30 de outubro de 2023

Orando Contribuindo e Fazendo Missões

 

Orando Contribuindo e Fazendo Missões

TEXTO ÁUREO

“Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is 6.8)

Esmiuçando o Texto Áureo

O pronome “nós”, utilizado no plural não prova a doutrina da Trindade, mas a sugere fortemente (Gn 1.26); “eis me aqui, envia-me a mim”, essa resposta evidencia humilde prontidão e total confiança. Embora plenamente consciente de seu pecado, ele estava disponível.

VERDADE PRÁTICA

Nem todos são chamados para ir ao campo missionário, mas todos têm a responsabilidade de orar e contribuir com essa obra.

Esmiuçando a Verdade Prática:

- Atenção! Lida simplesmente pode sugerir a falsa ideia de que somente orando e contribuindo estaremos cumprindo a Grande Comissão. O “Ide”, como um mandamento de Cristo não é apenas àqueles que têm uma vocação transcultural, mas a todos os cristãos. Todos vivemos integralmente por essa missão, a de reconciliação do homem com Deus, testemunhando, falando do amor e da bondade de Deus, ensinando o que ouvimos, discipulando, onde quer que estejamos. E também orando e contribuindo!

LEITURA BÍBLICA = Efésios 6.18-20

Esmiuçando a Leitura Bíblica em Classe:

- O versículo 18 introduz o caráter geral da vida de oração de um cristão:

1) "toda oração e súplica" concentra-se na variedade:

2) "em todo o tempo" concentra-se na frequência (Rm 12.12; Fp 4.6; 1Ts 5.17);

3) "no Espírito" concentra-se na submissão, à medida que nos ajustamos à vontade de Deus

4) "vigiando" concentra-se no modo (Mt 26.41; Mc 13.35);

5) "toda perseverança" concentra-se na persistência (Lc 11.9; 18.7-8); e

6) "todos os santos" concentra-se nos alvos (1Sm 12.23).

Paulo não pede para que orem pelo seu bem-estar pessoal ou pelo seu conforto físico na prisão de onde ele escrevia, mas por ousadia e fidelidade para continuar a proclamar o evangelho aos não salvos, não importando o quanto isso lhe custaria, como despenseiro do mistério de Cristo

Tíquico, um convertido da Ásia Menor que esteve com o apóstolo durante a sua primeira prisão em Roma onde essa epístola foi escrita. Ele acompanhou Paulo e ajudou a fazer a coleta da oferta para a igreja de Jerusalém (At 20.4-6)

E foi enviado por ele em diversas missões (2Tm 4.12;Tt 3.12).

INTRODUÇÃO

- Ser missionário é a função de todos os cristãos, cada um na sua área de atuação. Não existem classes de cristãos, existem cristãos com vocações distintas. Mas essas distinções não os distinguem em grau de importância. O missionário plantador de igrejas em meio a povos não alcançados é tão relevante quanto o missionário pedreiro, médico, vendedor, pastor ou engenheiro, em meio a comunidades já ‘alcançadas’. Todos estamos amparados pelo comando de Atos 1.8 “e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. A Grande Comissão (Mt 28.18-20). É o nome que se dá à comissão que o Senhor Jesus designou para a evangelização das nações. O verbo “ensinar” em “ensinai todas as nações” (Mt 28.19a), ou: “façam discípulos de todas as nações” (Nova Almeida Atualizada), é mathēteuō , “fazer discípulo, discipular”. O discipulado não é opção, é mandamento divino para a edificação e crescimento espiritual de cada cristão. Além do discipulado, Ele também ordenou que esses novos discípulos guardem o que aprenderam: “ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.20). Ou seja, as doutrinas e os pontos doutrinários que Jesus ensinou.

I- ORANDO PELA CAUSA DE MISSÕES

1. A importância da oração na obra missionária. A missão de promover o evangelho é a grande obra da igreja, e a oração é o motor que a move. Um dos maiores recursos que a igreja tem para promover o evangelho é a capacidade de se apresentar a Deus em oração e pedir o que já está em seu coração – o crescimento de seu reino no mundo. O apóstolo Paulo pediu que orassem por ele várias vezes para que nas suas viagens missionárias ele pudesse falar com intrepidez a Palavra e não ser impedido de fazê-lo. Jesus também nos deixou o exemplo de uma vida de jejum e oração para que ao realizar a obra que o pai lhe confiou tivesse autoridade contra as forças espirituais, expelindo demônios, libertando cativos do poder opressor do pecado e de satanás. Inclusive alertou os discípulos sobre “o dever de orar sempre e nunca desfalecer.” E falando sobre a tarefa de evangelizar, viu a oração como solução para que o Senhor da seara enviasse mais ceifeiros para sua seara. Nossos missionários, pastores e líderes precisam incessantemente das nossas intercessões. A nossa luta não é contra carne e sangue. Por isso, faça o propósito de orar diariamente pela obra missionária no Brasil e no mundo. Adote missionários em oração. Seja a retaguarda que eles precisam.

