29 de maio de 2014

O MINISTERIO DE PASTOR



O MINISTERIO DE PASTOR

TEXTO ÁUREO = Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor da sua vida pelas ovelhas. (Jo 10.11).

VERDADE PRATICA = Por meio do ministério pastoral,, conduzimos as ovelhas ao Supremo Pastor, Jesus Cristo.
LEITURA BÍBLICA = João 10.11,14 = Tito 1.7-11 = I Pedro 5.2-4

INTRODUÇAO

O que é um pastor???! Como é de praxe para responder esta pergunta começamos pelo mais lógico e simples. O pastor é quem pastoreia, cuida do rebanho, o responsável pelas ovelhas. Bastante lógico e simples. Não é? E é isto que a Bíblia quer passar com a função de pastor, em todas as suas figuras, tanto no Novo como no Velho Testamento.

Veja o exemplo de Davi que era pastor de ovelhas e usa essa figura no Salmo 23 para mostrar como se sentia, como ovelha, em relação a Deus que é seu Pastor. Também Jesus usa a figura de pastor se colocando como o Bom Pastor. Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. João 10:11

Sendo assim por comparação entendemos que o pastor humano, sacerdote cristão é o guardador e guia das ovelhas de Cristo, que é o Sumo-Pastor, pela qual eles darão conta.
Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. Hebreus 13:17

JESUS O SUPREMO PASTOR= SALMOS 23

O Salmos 23 é o Salmo do Supremo Pastor. É uma canção de fé. O salmista tinha larga experiência como pastor de ovelhas. Num breve texto, ele conseguiu resumir diversos aspectos do cuidado de Deus para com os seus servos, "ovelhas do seu pasto" (Sl 100.3).

Davi conhecia reis, profetas, sacerdotes, generais etc., mas, para expressar melhor a sua visão de Deus, tomou emprestado a figura de um bondoso pastor de ovelhas, e o seu relacionamento com o rebanho. Davi sabia o que era ser pastor, pois exerceu essa atividade quando jovem (Sl 78. 70-71). Sabia que Deus é o pastor de Israel (Sl 80.1); que "Ele é o nosso Deus , e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão" (Sl 95.7; Sl 100 2b; Is 40.11; Ez 34:6-19).

1 - ESTE PASTOR PERMITE QUE TENHAMOS UM RELACIONAMENTO PESSOAL MUITO ESTREITO COM ELE. (SL 23.1a)

Ele é meu pastor (Jó 19.25; Sl 42. 5b, 11 ;Mq 7.7; Hc 3.18; Jo 20.28 ; Fp 3.8). Este relacionamento pessoal é reconhecido pelo Senhor, também. São "minhas ovelhas" (Jo 10.14), "meus servo(s)" em Jó 2.3 e 42.8; Ez 38.17; At 2.18).

 2 - ESTE PASTOR SUPRE TODAS AS NOSSAS NECESSIDADES (SL 3.1b) - ver 2Pe 1.3; 2Co 9.8.

3 - ESTE PASTOR DAR PAZ E DESCANSO (SL 23.2) - Ver Jo 21.15-17; Mt 11.28; Jo 14.27.

4 - ESTE PASTOR RESTAURA NOSSAS FORÇAS - (SL 23 3a) - Ver Ez 34.16.

 5 - ESTE PASTOR FAZ COM QUE VIVAMOS COM RETIDÃO (SL 23. 3b) - As "veredas da Justiça" são as que Ele mesmo abriu (SL 40.80). Sem a sua direção, ninguém consegue viver a justiça (Fp 2.12-13; Gl 5.22-23; 2Tm 2.19).

6 - ESTE PASTOR PROTEGE ATÉ QUANDO A MORTE LANÇA A SUA SOMBRA (SL 23.4a) . Ele é o lírio de todos os vales (ver Jo 11.25; Ap 1.18). Nem a morte poderá nos separar dEle (Rm 8.38-39).

7 - ESTE PASTOR DISCIPLINA COM VARA E O CAJADO (SL 23.4b). A disciplina deste pastor protege (Hb 12.7-11).

8 - ESTE PASTOR PREPARA MESA DE BANQUETE (SL 23.5). A mesa na Bíblia simboliza comunhão. Ver (Lc 22.15; Ap 3.20). Estamos aproveitando o convite de comer com Ele? Maravilhoso que essa comunhão se pratica "a vista dos meus inimigos". Quanto maiores as pressões e a hostilidade dos maus, mais precisamos cultivar o convívio com este Pastor. Mais maravilhoso ainda, o óleo na cabeça e o cálice a transbordar relembram o Espírito que é a promessa de Deus à ovelha de Cristo, e a vida abundante que ele deseja para os seus(Jo 10. 10).

