O SACERDÓCIO CELESTIAL
Texto Base: Hebreus
9:11-15; Apocalipse 21:1-4
“Porque nos convinha
um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos
pecadores e exaltado acima dos céus” (Hb.7:26).
“Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote perfeito, porque, sendo Ele
a Oferta e o Ofertante, garantiu-nos, no Calvário, uma salvação eficaz e
eterna”.
TEXTO BIBLICO = Hebreus 9:11-15 – APOC. 21: 1-4
INTRODUÇÃO
Pela graça de Deus, chegamos ao final de mais um trimestre
letivo. Tivemos o privilégio de caminhar dentro do Tabernáculo e entender o
processo de nossa salvação. De tudo o que estudamos até a presente Aula,
podemos dizer que o Tabernáculo levítico é um tipo do “Tabernáculo Celestial”,
e Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote desse Tabernáculo Celestial, em que a Sua
Igreja é constituída de sacerdotes. O antigo santuário terreno, com seu
complexo sistema de ritos, dera lugar a um novo santuário, o celestial, onde o
próprio Jesus oficia como Sumo Sacerdote. Mas Ele não é apenas um Sumo
Sacerdote, Ele é o Sumo Sacerdote-Rei, que está assentado à destra do Pai para
interceder pelo seu povo (Rm.8:34).
I. O SACERDÓCIO CELESTIAL TEM UM ÚNICO SUMO SACERDOTE
No livro do Êxodo constam as instruções dadas por Deus a
Moisés para a construção do Santuário (Êx.25:1-9). As recomendações dadas a
Moisés, conforme expõe o registro sagrado, eram destinadas à construção de um
santuário, onde Deus habitaria com eles (Êx.25:8). Essa era, portanto, a
finalidade terrena do Tabernáculo móvel e era nesse Tabernáculo que tanto os
sacerdotes como o sumo sacerdote exerciam seus ministérios. Todavia, foi no
Santuário Celestial que Cristo entrou para oficiar, como Sumo Sacerdote, em
nosso favor. Para o escritor aos Hebreus, esse Tabernáculo é o próprio Céu, que
é chamado de "verdadeiro Tabernáculo" por pertencer a dimensão
celestial.
1. Cristo: o Sumo
Sacerdote da Nova Aliança
Os sacerdotes de Israel eram apenas sombras do nosso grande
Sumo Sacerdote, o Senhor Jesus Cristo. Algumas referências bíblicas nos dão uma
compreensão da perfeição encontrada no caráter sacerdotal de Cristo:
a) Como Sacerdote,
Cristo foi designado e escolhido por Deus Pai (Hb.5:5). Cristo foi
constituído Sumo Sacerdote pelo Pai desde a eternidade. Realizou seu ministério
de acordo com um propósito eterno. Todo sumo sacerdote procedia da tribo de
Levi e da família de Arão; esse ministério era hereditário e sucessivo. Cristo,
porém, não foi sacerdote da mesma ordem. Ele era da tribo de Judá. Por isso,
não pertencia à classe sacerdotal levítica. Foi constituído sacerdote de uma
ordem eterna, a ordem de Melquisedeque.
"Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para
se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te
gerei".
b) Como Sacerdote,
Cristo foi consagrado com um juramento (Hb.7:20-21). O sacerdócio araônico
foi instituído por lei divina; o sacerdócio de Cristo, por juramento divino.
Uma lei pode ser anulada, um juramento dura para sempre. O sacerdócio de Cristo
não vem de uma linhagem humana, mas do juramento divino. Os sacerdotes
precisavam provar que pertenciam à tribo de Levi (Ne.7:63-65) e preencher os
requisitos físicos e cerimoniais (Lv.21:16-24). O sacerdócio de Cristo, porém,
foi estabelecido com base em sua obra vicária na cruz, em seu caráter impoluto
e no juramento de Deus (Sl.110:4).
"E visto como não é sem prestar juramento (porque
certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, mas este com
juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; tu és
sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque)".
c) O sacerdócio de
Cristo está fundamentado numa Aliança superior (Hb.7:22) - “de tanto melhor
concerto Jesus foi feito fiador” (Hb.7:22).
Cristo é o fiador de uma Nova Aliança - a Aliança firmada em
seu sangue. O termo “fiador” significa aquele que garante que os termos de um
acordo serão cumpridos. Judá se dispôs a servir de fiador para Benjamim, a fim
de garantir ao pai que o menino voltaria para casa em segurança (Gn.43:1-4).
