8 de março de 2018

Dádiva, Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança


Dádiva, Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança

TEXTO ÁUREO

"Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa." (Hb 10.22)

VERDADE PRÁTICA

A Nova Aliança é uma dádiva divina que traz grandes responsabilidades.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Hb 10.15: Uma única oferta santificou aos s que creem

Terça – Hb 10.12: O único ofertante suficiente para o sacrifício

Quarta – Hb 10.10: Uma única vez, um único sacrifício e a substituição do culto

Quinta – Hb 10.23: A necessidade de vigilância para continuar crendo na promessa

Sexta – Hb 10.35: Anecessidade de confiança na grande recompensa

Sábado – Hb 10.36: A necessidade de perseverança para alcançara promessa

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Hebreus 10.1-7,22-25

Hebreus 10.1- 7, 22 - 25

1 PORQUE tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.

2 Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado.

3 Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados,

4 Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados.

5 Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste;

6 Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.

7 Então disse: Eis aqui venho ( No princípio do livro está escrito de mim ), Para fazer, ó Deus, a tua vontade.

22 Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,

23 Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.

24 E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,

25 Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.

HINOS SUGERIDOS: 208, 242, 303 DA harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Mostrar que a Nova Aliança é uma dádiva divina que traz grandes responsabilidades.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Saber qual a dádiva da Nova Aliança;

II. Apresentar os privilégios da Nova Aliança;

III. Explicar as responsabilidades da Nova Aliança.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Prezado (a) professor (a), nesta lição veremos os inúmeros privilégios que a Nova Aliança oferece a todos aqueles que creem no sacrifício de Jesus e buscam se achegar a Deus. Mediante a fé em Jesus fomos justificados e regenerados e hoje temos livre acesso a presença do Pai. Com certeza, este é o maior benefício que nos foi concedido pelo Senhor. Todos os benefícios da Nova Aliança só se tornaram possíveis mediante a obra expiatória de Jesus Cristo, pois na Antiga Aliança somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos uma vez no ano no Dia da Expiação. Hoje por meio do sacrifício perfeito e eterno de Cristo temos livre acesso à presença de Deus. Este é um grande privilégio que conduz a uma grande responsabilidade. Como crentes jamais devemos negligenciar a Nova Aliança menosprezando a graça de Deus.

O Caminho para o Santuário, 10.1-22

No capítulo 10, a epístola aos Hebreus se aproxima do clímax. Três idéias principais no capítulo 9 são aqui trazidas ao seu desenvolvimento final e conclusivo. Em primeiro lugar, não devemos perder o alvo de vista, que é o livre acesso ao Santuário (“Santo dos Santos”, 9.8). Em segundo lugar, precisamos ver que somente o sangue de Jesus pode qualificar-nos ao purificar nossa consciência das obras mortas (9.14). Em terceiro lugar, não podemos perder de vista a validade perpétua e a finalidade definitiva do sacrifício do Senhor (9.26).

Embora estes sejam pensamentos importantes no capítulo 9, a ênfase no capítulo 10 está na preparação, não do adorador, mas dos lugares santos. O novo concerto como um testamento precisava ser ratificado, a nova ordem oficialmente instituída e as “coisas celestiais” consagradas. Mostrou-se que tudo isto foi cumprido. Agora o autor inspirado retorna para mostrar que o mesmo sangue precioso que ratificou o novo testamento e consagrou a nova ordem também nos qualifica a entrar no Santo dos Santos. Esta qualificação inclui uma justificação que traz paz e uma santificação (“inicial” e “inteira”) que purifica.

O tom do autor no capítulo 10 se torna dogmático. Ele reúne os fios de evidências que têm tecido e declara seu significado para o adorador em uma série de conclusões afiadas e finais.

1. A Lei é uma Rua sem Saída (10.1-4)

O autor primeiro recapitula a total impotência de todo o sistema sacrificial mosaico. Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam (1). Nunca [...] pode! Isto é claro e inequívoco; portanto, apegar-se esperançosamente ao Templo é algo completamente vão. Esta incapacidade é provada pela repetição dos sacrifícios; se estes sacrifícios aperfeiçoassem o adorador, por que precisariam ser realizados novamente?

Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado (2).

