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TEXTO AUREO
edificados sobre o fundamento dos apóstolos
e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
Efésios 2.20
“edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas”.
O que devemos
entender neste versículo é que, a “igreja” somente poderá ser genuína se for
alicerçada na revelação infalível, transmitida por Cristo aos primeiros
apóstolos.
Os apóstolos
do NT foram os mensageiros originais, testemunhas e representantes autorizados
do Senhor crucificado e ressurreto, foram as pedras fundamentais da “igreja” e
sua mensagem encontra-se nos escritos do NT, como o testemunho original e
fundamental do Evangelho de Cristo válido para todas as épocas.
Todos os crentes e igrejas locais
dependem das palavras, da mensagem e da fé dos primeiros apóstolos conforme
estão registradas historicamente em Atos e nos seus escritos. A autoridade dos
apóstolos é conservada no NT. As gerações posteriores da “igreja” tem o dever de
obedecer a revelação apostólica e dar testemunho de sua verdade.
Rejeitar os ensinos dos apóstolos é
rejeitar o próprio Cristo (João 16.13-15; 1
Coríntios 14.36-38; Gálatas 1.9-11).
É interessante notar que o livro de
Atos, que conta a história da “igreja” não termina com uma saudação, nem com o
sentido de “fim da história”, NÃO. O livro de Atos (o livro da “história da
igreja”) continua sendo contado, e hoje, nós somos os personagens principais.
Nosso dever é continuar pregando a palavra de Deus, fazendo a Obra do Senhor
até a volta do Rei.
Os profetas de Deus anunciaram ao
longo da história tudo o que Deus e o seu Cristo fariam (Amós 3.7). Contudo, Efésios
2.20 está falando dos apóstolos e profetas do NT porque o texto não faz
referência aos profetas do AT, pois estes nada sabiam acerca da “igreja”.
Tudo o que os apóstolos e profetas
testemunharam e ensinaram é fiel ao que Cristo ensinou e praticou.
De que Jesus
Cristo é a principal pedra da esquina;
O termo “pedra principal” é derivado de Isaías 28.16. De acordo com os métodos antigos de
edificação, a pedra principal ou pedra angular, tinha importância especial como
pedra usada pelo arquiteto-edificador para determinar o ângulo ou inclinação de
todo o edifício. Assim também Jesus Cristo é o padrão pelo qual a vida e o
crescimento de sua igreja são moldados por Deus.
1- Um Edifício
Espiritual
1. O santuário
judeu.
O templo em Jerusalém era o símbolo
do exclusivismo de Israel como povo de Deus (1 Reis
8.16-20). O fato de os não judeus não poderem acessar o templo era sinal
de inimizade entre judeus e não judeus (Efésios 2.14),
pois na visão dos judeus de um modo geral, Deus só tinha propósitos com Israel
e os não israelitas (gentios) eram vistos com desprezo por estarem fora do
pacto de Israel com Deus.
E na visão dos não judeus (gentios)
os israelitas eram popularmente vistos como sendo um povo presunçoso.
Esse Templo foi idealizado pelo rei
Davi e construído pelo seu filho e sucessor, o rei Salomão (1 Cr 17.1-12). Salomão empenhou-se na construção do
Templo do quarto ao décimo primeiro ano do seu reinado (1 Reis 6.37-38).
Em 1 Reis
8.13 Salomão disse a respeito do Templo, que edificou uma casa para
morada de Deus.
Podemos entender que o fato de Deus
habitar no templo não significava que Ele não habitava em nenhum outro lugar,
pois Deus está em todos os lugares (1 Reis 8.27),
o significado das palavras de Salomão (1 Reis 8.13),
é que a presença e o poder de Deus se manifestariam de modo especial no Templo.
Da mesma maneira a presença de Cristo no meio de seu povo manifesta-se de modo
especial quando os fiéis se reúnem em seu nome (Mateus
18.20).
Ao reconciliar ambos os povos (judeus
e gentios), Cristo aboliu as leis cerimoniais, desfez a inimizade entre eles e
formou uma nova humanidade
– a Igreja (Efésios
2.18,19). Assim, o templo judaico perde sua relevância e um novo
conceito de santuário é apresentado.
