14 de dezembro de 2011

AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL


AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

TEXTO ÁUREO = “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).


VERDADE PRÁTICA = O casamento não é um mero contrato social, mas uma instituição divina que tem de ser levada a sério e firmada de acordo com a vontade de Deus.


LEITURA BIBLICA = Neemias 13: 23-29


INTRODUÇÃO


OS PERIGOS DO CASAMENTO MISTO


Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? (2 Co 6.14)

O cristão deve ser santo no namoro, no noivado e no casamento. Ao lermos o trecho citado anteriormente, percebemos que o jugo desigual é prova de infidelidade ao Senhor. No tempo de Neemias, o povo pecava indiscriminadamente, e muitos se aparentaram com pessoas que pertenciam aos povos rejeitados por Deus.

Quando o povo de Deus torna-se obstinado no caminho da desobediência à sua Palavra, corre o risco de ser castigado pelo Senhor com terríveis punições. Israel, em sua jornada em direção a Canaã, agiu de modo pecaminoso em várias ocasiões. E Deus disse a Moisés: “Tenho visto a este povo, e eis que é povo obstinado” (Êx 32.9; Dt 9.13). Os cativeiros assírio e babilônico já haviam comprovado essa terrível constatação. Ao que parece, as bênçãos são esquecidas com facilidade e em pouco tempo, pois o povo tinha um certo fascínio pelo pecado.

A ausência de Neemias por um espaço de tempo fez surgir um vácuo na liderança do povo de Judá. Surgiram desmandos, desvios e pecados, e isso comprova a assertiva de que o povo precisa de uma liderança. Os líderes podem tirar férias, mas a liderança não. O estadista americano Thomas Jefferson disse: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Neste comentário, vamos meditar no que ocorreu quando o líder se fez ausente.

Não foi por acaso que muitos israelitas se aparentaram com mulheres estranhas. A ausência de Neemias fez com que as pessoas sentissem falta de uma liderança. Pouco a pouco as transgressões à lei de Deus foram sendo cometidas, e não havia a figura do líder para alertá-los e tomar as providências necessárias quanto aos desvios de comportamento. A união ilícita entre os israelitas e os filhos dos estrangeiros foi um dos piores pecados cometido pelos habitantes de Canaã. O terrível problema só foi corrigido quando o líder voltou a dirigir e orientar o povo.


Novamente a Mistura com Povos Estranhos


Casamentos proibidos. Quando Deus tirou Israel do Egito, ordenou que ao chegarem à terra de Canaã não se misturassem com os povos estranhos por meio de casamentos mistos (Dt 7.1-4). No livro de Números vemos a determinação de Deus no caso específico das filhas de Zelofeade: “Esta é a palavra que o Senhor mandou acerca das filhas de Zelofeade, dizendo: Sejam por mulheres a quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem na família da tribo de seu pai” (Nm 3 6.6).

Observemos que não só era proibido o casamento com pessoas de povos estranhos, mas também entre pessoas de tribos diferentes. E tudo isso por questões de herança. Cada tribo tinha o seu quinhão. Se alguém se casasse com pessoas de uma outra tribo, parte da herança iria para outro grupo por conta do matrimônio.

A proibição do casamento misto não fora revogada nem explícita nem tacitamente. Mas no tempo de Neemias, após a restauração dos muros e do próprio culto a Deus, novamente ele constatou que o povo desobedecera ao Senhor nesse aspecto. “Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas” (Ne 13.23).

Na dispensação da graça não há proibição de caráter racial ou nacional no que concerne ao casamento. Diz Paulo: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gi 3.28). Mas há proibição para o envolvimento sentimental, emocional ou fisico entre salvos em Cristo e pessoas descrentes. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?”
(2 Co 6.14,15).



Casamento com amonitas e moabitas. Quem eram as amonitas? Eram as descendentes do relacionamento incestuoso entre a filha mais nova de Ló com seu pai quando escaparam de Sodoma e Gomorra. Ló se deixou embriagar (Gn 19.35) e suas filhas tiveram relações sexuais com ele. Dessa união pecaminosa nasceu o filho mais novo de Ló, que tomou o nome de “Ben-Ami” e que pode ser traduzido como “filho de meu próprio pai”. A Bíblia declara: “E a menor também teve um filho e chamou o seu nome Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom, até o dia de hoje” (Gn 19.38). Trata-se de uma origem espúria e contrária às determinações do Senhor (veja Gn 19.35-38).

Quem eram as moabitas? Tinham a mesma origem. A filha mais velha de Ló também aproveitou o estado de embriaguez de seu pai e coabitou com ele. Foi mãe do primeiro filho de Ló após ele escapar da catástrofe de Sodoma e Gomorra. “E conceberam as duas filhas de Ló de seu pai. E teve a primogênita um filho e chamou o seu nome Moabe; este é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje” (Gn 19.36,37).

