dinamismo, devem ser líderes; devem ter a convicção de que estão fazendo exatamente aquilo que o Mestre tem ordenado. De acordo com Ef 4.11, a liderança ministerial não é uma idéia proveniente do ser humano. Ele é dom de Cristo para a Igreja. Desta forma, os pastores devem sempre colocar Cristo como cabeça da Igreja, Cl 1.15,18; = Ef 5.23, de tal maneira que nenhum pensamento de primazia venha refletir no seu ministério.

Vemos que os 5 dons dados à Igreja foram para o “aperfeiçoamento dos santos”. Por conseguinte, o pastor deve claramente compreender a natureza do seu trabalho.

Os títulos dados aos pastores chamam a nossa atenção para a natureza de suas responsabilidades. O termo “cuidar do rebanho” em At 20.28 pode ser traduzido também da seguinte maneira: “pastoreai a Igreja”, que no grego do N.T., significa “protegei à Igreja do Deus Vivo”. Esse não é um ministério mecânico, mas sim, de fidelidade e amor. O trabalho do pastor é contínuo, até que cheguemos à unidade da fé, Ef 4.13. Há três expressões nesta passagem: unidade da fé, conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito. A tarefa do pastor não será completa até que estes objetivos tenham sido alcançados e é certo dizer que só acontecerá quando Cristo vier buscar os seus redimidos.

II - PARENTESCO

Na oração sacerdotal, Cristo orou da seguinte maneira: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo”, Jo 17.18. Por esse fato, cada pastor deve passar tempo suficiente estudando o ministério de Cristo com o propósito de tornar-se um padrão em Cristo. E muito importante que o pastor saiba que ele é ungido pelo Espírito para pregar o evangelho, da mesma forma que Cristo foi, Lc 4.18; = At 10.38; = J0 20.21 e, que esta responsabilidade será requerida um dia, Mt 24.45-51. Se Deus está enviando o pastor da mesma maneira que Cristo foi enviado, o Espírito do Senhor está sobre ele para o ministério, Lc 10.35. Quando o Espírito Santo vem sobre um homem com uma unção especial, Deus passa a realizar trabalhos através dele que jamais seriam feitos de outra forma.

Sansão era um homem comum até que o Espírito do Senhor o tomou. Pelo Espírito Santo ele rasgou um leão, matou 30 homens de uma só vez, Jz 14.19, quebrou prisões facilmente, Jz 15.14, matou mil filisteus com uma queixada de jumento, Jz 15.15,16, arrancou as portas de Gaza que pesavam 30 toneladas, Jz 16.3 e libertou o seu povo, Jz 16.30. Quando um pastor ministra no poder do Espírito, ele torna-se um gigante, possuindo poder com Deus e com os homens. Em outras palavras, ele tem um poder sobrenatural na sua administração.

III - O INTERESSE DE DEUS.

Deus está interessado em todos os aspectos da vida do Obreiro, incluindo o aspecto espiritual, mental, físico e material. Deus está ao seu lado para o ajudar em suas tarefas cotidianas, Mt 28.20: “Eis que estou convosco todos os dias...”

IV - O PASTOR E A CHAMADA

Quando Deus chama alguém para o ministério pastoral, Ele também o prepara. Quando o homem está disposto a servir-lhe, nunca falta trabalho.

Existem aqueles que sendo chamados saem para abrir trabalhos em campos virgens e são felizes na fundação de novas igrejas. Uns saem por fé, outros saem assalariados. A chamada feita a um pastor por uma igreja, para pastoreá-la, é um desafio de grande responsabilidade. Muitas vidas, inclusive a do pastor e sua família, serão influenciadas durante o período que o pastor ali permanecer. Neste caso, tanto um como outro devem procurar a vontade de Deus para o preenchimento daquela lacuna. Quando assim procedem, tanto o pastor como a igreja podem esperar um crescimento miraculoso em todas as áreas do trabalho do Senhor.

V - O PASTOR E SUA VIDA PESSOAL.