Paulo se dispôs a servir de fiador para o escravo Onésimo (Fm.18:19).
Jesus é o fiador da Nova Aliança no sentido de que Ele mesmo
é a Garantia. Por meio de sua morte, sepultamento e ressurreição, Ele proveu
uma base de justiça sobre a qual Deus pode cumprir os termos da Aliança. Seu
eterno sacerdócio também está vitalmente ligado ao infalível cumprimento dos
termos da Aliança. Como nosso representante diante de Deus, Ele cumpre
perfeitamente os termos da lei em nosso nome. Jamais seríamos capazes, por conta
própria, de cumprir esses termos; mas, uma vez que cremos nele, ele nos salvou
e garantiu que nos guardará.
d) O sacerdócio de
Cristo é demonstrado pela sua atividade permanente (Hb.7:23-25). Os
sacerdotes da ordem levítica não eram apenas imperfeitos, mas também tinham seu
ministério interrompido pela morte.
Nenhum sacerdote em Israel viveu para sempre. Uma geração de
sacerdotes dava lugar à próxima geração. Enquanto novos sacerdotes entravam, os
mais antigos estavam se aposentando ou morrendo. Permanecia o sacerdócio, mas
não havia um sacerdote específico de quem se pudesse depender o tempo todo.
O ministério de Cristo, porém, é perfeito e dura para
sempre, pois ele morreu pelos nossos pecados, venceu a morte, ressuscitou para
a nossa justificação, voltou ao Céu e está à destra do Pai intercedendo por
nós. Ele vive para sempre (Ap.1:18); isso quer dizer que, quando nos
aproximamos de Deus por meio dele, ele está sempre presente, sempre à
disposição e jamais se ausenta. Sua presença no Céu como representante do
pecador é garantia de que ninguém que nele confia será rejeitado. É sempre
bem-sucedida e permanente a sua intercessão em favor dos fracos e falhos
pecadores. Sua morte vicária foi consumada na cruz, mas seu ministério
sacerdotal continua no Céu. Ele é o Advogado, o Justo (1João 2:1).
Nenhuma condenação prospera contra aquele que está em
Cristo, pois ele morreu, ressuscitou e está à destra de Deus, de onde intercede
por nós (Rm.8:1,34,35). Ele é o único Mediador - "Porque há um só Deus, e
um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem" (1Tm.2:5).
"E, na verdade,
aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram
impedidos de permanecer; mas este, porque permanece eternamente, tem um
sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele
se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles".
e) O Seu oferecimento é perfeito e definitivo (Hb.7:26-28).
Os sacerdotes levitas precisavam oferecer sacrifícios primeiro por si mesmos,
pois eram pecadores. Mas Jesus é o sacerdote perfeito, santo, inculpável,
separado dos pecadores. Ele é o sacerdote perfeito que não precisou oferecer
oferta por si mesmo. Ele é a oferta perfeita e o ofertante perfeito. Nele, não
havia pecado; ao contrário, ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo.
“Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente,
imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus, que não
necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios,
primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo; porque isso
fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Porque a lei constitui sumos
sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei,
constitui ao Filho, perfeito para sempre”.
2. Jesus Cristo, o
Sumo Sacerdote no Céu
Atente para o seguinte texto sagrado:
“Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote
tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade, ministro do
santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem”
(Hb.8:1,2).
Veja neste texto algumas preciosas características da
superioridade do sumo sacerdócio de Cristo.
a) A dignidade
superior da Pessoa de Cristo – “Ora, a suma do que temos dito é que temos
um tal sumo sacerdote...”.
A expressão “sumo sacerdote tal” faz referência à dignidade
de Cristo e a glória de Sua pessoa. Ele é santo, inocente, imaculado, separado
dos pecadores e mais sublime que os céus (Hb.7:26). Os sacerdotes da ordem
levítica eram homens imperfeitos, realizando sacrifícios imperfeitos, em favor
de homens imperfeitos. Mas Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é perfeito, ofereceu um
sacrifício perfeito, a fim de aperfeiçoar para sempre homens imperfeitos.
b) A dignidade
superior da Posição de Cristo – “...que está assentado nos céus à destra do
trono da
Majestade...”. Na ordem
levítica, um sacerdote não podia exercer a realeza nem o rei podia assumir o
papel de sacerdote. Altar e trono estavam separados.