9 - ESTE PASTOR CERCA COM BONDADE E FIDELIDADE (SL 23.6a). Marcas inconfundíveis do Pastor. Sua fidelidade garante a segurança de cada ovelha que lhe pertence, nesta vida e na eternidade (Êx 34. 6-7).

10 - ESTE PASTOR CONDUZ À CASA DO SENHOR (SL 23.6b). Davi exultava na alegria do culto ao Senhor. Está alegria haverá de continuar no lar celeste (Jo 14.2-3).

Jesus, O Bom Pastor Dá a Vida por Suas Ovelhas

"Eu sou o Bom Pastor; o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas". Lindas palavras que trazem doçura e paz à nossa alma.

É confortante saber que somos ovelhas pastoreadas pelo supremo pastor, em quem todas as coisas se tornam luminosa claridade. Jesus nos revela o cuidado que Ele tem por nós. No seu infinito amor, a sua eterna bondade está sempre nos acolhendo, guardando e protegendo do mal.

Jesus proferiu a parábola do bom pastor, enquanto estava em Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos, em meados do mês de outubro. Este discurso está intimamente ligado à expulsão do cego, curado no tanque de Siloé, do templo, pelos fariseus.

"Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas." João 10:1-2

Jesus freqüentemente utilizava dos elementos presentes na vida cotidiana dos seus ouvintes. Na Palestina, as ovelhas são as vezes, a parte mais considerável do gado.

A Vida Pastoril na Palestina

Os rebanhos, que eram compostos em sua maioria de cabras e ovelhas, dependiam demasiadamente de água abundante. Porém com a escassez em diversos locais da palestina, vários pastores formavam uma espécie de sociedade, construindo um redil comum.
 Construídos no campo com palha ou madeira, os redis eram freqüentemente cercados por uma muralha de pedra, e, por sobre o muro, colocavam feixes de espinhos apoiados em pedras maiores. Ficava um guardião velando toda a noite para defender o aprisco das feras e dos ladrões. Caso algum ladrão ou animal feroz subisse no muro, a pedra cairia e acordaria o pastor em vigília.

A Porta do Aprisco

Durante o dia, os pastores separavam os rebanhos, conduzindo-os aos diversos pastos. À tarde todos os animais eram reunidos no redil. O pastor que ficava à entrada do curral era chamado de "porta". "Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas." João 10:7

Dar nome as ovelhas era uma prática antiga. Se em um redil estivessem as ovelhas de três pastores diferentes e a um deles pertencesse cinquenta ovelhas, somente as cinquenta atenderiam a sua voz.

"A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz." João 10:3-4

Lobos e ladrões ameaçavam as ovelhas. Esta é a razão pelo qual o pastor utilizava o seu cajado. Era neste momento em que se diferenciava o verdadeiro pastor, dono de suas ovelhas e o mercenário.

O Bom Pastor Conduz Suas Ovelhas.

O bom pastor enfrentava as feras e os ladrões, expondo a sua própria vida. Já o mercenário só se preocupava em obter o ganho das ovelhas e em caso de perigo, este fugia.

Eu Sou o Bom Pastor

Jesus se declara o bom pastor. A declaração "Eu Sou" tinha um significado muito importante para os judeus do primeiro século, pois Deus havia se revelado a Moisés de forma semelhante. "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas." João 10:11
Ele se declara a porta do redil. O Mestre é aquele que dá a vida e acesso ao alimento espiritual, como o pastor que ficava à porta do redil, velando toda a noite, protegendo e cuidando das suas ovelhas. A noite falava de tempos de escuridão, tempos difíceis, tempos de angústias e sofrimento. Mas os discípulos de Jesus têm a promessa de que o verdadeiro Bom Pastor estará em uma vigília eterna, à porta do seu aprisco, pronto a defender cada uma de suas ovelhas, de todo perigo. E Ele mesmo é o dono dos mais verdes campos para as pastagens, Ele tem em abundância o alimento espiritual que dá a vida eterna.

As suas palavras são o alimento para a nossa alma, pois são espírito e vida, que nutrem e fortificam o homem espiritual. "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens." João 10:9

Jesus é o bom pastor que entregou a sua vida física para nos dar direito à uma vida espiritual, a vida eterna. Ele reunirá todas as suas ovelhas dos quatro cantos da terra. Até aquelas que "dormem" ouvirão a sua voz e se levantarão dos seus sepulcros, em glória.