Jesus ensinou seus discípulos como orar por missões e os moldou enquanto os treinava. No início do treinamento dos discípulos, Jesus ensinou a eles como orar (Mt 6.9-13). Mais tarde, depois de enfrentar os desafios do ministério, eles voltaram a Jesus para pedir a ele para ensiná-los como orar. Ele os trouxe de volta a mesma oração, onde quem ora suplica, “venha o Teu Reino” (Lc 11.2). Depois, Jesus iria exemplificar que as batalhas espirituais para alcançar a missão só seriam ganhas pela fé através da oração, assim como ele clamou “seja feita a tua vontade” no Jardim do Getsêmani (Lc 22.42). Antes de Jesus enviar os doze ou os setenta e dois, ele apontou os seus rostos para o céu em oração e transformou os corações dos discípulos em trabalhadores. Portanto, antes mesmo do envio missionário acontecer, nós devemos banhar o alvo missionário em oração. A igreja nunca deve perder de vista que, para fazer discípulos, orar é o primeiro passo para levar o evangelho para o campo missionário.

2. Interceder. É interessante notar o emprego que Paulo faz do termo “Perseverai” em Colossenses 4.2. A palavra grega quer dizer "ser corajosamente persistente" ou "apegar-se e não desistir", e aqui, diz respeito à oração persistente (At 1.14; Rm 12.12; Ef 6.18; ITs 5.17). Também nesse mesmo texto, ele exorta a “vigiando”, em seu sentido mais geral, nos convoca a estarmos alertas enquanto oramos. Porém, Paulo tem em mente uma implicação ainda mais ampla, estar alerta para as necessidades específicas sobre as quais orar, ao invés de ser vago e não focalizado. O foco do pedido era para que se abrisse uma porta, uma oportunidade, para a propagação da mensagem do Evangelho. Oração abre oportunidades para que o evangelho seja compartilhado onde antes parecia fechado. Na oração, o impossível se torna prático. Assim como Pedro estava preso em Atos 12, a igreja estava orando e Deus libertou Pedro, abrindo o portão de ferro que levava à cidade. (Atos 12:10). Nessa experiência, Pedro percebeu que, enquanto a igreja orasse, nada impediria o reino de Deus de avançar. É a oração que nos ajuda a conectar com pessoas que estão abertas ao evangelho. É a oração que nos leva ao lugar certo na hora certa para tomar os passos que apenas Deus poderia orquestrar. A oração conecta a igreja com a ação de Deus, que empodera o seu povo para propagar a mensagem do seu reino.

3. Despertar a igreja local para a obra missionária. Quando Jesus enviou os discípulos para todos os lugares em que ele mesmo tinha planejado visitar em Lucas 10, ele falou para eles orarem para que Deus enviassem trabalhadores para a seara. Então ele disse “Ide! Eis que vos envio” (Lc 10.3) em resposta as suas próprias orações. Enquanto a igreja em Antioquia jejuava e orava, Deus separou Paulo e Barnabé para levarem o evangelho aos gentios (At 13.1-3). Para muitas igrejas locais, oração e jejum semelhantes a esses são suplementares. Mas no Novo Testamento, oração e jejum como esses eram fundamentais para o povo de Deus quando se engajavam em missões. Hoje, através da oração corporativa, as igrejas locais podem assumir um papel ativo no dever da Grande Comissão. A intercessão é o meio pelo qual nos unimos na atividade diária de Deus na vida de outras pessoas, e isso inclui pessoas em nosso bairro e povos ao redor do mundo que talvez nunca encontremos. Por meio da oração, Deus concede que igrejas locais se unam a ele na obra reconciliadora que está realizando agora entre muçulmanos, hindus, budistas e pessoas de todas as religiões ao redor do mundo. A oração e o jejum fervorosos são uma maneira vital das igrejas locais estarem envolvidas na missão de Deus entre as nações.

II- CONTRIBUINDO PARA MISSÕES

1. O sustento dos missionários. Ao utilizar os termos “vivam do evangelho”, Paulo diz respeito a ganhar a vida pregando as boas-novas. Nesse quesito, é importante notarmos o que Jesus nos ensina em Mateus 10.10, ao restringir quanto ao que poderiam levar para essa missão, apenas túnicas, a questão aqui era ensiná-los a confiar que o Senhor supriria suas necessidades por meio da generosidade das pessoas a quem eles ministrariam, e ensinar àqueles que receberam a bênção do ministério daqueles homens a apoiarem os servos de Cristo. Veja que em Lucas 22.36, numa missão posterior, Cristo lhes deu instruções completamente diferentes.

Também é notório esse ensino quando lemos em Romanos, dentre outras intenções de Paulo, a de angariar a ajuda com o ministério que ele planejava desenvolver na Espanha (Rm 15.28). O apóstolo Paulo aceitou a oferta dos crentes da igreja de Filipos, que foi entregue voluntariamente ao apóstolo, de modo que serviu para o seu sustento. De fato, o apóstolo era um missionário que vivia por fé. No trecho de Filipenses 4.10-20 vemos um obreiro que havia experimentado a abundância e a escassez na vida. Quando estava a serviço do Sinédrio, ele tinha uma vida mais abastada; quando, porém, passou a ser um seguidor de Jesus, sua vida financeira não foi mais a mesma. À luz do exemplo da igreja de Filipos, os membros e os obreiros da igreja local têm o privilégio de serem participantes do sustento financeiro e do apoio aos missionários e suas famílias por meio da secretaria ou do departamento de Missões da igreja. Ora, os filipenses faziam isso com alegria e de maneira voluntária (Fp 4.15). Assim, conforme já estudamos, orar, interceder, acompanhar e financiar o ministério dos missionários é um privilégio específico dos membros da igreja local. Aqui, ocorre uma relação espiritual de muita confiança em que o Corpo de Cristo sustenta e apoia os obreiros transculturais.

