28 de março de 2011

QUEM É O ESPÍRITO SANTO


QUEM É O ESPÍRITO SANTO?

TEXTO ÁUREO = “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” João 4.24

VERDADE PRÁTICA = O Espírito Santo, identificado como a terceira pessoa da Trindade, é igual ao Pai e ao Filho.

LEITURA EM CLASSE - ATOS 2.14-18; 37-41

INTRODUÇÃO

A Paracletologia divide-se, no estudo da Bíblia, em dois períodos: o do Antigo e o do Novo Testamento. No primeiro, as atividades e as manifestações do Espírito Santo eram esporádicas, específicas e em tempos distintos. No segundo, começa no dia de Pentecoste, quando suas atividades se concretizam direta e continuamente, através da Igreja. No Antigo Testamento, Ele se manifestava em circunstâncias especiais. No Novo Testamento, veio para morar nos corações dos crentes e enchê-los do seu poder. No Antigo Testamento, tinha- se um conhecimento limitado do Espírito Santo, pois o viam como um poder impessoal vindo da parte de Deus. Porém, no Novo Testamento, essa idéia foi aclarada quando Ele se manifestou de modo pessoal, racional e direto, ainda que invisível.

I. OS VÁRIOS SENTIDOS DA PALAVRA “ESPÍRITO” NA BÍBLIA

1. A palavra “espírito” nas línguas originais. Aprendamos a distinguir os vários sentidos desta palavra em toda a Bíblia. No Antigo Testamento, a língua hebraica a traduz como “ruach”, que significa, essencialmente, vento, hálito, respiração. No Novo Testamento, escrito na língua grega, a palavra “espírito” é “pneuma”. A raiz PNEU refere- se ao ar. O sufixo “ma” fala de ação, do movimento do ar.

2. “RUACH” e “PNEUMA” referem-se também ao espírito humano. Quando se refere ao “espírito humano” diz respeito ao fôlego de vida que tornou o homem um ser vivente (Gn 2.7; Mt 27.50; Lc 8.55; At 7.59). E a essência da humanidade, pois ele é que toma a alma humana distinta da irracional. O espírito representa a natureza suprema do homem e o habilita a ter comunhão pessoal com o seu Criador.

3. “Espírito”, relacionado aos anjos. Os anjos são espíritos criados, sem a necessidade de corpos materiais. Esta palavra refere-se tanto aos anjos bons como aos maus (ML 8.16; Mc 1.23; 1 Co 2.12; Lc 1.11; At 5.19; Hb 2.7).

4. “Espírito”, referindo-se a Deus. Quando se refere a Deus, tanto “ruach” como “pneuma” têm uma conotação especial, porque Ele é o “Espírito Eterno” (Hb 9.14).
A palavra “espírito” não limita o Espírito Santo a um sentido figurado, ou a uma mera representação impessoal. Ele é um fato. Não é uma mera energia ou influência de Deus. O Espírito é Deus, a terceira pessoa da Trindade.

II. A ASSEIDADE DO ESPÍRITO SANTO

A palavra “asseidade” é pouco usada na linguagem cotidiana das nossas igrejas. Trata-se de um termo especial com um significado singular, pois se refere a Deus. Define os dicionários bíblicos que se trata de um atributo de Deus pelo qual Ele existe por si mesmo. Portanto, “asseidade” atribui-se exclusiva- mente ao Ser divino, e o Espírito Santo é a manifestação da divindade.

1. A existência do Espírito Santo (Hb 9.14). Se o Espírito Santo existe como Ser divino, Ele não é uma parte deste, mas é o próprio Deus Espírito (Jo 4.24). Ele tem existência própria, mas isto não significa que esteja separado da divindade. As pessoas da Trindade são distintas em suas manifestações, mas pertencem à mesma essência Indivisível e eterna. O Espírito Santo não se originou em nada e em ninguém, pois tem origem em si mesmo. Ele é a expressão da unicidade de Deus.
Nós e os anjos fomos criados e, por isso, dependemos do Criador. Mas o Espírito Santo não depende e nem precisa de alguém, embora queira e possa livremente relacionar-se com sua criação. Jesus declarou que o Pai tem vida em si mesmo (Jo 5.26). Se o Pai pertence à mesma essência divina do Filho, o Espírito Santo também possui existência própria e total independência de todas as coisas.

