A PROSPERIDADE
EM O NOVO TESTAMENTO
TEXTO
ÁUREO
= “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e
alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).
VERDADE
PRÁTICA
= O conceito de prosperidade em o Novo Testamento vai muito alem da aquisição de
bens terrenos; ele esta fundamentado nas promessas do reino de Deus na época
vindoura.
LEITURA BIBLICA
= 2 Coríntios 8: 1- 9
INTRODUÇÃO
A prosperidade segundo a Bíblia
Hoje mais
do que em qualquer outra época da vida da Igreja o assunto prosperidade tem
invadido o arraial evangélico, despertando nele uma sofreguidão pelo que é
material. As Igrejas que tem optado como diretriz básica do seu ministério a
ênfase nesse assunto numa ânsia de um crescimento numérico rápido têm, muitas
delas, explorado esse tema até as últimas conseqüências, inclusive
comprometendo a pureza do Evangelho.
Mas o que
é prosperidade? Entendendo o assunto conforme o significado da palavra, vemos
que prosperar é “melhorar de condição; progredir; crescer, desenvolver-se;
enriquecer. Muitos evangélicos acham que pelo fato de serem filhos de Deus
(adotivos) devem ser necessariamente ricos financeiramente e o argumento que
usam é que se a Deus pertence à riqueza (Ag 2.8), então os seus filhos têm que
ser ricos também. E o pior de tudo é quando se ensina que se o crente não é
próspero (rico) tem problema na sua vida espiritual, ou falta de fé, ou algum
pecado que impede a sua prosperidade.
Mas será
que no Novo Testamento é isso que é enfatizado? (Lembramos aos irmãos que um
determinado assunto para ser praxe para a vida da Igreja tem que ter
necessariamente o respaldo do Novo Testamento, pois a revelação foi dada de
forma progressiva. Se não há confirmação do Novo Testamento para um assunto do
Antigo Testamento, o mesmo teve o seu valor circunstancial, mas não é normativo
para a Igreja. - isto é uma regra básica da Hermenêutica, que é a ciência de
interpretação dos textos bíblicos).
Não
restam dúvidas de que o Novo Testamento enfatiza a prosperidade do ponto de
vista espiritual. Em Efésios 1.3 nos é dito que Deus já abençoou a Sua Igreja
com toda a sorte de bênçãos espirituais. Pedro disse sobre o assunto, que Deus
nos deu grandes e preciosas promessas pelas quais nos tornamos participantes da
natureza divina (2 Pe 1.3,4). João também tratou do assunto quando se dirigiu a
Gaio, o destinatário da sua 3ª carta, dizendo que ele era um homem prospero
espiritualmente (3 Jo 1,2).
A luz da
Bíblia, Deus é soberano e tem gerência direta na vida de todos os seres
humanos. A uns Ele dá riquezas a outros não. “O rico e o pobre se encontraram;
a todos os fez o Senhor” Pv 22.2. “Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o
que lhe apraz” Sl 115.3. (Veja ainda o Salmo 103.19). Ainda sobre a questão da
soberania de Deus é bom que todos saibam que ninguém pode ter coisa alguma se
não lhe for dada do Céu (Jo 3.27). Tiago também via o assunto dessa maneira
quando disse que toda a boa dádiva e todo dom perfeito vinha do alto, descendo
do Pai das luzes (Tg 1.17).
Se você
irmão tem alguma coisa, algum recurso, prosperou, tem um bom emprego, uma boa
casa para morar, um automóvel para se locomover, tem influência, o seu futuro e
o dos seus filhos estão garantidos (?) não se ensoberbeça, mas adore a Deus que
graciosamente lhe deu tudo isso. Se você querido irmão não tem as coisas
citadas acima ou as tem em menor escala não se entristeça, pois Deus não lhe
deu isso ou lhe deu pouco, mas por outro lado Ele cuida de você com um cuidado
todo especial. Dê graças a Deus por isso em obediência ao que Ele disse em 1 Ts
5.18: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco”.
Não estou
com isso pregando um determinismo nem sou adepto da “síndrome da Gabriela” (eu
nasci assim, vou viver assim e vou morrer assim). Esforce-se, estude, progrida,
mas não venda a sua alma por causa disso. Lembre-se de que o Senhor censurou
aquelas pessoas que eram ricas materialmente e que eram pobres para com Deus
(veja a parábola do rico insensato em Lucas 12.13-21).
CONSUMIR...
CONSUMIR... CONSUMIR
Para refletir - “A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá.
Estas três coisas nunca se fartam; e quatro nunca dizem: Basta.”(Pv 30.15
– ARC).
Neste texto Agur, observa, e de uma forma
poética mostra que a insaciabilidade nunca está completa. Alertando-nos a
vivermos de forma equilibrada, não se dominando por ela, pois nunca diz
“basta”, convidando-nos à vigiar, para que não sejamos dominados pelo
consumismo.
Texto
Bíblico em estudo: Mt 6.19,25,
33,34.
Vivemos em uma sociedade materialista que
exige que estejamos sempre prontos a adquirir mais. Muitas vezes somos
assaltados pela mesma mensagem: “Você merece muito mais”. Porém, não é assim
que a Palavra de Deus nos ensina.
Provérbios 30.8, nos diz: “Afasta
de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza;
mantém-me do pão da minha porção acostumada.”
O que vemos é que Deus quer que reconhecemos,
que podemos nos aquietar, sossegar, sem anseios, confiando que Ele nos dará
nossa porção diária, e que essa porção será suficiente. Não esquecendo que Ele
cuida de nós (Mt 6.8).
Consumidores
manipulados pela mídia e o valor das pessoas
No texto em estudo o Senhor Jesus contrastou
os valores celestiais com o terreno, explicando que não devemos nos afligir com
as circunstancias, pois nosso Pai Celestial, sabe o que precisamos, e não está
alheio as nossas necessidades. Mas que devemos direcionar nossa vida para
buscar as coisas do alto, preocuparmos com nossa posição diante de Deus, pois
quando ao cotidiano – “Basta a cada dia o seu mal” – Deus que cuida de toda a
criação (animais e vegetais), não cuidará de nós?
