9 de abril de 2024

A Escolha entre a Porta Estreita e a Porta Larga

 

A Escolha entre a Porta Estreita e a Porta Larga

TEXTO ÁUREO

 

“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.” (Lc 13.24)

Comentário do Texto Áureo

Esforçai-vos. Isso significa uma grande luta contra o conflito. Cristo não estava sugerindo que qualquer pessoa pudesse merecer o céu ao se esforçar por ele. Não importava o quão rigorosamente trabalhassem, os pecadores nunca poderiam salvar a si mesmos.                 

A salvação é apenas pela graça, não pelas obras (Ef 2.8-9).

 Mas entrar pelo portão estreito é difícil por causa do seu custo em termos de orgulho humano, do amor natural do pecador pelo pecado e da oposição do mundo e de Satanás à verdade (Lc 16.16; Mt 11.12).

Muitos procurarão entrar. Isto é, no julgamento, quando muitos protestarão dizendo que merecem entrar no céu (cf. Mt 7.25-23).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A porta estreita não é uma opção, mas a única alternativa disponível para o crente entrar no céu.

Comentário da Verdade Prática

 

O quadro geral é claro: existem duas portas, dois caminhos, duas multidões e dois destinos. A “porta estreita” é claramente restritiva e não permite a entrada daquilo que Jesus proíbe. Enquanto a “porta larga” parece mais convidativa, com um caminho amplo que acomoda uma multidão e toda a sua bagagem. No entanto, o outro caminho é estreito, pois aponta para a perseguição e oposição àqueles que trilham por ele (leia Mt 5.10-12; At 14.22).

 

A salvação é apenas pela graça, mas não é fácil. Ela exige conhecimento da verdade, arrependimento, submissão a Cristo como Senhor e disposição de obedecer apenas à vontade de Deus e à sua Palavra.

 

 

LEITURA BÍBLIA = Mateus 7.13,14; 3.1-10

 

13. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;

 

Essa seção final do Sermão do Monte é uma aplicação geral do evangelho.

 

Estão presentes aqui duas portas, dois caminhos, dois destinos e dois grupos de pessoas (vs. 13-14), dois tipos de árvores e dois tipos de frutos (vs. 17-20), dois grupos de julgamentos (vs. 21-23) e dois tipos de construtores, construindo sobre dois tipos de fundamentos (vs. 24-28).

 

Cristo está traçando a linha do modo mais claro possível entre o caminho que leva à destruição e o caminho que leva à vida. Tanto a porta estreita quanto a larga são tidas como dando entrada ao reino de Deus. Dois caminhos são oferecidos às pessoas.

 

A porta estreita é pela fé, somente por meio de Cristo, apertada e exigente. Ela representa a verdadeira salvação, da maneira de Deus, que leva à vida eterna. A porta larga inclui todas as religiões de obras e de justiça própria, sem um caminho único (cf. At 4.12), mas que leva ao inferno, não ao céu.

 

14. E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

 

E apertado [é] o caminho. Cristo enfatiza continuamente a dificuldade de segui-lo (Mt 10.38; 16.24-25; Jo 15.18-19; 16.1-3; cf. At 14.22).

 

A salvação é apenas pela graça, mas não é fácil. Ela exige conhecimento da verdade, arrependimento, submissão a Cristo como Senhor e disposição de obedecer apenas à vontade de Deus e à sua Palavra..

 

Mateus 3

 

1. E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia

 

João Batista. Cf. Mc 1.2-14; Lc 1.5-25,57-80; 3.3-20; jo 1.6-8,19-39.

 

Deserto da judeia. A região no lado oeste do mar Morto — um deserto totalmente estéril. A seita judaica dos essênios tinha comunidades importantes nessa região. Mas não há evidências bíblicas que sugiram que João fosse, de algum modo, ligado a essa seita. João parece ter pregado próximo do extremo norte dessa região, perto do local onde o rio Jordão deságua no mar Morto (v. 6). Ficava a um dia de caminhada de Jerusalém e parece ser um local estranho para anunciar a chegada de um Rei. Mas está plenamente de acordo com a maneira como Deus age (1Co 1.26-29).

 

2. e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.