2. Os atributos do Espírito Santo. Quando nos referimos ao termo “atributo”, falamos de algo que também pertence ao Espírito Santo. De fato, são propriedades qualitativas, Jamais adquiridas ou acrescentadas, mas pertencentes a Ele eternamente. Destacaremos, essencialmente, dois atributos:

a) imutabilidade. Ela é própria do Espírito Santo. Significa que Ele está livre de toda mudança (Ml 3.6).
Tudo o que se diz a respeito dele, como Deus Espírito, é perfeito e imutável. Este atributo não é exclusivo de uma pessoa da Trindade, mas pertencem as três (Rm 1.23; Hb 1.1

b) Eternidade (Hb 9.14). Ela é um atributo intrínseco na divindade. Por isso, o autor da Carta aos Hebreus identifica o Espírito Santo como “o Espírito Eterno”.
Ele transcende a todas as limitações temporais. Dois outros termos ligados à eternidade ilustram e aclaram ainda mais este atributo.
O Espírito Santo é infinito e imenso. Por infinidade, entende-se que sua existência não tem fim. Nada confina o Espírito Santo no espaço, nem o retém no tempo. Por imensidade, compreende-se que o Espírito é total, pleno e completo. Ele não se divide, mas pode estar presente em toda parte com todo o seu Ser (Sl 139.7-12).
Notem isto: os anjos são espíritos criados sem corpos materiais, mas nem por isso estão em todo o lugar ao mesmo tempo. Os homens são espíritos corporalizados e, portanto, limitados no espaço. Nem aos anjos e nem aos homens lhes é atribuída à qualidade divina da “imensidade”. A plenitude pertence, de fato, única e exclusivamente à divindade (Sl 97.1-12).

III. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO

1. O Espírito é Deus. Esta declaração é comprovada na Bíblia e na experiência humana. Ele não é um deus entre outros. E identificado como a terceira pessoa da Trindade. As Escrituras relatam um episódio nos primeiros dias da Igreja, em Jerusalém, quando Manias e Safira tentaram enganá-lo.
Ele revelou ao apóstolo Pedro que o casal mentia, conforme registra Atos 5.3: “Porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?”
O versículo seguinte confirma: “Não mentiste aos homens, mas a Deus”. A deidade do Espírito Santo está implícita na do Pai e do Filho. Ela é a mesma nas três pessoas. Não se separa, mas pertence à mesma essência divina do único Deus.

2. Atributos da deidade do Espírito Santo. Há três atributos pertencentes à deidade de cada uma das pessoas da Trindade que são: Onipotência, Onisciência e Onipresença. Estes não foram conferidos a anjos, nem a homens. Têm-se deificado a anjos e homens; entretanto, nunca foram não são, nem serão deuses, visto que não possuem as qualidades que pertencem natural e unicamente ao Deus Trino. A Bíblia, quando se refere ao Diabo como “deus deste século” (2 Co 4.4), coloca-o ao nível do pensamento humano.

a) Onipotência. Ele possui todo o poder. W.T.Conner, em “Docirina Cristiana”, escreveu o seguinte: “Por onipotência de Deus se entende que todo o poder que há no Universo, físico ou espiritual, tem sua origem em Deus.
Ele, por conseguinte, pode fazer qualquer coisa que o poder seja capaz”. Ao afirmarmos que Deus tem poder para fazer todas as coisas, não nos referimos às que fogem à ordem que Ele mesmo estabeleceu no mundo. Há o que Ele não pode fazer como mentir (Nm 23.1 9), pois contraria sua natureza moral. Ao usar a expressão “Deus não pode fazer” não significa limitá-lo às circunstâncias, pois Ele, como ser absoluto, está livre de qualquer impedimento.
Simplesmente, Deus não pode fazer algo que contrarie sua natureza divina. Ele tem todo poder, mas considera as próprias leis que estabeleceu. Por exemplo: respeita o livre-arbítrio do homem, porque foi Ele quem o deu. A Onipotência pertence, por igual, às três pessoas da Trindade. O poder do Pai é o mesmo existente no Filho e no Espírito Santo. Então, em sua Onipotência, o Espírito Santo faz o que lhe apraz (I Co 12.11); opera sinais e prodígios (Rm 15.19), etc.