As preocupações em excesso causam males
terríveis a nossa alma. Portanto não é da vontade de Deus que andemos ansiosos
por coisa alguma, “antes, as nossas petições sejam em tudo conhecidas
diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças” (Fp 4.16).
Muitos hoje são arrastados pela mídia à
comprar desenfreadamente, sem a devida ponderação da necessidade, e mesmo poder
aquisitivo para faze-lo.
Alguns
critérios para a escolha
1.
Consciência da necessidade de sustentabilidade – (Entender
e precisar) X (querer) – valores do SER ou do TER; (Apego ao consumismo,
conforto/ prazer) X (poder) – verificar custo e disponibilidade de acesso.
2.
Refletir : sobre o
que é necessário e planejar o que pretende consumir dando prioridade para a
compra de produtos do comércio justo, ético e solidário.
3.
Reduzir: o que é
possível, recusando o que é desnecessário e supérfluo.
4.
Repartir:
compartilhar ao máximo produtos e conhecimento, na prática constante da solidariedade...
5.
Reutilizar:sempre que possível,
aumentar a vida útil de produtos e retardar o descarte.
6.
Reciclar: quando já
tiver esgotado as alternativas anteriores, enviar para reciclar produtos
(quando possível). Se seguirmos esses passos, estaremos livres da influencia da
Mídia, que impõe-nos um consumismo desenfreado, e estaremos consumindo com
responsabilidade.
A
sociedade de consumo é individualista
O mundo contemporâneo, tecnológico e
globalizado, sofre grande influência das mídias, cuja atuação ultrapassa de
muito a área econômica, interferindo nos comportamentos sociais, nos valores
culturais, e criando novas modalidades discursivas e conceituais.Para muitos, a
ação midiática é responsável mesmo pela implementação de novas racionalidades e
formas de pensamento, com influência na própria produção de sentido e percepção
moral, promovendo, assim, alterações profundas de caráter ético, estético e
ideológico, cada vez mais vemos o acréscimo do individualismos insensível e
esgoista.
A publicidade veiculada pela mídia amplia o
potencial de transmissão de informações que objetivam a construção de uma
consciência do indivíduo enquanto sujeito-consumidor, assumindo a mesma um
papel de grande importância na difusão de práticas sociais compatíveis com a venda
de produtos midiáticos. Quando a publicidade atinge a sua finalidade, cria
novas regras de acumulação, amplia as faixas de consumo e opera a
homogeneização necessária à difusão de uma ideologia de valores consumistas.
Evidentemente, existem aspectos positivos,
tais como a acessibilidade da informação, que possibilita uma democratização do
conhecimento. Entretanto, esse acesso global e indiscriminado à informação sem
uma elaboração crítica pode trazer efeitos nefastos à crianças e adolescentes,
e porque não dizem também à adultos, que não possuem meios de processar o
material veiculado com uma postura mais crítica. Os receptores das mensagens
produzidas pela mídia são vistos como consumidores passivos a serem
hipnotizados e manipulados pelo espetáculo dos produtos apresentados na Mídia.
Cria-se uma nova forma de produção e
veiculação da ideologia — não mais fundada num sistema coerente de idéias ou
crenças, mas como um sistema de valores introjetados pela sua invasividade,
cujo modo de ação é a apresentação de conduta e valores a serem reproduzidos,
sustentada pelo fato de a mídia se apresentar como geradora da própria
realidade.
O que se deve ter presente é que a mídia e os
fenômenos que se representam em seu meio, bem como a ordem lógica, formal,
emocional ou moral que encerram, estão articulados num universo próprio,
fechado em si mesmo. Trata-se de um mundo industrialmente construído,
mundo-mercadoria, que, como qualquer produto acabado, é oferecido ao mercado
global. A dimensão fundamental dessa construção midiática da realidade não
reside no seu caráter instrumental, extensivo dos sentidos e da experiência; e
sim em sua capacidade manipulatória condicionante da consciência.
Com isso, novas linguagens, códigos, posturas
e hábitos são difundidos através do discurso da Mídia, que é cuidadosamente
produzido para vender serviços e produtos interessantes ao mercado consumidor.
Os consumidores assumem, nesse contexto, um
papel interativo com o texto midiático, na medida em que reproduzem os
paradigmas projetados, incorporando-os ao seu self e à maneira de
perceber a realidade.
Já pensaram nisso? – o Perigo que nossas
crianças e adolescentes são expostos diariamente?
Seja você mesmo
Seja você mesmo... Sempre!.
Seja sempre você, autêntico e único!
Deus te fez assim – único. E por que querer
copiar, querer ser igual a todos os outros?
Outro dia, estava em um ônibus, e conforme
passava pelas ruas, eu observava as calçadas, fiquei admirada, quantas
adolescentes, moças e mulheres com cabelos vermelhos... Todas iguais!
De igual modo os adolescentes e rapazes com
cabelos amarelos... Fiquei pensando: “Que falta de originalidade... Isso é
horrível, uma falta total de identidade...
E quando isso ocorre com cristão é muito
pior... “somos geração eleita, sacerdócio santo”, e vamos nos
transformar em marias-vai-com-as-outras”?
Sejamos nós mesmos... autênticos cristãos, e
todos nos respeitarão como somos.
Observação:- O mundo hoje gira em torno do consumismo. O maior
desejo das pessoas,
influenciadas pelos veículos de comunicação de massa, está
em obter bens; seja uma roupa, carro ou, até mesmo, uma viagem. O importante é
ter. A moda agora é ter o máximo que conseguir. Dessa forma, será bem
visto pela sociedade e não será excluído jamais, desde que continue seguindo às
regras de consumo.