O Ladrão Vem Para Roubar Matar e Destruir

"O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." João 10:10

Há muitos falsos mestres, que estão interessados naquilo em que as ovelhas podem oferecer. Preocupam-se em tirar o que puderem das ovelhas. Os ladrões tiram até a vida, porém o Senhor concede vida.

O mercenário é aquele que cuida do rebanho visando apenas seus próprios interesses.

O Bom Pastor Conhece as Suas Ovelhas

O bom pastor conhece as suas ovelhas e delas é conhecido, ou seja, há uma comunhão entre Jesus e seus servos, semelhante à comunhão entre o Pai e o Filho. "Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas." João 10:14-16
Jesus tem a autoridade de oferecer voluntariamente a sua própria vida por suas ovelhas, e como Deus, tem também o poder de voltar a tomá-la. Jesus conhecia as suas ovelhas, e tratava todas com equidade, justiça e igualdade.

O Bom Pastor

Curou pessoas de todas as classes sociais, tanto as desprezadas quanto as ricas; Compreendeu as emoções das pessoas, seus medos, tristezas, desespero, ansiedades e conflitos, e nunca as desprezou por isso;                                                        
Demonstrou paciência e compaixão quando se deparou com enfermos;                              Curava enfermidades e perdoava pecados;                                                                                                    
Não permitiu que tradições religiosas o impedissem de aliviar o sofrimento humano;                                                                                                                                            Distribuiu graça, alegria, paz e misericórdia.

Jesus Profetiza o Crescimento da Sua Igreja

"Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor." João 10:16
Havia muitas ovelhas que não eram do aprisco de Israel. Jesus já falava em relação à sua Igreja, presente hoje no mundo inteiro. Ele mesmo foi quem garantiu a vitória a todos aqueles que o obedecem e que o amam. Hoje tanto os judeus convertidos, quanto a igreja do Senhor constituem e formam um só corpo, rebanho de um único pastor, o Rei Jesus.
Ser uma ovelha de Jesus é conhecer e ser conhecido dele. Aquele que conhece a voz do Bom Pastor cumpre os seus mandamentos.  Ele nos deixou a promessa de que ninguém tem o poder de tirar as suas ovelhas de suas mãos! Creia, estamos seguros em Deus.

AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR = 1Tm 3.1,2

Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1).

É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de DEUS (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque DEUS estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por DEUS para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. 

Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que DEUS estabeleceu mediante o ESPÍRITO SANTO. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de DEUS, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro. 

(1) Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10).

Partindo daí, o ESPÍRITO SANTO estabelece o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a JESUS CRISTO e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de CRISTO em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.

(2) O líder cristão deve ser, antes de mais nada, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.

(a) Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a CRISTO e ao evangelho (4.12,15).

(b) O povo de DEUS deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de DEUS, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos.

O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a CRISTO pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1Co 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9; 2Tm 1.13).

(3) O ESPÍRITO SANTO acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (3.2,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de DEUS, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos.

Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de DEUS?” (3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua esposa.

(4) Conseqüentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de DEUS, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, DEUS expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4; Lv 10.2; 21.7,17; Nm 20.12; 1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23).

(5) A Palavra de DEUS declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem DEUS nem a igreja perdoará tal pessoa. DEUS realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo DEUS e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o ESPÍRITO SANTO está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2Sm 12.9-14).

(6) Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de DEUS, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.

(a) O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de JESUS CRISTO, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes. DEUS não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de JESUS CRISTO, requer padrões espirituais muito mais altos.

(b) Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8; 28.3).

Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de DEUS blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto da sua vida (2Sm 12.9-14).

(7) As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por DEUS para seus pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. É dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (4.12).

O MINISTÉRIO PASTORAL

Me proponho a aprofundar a análise do significado e sentido bíblico do ministério pastoral, partindo da premissa de que se trata de uma missão específica e singular, tendo como respaldo o chamado divino e como ferramenta(s) de trabalho, dons e talentos naturais e espirituais, doados por Deus. Portanto, penso que muitas polêmicas ocorrem quando se desconhece a missão, o chamado divino e o uso dos dons e talentos com relação ao pastorado.

 1. A Missão = Atos 9: 15 e 16 Vai, porque este é para mim um instrumento para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel, pois Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu Nome.

 Quando alguém é chamado e vocacionado por Deus para exercer o ministério pastoral recebe uma responsabilidade, um desafio e um trabalho muito maior que toda sua capacidade física, emocional ou intelectual poderiam conseguir realizar. É chamado para cumprir uma missão muito além de suas forças, intelecto ou influência. Terá que tratar com pessoas de todos os tipos (temperamentos, formação, história), e acima de tudo, terá que cuidar e liderar de forma que essas pessoas rumem ao crescimento e maturidade espiritual.