b) Onisciência. Vem de duas palavras latinas “OMNES” que significa TUDO, e “SCIENTIA” que quer dizer CIENCIA.
O Espírito Santo, do mesmo modo que o Pai e o Filho têm total conhecimento de todas as coisas. Sua sabedoria é infinita, singular e indescritível. Ele sabe tudo acerca de si mesmo e do que criou (Sl 139.2,11, 13). Conhece os homens profundamente (I Rs 8.39; Jr 16.17; Rm 8.27). Ninguém pode esconder coisa alguma dele. Nem um só pensamento nosso passa despercebido do Espírito Santo.

c) Onipresença (Sl 139.7-10). O Espírito Santo penetra em todas as coisas e perscruta o nosso entendimento, pois está presente em toda a parte. Ele não se divide em várias manifestações, porque sua presença é total em cada lugar onde estiver (At 17.24-28; Jr 23. 23,24). Em relação à Trindade, cada pessoa destaca- se em manifestações distintas que mostram a Onipresença da divindade. O Pai tornou-se conhecido, através do Filho na Terra (Mt 11.27) e o Espírito Santo é a manifestação do Pai e do Filho na vida do crente (Jo 14.17, 19,20,23).

IV. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

Um dos atributos da deidade é a personalidade que cada uma das três pessoas divinas possui. Às vezes, atribuímos à personalidade uma forma corpórea. Entretanto, Deus é Espírito, sem necessidade de corpo material. Identifica-Se como pessoa alguém que manifeste qualidades como o falar, o sentir e o fazer alguma coisa racional á provamos que o Espírito Santo é um Ser divino e pessoal e não meramente uma coisa, uma força ou uma energia cósmica.

1. Pronomes conferidos ao Espírito Santo. Em João 16.8,13, 14 encontramos algumas vezes os pronomes ele, aquele (no grego ekeinoS) que indicam a pessoa do Espírito Santo. Em João 14.16, encontra-Se a expressão “outro consolador”. Ela, mais uma vez, identifica a personalidade do Espírito Santo. A palavra “outro”, usada por Jesus, no grego “ALLOS”, significa “outro do mesmo tipo”.
O Filho de Deus revelou- se como pessoa, mas falou de outra que Ele enviaria após sua subida para o Céu.“Consolador”, no grego, “Paracleto”, significa “aquele que dá força” ou “aquele que encoraja”. O sentido, então, é Ajudador, advogado. Este é alguém convidado para representar uma pessoa. O Espírito Santo é o Consolador, isto é, o Ajudador e advogado dos fiéis de Cristo (1I Jo 2.1).

2. Atributos pessoais do Espírito Santo. Há três atributos que revelam a personalidade: o intelecto, à vontade e o sentimento. O primeiro faz com que o Espírito Santo fale, pense, raciocine e determine (Rm 8.27; 1 Co 2.10,11,16).
A vontade do Espírito Santo é conhecida na Palavra de Deus. Ele faz o que quer, quando precisa e como deseja pela capacidade do seu conhecimento (Hb 2.4).
Os dons do Espírito são distribuídos conforme sua vontade. Ele demonstra seu desejo, através do conhecimento inerente e pleno que possui, e está acima das circunstâncias e do tempo. Em relação ao sentimento do Espírito, entendemos que Ele possui todos os graus de afeição e sensibilidade de quem ama, geme, chora e intercede (Rm 8.26,27; Ef 4.30). 

