31 de julho de 2012

A DESPENSA VAZIA


A DESPENSA VAZIA

TEXTO ÁUREO = “Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” (SI 37.25).

VERDADE PRÁTAICA = Mesmo em meio à escassez, cremos que o Senhor é poderoso para suprir, em gloria, todas as nossas necessidades.

LEITUA BIBLICA = 2 Reis 4: 01 – 07

INTRODUÇÃO

Deus Supre as Necessidades da Viúva de um Profeta (4.1-7). A viúva de um dos profetas, achando-se incapaz de saldar uma dívida, enfrentou a possibilidade do credor tomar seus dois filhos para um período de escravidão. O texto em Levítico 25.39,40 determina que se o devedor não pudesse pagar a sua dívida, ele era obrigado a servir ao credor como escravo até o ano do jubileu. O poder de Deus, manifestado através de Eliseu, aumentou o pequeno suprimento de azeite da viúva até uma quantidade que seria suficiente para saldar a dívida, e ainda sobrar para atender à sua família.

No benevolente milagre que Eliseu realizou para a viúva do profeta, vemos a lição de “muitos vasos.., vazios”: (1) Havia um urgente senso de necessidade, 1; (2) Foi usado o que estava disponível, um vaso de azeite, 2; (3) A medida da fé e da expectativa tornou- se a medida da bênção, 4-6; (4) A necessidade foi atendida através da generosidade e do milagre de Deus, 7.

LUTANDO CONTRA O IMPREVISTO

FOI GRANDE O MILAGRE QUE DEUS FEZ PARA AJUDAR UMA POBRE VIÚVA

1. Uma viúva triste buscou ao Senhor. Quando um dos filhos dos profetas morreu, a sua viúva, em tremenda tristeza buscou ao Senhor. Ela então chegou a conhecê-lo de um modo novo, isto é, como o “Pai de órfãos e juiz de viúvas”, SI 68.5. Ele é também o “socorro bem presente na angústia”, SI 46.1.

a. Apesar de toda a sua tristeza, a viúva herdou um crédito, isto é, ela podia dizer: o meu marido temia a Deus, TI Ra 4.1. Este testemunho a respeito dele era incontestável. Aqui se cumpre a palavra: “depois de morto, ainda fala”, Hb 11.4.0 bom testemunho do marido não somente serviu de consolo para a viúva, como também lhe deu coragem para buscar ajuda. Que Deus nos ajude a todos, que possamos viver assim!

b. A viúva herdou uma divida, O seu marido ficou, pela morte, impedido de manter os seus negócios em dia. O débito venceu e o credor chegou logo à sua porta para levar seus dois filhos como escravos, como pagamento da divida.

Que homem cruel e duro! Ele friamente se baseava num dispositivo da Lei, que fala da compra de um servo hebreu, Ex 21.2. Se a viúva não fosse uma boa mãe, ela entregaria os seus filhos, para assim ficar livre da dívida e também da responsabilidade pelos seus filhos. Ela porém, era amorosa e piedosa, e procurou junto a Deus uma solução para o seu problema.

2. A viúva clamou a Deus por ajuda. O amor de Deus faz um convite constante a todos os aflitos. Ele é grande e opera maravilhas, 51 86.10. Ele é ilimitado em recursos e tanto quer como pode ajudar e consolar, SI 86.17. Ao atender à viúva, Ele não fez chover dinheiro sobre ela, mas mandou que ela tomasse vasos vazios emprestados e, da pequena quantidade de azeite que ela possuía numa botija, derramasse nos vasos vazios.

Quando ela o fez, em obediência à palavra de Deus, dada pelo profeta, Deus, cooperando com a sua fé, fez um milagre e todos os vasos foram cheios de azeite, II Ra 4.4-6. Que milagre! Que maravilha!

3. A ordem de Deus. A ordem de Deus era: “vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto”, II Rs 4.7. Observamos que Deus não disse: vende o azeite, e tu e teus filhos vivei disto; e se sobrar alguma coisa, então paga a tua dívida. Não! Deus, a fonte de toda a moral verdadeira, quer que os seus servos sejam sempre um exemplo de honestidade. Fp 4.8; 1 Ts 4.12; Rm 12.17, pagando as suas dívidas e obrigações, Rm 13.8. Por isso Ele disse: paga a tua divida e vivei do resto. A Bíblia diz que é o ímpio que toma emprestado e não paga, SI 37.21, e que a alma daquele que se carrega a si mesmo de dívidas não é reta, Hc 2.4-6.

Mas Deus estava interessado em que a viúva e seus filhos vivessem “do resto”. E importante que cada crente aprenda esta lição, isto é, viver conforme aquilo que tem e não segundo o que não tem, II Co 8.12. A viúva ficou plenamente consolada. Deus havia olhado para ela e para os seus filhos. Agora ela podia andar de cabeça erguida no meio da sociedade.

O AZEITE E A SUA IMPORTANTE SIMBOLOGIA

Os filhos da viúva foram libertos da escravidão por meio do azeite. Isto serve de um símbolo que agora iremos estudar sob três aspectos.