A purificação aqui explica o aperfeiçoamento no versículo 1. A oferta pelo pecado não aperfeiçoou o adorador; apenas o purificou cerimonialmente. Esta exigência inclui muito mais do que expiação (embora inclua este aspecto), e certamente muito mais do que purificação cerimonial (a lei era suficiente para isto, 9.13). Ela inclui uma purificação subjetiva do próprio adorador. A palavra é katharizo (purificar), e, neste caso, é o particí- pio passivo perfeito, com hapax (uma vez); i.e., “tendo sido purificados uma vez e mantidos puros”. O tempo perfeito indica uma condição permanente baseada em uma ação completa. Somente este tipo de purificação resultaria em nunca mais ter consciência (percepção) de pecado (“sentimento de pecado”, NEB).

Este não é um pretexto geral para pecar continuamente sem que a consciência perturbe. A consciência não é anestesiada, nem o pecado é tolerado ou a lei moral anulada. Mas a necessidade de uma purificação que traz paz absoluta em relação aos pecados passados e um poder suficiente para evitar o pecar contínuo. Isto a lei mosaica não podia fazer (9.9). Pelo contrário, nesses sacrifícios, [...] cada ano, se faz comemoração dos pecados (3).

Todo Dia da Expiação anual era um lembrete agonizante dos pecados novos e dos pecados antigos. Por quê? Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados (4). Não há poder redentor no sangue de animais; acreditar nisto é subestimar grosseiramente a natureza e enormidade do pecado.

O rito anual de matar o touro e o bode e enviar o segundo bode para o deserto como uma figura ilustrativa de mandar embora o pecado era uma prefiguração do verdadeiro cancelamento e purificação que um dia poderia ser proporcionada por um Sangue melhor. Persistir em depositar esperança em sangue de animais, que em si é algo completamente inútil, é o cúmulo da insensatez. A salvação simplesmente não é possível desta forma.

2. A Lei é Substituída por um Novo Caminho (10.5-18)

O autor tem recorrido constantemente às Escrituras. Ele aqui introduz uma nova passagem (SI 40.6-8), mas seu uso é ofuscado pela invocação direta do autor ao Deus Trino e Uno, Pai (w. 5-10), Filho (w. 11-14) e Espírito Santo (vv. 15-18). É este Deus Trino e Uno que provê o novo caminho ao Santo dos Santos.

a) Pela vontade do Pai (10.5-10). Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste (5). No ato de vir ao mundo como Redentor, Cristo está dizendo ao Pai: “Tu não estás satisfeito com os sacrifícios atuais e me preparaste para tornar-me um sacrifício melhor”. O Filho foi encarnado para um propósito redentor: por meio do nascimento virginal, o Espírito gerou no ventre de Maria um corpo físico, Jesus, que se tornaria o instrumento de sacrifício.

Na verdade, a citação é do salmo de Davi (40.6-8); mas Hebreus a interpreta como sendo palavras de Cristo para Deus, em vez de considerá-las palavras de Davi. Ou pode-se dizer que nosso Senhor vê estas palavras cumprindo-se plenamente nele. Além do mais, a citação é uma versão resumida da LXX, não do texto hebraico. Isto explica a substituição de corpo me preparaste, em vez de: “meus ouvidos abriste” (SI 40.6). O abrir de ouvidos por ser entendido como uma sinédoque, em que se usa uma parte para o todo. Em todo o caso, o significado não é essencialmente alterado, mas fortalecido e esclarecido.

Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram (6) é um paralelismo do versículo 5, e, conseqüentemente, um texto explanatório. Holocaustos, representando consagração e ofertas pelo pecado iperihamartias), não agradam a Deus, mesmo que Ele os tenha ordenado como um meio temporário de adoração e o seu uso esteja de acordo com a lei (v. 8). Deus não é um Ser sádico que se agrada com a morte das suas criaturas ou de cenas de matança; mas Ele também não se agrada dos resultados do pecado. Muitas coisas desagradáveis e não ideais são necessárias por causa da corrupta e destruidora natureza do pecado, incluindo o repugnante derramar de sangue da época da lei e o infinitamente mais trágico derramar do sangue de Cristo.

A lógica da passagem é simples, e o autor de Hebreus a apresenta de maneira muito clara. O fato de os sacrifícios anuais não agradarem a Deus, junto com o anúncio do Filho: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade (9), redunda na seguinte conclusão: Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. A ação de Cristo é a vontade completa e final de Deus, diferente do sistema anterior (que não tinha sido a vontade final de Deus). Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez (10). Basicamente, isto quer dizer que o sacrifício de uma vez por todas de Cristo como a base e o meio da nossa santificação encontra sua eficiência na vontade de Deus, o Pai. Avontade de Deus é o motivo máximo da nossa santificação. A soberania de Deus sustenta tudo. Procuramos aqui pela fonte original e iniciadora. E a “graça de Deus” que traz salvação (Tt 2.11).