 

Arrependei-vos. Não se trata de uma mudança mental puramente acadêmica, não apenas um pesar ou remorso. João Batista falava de arrependimento como um afastamento radical do pecado, o que inevitavelmente se tornaria manifesto nos frutos de arrependimento (v. 8). O primeiro sermão de Jesus começou com o mesmo imperativo (4.17).

 

Veja 2Co 7.8-11, onde é apresentada uma discussão sobre a natureza do arrependimento. está próximo. Num sentido, o reino é uma realidade presente, mas, no seu sentido mais pleno, aguarda um cumprimento ainda futuro.

 

O reino dos céus. Essa é uma expressão exclusiva do Evangelho de Mateus. O evangelista usa a palavra "céus" como um eufemismo para o nome de Deus de modo a adaptar-se à sensibilidade de seus leitores judeus (cf. 23.22).

 

No restante da Escritura, o reino é chamado de "reino de Deus". As duas expressões aludem à esfera do domínio de Deus sobre aqueles que lhe pertencem. O reino é agora manifestado por meio do governo espiritual do céu sobre o coração dos crentes (Lc 17.21) e um dia será estabelecido num reino terreno literal (Ap 20.4-6)

 

3. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

 

Referido por intermédio do profeta Isaías. A missão de João fora descrita muito tempo antes, em Is 40.3-5. Todos os quatro Evangelhos citam essa passagem como uma profecia que aponta para João Batista (Lc 3.6).

4. E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.

 

Usava João vestes de pelos de camelo e um cinto de couro. Roupas práticas e duradouras, mas longe de serem confortáveis ou comuns entre o povo. João evoca a imagem de Elias (2Rs 1.8) e os israelitas esperavam Elias antes do Dia do Senhor (Ml 4.5).

 

Gafanhotos. Era um alimento permitido pela lei (Lv 11.22).

 

5. Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão,

 

Jerusalém – o povo de Jerusalém.

 

Toda a Judéia – Muitas pessoas da Judéia. Isso não significa que literalmente todas as pessoas foram, mas que grandes multidões foram. Foi geral. Jerusalém estava na parte do país chamada Judéia. A Judéia estava situada no lado oeste do Jordão. Veja as notas em Mateus 2:22.

 

Província adjacente ao Jordão – no lado leste e oeste do rio. Perto da Jordânia.

 

6. e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.

 

Batizados. A simbologia do batismo de João provavelmente tinha suas raízes nos rituais de purificação do AT (cf. Lv 15.13). O batismo já era administrado havia muito aos gentios prosélitos que iam para o judaísmo.

 

Assim, o batismo de João simbolizava o arrependimento de maneira dramática e poderosa. Os judeus que aceitavam o batismo de João admitiam que estavam agindo como gentios e precisavam tornar-se povo de Deus de maneira genuína, interiormente (uma decisão surpreendente, dado que odiavam os gentios). O povo estava se arrependendo em antecipação à chegada do Messias. O significado do batismo de João difere até certo grau do batismo cristão (cf. At 18.25).

 

De fato, o batismo cristão alterou a importância do ritual, simbolizando a identificação do crente com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-5; Cl 2.12).

7. E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?

 

Fariseus e saduceus. Veja 3.1. Os fariseus eram uma seita pequena (c. 6.000 membros) e legalista dos judeus, conhecida pelo rígido apego de seus membros aos pormenores cerimoniais da lei. Seu nome significa "os separados". A interação de Jesus com os fariseus normalmente era como adversários. Ele os repreendeu por usar a tradição humana para anular a Escritura (15.3-9) e especialmente pela total hipocrisia (15.7-8; 22.18; 23.13,23,25,29; Lc 12.1).

 

Os saduceus eram conhecidos pela sua negação das coisas sobrenaturais. Eles não criam na ressurreição dos mortos (22.23) e nem na existência dos anjos (At 23.8). Ao contrário dos fariseus, rejeitavam a tradição humana e zombavam do legalismo. Aceitavam apenas o Pentateuco com possuidor de autoridade.

 

Tendiam a ser membros ricos e aristocratas da tribo sacerdotal e, nos dias de Herodes, sua seita controlava o templo (veja nota em 2.4), embora fossem em menor número que os fariseus.

