AS CONSEQUÊNCIAS
DO JUGO DESIGUAL
TEXTO
ÁUREO
= “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem
a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co
6.14).
VERDADE
PRÁTICA = O
casamento não é um mero contrato social, mas uma instituição divina que tem de
ser levada a sério e firmada de acordo com a vontade de Deus.
LEITURA BIBLICA
= Neemias 13: 23-29
INTRODUÇÃO
OS PERIGOS DO
CASAMENTO MISTO
Não
vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a
justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? (2 Co 6.14)
O cristão deve ser santo no
namoro, no noivado e no casamento. Ao lermos o trecho citado anteriormente,
percebemos que o jugo desigual é prova de infidelidade ao Senhor. No tempo de
Neemias, o povo pecava indiscriminadamente, e muitos se aparentaram com pessoas
que pertenciam aos povos rejeitados por Deus.
Quando o povo de Deus torna-se
obstinado no caminho da desobediência à sua Palavra, corre o risco de ser
castigado pelo Senhor com terríveis punições. Israel, em sua jornada em direção
a Canaã, agiu de modo pecaminoso em várias ocasiões. E Deus disse a Moisés:
“Tenho visto a este povo, e eis que é povo obstinado” (Êx 32.9; Dt 9.13). Os
cativeiros assírio e babilônico já haviam comprovado essa terrível constatação.
Ao que parece, as bênçãos são esquecidas com facilidade e em pouco tempo, pois
o povo tinha um certo fascínio pelo pecado.
A ausência de Neemias por um
espaço de tempo fez surgir um vácuo na liderança do povo de Judá. Surgiram
desmandos, desvios e pecados, e isso comprova a assertiva de que o povo precisa
de uma liderança. Os líderes podem tirar férias, mas a liderança não. O
estadista americano Thomas Jefferson disse: “O preço da liberdade é a eterna
vigilância”. Neste comentário, vamos meditar no que ocorreu quando o líder se
fez ausente.
Não foi por acaso que muitos
israelitas se aparentaram com mulheres estranhas. A ausência de Neemias fez com
que as pessoas sentissem falta de uma liderança. Pouco a pouco as transgressões
à lei de Deus foram sendo cometidas, e não havia a figura do líder para
alertá-los e tomar as providências necessárias quanto aos desvios de
comportamento. A união ilícita entre os israelitas e os filhos dos estrangeiros
foi um dos piores pecados cometido pelos habitantes de Canaã. O terrível
problema só foi corrigido quando o líder voltou a dirigir e orientar o povo.
Novamente a
Mistura com Povos Estranhos
Casamentos
proibidos.
Quando Deus tirou Israel do Egito, ordenou que ao chegarem à terra de Canaã não
se misturassem com os povos estranhos por meio de casamentos mistos (Dt 7.1-4).
No livro de Números vemos a determinação de Deus no caso específico das filhas
de Zelofeade: “Esta é a palavra que o Senhor mandou acerca das filhas de
Zelofeade, dizendo: Sejam por mulheres a quem bem parecer aos seus olhos,
contanto que se casem na família da tribo de seu pai” (Nm 3 6.6).
Observemos que não só era
proibido o casamento com pessoas de povos estranhos, mas também entre pessoas
de tribos diferentes. E tudo isso por questões de herança. Cada tribo tinha o
seu quinhão. Se alguém se casasse com pessoas de uma outra tribo, parte da
herança iria para outro grupo por conta do matrimônio.
A proibição do casamento misto
não fora revogada nem explícita nem tacitamente. Mas no tempo de Neemias, após
a restauração dos muros e do próprio culto a Deus, novamente ele constatou que
o povo desobedecera ao Senhor nesse aspecto. “Vi também, naqueles dias, judeus
que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas” (Ne 13.23).
Na dispensação da graça não há
proibição de caráter racial ou nacional no que concerne ao casamento. Diz
Paulo: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem
fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gi 3.28). Mas há proibição
para o envolvimento sentimental, emocional ou fisico entre salvos em Cristo e
pessoas descrentes. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque
que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as
trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o
infiel?”
(2 Co 6.14,15).