 É um trabalho árduo, diário, constante e muitas vezes solitário.
 Além de pregar, ensinar, treinar, discipular, visitar, administrar, liderar, aconselhar e estar presente em atividades e circunstâncias diversas, terá que se preparar sempre em oração, consagração, meditação e estudo da Palavra de Deus.

 O rebanho do Senhor deve ser tratado com o máximo de cuidado, responsabilidade e amor. Por isso, o pastor terá muitas vezes que renunciar seus próprios interesses e planos em prol da edificação da congregação da qual Deus permitiu que apascentasse.

 Além dessas tarefas que mencionei e de outras próprias do ofício pastoral (Batismo, Ceia, Casamentos, etc…), do pastor é exigido disponibilidade. É um trabalho de 24 horas diárias. É um trabalho de tempo integral. Essa exigência do rebanho e penso da própria missão de pastorear, vê-se implícito no ministério do Senhor Jesus, de Paulo, Pedro, Timóteo, Tito e dos demais apóstolos e em todo o NT.

Faço aqui uma respeitosa observação aos meus colegas pastores de tempo parcial. Sei que existem pastores de tempo parcial. Sei também e entendo, que em algumas circunstâncias o pastor se vê obrigado a ter um trabalho secular para poder sustentar a si e sua família dignamente. Sei que existem, lamentavelmente, igrejas que não se importam em suprir as necessidades de seu pastor. Sei também que alguns fazem a opção por não depender totalmente do ministério pastoral que exercem.

Não estou aqui para julgá-los ou a seus motivos. Mas, mesmo esses entendem e sabem que o ministério pastoral exige tempo integral e que hoje uma realidade circunstancial os impede, mas que desejam no futuro poder cumprir esse ideal bíblico. Por isso, registro aqui o meu respeito a todos eles.

Retornando ao meu argumento da disponibilidade, o pastor muitas vezes é chamado pelo rebanho para estar presente em momentos de profunda alegria e também de profunda tristeza. Faz-se um casamento a noite e um culto fúnebre na manhã seguinte. Dedica-se uma criança a Deus e logo depois visita-se um enfermo em um leito de hospital. São situações que as pessoas desejam a presença de seu pastor, e dele exigem disposição e prontidão em assisti-los. São momentos e situações marcantes para as pessoas e o bom pastor deve estar lá, participando da alegria ou da tristeza, sempre levando a Palavra de Deus que trará ou o conforto para quem está em angústia ou a orientação para aquele que celebra.

É um trabalho que requer saúde mental, física, emocional e espiritual. É um serviço que requer esforço, dedicação, responsabilidade e renúncia.

Além disso, a missão de pastorear exige a atualização contínua, o aperfeiçoamento das metodologias e das práticas, bem como o constante mergulho na infinitude do conhecimento bíblico. O pastor deve sempre buscar aprender teoricamente (cursos, atualizações, etc…) como também na sua experiência do dia-a-dia pastoral. Aprender a ouvir a Deus cada vez mais e também as pessoas. Reconhecer que é servo e depende de Deus para fazer o trabalho e que o rebanho não é dele, mas do Senhor, e que foi chamado para levar esse rebanho ao bom alimento, boa água, descanso e a proteção do Bom Pastor, Cristo.

E, finalmente, precisa crer que todo esse trabalho, mesmo com lágrimas e suor muitas vezes, mesmo com ingratidões e decepções em outras, não é vão no Senhor.

2. A Capacitação = Efésios 4:11-12 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo…

Como bem disse, a missão de pastorear parte do rebanho do Senhor exige algo além do que é natural. É necessário uma capacitação espiritual, sobrenatural.

Para tanto, o pastor recebe, da parte de Deus, dons espirituais (ferramentas) para exercer seu trabalho. Dons como o de pastor, de ensino, de profeta e outros são doados a ele, sendo sempre algo singular, ou seja, não existe um pastor igual ao outro. Deus capacita cada um de uma forma própria e notamos isso claramente nos diversos ministérios exercidos por pastores. Uns enfocam mais o ensino, outros a pregação, outros ainda o trato com as pessoas, etc. São direcionados por Deus através da capacitação (dons) que recebem.

Diria, que cada algum recebe um “kit pastoral” contendo dons espirituais e talentos naturais, possibilitando a eles exercer a missão com eficácia, desde que os usem com responsabilidade e amor.