Isso o tornará uma pessoa em evidência? Não,
você apenas será mais um na multidão, como outro qualquer.
Através da Bíblia vemos que não é isso que
Deus tem para nós. Ele não está preocupado com a nossa aparência, com quanto
vamos gastar para ficarmos na moda, ou o que precisamos fazer para sermos
aceitos por outras pessoas. O interesse de Deus é por nossas vidas, pelo nosso
ser, nosso coração – quer que sejamos um Nele, quer que sejamos “seu particular
tesouro”.
Mesmo sabendo dessa verdade incontestável, o
que nos leva ao desejo desenfreado de consumir? Será que está faltando algo em
nossas vidas, ou simplesmente ainda não aprendemos a viver segundo os
ensinamentos de Jesus? Temos que tomar cuidado com os nossos anseios, “porque,
onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc
12.34).
Deus nos fez único... Somos sua imagem, pois
Deus projetou em nós sua imagem, quando aceitamos à Jesus, por meio do seu
sacrifício, a imagem de Deus volta em foco através de nós, uma projeção direta
do Todo Poderoso, e a gloria do SENHOR brilha refletindo-O aos homens através
de nós.
Por essa razão não é da Vontade de Deus que
sejamos manipulados pela mídia, ou por quem que seja, somos feitura de Suas
Mãos, quem olhar-nos deve ver Seu reflexo em nós, e não um bando de cópias
ditadas por um mundo decaído, de visão deturpada. A imagem que vocês viram no
espelho, é a pessoa que Deus fez, detalhe por detalhe, a cor dos olhos, a cor
dos cabelos, o timbre de sua voz, tudo... nada escapou do olhar atendo daquele
que te formou... Valorize-se... não seja mais um... Seja único.
EM BUSCA
DA PROSPERIDADE
Quando se
fala em prosperidade nos meios evangélicos, imediatamente vem no coração
o desejo em adquirir para si, abundância de bens materiais e viver em esplêndida
mordomia. Mas o que diz a palavra do Senhor sobre a prosperidade material, no
Antigo e no Novo Testamento do Senhor Jesus? Em meditação na palavra
do Senhor, especificamente no Antigo Testamento encontramos várias referências,
onde o Senhor prosperava espiritualmente os que o temiam e lhes eram
fieis. Também lhes concedia muitas bênçãos e prosperidades materiais,
como recompensa pela fidelidade.
Podemos
citar como exemplo, Abraão, o rei Davi, Salomão, Jó, mesmo depois de ter sido
provado e perdido todos os seus bens, e pelo seu temor, humildade e
reconhecimento a autoridade e poder do Deus altíssimo, foi agraciado novamente
com os seus bens materiais, em porções dobradas. E mesmo em Malaquias
3.10, há promessa de prosperidades materiais para os dizimistas
fieis, conforme uso da Lei de Moisés (Números 18.21-26).
Porém, no
Novo Testamento do Senhor Jesus, não encontramos mais a promessa de
prosperidades materiais para os que se arrependerem dos seus pecados, para
os que lhes são fieis.
Após Cristo
ter-se dado em sacrifício vivo para remissão dos nossos pecados, para alcançarmos
a salvação, as prosperidades materiais tornaram-se coisas
insignificantes, pequenas diante da grandeza de Deus em nos proporcionar a
oferta da vida eterna, pois, agora temos uma melhor e mais confortável
esperança em Jesus Cristo, encontramos a vida, pela morte de Cristo na
cruz. Algo infinitamente superior a todos os bens materiais deste
mundo.
E não há
enigma algum para entender isso. Antigo Testamento: Bênçãos e prosperidades
materiais para o homem fiel a Deus. Novo Testamento: Paz no
coração e oferta de vida eterna para os que crêem e guardam os
mandamentos do Senhor até o fim.
Mas,
lamentavelmente, os “eruditos” líderes das grandes igrejas que
fazem a mídia no ambiente evangélico, criaram um cifrão ($ ) como símbolo
de fé para os que buscam a prosperidade, priorizando
a vontade da carne e a materialidade, em detrimento a graça, as
bênçãos espirituais e a oferta da salvação para a vida eterna.
Só vêem o
que está diante do nariz, mas não tem olhos espirituais para ver a grande
divisão que há entre o Antigo e o Novo Testamento do Senhor Jesus Cristo. Não
anunciam o que é mais importante do que todos os bens deste mundo, o
propósito de Deus para o homem, a salvação da vida eterna.
O
dinheiro poderá suprir algumas necessidades materiais, e trazer alegria
momentânea para as coisas deste mundo, mas também não compra tudo, e jamais irá
lhe proporcionar a oportunidade de provar o dom celestial e à consolidação na
esperança da salvação para os dias vindouros.
Hoje,
libertos do jugo da lei e vivendo pela “graça” do Senhor Jesus Cristo, a
nossa primazia não pode continuar voltada para as prosperidades materiais.
No Novo Testamento não há uma só referência; sequer um versículo de promessa de
abundância material para os que esperam pela vinda de Cristo (se
alguém souber me informe). “Ele” nos dá a confortável confiança
que não precisamos nos preocupar com o amanhã, com coisas materiais como
alimento e as vestes.
Devemos sim, buscar em primeiro lugar o Reino de
Deus e a sua justiça e as demais coisas nos serão acrescentadas. Isso
é, o essencial para o nosso cotidiano, porque a inquietação com o amanhã são
coisas dos gentios, aqueles que não temem e nem confiam no poder do Senhor (Mateus
6.25-33).
No
Evangelho de Lucas 18.28 – 30, disse Pedro a Jesus: Eis que
nós deixamos tudo e te seguimos.
Respondeu-lhes
disse: Na verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou
pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos pelo Reino de Deus; e não haja
de receber muito mais neste mundo e, na idade vindoura, a vida eterna.