1. O azeite é um símbolo da operação do Espírito Santo.

a. O óleo é extraído do fruto da oliveira, as azeitonas. Antigamente as azeitonas eram pisadas, Mq 6.15, mas hoje o óleo é extraído mecanicamente. Esta extração do óleo simboliza o Espírito Santo que veio ao mundo como resultado da morte de Cristo, quando Ele foi “moído pelas iniqüidades”, Is 53.5. Veja J0 7.38,39; 16.7; 01 3.13,14.

b. O Espírito Santo é dado por Deus a todos os que se arrependem, At 2.38. Um coração puro está em condições de receber o azeite, Ec 9.8, e aquele que tem o Senhor como o seu pastor pode ser ungido, SI 23.5.

c. A operação do Espírito Santo é como a do óleo, isto é, Ele suaviza e amolece a vida espiritual. Por isto Ele é chamado o Consolador, Jo 14,26; 15.26. O óleo evita atritos que provêm da convivência humana, Cl 3.12-15.

2. O azeite foi aumentado quando a viúva experimentava aflição e necessidade. A Bíblia diz: “O meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”, II Co 12.9,10. Deus precisa muitas vezes preparar lugar em nossos corações para depois se manifestar em poder. Por isto a Bíblia diz: Bem- aventurados os pobres de espírito, os que choram, os que têm fome e sede... Mt 5.3,4,6.

Deus quer, desta maneira, nos fazer compreender que somos vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós, II Co 4.7. Assim Deus recebe toda a honra e toda a glória, Ef 3.20,21.

3. O Espírito Santo proporciona liberdade aos homens, GI 5:13. Assim como os filhos da viúva foram libertos da escravidão pelo azeite, também o Espírito Santo proporciona liberdade aos homens, 01 5.16-18. Quando a carne aparece como credor, querendo colocar-nos em servidão, devemos lembrar que a Bíblia diz: “somos devedores, não à carne, para vivermos segundo a cante, mas se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”, Rm 8.12,13. Pela unção do Espírito, “o jugo é despedaçado”, Is 10.27.

Pelo óleo do Espírito Santo temos condições de nos manter em plena liberdade diante de pressões, sejam das tradições ou de homens que querem nos subjugar, 1 Pe 1.18,19; 01 4.9-11; Cl 2.20-23. Onde o Espírito Santo está, aí há liberdade, II Co 3.17.

O óleo do Espírito Santo também ajuda o crente a pagar a sua dívida diante de Deus e dos homens. Paulo disse: “Eu sou devedor”, Rm 1.14,15. O Espírito Santo nos dá virtude para sermos as testemunhas de Jesus, At 1.8, e nos constrange a entregar a nossa vida para servi-lo, Rm 12.1; II Co 5.14

DEUS AGE COM O QUE VOCÊ TEM

Certa vez, a viúva de um dos ajudantes do profeta procurou Eliseu e lhe disse que ela e seus dois filhos estavam passando por muitas necessidades. Seu marido havia deixado dívidas para pagar, mas ela não tinha dinheiro. O homem para quem ele deixa o dinheiro queria os seus filhos como pagamento pela dívida. Que coisa horrível, dar os filhos para pagar uma dívida! Eliseu quis ajudar e perguntou o que tinha em casa; ela lhe respondeu que só tinha uma botija de azeite.

O profeta mandou que pedissem emprestado aos seus vizinhos muitos potes; depois entrasse em casa com seus filhos, pegasse a botija de azeite que tinha e começasse a despejar azeite nos potes! Os meninos correram nas casas vizinhas e emprestaram muitos potes. A casa ficou cheia de potes. Vocês sabem o que aconteceu? Ela encheu o primeiro pote, depois encheu outro, e mais outro... e o azeite não acabava, só quando encheu o último pote foi que o azeite acabou. Isto foi um grande milagre! Eliseu mandou que ela vendesse o azeite para pagar a dívida e vivesse com o que sobrou. 

                           OBEDIÊNCIA – FÉ TESTADA – ABUNDÂNCIA PROMETIDA

OBEDIÊNCIA – CUIDADO DIVINO
== Elias, antes de encontrar-se com a viúva de Sarepta, havia estado na fronteira do Jordão, junto à torrente de Querite (v. 3). Esta, segundo comentário de “A Bíblia Vida Nova”, seria um pequeno córrego, que só apresentava correnteza em épocas de chuva. Lá, também, Deus ordenou que os corvos alimentassem o profeta (v 4).

Ocorre, que passados dias, a referida torrente secou, porque não chovia sobre a terra (v 7).  Assim, Deus ordena que o profeta saia do lugar acima mencionado, e vá para Sarepta (um lugar pertencente a Sidom, na Fenícia), afim de ser sustentado, desta vez, não por corvos, mas por uma viúva.  O texto bíblico mostra que Elias obedeceu a Deus sem questionar: ele se levantou e foi a Sarepta.

O que podemos extrair, até aqui, do texto bíblico (I Reis 17:1-10):

1) Deus cuida de nós (Salmo 37:25: “Fui moço, e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.”)

2) Devemos estar sempre dispostos a receber a orientação divina para nossas vidas

3) Devemos estar sempre dispostos a obedecer tal orientação, sem questionar, porque Deus sabe o que é melhor para nós.

O PODER DE DEUS – FÉ TESTADA – OBEDIÊNCIA – BÊNÇÃOS = Pois bem, chegando à porta da cidade, o profeta encontrou-se com a viúva. Ela estava trabalhando, apanhando lenha. Elias deve ter pensando: “Achei a mulher que Deus dissera que me sustentaria. Que ótimo !!!”. Assim, pediu água para a mulher, e ela lhe deu (água, geralmente, todo mundo tem, não é?!). Logo em seguida, ele pediu pão para ela, pois devia estar com muita fome também. Água ela tinha, mas pão, coitada, ela não tinha! Além de viúva, era pobre!