2. Contribuir para missões é juntar tesouros no céu. O texto de Mateus 6.20 recomenda o uso de bens financeiros para propósitos que sejam celestiais e eternos. O cristão não pode esquecer que é um administrador e que tudo pertence ao Senhor. Assim, devemos cuidar para não sermos encontrados como o administrador infiel de Lucas 16.1. O uso fiel da riqueza terrena está repetidamente ligado à acumulação de tesouros no céu (Lc 12.33; 18.22; Mt 6.19-21).

A Igreja dos Filipenses, não obstante sua pobreza, foi parceira do apóstolo Paulo na obra missionária. Cooperação pode ser traduzido por "participação" ou "parceria" (2Co 8.4). Esses cristãos haviam com ânimo ajudado Paulo na evangelização em Filipos desde o início da igreja nessa cidade (At 16.12-40).

3. Contribuir para missões é um privilégio. Não há privilégio maior do que saber que por meio de nossa cooperação financeira, Bíblias estão chegando a lugares que nunca ouviram falar do Evangelho, vidas estão sendo alcançadas na África, na Europa, no outro lado do mundo. Participar dessa cooperação é um privilégio espiritual. Se não podemos participar de maneira presencial, podemos fazer de maneira financeira. Assim, podemos cooperar na propagação do Evangelho até os confins do mundo (Fp 4.14-20).

É interessante ressaltar aqui a mordomia por parte de Paulo daquilo que recebia, a prestação de contas registrada em Fp 4.14-20 é um exemplo para todos aqueles que administram os recursos da Igreja. Paulo era um fiel mordomo dos recursos de Deus e registrava cuidadosamente tudo o que recebia e gastava.

Somente os filipenses enviaram provisões para Paulo afim de suprir suas necessidades. Até para Tessalônica, Paulo pregou lá por poucos meses, durante a sua segunda viagem missionária. Os filipenses estavam, de fato, armazenando para si mesmos tesouros no céu (Mt 6.20). As ofertas que eles deram para Paulo estavam acumulando dividendos para crédito espiritual deles (Pv 11.24-25; 19.17; Lc 6.38; 2Co 9.6). Assim Paulo descreve as ofertas daqueles crentes: aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. A oferta dos filipenses foi um sacrifício espiritual (Rm 12.1; 1Pe 2.5) que agradou a Deus.

III- A CHAMADA PARA IR

1. Deus quer usar cada crente. “Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor” (C. H. Spurgeon). O apóstolo Pedro, em 1Pedro 2.5,9, reafirmando o ensino do profeta Isaías escreveu: “vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo… Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” Assim, pode-se afirmar que desde o antigo testamento a Bíblia ensina que todos os crentes são sacerdotes! Quando falamos do desafio de cuidar dos de fora, estamos falando desta percepção de que cada crente é um sacerdote, ou seja, um missionário enviado por Deus para alcançar os que estão fora da comunidade da fé. Podemos dizer, então, que a ação missionária é, segundo a Bíblia, uma prática natural e estendida a todos os crentes em Jesus.

2. A chamada missionária. Tanto no hebraico quanto no grego, chamar quer dizer nomear. Champlim (p. 3997) diz que chamar é “convidar alguém a assumir um dever, mediante a palavra, ou através do poder impulsionador do Espírito Santo (Is 22.12; Pv 1.24; Mt 22.14)”. Em Atos 13.2, há uma expressão sobre a qual devemos dedicar nossas atenções. O texto diz: “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra que os tenho chamado”. Em seguida, o texto diz: “Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”. Observarmos nestes textos que o Espírito Santo torna a Igreja missionária. O mesmo Espírito que os havia separado, os envia à que foi conhecida como primeira grande viagem missionária. É importante lembrar que o chamado de Deus à sua grande obra é para todos! Não importa o nosso passado, o Espírito Santo nos chama para uma grande missão. Barnabé e Saulo são separados pelo Espírito, essa foi, sem dúvidas, uma grande quebra de paradigmas para a igreja de Jerusalém. Saulo, ex-membro do partido dos fariseus, havia sido um grande perseguidor dos cristãos. Ele mesmo, como narra em Atos 7.58, esteve presente no assassinato de Estevão, o primeiro cristão morto por causa do testemunho do Evangelho. A despeito do medo e do preconceito demonstrados pelos outros cristãos ao chamado de Paulo, o Espírito o levanta como apóstolo e missionário para os gentios.