A
palavra do Senhor no livro de Mateus 6.24 diz: “Ninguém pode servir a
dois senhores, ou serve a Deus ou a mamon” (quer dizer dinheiro, riqueza,
poder, bens materiais, viver para o mundo).
A
parábola do rico insensato: Lucas 12.13 a 21, disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu
irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe disse: Homem, quem
me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós? E disse-lhes:
Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não
consiste na abundância do que possui.
E
propôs-lhe uma parábola dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido
com abundância; e arrazoava ele entre si dizendo: Que farei? Não tenho onde
recolher os meus frutos.
E disse:
Farei isto. Derrubarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e
ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens. E direi a minha alma: Alma
tem em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, e folga.
Mas Deus
lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens
preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e
não é rico para com Deus.
Hoje
continua da mesma forma, muitos buscam a Cristo como um juiz repartidor de bens
materiais. Querem fazer grandes celeiros, e a viverem uma vida farta.
Porém esquecem a finalidade principal da aspersão do sangue de Cristo na cruz,
para nos dar da sua “graça”, remir os nossos pecados e nos ofertar a
vida eterna, para vivermos num lugar onde a morte já não existe mais, e não
haverá mais pranto, nem dor e nem clamor, porque Deus enxugará dos seus olhos
toda lágrima.
Na
carta aos Romanos 12.16, a palavra do Senhor diz: Não devemos
ambicionar coisas altas, mas acomodar as humildes.
I Timóteo
6.7-11: Porque
nada trouxemos para este mundo, e dele nada levaremos, mas tendo roupa e
alimento, estejamos com isso contente.
Mas os
que almejam bens materiais caem em tentação e acabam na perdição e ruína. Porque
o amor do dinheiro é a raiz de todas as espécies de males, e nessa cobiça,
alguns se desviaram da fé traspassando a si mesmo com muitas dores. E ainda
alerta que o homem de Deus deve fugir destas coisas materiais e seguir a fé,
a caridade, a paciência, e a mansidão.
I
Coríntios 15.19 – Se
esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
Jesus alertou:
Mateus
6.19 a 21: Não
ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os
ladrões minam e roubam.
Mas
ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os
ladrões não minam, nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará
também o vosso coração.
Mateus
19.24: É mais
fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino
do céu.
Mateus
16.26 - Que
aproveita o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
A palavra
do Senhor ainda faz uma exortação aos ricos deste mundo, que colocam o seu
coração na incerteza das riquezas, nas coisas materiais: Como dizem: Sou
rico e de nada tenho falta, mas não sabe que é um desgraçado, e miserável, e
pobre e nu e cego (Apocalipse 3.17).
Mas
deixou também o conforto espiritual para os que confiam verdadeiramente no seu
poder, dizendo:
Hebreus
13:5: Sejam
vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele
disse: Não te deixarei, nem te desampararei.
(Mateus 13:44) - Também o
reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem
achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra
aquele campo.
TESOURO: um tesouro consiste em uma
volumosa riqueza: pode ser em dinheiro, jóia, ouro, prata, e inúmeros outros
bens que alguém possua. Era costume dos povos nos tempos bíblicos, esconder
tesouros em suas terras, afim, de protegê-los contra ladrões e de vizinhos
avarentos, ou, pela simples falta de bancos. Muitas vezes acontecia de um
camponês achar um desses tesouros enquanto cavava os campos, entretanto, o fato
de encontrar um tesouro em terreno alheio, não lhe dava o direito de possuí-lo.
Caso estivesse interessado naquela riqueza, teria que adquirir a propriedade na
qual o tesouro fora encontrado.
Jesus usou esse fato para
enfatizar o valor supremo do reino dos céus.
Nesta parábola, o campo, é o mundo; o homem o
pecador que encontra Cristo; e o tesouro é o próprio Cristo. Quando o homem
encontra Jesus, deixa para trás outros tesouros que ocasionalmente possua para
preservar no seu coração apenas Jesus Cristo, o seu maior tesouro. Quando o
homem reconhece em Jesus o tesouro incomparável que Ele é, não esita em abrir
mão de tudo para ficar com Jesus. (Filipenses 3:7) - Mas o que para mim
era ganho, reputei-o perda por Cristo.
Aquilo que parecia ser de muita valia, quando
verdadeiramente encontramos Jesus, passa a ser algo sem valor.
(Filipenses 3:8) - E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela
excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda
de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a
Cristo.
Nenhum tesouro desse mundo, seja: dinheiro, fama,
prestígio ou sabedoria humana, pode ser comparado à grandeza do reino dos céus
do qual somos participantes.(Colossenses 2:2, 3) - Para que os seus
corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da
plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus Pai, e
de Cristo, Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da
ciência.
A Bíblia nos aconselha a não entesourarmos nada
aqui na terra. (Mateus 6:19) - Não ajunteis tesouros na terra, onde a
traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Pois as riquezas desse mundo são passageiras. (Provérbios 23:4) - Não te
fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria. Porventura
fixarás os teus olhos naquilo que não é nada? Porque, certamente criará asas e
voará ao céu como as aves.
Nunca devemos comparar o nosso Senhor às riquezas
materiais, pois, Ele é mais importante do que ouro ou prata. (Atos 17:29)
- Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja
semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação
dos homens. Muitos rejeitam Jesus, o tesouro incomparável para confiar
em coisas perecíveis, preferindo assim ficar fora do reino dos céus. (Lucas
18:22-24) - E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma
coisa; vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no
céu; vem, e segue-me. Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era
muito rico, e, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão
dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
Quando o homem aceita Jesus, como seu salvador, e,
permanece com Ele, recebe como herança, todas as riquezas do reino de Deus.