O Deus que tira o homem do trono e o coloca no pó, como fez com Nabucodonosor, é o mesmo que tira o homem do pó e o coloca no trono, como fez com José do Egito. Esse Deus pessoal se preocupa mais com o trabalhador em sua vinha que com o trabalho do mesmo. A atitude dos seus colaboradores é que fala mais alto na seara do Mestre. Quando Jesus mencionou a parábola dos servos e seus talentos Ele aludiu a três tipos de Obreiros: o primeiro recebeu cinco talentos e com eles negociou mais cinco, e por isto foi chamado de bem-aventurado. O segundo recebeu dois talentos e com eles granjeou mais dois e por sua atitude e dedicação foi chamado de servo fiel. Porém, o terceiro trabalhador recebeu da mão de seu Senhor um talento e o enterrou. Por isso foi lançado ao desprezo eterno, Lc 19.11-27. Por esta razão Deus disse a Samuel quando da escolha de um jovem entre os filhos de Jessé: “Deus não olha para a aparência e sim para o coração”, 1 Sm 16.7. Em outras palavras, Deus se preocupa com as nossas atitudes. Se formos fiéis em nossa mordomia. Ele nos retribuirá fielmente e benignamente.

Se o ministro toma-se orgulhoso, vaidoso, arrogante, rebelde, vagaroso ou imoral. Deus poderá removê-lo, como fez com o rei Saul. Poderá puni-lo como fez com o rei Davi; ou poderá impedi-lo de galgar o seu alvo como fez com Moisés no tocante à entrada na terra que “mana leite e mel”. O ministro deve ter sua vida devocional com Deus todos os dias. Ele deve estar à sós com Deus nas primeiras horas do dia antes de estar em atividades com os homens. Se eu sou o que Deus deseja que eu seja, Ele me ensinará aquilo que deseja que eu saiba, e me ajudará a fazer aquilo que deseja que eu faça.

Essa verdade é ilustrada na vida de José. Ele nunca estudou administração, organização, leis, ciência militar, economia ou finanças; no entanto, tudo aquilo que desejamos saber sobre a vida de um líder nacional encontramos na vida deste servo de Deus. Desde a idade de 17 aos 30 anos, ele viveu como um estrangeiro, um escravo e, um prisioneiro. De repente, ele inspirou confiança nos lideres egípcios e se tornou um poderoso líder. Ele se conduziu admiravelmente. Qual foi a razão de tudo isto?

Através dos anos foi sempre aquele obreiro que Deus desejou, e Deus ensinou o que José deveria saber e o ajudou naquilo que ele precisava fazer. É certo dizer que José resistiu à tentação da imoralidade, mas também a tentação de ser ofensivo, imperdoável, vingador e malévolo. Em troca do mal ofereceu o bem; recusou carregar consigo um sentimento invariável, e segundo a palavra de Deus foi ainda mais longe que tudo isso. Ajudou seus inimigos e providenciou recursos para aqueles que queriam ceifar sua vida. Não é à toa que a Bíblia fala de José como sendo “separado de seus irmãos”, Gn 49.26. Ele não era separado deles somente através da distância geográfica, mas também em caráter, determinação, devoção e obediência à vontade de Deus. Depois de 25 anos de ministério perguntaram a Billy Graham, que mudança ele faria, se vivesse esses 25 anos outra vez. A resposta foi esta: “Se eu tivesse a oportunidade de vivê-los outra vez, passaria mais tempo lendo a Bíblia do que qualquer outro livro”. E através da Bíblia que aprendemos a viver a vida que Deus deseja que vivamos.

Um missionário experiente na obra, indica três fórmulas para o sucesso no ministério:

a) vida consagrada ao trabalho;

b) dedicação à Palavra de Deus e à oração;

c) persistência.

Em cada área da vida que o homem deseja exceder, a persistência é importantíssima. Isto é verdade com o atleta, com o cientista, com o inventor, com o homem de negócios e também com o pastor.

VI - A PEDAGOGIA PASTORAL

“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou-o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”, Os 4.6.

Reconheço, e dou ênfase, que o pastor à frente da sua comunidade assume o papel de pedagogo. E, como diz o dicionário, um “prático da educação”. Noutras palavras, diria que o pastor é o professor, mestre e educador da sua igreja. Aí está uma séria condição a ser apresentada aos aspirantes ao ministério da Palavra, porque a igreja sob os cuidados de um pastor sem essas qualidades viria a sofrer danos irreparáveis.

Permitam-me citar o caso do professor que se encontra à frente de sua classe o ano inteiro. Já imaginaram o desastre a que ela estaria exposta se ele não a ensinasse corretamente? Agora, respondam- me: O que será de uma igreja sem o ensino adequado da Palavra de Deus, uma igreja mal ensinada? O próprio Deus responde: “O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento”. Mas o Senhor adverte: “Ai do pastor inútil que abandona o rebanho...”, Zc 11.17.