V. ATIVIDADES DO ESPÍRITO SANTO

1. As três dimensões da operação do Espírito. Uma das principais atividades do Espírito Santo é trabalhar na vida dos pecadores a fim de convencê-los de seus pecados e da perdição eterna.
O Espírito Santo, em seu relacionamento com os homens, opera em três dimensões distintas: na mente, no sentimento e na vontade.

a) Na esfera da mente. O Espírito opera no intelecto humano convencendo o pecador acerca de sua necessidade de um Salvador pessoal.

b) Na esfera do sentimento. O Espírito procura sensibilizar o pecador acerca do seu estado espiritual procurando persuadi-lo à decisão para a salvação.
Pela área do sentimento, o Espírito conduz o pecador à emoção e à alegria de receber a dádiva divina: a salvação em Cristo. O Espírito Santo mostra-lhe a importância dessa decisão (Jo 1.12), levando o pecador a confessar e a deixar o pecado (Pv 28.13; II Tm 2.19; 1 Jo 1.9).

c) Na esfera da vontade. O Espírito Santo desperta o desejo da decisão por Cristo (Jo 16.8-10).

2. O Espírito convence o mundo do pecado, da justiça, e do juízo (Jo 16.8-11).

a) O Espírito convence do pecado. A missão do Espírito Santo é convencer o pecador sobre seu estado de perdição eterna, caso não aceite a única providência divina para salvação da humanidade: a expiação do pecado mediante o sacrifício vicário de Cristo. O pecador não é forçado pelo Espírito Santo a decidir-se ao lado de Cristo, ou a reconhecer-se culpado. O Espírito não se utiliza de argumentos da lógica humana; convence-o simplesmente pelo seu poderoso, amoroso e persuasivo testemunho.

b) O Espírito convence da justiça. Ao convencer o pecador de suas transgressões e, conseqüente dependência de Deus, o Espírito da verdade apresenta convincentemente a única solução para o homem; a redenção mediante a “justiça de Cristo” (Rm 3.21-25).

c) O Espírito convence do juízo (Jo 16.8,11). Cristo recebeu a condenação da nossa culpa (Is 5 3.4,5) que foi o juízo imediato contra o pecado. Porém, aqui a palavra “juízo” possui, também, sentido futuro, ou seja, o juízo divino que será derramado sobre aqueles que rejeitarem a graça salvadora de Cristo oferecida hoje.
O Espírito Santo trabalha diuturnamente no sentido de convencer as pessoas acerca do inevitável juízo futuro contra o pecado, os pecadores e o Diabo. De certo modo, o juízo contra o Diabo já foi decretado na consumação da obra expiatória de Cristo (Cl 2.14,15). Um dia todos os ímpios, de todas as eras, haverão de comparecer perante o grande Trono Branco no Juízo Final (Ap 20.11-15).

3. O Espírito opera na conversão dos pecadores. Há muita diferença entre sentir simpatia pelo evangelho e converter- se sinceramente a Cristo. Entretanto, quando alguém ouve atentamente a voz do Espírito de Deus e se convence da verdade do evangelho, sua vida é radicalmente mudada, transformada. Após o derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro levantou sua voz e pregou com autoridade: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados” (At 3.19). Ora, a conversão promove mudança de comportamento; é como dar meia volta e retornar para Deus. A verdadeira conversão traduz-se no arrependimento sincero do pecador e na imediata regeneração operada pelo Espírito Santo no interior do homem.

CONCLUSÃO

Quando o homem “nasce de novo”, sua nova vida em Cristo torna-se o centro das operações do Espírito, que produzem benefícios, tanto para o próprio crente como para a Igreja, o “corpo de Cristo”. O trabalho do Espírito é confirmar a salvação recebida (Rm 8.16), dando ao novo crente a certeza de que está realmente salvo. A partir de então, o Espírito Santo conduz o crente à vitória sobre o pecado, que antes o dominava. Confiemos, pois, pia- mente no trabalho do Espírito de Deus. Ele quer nos encher de poder e autoridade espirituais para nos tornar capazes de rejeitar o pecado e vencer as tentações. Se vivermos nos domínios do Espírito estaremos aptos a dominar as concupiscências da carne e o mundo (Rm 8.4; Gl 5.16).



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1994
Lições bíblicas CPAD 2001
Bíblia de Estudo Pentecostal