(Lucas 22:28,29) - E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas
tentações.E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou. Quando
abandonamos as nossas “riquezas” por amor a Jesus, não nos é prometido apenas
um tesouro espiritual, no céu, mas, muito receberemos também aqui na
terra. (Lucas 18:29,30) - E ele lhes disse: Na verdade vos digo que
ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos,
pelo reino de Deus, que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade
vindoura a vida eterna.
Pois nada desse mundo, nem mesmo as aflições, pode
ser comparado ao que Jesus preparou para nós. (Romanos 8:18) - Porque
para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para
comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
Mesmo sendo nós fracos, Deus nos escolheu, para
colocar em nós o seu mais precioso tesouro. (II Corintios 4:7) -
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder
seja de Deus, e não de nós. Quando temos em nós esse precioso
tesouro, Jesus, de nada sentimos falta,.Ele supre todas as nossas necessidades.
(Filipenses 4:19) - O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas
as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
Acumulando
tesouros no céu
Em Mateus 6:19-20 o
Senhor diz: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a
traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para
vós outros tesouros no céu...”. Olha só que ensino surpreendente esse! O
Senhor esta dizendo que eu ou você podemos passar nossa vida trabalhando para
conseguir uma das duas coisas: Um tesouro que vale muito, ou, um tesouro que
não vale nada!
Entretanto eu me pergunto: Como é que
alguém poderia entre duas escolhas ficar com a pior? O que levaria um homem
ou uma mulher sadios da mente fazer a pior escolha e dedicar sua vida inteira
para consegui-la? Gastar o melhor dos seus dias em busca do pior para a sua
existência? Francamente – a não ser que a pessoa tenha algum problema mental –
isso parece uma coisa impossível de acontecer, pois qualquer pessoa quer o
melhor para si. Mas então, qual é a razão desse ensino do Senhor? Acho que o
Senhor está nos advertindo contra um poderoso inimigo: o engano.
O que acontece se uma pessoa pensar que
escolheu o melhor enquanto na verdade escolheu o pior? Pense em quantas pessoas
já compraram um apartamento – na planta – e concluíram que estavam fazendo o
negócio da sua vida. Trabalharam duramente para pagar as prestações.
Economizaram. Sonharam. Pense na decepção e amargura delas quando lá na frente
descobrem que tudo é uma farsa. A construtora é uma arapuca. O apartamento
nunca existiu. Tanto trabalho. Tanto esforço... por uma farsa! Vidas
verdadeiramente empenhadas por uma mentira. Pensando que trabalhavam por uma
coisa boa, trabalhavam duro por um grande mal. Que poder incrível tem esse tal
de engano!!! Usar o melhor de nós para tirar o melhor para ele!
Talvez essa seja a armadilha contra a qual o
Senhor quer nos advertir aqui nesse ensino. Será que sinceridade, esforço e
dedicação formam um trio imbatível que nos garanta a salvação? E se, por falta
de conhecimento, formos enganados? E se, enquanto acreditamos que estamos
trabalhando para nossa salvação, estamos – na verdade – trabalhando para nossa
perdição eterna?! Terrível!!! Sinceros, mas enganados! Fervorosos, mas
enganados! Dedicados, mas enganados!
Como ter certeza? Qual a fonte segura? A
igreja que frequento? Pregadores que ouço? Artigos como esse? Jesus dá a
resposta: “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não conhecendo as
Escrituras ...” (Mateus 22:29).
Essa é a resposta. O conhecimento das
Escrituras pode nos livrar dos enganos. É por acreditar nos sentimentos e não
na verdade que somos enganados. Jacó trabalhou sete anos para ter Raquel como
esposa, mas sem saber trabalhava esforçadamente a cada dia para se casar com
Lia. Pensando que trabalhava para ter Raquel, sem saber trabalhava para ter
Lia.
Quantas pessoas fervorosas podem estar nessa
situação hoje? Pensando que trabalham para a salvação (tesouros no céu), sem
saber trabalham para a perdição (tesouros na terra). Dedicadas. Empenhadas.
Amorosas. Evangelizadores. Tantas coisas, que não dá para acreditar que não
terão o seu lugar na eternidade ao lado do Senhor. Mas, e se o maldito engano
as tiver sob seu controle? E se elas estiverem na mesma situação do pobre Jacó:
trabalhando por Lia enquanto pensava que era por Raquel?
Em Mateus 7:21, Jesus diz muito sobre esse
tipo de engano: “Nem todo que me diz Senhor, Senhor! entrará no reino dos
céus; mas aquele que faz a vontade do meu Pai que esta nos céus”. Olha
só? Não é a mesma situação? Aquelas pessoas fizeram muita coisa em nome do
Senhor – é só continuar lendo Mateus que a gente vê. Mas desgraçadamente foi
tudo um grande engano. Apanhadas em uma poderosa armadilha ficaram cegas. E,
cegas, rumaram para longe do Senhor enquanto pensavam que estavam indo ao seu
encontro.
Qual é o verdadeiro tesouro então? Como achar
um caminho certo e seguro para ele? Paulo responde: “A mim, o menor de
todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das
insondáveis riquezas de Cristo” (Efésios 3:8). Eis aí o mapa do
verdadeiro tesouro: o evangelho da salvação. Confie sua vida a ele e seja rico
em bençãos celestiais! “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares
celestiais em Cristo” (Efésios 1:3).
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
cristoeaverdade.net
www.estudosdabiblia.net
estudosbiblicos.spaceblog.com.br
Pr. Eudes Cavalcanti - 3iec.com.br
Colaboração
para o Portal Escola Dominical
SEGUE ABAIXO
ESTUDO PARA COMPLEMENTO
A
PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É FILANTRÓPICA
POBREZA: UMA REALIDADE SEMPRE PRESENTE
1. Os pobres. Na America latina, a partir dos anos 1970, se desenvolveram duas grandes
correntes teológicas que abalaram as tradições teológicas: a Teologia da
Libertação (Católica) e a Teologia Evangélica da Missão Integral. Essas duas
correntes enfatizam a necessidade da reflexão teológica a partir do compromisso
social do povo de Deus. A condição social da America Latina levou os pensadores
cristãos a desenvolver estas teologias baseadas na opção preferencial pelos
pobres contra a pobreza e pela sua libertação e propõem o engajamento social
dos cristãos na construção de uma sociedade mais justa e solidaria. A
desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos
países na atualidade.