A santificação que é assim provida não é somente cerimonial, mas interior e moral. Não somos meramente consagrados pela morte de Cristo, no sentido de que sua morte nos leva a um relacionamento novo e sagrado com Deus. Isto seria somente uma santidade posicionai, que já estava disponível anteriormente. A fraqueza da ordem antiga residia neste ponto — ela não oferecia nada além de santidade posicionai.

A natureza mais completa desta santificação pode ser vista por meio de três detalhes exegéticos.

1) O texto não diz que somos santificados por um ato soberano da vontade de Deus, como a ARC pode dar a entender. A preposição é en, “em” ou mais apropriadamente “dentro”. E dentro do contexto da vontade de Deus que somos santificados.

2) O texto também diz que somos santificados pela morte de Cristo, havendo o uso da preposição dia, com o genitivo, com o significado de “por meio de”, no sentido de uma agência secundária. Nossa santificação, então, é da vontade de Deus e se tornou possível pela obra de Cristo. Nossa santificação não ocorreu quando Cristo morreu, mas tornou-se possível neste acontecimento. Subjetiva e imediatamente a obra de santificação é a obra do Espírito Santo (2Ts 2.13; 1 Pe 1.2).

3) A forma verbal hegiasmenoi, “tendo sido santificados”, está no tempo passado perfeito, que significa que nós, os adoradores, estamos, por meio de Cristo, em um estado de santificação que resulta de um passado santificador. Mas para a maioria destes cristãos hebreus isto ainda não era subjetivamente um fato da experiência. Portanto, podemos chamar isto de um “perfeito profético”, tendo uma força futura. Pela oblação do corpo de Jesus Cristo somos provisoriamente santificados e podemos ser pessoal e interiormente santificados.

 

b) Cumprida pela obra de Cristo (10.11-14). A vontade de Deus é implementada por intermédio de um sacerdócio. A tentativa de cumprir esta função mantinha os sacerdotes levíticos ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios (11). Não era apenas uma vez por ano no Santo dos Santos que o sumo sacerdote ministrava, mas um batalhão de sacerdotes esgotava-se todos os dias, repetindo a mesma rotina.

Seus sacrifícios não eram somente fatigantes, mas ineficientes, como já foi mostrado, e agora reiterado: que nunca podem tirar pecados (deveria ser “pecado”, singular). Esta é mais uma afirmação dogmática. O verbo reflete grande intensidade, periaireo, “remover totalmente”. Mas este (Jesus), havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados (“perpetuamente [pela continuidade ininterrupta]” — Mueller), está assentado para sempre à destra do trono de Deus (12).

No grego, os versículos 11-12 estão na forma: “por um lado — pelo outro lado”. Por um lado, o autor aponta para o serviço incessante dos inúmeros sacerdotes no Templo; então, por outro lado, Ele aponta para o Sacerdote único — este — que por muitos pecados ofereceu um sacrifício, e então se assentou à destra do Pai. Os sacerdotes que permaneciam em pé ministrando contrastam com o Jesus assentado. Esta é uma figura viva de uma obra nunca acabada em comparação com uma obra plenamente terminada e para sempre. Em um caso, os muitos sacrifícios nunca são completos; no outro, o sacrifício único é tão perfeito que sua eficácia nunca é exaurida. De forma silenciosa, este sumo sacerdote bem-sucedido aguarda esperançosamente “até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés” (v. 13, NVI).

A conquista final de todo mal e de toda força opositora emergirá daquele único ato no Calvário. Seu poder é suficiente para a obra completa da redenção.

No versículo 14, a profundidade deste poder para os crentes, disponível agora, é resumida de forma concisa mas abrangente: Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados (14). Os tempos dos verbos precisam ser cuidadosamente estudados. “Fomos santificados e continuamos sendo” é a melhor tradução do tempo perfeito do versículo 10.

Mas neste versículo, aperfeiçoado está no tempo perfeito, enquanto o particípio com artigo toushagizomenous, “que está sendo santificado”, está no tempo presente. A vontade de Deus é que haja uma santificação definitiva e completa, na verdade, um estado já experimentado pelo “nós” (oculto) do versículo 10. Portanto, o particípio presente do versículo 13 deve ser interpretado como um presente freqüentativo; consequentemente, são aqueles que estão sendo santificados de tempo em tempo, um após o outro. Todos os que são santificados em cada geração são igualmente aperfeiçoados para sempre com uma só oblação.