Eis o que ela tinha (v 12):  a) um punhado de farinha numa panela
b) um pouco de azeite numa botija  c) dois cavacos

A insuficiência era tanta, que o pão a ser preparado com tais ingredientes, mesmo após ser comido por ela e seu filho, era insuficiente para continuarem vivendo. Que situação difícil, não?!!!
O que disse Elias para ela? Ele disse: NÃO TEMAS; VAI, E FAZE O QUE DISSESTE; MAS PRIMEIRO FAZE DELE PRA MIM UM BOLO PEQUENO, E TRAZE-MO AQUI; DEPOIS FARÁS PARA TI MESMA E PARA TEU FILHO (v. 13). E disse mais: “Porque assim diz o SENHOR Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o SENHOR dê chuva sobre a terra.”
Diz, a Bíblia que ela fez segundo a palavra de Elias, e que assim, comeram do pão não somente ele, mas também ela e a sua casa muitos dias.

Que podemos extrair do texto bíblico (I Reis 17:12-16):

1) O PODER DE DEUS: O poder de Deus, um dos Seus atributos, capacita-O a usar instrumentos fracos (um punhado de farinha e um pouco de azeite), para realizar Grandes Resultados (vide também, Mateus 14:17ss; 15:34ss).

2) FÉ EM DEUS: Não devemos temer, em meio as aflições; pelo contrário, devemos ter fé Nele. A proposta que o profeta fez, no sentido de que ele deveria comer primeiro do bolo, e após, ela e seu filho, sem dúvida, era muito difícil de ser atendida, em virtude das circunstâncias pelas quais ela vivia, acima descritas. Mesmo assim, ela CREU na promessa de Deus de que:

a) A FARINHA não se acabaria;
b) O AZEITE também não faltaria, até o dia em que o SENHOR faria chover sobre a terra.  Assim, ela passou no TESTE DA FÉ.

3) OBEDIÊNCIA (v 15). Devemos estar sempre dispostos a obedecer a Deus, em quaisquer situações. Ele sabe o que é melhor para nós. Abraão, por exemplo, obedeceu a Deus, sem questioná-Lo (Gênesis 12:1ss; 22:2ss).

4) DEUS CUMPRE SUAS PROMESSAS:

a) Deus sempre cumpre tudo quanto promete (Josué 21:45)
b) Deus dá muitas bênçãos àqueles que O obedecem (v 16) 

CINCO PÃES E DOIS PEIXINHOS!

João 6.9 == Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tantos? Este capítulo seis de João, dos versículos seis ao décimo-quinto (6.1-15), relata a primeira multiplicação dos pães e peixes. O texto relata que o Senhor Jesus estava sendo seguido por uma grande multidão, por causa dos sinais que viram Jesus operar sobre os enfermos. Ele sobe ao monte e assenta-se ali com seus discípulos. Então o mestre vendo aquela multidão disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? O versículo seis (6) relata que o mestre dize isso para os experimentar,"porque Ele bem sabia o que havia de fazer". 

No versículo sete (7) Filipe declara que eles não tinham recursos financeiros suficientes para alimentar aquela multidão. André, irmão de Pedro, apresenta a Jesus um rapaz, (talvez uma solução), que tinha cinco pães e dois peixinhos, mas com uma ressalva: mas que é isso para tantos?

Quero compartilhar o que tenho aprendido com esta riquíssima narrativa bíblica;

1º) Com relação a multidão:
- Um povo a procura de sinais (vs 2);
- Um povo desprovido de alimento (vs 5);

2º) Com relação aos discípulos:
- Vivenciavam uma nova experiência (vs 5);
- A fé fora colocada a prova (vs 6);
- Eles, ainda, não conseguiam ver além das circunstâncias (vs 9);
3º) Com relação ao rapaz, dono dos cinco pães e dois peixinhos:
- Estava disposto a seguir a Jesus, por mais longo que fosse o caminho (vs 9);
- Estava preparado para a jornada, levava consigo alimento;
- Estava pronto a compartilhar seu alimento com todos;
- Estava crendo que o seu pouco alimentaria aquela multidão.

Estudando este texto percebo que precisamos estar dispostos a seguir a Jesus, não olhando para as adversidades da vida ou às oposições que virão por causa dessa escolha. Se preparar para essa jornada mediante a oração, a leitura da Palavra de Deus e comunhão com o Pai das luzes e compartilhar o evangelho com os famintos, crendo que teremos uma grande colheita de almas, pois como Paulo disse em Romanos 1.16: "Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de aquele que crê,...".

PROVIDÊNCIA = Pv 16.33

“As obras da providência de Deus são a sua maneira muito santa, sábia e poderosa de preservar e governar todas as suas criaturas e todas as ações delas” (Breve Catecismo de Westminster p. 11). Se a criação do mundo foi um exercício único da energia divina que criou todas as coisas, a providência é um exercício continuado da mesma energia. Por meio dela o Criador, de acordo com sua própria vontade, preserva todas as criaturas, envolve-se em todos os acontecimentos e dirige todas as coisas aos seus fins determinados. Deus está totalmente no comando do seu mundo. Sua mão pode estar escondida, mas seu governo perfeito abrange todas as coisas.

Imagina-se, às vezes, que Deus conhece o futuro, mas não tem controle sobre ele; que ele sustenta o mundo, mas não interfere nele, ou que ele dá ao mundo uma direção geral, mas não se preocupa com detalhes. A Bíblia, enfaticamente, rejeita todas essas limitações de sua providência.