A pobreza existe em todos os
países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre
principalmente em países não desenvolvidos. Resolver o problema é o desafio dos
governos desses lugares. No entanto, não é tão simples quanto parece. O
filósofo Karl Marx (1818-1883), interpreta a miséria como um instrumento
utilizado pelas classes dominantes. Para ele, a desigualdade é resultado da
divisão de classes – entre aqueles que detêm os meios de produção e os
trabalhadores, que só têm a força de trabalho para garantir a sobrevivência. O
contexto da comunidade cristã em Jerusalém, descrito em Atos 6, é de pobreza e
necessidades sociais.
O resultado do Pentecostes fez
com que a igreja de Jerusalém triplicasse em quantidade, mas em contrapartida,
crescia na mesma proporção o número de necessitados. Como consequência do
crescimento, surgiram carências oriundas de um contexto social de extrema
pobreza e miséria. A Igreja Primitiva passara a ser grande, mas seus líderes
não podiam fechar os olhos para os pobres e necessitados. Uma igreja que cresce
numericamente pode ver seu rebanho adoecer a uma velocidade desproporcional por
pura falta de cuidado com as pessoas. A Igreja de Cristo precisa crescer
integralmente e priorizar pessoas.
2. O problema da fome. Herdamos um mundo caído, e a
pobreza, bem como a doença e a morte, como resultado do primeiro pecado. Antes
da queda a terra dava seu fruto livremente, e Adão e Eva entendiam suas
responsabilidades sob Deus e percebiam os benefícios da árvore da vida (Gn
2.15, 16). O estado sem pecado de Adão e Eva não significa que eles estavam
livres da obrigação de cultivar e guardar o jardim. Antes, a obrigação de lutar
pelo seu sustento estava entremeada no mandato e criação. Contudo, desde a
queda, a terra passou a negar seu fruto e o homem se tornou irresponsável na
execução de sua tarefa de domínio:
“maldita é a terra por tua
causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela
produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do
rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado;
porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.17b-19).
Alguns vão ainda mais longe, e
assassinam outros para possuir o que não lhes pertence (Gn 4.19. 23, 24)[2]. O livro de Juízes refere-se ao
fato de que Israel empobreceu muito (Jz 6.1-6).
Os midianitas destruíam as
sementeiras, matavam o gado e não deixavam mantimento em Israel. Isso nos
mostra que a pobreza era resultado de não haver proteção de Deus. Portanto, a
Bíblia nunca lida com a pobreza fora do contexto da queda do homem no pecado.
(Todo assunto deve ser considerado em relação à queda da humanidade no pecado.
A questão da pobreza não é única nesse respeito.) Isso não quer dizer que, o
crente que é pobre esteja em pecado, mas como está inserido num contexto
social, sofre as conseqüências do desajuste social, ainda que com um
diferencial: há um lugar de descanso, onde ele pode se achegar e descansar, na
completa dependência de Deus o homem encontra tudo o que precisa para viver.
Sim, o crente considera as circunstâncias da vida sob a ótica de Deus, aprende
também a descansar n’Ele. Davi aprendeu isso depois de passar por grandes
experiências. Ele disse no Sl 119.165 que “muita paz têm os que amam a tua
lei, e para eles não há tropeço”. Quando o crente está em verdadeira
sintonia com Deus, passa a enxergar pelos olhos da fé, passa a ver o invisível
e usufruir das verdadeiras bênçãos que Ele reservou para os Seus queridos.
3. Precisamos ouvir a voz de Deus. A solução
para a pobreza deve ser respondida à luz do que a Bíblia diz sobre a condição
caída do homem, e os fatores que criam as condições para a pobreza. Deus
determina que o crente cuide dos pobres, para negar isso, deve-se negar toda a
Bíblia: “Executai juízo
verdadeiro, mostrai bondade e misericórdia, cada um a seu irmão” (Zc 7.9) e
“O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se
compadece do necessitado” (Pv 14.31).
Deus instrui o crente a oferecer
socorro aos oprimidos, famintos, presos, cegos, estrangeiros, viúvas e órfãos.
Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em
Cristo (Gl 6.10). Jesus equiparou o cuidado com os irmãos na fé como se fossem
a Ele próprio (Mt 25.40,45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que
se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as
necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). A diaconia foi instituída
para cuidar dos necessitados (At 6.1-6). Deus quer que os que têm em abundância
compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2 Co
8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Tiago desenvolve sua teologia prática afirmando
que a verdadeira religião é atender aos necessitados (Tg 1.27) e também que
Deus escolheu os que são pobres, para a salvação (2.5).
1. Os ricos e os pobres em Israel. Quando lemos, o livro do profeta
Amós, a descrição das casas de Samaria, de paredes de ébano e marfim para se
ter uma idéia da prosperidade do país. Mas também da injustiça social que dela
decorria: As escavações efetuadas em Tersa, a primeira capital, mostram um
conjunto de casas bem construídas, separadas, por um muro, de uma ilhota de
casebres, verdadeira favela, na realidade a situação daquela época era boa para
alguns e ruim para outras, o dinheiro estava concentrado nas mãos dos poderosos
das autoridades da época, foi por isso que Amós foi levantado por Deus para
combater as injustiças que haviam na época.