3. Caráter e testemunho na obra missionária. Ser sal da terra e luz do mundo significa ter uma vida que glorifica a Deus e leva outras pessoas a seguir Jesus. As boas obras podem ser muito pequenas, mas têm um efeito muito grande. Todo crente é chamado para ser sal da terra e luz do mundo. O sal representa a transparência da vida cristã, ou o nosso testemunho público. Se a vida cristã perde a sua essência “como o sal a sua propriedade” (por estar contaminado), não tem mais nenhum valor. Talvez Jesus usou essa alegoria tendo em mente a hipocrisia dos religiosos de sua época “escribas, fariseus”. O testemunho dos religiosos dos tempos de Jesus, por mais que fosse legítimo “conforme a lei de Moisés”, era ineficaz, pois havia perdido sua essência. Na Antiguidade, o sal era retirado de regiões alagadas pelo mar que, durante a época de seca, permitiam sua extração. Também era tirado de rochas. Em qualquer dos casos, nem sempre o sal era puro, vindo misturado com outras substâncias que podiam torná-lo insípido ou inútil. Outras vezes, o sal se tornava sem sabor por causa do contato com o solo ou por causa de sua exposição à chuva e ao Sol. Quando o sal se tornava impróprio para o uso, perdendo o seu sabor, não havia remédio para ele. Isso porque o sal pode salgar os alimentos, mas não há como salgar o próprio sal. Assim, quando perdia o sabor, o sal era simplesmente jogado fora.

4. O perfil do vocacionado.

a) ser escolhido por Deus (At 9.15); instrumento escolhido. Literalmente, "um vaso de eleição". Houve perfeita continuidade entre a salvação e o serviço de Paulo; Deus o escolheu para proclamar sua graça a todos os homens (Cl 1.1; 1Tm 2.7; 2Tm 1.11); Paulo usou essa expressão quatro vezes {Rm 9.21,23; 2Co 4.7; 2Tm 2.21): perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; Paulo começou o seu ministério pregando aos judeus (At 13.14; 14.1; 17.1,10; 18.4; 19.8), mas a sua missão principal foi junto aos gentios (Rm 11.13; 15.16). Deus também o chamou para ministrar a reis, tais como Agripa (At 25.23—26.32) e possivelmente César (At 25.10-12; 2Tm 4.16-17).

b) não ser neófitos (1 Tm 3.6); não seja neófito, para não... se ensoberbeça. Colocar um novo convertido numa função de liderança equivale a tentá-lo a cair no orgulho. Por essa razão, os presbíteros devem ser escolhidos entre os homens com maturidade espiritual na congregação, para que não incorra na condenação do diabo - a condenação de Satanás aconteceu por causa do orgulho que ele tinha de sua posição. Isso resultou em sua queda e na perda de sua honra e autoridade (Is 14.12-14; Ez 28.11-19; cf. Pv 16.18). O mesmo tipo de queda e juízo poderia facilmente acontecer a um cristão novo e fraco que fosse colocado numa posição de liderança espiritual.

c) cheio do Espírito Santo (At 1.8); A missão dos apóstolos de difundir o evangelho foi a razão principal para a qual o Espírito Santo os capacitou. Esse acontecimento alterou dramaticamente a história mundial, e a mensagem do evangelho finalmente chegou a todas as partes da terra (Mt 28.19-20). Os apóstolos já haviam experimentado o poder do Espírito Santo de salvar, guiar, ensinar e realizar milagres, mas ainda faltava receber a presença habitadora do Espírito e uma nova dimensão de poder para testemunhar (At 2.4; 1Co 6 .19-20; Ef 3.16,20).

d) reconhecido pela Igreja (At 1.21); andou entre nós. O primeiro requisito para ser o substituto de Judas era que o homem deveria ter participado do ministério terreno de Jesus. O primeiro requisito para ser comissionado pela Igreja deve ter uma vocação Manifestada (At 13.2; 2Co 2.15).

e) ser aprovado nas tarefas locais; Atualmente há muitos que buscam se identificar como obreiros e missionários de Cristo. Entretanto lhes faltam os requisitos essenciais para a consecução desta tão grande obra.

f) estar preparado espiritual, intelectual, psicológica e transculturalmente. Além de testados, cumpridores dos pré-requisitos acima, dependendo de Deus (2 Co 12.7) e perseverando nEle (2 Tm 4.2).

Deus chama pessoas diferentes, em circunstâncias diferentes, em idades diferentes para o serviço vocacional (I Coríntios 12.4-6,11). Chamou o profeta Jeremias no ventre da mãe (Jeremias 1.5); chamou o profeta Isaías num momento de crise nacional (Isaías 6); chamou o apóstolo Pedro depois de casado; chamou Paulo quando este perseguia a Igreja (Atos 22.3- 16). Como se percebe, não há um padrão exato para nosso chamado vocacional. Todavia, é importante que, desde cedo, saibamos identificar elementos e detalhes que realçam uma vocação, um chamado específico. Muitos têm uma compreensão errada do que seja vocação e chamado. John Jowett, em seu livro “O pregador sua vida e sua obra”, diz que “vocação é quando você tem todas as outras portas abertas [escancaradas], mas você só anseia entrar pela porta de um ministério específico”. É como se houvesse algemas invisíveis que o prendesse àquela realidade e missão específica. De acordo com o pastor Hernandes Dias Lopes “o vocacionado não é um voluntário, mas um chamado / convocado. O seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, é celestial. Sua motivação não está em vantagens humanas, mas em cumprir o propósito divino”. Outra compreensão importante é a de que podemos (e devemos) frutificar onde Deus nos plantou. O local onde fomos plantados por Deus é o local onde Ele quer que frutifiquemos. Caso Ele queira que frutifiquemos em outro local, Ele mesmo providenciará essa mudança. Além disso, é importante destacar que o cristão sabe que tem uma vocação quando existe uma necessidade do/no mundo a respeito da qual se sente responsável. Pode ser um grupo social, um povo, uma instituição, uma causa, enfim, algo pelo que se sente impelido ou impelida a fazer alguma coisa.