 

Os fariseus e os saduceus tinham pouco em comum. Os fariseus eram ritualistas; os saduceus eram racionalistas. Os fariseus eram legalistas; os saduceus eram liberais. Os fariseus eram separatistas; os saduceus faziam concessões e eram oportunistas. Ainda assim, eles se uniram em oposição a Cristo (22.15-16,23,34-35).

 

João referiu-se a eles publicamente como raça de víboras, ira vindoura.

 

Veja nota em Lc 3.7. A pregação de João ecoava o tema familiar do AT da prometida ira no Dia do Senhor (p. ex., Ez 7.19; Sf 1.18).

 

Essa deve ter sido uma repreensão particularmente ofensiva para os líderes judaicos, os quais imaginavam que a ira divina estava reservada apenas para os não judeus.

 

8. Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento

 

Frutos dignos de arrependimento. O arrependimento em si não é uma obra, mas as obras são seu fruto inevitável. Na Escritura, arrependimento e fé estão ligados de maneira inseparável. Arrependimento significa afastar-se do pecado, e fé significa voltar-se para Deus (cf. 1Ts 1.9).

 

São como lados opostos da mesma moeda. E por isso que ambos estão ligados à conversão (Mc 1.15; At 3.19; 20.21).

 

Perceba que as obras que João exigia ver eram "frutos" de arrependimento. Mas o arrependimento em si não é uma "obra", do mesmo modo como a fé também não é (2Tm 2.25).

 

9. e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.

 

Temos por pai a Abraão. Veja Jo 8.39-44. Eles acreditavam que o simples fato de serem descendentes de Abraão, membros da raça escolhida de Deus, dava-lhes segurança em termos espirituais. Mas os verdadeiros descendentes de Abraão são aqueles compartilham de sua fé (cf. Rm 4.16). "Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão" (Cl 3.7,29).

 

10. E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.

 

Já está posto o machado à raiz. A punição irreversível era iminente (veja nota em 11.3).

 

INTRODUÇÃO

 

À semelhança dos escribas e fariseus, muitas pessoas têm a tendência de crer na salvação pelas obras, na ideia de que o homem pode escolher ser salvo. No entanto, não é isto que Jesus está dizendo! Ele está falando sobre nossa peregrinação. O quadro geral é claro: existem duas portas, dois caminhos, duas multidões e dois destinos.

 

Não quer dizer que basta entrar pela “porta estreita” para ser salvo. Na verdade, esse texto nos ajuda a discernir se realmente somos cristãos, qual caminho estamos trilhando e para onde ele nos levará.

A “porta estreita” representa todos os ensinamentos de Jesus desde o início do Sermão do Monte até este ponto; enquanto a “porta larga” simboliza os ensinamentos dos falsos profetas que promovem o caminho amplo. Aqueles que seguem o caminho largo estão caminhando para a perdição.

 

Quando Jesus diz “entrai pela porta estreita”, Ele está chamando Seus discípulos a praticarem todos os ensinamentos do Sermão do Monte: as bem-aventuranças, serem sal e luz, obedecer aos mandamentos, amar os inimigos, praticar as disciplinas espirituais, ajuntar tesouros no céu, buscar o Reino de Deus e Sua justiça, não julgar, orar de maneira eficaz e ficar atento à regra de ouro. Tudo isso significa entrar pela porta estreita e trilhar o caminho estreito de obediência a Cristo Jesus, o nosso Senhor.

 

I. PORTAS E CAMINHOS

 

1. A porta estreita. O fato de que esta é uma porta estreita exige arrependimento. Ela exige que você deixe o seu passado para trás. Requer deixar para trás o amor ao pecado, o amor pelo mundo, o amor a si mesmo. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.” Não há como atravessar essa porta estreita, a não ser que você se dispa, que você arranque toda autossuficiência, toda autojustificação, e você se humilha, e você vem como uma criancinha ao Reino dos Céus. E é uma porta estreita pela qual só se passa um por vez. Você não pode vir em grupo. Você terá que se desligar do grupo, precisará se desfazer do bando, terá que se desligar até mesmo de sua família, e vir, um de cada vez, para o Senhor Jesus Cristo.

 

2. O caminho apertado. Jesus diz que a porta estreita leva a um caminho "difícil", um que nos levará a dificuldades e decisões difíceis.