Ser aperfeiçoado não significa ser completo em caráter, no sentido de não mais precisar crescer. Significa, sim, ser levado a uma experiência de realidade e um estado de cumprimento em um relacionamento de coração com Deus que a antiga ordem não podia oferecer. E perfeição no sentido de ser levado a um nível intencional e desejado. Este nível é indicado pelo termo santificação,28 Ser aperfeiçoado para sempre não é estar incondicionalmente estabelecido e seguro nesta “santificação”. A frase simplesmente declara na linguagem mais forte possível que todo aquele que de tempo em tempo é santificado o é perfeitamente por meio deste único sacrifício (oblação). Os efeitos da oblação na alma do adorador são tão perfeitos (completos e satisfatórios) como a própria oblação, e estes efeitos estão disponíveis perpetuamente. “O Sangue nunca perderá o seu poder”.

c) Confirmada pelo testemunho do Espírito (10.15-18). A nossa santificação é a vontade do Pai, e seu aperfeiçoamento é obra do Filho, mas seu cumprimento é a predição do Espírito Santo.

E também (concernente à perfeição dos santificados) o Espírito Santo no-lo testifica (15). Isto, com freqüência, é entendido como o testemunho interior do Espírito Santo ao crente que está buscando a santificação; mas, embora exista este testemunho, este dificilmente é o pensamento aqui. O “testemunho”, na verdade, é a profecia inspirada de Jeremias, já citada (8.8-12), delineando o conteúdo do novo concerto. O brarei de seus pecados e de suas iniqüidades.30 A NVI (apoiada por outras versões) traz uma tradução mais clara do que a KJV:

O Espírito Santo também nos testifica a este respeito. Primeiro ele diz:

“Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor.

Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em sua mente”;

e acrescenta:

“Dos seus pecados e iniqüidades não me lembrarei mais”.

Onde esses pecados foram perdoados, não há mais necessidade de sacrifício por eles (w. 15-18).

Fica claro que a parte especial do testemunho do Espírito, especificamente relevante no momento, é o caráter final do perdão de Deus, que confirma o caráter final do sacrifício do nosso Senhor. Literalmente, Deus está sendo citado, dizendo: “Não serei mais lembrado” (Mueller). No antigo sistema “cada ano, se faz comemoração dos pecados” (v. 3). Mas os termos do novo concerto repudiam claramente essas comemorações anuais. “Não quero ser lembrado”, diz Deus.


Não há esta necessidade, visto que uma expiação perfeita, adequada para todos os pecados, por meio da cruz, torna possível uma remissão absoluta. Tal remissão torna desnecessária qualquer oferta pelo pecado. O pecado debaixo do sangue de Jesus não precisa de mais sangue.

Assim, ao recorrer ao Espírito, o autor prova em seguida o caráter final e a eficácia do sacrifício realizado uma única vez para aperfeiçoar “aqueles que são santificados”.

Mas, enquanto o versículo 17 é o seu clímax em provar este caráter definitivo, a importante relação entre a remissão absoluta no versículo 17 e a santificação interior do versículo 16 não pode ser negligenciada. De quem os pecados são perdoados e esquecidos? Daqueles que permitiram que Deus colocasse as suas leis (pela sua graça) em seu coração e seus entendimentos. Estes não são mestres presunçosos que persistem no pecado, ou mesmo crentes inconstantes, mas aqueles que lembram da lei e lhe obedecem de coração.

Para eles, a lei não é só de Deus, mas agora também faz parte da sua natureza redimida. O perdão ilimitado depende da realidade experimental da retidão interior. Estes, portanto, são os santificados que foram “aperfeiçoados para sempre”. Sua justificação é aperfeiçoada para sempre, bem como a sua santidade. Todos são privilégios perpetuamente disponíveis pelo poder inesgotável deste sacrifício único!

O argumento chegou ao fim. O autor mostrou o caráter definitivo na pessoa, sacerdócio e paixão do nosso Senhor. A natureza e a superioridade do novo concerto foram expostas e o antigo concerto mostrou ser obsoleto e inválido. Agora ele faz uma aplicação exortativa, e, ao fazê-lo, coloca seu dedo no alvo central da nova ordem e o objetivo da sua exposição: o caminho para o Santo dos Santos.