 CONCLUSÃO

É preciso compreender que, em Cristo Jesus, todos somos vocacionados (1Pe 2.9-10). A Palavra deixa isso bem claro ao expor que somos vocacionados para a salvação, para as boas obras, para a santidade e para a missão. Ou seja, nascemos em Cristo Jesus com um propósito. Não estamos neste mundo de forma aleatória e descomprometida. Fomos salvos em Cristo para fazer diferença – sendo sal e luz – e cumprir o chamado de Deus. E, dentre todas, a nossa maior vocação é glorificar o nome de Deus Pai (Rm 16.25-27).

Como chamados, é essencial fazermos a obra do Rei, testemunhando aonde estamos, investindo naqueles que receberam um chamado específico para ir, e orando em todo o tempo para que lhes sejam abertas oportunidades para falar do amor e da bondade de Deus. Embora todos nós sejamos chamados para testemunhar, Deus também vocaciona alguns para ministérios específicos. Trata-se daqueles que são separados por Deus para uma ação específica e funcional em Sua igreja.  Escrevendo aos Romanos, Paulo se apresenta como “servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus” (Rm 1.1), expressando que é servo de Cristo, porém, com um chamado ministerial específico: ser apóstolo. Você tem um chamado específico? A nossa vocação é um privilégio. Na verdade, talvez seja o nosso maior privilégio, bem como o nosso maior desafio.

Fonte:- https://auxilioebd.blogspot.com

 

27 de outubro de 2023

Uma Perspectiva Pentecostal de Missões

 

Uma Perspectiva Pentecostal de Missões

Esmiuçando o Texto Áureo

A missão dos apóstolos de difundir o evangelho foi a razão principal para a qual o Espírito Santo os capacitou.

Esse acontecimento alterou dramaticamente a história mundial, e a mensagem do Evangelho finalmente chegou a todas as partes da terra (Mt 28.19-20).

Aqui ficamos sabendo que, embora os apóstolos já haviam experimentado o poder do Espírito Santo de salvar, guiar, ensinar e realizar milagres, em breve eles receberiam a presença habitadora do Espírito e uma nova dimensão de poder para testemunhar (At 2.4; 1Co 6 .19-20; Ef 3.16,20).

O termo grego usado aqui para testemunhas, se refere a pessoas que contam a verdade sobre Jesus Cristo (Jo 14.26; 1Pe 3.15).

A palavra grega significa “pessoa que dá a vida pela sua fé", pois esse foi o preço comumente pago pelo testemunho.

LEITURA BÍBLICA = Atos 2.1-8, 14-18

Atos 2.1 nos apresenta o dia de Pentecostes.

Pentecostes significa "quinquagéstmo" e se refere à Festa das Semanas (Êx 34.22-23) ou da Colheita (Lv 23.16),

Que era celebrada 30 dias depois da Páscoa, em maio/junho (Lv 23.15-22).

Era uma das três festas anuais para as quais o povo devia ir a Jerusalém (Êx 23.14-19).

No Pentecostes, era feita a oferta das primícias (Lv 23:20).

O Espírito Santo veio nesse dia como as primícias da herança dos crentes (2Co 5.5).

Os que foram reunidos na igreja de então também foram as primícias da ceifa plena de todos os crentes que estava por vir.

Eles estavam no cenáculo mencionado em At 1.13.

Em At 2.2, Lucas utiliza uma símile para descrever a ação de Deus de enviar o Espírito Santo - um som, como... vento impetuoso... Na Escritura, com frequência o vento é usado como uma figura do Espírito.

Em At 2.3 vemos que os discípulos não podiam compreender o significado da vinda do Espírito sem que o Senhor ilustrasse soberanamente com um fenômeno visível o que estava acontecendo,

E aí, línguas, como de fogo, assim como o som, o vento também era simbólico; não se tratava de línguas de fogo literais, mas indicadores sobrenaturais, como de fogo, de que Deus estava enviando o Espírito Santo sobre cada crente.

Na Escritura, o fogo muitas vozes indica a presença divina (Êx 3.2-6).

O uso que Deus faz com a aparência de fogo aqui é paralelo ao que ele fez com a pomba quando Jesus foi batizado

Os apóstolos e os 120 discípulos que estavam reunidos no cenáculo foram cheios do Espirito Santo, e assim falaram corajosamente a palavra de Deus. A plenitude do Espírito afeta todas as áreas da vida, não apenas o testemunho ousado por meio de palavras (Ef 5.19-33).

Enquanto os crentes falavam, cada peregrino no meio da multidão reconheceu a língua ou o dialeto de seu país; galileus habitantes da mais remota área rural ao norte de Israel ao redor do mar da Galileia, judeus galileus falavam com sotaque diferente e eram consideradas pessoas não sofisticadas e iletradas pelos judeus do sul da Judeia.

Quando os galileus foram vistos falando tantas línguas diferentes, os judeus da Judeia ficaram atônitos.