Por outro lado, só posso crer que um pastor que não assume a responsabilidade de educar não está capacitado para tal ou se esqueceu das palavras do Senhor Jesus Cristo, que disse: “... ide, ensinai...”, Mt 28.1. Um belo exemplo encontramos no tempo de Neemias e Esdras, quando homens capazes ensinavam o povo (Ne 8.1- 9) e diz a Palavra de Deus: “... declarando e explicando o sentido...”, v.8.

Mas uma coisa que hoje deveria ser observada pelos líderes é se o candidato é afeiçoado a aprender, se é humilde quando corrigido, porque sem isto jamais será um bom ensinador. Quando digo “bom ensinador”, evidentemente não quero dizer que seja um poliglota ou bacharel em teologia, porém, que possua o mínimo de conhecimento com o qual possa sair-se bem no ensino. Devemos ensinar na congregação até as mínimas coisas. Por exemplo, que não devemos dizer “saúdo”, mas “saúdo”; quando se lê uma palavra erradamente etc., notadamente aos cooperadores e obreiros, em particular.

Tenho me preocupado também com o aspecto cívico. Já participei de cultos festivos e até de Convenções de Obreiros que, ao toque do Hino Nacional Brasileiro, muitos, ou a maioria, portam-se inadequadamente: Uns conversam, outros ainda cruzam os braços.

Todavia, o que é de lamentar, é muitos acharem que o pastor só precisa saber dirigir um culto. E isso é mesmo bom, para se evitar o disparate. Mas o pior é quando o líder não sabe, não aprende e nem quer aprender. Vemos na Bíblia que Deus deu vitória a Israel contra os midianitas porque os 300 homens escolhidos aprenderam e guardaram o ensino dado por Gideão: Jz 7. 16-20. Por outro lado, há o perigo do obreiro sem experiência até envenenar O povo, como fez Geazi: 2 Rs 4.38-41. Mas, acima de tudo, ele pode ser rejeitado por Deus e, nesse caso, tanto sofre a igreja como o ministério.

VII - OLHAI, VIGIAI E ORAI

“Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo”, Mc 13.33.

O texto de que extraímos o versículo acima diz que Jesus falou aos discípulos acerca das últimas coisas, ao se apresentar, pela última vez, no templo em Jerusalém. Referindo-se à sua segunda vinda, Jesus demonstrou a necessidade dos seus discípulos aguardarem vigiando em oração, a fim de não serem apanhados de surpresa.

De fato, é bastante lógica a necessidade de vivermos santamente aqui na terra, vigiando, enquanto aguardamos o arrebatamento. Ora, se havemos de habitar com Jesus, na presença de Deus, devemos estar preparados. Está escrito que sem santidade ninguém verá o Senhor. Quanto mais, permanecer eternamente em sua gloriosa presença!

Convém lembrarmos sempre de que Jesus, em sua segunda vinda, arrebatará para a gloria apenas os fieis que o esperam para a salvação; isto significa que os descuidados s9frerão os horrores da grande tribulação, que terá lugar após o arrebatamento da Igreja. Jesus disse que a sua vinda será semelhante ao relâmpago, Por isso, alertou: Olhai vigiai e orai’ É nosso dever obedecer lhe a instrução para não sermos surpreendidos na sua segunda vinda que está muito próxima, e podermos dizer como o apóstolo João: “Ora vem, Senhor Jesus”.

VIII - OS PASTORES E SEUS DEVERES

Atos 20.28 = “Olhai, pois, por nós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em oração elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1 Tm 3:1-7; = Tt 1: 5-9. Na realidade é o Espírito que constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Efeso (20: 17-35) e um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor dc uma igreja local.

IX - PROPAGANDO A FÉ.

(1) Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si como sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; = 1 Co 6.20; = 1 Pe 1: 18,19; = Ap5.9).

(2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder exclamar: estou limpo do sangue de todos” (20.26; ver nota). Os pastores dc nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo o desígnio de Deus. Que “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina, (2 Tm 4:2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2 Tm 4.3).

X - GUARDANDO A FÉ.

Além de alimentar o rebanho de Deus o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantara falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagas e humanistas.

Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis, indicando que são fortes difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20: 28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opor-se aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.