Mas, Jesus, segundo a ordem de Melquisedeque, é tanto rei
como sacerdote. Como Sacerdote, ele ofereceu a si mesmo na cruz, como o
sacrifício perfeito; e, como Rei, ele foi exaltado, entronizado e está à destra
da Majestade nos céus.
"Sentar-se" era frequentemente uma característica
de honra ou autoridade no mundo antigo: um rei se sentava para receber seus
súditos; uma corte se sentava, para julgar; e um professor sentava-se, para
ensinar. O livro de Apocalipse, em particular, descreve Deus assentado no trono
(Ap.4:2,10; 5:1,7,13; 6:16; 7:10,15; 19:4; 21:5), e Jesus como compartilhando
esse trono (Ap.1:4,5; 3:21; 7:15-17; 12:5). O trono de Deus e o santuário (o
verdadeiro tabernáculo) colocam o Rei e o Sumo Sacerdote juntos no mesmo lugar.
Portanto, Jesus não ministra no tabernáculo ou no templo,
que são sombras terrenas da realidade celeste. Ele ministra na própria realidade
celestial, na habitação do próprio Deus. Ele voltou aos Céu (Hb.4:14), foi
feito mais alto do que os céus (Hb.7:26) e assentou-se à destra do trono da
Majestade nos céus (Hb.8:1). Glórias sejam dadas a Ele!
c) A dignidade superior do Ministério de Cristo –
“...ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou,
e não o homem”.
Os sacerdotes da tribo de Levi ministravam numa tenda feita
pelo homem, um tabernáculo terreno, sombra do verdadeiro tabernáculo celestial,
erigido por Deus, e não pelo homem (Hb.9:24). Deus deu a Moisés uma cópia do
tabernáculo verdadeiro (Êx.25:9,40; 26:30). A cópia estava na terra; mas o
verdadeiro tabernáculo está no Céu. O tabernáculo e o trono estão interligados.
O profeta Isaías diz que viu o Senhor assentado sobre um
alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo (Is.6:1).
Nenhum sacerdote jamais foi exaltado à destra de Deus nem se assentou no trono
à mão direita de Deus Pai. Embora Jesus tenha consumado sua obra de redenção na
cruz, continua como nosso Advogado junto ao Pai (1João 2:1). Do tabernáculo de
Deus, no Céu, fluem bênçãos que ultrapassam quaisquer bênçãos do sistema
sacrificial levítico.
3. O sacerdócio
coletivo dos cristãos
Jesus é o Sumo Sacerdote da Nova Aliança, e os cristãos são
seus sacerdotes (1Pd.2:9; Ap.1:6; 5:10).
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real...”
(1Pd.2:9).
“Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos
pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, poder e glória
para todo o sempre. Amém” (Ap.1:5,6).
O Sacerdote Celestial está conosco; nEle somos o sacerdócio
real, o Corpo de Cristo chamado para servir. No Sacerdócio Celestial de Cristo
é que está fundamentado o sacerdócio universal dos crentes.
Note que todos os crentes são sacerdotes, e não uma só
pessoa de uma tribo especifica. Na Nova Aliança não existe mais a figura do
sacerdote, que, na Antiga Aliança, era o mediador entre o povo e Deus. O pastor
não é sacerdote, ele é despenseiro; despenseiro é aquele que cuida da despensa.
E dentro dessa despensa existem ovelhas (filhos de Deus – a igreja), e essas
ovelhas tem dono, seu nome é Jesus Cristo, o nosso Sumo Pastor (1Pd.5:4).
Portanto, hoje, a mediação entre Deus e o ser humano não se
aplica a nenhum indivíduo, senão ao próprio Cristo, que se constituiu Sumo
Sacerdote do povo redimido. Na Nova Aliança, Cristo é o único mediador entre
nós e o Pai Celeste (1Tm.2:5).
II. O SACERDÓCIO UNIVERSAL DA IGREJA
Sacerdote é o que se coloca diante de Deus no lugar do
homem, levando suas necessidades à presença dAquele que pode intervir
miraculosamente na vida da raça humana.
A Igreja é o corpo de Cristo (1Co.12:27; Ef.4:12), e esta
figura bíblica nos fala de que cabe à Igreja, na atual dispensação, iniciada
com a subida de Cristo aos céus e a vinda do Espírito Santo para não deixar a
Igreja órfã (Jo.14:18), continuar e ampliar as obras feitas por Jesus em Seu
ministério terreno (Jo.14:12), de modo que a Igreja tem o dever de exercer os
três ofícios que eram exercidos pelo Senhor Jesus. Assim, a Igreja é a
portadora legítima e exclusiva dos ministérios profético, sacerdotal e real.