A Bíblia ensina, claramente, o controle providencial de Deus

(1) sobre o universo em geral, SI 103.19; Dn 4.35; Ef 1.11; 
(2) sobre o mundo físico, Jó 37; Sl104.14; 135.6; Mt5.45;
(3) sobre a criação irracional, Sl104.21,28; Mt 6.26; 10.29; 
(4) sobre os negócios das nações, Jó 12.23; SI 22.28; 66.7;At 17.26;
(5) sobre o nascimento e destino na vida do homem lSm 16.1;Sl 139.16; Is 45.5; Gl1.15-16;
(6) sobre o sucesso externo e fracassos na vida do homem, SI 75.6-7; Lc 1.52;
(7) sobre coisas aparentemente acidentais ou insignificantes, Pv 16.33; Mt 10.30; (8) na proteção dos justos, SI 4,8; 5.12; 63.8; 121.3; Rm 8.28;
(9) em supriras necessidades do seu povo, Gn 22.8,14; Dt 8.3; Fp 4.19; (10) em responder ás orações, l Sm 1.19; Is 20.5-6; 2Cr33.13; Sl 65.2; Mt7.7; Lc 18.78;
(11) no desmascaramento e punição do ímpio, Sl7.12-13; 1l.6(L. Berkhof,   Systematic Theology, 2a edição revista [Grand Fiapids: Wm. 8. Eerdmans Publishing Co., 1941], p. 168).

Descrever o envolvimento de Deus no mundo e nos atos das criaturas racionais exige considerações complementares. Por exemplo, uma pessoa deseja uma ação, um evento é produzido por causas naturais ou Satanás mostra sua mão contudo, Deus anula. Além disso, pessoas podem ir contra a vontade do mandamento de Deus — contudo, cumprem sua vontade nos acontecimentos. O motivo das pessoas pode ser mau contudo Deus usa suas ações para o bem (Gn 50.20; At 2.23). Embora o pecado humano esteja sob o decreto de Deus, Deus não é o autor do pecado (Tg 1.13-17).

O envolvimento “concorrente” ou “confluente” de Deus em tudo o que ocorre não viola a ordem natural, os processos naturais em andamento ou a ação livre e responsável dos seres humanos.
O controle soberano de Deus não anula a responsabilidade e o poder das segundas causas; ao contrário, essas causas foram criadas e exercem suas funções por determinação divina.

Dos males que contaminam o mundo de Deus (males espirituais, morais e físicos), a Bíblia diz: Deus permite o mal (At 14,16); usa o mal como uma punição (SI 81.11-12; Rm 1.26.32); do mal tira o bem ( Gn 50.20; At 2.23; 4.27-28; 13.27; l Co 2: 7-8 ) usa o mal para testar e disciplinar aqueles a quem ama (Mt 4.1-11; Hb 12.4-1 4); um dia, porém, Deus redimirá totalmente seu povo do poder e da presença do mal (Ap 21.27; 22.14-15).

A doutrina da providência ensina aos cristãos que eles nunca estão presos à sorte cega, à casualidade, ao acaso ou ao destino. Tudo o que lhes acontece é divinamente planejado, e cada acontecimento chega como um novo convite a confiar, a obedecer e a regozijar-se, sabendo que todas as coisas ocorrem para o seu bem espiritual e eterno (Rm 8.28).

CONCLUSÃO

Nada do que acontece em nossa vida é obra do acaso ou coincidência. O Senhor é quem nos dirige, de modo que, muitas vezes, não entendemos o porquê das coisas em nossa existência

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1981
Bíblia de Estudo Genebra
Comentário Bíblico Beacon
edificadonarocha.blogspot.com.br

26 de julho de 2012

AS AFLIÇÕES DA VIUVEZ


 AS AFLIÇÕES DA VIUVEZ

TEXTO ÁUREO “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas (1 Tm 5.3)”

VERDADE PRÁTICA: Apesar da dor e das dificuldades próprias da viuvez, esperar e orar são atitudes que honram ao Senhor.

Viuvez: Estado social e psicológico de um cônjuge quando da morte do outro.

A Bíblia apresenta a viúva como uma pessoa necessitada de proteção e sustento além de que requer que seja esta pessoa honrada e respeitada. Segundo a lei de Moisés o cuidado para com a viúva era considerado uma responsabilidade dos parentes e era dever peculiar do filho mais velho (primogênito). Sobre casar-se outra vez, se não tivesse filhos, esperava-se que ela se casasse com o irmão ou um parente próximo do seu falecido marido. Outrossim, se alguém prejudicasse uma viúva ou um órfão, essa pessoa em aflição poderia clamar ao SENHOR e ELE enviaria rápida vingança.

Já na época do novo testamento a igreja passou a ter um papel importante neste importante aspecto, começando justamente na instituição do diaconato quando houve murmuração entre irmãos gregos e hebreus. Mas o Apostolo Paulo também deu diretrizes á Timóteo para esta questão, mas que fosse alguns aspectos observados, tal como aquela pessoa/ mulher que realmente não tivesse filhos nem pudesse por si mesmo se sustentar, logicamente entendendo que posteriormente muitos erros viriam ocorrer á este respeito, tanto na sobre a questão que alguns (algumas) pessoas poderiam vir a ser uma árdua tarefa para os irmãos; ou até mesmo pelo abandono que também ocorre em muitas igrejas que não atentam para o que as Sagradas Escrituras ordenam no cuidado principalmente aos órfãos e as viúvas.