Já em At 2.14-40, nos apresenta o primeiro acontecimento importante na história da igreja depois da vinda do Espírito Santo, o sermão de Pedro, que resultou em 3.000 conversões e estabeleceu a igreja.

Em At 2.17, a expressão últimos dias, refere-se à era presente da história redentora, da primeira vinda de Cristo (Hb 1.2; IPe 1.20; 1Jo 2.18)

Até o seu retorno. Nesse período, toda a carne, isto é, todas as pessoas receberão o Espírito Santo e profetizarão.

INTRODUÇÃO

É um fato facilmente comprovado o incrível crescimento do pentecostalismo, desde suas origens históricas até o fenômeno mundial que é hoje, fruto do engajamento na obra missionária, o que em outros ramos do Cristianismo é verificado com menor vigor.

Talvez seja, esse vigor seja motivado pela urgência da volta iminente de Cristo, uma crença notadamente pentecostal; os crentes batizados com o Espírito Santo espalharam-se pelos lugares mais remotos mundo a fora levando o Evangelho do Senhor Jesus Cristo e a mensagem Pentecostal. Certamente, tem sido muito grande a contribuição pentecostal no avanço da Igreja Cristã atual.

A noção de contribuição envolve o movimento pentecostal mundial que representa um crescimento fenomenal, e também uma deficiência nas missões contemporâneas.

Um desordenado “silêncio sobre o Espírito Santo” faz parte da herança da missão protestante. O movimento pentecostal aborda esse silêncio de maneira significativa.

Igrejas tradicionais, ditas cessacionistas, têm crescido, no entanto quando comparadas, o pentecostalismo se evidencia.

I- UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL DE MISSÕES

1. Somos evangélicos. Quando focamos nos termos protestante e evangélico, percebemos a multiplicidade de sentidos dos conceitos no contexto mundial. O termo protestante, está ligado historicamente à Dieta de Espira (1529), quando um grupo protestou contra as medidas do rei Carlos V. Foi um protesto a partir da consciência.

Assim, católicos e protestantes estavam, juridicamente, separados. Já o termo evangélico tem duas maneiras de ter sua origem verificada. Num primeiro momento aparece na Alemanha como um termo positivo, ou seja, no sentido teológico de adequação da doutrina com o Evangelho.

É por essa razão que os luteranos no Brasil, por exemplo, se identificam como Igreja Evangélica Luterana do Brasil e Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

A ideia de colocar a doutrina em acordo com o Evangelho está na origem do termo usado por Lutero. Os evangélicos, portanto, são aqueles que procuram seguir o Evangelho de Jesus Cristo tornando a doutrina mais próxima dessa perspectiva.

Por essa razão, cristão e evangélico tornaram-se termos intercambiáveis. O missiólogo Paul Pomerville afirma que “Deus levantou a “terceira força” no século XX para “apressar a vinda” de seus dias, acelerando a obediência missionária de sua igreja.”

2. Somos pentecostais. O surgimento do movimento pentecostal é datado de 1906, ano em que William Joseph Seymour, um pregador afro-americano, iniciou reuniões num barracão na Rua Azuza, número 312, em Los Angeles, EUA.

Nessas reuniões, a ênfase era a busca pelo batismo com o Espírito Santo, o que Seymour ensinava ser uma experiência pós-conversão, acompanhada pelo falar em línguas. “Os pentecostais enfatizam uma experiência pós conversão conhecida como ‘batismo no Espírito Santo’.

A singularidade do ensino dos pentecostais, contudo, e que os dons do Espirito (ou charismata) devem normalmente acompanhar esta experiência de batismo e con­tinuar a ser manifestados na vida do crente e na igreja. Os dons mais frequentemente enfatizados pelos antigos pentecostais era o falar em línguas e os dons de curar.

O ensino da ‘evidencia inicial’ e o ponto central da teologia da maioria das igrejas pentecostais clássicas em todo o mundo.

Este ensino enfatiza que o falar em línguas (glossolalia) desco­nhecidas do falante e o primeiro sinal, necessário para se saber que alguém recebeu a experiência pentecostal.

Este ensino é baseado no fato de que as línguas apareceram quando o Espírito foi derramado na Igreja Primitiva, em Atos 2, 10 e 19, e estão implícitas em Atos 8 e 9.

3. Contribuições Pentecostais às Missões. Uma característica notável do atual movimento pentecostal desde o seu início na virada do século tem sido a paixão por evangelismo e missões. Os pentecostais no Brasil não crescem porque buscam pessoas em outras igrejas, mas crescem porque as evangelizam e as discipulam por meio do Evangelho de Cristo.

Segundo dados do IBGE em 2010, os evangélicos eram constituídos de aproximadamente 42 milhões de pessoas. Desse número, a esmagadora maioria é de tradição pentecostal.

Certamente, a próxima pesquisa do IBGE confirma a tendência de alta. Tudo isso foi fruto do poderoso Avivamento Pentecostal que Deus enviou para a nossa nação.

“Os antigos pentecostais não se consideravam como uma nova denominação, mas preferiram ser vistos como um movimento de avivamento que tinha uma mensagem para o Corpo de Cristo como um todo. A primeira igreja pentecostal foi fundada em Copenhague, em 1912.

