5 de maio de 2022

EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS

 

EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS

 

 

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TEXTO ÁUREO

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna”. (Mt 5.37)

VERDADE PRÁTICA

Fazer um juramento ou uma promessa é algo muito sério. Por isso, o cristão deve cuidar para não prometer ou votar aquilo que não vai ter condições de cumprir.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 5.33-37

INTRODUÇÃO

Os juramentos sempre estiveram presentes na sociedade. Eles são o compromisso que a pessoa assume publicamente de que cumprirá realmente aquilo que prometeu. Nas Escrituras, os juramentos são de dois tipos: aqueles feitos por Deus e aqueles feitos pelos homens. Quando Jesus ensina que o nosso falar seja “Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.37), Ele condena o uso indiscriminado, leviano ou evasivo do juramento que prevalecia entre os judeus. Por isso, nesta lição, veremos como o Mestre ensinou que os homens deveriam ser transparentes e honestos em seu falar, para que os juramentos entre eles se tornassem desnecessários. Em seu Reino, a honestidade de seus membros elimina o uso dos juramentos (Tg 5.12).

COMENTÁRIO

A seção que vamos estudar trata dos juramentos, assim como, do cuidado no falar, no comprometer-se. Um juramento é uma declaração juramentada referente à veracidade do que se disse, ou de que a pessoa fará ou não fará certa coisa; frequentemente envolve um apelo a alguém superior, especialmente Deus. Note-se a recomendação enfática no versículo 34: de modo algum jureis, ensino replicado por Tiago, irmão do Senhor; “Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem” (Tg 5.12), enfatizando que as palavras de uma pessoa fornecem o vislumbre mais revelador de sua condição espiritual (Tg 1.26; 2.12; .3.2-11: 4.11). Como Jesus fez antes dele (Mt 5.33-36; 23.16-22), Tiago condenou a prática contemporânea dos judeus de fazer juramentos falsos, evasivos e enganosos por qualquer coisa que não fosse o nome do Senhor (que era o único considerado obrigatório). Em Tiago, ecoa o ensino de Jesus para que o crente faça uso sempre de palavras diretas, honestas e claras. Falar de outro modo é o mesmo que pedir o juízo de Deus.

Quando Jesus enfatiza esse assunto, ele não faz uma condenação universal dos juramentos em todas as circunstâncias. O próprio Deus confirmou uma promessa com um juramento (Hb 6.13-18; At 2.30). Cristo falou sob juramento (26.63-64). A lei prescrevia juramentos em determinadas circunstâncias (Nm 5.19,21; 30.2-3). O que Cristo está proibindo aqui é o uso leviano, profano ou despreocupado de juramentos no linguajar diário. Nessa cultura, tais juramentos eram frequentemente empregados para propósitos enganosos. Para fazer com que a vítima acreditasse que estavam dizendo a verdade, os judeus juravam por coisas como "céu", "terra", "Jerusalém" ou pela sua própria "cabeça" (veja os vs. 34-36), não por Deus, na esperança de evitar o castigo divino por sua mentira. Mas tudo fazia parte da criação de Deus, de modo que ele estava envolvido, o que produzia culpa diante do Senhor, exatamente como se o juramento tivesse sido feito em seu nome. Jesus sugeriu que todo nosso falar deveria ser como se estivéssemos sob um juramento de dizer a verdade (veja o v. 37).

Paulo assevera esse ensino do Senhor em Cl 4.6: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um” -  agradável é falar o que é espiritual, proveitoso, conveniente, delicado, resoluto, cortês, benévolo, confiável, amável e ponderado; temperada com sal, assim como o sal não só dá sabor, mas evita a deterioração, o discurso do cristão deve se constituir não apenas numa bênção para os outros, mas numa influência purificadora em meio à sociedade corrupta do mundo.

O Dr Sproul escreve: “Em muitas traduções do texto bíblico, os tradutores nos ajudaram dividindo as porções da Escritura em várias seções e colocando um subtítulo em cada uma delas. É importante ter em mente que esses cabeçalhos não fazem parte do texto original. O sub- título fornecido para esta passagem na tradução New King James é: “Jesus proíbe juramentos”. No entanto, esta é uma interpretação errada do que Cristo ensinou”. Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017 Editora Cultura Cristã. pag. 98.

Vamos em frente!

 

I- NÃO DEVEMOS JURAR NEM PELOS CÉUS NEM PELA TERRA

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1. A Lei do Juramento. De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe, a lei mosaica enfatizou a natureza obrigatória dos juramentos (Nm 30.2) e decretou o castigo para o perjurado, aquele que faz um juramento falso (Dt 19.16-19; 1Tm 1.10). O falso juramento de uma testemunha ou uma falsa afirmação com relação a uma promessa ou a alguma coisa encontrada, exigia uma oferta pelo pecado (Lv 5.1-6; 6.2-6). A lei enfatizou a seriedade dos juramentos (Êx 20.7; Lv 19.2; Zc 8.16,17) e proibiu o juramento por deuses falsos (Js 23.7; Jr 12.16; Am 8.14).

COMENTÁRIO

O povo judeu possuía uma formação muito rigorosa com respeito ao juramento. Isto vinha dos tempos de Moisés, quando instituía a Lei para os judeus citando por diversas vezes as restrições com respeito ao jurar usando o nome de Deus. É interessante verificar que esses cuidados eram de tal ordem que, em cada um dos livros do Pentateuco, exceto o Gênesis, onde ele funcionou apenas como escriba, isto é, em Êxodo 20.7, em Levítico 19.12, em Números 30.2 e em Deuteronômio, duas vezes, 5.11 e 23.23, ele faz menção ao juramento como algo que podia ser feito em nome de Deus, desde que fosse depois cumprido na íntegra.

Davi dá outro realce ao cuidado com o juramento quando em um de seus salmos, aquele que alude ao "verdadeiro cidadão dos céus", chega a mencionar que o perfil desse cidadão é de alguém que, "mesmo que jure com dano seu, não muda" (Sl 15.4b).

O Dr Sproul trata assim: “Em todo o Novo Testamento, vemos que os líderes espirituais faziam juramentos. O apóstolo Paulo, por exemplo, quando escreve aos romanos e de- clara o desejo ardente que seu coração tinha de ver a redenção de Israel, faz um juramento para se certificar de que as pessoas entendiam a sinceridade de sua afirmação. O próprio Senhor Jesus, quando foi julgado no final da vida, testemunhou perante as autoridades sob juramento. Assim, independentemente do modo como entendemos este texto, devemos fazê-lo à luz não somente do contexto imediato, mas também de todo o contexto da Escritura Sagrada. Não podemos tomar uma simples declaração de Jesus e chegar a uma conclusão sem considerar tudo o que ele ensina sobre o assunto”. Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pag. 99.

Nas Escrituras Hebraicas empregam-se duas palavras para denotar o que chamamos de juramento. Shevu‛áh significa “juramento ou declaração juramentada”. (Gênesis 24:8; Le 5:4) O aparentado verbo hebraico shavá‛, que significa “jurar”, deriva da mesma raiz que a palavra hebraica para “sete”. De modo que “jurar” originalmente significava “vir a estar sob a influência de 7 coisas”. (Theological Dictionary of the New Testament [Dicionário Teológico do Novo Testamento], editado por G. Friedrich; tradutor e editor: G. Bromiley, 1970, Vol. V, p. 459) Abraão e Abimeleque juraram sobre sete cordeiras ao fazerem o pacto junto ao poço de Berseba, que significa “Poço do Juramento; ou: Poço de Sete”. (Gên 21:27-32; veja também Gên 26:28-33.) Shevu‛áh refere-se a uma declaração juramentada por parte de alguém no sentido de que fará ou não fará certa coisa. A palavra em si não tem a conotação duma maldição a sobrevir àquele que jura, caso deixe de cumprir o juramento. Esta é a palavra usada para o juramento ou declaração juramentada feita a Abraão por Yehowah, que nunca deixa de cumprir sua palavra e sobre quem nunca poderia vir uma maldição. — Gên 26:3.

A outra palavra hebraica usada é ’aláh, que significa “juramento, maldição”. (Gên 24:41 n) Pode também ser traduzida por “juramento de obrigação”. (Gên 26:28) Um léxico hebraico e aramaico de Koehler e Baumgartner (p. 49) define o termo como “maldição (ameaça de calamidade em caso duma má ação), lançada sobre uma p[essoa] por ela mesma ou por outros”. Nos antigos tempos hebraicos, era considerado um assunto bem sério fazer um juramento. O juramento devia ser cumprido, mesmo em prejuízo de quem jurou. (Sal 15:4; Mt 5:33) A pessoa era considerada culpada perante Yehowah se fizesse irrefletidamente uma declaração juramentada. (Le 5:4) A violação dum juramento podia ter por consequência a mais severa punição da parte de Deus”. https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/07/estudo-biblico-juramento.html

 

2. O propósito da Lei do Juramento. O propósito do juramento antes era benéfico, tinha o objetivo de descobrir a verdade. Tratava-se de um apelo solene que o adorador fazia a Deus, tendo consciência de que Ele era o grande juiz onisciente e onipotente, dono de tudo, que esquadrinhava os corações de todos os homens (1Cr 28.9; Jr 17.10) e que revelava o íntimo de cada um, a verdade e a sinceridade presentes no espírito do homem. Os juramentos nas Escrituras são de dois tipos, aqueles feitos por Deus e aqueles feitos pelos homens.

COMENTÁRIO

Os mandamentos demandam que as pessoas cumpram seus votos.  Se você disser que algo é verdadeiro, então é melhor que seja, e se você disser que fará algo, então deve fazê-lo. Mas os fariseus e os escribas pensavam que se a lei diz, “Não jurem falsamente pelo meu nome”, então isso significa que eles podiam jurar falsamente conquanto não jurassem pelo nome de Deus! Assim, eles designavam um sistema elaborado indicando se um juramento era obrigatório ou não, dependendo da fórmula usada – especificamente, com base em quão próximo o voto estava associado com Deus ou o seu nome. Em outras palavras, eles tinham inventado tradições e regulamentos humanos nunca ensinados pela lei, mas antes impostos sobre ela, para evitar dizer a verdade e manter os seus votos.

Toda a fé cristã está enraizada e fundamentada no princípio bíblico da aliança, e as alianças não poderiam ser realizadas sem um elemento essencial: o juramento. Meredith Kline, um falecido estudioso do Antigo Testamento, juntamente com George Mendenhall, da Universidade de Michigan, analisaram a estrutura de alianças antigas de várias nações e descobriram que, em todas elas, havia juramentos. Eles eram feitos não apenas pelas partes subordinadas da aliança, mas também pelas partes superiores. Nossa fé repousa no fato de que 0 Senhor Deus onipotente, ao iniciar uma aliança com seu povo, fez um juramento para selá-la. Conforme o autor de Hebreus nos diz, “visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo” (Hb 6.13). Ele colocou sua própria pessoa em jogo para enfatizar a credibilidade das promessas que fez ao povo”. Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pag. 98-99.

 

3. Não jureis nem pelo Céu nem pela Terra. O estratagema dos escribas e fariseus quanto ao juramento pode ser notado quando eles diziam que qualquer voto que o adorador fiz esse usando o nome de Deus estaria vinculado àquele juramento, mas um voto feito sem que fosse pronunciado o nome de Deus era de menor valor, e nesse caso não precisava ser cumprido. Foi contra esse procedimento dissimulado e hipócrita que Jesus os confrontou (Mt 23.16-18). Essa tenuidade de classificações feitas pelos escribas e fariseus, entre os votos obrigatórios e não obrigatórios, não tinha qualquer base. Para Jesus, quem jurasse pelo céu teria de cumprir seu juramento, pois eles foram feitos por Deus (Gn 1.1), e a terra era o estrado dos seus pés (Is 66.1), e Jerusalém era a cidade do grande Deus (SI 48.3).

A conclusão é que qualquer juramento feito, usando alguns desses elementos, teria de ser cumprido, pois neles o nome de Deus estava envolvido. Um cristão verdadeiro e sincero, que tem o coração transformado pelo Evangelho, não precisa invocar qualquer elemento como céu e terra para afirmar que o que está dizendo é a verdade, posto que na essência a verdade está no íntimo do seu coração, no qual não há mentira, engodo ou engano (Sl 15.2; 24.4; Pv 8.7; Ml 2.6; Mq 6.8).

COMENTÁRIO

Jesus está se referindo a como os fariseus e os escribas faziam finas distinções entre como alguém faz um juramento, de forma que se um juramento fosse feito de certo modo, eles até mesmo diriam que “isto nada significa”. Mas se um juramento é um juramento, pode-se perguntar como ele alguma vez poderia significar nada. De qualquer modo, Jesus aponta que, devido a todas as suas finas distinções, o raciocínio teológico deles era pobre e não fazia nenhum sentido; isto é, mesmo as tradições pelas quais eles subvertiam a lei de Deus não eram inteligentes. Como os teólogos liberais de hoje, não é que os fariseus eram muito intelectuais a ponto de estabelecer o que era bom para eles, mas sim que suas mentes eram débeis demais para sequer dar uma escusa meio-decente para sua desobediência.

Contrário ao que muitas pessoas pensam, a Escritura nunca se opõe à precisão com minúcia quando diz respeito a entender a lei de Deus a fim de obedecê-la. Eles pensam que Jesus critica os fariseus por serem tão meticulosos sobre obedecer a lei que negligenciavam mostrar qualquer misericórdia, mas o exato oposto é a verdade – ele acusa os fariseus de serem muito meticulosos em desobedecer a lei. É a lei de Deus que nos ordena mostrar misericórdia em primeiro lugar. Como Miquéias diz: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Mq 6.8).

O pastor John Stott escreve: “Ele começa argumentando que a pergunta sobre a fórmula usada para se fazer votos é totalmente irrelevante e, particularmente, que a diferença feita pelos fariseus entre a fórmula que menciona Deus e aquelas que não o mencionam é inteiramente artificial. Contudo, por mais que vocês tentem, disse Jesus, não podem evitar alguma referência a Deus, pois o mundo todo é mundo de Deus e vocês não O podem eliminar, de modo algum. Se vocês jurarem pelo “céu”, é o trono de Deus; se pela “terra”, é o estrado dos seus pés; se por “Jerusalém”, é a sua cidade, cidade do grande Rei. Se vocês jurarem por sua cabeça, na verdade é sua no sentido de não pertencer a qualquer outra pessoa, mas ainda assim é criação de Deus e está sob o seu controle. Você não pode sequer mudar a cor natural de um simples fio de cabelo, preto na juventude e branco na velhice. Portanto, sendo irrelevante o enunciado preciso de uma fórmula para fazer votos, então a preocupação com as fórmulas não é ponto importante da lei. Na verdade, considerando que todo aquele que faz um voto deve cumpri-lo (seja qual for a fórmula usada para sua confirmação), falando estritamente todas as fórmulas são supérfluas, pois a fórmula nada acrescenta à solenidade do voto. Um voto é obrigatório, independentemente da fórmula utilizada. Sendo assim, a verdadeira implicação da lei é que devemos cumprir as nossas promessas e ser pessoas de palavra. Então os votos se tornam desnecessários. De modo algum jureis (v. 34), seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não (v. 37). Como diria mais tarde o apóstolo Tiago: “Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não.” E o que disto passar, Jesus acrescentou, vem do maligno, tanto da maldade dos nossos corações com o seu grande engano, como do maligno, que Jesus descreveu como “mentiroso e pai da mentira”. Assim como o divórcio é devido à dureza do coração humano, os juramentos se devem à falsidade humana. Ambos foram permitidos por lei; nenhum foi ordenado; nem seriam necessários”. STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 47.

 

II- NOSSAS PALAVRAS DEVEM SER “SIM” E “NÃO”

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1. Como deve ser o nosso falar. Tomar cuidado com o que se fala é valioso demais. Esta atitude declara que tipo de pessoa nós somos. Um cristão verdadeiro sempre procura falar com verdade e sabedoria. Com muita propriedade, o sábio rei Salomão falou que a morte e a vida estão no poder da língua (Pv 18.21). Jesus foi bem categórico quando afirma que pelas palavras alguém pode ser justificado ou condenado (Mt 12.37), o que nos impele a ter cuidado no nosso falar. Um cristão cheio das verdades divinas terá um falar verdadeiro e reagirá contra todo tipo de falsidade e mentira. Jesus exige honestidade o tempo todo, seja um homem sob juramento ou não. Não há padrão duplo para o cristão.

COMENTÁRIO

Devemos observar a ênfase principal da passagem, de forma que não apliquemos erroneamente o que Jesus está dizendo. Ele está denunciando primariamente aqueles que se permitem fazer juramentos vazios redefinindo e distorcendo a lei de Deus. Sua preocupação é que as pessoas digam a verdade e queiram dizer o que dizem (v. 37), de forma que o seu “Sim” signifique “Sim”, e o seu “Não” signifique “Não”. E se essa é a sua prática, então não deveria existir necessidade alguma de você jurar; outras pessoas seriam capazes de confiar no que você diz, mesmo quando não jura explicitamente em nome de Deus ou apela a ele como sua testemunha. Assim, sua ênfase é mais parecida com “Não jurem”, do que com “Vocês devem recusar jurar” ou “Eu proíbo que vocês jurem”.

O judeu passou a banalizar o juramento. Jurava por qualquer coisa, especialmente pelas mínimas, o que não lhe exigiria sacrifício algum em cumpri-las, fazendo-o apenas para mostrar-se como um cidadão respeitável e temente a Deus. Vem o Senhor Jesus e diz: Nada disto!

Nenhum compromisso terreno é digno de ser garantido pelos valores espirituais e eternos. O cristão tenha sua palavra garantida e dignificada por seu caráter e integridade. Ele não precisa de artifícios outros para demonstrar que, em seu viver, o seu falar é "sim, sim; não, não", sem a necessidade de juramentos, pois aquilo que ele fala ele cumpre!

Por fim, Jesus disse algo muito estranho: porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado (v. 37). Eu en- sino e prego incessantemente a doutrina bíblica da justificação somente pela fé. Isso significa que ninguém é justificado por aquilo que venha a fazer ou dizer. Mas aqui Jesus disse que nós seremos justificados ou condenados por nossas palavras. O que ele quis dizer?

Seria possível que ele estivesse falando sobre nossa profissão de fé nele? Paulo escreve: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com 0 coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação (Rm 10.9-10). É verdade que nós devemos professar nossa fé, mas ninguém jamais é justificado por uma profissão de fé. Qual- quer um pode dizer: “Eu creio em Jesus. ” Como vimos quando estudamos o sermão do monte, Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus” (Mt 7.21a). Ele deixou claro que é possível proferir palavras sem acreditar nelas.

Jesus não estava falando sobre a doutrina da justificação. Ele estava falando sobre a manifestação daquilo que está no coração. Quando estivermos diante de Deus no juízo final, ele reproduzirá gravações daquilo que saiu de nossa boca. Se, nesse registro, houver um fluxo contínuo de palavras vãs, elas nos condenarão. Por outro lado, se as palavras que saíram do tesouro de nosso coração revelarem nossa afeição por Cristo e nosso amor pelas coisas de Deus, nós seremos abençoados naquele dia”. Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pag. 345.

 

2. O sim e o não na vida de Paulo. Há situações em que empregamos nossa palavra e, por algum motivo, não conseguimos nos realizar o que dissemos ou planejamos. Em 2 Coríntios 1.12-24, há o relato de um episódio que ocorreu com o apóstolo Paulo. Ele fez planos de visitar os irmãos da Igreja de Corinto, porém, por diversas vezes, foi impedido e as coisas não saíram como havia planejado (2Co 1.6; Rm 1.10; 15.22; 1Ts 2.18). Por isso, seus acusadores se valeram da situação para fazer graves e sérias acusações contra Paulo, dizendo que ele não era confiável. Paulo refuta seus opositores dizendo que não era o tipo de pessoa que diria “sim” quando na realidade queria dizer “não”.

O apóstolo toma Deus como sua fiel testemunha e explica o motivo pelo qual não tinha ido logo fazer essa visita, que era para poupar os irmãos (2 Co 1.23). Deus, que conhecia o seu coração, disse o apóstolo, sabia do seu verdadeiro sentimento e da grande vontade de ir visitá-los, e declarou a todos que sua vida era de simplicidade e sinceridade, tanto diante da Igreja como do mundo (2 Co 1.12). Da mesma maneira que os coríntios podiam confiar que Deus manteria suas promessas, também podia confiar que Paulo, como representante de Deus, manteria as suas. Ele ainda os visitaria, mas em uma ocasião melhor.

COMENTÁRIO

Quando lemos 2 Coríntios 1.12-24, vemos Paulo enfrentando as muitas acusações de seus críticos contra o seu caráter e integridade (eles o tinham acusado de ser orgulhoso, egoísta, não confiável e inconsistente, desequilibrado mentalmente, incompetente, não sofisticado e um pregador incompetente) apelando à suprema corte humana — sua consciência. Paulo usava essa palavra com frequência, e ela pode ser traduzida também como "confiança arrogante". Usada do modo negativo, refere-se a uma ostentação injustificada de um a pessoa a respeito dos seus próprios méritos e realizações; porém , Paulo a usou de modo positivo para indicar confiança legítima no que Deus havia feito em sua vida (Jr 9.23-24; Rm 15.18; I C o 1.31; 15.9-10; 1Tm 1.12-17). O sistema de advertência da alma, o qual permite aos seres humanos contemplar seus motivos e ações e fazer avaliações morais a respeito do certo e do errado (Rm 2.14-15). Para funcionar conforme Deus a designou, a consciência deve ser informada com o m ais alto nível moral e espiritual, bem como com o melhor padrão, o que significa submetê-la ao Espírito Santo por meio da Palavra de Deus (Rm 12.1-2; 1Tm 1.19; 2Tm 2.15 ; Hb 9.14; 10.22). A consciência totalmente esclarecida de Paulo o eximia por completo (At 23.1; 24.16; 1Tm 1.5; 3.9; 2Tm 1.3). No entanto, em última análise, somente Deus pode julgar com precisão os motivos do ser humano (1Co 4.1-5). Matthew Henry comenta: “O apóstolo se defende da acusação de leviandade e inconstância por não ir a Corinto. Os homens bons devem ter o cuidado de manter a sua reputação de sinceridade e constância; eles não devem resolver, senão baseados na reflexão cuidadosa. E eles não mudarão, a menos que haja razões que o justifiquem.

Nada pode tornar as promessas de Deus mais certas; o fato de serem dadas por meio de Cristo nos assegura que são suas promessas. Assim como as maravilhas que Deus realizou na vida, na ressurreição e na ascensão de seu Filho confirmam a fé. O Espírito Santo firma os cristãos na fé do Evangelho. O despertar do Espírito é o começo da vida eterna; os consolos do Espírito são primícias do gozo eterno.

O apóstolo desejava poupar-se da culpa que temia ser inevitável, se tivesse ido a Corinto antes de saber que efeito a sua carta anterior havia produzido. Nossa força e habilidade se devem à fé; e o nosso consolo e gozo devem fluir da fé. Os temperamentos santos e os frutos da graça que ajudam a fé, asseguram contra o engano em um assunto tão importante”. HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Matthehw Henry. II Coríntios.  Editora CPAD. 4 Ed. 2004. pag. 2-3.

 

3. O que passar disso é uma procedência maligna. Como o caso que aconteceu em Corinto, em que Paulo conhece a importância da honestidade e da sinceridade nas palavras e ações, Deus quer que sejamos verdadeiros e transparentes em todos os nossos relacionamentos. Se não for assim, poderemos nos rebaixar, passando a divulgar rumores, fofocas e a ter segundas intenções, ou seja, daremos lugar a situações de procedência maligna.

COMENTÁRIO

O pastor Geremias Couto comentando as lições do 2º trimestre de 2001, escreve na lição 6: “III. A PALAVRA DO CRISTÃO

1. Quando é possível dizer sim. Com isto em mente, chegamos ao âmago do ensino de Cristo sobre a palavra do cristão (v.37). Aqui está implícita a ideia de firmeza em nossa comunicação pessoal, de maneira que a nossa palavra em si baste, sem qualquer juramento, para firmar os nossos compromissos.

Sem nos esquecermos, por outro lado, de ponderar as circunstâncias, as nossas limitações e a soberania de Deus sobre todas as coisas (ver Tg 4.13-15). Tal discernimento nos dará condições não só de saber a hora de dizer sim, mas a forma de (e quando) fazê-lo, para que sejamos capazes de cumprir com as nossas obrigações.

2. Quando é indispensável dizer não. Ter essa firmeza de decisão, por conseguinte, levar-nos-á a dizer não, com amor, sempre que for indispensável, mesmo que, para alguns, não seja uma atitude fácil. Por faltar ao sacerdote Eli a capacidade de dizer não aos pecados dos filhos, Israel sofreu um de seus mais retumbantes fracassos e perdeu a glória de Deus (cf. 1Sm 3.10-14; 4.1-22).

3. A procedência maligna da duplicidade. Mas, na verdade, a ideia que o v.37 deixa transparecer é que em nenhuma circunstância jamais devemos mentir, nem usarmos de duplicidade em nossas posições, mas assumir a responsabilidade de nossa palavra no tocante a todas as áreas de nossa vida.

A chamada posição de neutralidade — nem contra, nem a favor — sempre foi condenada pelas Escrituras (“é de procedência maligna”), pois revela muitas vezes ausência de caráter, falta de compromisso e mero oportunismo (cf. Ap 3.16). Temos de assumir nossos erros e acertos e encará-los de frente com a responsabilidade de quem tem, sobretudo, compromisso com a verdade diante de Deus. Em questões de fé, por exemplo, não há meio-termo: ou estamos do lado da verdade ou contra ela.LIÇÕES BÍBLICAS CPAD JOVENS E ADULTOS. 2º Trimestre de 2001. Título: Sermão do Monte — A transparência da vida cristã. Comentarista: Geremias do Couto. Lição 6: A palavra do cristão, Data: 6 de maio de 2001.

Matthew HENRY escreve: “Que, portanto, em todas as nossas comunicações, devemos nos contentar com “sim, sim, não, não” (v. 37). Nas conversas normais, se afirmamos alguma coisa, devemos somente dizer: “Sim”, é assim; e, se for necessário, para evidenciar a nossa certeza de alguma coisa, podemos nos manifestar dizendo: “Sim, sim”, realmente é assim. “Na verdade, na verdade” era o “sim, sim” do nosso Salvador. D a mesma forma, para negar uma coisa, é suficiente dizer: “Não”, ou, se for necessário, repetir a negação e dizer: “Não, não”; e se a nossa fidelidade for conhecida, que isto seja suficiente para termos crédito; e se ela for questionada, reforçar o que dizemos com juramentos não será nada além de torná-lo mais duvidoso. Aquele que é capaz de engolir um juramento profano, não conseguirá discernir uma mentira. E uma pena que isto que Cristo coloca na boca de todos os seus discípulos precise se r fortalecido, segundo alguns, por outras maneiras, quando (como diz o Dr. Hammond) qualquer coisa além de sim e não nos é proibido, e não somos orientados a fazer uso de outras palavras”. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 57.

 

III- HONESTIDADE COM NOSSAS PALAVRAS

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1. A palavra honestidade. Honestidade é uma virtude de alguém que é correto, sincero. Do hebraico, tem os o adjetivo yashar, “reto, honesto, correto, direito, plano, certo, justo”. Jó foi descrito como um homem honesto (Jó 1.8). Em Atos, temos a descrição de Cornélio como um homem reto, honesto (At 10.22). Aquele que tem um viver reto, honesto, jamais permitirá que saiam de sua boca palavras falsas, mentirosas, enganadoras.

COMENTÁRIO

Jesus criticou aqueles que juram irresponsavelmente. Ele disse: “Seja o vosso falar ‘sim, sim; não, não’. O que passar disso é de procedência maligna” (Mt 5.37). Mentir passou a ser uma prática tão costumeiramente usada, que pouca gente ainda se indigna com o uso de informações falsas. Líderes mentem, para explorar seus liderados. Pais mentem, porque não sabem educar corretamente seus filhos. Esposos mentes, porque temem expressar sentimentos reais. Pastores mentem, porque não mais acreditam nos princípios da Bíblia. Tudo isso, diz Jesus, é de procedência maligna. A verdade é Jesus Cristo. Somos cristãos, porque nos encontramos com a verdade e nos entregamos para uma vida de testemunho daquilo que Ele faz pelos que O aceitam. Dar bom testemunho é viver uma vida coerente. Aquilo que falamos deve ser coerente com aquilo que vivemos. E isto somente conseguimos quando nos submetemos ao Espírito do Senhor, eu habita em nós. O mundo odeia a verdade, mas Cristo odeia a mentira. Ainda que tentemos, nunca poderemos servir a dois senhores – porque ambos os senhores exigem submissão total. Paulo, sabendo disso, fez sua escolha – por isso, ele se apresenta como “Paulo, servo de Jesus Cristo”. ‘Sim, sim; não, não’ – isto é de procedência benigna.

O Dicionário Bíblico Wycliffe  (CPAD) define a palavra HONESTIDADE com três termos gregos: “Gr. kalos, aquilo que é excelente e, neste sentido, bom. Devemos nos esforçar para fazer o bem, agindo honestamente à vista dos homens (Rm 12.17), e de Deus e dos homens (2Co 8.21), cuidando para que a nossa conduta (ou modo de falar) seja excelente diante dos não-salvos (1Pe 2.12).

Gr. semnos, ‘Venerável ou provado pelo tempo”, “reverente”. Paulo exorta o cristão a ter a mente repleta com tudo que é puro e que tem “a reverência da idade (ou com o que é “honesto”, Fp 4.8), e viver uma vida pacifica com “toda piedade e honestidade [ou respeito]’’ (1Tm 2.2).

Gr. euschemonos, “decente”, “decoroso”. O cristão deve sempre agir de modo decoroso, assim como faria à luz do dia (Rm 13.13), e o que ele fizer deve ser decente e decoroso à vista dos não-salvos (1Ts 4.12)”. PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 936.

 

2. É possível ser honesto com nossas palavras neste mundo? Na vida daquele que o Evangelho já entrou, houve transformação plena, pois o mesmo busca não apenas curar os sintomas da doença do pecado, mas também prevenir. Não há como negar, que nesse mundo, muitos já adotaram a mentira como um hábito. É normal para aquele que não vive as bem-aventuranças de Cristo dizer uma mentira, com a desculpa de mentir para apoiar uma causa nobre. Quem sustenta isso está comprometendo o caráter humano e um valor importante, que é o respeito pela verdade. O verdadeiro discípulo de Cristo, que faz parte do seu Reino, é honesto em suas palavras, íntegro no seu caráter, e jamais usa de meias-verdades, através das quais grandes mentiras têm sido ditas, sendo influenciados pelo pai da mentira, o Diabo. Jesus é a verdade em essência (Jo 14.6), e os que vivem nEle são honestos em tudo, e seu falar é sim, sim; não, não.

COMENTÁRIO

Já é mau o suficiente quando uma pessoa deve jurar para que se creia nela; é ainda pior quando uma pessoa jura para enganar, ou jura usando um método ou uma fórmula que pensa tornar o juramento não obrigatório. Essa pessoa é uma mentirosa, quer jure ou não, mas Jesus ensina que devemos falar a verdade e cumprir as nossas promessas, quer juremos ou não. A Escritura diz que para “todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre” (Apocalipse 21:8). Tiago escreve: “Seja o sim de vocês, sim, e o não, não, para que não caiam em condenação” (Tiago 5:12). Deus toma a verdade muito mais seriamente que a maioria das pessoas pensam. O ensino de Jesus nesta passagem é igualmente verdadeiro e aplicável hoje, e os líderes de igreja deveriam ensiná-lo com maior frequência e convicção. Mesmo ateístas dizem loquazmente: “Juro por Deus”. Isso é abusar do nome de Deus, e se Deus não salvá-los soberanamente, eles serão lançados no inferno por causa disso. Mas até mesmo cristãos professos frequentemente abusam do nome de Deus – eles usam-no em piadas, para amaldiçoar e para mentir. Sem dúvida, muitos desses são falsos conversos, visto que os cristãos verdadeiros ficam aterrorizados com tamanho abuso do nome de Deus. Os ministros deveriam advertir, repreender, e se necessário, excomungar aqueles que cometem esse pecado extremamente sério. O Salmista no Sl 15.2-5 enfatiza as qualidades de vida e de lábios. Um adorador vive (anda) com integridade. De acordo com a teologia hebraica, o andar do homem santo era obedecer à lei de Moisés. Ver sobre o estatuto eterno em Êx 29.42; 31.16; Lv 3.17; 16.29.

 

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3. Dando testemunho. Uma pessoa honesta revela dignidade de caráter, é honrada, digna, e procede rigorosamente dentro da regra. Salomão disse que tortuoso é o caminho do homem cheio de culpa, mas reto o proceder do homem honesto (Pv 21.8). O verdadeiro cristão procura ser honesto no que fala, mantendo-se longe da falsidade e da mentira, conservando a verdade no coração e na conduta, pois esse é o seu objetivo maior (3Jo 4). Você é conhecido por ser uma pessoa de palavra? Se dissermos a verdade durante todo o tempo, vamos nos sentir menos pressionados a apoiar nossa palavra em juramentos ou promessas.

COMENTÁRIO

O comentarista da lição, Pr Osiel Gomes, discorre assim em seu livro de apoio: “No momento em que o cristão aceita a Cristo, é chamado não apenas para ter a verdade na mente e no coração, mas também para praticá-la (Jo 3.21), no demais, ele não pode mais mentir, pois seu pai não é o Diabo, o qual é o pai da mentira (Jo 8.44). Devemos, portanto, ser honestos em nossas palavras em todos os sentidos, pois como comunidade de Cristo não podemos ser obstáculos para a vida de ninguém. Lembre-se de que pela Bíblia a maledicência é nivelada aos pecados de adultério e roubo, quem a pratica estará fora do seu Reino (1Co 6.10; Cl 3.8). Os que vivem na presença de Deus sabem que precisam andar em santidade, verdade, que dos seus lábios não podem sair palavras destruidoras, porque dessa forma estariam entristecendo o Espírito Santo de Deus (Ef 4.30). Podemos ser exemplos neste mundo onde a honestidade já está quase em extinção. Para tal precisamos proceder como nosso modelo de vida maior, isto é, Cristo, do qual Pedro diz que em sua boca nunca se achou engano (1Pe 2.22)”. Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 121.

O pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes, escreve em seu comentário de 1º, 2º e 3º João: ““Não tenho maior alegria do que está, a de ouvir que meus filhos andam na verdade.” A maior alegria de João não era financeira, mas espiritual. Sua recompensa não era monetária. Ele não andava atrás do dinheiro dos crentes, mas se alegrava em vê-los andando na verdade. Os crentes não eram fontes potenciais de lucro, mas filhos espirituais a quem devotava a sua vida. A maior alegria de João não era ver seus filhos sendo ricos, mas vê-los andando na verdade. Como diz John Stott: “João não considerava as questões teológicas como trivialidades sem importância”. Prosperidade sem fidelidade à verdade é motivo de tristeza, e não de alegria. Simon Kistemaker está correto quando diz que João fala de “filhos” não no sentido físico de descendência, mas no sentido de nascimento espiritual. De maneira semelhante, Paulo escreve aos crentes de Corinto e diz: “Pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus” (ICo 4.15)”. LOPES. Hernandes Dias. 1, 2, 3 JOÃO Como ter garantia da salvação. Editora Hagnos. pag. 254.

 

CONCLUSÃO

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Devemos viver neste mundo como verdadeiros seguidores de Cristo, sendo honestos em tudo, em especial em nossas palavras, sem recorrermos a juramentos hipócritas, profanos e desnecessários, que buscam fundamentar as conversas do dia a dia. Antes, procuremos ser simples e objetivos dizendo sim, sim; não, não.

COMENTÁRIO

Nesta parte do Sermão do Monte, Jesus não está condenando a nossa obrigação de manter a palavra dada. O que Ele condena explicitamente é a forma abusiva com que os judeus utilizavam os juramentos para dar valor às suas palavras. Jesus não ensina “coisas novas”, mas parte de princípios que os judeus conheciam muito bem. Não era novidade o problema que Ele levantou. Observe: Números 30.2 diz: “Quando um homem fizer voto ao Senhor ou fizer juramento, ligando a sua alma com a obrigação, não violará a sua palavra. Segundo tudo o que saiu da sua boca, fará”. Não era uma regra, e sim uma exceção permitida por Deus como uma forma de proteção contra a desonestidade oriunda da natureza pecaminosa do homem. O homem deveria empenhar-se ao máximo para fazer valer a sua palavra e cumpri-la. Deus abomina o falso juramento em seu nome (Lv 19.12). Qualquer pessoa que jura, jura por uma terceira pessoa (“pelo céu, pela terra”), e nunca por si próprio. Apenas Deus jurou por si próprio, mas deixou claro que fez isso por ser soberano e não haver outro maior que Ele. Outro ato que Deus condenava era o tomar o nome dEle em vão. Isso poderia ser feito em juramentos rotineiros, e o Senhor deixou bem claro que quem pratica tal coisa não será tido por inocente (Ex 20.7). É evidente que a boca pode pronunciar o que, na verdade, não pretende cumprir. Deus adverte, em Jesus, que Ele se agrada de compromissos assumidos e cumpridos. Os cidadãos do Reino de Deus não podem ter meias palavras. A finalidade desse mandamento é demonstrar que a palavra do cristão deve ser a mesma em qualquer lugar e circunstância. Basta ao que segue a Cristo uma afirmação ou uma negação, e não juramentos.

Assim, contrariando os fariseus, o Senhor Jesus expôs a correta interpretação da lei mosaica quanto aos juramentos para demonstrar que a essência da vida cristã não está nas formalidades de alianças que nem sempre refletem a verdade do coração. Para o Mestre, conta a inteireza de alma que, sem dúvida, resulta em considerar a palavra sincera do cristão uma arma poderosa para o testemunho da fé.

 

Espero ter ajudado...

Em Cristo,

Francisco Barbosa

 

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REVISANDO O CONTEÚDO

1- Quais são os dois tipos de juramentos citados na lição?

® Os juramentos nas Escrituras são de dois tipos, aqueles feitos por Deus e aqueles feitos pelos homens.

2- No Reino de Cristo, o que elimina a necessidade de juramentos?

® Um cristão verdadeiro e sincero que tem o coração transformado pelo Evangelho não precisa invocar qualquer elemento como céu e terra para afirmar que o que está dizendo é a verdade, posto que na essência a verdade está no íntimo do seu coração, no qual não há mentira, engodo ou engano.

3- De acordo com Provérbios 18.21, o que está no poder da língua?

® Com muita propriedade, o sábio rei Salomão falou que a morte e a vida estão no poder da língua (Pv 18.21).

4- O que é honestidade?

® Honestidade fala de alguém que é correto, que tem seriedade, do hebraico temos o adjetivo yashar, “reto, honesto, correto, direito, plano, certo, justo”.

5- Como devemos viver neste mundo?

® Devemos viver neste mundo como verdadeiros seguidores de Cristo, sendo honestos em tudo, em especial em nossas palavras, sem recorrermos a juramentos hipócritas, profanos e desnecessários, que buscam condimentar as