É certo que este tema é de suma importância para nossos dias, sem dizer também da delicadeza que teremos em tratar deste assunto no próximo domingo em nossas escolas bíblicas dominicais.

Quero apenas levantar uma questão, sem me aprofundar muito no assunto, pois somente posso indagar algo ou mesmo ensinar somente se as Escrituras assim o dizem, mas a dor que a viuvez venha causar, somente quem passou ou está passando é quem pode descrever literalmente, então procuro me resguardar sobre citar uma opinião talvez vazia ou agressiva ou até mesmo de um sentimento superficial que alguns que estão nos púlpitos com muita arrogância e prepotência tentam impor principalmente naquele velho “jargão”:....... Se fosse comigo eu faria assim...; Eu os comparo aos amigos de Jó; talvez até bem intencionados, mas não estejam sentindo na pele o que realmente a dor de tal situação está causando.

O nosso amado irmão comentarista citou exemplos bíblicos de pessoas que venceram esta dor porque ficou aos pés do Amado Deus! Consolador por excelência!
Então para resumir e concluir, minha vontade e oração para algum irmão ou irmã que está nesta penosa situação, é que o Grande Espírito Santo de Deus que conhece todas as coisas venha habitar mais fortemente em seu coração dando-lhe graça e força em nome do Senhor Jesus, pois a alegria da salvação e a Presença de Deus em nossas vidas é bem maior do que qualquer intempérie desta vida e que nada, nada mesmo nos separará do Amor de Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada
Romanos 8:18

E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.
E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Romanos 8:26-28

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Romanos 8:35-39
Amém!

PB. Thiago R. Teixeira
a.familiateixeira@gmail.com 

18 de julho de 2012

SUPERANDO OS TRAUMAS DA VIOLÊNCIA SOCIAL


SUPERANDO OS TRAUMAS DA VIOLÊNCIA SOCIAL – Ev. José Costa Junior


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

            O assunto desta lição diz respeito a violência social e qual deve ser a resposta da Igreja de CRISTO a este desafio. A Bíblia ensina que o pecado é a transgressão da lei (I João 3:4). Esta palavra "transgressão" poderia ser traduzida por "delinqüência". Jesus indicou que, à medida que os homens se aproximassem do final da história, haveria uma rebelião mundial contra a lei e a ordem. A rebelião e a delinqüência já se acham presentes em escala tal como jamais o mundo as conheceu. Filhos rebelam-se contra os pais a tal ponto que muitos destes chegam mesmo a ter medo dos filhos. Jovens se rebelam contra os mestres, estudantes universitários se revoltam contra as autoridades administrativas. Existe uma tentativa organizada de rebaixar o policial, torná-lo objeto de ridículo e desprezo. Tudo isso é parte de um desrespeito geral pela lei e pela ordem.

            A violência se alastra por todas as metrópoles. Semanalmente presídios se convulsionam em rebeliões. Multiplicam-se favelas com a falta de políticas habitacionais. Idosos gastam seus últimos e valiosos dias em filas da previdência. A prostituição infantil no Brasil virou notícia internacional. As grandes capitais ganham campeonatos mundiais de assassinatos de adolescentes. Políticos se comportam com uma desfaçatez revoltante. Entidades e assessores de políticos evangélicos são presos por envolvimentos em esquemas e fraudes com ambulâncias superfaturadas, igrejas (templos) usadas como firmas criminosas e propinas abundantes.

            Deveríamos ficar escandalizados com o fato de que, em muitos países, o crime organizado é o maior dos negócios.

O crime organizado move, em todo mundo, 870 bilhões de dólares por ano. No Brasil forma um Estado dentro do Estado. Custa-nos mais do que os programas combinados de educação e saúde. Com seus sindicatos, demi-monde, quadrilhas e a Máfia, chega praticamente a dominar algumas das maiores cidades do país. Além disso, existe o crime não-organizado, que se mostra tão perigoso, senão pior.

O crime está aumentando com tal rapidez que nos encontramos agora bem perto da rebelião aberta e da anarquia. É perigoso passear a pé pelas ruas de qualquer cidade do Brasil, depois do entardecer. Em algumas regiões as pessoas vivem numa atmosfera de medo e pavor. É como se alguma força sinistra e sobrenatural estivesse à solta. As ruas de nossas cidades se transformaram em selvas de terrorismo, assaltos, estupros e morte.  A praga da criminalidade ameaça destruir a nossa sociedade, e à medida que sobe o índice de criminalidade, desabam os alicerces morais da nação.

Onde está a resposta para o problema do crime? Estará em mais ação da polícia? Em mais elevada educação? Numa punição mais rigorosa? Por que motivo, na sexta maior economia, existe um quadro de tamanha violência? 

No curso dos últimos decênios tem-nos sido ensinado que a moralidade é relativa, e estamos agora colhendo a safra dessa semeadura. A tendência do sistema educativo, dos tribunais e dos meios de comunicação em massa, muitas vezes, é ignorar a vítima e mimar o criminoso. Em alguns casos, chegamos a tornar o criminoso num herói. Verifica-se que, por todo o país, os agentes da lei, ou estão envolvidos com o crime, ou se mostram desanimados, achando que os tribunais não lhes estão dando qualquer cooperação. As estatísticas criminais atingem níveis astronômicos, e os órgãos de aplicação da lei não contam com a verba ou pessoal necessários para deter sequer uma fração dos criminosos. Ninguém parece ter resposta para aquelas perguntas. Devemos nos preocupar.