(1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja dc Deus que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2 Tm 4.1-4; = Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao testemunho apostólico (20.30).

(2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e porem prática todo o conselho de Deus para a igreja (20.27) principalmente quanto a vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos” (20.26, ver nota; cf. Ez 34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (ver também 2 Tm 1.14 nota-, Ap 2.2 nota).

(3) É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos administrativos da igreja (2 Tm 1.13,14).

(4) A questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gl 1.6 nota; 1 Tm 4.1; = 2 Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2 Jo 9-11; ver GI 1.9 nota).

(5) A igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo pela sua pureza (20.18-35). Que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir como igreja neotestamentária (ver 12.5 nota).

XI - QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR

1 Tm 3.1,2 = “Esta é rima palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher; vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”

Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3:1). E necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (3.1-10; = 4.12) e pela igreja (3.10), porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de ( 3.1-13; = 4.12; = Tt 1.5-9).

Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o Espírito Santo. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.

(1) Os padrões bíblicos do pastor. como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos, O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10).

Partindo daí, o Espírito Santo estabelece o elevado padrão pala o candidato), i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido Firme e fiel a Jesus Cristo e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza.

Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25:21 de que ser “fie] sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.

(2) O líder cristão deve ser, antes demais nada, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1 Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.

(a) Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a Cristo e ao evangelho (4.12,15).

(b) O povo de Deus deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de Deus, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a Cristo pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1 Co 11.1; = Fp 3.17; = 1 Ts 1.6; = 2 Ts 3.7,9; = 2 Tm 1.13).

(3) O Espírito Santo acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (3.2,4,5; = Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de Deus, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de Deus?” (3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua esposa.

(4) Conseqüentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de Deus, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16;= Tt 1.9). Já no AT, Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4 nota; Lv 10.2 nota; 21.7,17 notas; Nm 20.12 nota; 1 Sm 2.23 nota; Jr 23.14 nota; 29.23 nota).

(5) A Palavra de Deus declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem Deus nem a igreja perdoará tal pessoa. Deus realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo Deus e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o Espírito Santo está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2 Sm 12.9-14).

(6) Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2 Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo, violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.

(a) O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de Jesus Cristo, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes Deus não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de Jesus Cristo, requer padrões espirituais muito mais altos.

(b) Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1 Cc 22,8; = 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de Deus blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo testo da sua vida (2 Sm 12.9-14).

(7) As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por Deus para seus pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. E dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (4.22).

XII - PASTORES E CUIDADO PASTORAL = 1 PEDRO 5: 2

Os apóstolos mandaram todos os cristãos velar uns pelos outros com amorosa solicitude e oração (GI 6.1-2: = Hb 12:15-16; = 1 J0 3:16-18; = 5.1 6), mas também designaram para cada congregação tutores chamados de “presbíteros” (“anciães”) (At 14.23; Tt 1.5), que deviam cuidar do povo como os pastores cuidam das ovelhas (At 20,28-31; = 1Pe 5: 1-4), conduzindo-os, mediante seu exemplo, (1 Pe 5.3) longe de tudo o que é nocivo para tudo o que é bom.

Em virtude de seu papel, os presbíteros são também chamados de”pastores” (Ef 4: 11) e bispos” (“supervisores”) (At 2O,28; cf.v. 17; = Tt 1: 7; cf.v, 5; = 1Pe 5: 1-2) e são chamados por outros termos que expressam liderança (l Ts 5.12; = Hb 13.7,= 17,24), A congregação, por seu lado) deve reconhecer a autoridade dada por Deus a seus líderes e seguir a orientação deles ( Hb 13.17).

Esse modelo já aparece no Antigo Testamento, onde Deus é o pastor de Israel (SI 80.1), e onde reis, profetas, sacerdotes e anciãos (dirigentes locais) são chamados a agir como agentes de Deus no papel de pastores subordinadas (Nm 11: 24-30; = Dt 27: 1; = Ed 5:5; = 6;14; 10:8; SI 77:20; = Jr23: 1-4; = Ez 34; = Zc 11: 16-17). No Novo Testamento, Jesus, o Bom Pastor (Jo 10: 11-30), é também o Supremo Pastor (l Pe 5.4), aos presbíteros são seus subordinados. O apóstolo Pedro chama-se a si mesmo um “presbítero” sujeito a Cristo (1 Pe 5.1), lembrando talvez que o pastorear foi a tarefa específica que Jesus lhe deu, quando o restaurou ao ministério (Jo 21: 15-17).