 3. O salário

1º-Timóteo 5:18 (…) O trabalhador é digno de seu salário
1º-Coríntios 9:14 Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o Evangelho que vivam do Evangelho (…)

Esse ponto, penso eu, é o mais polêmico. Não por que não seja esclarecido biblicamente, mas porque muitas pessoas, inclusive irmãos, tem total desconhecimento dessa questão.
Pode o pastor ter um salário? Pode ser remunerado? Essas indagações e questionamentos advém do conceito que pastorear não é um trabalho. Muitos confundem ainda mais isso afirmando que ser pastor é uma questão de vocação, não uma profissão, por isso não deve ter salário.

Sempre respondo a estas pessoas asseverando que entendo que pastorear não é um trabalho profissional, mas não deixa por isso de ser um trabalho. O vocacionado não foi chamado para ser um desocupado. Ao contrário, foi chamado para trabalhar, e muito. O pastor não é um profissional, o pastorado não é uma profissão. Mas, é um trabalho!
Mas, deixa eu complicar mais um pouco a questão…

Engana-se quem pensa que o salário que um pastor possa receber de uma igreja é a paga por esse trabalho que exerce, cumprindo sua missão determinada pelo seu patrão, Deus. Engana-se quem pensa que o trabalho de um pastor possa ser remunerado.

O trabalho de pastorear não pode ser pago por dinheiro algum. O valor desse trabalho não é material, visível ou palpável. É em essência um trabalho espiritual e por isso não há dinheiro ou contribuição que possa pagá-lo dignamente ou corretamente.

A verdade bíblica é:
O pastor não recebe salário pelo que ele faz.                                                                                             
Recebe salário para poder fazer o que deve ser feito.

O salário pastoral é para o sustento do pastor e de sua família, para que ele possa ter tranqüilidade para exercer seu ministério sem a preocupação com suas necessidades básicas e dos seus. Sem esse devido sustento, terá que buscar outras atividades, além das que já exerce.

Analisando biblicamente isso, nota-se que além disso que já expus, Paulo ao escrever aos coríntios (1 Coríntios 9), afirma que ele tinha o direito de ser apoiado pelas igrejas locais entre as quais trabalhava. Tinha o direito de comer e beber (v.4), o direito de levar uma esposa (v.5), o direito de não trabalhar secularmente (v.6). E quando analisamos mais profundamente o texto, vemos que não eram direitos meramente fundamentados em conveniências ou desejos pessoais, mas na prática de outros apóstolos (v.5), com base na analogia da experiência humana, ou seja, nas ilustrações do soldado, do agricultor e do pastor (vs.7,10), com base na ordens claras da lei mosaica (vs. 8,9), com base nos direitos reconhecidos dos levitas no templo (v. 13), e, finalmente, com base no decreto explícito do próprio Cristo (v.14). Os que eram chamados para o serviço, o trabalho de tempo integral, fossem quem fossem, estivessem onde estivessem, eram, portanto, da direta responsabilidade das igrejas de Deus, ou seja, o cuidado pelos servos de Deus chamados para pastorear, era responsabilidade do povo de Deus, e ainda o são.

Por isso, penso que cada congregação deve refletir sobre isso e decidir que tipo de pastor deseja. Se preferir um de tempo integral, deve obrigatoriamente, sustentá-lo, bem como sua família de forma digna e fiel às Escrituras.

Um amigo certa vez me disse com verdade:Cada igreja tem o pastor que merece.
E é um fato. Se o pastor precisar diminuir de seu tempo para o pastorado por causa de outras atividades extra-pastorais para poder sustentar seu lar, não pode ser cobrado se seu pastorado não estiver dando os frutos desejados, se sua pregação não estiver bem preparada, se não faz visitas regularmente, se não é encontrado quando se precisa de um aconselhamento ou em um momento marcante ou ainda porque sua presença não é constante nos trabalhos e programações da igreja. Simplesmente, ele não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. É uma lei da física.

Portanto, a discussão sobre salário é totalmente equivocada, porque muitos não entendem esse conceito. O salário não é o pagamento pelos serviços prestados. O salário pastoral é para poder prestar o serviço.

E o valor? Pode o pastor ter carteira assinada?
Ora, o valor varia de pastor para pastor. depende do tamanho de sua família. Depende do tamanho do rebanho que pastoreia. Mas, principalmente, depende do entendimento sobre essa questão e enfaticamente, depende do amor que o rebanho tem pelo seu pastor.
Com relação a carteira assinada e possuir vínculos empregatícios, penso que são formas usadas em algumas denominações que trazem muito mais obscurantismo sobre a questão do que esclarecimentos.