Casamento
com amonitas e moabitas. Quem eram as amonitas? Eram as descendentes do
relacionamento incestuoso entre a filha mais nova de Ló com seu pai quando
escaparam de Sodoma e Gomorra. Ló se deixou embriagar (Gn 19.35) e suas filhas
tiveram relações sexuais com ele. Dessa união pecaminosa nasceu o filho mais
novo de Ló, que tomou o nome de “Ben-Ami” e que pode ser traduzido como “filho
de meu próprio pai”. A Bíblia declara: “E a menor também teve um filho e chamou
o seu nome Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom, até o dia de hoje” (Gn
19.38). Trata-se de uma origem espúria e contrária às determinações do Senhor
(veja Gn 19.35-38).
Quem eram as moabitas? Tinham a
mesma origem. A filha mais velha de Ló também aproveitou o estado de embriaguez
de seu pai e coabitou com ele. Foi mãe do primeiro filho de Ló após ele escapar
da catástrofe de Sodoma e Gomorra. “E conceberam as duas filhas de Ló de seu
pai. E teve a primogênita um filho e chamou o seu nome Moabe; este é o pai dos
moabitas, até ao dia de hoje” (Gn 19.36,37).
Uma das razões por que os filhos
de Israel não podiam se casar com os amonitas e moabitas era pelo fato de serem
“inimigos” de Israel. Quando os judeus se aproximaram de Canaã após a
libertação do Egito, os amonitas e os amonitas aliaram-se aos povos adversários
e, mais tarde, contribuíram para que Balaão amaldiçoasse o povo hebreu:
“Nenhum amonita ou moabita
entrará na congregação do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na
congregação do Senhor, eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos
no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão,
filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar” (Dt 23.3,4).
Este último fato foi gravíssimo,
entretanto não conseguiram derrotar Israel amaldiçoando-o. Mas conseguiram
induzi-los ao relacionamento com mulheres estranhas, causando grande prejuízo
ao povo judeu. Não obstante a interdição de Deus à entrada dos moabitas ao
lugar sagrado do Templo, Ele abriu uma porta para que uma moabita fizesse parte
da genealogia de Jesus.
Isso foi algo de valor
inestimável e que excede à lógica e à compreensão humana. Rute, uma jovem
senhora, viúva, acompanha sua sogra, Noemi, também viúva, no retomo a Israel.
Parecia que a vida, na visão simplista, não sorrira para elas. O que duas
viúvas fariam no meio do povo de Israel? Contudo, Deus não escreve certo por
linhas tortas, como diz o ditado popular. Deus escreve certo, no lugar certo e
no tempo certo na vida de cada pessoa.
Numa verdadeira e linda história
de amor, Rute, a moabita, casa-se com Boaz, um autêntico líder e servo de Deus.
Contrariando todas as expectativas, Rute dá à luz Obede, que foi pai de Jessé e
avô de Davi, de cuja linhagem nasceu Jesus, o Salvador do mundo (veja Rt
4.13-20)!
As Consequências
sobre os Filhos
A
família prejudicada pela mistura. Na maioria dos casos em que os pais se
desviam dos caminhos do Senhor e se misturam com pessoas que não professam a
mesma fé, ocorrem sérios prejuízos para toda a família. No caso dos judeus que
se casaram com moabitas, amonitas e asdoditas, houve graves consequências sobre
a vida familiar. “E seus filhos falavam meio asdodita e não podiam falar
judaico, senão segundo a língua de cada povo” (Ne 13.24).
Nesta referência, há um destaque
para a influência cultural das mulheres asdoditas, sobretudo na linguagem dos
filhos dos judeus. Eles não falavam mais a linguagem de seus ancestrais.
Naturalmente, os costumes dos asdoditas contaminaram a vida espiritual e social
dos judeus.
A
causa da proibição do casamento misto. Dentre os mandamentos, os estatutos e
ordenanças determinados por Deus ao povo de Israel quando entraram na terra de
Canaã, estava a solene e incisiva proibição de união entre os filhos de Israel
e aquelas gentes. O Senhor disse: “... não farás com elas concerto, nem terás
piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos
e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus
filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se
acenderia contra vós e depressa vos consumiria” (Dt 7.2-4 — grifo nosso).