2. O santuário Cristão.
Os que pertencem a Cristo são comparados a um edifício onde Deus habita
em Espírito (Efésios 2.22). A frase “sois edificados
para morada de Deus”, em alusão aos crentes em Cristo, indica um
lugar de habitação de caráter inteiramente espiritual, e não físico. O ensino
lembra a Salomão quando reconheceu, no dia da inauguração, que o Templo
edificado por ele em Jerusalém não poderia conter a Deus: “Eis que os céus e até o céu dos céus te não
poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado” (1 Reis 8.27).
Através da obra redentora de Cristo os crentes judeus e não judeus
tornaram-se um templo onde Deus habita.
Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de
Deus habita em vós?
1 Coríntios 3.16
O crente precisa ter em mente que,
como um templo de Deus, ele precisa agir como tal, o “templo de Deus” não pode
ser profanado em hipótese alguma. Existem muitos indivíduos que se dizem
cristãos que proferem palavrões,
riem de piadas sujas, falam coisas que não devem. Aos olhos de Deus, tais
indivíduos não são templos de Deus, apenas pensam que são.
A Palavra de Deus
nos adverte, mostrando como devemos agir para que possamos realmente ser
reconhecidos por Deus como sendo templos de Deus (Hebreus
12.14;1 Pedro 1.15,16).
3. A pedra angular.
4. Cristo,
a pedra principal
Vamos analisar os subtópicos 3 e 4 juntos para facilitar a nossa compreensão.
A pedra angular era a pedra
fundamental utilizada nas antigas construções, caracterizada por ser a primeira
a ser assentada na esquina do edifício, formando um ângulo reto entre duas
paredes. A partir da pedra angular, eram definidas as colocações das outras pedras,
alinhando toda a construção.
Vejamos a imagem abaixo para
compreender melhor o sentido de “pedra angular” que os povos dos tempos da
“igreja primitiva” tinham:
No desenho acima a pedra (maior) é a “pedra angular.
No NT Cristo é a pedra angular
(principal) da vida do crente. É impossível um indivíduo ser considerado templo
de Deus se Cristo não for pedra angular, pedra principal, ou seja, a base da
vida do indivíduo.
2- O Fundamento: Apóstolos e Profetas.
1. O conceito de
apóstolos.
O título “apóstolo” se aplica a
certos líderes cristãos do NT. O verbo grego “Apostello” significa enviar alguém em missão especial como
mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O título (de apóstolo) é
usado para Cristo (Hebreus 3.1), os doze discípulos
escolhidos por Jesus (Mateus 10.2), o apóstolo
Paulo (Romanos 1.1;2 Coríntios 1.1; Gálatas 1.1), e
outros (Atos 14.4,14; Romanos 16.7; Gálatas 1.19, 2.8,9; 1
Tessalonicenses
2.6,7).
O título de “apóstolo” é usado no NT
em sentido geral ( ou seja, no sentido de mensageiro, representante) e no
sentido especial ( ou seja, em referência aqueles que foram pessoalmente
comissionados por Cristo para pregar o Evangelho e estabelecer a “igreja”, isto
é, os doze discípulos e Paulo). Os apóstolos originais não tem sucessores.
2.
A
doutrina dos apóstolos.
Tenha em mente que, o que constitui o
fundamento da “igreja” não são os apóstolos em si, mas sim a doutrina que eles
ensinavam, ou seja, as Escrituras (Atos 2.42; 2 Timóteo
3.16). Os apóstolos foram chamados, ensinados e autorizados pelo próprio
Cristo, para ensinar sobre Cristo, representando o próprio Cristo.
Cristo é o fundamento da “igreja” ,
ou seja, seus ensinamentos são a “base da igreja”, seus apóstolos (no sentido
especial da palavra) são as autoridades máximas outorgadas por Cristo para
ensinar sobre Cristo. Por isso o evangelista Lucas escreveu que a Igreja
perseverava “na doutrina dos apóstolos”
(Atos 2.42). A expressão indica que davam atenção
constante ao ensino dos apóstolos.
E, assim como não se pode mexer na
pedra angular depois de colocado o alicerce, o fundamento da Igreja também não
pode ser violado. Cristo deixou isso bem esclarecido ao asseverar “Passará
o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar”
(Lucas 21.33).
3. O testemunho dos profetas.
Profeta é o
porta-voz de Deus cujo teor da mensagem é de admoestação (advertência,
repreensão) ou predição (afirmar o que vai acontecer no futuro). Profeta também
pode ser definido como “aquele em cuja boca Deus colocou as suas Palavras. No
VT todas as vezes que o povo buscou outros deuses, fez o que é mau aos olhos de
Deus, Deus enviou profetas para corrigi-los. Mas no NT nunca houve profeta para
repreender a mensagem dos apóstolos, pois a mensagem dos apóstolos é a mensagem
de Deus e do seu Cristo.