 

Seguir a Cristo requer que crucifiquemos a nossa carne (Gl 2.20; 5.24; Rm 6.2), vivendo pela fé (Rm 1.17; 2Co 5.7; Hb 10.38), suportando provações com paciência cristã (Tg 1.2–3, 12; 1Pe 1.6) e vivendo um estilo de vida separado do mundo (Tg 1.27; Rm 12.1–2).

 

Quando nos deparamos com a escolha entre um caminho estreito e esburacado e uma estrada larga e pavimentada, a maioria de nós escolhe a estrada mais fácil. A natureza humana gravita em direção ao conforto e ao prazer.

Quando confrontados com a realidade de negarmos a nós mesmos para seguirmos a Jesus, a maioria das pessoas se afasta (Jo 6.66).

 

Jesus nunca tentou esconder a verdade, e a verdade é que poucas pessoas estão dispostas a pagar o preço para segui-lo.

 

3. Porta larga e caminho espaçoso. Deus oferece salvação a todos que a aceitam (Jo 1.12; 3.16-18; Rm 10.9; 1Jo 2.2) — mas apenas nos termos dEle. Nós devemos seguir o caminho que Ele providenciou. Não podemos criar nossos próprios caminhos ou nos aproximar de um Deus santo com base em nossos próprios esforços. Comparados à Sua justiça, somos todos imundos (Is 64.6; Rm 3.10).

 

Deus não pode simplesmente desculpar ou ignorar nosso pecado. Ele é misericordioso, mas também é justo. A justiça exige que o pecado seja pago. Com grande custo para Si mesmo, Ele pagou esse preço (Is 53.5; 1Jo 3.1, 16; Sl 51.7).

 

Sem o sangue de Jesus cobrindo o nosso pecado, somos culpados diante do Deus que rejeitamos (Rm 1.20).

 

O caminho para Deus estava completamente fechado, e o pecado era o obstáculo (Rm 5.12). Ninguém merece uma segunda chance. Todos nós merecemos permanecer no "caminho espaçoso que conduz à perdição". Mas Deus nos amou o suficiente para fornecer o caminho para a vida eterna (Rm 5.6–8).

 

No entanto, Ele também sabe que em nosso mundo egocêntrico e saturado pelo pecado, não há muitos que O desejem o suficiente para se aproximarem dEle nos Seus termos (Jo 6.44, 65; Rm 3.11; Jr 29.13).

 

Satanás pavimentou a estrada para o inferno com tentações carnais, atrações mundanas e falta de comprometimento moral. A maioria das pessoas permite que suas paixões e desejos ditem o curso de suas vidas. Elas escolhem um prazer terreno e temporário acima do sacrifício necessário para seguir a Jesus (Mc 8.34; Lc 9.23; Mt 10.37).

 

O portão estreito é ignorado. A maioria das pessoas prefere criar suas próprias religiões e projetar seus próprios deuses.

Assim, foi com tristeza, não discriminação, que Jesus declarou que o caminho para a vida eterna é "estreito, e poucos o encontram".

 

II. POR QUE ENTRAR PELA PORTA ESTREITA É DIFÍCIL

 

1. Uma porta aberta, porém, difícil. A porta para a entrada na pátria celestial está aberta. Porém, há muitos impedimentos para que a alma humana a atravesse: o egoísmo, o ego inflado, a idolatria, dentre outros. Contudo, nosso Senhor ensinou que para tomar o caminho do céu é preciso negar a si mesmo, deixar morrer o que somos para viver a vida com Ele a fim de que resulte uma glória progressiva e indizível (Mt 16.24; Rm 6.6; Gl 5.24).

 

Literalmente, Jesus toma pela primeira vez a palavra “cruz” em Mt 10.38 para os seus discípulos. Para eles, isso teria evocado a visão de uma morte violenta e degradante. Ele estava exigindo deles total compromisso — até o ponto da morte física — e fazendo desse chamado à plena rendição uma parte da mensagem que eles deveriam proclamar aos outros.

 

Esse mesmo chamado de devoção a Cristo que envolve vida ou morte é repetido em Mt 16.24; Mc 8.34; Lc 9.23; 14.27.