Alguns presbíteros, mas não todos, ensinam (l Tm 5:17; = Tt 1,9; Hb 13,7), e Ef 4:11-16 diz que Cristo deu à Igreja “pastores e mestres” para equipar cada um para o serviço, por meio da descoberta e aperfeiçoamento dos dons espirituais de cada um (vs. 12-16).

Na visão apostólica de liderança congregacional, pode ter havido mestres que não eram presbíteros, bem como presbíteros que não ensinavam, e, também, pode ter havido aqueles que tanto ensinavam quanto governavam.

O papel pastoral dos presbíteros exige caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal (l Tm 3:1-7; = Tt 1: 5-9). O presbítero que serve fielmente será recompensado (Hb 13.17; = I Pe 5,4; cf. l Tm 4.7-8)

XIII - O PASTOR E OS NEGÓCIOS SECULARES

Tivemos a oportunidade de escrever um pequeno artigo sobre o pastor e a política, cujo objetivo é mostrar a inconveniência de o ministro de Deus meter-se no labirinto da política secular, uma vez que o trabalho dele é cuidar da parte espiritual do homem. Deus chama o pastor para apascentar a igreja que Ele comprou com seu próprio sangue, At 20.28.

Neste despretencioso artigo queremos falar com respeito ao pastor e aos negócios seculares. Usamos a palavra negócio porque ela adapta-se mais ao nosso objetivo, achamos o termo mais abrangente.

O pastor deve ser um ganhador de almas para o reino de Deus. Este é o principal objetivo da sua chamada, Mt 4.19; Mc 1.17; Lc 5.10. Deus chama para sua obra homens de todas as atividades temporais. Essa regra vem desde os tempos do Velho Testamento. Uma vez colocado na obra divina, o ministro deve desvencilhar-se de qualquer atividade material e entregar-se inteiramente à obra para a qual foi chamado.

O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo disse, com respeito ao trabalhador do Evangelho: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra”, 2 Tm 2.4. É inegável que qualquer negócio que um pastor tente fazer será um sério embaraço ao seu ministério e à sua vida espiritual. O resultado refletirá com grande prejuízo na vida da igreja. Negócio é um meio de ganhar dinheiro e é lícito a qualquer pessoa, mesmo que seja um crente, desde que seja honesto, mas não é compatível com a vida ministerial, função que, além de exigir a total entrega do homem ao serviço da Igreja, não é de caráter lucrativo.

A Escritura diz: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males e nessa cobiça alguns se desviaram da fé... Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual foste chamado...” 1 Tm 6.9-12.

Este é um assunto muito claro na Bíblia, isto é, que o pastor não deve ser um homem embaraçado com negócios, para que possa correr com paciência a carreira que lhe está proposta, Hb 12.1.

Salvo em situações especiais, em início de trabalho, quando for necessário à sua manutenção, e à própria sobrevivência da obra, não deve o pastor negociar. Acabada a exceção, o Obreiro deve dedicar-se exclusivamente aos negócios da causa do Senhor, que é ganhar almas para o reino de Deus.

O Senhor Jesus chamou isso mui acertadamente de “os negócios de meu Pai”, Lc 2.49. Este é o negócio que deve empolgar todo pastor que seja um Obreiro aprovado. Cada Obreiro tem recebido certo número de talentos do Senhor, para com eles negociar! Na parábola, o que recebeu como talentos negociou e com eles ganhou outros cinco; o que recebeu dois procedeu da mesma forma, e ambos foram aprovados no dia do acerto de contas, Mt 25.30. Também chamando dez servos seus deu- lhes dez minas e disse-lhes: “Negociai até que eu venha”.

Nesta parábola, da mesma forma dois foram aprovados e um terceiro reprovado, Lc 19.11-27. Não vá o leitor pensar que estas parábolas falam dos negócios desta vida. Não, elas falam da nossa vida espiritual. Tenhamos cuidado que a vinda do Senhor se aproxima!

Quais os negócios que mais embaraçam os pastores? — Isso depende do lugar e da oportunidade. Mencionamos alguns:

1. Muitos gostam de negociar com automóveis, comprando, vendendo e trocando. Tenho visto alguns destes serem chamados pelos moradores das cidades onde moram de “marreteiros”.