Em Atos
15.22-35 vemos que os apóstolos estavam em plena comunhão com a “igreja”
em entre eles haviam profetas, dentre eles Judas e Silas (Atos 15.32), exortavam (animavam) os irmãos com muitas
palavras e os fortaleceram.
Vemos que profetas de Deus estavam
entre os irmãos e os apóstolos, um sinal claro de que o testemunho dos profetas
do NT também fazem parte da “base da igreja”. Veja também Atos 11.28; 21;9-11.
3-
Edificados para Morada de Deus
1.
Edifício
bem ajustado.
no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor,
Efésios 2.21
A expressão “todo o edifício, bem ajustado cresce”
indica um processo contínuo de desenvolvimento dos crentes. O crescimento da
“igreja” depende de tudo ser bem ajustado em Cristo.
A “igreja” bem firmada e ajustada em Cristo tem 5 bençãos
imprescindíveis.
1-
Unicidade.
Mateus 16.18,19
2-
Universalidade.
Mateus 28.19, João
10.16
3-
Santidade.
1 Coríntios 6.17
4-
Unidade. Gálatas 3.28
5-
Apostolicidade.
Efésios 2.20
Todo crente bem firmado na Palavra,
bem ajustado, torna-se templo do Senhor (1
Coríntios 6.19,20; Efésios 2.21).
2. Templo santo no Senhor.
A analogia
que Paulo faz em Efésios 2.21 a respeito de templo santo no
Senhor não se refere a uma estrutura material, mas sim ao crente que
se tornou templo santo (1 Coríntios 3.16).
Conforme já vimos, o templo de
Jerusalém era um edifício exclusivamente judaico, no qual todos os gentios eram
proibidos de entrar. Agora, porém, não apenas lhes é permitido a entrada como
eles mesmos são partes integrantes do templo de Deus, por assim dizer. E visto
que uma das funções da pedra angular era ligar duas paredes, é possível que
Paulo esteja empregando esta linguagem figurada para proclamar Cristo como a
chave de ligação entre judeus e gentios.
Qual é o propósito do novo templo? Em
princípio, é o mesmo que o do velho, ou seja: ser a habitação de Deus (Efésios 2.22).
3. Morada do Altíssimo.
no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.
Efésios 2.22
A expressão “morada de Deus” ou
“morada do Altíssimo” no AT fazia alusão ao tabernáculo e depois ao templo de
Israel. A expressão indicava o “lugar de habitação de Deus” e também era local
de culto e adoração ao Senhor.
Na nova aliança, porém, este conceito
de morada de Deus mudou, Cristo ao vir a terra tornou obsoleto o tabernáculo,
templos feitos por mãos humanas. Ele mesmo (Jesus) tornou-se um lugar de
habitação divina entre os homens, uma verdade que é expressa especialmente em João 1.14 e 2.19,21.
E este templo já não está mais entre os homens, e agora Deus procura para sua
habitação as vidas de homens que o permitiram entrar por seu Espírito.
O crente, por meio da obra de Cristo,
tornou-se templo santo no Senhor (Efésios 2.21b).
Isso indica que Deus habita em nós por meio do seu Espírito (Efésios 2.22). Essa afirmação ratifica que Deus “não habita em templos feitos por mãos
de homens (Atos 17.24). Ele reside dentro de
cada cristão individualmente e também no corpo inteiro de crentes, que é a
Igreja formada de judeus e gentios (João 14.23; 1
Coríntios 3.16).
Conclusão
A comparação da Igreja como edifício em construção indica que estamos
em processo de aperfeiçoamento até que todos cheguemos à unidade da fé
(Efésios
4.12,13). A pedra angular, que é o próprio Cristo, não pode ser
substituída. A doutrina dos apóstolos e o testemunho dos profetas não podem ser
revogados.
Referências
Enciclopédia Bíblica R. N. Champlin,
Bíblia de Estudo Pentecostal,
Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando
Boyer,
Livro de apoio do 2º trimestre de
2020, E-book Subsídios EBD – A Igreja Eleita, A mensagem de Efésios – John
Stott,
Bíblia para Pregadores e Líderes –
Geziel Gomes,
Apontamentos teológicos Professor
José Junior.
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Mateus 10.8b