DEUS não fez chover fogo e enxofre nas cidades gêmeas por causa da generalização do mal, mas pela ausência do bem. Abraão não contabilizou dez justos ali. Se mostrasse um punhado de gente íntegra, DEUS evitaria SEU juízo. Portanto, DEUS não considerou a presença do mal tão danosa quanto a ausência do bem.

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações e textos, colhidos dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão do papel da Igreja diante da violência social. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

A VIOLÊNCIA É UM PROBLEMA DE TODOS

            O que você faria hoje, se soubesse que amanhã se encontraria preso a mais terrível e indescritível crise existencial? Se amanhã você se desse conta de que seu melhor e mais íntimo amigo lhe houvesse faltado ao dever humano e fraternal de solidariedade? O que você faria se, de repente, aquela pessoa de quem você nem de longe desconfiara, na qual você tanto investiu e que tanto usufruiu de sua cultura, seus afetos, inclinações e bens maiores o traísse? O que você faria se a religião na qual você foi criado, em meio a qual foi inspirado, dentro da qual foi instruído, subitamente, estabelecesse uma penalidade contra você? Como você reagiria se, de hábito, se visse escarnecido, vilipendiado, com a honra enxovalhada, a dignidade exposta a uma situação de zombaria, motejo, galhofa e ironia?

            O que faria se fosse alvo de grave violência física, de um estupro, por exemplo, ou de uma surra absurda?
            Qual seria a sua atitude se você tivesse certeza absoluta do que lhe aconteceria nos próximos dias?

            Houve um dia, na vida de Jesus, quando, olhando adiante, ele só conseguia ver coisas absurdas e semelhantes a essas a que acabo de me referir. Seu dia seguinte seria o dia do Getsêmani; dia da depressão, da agonia; dia do encaramujar da alma; dia da vertiginosa descida à região mais abissal; dia do choro, gemido, solidão profunda.

            O dia seguinte seria aquele no qual faltaria a solidariedade dos amigos. Ele gemeria, choraria, pediria, reclamaria; solicitaria apoio, companhia, mas os amigos estariam dormindo. Voltaria a eles e em vão questionaria: "Não pudestes vigiar comigo?”
            Não pudestes investir em mim sequer alguns minutos? Não conseguistes vencer o sono? Será que a minha dor é menos importante que o conforto e o sossego? Simão, tu dormes? Não pudeste vigiar comigo uma hora? (Marcos 14:37)

            O dia seguinte também foi dia de traição, dia no qual Judas Iscariotes -discípulo, apóstolo, amigo, amado - o troca por dinheiro. Judas que fora investido de autoridade, aquele a quem se descortina o reino de Deus, a quem é permitido sonhar com os que sonham na intervenção de Deus na história; alguém aquinhoado com poder divino para realizar curas, prodígios, expulsão de demônios; aquele que vivenciara realidades concretas da chegada e da demonstração do Reino. E justamente ele que, em função de um bom negócio, trai a amizade; é esse Judas que beija e apunhala. É ele que dá um susto - não um susto no coração de quem não sabia o que ocorreria, mas um susto naquele que, mesmo ciente do que iria suceder, reserva-se, ainda assim, o direito de enfrentar cada momento da vida como cada momento da vida, com seus temores, sonhos e ambigüidades.

            O dia seguinte é o dia no qual a religião judaica - segundo a qual foi criado, na qual aprendeu a ler (porque naqueles dias aprendia-se a ler nas escolas rabínicas, lendo a Torá, ou Escrituras), sendo instruído desde a mais tenra infância - após o julgamento, o acusa de herético, não recebe sua mensagem, rejeita sua proposta, considera-o demoníaco, expurga-o.

            O dia seguinte é o dia da negação, negação de um dos melhores amigos, amigo que diante de uma situação pública afirma jamais tê-lo conhecido, não ter com ele a menor relação, não guardar a lembrança de nenhum encontro; não haver história entre eles, hipótese alguma de cumplicidade. Amigo que declara: "Não sei quem é esse homem; jamais o vi, nunca lhe ouvi o nome; tampouco andei com ele." Amigo que nega a fraternidade, o compromisso, a paixão e o sonho comum.

            O dia seguinte seria dia de preterição, de troca: "Que preferes, a Jesus, chamado Cristo, ou ao ladrão?" Seria dia no qual o poder público faria opção pelo corrupto, em vez do justo; pela devassidão, e não pela integridade. Seria dia no qual os sistemas e a máquina governamental, por questões políticas, entregariam o inocente para ser condenado e libertariam - com todas as condições de libertação e seus privilégios - o assassino. Dia, pois, de ser trocado de maneira vil; de ser escarnecido - soldados lhe poriam uma coroa de espinhos na cabeça para brincar com a sua realeza (realeza, sim, mas de dor). Colocar-lhe-iam na mão um caniço quebrável, como a dizer que o seu cetro é o cetro da fraqueza. Vesti-lo-iam com um manto aparatoso, para significar que tipo de rei era ele: rei-momo; rei-palhaço; rei do festival; debochariam dele expondo-o a cenas ridículas. Para honrá-lo, cuspir-lhe-iam. A fim de declararem sua sapiência profética, fechar-lhe-iam os olhos para lhe perguntar: "Quem foi que te bateu?"