1. A Igreja, que é
formada de sacerdotes, tem como Sumo Sacerdote o Senhor Jesus
Jesus é descrito nas Escrituras como o bom Pastor, o Pastor
Supremo (João 10:11; 1Pd.5:4), Rei (Ap.19:16; Atos 2:29-36), Profeta
(Dt.18:17-19; Atos 3:22-23; Lc.13:33), Mediador (Hb.8:6; 1Tm.2:5), Salvador
(Ef.5:23). Cada uma destas descrições salienta alguma função que Jesus
desempenha no plano da salvação. Contudo, a mais completa descrição de Jesus
com respeito a sua obra redentora seja a de Sumo Sacerdote (Hb.5:10).
“Sendo por Deus chamado sumo sacerdote, segundo a ordem de
Melquisedeque”.
O Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, foi imolado.
Agora, uma nova ordem perpétua foi inaugurada. Cristo é sacerdote para sempre
segundo a ordem de Melquisedeque. Ele morreu pelos nossos pecados segundo as
Escrituras. Foi sepultado e ressuscitou segundo as Escrituras (1Co.15:3). Sua
morte não foi um acidente nem sua ressurreição foi uma surpresa. Ele está no
Céu intercedendo por nós, por isso pode salvar-nos totalmente (Hb.7:25).
Como Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, Ele é
maior que o sacerdócio do Antigo Testamento (Hb.4:14,15), porque está ligado a
uma Nova Aliança (Hb.8:6-13) e ao culto do templo celestial (Hb.9:1-28).
Portanto, o sacerdócio de Cristo, segundo a ordem de
Melquisedeque, é a consumação do sacerdócio levítico. Aquele era temporário e
transitório, este é permanente e eterno; aquele era sombra, este é a realidade.
2. A Igreja foi
chamada a exercer o sacerdócio
Pedro denominou a Igreja como sendo “o sacerdócio real” que
tem como finalidade “anunciar as virtudes daquele que chamou a Igreja das
trevas para a maravilhosa luz de Jesus” (1Pd.2:9), sendo corroborado por João
que nos diz, no Apocalipse, que Jesus nos fez “reis e sacerdotes para Deus e
Seu Pai” (Ap.1:6); reis e sacerdotes que, a exemplo do próprio João, testificam
da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo e de tudo o que têm visto (Ap.1:2).
A Igreja deve exercer, na qualidade de corpo de Cristo, os ofícios sacerdotal,
real e profético.
Ocupar a função sacerdotal implica necessariamente em
ministrar a Deus a favor dos homens. É verdade que todos têm acesso a Deus,
através de Cristo Jesus, porém, é também verdade que a Bíblia nos exorta a orar
uns pelos outros e fazer súplicas e intercessões por todos os homens. É um
imperativo, um chamado, um dever, um privilégio.
Todavia, é válido ressaltar que o papel da Igreja não é o
perdão dos pecados, muito menos a mediação entre Deus e os homens, como,
equivocadamente, defendem alguns segmentos religiosos, como o catolicismo
romano ou o mormonismo. O sacerdócio da Igreja não é o sumo sacerdócio, que é
exclusivo de Cristo. Por isso, é falso o ensino a respeito do chamado
“sacerdotalismo”, ou seja, a ideia de que, entre os fiéis, existem dois tipos
de pessoas: os “sacerdotes”, estabelecidos para fazer a mediação entre Deus e
os homens e os “leigos”, meros integrantes da Igreja.
3. Como sacerdotes, a
Igreja deve exercer a Adoração, a Intercessão, a Santificação e o ensino da
Palavra de Deus.
a) O exercício da
Adoração. Cabe aos sacerdotes a responsabilidade pela oferta de
sacrifícios, não mais sacrifícios pelo pecado, vez que Jesus removeu, com seu único
sacrifício o pecado, mas de sacrifícios pacíficos ou “ofertas pacíficas”, que é
o nosso “culto racional” (Rm.12:1), como também o nosso louvor (Os.14:2;
Hb.13:15).