Uma das razões por que os filhos de Israel não podiam se casar com os amonitas e moabitas era pelo fato de serem “inimigos” de Israel. Quando os judeus se aproximaram de Canaã após a libertação do Egito, os amonitas e os amonitas aliaram-se aos povos adversários e, mais tarde, contribuíram para que Balaão amaldiçoasse o povo hebreu:

“Nenhum amonita ou moabita entrará na congregação do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do Senhor, eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar” (Dt 23.3,4).

Este último fato foi gravíssimo, entretanto não conseguiram derrotar Israel amaldiçoando-o. Mas conseguiram induzi-los ao relacionamento com mulheres estranhas, causando grande prejuízo ao povo judeu. Não obstante a interdição de Deus à entrada dos moabitas ao lugar sagrado do Templo, Ele abriu uma porta para que uma moabita fizesse parte da genealogia de Jesus.

Isso foi algo de valor inestimável e que excede à lógica e à compreensão humana. Rute, uma jovem senhora, viúva, acompanha sua sogra, Noemi, também viúva, no retomo a Israel. Parecia que a vida, na visão simplista, não sorrira para elas. O que duas viúvas fariam no meio do povo de Israel? Contudo, Deus não escreve certo por linhas tortas, como diz o ditado popular. Deus escreve certo, no lugar certo e no tempo certo na vida de cada pessoa.

Numa verdadeira e linda história de amor, Rute, a moabita, casa-se com Boaz, um autêntico líder e servo de Deus. Contrariando todas as expectativas, Rute dá à luz Obede, que foi pai de Jessé e avô de Davi, de cuja linhagem nasceu Jesus, o Salvador do mundo (veja Rt 4.13-20)!

As Consequências sobre os Filhos


A família prejudicada pela mistura. Na maioria dos casos em que os pais se desviam dos caminhos do Senhor e se misturam com pessoas que não professam a mesma fé, ocorrem sérios prejuízos para toda a família. No caso dos judeus que se casaram com moabitas, amonitas e asdoditas, houve graves consequências sobre a vida familiar. “E seus filhos falavam meio asdodita e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de cada povo” (Ne 13.24).
Nesta referência, há um destaque para a influência cultural das mulheres asdoditas, sobretudo na linguagem dos filhos dos judeus. Eles não falavam mais a linguagem de seus ancestrais. Naturalmente, os costumes dos asdoditas contaminaram a vida espiritual e social dos judeus.


A causa da proibição do casamento misto. Dentre os mandamentos, os estatutos e ordenanças determinados por Deus ao povo de Israel quando entraram na terra de Canaã, estava a solene e incisiva proibição de união entre os filhos de Israel e aquelas gentes. O Senhor disse: “... não farás com elas concerto, nem terás piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa vos consumiria” (Dt 7.2-4 — grifo nosso).
O texto citado declara que, ao se envolverem com estrangeiros, os israelitas correriam o risco de sofrer as consequências de sua escolha, pois a “ira do Senhor viria sobre eles”.

Conhecemos jovens, filhas de pais evangélicos dedicados ao Senhor, que se deixaram levar pela sedução de rapazes incrédulos. Algumas apostataram da fé, ou seja, deixaram de servir a Deus para viver com o esposo. Infelizmente, há uma tendência sempre mais forte de o descrente fazer o crente se desviar.


O zelo irado do líder. Neemias governou Jerusalém durante 12 anos (444-432 a.C.), e após a inauguração dos muros e a festa de sua dedicação, resolveu voltar à corte do rei, que era seu monarca e amigo. Deixou Jerusalém sob a responsabilidade da liderança administrativa e sacerdotal. Depois de doze anos, retornou à sua terra. Tamanha foi a sua tristeza ao se deparar, a começar pelos líderes, o povo voltando às práticas que lhes causaram tanto mal.

Dentre muitas coisas, o que mais causou indignação em Neemias foi a união ilícita entre judeus e os amonitas, moabitas e asdoditas. Neemias sentiu uma grande repulsa ao se defrontar com a rebeldia do povo. “E contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo:
Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vós mesmos” (Ne 13.25). Neemias sentiu-se tão insatisfeito com o cenário que avistou que agiu de maneira inconsequente. Talvez, se isso acontecesse nos dias atuais, ele responderia a um processo.

Porventura, não está registrada na Bíblia a reação de Jesus quando, ao adentrar ao Templo, em Jerusalém, observou o mercantilismo e a profanação do lugar sagrado? O que Ele fez? “E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.