            Sarcasmo, ironia. O dia seguinte é o dia da cruz. Dia da violação. Dia da profanação física. Dia da agressão. Dia de ser trespassado. Dia de ser objeto.


            O que você faria, se soubesse que os três próximos dias da sua vida seriam dessa qualidade? O que você faria, se soubesse que o que o aguarda é a depressão, a facada, a traição, o agravo, a perfídia, a barganha, o julgamento, a exclusão da instituição, o desprezo, a rejeição, a falta de solidariedade e ingratidão dos que se afirmavam amigos?

            O que você faria se nos próximos dias você perdesse o emprego, ou lhe roubassem a posição em favor do maior corrupto, de pessoas mais convenientes àquela posição? O que faria você, se amanhã fosse o dia do escárnio, do desdém, da injúria, do descrédito, do enodoamento do seu nome, de sua imagem e do seu caráter?

            O que você faria, se amanhã, ao entrar no táxi, fosse vítima de um ato sádico, um assalto pavoroso, um seqüestro? Ou fosse dia no qual seu marido chegasse bêbado a casa, e tomado pelo machismo arrebentasse seu rosto, esmurrasse-a, atirasse-a ao chão, enchendo-a de hematomas, ferindo-lhe os ouvidos com palavrões e impropérios?

            Tenho certeza de que não estou sendo irreal, nem estou falando de coisas que não lhe digam respeito. Porque todos nós, de um modo ou de outro, corremos sempre o risco de estarmos na iminência de sofrer algo desse tipo.

            Viver é correr o risco de tragédia. Estar vivo é estar assistindo à possibilidade de conflito, traição, preterimento, negação, fraude, injustiça, roubo, desonra, calúnia, violência, depressão e "ilhamento".

            Hoje, não sabemos o que nos pode acontecer amanhã ou depois. Mas o Cristo ao qual me refiro conhecia o futuro - se bem que não do ponto de vista de uma exacerbada onisciência, que lhe tirasse o direito e o privilégio de rir e de chorar, de alegrar-se ou de sofrer a cada instante, a ponto de a cada nova situação poder afirmar: "Eu já estava esperando que isso acontecesse..." Porque o paradoxo da onisciência de Jesus é que ele sabe tudo, mas vive tudo o que lhe acontece como se ignorasse que lhe ocorreria. É o mistério que só se explica em Deus: saber tudo, e, no entanto, viver tudo com a surpresa da chegada de cada coisa.

            E qual a atitude de Jesus na véspera do tudo mal? Na véspera do trágico? Na véspera do tudo-nada? Marcos conta, no cap. 14, v.22 e 23 que, partindo o pão, ele disse: "Isto é o meu corpo"; e tomando o cálice, acrescenta: "Isto é o meu sangue" - prova de que estava plenamente consciente do que o aguardava. O v.26 diz mais: "Tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras".

            O que esperava por Jesus era o ser ele partido, rasgado, moído, ultrajado, usado. No entanto, ele canta um hino! E que hino era esse? Era justamente o hino que o judeu cantava na Páscoa, o Salmo 115, que afirma o amparo de Deus; salmo que admoesta: "Não confieis em ídolos. Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta".

            Ele exorta a que se confie no Senhor, em quem há amparo, refúgio, conforto, segurança.

            Parece ironia cantar um hino desses à véspera do que Cristo sabia ser a moenda da sua alma, o trilhar do seu corpo, o lacerar e escalpelar da sua carne. Sim, Jesus foi neste planeta o único homem que soube crer no que Paulo articularia teologicamente mais tarde: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28).

            Qualquer um só faz arremedar essa prática, somente Jesus de Nazaré cantou antes da agonia; cantou louvores no gemido. E diga-se: em Cristo, o cantar, antes de tudo, equivale a cantar depois. Porque ele canta não antes da surpresa absoluta, mas sabendo o que está por vir. O que significa terminar a cruz em louvor.

            O que estará a vida fazendo em nós? Que estará ela fazendo de nós? O que o chicotear, o deprimir, o esmagar, o humilhar, o tripudecer, o caluniar, o escarnecer, o decepcionar, o desacreditar, o roubar, o espatifar de ilusões estarão criando em nós?

            Será que os gestos, jeitos, modos, palavras e tudo mais que a vida nos negou, não estariam gerando em nosso ser uma alma desértica, um coração duro, frio, incapaz do amor, da dádiva, da troca, do sossego e da paz? Será que não teria arrancado de nós a capacidade de sonhar, de crer, de renunciar e de ser grato? Ou ainda não teriam criado em nós uma mente inepta, paralisada ao fervor e à adoração?

            Será que os fatos e as ocorrências do dia seguinte estão gerando em nós a idéia de que Deus tem o braço encolhido? Que ele é um Deus impotente, inoperante e alienado; um Deus-ídolo?

            Ou será que, por sua graça, seremos capazes de enfrentar o que vier, chorando e gemendo com louvor, com gratidão, na certeza de que aquilo que dói em nós, magoa e fere fundo; aquilo que nos embaraça e tonteia pelo impacto; que nos surpreende, decepciona e assusta, de maneira nenhuma revela e retrata a inoperância e pouco-caso de Deus, que não traduz sua fuga ou omissão. Ao contrário, espelha a certeza de que, por trás do que se pode chamar bueiro da dor, espasmo da decepção, negrume da solidão, haverá finalmente a estrada em direção ao único Pai - o único Amigo - e à única vitória e certeza.