Consequentemente, algumas outras igrejas locais foram fundadas. Essas igrejas independentes organizaram-se em uma associação livre. Embora as igrejas dinamarquesas mantiveram laços estreitos com outros grupos pentecostais da Escandinávia, o Movimento Pentecostal não prosperou na Dinamarca como na Noruega e Suécia.

II- A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES

1. A causa da obra missionária da primeira igreja. Em Atos 1.8 encontramos a base e a amplitude do plano de Deus para que a igreja executasse missões.

Embora a lição focalize o Pentecostes como força motriz missionária da Igreja Primitiva, é somente em Atos 13 e 14 que vemos uma igreja comissionando e enviando missionários - a Igreja de Antioquia foi a primeira no envio de missionários, depois de uma ordem expressa do Espírito Santo!

Em Atos 2, a incumbência que Jesus havia dado aos discípulos de levar o evangelho ao mundo inteiro parecia uma tarefa difícil. E, de fato, teria sido, se o derramar do Espírito Santo não tivesse acontecido (At 2.1-3).

Em poucos dias, aquele grupo de cento e vinte pessoas tornou-se uma multidão de salvos (At 2.41; 4.4 e 5.14).

2. A expansão missionária da primeira igreja. A igreja nasceu em Jerusalém e seus membros se estruturaram para dar continuidade à obra de Jesus. Para a igreja cumprir a sua tarefa missionária, ela precisa de autoridade espiritual.

Autoridade é a base ou o ponto de partida da missão, isto é, saber quem a enviou e em nome de quem ela realizará o seu trabalho.

Esta foi a pergunta que Deus fez a Moisés: Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? (Êx 3.13).

Em outras palavras, eu vou aos filhos de Israel com que autoridade ou em nome de quem? Resposta: Disse Deus a Moises: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros (Êx 3.14).

A Igreja em Atos dos Apóstolos partiu para cumprir a missão sob a autoridade de Jesus. Ela partiu para o trabalho em nome de Jesus (Mt 28.19; Lc 24.47).

A igreja de Jerusalém era uma família, de modo que as necessidades de cada irmão eram supridas e havia cooperação de todos os membros para ajudar os apóstolos (At 6.1-3): ali foi instituído o diaconato, escolhendo para tal função homens que deveriam possuir três requisitos básicos: bom testemunho (aspecto social), serem cheios do Espírito Santo (aspecto espiritual) e de sabedoria (aspecto intelectual).

Para os apóstolos ficaram reservadas a prática da oração e da pregação da Palavra (At 6.4).

Toda a igreja era, então, completamente envolvida com a obra de Deus, porém, ainda restrita a Jerusalém.

A perseguição foi o instrumento usado por Deus para desaglutinar a igreja de Jerusalém e alcançar outros povos. Inicialmente concentrada em Jerusalém, entretanto, Deus estava firme em seu propósito de levar a bênção do Evangelho às outras regiões e, por fim, a todas as nações.

Ocorreu então que, com a perseguição vinda diretamente contra a igreja de Jerusalém, os que foram dispersos começaram a pregar em toda parte por onde passavam (At 8.1,4 e 5.11, 19, 20 e 13.46,47.

Com a morte de Estêvão (At 6 e 7), as testemunhas de Jesus foram espalhadas.

Felipe prega em Samaria (At 8.4-8), e em missão transcultural prega ao etíope, um alto oficial da rainha de Candace, que crê e pede para ser batizado naquele mesmo dia (At 8.26, 28-36 e 39).

A história indica que aquele etíope pode ter preparado o caminho para o posterior estabelecimento de milhares de igrejas no longínquo vale do Nilo, na África. Pedro prega para Cornélio, um centurião romano.

Foi difícil para Pedro, ainda que cheio do Espírito Santo, aceitar a conversão de um gentio. Mas, após uma visão, entendeu que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.9, 23, 34 e 35);

Saulo, escolhido por Deus para levar a mensagem aos gentios (At 9.15, 16),

Cumpre com êxito a sua tarefa.

Em pouco mais de dez anos, e em três viagens missionárias, ele estabelece a igreja em quatro províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia (At 13.2, 14.28, 15.40, 18.23 e 21.17).

3. “Deus não faz acepção de pessoas”. A Igreja foi estabelecida no “centro do mundo” antigo. Na Judéia daqueles dias as rotas comerciais traziam mercadores e embaixadores, onde eles entravam em contato com o evangelho. Dessa maneira, no livro de Atos vemos a conversão de oficiais de Roma (At 10.1-48), da Etiópia (At 8.26-40), e de outras terras.

Logo depois da morte de Estevão, a igreja deu início a uma atividade sistemática para levar o evangelho a outras nações.

Pedro visitou as principais cidades da Palestina, pregando tanto a judeus como aos gentios.

Outros foram para a Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Ouvindo que o evangelho era bem recebido nessas regiões, a igreja de Jerusalém enviou a Barnabé para incentivar os novos cristãos em Antioquia (At 11.22-23).

Barnabé, a seguir, foi para Tarso em busca do jovem convertido Saulo e o levou para a Antioquia, onde ensinaram na igreja durante um ano (At 11.26).

Um profeta por nome Ágabo predisse que o Império Romano sofreria uma grande fome sob o governo do Imperador Cláudio. Herodes Agripa estava perseguindo a igreja em Jerusalém; Ele já havia executado a Tiago, irmão de João, e tinha lançado Pedro na prisão (At 12.1-4).