É importante que tenhamos uma liturgia apropriada e adequada
em nossas reuniões, como também devemos ter uma vida de sincera, genuína e
verdadeira adoração ao Senhor, para que não venhamos a ser reprovados como
foram os filhos de Arão, que, por apresentarem fogo estranho perante o Senhor,
foram mortos (Lv.10:1-3), algo que continua a ocorrer nos nossos dias
(1Co.11:29,30), visto que, como a Igreja é um povo espiritual, a morte dos
sacerdotes também é espiritual e não física, como se deu no caso de Nadabe e
Abiú.
b) O exercício da
Intercessão. “Interceder” significa “intervir a favor de alguém, pedir,
rogar, suplicar”, palavra que vem do latim “intercedo”, cujo significado é
“interpor-se, mediar”. É tarefa da
Igreja pôr-se entre cada membro seu e o Senhor, entre cada ser humano e o
Senhor, pedindo o favor do Senhor para aquela pessoa em favor de quem se
intercede, seja esta pessoa salva, ou não.
A Igreja é convocada para orar por si mesma (26:41;
Lc.22:40), uns pelos outros (Tg.5:16), pela paz em Jerusalém (Sl.122:6), pelos
inimigos da Igreja (Mt.5:44; Lc.6:28), pelos ministros do Evangelho e pela obra
do Senhor (Ef.6:19; 1Ts.5:25; Hb.13:18), como também pelas autoridades
constituídas (1Tm.2:2), como por todos os homens (1Tm.2:1).
Portanto, a intercessão é uma tarefa que incumbe à Igreja
que se encontra nesta dimensão terrena. Aqueles que partiram para a eternidade
não podem interceder por pessoa alguma que está sobre a face da Terra
(Ec.9:10), pois não há comunicação entre mortos e vivos, como Jesus deixou bem
claro ao nos contar a história do rico e de Lázaro (Lc.16:19-31). É falso,
portanto, o ensino de que os crentes promovidos à glória possam interceder a
favor dos salvos, como ensina, por exemplo, o catolicismo romano.
c) O exercício da
Santificação. Os sacerdotes precisam ser santos (Lv.21:7). A Igreja é uma
nação santa (1Pd.2:9) e, por isso, tudo quanto é levado até o altar tem de ser
santo (Ag.2:12-15).
A Igreja precisa continuamente se santificar (Ap.22:11),
devendo, para tanto, meditar de dia e de noite na Palavra de Deus, que a
santifica (João 17:17), como, também, continuamente se deixar à disposição do
Espírito Santo (2Ts.2:13; 1Pd.1:2), além de manter uma vida de oração
(1Tm.4:5).
d) O exercício do
ensino da Palavra. Cabe aos sacerdotes a instrução do povo de Deus
(2Cr.17:7-9; Ed.7:6,10; Ne.8:7,8). Assim, toda a Igreja deve se dedicar ao
ensino da Palavra (Cl.3:16), mas, especialmente, os pais em relação aos filhos
(Dt.6:6-9) e os pastores e mestres nas igrejas locais (At.6:2,4; Ef.4:11;
1Tm.3:2).
III. O MAIOR E MAIS
PERFEITO TABERNÁCULO
O Céu é o maior e o mais perfeito Tabernáculo. Cristo serviu
e serve neste Tabernáculo. Ele é o Sumo Sacerdote eterno e perfeito.
“Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos,
figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós,
perante a face de Deus” (Hb.9:24).
O Tabernáculo e o Templo terrenos eram sombras imperfeitas
do verdadeiro e perfeito lugar de adoração: o Santuário Celestial (Hb.8:5). Os
caminhos “antigos” do sacerdócio judeu não mais existem, eles foram
substituídos por Jesus, que é o Caminho, a Verdade, e a Vida (João 14:6). Antes
da vinda de Cristo, o sumo sacerdote só podia entrar em um lugar especial, o
Santo dos Santos, para estar na presença de Deus. Hoje, através da oração, nós
podemos entrar na sala do trono, no Céu, e um Dia nós viveremos eternamente na
presença do Senhor.
1. O Santuário
terrestre
O Santuário terrestre era transitório; foi feito por mãos
humanas.
Os sacerdotes do santuário terrestre ministravam apenas as
sombras ou imagens das coisas celestiais; Cristo ministrou a própria substância
que lançava aquelas sombras - a vida e a luz eterna.
Os sacerdotes do santuário terrestre ofereciam o sangue de
animais; Cristo ofereceu o próprio sangue.