3. Temos, pois, ousadia para entrar (10.19-22)

Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus [...] cheguemo-nos (19, 22a). O predicado principal destes quatro versículos é cheguemo-nos (aproximemo-nos”, ARA); tudo o mais é subordinado. Antes desta oração central, tudo o mais é controlado por Tendo, pois (19), e aponta para Jesus como o novo e vivo caminho (20) de acesso para o Santo do Santos. Depois desta oração principal, a atenção é dirigida às qualificações pessoais necessárias para entrar. Vamos dividir esta parte por versículos.

a) O véu rasgado (10.20). É bom lembrar que o autor colocou o seu olhar no caminho para dentro do Santo dos Santos em 9.8, onde declara que “ainda o caminho do Santuário não estava descoberto”. Mas agora o caminho está aberto e revelado. Este caminho é novo no sentido de que foi feito novo recentemente.

Novo (prosphaton) literalmente significa “morto recentemente”; aqui há um caminho de entrada que nunca fica velho. Este caminho é vivo no sentido de que é válido perenemente, nunca é antiquado; mas especialmente no sentido de que é eficaz.

Dessa forma, ele nos consagrou (20). O ato de instituir (aoristo) é a ação que o autor tem discutido. Mas Cristo instituiu este caminho pelo véu, isto é, pela sua carne. Véu é katapetasmatos, “cortina”, de katapetannumi, “expandir”. O véu, portanto, é um tipo de “cortina de ferro” que não só separa mas “expande”, no sentido de ressaltar a distância entre Deus e o homem. O tipo original no Tabernáculo é mencionado em 9.3, enquanto o protótipo espiritual é mencionado em 6.19. Lá, a entrada “até o interior do véu” é descrita como a “esperança proposta”, e Jesus entrou por nós como “nosso precursor”.

A cena foi assim confirmada, mas o autor ainda não estava pronto para expor o caminho que transformaria esperança em fé e esta em fato. Neste versículo-chave, no entanto, Jesus não é simplesmente o “precursor” através do véu, mas a sua carne (natureza humana) é o véu. Este é um conceito radicalmente novo, e altamente figurado, cuja interpretação precisa da iluminação de Mateus 27.51: “E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo”.

Uma interpretação entende o véu como um tipo de Jesus fundamentalmente. Isto explicaria o fato de que no Tabernáculo o véu era primorosamente belo, com símbolos costurados que representavam a humanidade e a divindade (Ex 26.31-33). Haldeman comenta: “Enquanto Cristo caminhava na terra em sua beleza e humanidade perfeita, Ele excluiu o homem de Deus”.

Jesus, apenas como Exemplo perfeito traria condenação, não salvação, porque ressaltaria o abismo instransponível entre a pecaminosidade do homem e o requisito de pureza para se ter comunhão com o Deus santo. Se o véu deve tornar-se caminho, precisa ser sacrificado; precisa ser rasgado. A eficácia salvadora do corpo quebrado e do sangue derramado ocorreu na perfeição da natureza e vida totalmente humanas do nosso Senhor, um substituto apto e aceitável, o “justo pelo injusto”.

Mas como o Sangue fala mais da expiação, e é a base da nossa justificação (sua vida física como preço pela nossa vida espiritual), assim o corpo de Cristo (v. 5; Sua natureza humana) é mais particularmente associado ao caminho para dentro do Santo dos Santos. Não fala da sua vida dada por nós, mas da sua natureza humana tornando-se disponível para nós, para que a nossa se torne uma natureza transformada (Tt 2.14).

Assim, não há só expiação, mas santificação; não só o caminho para dentro do primeiro santuário, com os direitos de perdão, mas o caminho para dentro do segundo, com os direitos de santidade interior — completa unidade com Deus.