Produzem ou incentivam o conceito que já mencionei, do pagamento pelo trabalho realizado, ou pior do pastor como um empregado da igreja e um funcionário tendo a igreja como seu patrão. Outras formas e métodos para sustentar seu pastor devem ser buscadas, não criando ainda mais problemas onde já existem tantos.

 4. Os Maus Pastores = 2º Pedro 2:1b,2 e 3 (…) assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras (…) e muitos seguirão suas práticas libertinas, e por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também movidos por avareza , farão comercio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado ha longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme (…)

Lamentavelmente, mas não surpreendemente, existem aqueles que não são legítimos pastores. Não foram chamados, muito menos são vocacionados. Não possuem capacitação de Deus para pastorear. Mas, estão por aí a fora causando muitos prejuízos a Igreja de uma fôrma geral e a muitos irmãos individualmente.

Usam e abusam da igreja para poder enriquecer, para ganharem notoriedade e para atrapalhar o ministério de pastores fiéis a Deus. Não amam o rebanho, porque nunca amaram a Deus. Não sabem fazer o trabalho, porque não são trabalhadores do Reino da Luz, mas sim das Trevas. Não podem ser contados com os bons pastores e nem os seus maus exemplos servirem de combustível para aumentar o entendimento sobre o que é e o que significa o ministério pastoral. Para eles está reservado as trevas, a escuridão. Deus os julgará.

Conclusão

A promessa da presença de Deus na vida do bom pastor é uma verdade e um fato a ser considerado por todos que exercem esse ministério. Essa presença nos fortalece, conforta e nos respalda. Sua Palavra nos guia e nos orienta. O Espírito Santo nos ensina e nos enche de alegria em poder serlivá-lo em tão sagrada missão.

E podemos ter a cerzeza, querido colega de ministério, que mesmo poucos entendendo o que é e o que significa ser pastor, Ele certamente entende. Ele amorosamente nos entende.
Senhor Deus que me chamou, lhe amo com todas as minhas forças, com todo o meu entendimento e com tudo que sou e tenho. Porque tudo vem de Ti, é para Ti e por Ti.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA







21 de maio de 2014

O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA



O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA

TEXTO ÁUREO = “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2 Tm 4.5).

VERDADE PRÁTICA = O evangelista proclama o pleno Evangelho de Cristo com ousadia; é um arauto de Deus no mundo.

LEITURA BIBLICA = ATOS 8: 26-35 == EFÉSIOS 4: 11

O MINISTÉRIO E OS DONS MINISTERIAIS

“E orando, disseram: Tu Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e apostolado”, At 1.24,25.

Em se tratando de assuntos que abrangem o ministério da Igreja do Senhor Jesus, não podemos, em hipótese alguma, deixar de considerar diversos aspectos que envolvem os dons ministeriais. Antes de mais nada, quero afirmar com segurança: o ministério é sobretudo um ofício espiritual. E para exercê-lo, é necessário, além de tudo, ser chamado pelo Senhor Jesus, pois quando tornou-se vago o lugar de Judas, o traidor, Pedro e os demais discípulos reivindicaram o preenchimento da vaga mediante a aprovação do Senhor Jesus, porém, percebe-se nas palavras de Pedro o seguinte: “Senhor, mostra qual destes dois tens escolhido para tomar parte neste ministério”. Pelo que o Senhor escolheu Matias.

Assim sendo, note o caro leitor que Matias foi a primeira pessoa a ser indicada, não para exercer um determinado dom, mas para o ministério, sob a aprovação do Senhor. A palavra ministério, derivado do latim “Ministeriu”, significa um ofício espiritual. A palavra ministro, que vem da mesma fonte — “Ministru”, quer dizer “aquele que executa desígnios de outrem”. Desta forma é evidente que o ministro de Jesus execute os desígnios de sua Obra.

Tomemos para exemplo a palavra ofício, visto ser esta a mesma expressão do Espírito Santo na boca do rei Davi, quando se referia profeticamente ao lugar vago por Judas, no ministério ou apostolado da Igreja do Senhor Jesus: “Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício”, SL 109.8. E para que fique bem explícito,
“Ministeriu” quer dizer literalmente: ofício, cargo e função, isto conforme a sua forma latina. Além disto, a palavra ofício está ligada ao ministério sacerdotal da Antiga Aliança, e o ofício sacerdotal foi o protótipo do ministério da Nova Aliança:

“Ungirás a Arão e a seus filhos, e os consagrarás para que me oficiem como sacerdotes”, Êx 30.30. E, portanto, o ministério da Igreja do Senhor Jesus, um órgão de trabalho para o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.12), tanto é que, para ele nós, os ministros do Senhor, fomos chamados.