Muitos
textos da tradição profética apresenta a temática das relações econômicas onde
a perspectiva é a partir das pessoas e grupos sociais mais empobrecidos dentro
daquela sociedade:
- “Fostes
vós que devorastes a vinha, o que roubastes do pobre está em vossas casas. Com
que direito esmagais o meu povo e calcais aos pés o rosto dos pobres?” (Is
3.14-15);
- “Teus
chefes são rebeldes, parceiros de ladrões. Todos gostam de suborno e correm
atrás de presentes. Não fazem justiça ao órfão e a causa da viúva não chega até
eles” (Is 1.23);
- “Ai dos
que decretam leis injustas e editam escritos de opressão: para afastar os
humildes do julgamento e privar do direito os pobres do meu povo, para fazer
das viúvas suas presas e roubar os órfãos” (Is 10.1);
- “Ouvi
esta palavra, vacas de Basã, que estais sobre o monte de Samaria, que oprimis
os fracos, explorais os pobres e dizeis aos vossos maridos: Trazei-nos o que
beber” (Am 4.1);
- “Eles
odeiam quem repreende no tribunal e detestam quem fala com sinceridade. Por
isso: porque oprimis o indigente e lhe cobrais um imposto de trigo,
construístes casas de pedra lavrada, mas não as habitareis; plantastes
esplêndidas vinhas, mas não bebereis o seu vinho. Pois conheço vossos inúmeros
delitos e vossos enormes pecados” (Am 5.10-12);
- “Ai do
que constrói sua casa sem justiça e seus aposentos sem direito; que faz
trabalhar seu próximo de graça e não lhe paga o salário” (Jr 22.13);
- “Eles
não sabem fazer o que é reto” (Am 3.10).
Durante o período de dominação
romana na Palestina do primeiro século, o povo judeu encontrava-se em situação
de “povo dominado” ou “escravizado”.
A sociedade era dividida em
quatro grandes grupos socioeconômicos: os ricos, grandes proprietários,
comerciantes ou elementos provenientes do alto clero; os grupos médios,
sacerdotes, pequenos e médios proprietários rurais ou comerciantes; os pobres,
trabalhadores em geral, seja no campo ou nas cidades; e os miseráveis,
mendigos, escravos ou excluídos sociais, como ladrões.
Contudo, as diferenças sociais na
palestina não se pautavam somente na riqueza ou pobreza do indivíduo, mas em
diversos outros critérios, como sexo, função religiosa, conhecimento, pureza
étnica, etc. Dois exemplos: uma mulher, ainda que proveniente de uma família
rica, estava numa situação social inferior a de um levita; um samaritano,
apesar da miscigenação com os israelitas, era considerado impuro e,
socialmente, inferior a uma mulher judia.
2. A escravidão em Israel. Críticos atribuem culpa à
religião judaica e à fé cristã, pelo incentivo à escravidão desde tempos
remotos, mas se examinarmos o Antigo Testamento veremos que era proibida a
escravidão no meio do povo hebreu (Lv 25.42). Os únicos casos de servidão –
radicalmente distinto de qualquer modelo das culturas pagãs – eram de punições
de criminosos que deveriam restituir o roubo com serviço, (Ex 22.3); e de
pobreza, quando as pessoas buscavam sustento trabalhando para outras, (Lv
25.39;Ex 21.7). É relevante que os hebreus escravos, por motivo de crime ou
pobreza, só podiam servir aos seus senhores por seis anos, sendo
compulsoriamente libertados.
Mesmo no caso dos pobres, a opção
de se tornarem servos era deles, a fim de que não morressem de fome. Na
verdade, o princípio da escravidão entre hebreus, nada mais era do que ser
tratado exatamente como um trabalhador livre, um empregado pago, (Lv 25.39,40;
Cf. Mt 24.45s; Lc 19.11s). A Lei permitia aos hebreus comprar escravos vindos do
mundo pagão (Lv 25.44), porém nenhum escravo era permitido no meio do povo se
não houvesse profissão de fé e circuncisão para com o Deus de Israel. Isto era
previsto para que a santidade do povo e a fidelidade a Deus fossem preservadas
contra qualquer mistura de religiões do mundo pagão. Mas o escravo não era
compulsoriamente circuncidado, pois a circuncisão só poderia ser administrada
se a pessoa concordasse com os preceitos da fé de Israel, (Rm 2.25-29); caso
contrário, ele era devolvido ao seu povo de origem. O tempo exigido para a
liberdade de um escravo de outra origem era de cinqüenta anos. Jó usou o
argumento da criação para referendar os direitos dos seus servos, (Jó
31.13-15):
·Os
escravos tinham direito a um dia de descanso como qualquer trabalhador comum,
(Êx 20.10; 23.12);
·Havia
salário para o escravo, (Lv 25.40);
·Havia
indenização por vexames provocados contra o escravo, (Ex 21.8,10);
·Os
escravos tinham direito de se casarem com filhos ou filhas de seus senhores,
tornando-se assim membros da família, (Ex 21.9);
·Se
fugissem de seus senhores não poderiam ser devolvidos para os mesmos, (Dt
23.15-16). Isso era providencial porque os escravos fugiam de senhores que lhes
maltratavam, e isso fazia com que seus donos perdessem o direito de seus serviços;
a lei proibia todo e qualquer maltrato a um escravo.
·Se um
escravo concordasse em ser um professo fiel ao Deus de Israel, ele tornava-se
um membro da família, com privilégios que a outro membro poderia ser negado,
(Lv 22.10-13);
·O ano
sabático e o ano do jubileu eram datas de cada senhor dispensar os trabalhos de
seus escravos, a menos que tais escravos se recusassem a deixar o serviço,
sendo amados pelos seus senhores, se tornariam servos para sempre, (Ex 21.2,5);
·Havia
leis que protegiam os escravos a cada possível circunstância degradante por
parte dos senhores malvados, estes, para os quais era previsto punição;
Por estes
motivos, o mercado escravagista judaico não interessava aos mercadores de
escravos, havendo entre eles até mesmo um ditado que dizia “Quem comprar um
escravo judeu arranja um senhor para si mesmo” [3].