            No entanto a programação de novas igrejas não contempla a vida com realimo.  A grande maioria dos sermões que se ouve, principalmente na mídia, se resume a técnicas de sucesso ou ao arremetimento a um mundo espiritual onde se lida com a história humana, não como resultado de escolhas que fazemos, e sim como desdobramentos de maldições e da sina divina. Lotam as igrejas com pessoas ávidas por atalhos para o sucesso e despreparadas para enfrentar a realidade da vida como verdadeiros cristãos.

            Para reverter estruturas malígnas da violência social, não basta exorcismos e declarações de que tal cidade é do SENHOR JESUS, precisa-se de cidadania, educação cívica, virtude moral e, acima de tudo, ser o reflexo de CRISTO dentro desta sociedade.

A IGREJA DEVE DENUNCIAR A VIOLÊNCIA ATRAVÉS DAS AÇÕES

            Como cristãos, temos duas responsabilidades. Uma é proclamar o Evangelho de Jesus Cristo como solução única para as necessidades humanas mais profundas. Outra é aplicar tão bem quanto possamos os princípios do cristianismo às condições sociais em redor de nós.

            Jesus ensinou que o cristão é "o sal da terra" (Mateus 5:13). Falou em sal, porque essa substância confere sabor à comida e, além disso, conserva. Há alimentos que se deteriorariam sem ele. Nossa sociedade nacional se tornaria corrupta, a cobiça e concupiscência, juntos ao ódio, levariam a nação a verdadeiro inferno, se não fosse o sal cristão. Basta tirar todos os cristãos do Brasil e ver o caos que se formaria da noite para o dia. É, em parte, porque a igreja perdeu a sua qualidade de sal que temos agora necessidades morais e sociais tão grandes. Uma pitada de sal apresenta valor inteiramente fora de proporção com a sua quantidade.

            Ele disse também: "Vós sob a luz do mundo" (Mateus 5:14). A escuridão de nosso mundo é cada vez mais tenebrosa e só resta uma luz verdadeira, a de Jesus Cristo, refletida por aqueles que nEle confiam e crêem. O próprio Jesus viera trazer luz para que os homens pudessem ver a Deus por Seu intermédio. Os que O seguem devem fazer brilhar e irradiar Sua luz. Ele disse: "Brilhe a vossa luz diante dos homens" (Mateus 5:16).

Cristo indica que o mundo é a esfera da luz e do sal. Os problemas atuais em nossa vida nacional são graves e todos os cristãos possuem uma responsabilidade definida. O cristão é cidadão de dois mundos e, diante dessa cidadania dupla é-lhe dito nas Escrituras não só que ore pelos que ocupam a autoridade política mas também que participe e sirva ao seu governo. O cristão é o único e verdadeiro portador de luz no mundo. Assim como existe o perigo de que o sal perca a sua qualidade, há também o de que a luz se perca nas trevas se não tiver a oportunidade de brilhar. As vidas dos primeiros cristãos foram seu testemunho invencível e o mundo pode argumentar contra um credo, mas não contra vidas transformadas.

            É o que faz o simples Evangelho de Jesus Cristo, quando pregado sob o poder e a autoridade do Espírito Santo.

            O cristão não apenas segue Cristo e aprende com Ele, mas também tem de agir. O mundo julga o cristão por sua vida, não por sua crença, e seus atos são indicação de sua fé. Disse o Apóstolo Tiago: "Mas alguém dirá: Tu tens fé e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras te mostrarei a minha fé" (Tg, 2:18).

            Perguntaram certa feita a um evangelista se ele não achava que o mundo estava ficando pior, e ele respondeu: "Se estiver, nesse caso estou decidido a que o seja a despeito de mim." Podemos parafrasear, e dizer: "Se o mundo está ficando pior, então, o será a despeito do Evangelho de Cristo e dos que nEle confiam."

CONCLUSÃO

            Nós temos visto nos últimos dias uma incontida alegria causada pelo crescimento da igreja no Brasil.  O censo de 2010 afirma que já somos 22% da população; por volta de 42 milhões de cristãos. Se isto é verdade, louvado seja Deus. O crescimento da igreja, não importando aqui o percentual exato, tem que ser visto também de uma outra dimensão: quanto mais a igreja cresce mais a sociedade espera dela.

            Estou querendo dizer que enquanto a igreja tem um número reduzido de membros em relação à população, esta população não sabe o que pensa e prega esta igreja, todavia, a partir do momento em que a igreja cresce, a sociedade começa a descobrir qual é o propósito e mensagem da igreja. A sociedade vai descobrir que a igreja não foi chamada para ter somente atividades limitadas ao templo ou a vida dos seus membros, ou que a igreja não foi chamada somente para levar almas para o céu.  A sociedade perceberá que à igreja cabe também o papel de transformadora do mundo e seus valores, cabe o papel de auxiliar nos problemas sociais, políticos e econômicos que afligem o nosso povo.

            Está chegando, portanto o momento em que a própria sociedade já sabe qual é a missão da igreja.  E em sabendo, ela começa a questionar quando é que a igreja vai colocar em prática os ensinos de Jesus. A igreja hoje tem que ser necessariamente a igreja participativa nas soluções e problemas da nossa sociedade.  Ela não pode mais continuar enterrando a cabeça na areia alheia a tudo que se passa ao seu redor.

            Concluindo, espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em tão difícil tema e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada ao SENHOR JESUS.


Ev. José Costa Junior