Posterior ao Dia de Pentecoste, ou seja, à inauguração da Igreja do Senhor pelo Espírito Santo, surgiram diversos problemas, inclusive alguns de caráter material, como o caso das viúvas. Os apóstolos, ocupados demais para se preocuparem com questões deste gênero, pronunciaram-se desta maneira: “Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra”, At 6.4. Esta é uma razão pela qual somos chamados para exercer a função ministerial e não um dom intimamente distinto, pois os dons ministeriais, o Senhor dá a cada um para ser útil na sua Igreja, 1 Co 12.7.

Convém acentuarmos que, quando os discípulos se pronunciaram pela segunda vez acerca de suas funções e do gênero de trabalho que realizavam, afirmaram dizendo: “perseveraremos na oração e no ministério da Palavra.” Assim sendo, notamos que era esta a concepção dos discípulos no tocante à separação para o ministério. Devemos seguir as mesmas diretrizes, isto é, separarmos o Obreiro para o ministério, e não para exercer um deter minado dom.

“Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse-lhes o Espírito Santo: separai-me a Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”, At 13.2. Quem ministra recebe o nome de ministro. Além disto devemos acentuar que Barnabé e Saulo foram chamados para trabalhar na Obra do ministério, conforme disse o Espírito Santo. Quando o Senhor Jesus chama o Obreiro, sem dúvida, o faz para o seu santo ministério, pois este é uma coisa e os dons ministeriais são outra. Os dons ministeriais são dons concedidos por Deus aos homens e o ministério representa o exercício desses dons.

Vejamos a Palavra de Deus: “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens”, Ef 4.8. O texto nos mostra que o Senhor Jesus deu dons aos homens. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”, Ef 4.11. Neste versículo, percebemos com evidência que o apóstolo Paulo cita os dons que o Senhor Jesus concede aos seus ministros para o aperfeiçoamento da Igreja. Então, por que razão se diz: “Vamos separar alguns irmãos para evangelistas?”

Quem autorizou que separássemos alguém? Ora, meu caro leitor, se nos assistisse o direito de separar alguém para evangelista ou para pastor, nos assistiria outrossim o mesmo direito de separar alguém para apóstolo, profeta e doutor. Então, por que não o fazemos? Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores são dons ministeriais e espirituais, pelo que somente o Senhor Jesus pode concedê-los aos seus ministros através do Espírito Santo.


Para tanto, vale dizer com segurança que, a doutrina apostólica é esta: somente podemos separar os nossos irmãos para o ministério, ante a revelação do Espírito.
“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”, 1 Co 12.28. Os dons ministeriais são propriedades do Senhor Jesus, pois somente Ele, através do Espírito Santo, distribui a cada um na sua Igreja para o que for útil, conforme a sua vontade.

As interpretações no que tange ao dom de evangelista e respectivamente ao dom de pastor, na Assembléia de Deus, são variáveis. Vez por outra se publica no nosso órgão de imprensa, o MENSAGEIRO DA PAZ, uma remessa de recém- consagrados para o ministério do Senhor. Entrementes usam dizer o seguinte: Foram separados irmãos para pastores e evangelistas.

Ora, isto é uma discrepância, sobretudo uma idéia excentricamente adversa aos princípios que focalizam os dons ministeriais da Igreja do Senhor Jesus Cristo, pois a palavra evangelista deriva-se do grego (segundo J.D. Davis) euggelistés, que quer dizer, portanto, mensageiro de boas novas. Desta forma, somente seria evangelista aquele cuja coragem fosse inspirada pelo dom do Espírito Santo e arriscasse a própria vida, como Paulo, Barnabé, Silas e Timóteo.

Por esta razão, Marcos temeu fazer tal trabalho, pelo que desistiu da viagem missionária, contudo Paulo o considerou útil para o ministério, 2 Tm 4.11. Poder- se-á dizer que estes bravos homens não foram grandes evangelistas? Não foram eles os mensageiros das boas novas através deste glorioso dom? Sem dúvida estes servos de Deus foram os maiores evangelistas da Igreja primitiva. E por que não dizer que o apóstolo Paulo tanto possuía o dom de evangelista, como o dom de apóstolo, o dom de pastor e o dom de profeta (Comp. At 13.1)?

O Novo Testamento sem as epístolas de Paulo é como um monumento sem base. Desta forma, não obstante Paulo possuir todos os dons, foi separado para o ministério, segundo a revelação do Espírito Santo.