2. Outros entregam-se à prática de minifúndio ’ isto é, compra de chácaras e sítios para vender mais tarde com grandes lucros. Compram ainda terrenos nas zonas urbanas das cidades em desenvolvimento, para vender algum tempo depois por preços multiplicados.

3. Outros compram casas velhas, reformam e vendem com grandes lucros, e assim por diante.

4. Há outros que se dedicam à venda de discos e livros, prejudicando os que são estabelecidos com livrarias.

Além de tudo isso, o maior inconveniente de o pastor negociar é que o comércio, via de regra, envolve a mentira, o engano e, com isso, vêm os escândalos: “Nada vale, nada vale, dirá o comprador, mas, indo-se então se gabará”, Pv 20.14. Creio que pastores assim estão no ministério como peças colocadas fora do devido lugar. Melhor seria que renunciassem ao ministério e se dedicassem à vida comercial, já que para isso se sentem atraídos. Assim, talvez, fossem mais úteis à obra de Deus, contribuindo com os dízimos e prestando outros serviços que não os do pastorado.

É bom que fique bem definido que ministério não é negócio, mas chamada divina. Mas, graças a Deus, que o número dos que procedem da maneira aqui descrita é, nas Assembléias de Deus no Brasil, infinitesimal.

XIV - PASTORES INFIÉIS, AI DE VÓS!

Quem disse que Deus dorme no ponto? Ele tem uma mensagem toda especial para os pastores que andam em uma vida irregular diante dele, cometendo vários erros ministeriais, prejudicando a sua noiva, a igreja. O noivo vem, com toda a sua glória, e irá punir aqueles que afligiram e se aproveitaram de sua noiva. Estudemos as palavras do Senhor, através do profeta Ezequiel, em Ez. 34.1-10:

1) Pastores que apascentam a si mesmos:

"Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?" (v. 2). O primeiro alerta do Senhor é contra aqueles pastores que pastoreiam apenas a si mesmos. Estão à frente de um ministério, mas não se preocupam com suas ovelhas. - Dizem não ter tempo pra aconselhamento. - Não participam de um evangelismo. - Não visitam os pobres e necessitados. - Não visitam os membros de sua igreja. - Somente se preocupam com sigo mesmos. Ai de vós, pastores egoístas. O Senhor te pergunta: Não deveriam estar apascentando as suas ovelhas?

2) Se enchem do dinheiro, e dos benefícios materiais da casa de Deus:

"Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas." (v.3). Estes pastores, são raças más. Ou se consertam ou vão para o inferno, lamento.Eles engordam com os bens da igreja. Vestem-se de lã, ou seja, dos melhores ternos, dos mais caros. Compram bens com o dinheiro da igreja, com o alto salário oferecido pelos humildes membros, mas não apascentam as ovelhas.Observe como Deus está preocupado com sua noiva. Ele mais uma vez repetiu, o pastor deve priorizar apascentar a igreja. Muitos pensam apenas no crescimento financeiro da igreja, que é importante concordo. A igreja se torna uma igreja rica, com poltronas confortáveis, ótimos instrumentos musicais, perfeita infra-estrutura... Mas não apascentam as ovelhas!

3) Tipos de ovelhas carentes, que os pastores devem estar voltados e atenciosos:

"As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza." (v. 4).

- Ovelhas fracas: "as fracas não fortalecestes" Muitas vezes alguns crentes se enfraquecem na fé, precisam de uma ajuda do mais forte, precisam de uma injeção de ânimo. O pastor tem unção e força para ministrar renovo, e até carregar no colo a ovelha enfraquecida.

No versículo acima Deus fala que os pastores infiéis esqueceram as ovelhas fracas, não as fortalecendo.

- Ovelhas doentes: "a doente não curastes" O crente doente precisa de cura; a cura espiritual e a cura física. O pastor deve estar atencioso e voltado para esse tipo de ovelhas. O doente espiritual precisa ser esclarecido, e liberto das chagas do mal. O doente físico, precisa ser ajudado pela igreja, até muitas vezes com remédios, se necessário. Não sejamos hipócritas. Precisamos cuidar das ovelhas doentes, conforme disse o profeta.