Uma interpretação alternativa (e talvez a preferível) do véu é vê-lo como um tipo da pecaminosidade do homem, que o desqualifica a ter acesso ao Santo dos Santos. Neste caso, Jesus foi esta natureza — este véu — pela identificação espiritual. Ele assumiu em seu próprio corpo a desonra desta natureza e a levou para a cruz (Rm 6.6; 8.30). Este corpo quebrado na cruz liberou poder para a salvação da pecaminosidade do homem: 1) “De alto” — os esforços do homem para mudar sua natureza são em vão; 2) “a baixo” — uma destruição completa da natureza pecaminosa é a provisão; o véu não foi rasgado pela metade (Rm 8.4). Independentemente da interpretação, se entendermos Cristo como o véu, ou se o véu representa a pecaminosidade do homem, ele nos leva ao mesmo lugar: o obstáculo é removido e temos completo acesso ao Santo dos Santos.

b) O Sacerdote real (10.21). O rasgar da carne de Jesus como oferta pelo pecado não era o fim, porque Ele ressuscitou e ascendeu à destra do Pai, onde vive “sempre para interceder” por nós (7.25). Temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Este Sacerdote não só provê o “novo e vivo caminho”, mas está próximo para nos acompanhar para dentro e ficar conosco como nossa Garantia. O “caminho” é “vivo” porque o Criador do caminho e Guia do caminho está vivo. O autor já apresentou em 4.14—7.28 o sacerdócio de Cristo e sua relação com a nossa redenção. As grandes verdades da fé cristã requerem ação. Ele se refere a elas como a base do privilégio e obrigação do adorador.

c) A abordagem certa (10.22). Por causa da morte de Cristo, tanto para o perdão como para a perfeição, e por causa do seu sacerdócio perpétuo, que é uma certeza de ajuda e misericórdia sempre disponível, o autor faz de uma forma exaltada e ansiosa sua súplica comovida: cheguemo-nos (22).Mas a exortação não é indiscriminada. Ela é tão verdadeira como sempre foi — de que existe um caminho prescrito para entrar, e o privilégio está restrito a adoradores qualificados. O “novo [...] caminho” requer uma maneira certa de usá-lo. 1) Deve haver um coração purificado. Isto quer dizer uma dedicação simples e sincera à perfeita e completa vontade de Deus. Um coração dividido, inflexível ou morno será repelido. 2) Também deve haver inteira certeza de fé. A palavraplerophoria significa “convicção completa”, “persuasão firme”, “produzida pela fé”.

Estas grandes verdades fundamentais do evangelho precisam ser cridas tão profundamente que nossa aproximação ao Santo dos Santos seja com ousadia e confiança, sem hesitação.34 A fé vacilante é o tendão de Aquiles destes cristãos hebreus. Para curar esta fragilidade a maior parte da epístola é devotada a ela. Mas estas duas exigências — consagração e fé constante — são as condições humanas que devem ser satisfeitas na crise da completa santificação. 3) Mas em correspondência com essas duas exigências gêmeas para uma entrada imediata existem duas qualificações importantes: Tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa.

Estas frases altamente simbólicas falam de justificação e regeneração, sem as quais não somos qualificados para entrar no Santo dos Santos. Implícito aqui está o sacerdócio de todos os crentes. Nenhum sacerdote se atreveria a entrar no santuário interior sem ter passado pela purificação do sangue, derramado no altar e um cuidadoso lavar no vaso de bronze. O sangue servia para a expiação de pecados e a água para a purificação da imundície. Haldeman diz: “O vaso à porta do Tabernáculo é o símbolo de regeneração”.

Mas agora, embora seja usada linguagem figurada, aqueles que entram como “sacerdotes” ministradores e adoradores precisam ter a essência, não a sombra. No sistema antigo, o aspergir com sangue era externo (9.13,19, 21); aqui ele é interno, no coração (1 Pe 1.2). O lavar do nossos corpos com água pura é tão figurativo quanto o aspergir; portanto, isto não pode se referir à água do batismo. Isto seria uma volta à antiga camisa de força exterior da qual Cristo nos libertou. Enxergar nada além de água material aqui é continuar preso ao sistema judaico. Nenhuma água é pura o suficiente para purificar a depravação da nossa vida terrena.

E necessário agora compreender um aspecto básico que para algumas mentes pode ainda parecer incerto. Desenvolveu-se uma interpretação que entende o Santo dos Santos como fundamentalmente uma santidade de coração em vez de o céu como uma habitação futura. O céu não é apenas um lugar, mas uma esfera de graça divina, e semelhantemente ao Reino de Deus (Lc 17.21), está “entre vós”. Hebreus indica que o “céu” é um correlativo espiritual do Tabernáculo terreno (os dois santuários, 9.24, KJV).

No entanto, de acordo com Paulo, agora podemos sentar em “lugares celestiais” (Ef 1.3; 2.6). A epístola aos Hebreus também nos admoesta a chegarmos “com confiança ao trono da graça”, o mesmo trono compartilhado pelo Filho, e a mesma presença majestosa à qual Cristo entrou além do véu. A única maneira de os sacerdotes se aproximarem da “figura” do Tabernáculo deste trono era entrar no interior do véu.