Não existe, todavia, concepção bíblica que preceitue a hierarquia que vem afetando os princípios doutrinários, no tocante a separação de Obreiros no âmbito da Igreja Assembléia de Deus. O Obreiro, para chegar a ser um ministro completo, conforme a interpretação de muitos, deve receber a imposição de mãos para diácono, para presbítero, para evangelista e pastor. Pergunto ao caro leitor: há razão bíblica para procedermos assim? Não tem razão de ser, pois se quisermos seguir as diretrizes bíblicas, deveremos consagrar aquele que é chamado por Deus, tendo em vista o ministério e não o dom de evangelista e muito menos o de pastor, conforme muitos usam fazer, At 26.16. 

Este método de separação de Obreiros deixa os nossos irmãos humilhados, pois quando alguém recebe imposição de mãos para evangelista, não se sente completo no ministério, visto que ainda lhe falta a consagração de pastor, 1 Co 3.5 e 4.11.

Certa ocasião visitei uma igreja onde se realizava uma escola bíblica. No término da programação houve reunião do ministério, porém, os evangelistas não tomaram parte. Que quer isto dizer? Ora, neste caso, se o evangelista não é um ministro do Senhor e não pode tomar parte em reuniões privadas do ministério, segue-se que esta pessoa recebeu apenas o dom sob a imposição de mãos. E por que somente as pessoas que são consideradas pastores teriam o direito de tomar parte em tais reuniões? Não receberam a mesma imposição de mãos? Apenas com esta diferença, um para evangelista e outro para pastor.

Se fôssemos considerar o valor da função em si dos Obreiros, o evangelista seria maior do que o pastor, pois o apóstolo Paulo aos Efésios, cita primeiro o dom de evangelista.

Isto é apenas uma hipótese, todavia, quando o dom se manifesta no ministério do Obreiro, ele se destaca no corpo ministerial com autoridade, exercendo o dom que o Senhor Jesus lhe deu. Mas é necessário saber que o evangelista e o pastor são ministros do Senhor, e que estão integrados no mesmo ministério.

Se o evangelista não pode tomar parte em reuniões privadas do ministério, sendo um ministro do Senhor, como poderiam tornar parte os anciãos no Concílio de Jerusalém? Para que reunião mais privada do que aquela, visto tratar-se de assuntos intrinsecamente doutrinários da Igreja? Portanto, esta restrição que fazem entre evangelistas e pastores, não tem razão de ser.

A concepção oposta à tese que estou defendendo, se prende geralmente ao ministério de Timóteo, isto porque usam dizer que ele foi separado para evangelista, somente pelo fato de Paulo ter-lhe dito:
“Faze a obra dum evangelista”. Porém, Paulo também disse-lhe: “Cumpre o teu ministério”, 2 Tm 4.5. Fazer a Obra de um evangeelista não significa ser separado para evangelista. Antes, significa que Paulo admoestou-o a evangelizar, pois assim cumpriria o seu ministério.

Paulo disse a Timóteo: “Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo”, 1 Tm 4.6. O que Timóteo deveria então propor aos irmãos? Deveria propor os dons ministeriais e doutrinários no tocante à salvação dos crentes, isto porque ele havia recebido a revelação da Palavra de Deus. O que Timóteo havia recebido de Deus eram os dons ministeriais, com os quais servia à Igreja do Senhor Jesus, como um bom despenseiro doe mistérios de Deus, 1 Co 4.1.

O ministério é propriedade do Senhor Jesus, e Ele dá somente aos que são chamados, Ef 3.7. Note o que disse o apóstolo Paulo: “Contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus”, At 20.24. Toda e quaisquer pessoas que forem chamada. pelo Senhor, devem sobretudo receber a imposição de mãos para o ministério e não para exercer um determinado cargo ou dom, pois o ministro do Senhor trabalha no aperfeiçoamento dos santos, conforme os dons que o Senhor Jesus lhe proporciona através do Espírito Santo.

Todos os discípulos foram chamados para exercer o ministério, At 6.4. Tanto assim que Pedro e João aparecem no livro de Atos dando ênfase à evangelização feita por Filipe nas regiões de Samaria, At 8.14. Filipe era um instrumento usado pelo Senhor, e com o dom de evangelista ganhou muitas almas naquela região. Quem era Filipe? Era apóstolo? Profeta? Pastor? Doutor? Quem era aquele homem? Era apenas um daqueles que foram separados para servir às mesas e mais nada, At 6.5. Está bem claro, que o Senhor é quem nos faz ministros seus e não o homem.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus                                                                        

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS               

Revista o  Obreiro – CPAD – 1984