O texto citado declara que, ao se
envolverem com estrangeiros, os israelitas correriam o risco de sofrer as
consequências de sua escolha, pois a “ira do Senhor viria sobre eles”.
Conhecemos jovens, filhas de pais
evangélicos dedicados ao Senhor, que se deixaram levar pela sedução de rapazes
incrédulos. Algumas apostataram da fé, ou seja, deixaram de servir a Deus para
viver com o esposo. Infelizmente, há uma tendência sempre mais forte de o
descrente fazer o crente se desviar.
O
zelo irado do líder.
Neemias governou Jerusalém durante 12 anos (444-432 a.C.), e após a inauguração
dos muros e a festa de sua dedicação, resolveu voltar à corte do rei, que era
seu monarca e amigo. Deixou Jerusalém sob a responsabilidade da liderança
administrativa e sacerdotal. Depois de doze anos, retornou à sua terra. Tamanha
foi a sua tristeza ao se deparar, a começar pelos líderes, o povo voltando às
práticas que lhes causaram tanto mal.
Dentre muitas coisas, o que mais
causou indignação em Neemias foi a união ilícita entre judeus e os amonitas,
moabitas e asdoditas. Neemias sentiu uma grande repulsa ao se defrontar com a
rebeldia do povo. “E contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns
deles, e lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo:
Não dareis mais vossas filhas a
seus filhos e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para
vós mesmos” (Ne 13.25). Neemias sentiu-se tão insatisfeito com o cenário que
avistou que agiu de maneira inconsequente. Talvez, se isso acontecesse nos dias
atuais, ele responderia a um processo.
Porventura, não está registrada
na Bíblia a reação de Jesus quando, ao adentrar ao Templo, em Jerusalém,
observou o mercantilismo e a profanação do lugar sagrado? O que Ele fez? “E
entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no
templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
E disse-lhes: Está escrito: A
minha casa será chamada casa de oração. Mas vós a tendes convertido em covil de
ladrões” (Mt 2 1.12,13). Até o meigo Nazareno reagiu com excesso de rigor
contra os que queriam fazer da casa de Deus “covil de ladrões!”
Em muitos lugares, a
“feira-livre” da fé é totalmente permitida por pastores ou líderes descuidados.
Essa “feira-livre” ou esse “supermercado” da fé não está ao lado do templo ou
em suas cercanias. É razoável que, em grandes eventos, empresários ou
comerciantes cristãos exponham seus produtos. Contudo, o pior mercantilismo é
aquele que ocupa o púlpito, realizado por “preletores” famosos ou “cantores
celebridades”. Estes manipulam a mente das pessoas incautas e levam-nas ao
delírio dizendo estar vendo “nuvens de glória” e “anjos voando” pela igreja.
Depois de toda a “preparação e indução psicológica”, o clima está pronto para a
“investida final”. Chega o momento da “colheita”, O povo é induzido a ofertar
“tudo” para a “obra missionária do famoso pregador ou cantor-sumidade.
Além dos “cachês”, exigidos
antecipadamente, o povo é levado a entregar cheques, dinheiro, jóias, relógios,
alianças de casamento (o que é um acinte), e o “grande homem” sai com os bolsos
ou a mala recheada com o dinheiro dos ofertantes! De quem é a responsabilidade?
Neemias responde: dos líderes que são ludibriados pelos empreiteiros do mercado
evangélico. Como Jesus reagiria ante a calamidade moral que tem se abatido
sobre tantas igrejas?
Inimigos,
sempre inimigos.
Quem eram as asdoditas? Eram habitantes da cidade de Asdode, uma das cinco
grandes cidades dos filisteus (1 Sm 6.17). No período do Novo Testamento,
chamou-se Azoto, onde Filipe batizou o eunuco da Etiópia.1 Era uma cidade idólatra,
sede do culto ao deus Dagom (1 Sm 5.1-5).