- Ovelhas quebradas: "A quebrada não ligastes:" Isso é profundo. Penso que o Espírito Santo pode usar de meios tremendos para quebrar (quebrantar) o coração da ovelha, mas é necessário uma ministração especial do pastor, para fazer essa pessoa apresentar o seu pecado, e arrependimento, diante de Deus. Quando o pastor deixa a ovelha de lado, muitas vezes ela se quebranta, mas não encontra coragem e força para prosseguir na caminhada, se consertando na presença de Deus.

- Ovelhas desgarradas: "a desgarrada não tornaste a trazer". Ao deixar as ovelhas abandonadas, muitas se chateiam, se escandalizam, e se afastam da casa de Deus, e até da presença de Deus. Se tornam ovelhas desgarradas, soltas; presas fáceis para Satanás. O pastor fiel deve trazê-la de volta, mas o pastor infiel, citado pelo profeta, não as trouxe de volta.Eu vi isso pessoalmente, e conheço muitas ovelhas desgarradas. Ai de vós pastores infiéis; descuidaram com a noiva do Cristo. Ele virá, com justiça e amor, porém punirá aos infiéis. Corrija-se! -

Ovelhas perdidas: "e a perdida não buscastes". A ovelha abandonada, maltratada ou ignorada, se perde. Fica sem direção. Conhecemos a parábola bíblica, das 100 ovelhas. O pastor fiel deixa as 99 em lugar seguro, e corre em busta da única ovelha que está perdida. Deus é individualista, e quer salvar um por um. O pastor infiel não buscou a ovelha perdida, mas Deus nos dá um bom exemplo. Ovelha perdida, para Ele, é prioridade.

4) Pastores infiéis dominam com rigor e dureza:

No final do versículo 4, o profeta de Deus diz que o pastor infiel domina suas ovelhas com RIGOR e DUREZA. Não age com amor, mas prioriza a doutrina. Não age com carinho, mas prioriza a punição. É jugo pesado, é fardo cansativo. A ovelha não suporta tal agressividade. Vi um dia na televisão, a cena de um pastor andando de Jet Ski, em uma mini praia, dentro de sua casa.

Achei muito legal, tive até vontade de mergulhar; só tem um problema. Este pastor, é o mesmo que proíbe que suas ovelhas nadem em piscinas, vejam televisão, e usem roupas de praia. Certamente este está engordando com a gordura do templo, mas não apascenta as ovelhas!

5) As ovelhas acabam se espalhando, tornando-se prezas para Satanás e seus demônios:

"Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam." (v. 5). Observe o versículo acima. As ovelhas cansaram deste destrato, jugo pesado; e se espalharam. Conseqüência disso se tornaram pasto para as "feras do campo". Entendemos claramente, que da mesma forma que os crentes são considerados ovelhas, os demônios são as feras do campo. Eles estão ao nosso derredor, buscando a quem possa tragar. Ovelhas abandonadas, vão para o mundo. No mundo, o diabo as pega. Ele não quer mais oferecer propostas ao crente desviado. Ele quer destruir, matar. Ele sabe que a ovelha perdida conhece a verdade, e jamais poderá ser uma "serva do diabo". Por isso ele coloca enfermidades, provas, lutas, etc. Esta ovelha, por estar enfraquecida espiritualmente, em crise, magoada, chateada, escandalizada...

Torna-se isca fácil para o diabo. O sangue de JESUS tem poder! Mais uma vez, Deus reclama o descuido com suas ovelhas: "As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse." (v. 6).Observe, que há crente afastado em todos os montes, todo alto outeiro. Monte parece refúgio. Tudo indica que esse crente está refugiado, está bem, até dentro da igreja. Mas há tempos estão desgarrados. Como diria uma música gospel: "estão perdidos na casa do pai". Ninguém as buscou!!!!!!

6) Deus não dorme no ponto. EIS A SUA JUSTIÇA contra os pastores infiéis:

"Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto." (versículos 7-10) Assim disse o Senhor! Não preciso falar mais nada

CONCLUSÃO

Na igreja do NT há apenas uma Fonte de autoridade: Jesus Cristo. Ele confere sua autoridade pela sua presença em seus apóstolos, ministros, professores, administradores, etc., que exercem sua autoridade em consonância com as suas várias funções. Tal autoridade não é, meramente, entregue de forma oficial, mas deve autenticar a si mesma em seu exercício: “Viveremos com ele pelo poder de Deus que é dirigido a vós

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Revista o Obreiro 1980

Bíblia de Estudo Genebra

Bíblia de Estudo Pentecostal

Comentário Bíblico Beacon

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