E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração. Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões” (Mt 2 1.12,13). Até o meigo Nazareno reagiu com excesso de rigor contra os que queriam fazer da casa de Deus “covil de ladrões!”

Em muitos lugares, a “feira-livre” da fé é totalmente permitida por pastores ou líderes descuidados. Essa “feira-livre” ou esse “supermercado” da fé não está ao lado do templo ou em suas cercanias. É razoável que, em grandes eventos, empresários ou comerciantes cristãos exponham seus produtos. Contudo, o pior mercantilismo é aquele que ocupa o púlpito, realizado por “preletores” famosos ou “cantores celebridades”. Estes manipulam a mente das pessoas incautas e levam-nas ao delírio dizendo estar vendo “nuvens de glória” e “anjos voando” pela igreja. Depois de toda a “preparação e indução psicológica”, o clima está pronto para a “investida final”. Chega o momento da “colheita”, O povo é induzido a ofertar “tudo” para a “obra missionária do famoso pregador ou cantor-sumidade.

Além dos “cachês”, exigidos antecipadamente, o povo é levado a entregar cheques, dinheiro, jóias, relógios, alianças de casamento (o que é um acinte), e o “grande homem” sai com os bolsos ou a mala recheada com o dinheiro dos ofertantes! De quem é a responsabilidade? Neemias responde: dos líderes que são ludibriados pelos empreiteiros do mercado evangélico. Como Jesus reagiria ante a calamidade moral que tem se abatido sobre tantas igrejas?


Inimigos, sempre inimigos. Quem eram as asdoditas? Eram habitantes da cidade de Asdode, uma das cinco grandes cidades dos filisteus (1 Sm 6.17). No período do Novo Testamento, chamou-se Azoto, onde Filipe batizou o eunuco da Etiópia.1 Era uma cidade idólatra, sede do culto ao deus Dagom (1 Sm 5.1-5).

Nela o Deus de Israel pesou sua mão sobre seu povo e sobre seu Deus, quando, em guerra contra os judeus, os derrotaram e levaram a arca da aliança, símbolo maior da presença do Senhor entre seu povo. Pela desobediência, Israel foi fragorosamente derrotado, e a arca, levada com júbilo à casa do deus Dagom.
Mas sua alegria durou muito pouco. Na manhã seguinte, a estátua de Dagom jazia caída diante da arca do Senhor. Posta em seu lugar, os seus adoradores viram, no outro dia, que Dagom estava sem cabeça e sem mãos. Era o claro sinal de que Jeová, o Todo-Poderoso não dá o seu lugar a nenhum falso deus! Durante o tempo em que a arca permaneceu em Asdode, houve grandes pragas e enfermidades sobre seu povo como juízos de Deus (1 Sm 5.6-12).

Por ocasião do recomeço da restauração dos muros de Jerusalém, lá estavam os asdoditas dando apoio aos cabeças da perseguição ao povo de Deus. “E sucedeu que, ouvindo Sambalate, e Tobias, e os arábios, e os amonitas, e os asdoditas que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo” (Ne 4.7).
Lá estavam eles, sempre perseguindo e fazendo oposição para derribar a autoridade dos homens de Deus chamados para liderar seu povo. Em geral, inimigos são sempre inimigos.


Conseqüências na Vida Espiritual (Ele já Falou sobre isso)


Desvio da vontade de Deus. A união mista é pecado, pois é desobediência a Deus. “Porventura, não pecou nisso Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E, contudo, as mulheres estranhas o fizeram pecar” (Ne 13.26). A determinação de Deus contra o casamento misto já era bem conhecida entre os hebreus. Quando da preparação para a entrada em Canaã, Deus disse: “... não darás tuas filhas a seus filhos e não tornarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa vos consumiria” (Dt 7.3,4
— grifo nosso).

Não há a menor dúvida quanto às consequências do casamento misto na vida espiritual. Casamento é comunhão, união de interesses comuns, parceria e cumplicidade.


Perversão espiritual. Salomão é o exemplo mais patente das consequências da união mista. Ao que parece, ele “enlouqueceu” espiritualmente. Em um acesso de soberba e vaidade, resolveu mostrar ao mundo que era um rei muito poderoso e moderno para a sua época. Diz a Bíblia: “E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias das nações de que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor” (1 Rs 11.1,2).

Seu pai, Davi, foi moderado em reunir belas mulheres em torno de si, mas mesmo assim cometeu o terrível pecado de adulterar com a mulher de um dos seus mais fiéis generais que lutavam pelo seu reino. E, como se não bastasse esse pecado, ainda mandou matar o esposo traído cometendo um crime hediondo. Confessou o seu pecado e escapou da morte, mas não escapou das terríveis consequências que sobrevieram sobre o seu reino.