Nela o Deus de Israel pesou sua
mão sobre seu povo e sobre seu Deus, quando, em guerra contra os judeus, os
derrotaram e levaram a arca da aliança, símbolo maior da presença do Senhor
entre seu povo. Pela desobediência, Israel foi fragorosamente derrotado, e a
arca, levada com júbilo à casa do deus Dagom.
Mas sua alegria durou muito
pouco. Na manhã seguinte, a estátua de Dagom jazia caída diante da arca do
Senhor. Posta em seu lugar, os seus adoradores viram, no outro dia, que Dagom
estava sem cabeça e sem mãos. Era o claro sinal de que Jeová, o Todo-Poderoso
não dá o seu lugar a nenhum falso deus! Durante o tempo em que a arca
permaneceu em Asdode, houve grandes pragas e enfermidades sobre seu povo como
juízos de Deus (1 Sm 5.6-12).
Por ocasião do recomeço da
restauração dos muros de Jerusalém, lá estavam os asdoditas dando apoio aos
cabeças da perseguição ao povo de Deus. “E sucedeu que, ouvindo Sambalate, e
Tobias, e os arábios, e os amonitas, e os asdoditas que tanto ia crescendo a
reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar,
iraram-se sobremodo” (Ne 4.7).
Lá estavam eles, sempre
perseguindo e fazendo oposição para derribar a autoridade dos homens de Deus
chamados para liderar seu povo. Em geral, inimigos são sempre inimigos.
Conseqüências na
Vida Espiritual (Ele já Falou sobre isso)
Desvio da vontade de Deus. A
união mista é pecado, pois é desobediência a Deus. “Porventura, não pecou nisso
Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e
sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E, contudo, as
mulheres estranhas o fizeram pecar” (Ne 13.26). A determinação de Deus contra o
casamento misto já era bem conhecida entre os hebreus. Quando da preparação
para a entrada em Canaã, Deus disse: “... não darás tuas filhas a seus filhos e
não tornarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos
de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia
contra vós e depressa vos consumiria” (Dt 7.3,4
— grifo nosso).
Não há a menor dúvida quanto às
consequências do casamento misto na vida espiritual. Casamento é comunhão,
união de interesses comuns, parceria e cumplicidade.
Perversão
espiritual.
Salomão é o exemplo mais patente das consequências da união mista. Ao que
parece, ele “enlouqueceu” espiritualmente. Em um acesso de soberba e vaidade,
resolveu mostrar ao mundo que era um rei muito poderoso e moderno para a sua
época. Diz a Bíblia: “E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso
além da filha de Faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias das
nações de que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e
elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão o vosso coração para
seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor” (1 Rs 11.1,2).
Seu pai, Davi, foi moderado em
reunir belas mulheres em torno de si, mas mesmo assim cometeu o terrível pecado
de adulterar com a mulher de um dos seus mais fiéis generais que lutavam pelo
seu reino. E, como se não bastasse esse pecado, ainda mandou matar o esposo
traído cometendo um crime hediondo. Confessou o seu pecado e escapou da morte,
mas não escapou das terríveis consequências que sobrevieram sobre o seu reino.
Salomão, certamente, sabia da
experiência negativa de seu próprio pai, contudo não se manteve fiel a Deus
nesse aspecto. Muito pelo contrário, ultrapassou todos os limites do bom senso
e do respeito às determinações de seu Deus. O resultado foi o pecado, o desvio
e a perversão: “E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas;
e suas mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no tempo da
velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros
deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor, seu Deus, como o
coração de Davi, seu pai” (1 Rs 11.3,4).
Esse comportamento foi muito
prejudicial à vida espiritual de Salomão e da própria nação israelita, que viu
seu rei unir-se a mulheres idólatras.
Idolatria. Salomão, além
de desobedecer a Deus, acompanhava suas mulheres ao culto no altar dos deuses
estranhos. “E Salomão andou em seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e em
seguimento de Milcom, a abominação dos amonitas” (1 Rs 11.5). Construiu altares
aos deuses de suas mulheres por solicitação delas (1 Rs 1 1.6-8). Não podemos
afirmar isso, mas o texto bíblico que relata a perversão de Salomão nos faz
pensar que ele morreu desviado.