Os sacerdotes do santuário terrestre entravam no santuário
muitas vezes porque ofereciam o sangue de animais pelos pecados do povo; Cristo
entrou de uma vez por todas porque ofereceu o seu próprio sangue.
O ministério dos sacerdotes do santuário terrestre era
contínuo e insuficiente; o de Cristo foi único e obteve redenção eterna para
nós.
Os sacrifícios do santuário terrestre eram isentos de mácula
apenas física; Cristo entregou-se a si mesmo sem mancha a Deus, isento de toda
mácula moral e espiritual. Ele não conheceu pecado. As bênçãos advindas por
meio do santuário terrestre eram temporais; as que Cristo oferece são
espirituais e eternas.
2. O Santuário
Celestial
Este Santuário não foi feito por mãos humanas (Hb.8:2;
9:11). Neste santuário, Deus habitará para sempre com os seus filhos (Ap.21:3).
“Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por
um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta
criação” (Hb.9:11).
Os sacerdotes da ordem de Levi entravam no santuário feito
por Moisés, obra das mãos de homens, mas Cristo, o Sumo Sacerdote da ordem de
Melquisedeque, entrou no Santuário Celestial, não feito por mãos humanas.
“Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote
tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade, ministro do
santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem”
(Hb.8:1,2).
Por isso, o Santuário Celestial é infinitamente muito
superior ao terreno, porque o Cristo exaltado é o Sumo Sacerdote desse
santuário. Ele serve assumindo o seu lugar de direito como nosso Salvador e
Mediador. Aliás, Ele é o único mediador entre Deus e o ser humano (1Tm.2:5).
Nesse Santuário celeste, habita a plenitude da divindade.
3. O sacrifício
perfeito de Cristo
Jesus claramente exerceu o papel de Sumo Sacerdote da Nova
Aliança sobre a terra, quando ofereceu a si mesmo como o perfeito sacrifício
por nossos pecados; mas, foi trazido à vida novamente para exercer a função de
Sumo Sacerdote para sempre, servindo no Santuário Celeste, à mão direita de
Deus Pai (Hb.8:1,2).
Os sacerdotes da ordem levítica eram homens imperfeitos,
realizando sacrifícios imperfeitos, em favor de homens imperfeitos. Mas Jesus,
nosso Sumo Sacerdote, é perfeito, ofereceu um sacrifício perfeito, a fim de
aperfeiçoar para sempre homens imperfeitos.
Portanto, Jesus não é apenas o sacerdote perfeito, mas
ofereceu o sacrifício perfeito e eterno. Ele é a própria oferta. Ele é o
próprio sacrifício. Ele entregou a si mesmo, como oferta pelo nosso pecado. Sua
oferta foi perfeita, completa e eficaz.
Resta afirmar, portanto, que, sendo Jesus Cristo o nosso
Sumo Sacerdote, nunca haverá um tempo em que, ao nos aproximarmos de Deus,
seremos rejeitados. Consequentemente, desviar-se de Cristo é uma consumada
tolice, e a apostasia, a mais incontroversa loucura.
“porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes
tire pecados. mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados,
está assentado para sempre à destra de Deus” (Hb.10:4,12).
CONCLUSÃO
O Tabernáculo mosaico findou-se. Agora temos um Santuário
superior e irremovível, um sacrifício perfeito e uma salvação definitiva e
perenal. Na Antiga Aliança, somente o sumo sacerdote podia entrar uma vez por
ano no Santo dos Santos, mas nós, por causa do sangue de Cristo, podemos ter
intrepidez para entrar livremente no Santo dos Santos, ou seja, na presença de
Deus. A santidade de Deus não nos mantém do lado de fora. Podemos entrar porque
a penalidade que merecíamos foi carregada por Cristo na cruz quando ele padeceu
e morreu por nós. Existe acesso irrestrito a todo aquele que foi lavado no
sangue de Cristo. Com a morte de Cristo, o Véu foi rasgado de alto a baixo, e o
caminho para Deus foi aberto (Hb.10:20). Esse caminho é um novo e vivo caminho.
Esse caminho não é um ritual, uma cerimônia ou uma liturgia, mas uma Pessoa.
Esse caminho é Jesus (João 14:6). Glórias a Deus!
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 78. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon.
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Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Elienai Cabral. O Tabernáculo – Símbolos da Obra redentora
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Alvin Sprecher. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto.
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Abraão de Almeida. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.
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