Salomão, certamente, sabia da experiência negativa de seu próprio pai, contudo não se manteve fiel a Deus nesse aspecto. Muito pelo contrário, ultrapassou todos os limites do bom senso e do respeito às determinações de seu Deus. O resultado foi o pecado, o desvio e a perversão: “E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai” (1 Rs 11.3,4).
Esse comportamento foi muito prejudicial à vida espiritual de Salomão e da própria nação israelita, que viu seu rei unir-se a mulheres idólatras.


Idolatria. Salomão, além de desobedecer a Deus, acompanhava suas mulheres ao culto no altar dos deuses estranhos. “E Salomão andou em seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação dos amonitas” (1 Rs 11.5). Construiu altares aos deuses de suas mulheres por solicitação delas (1 Rs 1 1.6-8). Não podemos afirmar isso, mas o texto bíblico que relata a perversão de Salomão nos faz pensar que ele morreu desviado.
Sabemos que quando o crente em Jesus desobedece à sua Palavra e une-se a pessoas incrédulas, despreza a Deus e coloca o parceiro em primeiro lugar em seu coração. Isso é idolatria. Qualquer pessoa ou coisa que é colocada acima de Deus no coração é considerado um ídolo. Neemias não contemporizou com a desobediência. Contendeu com os transgressores usando palavras muito duras contra o cinismo de seus compatriotas. “E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso Deus, casando com mulheres estranhas?” (Ne 13.26,27)


Desvalorizando o Sacerdócio


O genro de Sambalate. “Também um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe, o sumo sacerdote, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim” (Ne 13.28). Podemos imaginar a que ponto chegara o desrespeito à lei de Deus quando um dos filhos do sumo sacerdote se casou com uma filha de Sambalate, o líder dos inimigos da restauração dos muros de Jerusalém. Neemias o afugentou de perto de si. Não queria ter comunhão com o filho do sacerdote que se aparentara com um dos maiores inimigos da sua nação. Isso fora o cúmulo da desvalorização da linhagem sacerdotal.

O sacerdócio contaminado. A união mista proibida por Deus prejudicou a pureza necessária para os que desejavam pertencer ao grupo sacerdotal. Neemias orou pedindo a intervenção de Deus sobre tamanho desrespeito à unção que deveria marcar todos aqueles que foram chamados para o ministério sacerdotal. “Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio, como também o concerto do sacerdócio e dos levitas” (Ne 13.29).


A Restauração do Sacerdócio


A limpeza necessária. Ao retornar a Jerusalém, Neemias adotou algumas medidas na administração do sacerdócio. Ele sabia que jamais o povo teria a bênção de Deus se convivesse com pessoas que não tinham aliança com Deus. Em razão disso, adotou medidas antipáticas e impopulares. Sentiu o que o salmista sentiu tempos depois: “Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim” (Si 69.9). A atitude de Neemias deve ter desagradado a muitas pessoas, mas destituiu das funções ministeriais e administrativas “todos os estranhos”.

Quem sabe não foi muito doloroso para ele e para as famílias dos demitidos, contudo Neemias foi um líder consciente de sua missão. Não fora chamado para agradar aos homens, mas para liderar o povo na obediência ao seu Deus. Pagou um preço alto, sem dúvida, mas foi fiel ao Senhor. Hoje, há líderes que, buscando os aplausos de muitos, numa visão de política eclesiástica, deixam de tomar medidas saneadoras no ministério.


As funções restauradas. Com a destituição dos indevidos ocupantes dos cargos na casa do Senhor, Neemias ficou livre para designar os ocupantes legítimos para as funções sacerdotais e administrativas. Para tal, teria que recrutar homens fiéis e idôneos (2 Tm 2.2). “Assim, os alimpei de todos os estranhos e designei os cargos dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra” (Ne 13.30). Funções de menor importância hierárquica também foram restauradas. Ele designou pessoas de confiança para o serviço logístico de providenciar as ofertas da lenha “para as primícias” (Ne 13.31). Seu estado de espírito provavelmente estava tão angustiado diante das medidas drásticas que teve que tomar que orou a Deus: “Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem” (Ne 13.3l b).

O povo de Deus precisa ser santo. Isso é determinação divina: “Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 20.7). Essa separação decorre do processo da santificação. A igreja do Senhor é formada por “... um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2. 14). Israel fora chamado para ser um “reino sacerdotal”, e não poderia contaminar-se por meio de uniões matrimoniais proibidas por Deus.
“Porque és povo santo ao Senhor, teu Deus, e o Senhor te escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhes seres o seu povo próprio” (Dt 14.2). A igreja de Cristo deve ser formada por pessoas santas (1 Pe 1.15).



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA

Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato