6 de junho de 2012

O Evangelho do Reino no Império do Mal


Lição 11 (10 de junho de 2012) – O Evangelho do Reino no Império do Mal.

Texto Áureo: “Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.7).

Introdução

Nesta antepenúltima lição, de patente caráter escatológico, e de imprescindível valor para o aumento de nossa fé e conhecimento Bíblico, estudaremos a pregação do evangelho de Cristo (o Evangelho do Reino) nos terríveis anos da grande tribulação.
A despeito da grande perseguição à palavra de Deus e aos Seus servos (que a Ele se entregarem neste período), a salvação e o reino de Cristo continuarão a serem anunciados, através dos fiéis que não se contaminarem com a vida pecaminosa do período de tribulação, das duas testemunhas e do Anjo do Senhor (todos citados no livro de Apocalipse).
Que, através desta lição, possamos despertar quanto à necessidade de pregarmos a palavra de Deus, nos dedicarmos ao seu Reino e, com fé, trabalharmos para termos parte nas bodas do cordeiro. Ademais, que possamos reforçar o caráter eterno da Bíblia, que permanecerá até o fim dos tempos como o manual de Deus para todos aqueles que quiserem adentrar o Seu Reino.

A palavra de Deus após o arrebatamento.

A Palavra de Deus, consubstanciada na Bíblia Sagrada, é perfeita, santa e eterna. Através dela, podemos chegar ao conhecimento de Deus, da salvação em Jesus Cristo, da Fé, da conduta correta para trilharmos o caminho dos céus e, antecipadamente, conhecermos as últimas coisas (ou últimos eventos) da humanidade. Quem nos ensina isso? A própria Bíblia Sagrada. Vejamos os seguintes versículos:

Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.Porque Toda a carne é como a erva, E toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor;Mas a palavra do Senhor permanece para sempre. 1 Pedro 1:23-25

Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Provérbios 30:5
Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; Efésios 6:17
De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Romanos 10:17

O caminho de Deus é perfeito, e a palavra do SENHOR refinada; e é o escudo de todos os que nele confiam. 2 Samuel 22:31
Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste. 2 Pedro 3:5

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12

Esta palavra continuará a ser pregada nos períodos de tribulação e grande tribulação. Talvez não com a mesma “facilidade” ou volume que vemos hoje, em revistas, livros, televisão, internet, etc. Mas Cristo, na imensidão do seu amor, dará oportunidade para que todos os que passarem pela grande tribulação possam ouvir e, eventualmente, se decidirem por aceitar a Sua palavra, o seu Sacrifício e os Seus ensinamentos. 

Os últimos oito capítulos do livro do profeta Ezequiel demonstram, profeticamente, como Israel será reorganizada, no Milênio, à luz dos ensinamentos de Deus.
A Bíblia Sagrada será o parâmetro pelo qual todos serão julgados, e por isso permanecerá sendo ensinada na grande tribulação. No Direito Comum (secular), é princípio fundamental para que uma lei entre em vigor e produz efeitos (tenha validade) a sua publicação, ou seja, que a lei se torne conhecida por aqueles a quem ela se aplica. Deus, o juiz perfeito em justiça, não fez diferente com os homens: Deu-nos a Sua palavra, para que ouvíssemos, conhecêssemos e praticássemos os Seus ensinamentos, e, para que, segundo os parâmetros dela, fôssemos julgados

Porque o SENHOR é o nosso Juiz; o SENHOR é o nosso legislador; o SENHOR é o nosso rei, ele nos salvará. Isaías 33:22. 

Se o evangelho do Reino continuará a ser pregado, pode-se então instalar-se uma dúvida: Estará o Espírito Santo atuando na terra, na Grande Tribulação? Este ainda convencerá do pecado, da justiça e do juízo? Vejamos:
Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim; Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. João 16:7-11

No princípio dos 7 (sete) anos da tribulação, após o arrebatamento da Igreja para as “Bodas do Cordeiro”, podemos entender, à luz da Palavra de Deus, que a ação do Espírito Santo será reduzida, “afastada”, o que permitirá a ascensão do anticristo, do falso profeta, e, de uma forma geral, serão diminuídas as barreiras contra o pecado, criando-se um ambiente propício
Entretanto, não podemos dizer que a atividade do Espírito Santo cessará completamente: se haverá salvos no período da tribulação, estará com eles o Consolador. Este ainda convencerá a muitos do pecado, e os fortalecerá no momento da angústia. 

A Proclamação dos Mártires

A acepção nos dada pelo dicionário Michaelis acerca da palavra mártir é a seguinte:

már.tir

s m+f (gr mártys, yros, pelo lat) 1 Pessoa que sofreu tormentos ou a morte, pela fé cristã. 2 Pessoa que sofre por sustentar as suas crenças ou as suas opiniões. 3 Pessoa que sofre muito. 4 Pessoa que é vítima de maus tratos. M. do Calvário: Jesus Cristo.

A acepção original da palavra nos leva àquele que sofreu tormentos pela fé cristã (por sustentá-la, defendê-la, pregá-la, etc.). Com o passar dos anos, tomou também a conotação de pessoa que se sacrifica por um ideal patriótico ou filosófico, com acepção já um pouco afastada de sua origem.
A Bíblia narra diversos atos de coragem dos servos de Deus em prol da propagação do evangelho. Na história bíblica, veterotestamentário e neotestamentária, muitos se sacrificaram por sua fé. Citemos os exemplos dos apóstolos:

E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus. Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu. Atos 7:56-60 

E por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar; E matou à espada Tiago, irmão de João. Atos 12:1-2

Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus. E quando Herodes estava para o fazer comparecer, nessa mesma noite estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias. Atos 12:5-7
São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; 2 Coríntios 11:23-25

Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 2 Timóteo 4:7-8

Na tribulação, àqueles que aceitarem a Cristo e não se contaminarem com o pecado que permeará o mundo de forma nunca antes vista, enfrentarão a perseguição de forma muito mais acentuada do que hoje vemos. Será uma perseguição religiosa, social e econômica sobre todos aqueles que não se deixarem marcar pelo anticristo.
A bíblia nos aclara que muitos se arrependerão de seus pecados na tribulação, que lavarão as suas vestes (vestes de santidade) com o Sangue do Cordeiro:

Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;
E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.

E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus,
Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém.
E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram?
E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Apocalipse 7:9-14

Além da perseguição, muitos destes que aceitarem a Cristo durante a tribulação, e enfrentarem a grande assolação que sobrevirá sobre os Servos de Deus da tribulação, serão mortos por amor a Jesus e Sua palavra. Verdadeiramente, assumirão o caráter de mártires, que morrerão pela sua convicção de fé:

E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Apocalipse 20:4

Os mártires anunciarão o evangelho de Cristo durante a tribulação. E serão grandemente galardoados: serão salvos em Cristo Jesus, e reinarão com Ele no milênio, juntamente com a Igreja de Cristo.

A Proclamação dos 144 mil

A revelação de Cristo à João, transcrita no livro do apocalipse, nos revela ainda que a mensagem da cruz será anunciada ainda pelos “144 mil”. Quem são estes 144 mil? Eis um ponto de muitas vertentes interpretativas e teológicas. Peço vênia para citar um apanhado de posições teológicas e hermenêuticas colacionadas pelo Pr. Airton Evangelista da Costa, em site pessoal, (disponível em: http://www.palavradaverdade.com/print2.php?codigo=2782), nas quais podemos ter uma ideia acerca das controvérsias que cercam o tema:

“Apocalipse 7.4 = Os 144.000 são descritos como servos de Deus (v.3), provenientes das tribos dos filhos de Israel (vv.4-8). Deus assinalará ou marcará as suas testas para indicar a sua consagração a Deus e que pertencem a Ele (cf.9.4; Ez 9.1-6; 2 Tm 2.19). Talvez sejam os primeiros convertidos de uma grande colheita de almas ganhas para Deus, dentre todas as nações e tribos e povos e línguas, durante a tribulação (v.9). Alguns intérpretes da Bíblia entendem que esses novos crentes dentre os filhos de Israel serão comissionados e capacitados pelo Espírito Santo para pregar o evangelho durante os negros dias da tribulação” (Bíblia de Estudo Pentecostal). 

“Apocalipse 7.9 = João descreve uma cena no céu: uma grande multidão de pessoas, provenientes de todas as nações, que foram salvas mediante a fé em Cristo. Estarão com Deus (v.15), livres de dor e tristeza (vv.16,17). Essa multidão, salva pelo `sangue do Cordeiro´, devem ser os santos da tribulação, pois João declara que `vieram de grande tribulação´ (v.14)” (Ibidem).

“Apocalipse 14.1 – O capítulo 14 começa descrevendo uma cena de 144.000 crentes proeminentes que aparecem no céu perto do Cordeiro.
Certamente representam os mais consagrados e fiéis do povo de Deus de todos os tempos que desfrutam de graça e posição especiais no céu. A cifra 144.000 não significa que o número deles é restrito a esse total. Qualquer crente pode passar a pertencer a esse grupo mediante a fé, o mor e o serviço devotado a Deus” (Ibidem).
“Os cento e quarenta e quatro mil de cada tribo dos filhos de Israel (7.4) simbolizam a Igreja toda no fim dos tempos; isto é deduzido de 7.3, pois os servos do nosso Deus na dispensação cristã só podem ser a Igreja. Outrossim, desde que as tribulações dos últimos dias são universais, toda a companhia do povo de Deus carece de sua proteção, não simplesmente uma seção dele (os judeus). Uma multidão – Ap 7.9 – A Igreja é vista triunfante no céu” (O Novo Comentário da Bíblia, Edições Vida Nova, 1990). 

“Apocalipse 7.4 = Como este é o número total dos servos de Deus (7.3), os justos (1.1; 2.,20; 22.6), o número e a designação étnica podem estar aqui em sentido figurado, referindo-se aos verdadeiros seguidores do Deus de Israel (seguidores de Jesus; cf. 2.9; 3.9; 21.1,14). Quer seja esse número empregado figuradamente ou literalmente, é bastante clara, entretanto, a alusão ao Antigo Testamento e à concepção judaica universal da restauração de Israel, retratada, como em geral ocorre, em termos da restauração do remanescente (sobreviventes) das doze tribos” (Comentários Bíblicos Atos – Novo Testamento, Craig S. Keener). 

“Se o número – 144.000 – for levado a sério, certamente ele está muito, mas muito mesmo, abaixo do número de crentes que estarão no céu. Até mesmo as dimensões físicas da Nova Jerusalém (Ap 21.16-17), para não dizer nada quanto ao restante do vasto universo criado por Deus, poderiam conter um número muito maior de pessoas do que 144.000. Apocalipse 7.9 declara que havia, além dos 144.000, `uma grande multidão... de todas as nações´ que eram também redimidos, o que indica não somente que os salvos não se limitam a esse número, mas que a passagem tem mais sentido se tomada de forma literal” (Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia – Norma Geisler e Thomas Howe). 

Ficamos com a posição, mais evidente na interpretação bíblica, de que os 144 mil não são um número “fechado” daqueles que se hão de salvar. Mas sim faz referência aos judeus, povo privilegiado por Deus, no qual se levantarão homens e mulheres que reconhecerão a Cristo como Senhor e Salvador, e precederão a conversão nacional de Israel que se dará ao final da Grande Tribulação.
Quais bases podemos utilizar para vermos que estes 144 mil se referem a israelitas? Vejamos:

E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus. E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil assinalados; da tribo de Gade, doze mil assinalados; Da tribo de Aser, doze mil assinalados; da tribo de Naftali, doze mil assinalados; da tribo de Manassés, doze mil assinalados; Da tribo de Simeão, doze mil assinalados; da tribo de Levi, doze mil assinalados; da tribo de Issacar, doze mil assinalados; Da tribo de Zebulom, doze mil assinalados; da tribo de José, doze mil assinalados; da tribo de Benjamim, doze mil assinalados. Apocalipse 7:1-8 (grifo nosso)

A própria Bíblia nos responde, como podemos ver. Estes 144 mil terão uma elevada posição, pois nos é esclarecido que estarão no Monte de Sião com o Cordeiro de Deus, e terão em suas testas o nome do Pai e do Filho.
Não devemos, de forma alguma, imaginar uma doutrina de predestinação que preveja um número certo, restrito e pequeno de salvos. Basta imaginarmos que Jesus tem os seus em todos os tempos, de todos os povos e nações.
Os 144 mil também anunciarão o Reino de Jesus e sua salvação durante a tribulação, principalmente para a casa de Israel.

A Proclamação das duas testemunhas 

Prosseguindo na revelação apocalíptica, o evangelho do Reino também será pregado por duas testemunhas de Jesus Cristo:

E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem. E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará. 

E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado. E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seus corpos mortos por três dias e meio, e não permitirão que os seus corpos mortos sejam postos em sepulcros. E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra. E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram. E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu. Apocalipse 11:3-13 (grifo nosso)

Quem são as duas testemunhas? A Bíblia não nos aclara. Mas podemos tirar algumas breves características destes que causarão grande agito no reino do anticristo:
1)      A Bíblia nos leva a crer que são, literalmente, duas pessoas. Não duas nações, ou dois povos. São dois profetas, que anunciarão o reino de Deus e irão desmascarar o reino do anticristo. Mas muitos teólogos defendem que se tratam de duas igrejas, ou duas nações.
2)      São chamados de duas oliveiras e dois castiçais. Faz alusão a Zacarias 4.2-3, em que as oliveiras tem por função manterem acesos os castiçais. As duas testemunhas avivarão a fé dos crentes da tribulação, e despertarão muitos outros quanto ao reinado do anticristo.

3)      Terão poder de Deus para realizar grandes sinais. Nos rememora o exemplo de Moisés e Elias, que operaram prodígios pelo poder de Deus para mostrar a soberania do altíssimo.
4)      Serão mortos pelo anticristo, mas voltarão a viver pelo Espírito de Vida dado por Deus.
5)      Causarão grande dano na sede (cidade) do reinado do anticristo, após voltarem a vida, com um grande terremoto.

Poderíamos aprofundar mais o tema, mas neste caso em especial, corremos o risco de criar situações fantasiosas na tentativa de esclarecer aquilo que a Bíblia deixou em oculto. Basta sabermos isto: O Senhor tem controle sobre todas as coisas, e seu reino continuará a ser pregado mesmo no reinado do anticristo.
A Proclamação dos anjos
Jesus ainda revela o anúncio de três anjos, um dos quais anuncia o Evangelho, outro que aclara o declínio do Reino do anticristo e o terceiro que anuncia a ira de Deus contra aqueles que se dobrarem ao anticristo:
E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição. E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. Apocalipse 14:6-10 (Grifo nosso)

O primeiro anjo anunciará o evangelho a todos. É mister que todos venham ao conhecimento da Palavra de Deus para que possam escolher entre servi-lo ou não. A palavra chegará a toda nação, e tribo, e língua, e povo. Anunciará o evangelho eterno, que é anunciado desde Abraão (Gl 3.8), poderoso para salvar todo aquele que lhe der crédito e segui-lo como conduta de vida.
O Segundo anjo anunciará o declínio do reino do anticristo, dizendo que caiu babilônia, que é o centro político do reino do anticristo. Tornará evidente a todos a soberania de Deus sobre os últimos eventos da humanidade, servindo de exortação para os que estiverem no erro e incentivo para os mártires.
O Terceiro anjo fará a severa repreensão para aqueles que se dobraram ao reino do anticristo: estes sofrerão a ira de Deus. A Amizade do mundo é inimizade contra Deus. Nos últimos eventos da humanidade, não haverá um terceiro caminho: ou escolherão a Cristo, ou sofrerão a ira de Deus.

Conclusão

Que possamos reavivar nossa fé, anunciando o Evangelho do Reino, e aguardando a volta de Jesus Cristo. Busquemos ter parte nas bodas do cordeiro!

A paz do Senhor a todos

Comentário: Joseph Bruno dos Santos Silva, professor da Escola Bíblica Dominical, Presbítero da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério do Belém –