3. O socorro aos pobres. No Antigo Testamento vemos que
existe uma clara opção preferencial de Deus pelos pobres e oprimidos. Isto não
significa que Deus faça acepção de pessoas ou de classe social. Mas com certeza
Ele olha de maneira especial para aqueles que não têm vez, que não têm voz. A
lei de Moisés continha dispositivos que iam além do mero atendimento de
necessidades imediatas, criando condições para que houvesse menor desigualdade
na sociedade de Israel. São exemplos disso a lei da rebusca (Lv 19.9-10; 23.22;
Dt 24.19-21) e o ano do jubileu (Lv 25.8-34).
Quando se chega à literatura
profética, em especial aos “profetas éticos” do século oitavo a.C. (Isaías,
Oséias, Amós e Miquéias), a justiça, a misericórdia e a generosidade no trato
com os sofredores se tornam um tema dominante (Is 1.17,23; 3.14-15,18-23;
5.7-8; 58.5-10; Os 10.12; 12.5-7; Am 2.6-7; 4.1; 5.12,24; 8.4-6; Mq 2.1-2;
6.8).
A justiça social ordenada por
Deus determinava que os ricos não desprezassem os pobres (Dt 15. 7-11), e que o
estrangeiro, a viúva e o órfão fossem atendidos em suas necessidades (Ex 22.
22; Dt 10. 18; 14. 29). Ezequiel 16.49 afirma que o pecado de Sodoma, além do
orgulho, da vaidade e da imoralidade era que aquela cidade, sendo rica e
abastada, nunca atendeu o pobre e o necessitado. O Velho Testamento encerra o
objetivo de Deus ao entregar a Lei à Israel: que não houvesse miseráveis e
injustiçados no meio do Seu povo.
Na
Igreja Primitiva. Quando Cristo veio ao mundo, a Palestina passava por
graves problemas sócio-econômicos, de sorte que muitos o buscavam apenas para
saciar a fome (Jo 6.26). É justamente nesse contexto que devemos estudar a ação
social da igreja primitiva. Ler At 2. 43-46;
6. 1; Rm 15. 25-27; I Co 16. 1-4; II Co 8; 9; GI 2. 9; Fp 4. 18,19, etc.
Conforme o relato de Atos, a comunidade cristã em Jerusalém vivia em comunhão
exemplar. “Ninguém dizia que coisa alguma das que possuía era sua própria,
mas todas as coisas lhes eram comuns”.
Uma prática comum daquela igreja era a
partilha de bens para atender aos necessitados (At 2.44,45; 4.34,35). Essa
partilha era totalmente voluntária, e não compulsória. O que acontecia
certamente era que os cristãos que possuíam uma melhor situação econômica
vendiam suas casas e terras para atender aos irmãos mais necessitados. Uma
observação a ser feita aqui é que a prática dos cristãos do segundo século,
ainda que seja louvável, não é normativa para nós hoje. “E todos os que criam
estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e
repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.” (Atos 2:44-45) Esta
passagem nos perturba. Preferimos saltá-la para evitar o desafio que ela
encerra.
Devemos imitar literalmente estes
crentes? Quis Jesus que todos seus seguidores vendessem suas possessões e
repartissem o que obtivessem delas? Sem dúvida, o Senhor chamou a alguns de
seus discípulos a uma pobreza voluntária total. Esse é o chamamento que fez ao
jovem rico, por exemplo. A ele, Jesus disse expressamente que vendesse tudo e o
desse aos pobres. Este foi também o chamado do frade Francisco de Assis, na
idade média, e mais recentemente, o chamado de Madre Tereza, em Calcutá, ambos
católicos romanos. Eles nos recordam que a vida não consiste na abundância dos
bens que possuímos. Mas não todos os discípulos de Cristo são chamados a isso.
A proibição da propriedade privada é uma
doutrina marxista, não cristã. Mesmo na igreja em Jerusalém, a decisão de
vender as propriedades e dar tudo foi uma questão voluntária. Quando passamos
para o versículo 46, lemos que os crentes se reuniam “em suas casas”. Quer
dizer, continuavam tendo casa e propriedades pessoais. Pelo visto, não haviam
vendido todas as casas, seus móveis e suas propriedades! Contudo alguns tinham
casas, e os crentes se reuniam nelas. Não obstante, não devemos evadir do
desafio destes versículos. Alguns suspiram com alívio porque não sugeri que
devemos vender tudo e repartir-lo. Mas, mesmo que não seja nosso chamado particular,
todos fomos chamados a nos amarmos mutuamente como faziam aqueles cristãos.
Nos
Evangelhos. O ministério
terreno de Jesus objetivou trazer aos homens liberdade do pecado, de satanás,
da lei e da morte. Ao definir seu ministério em Lucas 4.17-21, no qual
interpreta sua missão em termos proféticos, asseverou:
(a) um ministério de
restauração material, pois se afirma enviado a restaurar os contritos de
coração...;
(b) um ministério de libertação social,
desde que anuncia “liberdade aos cativos e abertura de prisão aos presos”;
(c)
um ministério de redenção espiritual, porquanto veio “apregoar o ano aceitável
do Senhor e o dia da vingança de Deus”...;
(d) um ministério de consolação
moral, uma vez que se propõe a “consolar todos os tristes”. Jesus desenvolveu
um ministério libertador deixando transparecer o caráter altruísta de sua Obra.
Em Lucas 14.12-14, Jesus ensina o princípio e motivos altruístas ao se
realizarem atos de generosidade acrescentando que a recompensa não será
devolvida no tempo presente, mas na ressurreição dos justos.
Aqui estão incluídos os pobres,
enfermos, deficientes físicos, crianças, idosos, desamparados, desabrigados,
encarcerados, bem como os incapazes de retribuir quaisquer favores recebidos
(Lc 14. 13,14).
FONTE:- auxilioebd.blogspot.com