De que maneira chegamos “com confiança” a este trono? Pela oração e fé, o que sugere que tempo e espaço não são barreiras na esfera celestial. O trono de Deus está onde está o suplicante. Pelo Espírito, o Pai e o Filho estão unidos. O desdobramento da exposição do autor indica fortemente que, para o crente, o Santo dos Santos não é um estado futuro ou um lugar distante, mas um lugar permanente na companhia do Deus Trino e Uno no qual podemos entrar agora e no qual podemos viver. Observe:

(1) A arca refere-se às tábuas da lei; e a essência do novo concerto é a gravação desta lei em nosso coração (cf. Rm 8.2-4).

(2) Há também a vara que florescia e o vaso de maná, emblemas da habitação de Cristo e do fruto do Espírito, que são a norma característica da santidade cristã agora (Ef 3.16-20).

(3) Há também o assento de misericórdia e as asas protetoras da presença divina. Este lugar secreto com Deus pode se tornar o lar das nossas almas agora.

(4) O clímax de Hebreus é a afirmação de que temos “ousadia para entrar no Santuário” (v. 19), ou “plena confiança para a entrar no Santo dos Santos” (NVI). Vincent diz: “Lit. para a entrada no Santo dos Santos [...] Eisodos no NT habitualmente significa o ato de entrar”.36

(5) Visto que o peso da evidência indica que “ousadia” é nosso direito adquirido para a entrada imediata, devemos entender cheguemo-nos neste contexto. Não seria muito razoável que a entrada confiante realçada no versículo 19 fosse reduzida a uma abordagem respeitosa e esperançosa, como seria o caso se um futuro céu fosse o Santo dos Santos. Além disso, o grego não sugere essa hesitação.

A palavra proserchometha, “cheguemo-nos”, é exatamente a mesma usada em 4.16: “Cheguemo-nos, pois, com confiança ao trono da graça”. Este trono fica simbolicamente além do véu, não do lado de fora; e não devemos meramente nos “aproximar”, parando esperançosamente a uma certa distância, mas “chegar-nos” (veja também 7.15; 12.18, 22).

Há motivo suficiente para acreditar que a exortação cheguemo-nos é um clamor urgente para entrar imediatamente nesse relacionamento íntimo com Deus e nesse estado de retidão e santidade interior que não era a norma do antigo concerto, mas que agora está disponível livremente para todos os adoradores qualificados. É isto que constitui a realização pessoal e experimental do cerne do novo concerto. O apelo perderia a sua verdadeira urgência se a verdadeira intenção se resumisse a uma mera contemplação do céu.

Para entendermos de maneira correta o tom de urgência é necessário observar sua conexão com um apelo semelhante em 4.11: “Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.”

D. As Obrigações do Santo dos Santos, 10.23-25

Enquanto o sumo sacerdote judeu “se achegava” somente uma vez ao ano, e nunca com “ousadia”, é um privilégio para os crentes habitarem no Santo dos Santos. Mas não é um privilégio sem exigências, e não é uma “experiência” definitiva e perfeita. Seus termos precisam ser mantidos e suas obrigações cumpridas. (Observe o esboço homilético dos itens 1, 2 e 3.)


1. Uma Confissão Resoluta (10.23)

Ao sermos exortados para que retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, somos lembrados que uma identificação aberta e pública com o plano de Deus em Cristo nunca deve ser renunciada. O tempo presente sugere a necessidade de continuar a expressarmos a nossa fé, sem nos tornarmos apologéticos ou hesitantes. Não podemos esquecer que as pessoas precisam ser influenciadas pela nossa firmeza e constância. Além disso, a manutenção da nossa própria vitória está em jogo. Quando honramos a Deus ao afirmar a nossa confiança em sua integridade, Ele nos honra ao aprofundar a nossa segurança.

A palavra costumeira na epístola para “fé” é pistis, mas a palavra usada aqui é elpis, que significa “esperança”. De acordo com Thayer, esta palavra era o equivalente na LXX da palavra hebraica “confiança”, e no NT chegou a ter o sentido cristão de “uma expectativa alegre e confiante na salvação eterna”.