Sabemos que quando o crente em
Jesus desobedece à sua Palavra e une-se a pessoas incrédulas, despreza a Deus e
coloca o parceiro em primeiro lugar em seu coração. Isso é idolatria. Qualquer pessoa
ou coisa que é colocada acima de Deus no coração é considerado um ídolo. Neemias
não contemporizou com a desobediência. Contendeu com os transgressores usando
palavras muito duras contra o cinismo de seus compatriotas. “E dar-vos-íamos
nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso
Deus, casando com mulheres estranhas?” (Ne 13.26,27)
Desvalorizando o
Sacerdócio
O
genro de Sambalate.
“Também um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe, o sumo sacerdote, era genro
de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim” (Ne 13.28). Podemos
imaginar a que ponto chegara o desrespeito à lei de Deus quando um dos filhos
do sumo sacerdote se casou com uma filha de Sambalate, o líder dos inimigos da
restauração dos muros de Jerusalém. Neemias o afugentou de perto de si. Não
queria ter comunhão com o filho do sacerdote que se aparentara com um dos
maiores inimigos da sua nação. Isso fora o cúmulo da desvalorização da linhagem
sacerdotal.
O
sacerdócio contaminado. A união mista proibida por Deus prejudicou a pureza
necessária para os que desejavam pertencer ao grupo sacerdotal. Neemias orou
pedindo a intervenção de Deus sobre tamanho desrespeito à unção que deveria
marcar todos aqueles que foram chamados para o ministério sacerdotal.
“Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio, como também o
concerto do sacerdócio e dos levitas” (Ne 13.29).
A Restauração do
Sacerdócio
A
limpeza necessária.
Ao retornar a Jerusalém, Neemias adotou algumas medidas na administração do
sacerdócio. Ele sabia que jamais o povo teria a bênção de Deus se convivesse
com pessoas que não tinham aliança com Deus. Em razão disso, adotou medidas
antipáticas e impopulares. Sentiu o que o salmista sentiu tempos depois: “Pois
o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre
mim” (Si 69.9). A atitude de Neemias deve ter desagradado a muitas pessoas, mas
destituiu das funções ministeriais e administrativas “todos os estranhos”.
Quem sabe não foi muito doloroso
para ele e para as famílias dos demitidos, contudo Neemias foi um líder
consciente de sua missão. Não fora chamado para agradar aos homens, mas para
liderar o povo na obediência ao seu Deus. Pagou um preço alto, sem dúvida, mas
foi fiel ao Senhor. Hoje, há líderes que, buscando os aplausos de muitos, numa
visão de política eclesiástica, deixam de tomar medidas saneadoras no
ministério.
As
funções restauradas.
Com a destituição dos indevidos ocupantes dos cargos na casa do Senhor, Neemias
ficou livre para designar os ocupantes legítimos para as funções sacerdotais e
administrativas. Para tal, teria que recrutar homens fiéis e idôneos (2 Tm
2.2). “Assim, os alimpei de todos os estranhos e designei os cargos dos
sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra” (Ne 13.30). Funções de menor
importância hierárquica também foram restauradas. Ele designou pessoas de
confiança para o serviço logístico de providenciar as ofertas da lenha “para as
primícias” (Ne 13.31). Seu estado de espírito provavelmente estava tão
angustiado diante das medidas drásticas que teve que tomar que orou a Deus:
“Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem” (Ne 13.3l b).
O povo de Deus precisa ser santo.
Isso é determinação divina: “Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu
sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 20.7). Essa separação decorre do processo da
santificação. A igreja do Senhor é formada por “... um povo seu especial,
zeloso de boas obras” (Tt 2. 14). Israel fora chamado para ser um “reino
sacerdotal”, e não poderia contaminar-se por meio de uniões matrimoniais
proibidas por Deus.
“Porque és povo santo ao Senhor,
teu Deus, e o Senhor te escolheu de todos os povos que há sobre a face da
terra, para lhes seres o seu povo próprio” (Dt 14.2). A igreja de Cristo deve
ser formada por pessoas santas (1 Pe 1.15).
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de
Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Livro de Neemias – Integridade e
Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato