22 de maio de 2020

EDIFICADOS SOBRE O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS E DOS PROFETAS



  EDIFICADOS SOBRE O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS E DOS PROFETAS

TEXTO AUREO


edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
Efésios 2.20
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas.
O que devemos entender neste versículo é que, a “igreja” somente poderá ser genuína se for alicerçada na revelação infalível, transmitida por Cristo aos primeiros apóstolos.
Os apóstolos do NT foram os mensageiros originais, testemunhas e representantes autorizados do Senhor crucificado e ressurreto, foram as pedras fundamentais da “igreja” e sua mensagem encontra-se nos escritos do NT, como o testemunho original e fundamental do Evangelho de Cristo válido para todas as épocas.
Todos os crentes e igrejas locais dependem das palavras, da mensagem e da fé dos primeiros apóstolos conforme estão registradas historicamente em Atos e nos seus escritos. A autoridade dos apóstolos é conservada no NT. As gerações posteriores da “igreja” tem o dever de obedecer a revelação apostólica e dar testemunho de sua verdade.
Rejeitar os ensinos dos apóstolos é rejeitar o próprio Cristo (João 16.13-15; 1 Coríntios 14.36-38; Gálatas 1.9-11).
É interessante notar que o livro de Atos, que conta a história da “igreja” não termina com uma saudação, nem com o sentido de “fim da história”, NÃO. O livro de Atos (o livro da “história da igreja”) continua sendo contado, e hoje, nós somos os personagens principais. Nosso dever é continuar pregando a palavra de Deus, fazendo a Obra do Senhor até a volta do Rei.
Os profetas de Deus anunciaram ao longo da história tudo o que Deus e o seu Cristo fariam (Amós 3.7). Contudo, Efésios 2.20 está falando dos apóstolos e profetas do NT porque o texto não faz referência aos profetas do AT, pois estes nada sabiam acerca da “igreja”.
Tudo o que os apóstolos e profetas testemunharam e ensinaram é fiel ao que Cristo ensinou e praticou.
De que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;

O termo “pedra principal” é derivado de Isaías 28.16. De acordo com os métodos antigos de edificação, a pedra principal ou pedra angular, tinha importância especial como pedra usada pelo arquiteto-edificador para determinar o ângulo ou inclinação de todo o edifício. Assim também Jesus Cristo é o padrão pelo qual a vida e o crescimento de sua igreja são moldados por Deus.


1- Um Edifício Espiritual

1.     O santuário judeu.
O templo em Jerusalém era o símbolo do exclusivismo de Israel como povo de Deus (1 Reis 8.16-20). O fato de os não judeus não poderem acessar o templo era sinal de inimizade entre judeus e não judeus (Efésios 2.14), pois na visão dos judeus de um modo geral, Deus só tinha propósitos com Israel e os não israelitas (gentios) eram vistos com desprezo por estarem fora do pacto de Israel com Deus.
E na visão dos não judeus (gentios) os israelitas eram popularmente vistos como sendo um povo presunçoso.
Esse Templo foi idealizado pelo rei Davi e construído pelo seu filho e sucessor, o rei Salomão (1 Cr 17.1-12). Salomão empenhou-se na construção do Templo do quarto ao décimo primeiro ano do seu reinado (1 Reis 6.37-38).
Em 1 Reis 8.13 Salomão disse a respeito do Templo, que edificou uma casa para morada de Deus.
Podemos entender que o fato de Deus habitar no templo não significava que Ele não habitava em nenhum outro lugar, pois Deus está em todos os lugares (1 Reis 8.27), o significado das palavras de Salomão (1 Reis 8.13), é que a presença e o poder de Deus se manifestariam de modo especial no Templo. Da mesma maneira a presença de Cristo no meio de seu povo manifesta-se de modo especial quando os fiéis se reúnem em seu nome (Mateus 18.20).
Ao reconciliar ambos os povos (judeus e gentios), Cristo aboliu as leis cerimoniais, desfez a inimizade entre eles e formou uma nova humanidade
– a Igreja (Efésios 2.18,19). Assim, o templo judaico perde sua relevância e um novo conceito de santuário é apresentado.

2.     O santuário Cristão.
Os que pertencem a Cristo são comparados a um edifício onde Deus habita em Espírito (Efésios 2.22). A frase “sois edificados para morada de Deus”, em alusão aos crentes em Cristo, indica um lugar de habitação de caráter inteiramente espiritual, e não físico. O ensino lembra a Salomão quando reconheceu, no dia da inauguração, que o Templo edificado por ele em Jerusalém não poderia conter a Deus: “Eis que os céus e até o céu dos céus te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado” (1 Reis 8.27).


Através da obra redentora de Cristo os crentes judeus e não judeus tornaram-se um templo onde Deus habita.

Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
1 Coríntios 3.16


O crente precisa ter em mente que, como um templo de Deus, ele precisa agir como tal, o “templo de Deus” não pode ser profanado em hipótese alguma. Existem muitos indivíduos que se dizem cristãos que proferem palavrões, riem de piadas sujas, falam coisas que não devem. Aos olhos de Deus, tais indivíduos não são templos de Deus, apenas pensam que são.
A Palavra de Deus nos adverte, mostrando como devemos agir para que possamos realmente ser reconhecidos por Deus como sendo templos de Deus (Hebreus 12.14;1 Pedro 1.15,16).

3.     A pedra angular.
4.     Cristo, a pedra principal
Vamos analisar os subtópicos 3 e 4 juntos para facilitar a nossa compreensão.
A pedra angular era a pedra fundamental utilizada nas antigas construções, caracterizada por ser a primeira a ser assentada na esquina do edifício, formando um ângulo reto entre duas paredes. A partir da pedra angular, eram definidas as colocações das outras pedras, alinhando toda a construção.

Vejamos a imagem abaixo para compreender melhor o sentido de “pedra angular” que os povos dos tempos da “igreja primitiva” tinham:

 


No desenho acima a pedra (maior) é a “pedra angular.
No NT Cristo é a pedra angular (principal) da vida do crente. É impossível um indivíduo ser considerado templo de Deus se Cristo não for pedra angular, pedra principal, ou seja, a base da vida do indivíduo.

2- O Fundamento: Apóstolos e Profetas.

1.     O conceito de apóstolos.

O título “apóstolo” se aplica a certos líderes cristãos do NT. O verbo grego “Apostello” significa enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O título (de apóstolo) é usado para Cristo (Hebreus 3.1), os doze discípulos escolhidos por Jesus (Mateus 10.2), o apóstolo Paulo (Romanos 1.1;2 Coríntios 1.1; Gálatas 1.1), e
outros (Atos 14.4,14; Romanos 16.7; Gálatas 1.19, 2.8,9; 1 Tessalonicenses
2.6,7).

O título de “apóstolo” é usado no NT em sentido geral ( ou seja, no sentido de mensageiro, representante) e no sentido especial ( ou seja, em referência aqueles que foram pessoalmente comissionados por Cristo para pregar o Evangelho e estabelecer a “igreja”, isto é, os doze discípulos e Paulo). Os apóstolos originais não tem sucessores.


2.     A doutrina dos apóstolos.

Tenha em mente que, o que constitui o fundamento da “igreja” não são os apóstolos em si, mas sim a doutrina que eles ensinavam, ou seja, as Escrituras (Atos 2.42; 2 Timóteo 3.16). Os apóstolos foram chamados, ensinados e autorizados pelo próprio Cristo, para ensinar sobre Cristo, representando o próprio Cristo.

Cristo é o fundamento da “igreja” , ou seja, seus ensinamentos são a “base da igreja”, seus apóstolos (no sentido especial da palavra) são as autoridades máximas outorgadas por Cristo para ensinar sobre Cristo. Por isso o evangelista Lucas escreveu que a Igreja perseverava na doutrina dos apóstolos (Atos 2.42). A expressão indica que davam atenção constante ao ensino dos apóstolos.
E, assim como não se pode mexer na pedra angular depois de colocado o alicerce, o fundamento da Igreja também não pode ser violado. Cristo deixou isso bem esclarecido ao asseverar Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar (Lucas 21.33).

3.     O testemunho dos profetas.
Profeta é o porta-voz de Deus cujo teor da mensagem é de admoestação (advertência, repreensão) ou predição (afirmar o que vai acontecer no futuro). Profeta também pode ser definido como “aquele em cuja boca Deus colocou as suas Palavras. No VT todas as vezes que o povo buscou outros deuses, fez o que é mau aos olhos de Deus, Deus enviou profetas para corrigi-los. Mas no NT nunca houve profeta para repreender a mensagem dos apóstolos, pois a mensagem dos apóstolos é a mensagem de Deus e do seu Cristo.
Em Atos 15.22-35 vemos que os apóstolos estavam em plena comunhão com a “igreja” em entre eles haviam profetas, dentre eles Judas e Silas (Atos 15.32), exortavam (animavam) os irmãos com muitas palavras e os fortaleceram.
Vemos que profetas de Deus estavam entre os irmãos e os apóstolos, um sinal claro de que o testemunho dos profetas do NT também fazem parte da “base da igreja”. Veja também Atos 11.28; 21;9-11.

3- Edificados para Morada de Deus


1.     Edifício bem ajustado.

 no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor,
Efésios 2.21


A expressão “todo o edifício, bem ajustado cresce” indica um processo contínuo de desenvolvimento dos crentes. O crescimento da “igreja” depende de tudo ser bem ajustado em Cristo.

A “igreja” bem firmada e ajustada em Cristo tem 5 bençãos
imprescindíveis.
1-      Unicidade. Mateus 16.18,19
2-      Universalidade. Mateus 28.19, João 10.16
3-      Santidade. 1 Coríntios 6.17

4-      Unidade. Gálatas 3.28
5-      Apostolicidade. Efésios 2.20
Todo crente bem firmado na Palavra, bem ajustado, torna-se templo do Senhor (1 Coríntios 6.19,20; Efésios 2.21).


2.     Templo santo no Senhor.

A analogia que Paulo faz em Efésios 2.21 a respeito de templo santo no Senhor não se refere a uma estrutura material, mas sim ao crente que se tornou templo santo (1 Coríntios 3.16).

Conforme já vimos, o templo de Jerusalém era um edifício exclusivamente judaico, no qual todos os gentios eram proibidos de entrar. Agora, porém, não apenas lhes é permitido a entrada como eles mesmos são partes integrantes do templo de Deus, por assim dizer. E visto que uma das funções da pedra angular era ligar duas paredes, é possível que Paulo esteja empregando esta linguagem figurada para proclamar Cristo como a chave de ligação entre judeus e gentios.
Qual é o propósito do novo templo? Em princípio, é o mesmo que o do velho, ou seja: ser a habitação de Deus (Efésios 2.22).


3.     Morada do Altíssimo.

no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.
Efésios 2.22
A expressão “morada de Deus” ou “morada do Altíssimo” no AT fazia alusão ao tabernáculo e depois ao templo de Israel. A expressão indicava o “lugar de habitação de Deus” e também era local de culto e adoração ao Senhor.
Na nova aliança, porém, este conceito de morada de Deus mudou, Cristo ao vir a terra tornou obsoleto o tabernáculo, templos feitos por mãos humanas. Ele mesmo (Jesus) tornou-se um lugar de habitação divina entre os homens, uma verdade que é expressa especialmente em João 1.14 e 2.19,21. E este templo já não está mais entre os homens, e agora Deus procura para sua habitação as vidas de homens que o permitiram entrar por seu Espírito.

O crente, por meio da obra de Cristo, tornou-se templo santo no Senhor (Efésios 2.21b). Isso indica que Deus habita em nós por meio do seu Espírito (Efésios 2.22). Essa afirmação ratifica que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens (Atos 17.24). Ele reside dentro de cada cristão individualmente e também no corpo inteiro de crentes, que é a Igreja formada de judeus e gentios (João 14.23; 1 Coríntios 3.16).


Conclusão
A comparação da Igreja como edifício em construção indica que estamos
em processo de aperfeiçoamento até que todos cheguemos à unidade da fé
(Efésios 4.12,13). A pedra angular, que é o próprio Cristo, não pode ser substituída. A doutrina dos apóstolos e o testemunho dos profetas não podem ser revogados.


Referências

Enciclopédia Bíblica R. N. Champlin,
Bíblia de Estudo Pentecostal,
Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando Boyer,
Livro de apoio do 2º trimestre de 2020, E-book Subsídios EBD – A Igreja Eleita, A mensagem de Efésios – John Stott,
Bíblia para Pregadores e Líderes – Geziel Gomes,
Apontamentos teológicos Professor José Junior.


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