A fé necessária para entrar no Santo dos Santos (v. 22) pode ser entendida como a fé de apropriação, enquanto elpis é a fé de expectativa ou esperança. A promessa, a do novo concerto, é cumprida à medida que a apropriação se torna realização. Mas ainda havia muita coisa não realizada. A promessa da Segunda Vinda (9.28) ainda estava para se cumprir. Eles precisavam continuar confessando a confiança nessa promessa específica — porque fiel é o que prometeu.

2. Uma Provocação Contínua (10.24)

O verdadeiro Santo dos Santos, desfrutado agora pela fé, envolve uma certa responsabilidade coletiva e social. Os sacerdotes antigos nunca entravam em grupos ou em dois, mas sempre sozinhos. E no isolamento solitário, com Deus do lado de dentro e o mundo do lado de fora, que somos completamente santificados. Somos santificados como indivíduos, e no Santo dos Santos aprendemos a encontrar o sustento para a nossa alma em Deus, não nas pessoas.

Todavia, essa dependência em Deus não pretende fomentar um distanciamento dos nossos irmãos. Há um individualismo moral importante, que faz parte da essência da verdadeira santidade; mas o tipo de individualismo que é desatencioso, e não pode trabalhar com outros, não é apenas uma caricatura, mas uma falsidade. Além da nossa inabalável confissão de fé, consideremo-nos (tempo presente — continuar considerando) uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras (24).

Vamos nos conhecer mutuamente com o propósito de inspirar e estimular amor e boas obras. Quando provocamos tristeza, raiva e desânimo um no outro, como a negligência de boas obras, é porque não mostramos consideração suficiente. Fomos descuidados em vez de atenciosos. Não demos atenção devida às necessidades do outro e à fineza da nossa forma de agir.

E impressionante observar a maneira em que alguns cristãos inspiram seus irmãos para fazer o melhor e fazer sempre mais, enquanto outros mantêm as pessoas ao seu redor em um estado quase constante de irritação e obstinação. Na verdade, o cristão santificado deveria mostrar esta consideração agora, porque ele está num estado de graça, em que pode realmente esquecer-se de si mesmo e mostrar interesse e preocupação pelos outros.

3. Uma Prática Constante (10.25)

A esta exortação de consideração mútua constante o autor acrescenta: não deixando a nossa congregação. A preservação fiel desta comunhão que pode desenvolver-se somente na adoração coletiva é um dos meios de “estimular” um ao outro.

Portanto, devemos prestar atenção à graça regularmente, se por nenhuma outra razão, ao menos por “consideração” pelos outros. Mas esta fidelidade é também uma das “boas obras” às quais devemos encorajá-los — e, certamente, não há um meio melhor de fazê-lo do que pelo exemplo. O triste reconhecimento: como é costume de alguns sugere que alguns desses cristãos hebreus não achavam necessário participar dos cultos da igreja.

Isto pode ter sido motivado por uma piedade falsa, que supunha que a adoração solitária era melhor; ou uma presunção religiosa, que achava que a necessidade para a adoração coletiva era coisa do passado; ou um declínio do fervor espiritual, que resultou em uma indiferença crescente. Mas, independentemente do motivo, a negligência no que diz respeito à freqüência nas reuniões pode ser fatal, tanto para a nossa influência quanto para a nossa própria alma. A entrada no Santo dos Santos não anula nossa necessidade da igreja, nem nos garante privilégios especiais que nos isentam das nossas obrigações coletivas. A prática de se reunir regularmente não é dispensável, mas indispensável para a santidade.

Somente ao nos reunirmos podemos cumprir o dever positivo contido na expressão admoestando-nos uns aos outros. A palavra parakaleo, “exortar”, tem muitos sinônimos: convidar a vir, chamar, invocar, admoestar, persuadir, rogar, implorar, encorajar e consolar. Que ministério gracioso e multiforme! Não somos chamados para ir à igreja para criticar, raramente para repreender e sempre para encorajar. Do púlpito deveria vir esta nota confortadora e encorajadora; e esta deveria ser a nota do nosso testemunho público e saudação pessoal. Para isso não precisamos de uma “licença para exortar!”.

Esta preocupação afável e fiel de uns para com os outros aumenta à medida que contemplamos a Segunda Vinda: e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.

Quanto mais crermos que a sua vinda está próxima, maior é a nossa responsabilidade de um para com o outro. A apostasia dos nossos dias deveria nos alertar contra a negligência e relaxamento tanto em nós como em nossos irmãos.

 

Por: Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibigrafia

ComentárioBíblicoBeaconHebreus a Apocalipse