Assim os cristãos de Antioquia coletaram dinheiro para enviar a seus amigos em Jerusalém, e despacharam Barnabé e Paulo com o socorro.

Os dois voltaram de Jerusalém levando um jovem chamado João Marcos (At 12.25).

Por esta ocasião, diversos evangelistas haviam surgido no seio da igreja de Antioquia, de modo que a congregação enviou Barnabé e Paulo numa viagem missionária à Ásia Menor (At 13-14).

III- A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA MISSIONÁRIA

1. A função do Espírito na obra missionária. "E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49). – “A promessa de meu Pai” refere-se ao derramamento do Espírito Santo.

Vemos esta promessa no Antigo Testamento, em Is 32.15, 44.3; Jl 2.28; Ez 39.29; e no NT, em Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7; At 1.4-8; 2.17,18,33,38,39.

Os discípulos aguardaram o cumprimento desta promessa em oração perseverante (At 1.14).

O crente atual que busca o batismo no Espírito Santo deve fazer a mesma coisa.

O batismo com o Espírito Santo outorga maior dinamismo espiritual, isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20).

Jesus foi ungido com o Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18, 19).

Assim também cada crente foi chamado para servir (1Ts 1.9).

O Espírito Santo desperta o crente para entregar-se ao serviço de Deus (Rm 6.13,19,22).

O mesmo Espírito eterno que levou Jesus a se oferecer para expiar os nossos pecados, opera também em nós o propósito de servir ao Deus vivo (Hb 9.14).

Se antes do batismo com o Espírito Santo o crente tem prazer em servir ao Senhor Jesus, quanto mais depois que “recebe a virtude do Espírito Santo para ser testemunha”! (At 1.8).

O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou.

2. O Espírito Santo capacita para a obra. Mateus 28.18,19 diz: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”, estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações.

Elas declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja. O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observem os mandamentos de Cristo.

Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão.

As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer verdadeiros discípulos que se separem do mundo, que observem os mandamentos de Cristo e que o segam de todo o coração, mente e vontade (Jo 8.31).

Observe-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo.

3. Deus age por meio do Espírito Santo. Na dimensão do batismo com o Espírito Santo, a experiência inicial é o falar em línguas, conhecido por “dom do Espírito” (At 2.38).

Inicialmente, é importante destacar que “o dom” e “os dons” são distintos: após a conversão, pode-se receber o dom do Espírito, porém, os dons do Espírito apenas ocorrem na vida coletiva da Igreja, para sua edificação e para a glória de Deus.

Em At 2.38, o termo grego charisma é singular, diferente da ocorrência em 1Co 12.31 onde o termo é charismata, plural de charisma. Em Ef 4.11-13, os termos gregos dorea e doma são também usados para designar “dons”, referindo-se àqueles dons como capacitadores ou equipadores para o culto pessoal no reino de Deus. Também o termo pneumatika empregado em 1Co 12.1, é usado para descrever os dons como “coisas pertencentes ao Espírito”.

O ponto é que cada ocorrência dessas palavras dá o sentido contemporâneo à obra sobrenatural do Espírito em nossas vidas.

Da nossa palavra chave entendemos que o termo latino que traduz o grego charisma é donum, presente, dádiva, e de maneira nenhuma se trata de algo que recebemos para guardar; os dons do Espírito não são presentes que recebemos para proveito nosso e nem tampouco o Despenseiro leva em consideração os nossos méritos para concedê-los.

São concedidos graciosamente, segundo o conhecimento e soberania divinas.

A Bíblia de Estudo Pentecostal afirma no Estudo Doutrinário Dons Espirituais para o Crente: “As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (1Co 12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (1Co 12.31; 14.1)

Bíblia de Estudo Pentecostal; CPAD. 2ª impressão, 1996, Rio de Janeiro; Adaptado do no Estudo Doutrinário Dons Espirituais para o Crente.

Assim Deus também testificou da mensagem das testemunhas oculares apostólicas "por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições (*) do Espírito Santo segundo a sua vontade" (Hb 2.4) A palavra aqui em grego não é charismata, mas merismoi, "distribuições" (melhor que a tradução "dons" da ARC), e pode referir-se à distribuição de poderes, como sugere o contexto, em vez de dons].

Conclusão

O objetivo principal de todas as operações do Espírito Santo na vida do crente, é transformá-lo segundo a imagem de Cristo, nos termos mais literais possíveis (2 Co 3.18).

A promessa de Jesus a seus discípulos foi a presença constante do Espírito em suas vidas. O sucesso da Igreja como do crente particular, tem sido a presença gloriosa do Espírito Santo. É Ele quem trabalha na vida do crente, aperfeiçoando o caráter, moldando a personalidade e controlando o temperamento, é Ele quem concede intrepidez para testemunhar de Cristo e capacitação para fazermos a obra de Deus.

O trabalho de Deus é um trabalho espiritual, que só pode ser feito por meios espirituais, más, é antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos visível. Isso não exime o crente de procurar o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”.

Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que o crente subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus. Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).

É importante ter o Espírito Santo dentro de nós, mas é muito mais excelente ter o revestimento do Espírito Santo!

Ótima aula