 

Para aqueles que vão a Cristo com uma fé em que há a renúncia de si mesmo haverá vida eterna e verdadeira: “Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.” (Mt 10.39).

 

2. As oportunidades da porta larga são atraentes. Só há dois tipos de pessoas: aquelas que entram pela porta larga e andam pelo caminho espaço e aquelas que entram pela porta estreita e andam pelo caminho apertado. Só há dois tipos de destino: a perdição e a vida.

 

É impossível que alguém entre pela porta larga e trefegue pelo caminho espaçoso e encontre a vida. De igual modo, é impossível que alguém entre pela porta estreita e ande pelo caminho apertado e se perca eternamente.

 

Este é o caminho da queda, da maldade, das facilidades, dos atalhos, das vantagens imediatas, que está identificado muito mais com a nossa natureza caída, com o velho homem, com nossa inclinação para o mal, do que com a nova criatura, o novo homem, habitado pelo Espírito Santo. 

Esse é o caminho da vala comum, do curso deste mundo, por isso escolhido pela maioria.  Esse caminho é espaçoso porque tem espaço para a vida autocentrada, egoística, avarenta, para a vasão dos instintos e impulsos primários, para a manifestação de todo tipo de carnalidade, e realização dos prazeres ilegítimos, como forma de autenticar a vida.

 

3. As razões das exigências. A porta estreita e o caminho apertado É a via do amor, do altruísmo, da renúncia por amor a Jesus, da generosidade, das boas obras, do bem, da fé, da ética do evangelho, da rendição ao Espírito Santo.

 

É um caminho pavimentado pelos valores do Reino de Deus, pela obediência à Palavra de Deus, pela vida de santidade, pela prevalência da vontade de Deus, da verdade, da sinceridade, da honestidade. 

 

Esse caminho é estreito porque nele não cabe à vontade obstinada que não faz cessão à vontade de Deus, a vida autocentrada que tem sua base no egoísmo.

 

Os sentimentos destrutivos da alma seja: o ódio, a amargura, o ressentimento, o espírito de vingança. A rebelião contra Deus. A carnalidade. Os prazeres pecaminosos. 

 

III. ENTRANDO PELA PORTA E PELO CAMINHO DO CÉU

 

1. Arrependimento de pecados. A “porta estreita” é claramente restritiva e não permite a entrada daquilo que Jesus proíbe. Enquanto a “porta larga” parece mais convidativa, com um caminho amplo que acomoda uma multidão e toda a sua bagagem. No entanto, o outro caminho é estreito, pois aponta para a perseguição e oposição àqueles que trilham por ele (Mt 5.10-12; At 14.22).

 

Entrar pela porta estreita é em primeiro lugar, assumir um compromisso pessoal com Deus. A entrada é individual. Ninguém entra por essa porta por procuração ou por atacado. O relacionamento com Deus é individual.

 

Os pais não podem representar os filhos nem os filhos aos pais. A esposa não pode levar o marido consigo, de carona, nem o marido levar sua mulher. A responsabilidade é pessoal. Esta porta é Jesus. Só quem entra por ele tem liberdade, provisão e salvação.

Em segundo lugar, é reconhecer Jesus Cristo como o único Salvador e Senhor. A porta estreita não é uma instituição, mas é Cristo Jesus. Ele disse: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” (Jo 10.9).

 

O caminho apertado não é um conjunto de regras, mas Cristo Jesus. Ele disse: “Eu sou o Caminho […] e ninguém vem ao Pai senão por mim”. Não há salvação em nenhum outro nome.

 

Em terceiro lugar, é renunciar ao pecado. A porta está aberta para todos, mas não para tudo. São os arrependidos é que entram por essa porta e não os impenitentes. Na porta larga muitos entram com sua pesada bagagem de pecados e mazelas e pelo caminho espaçoso muitos trafegam, vivendo dissolutamente.

 

Porém, isso é impossível àqueles cujo propósito é caminhar para a vida. Os salvos não amam o pecado nem fazem concessão à iniquidade. Aqueles que conhecem a Deus não vivem na prática do pecado.

 

Em quarto lugar, é buscar uma vida de santidade. Entrar pela porta estreita é matricular-se na escola da santidade. Só os puros de coração verão a Deus. Sem santificação ninguém verá o Senhor. O caminho estreito é trilhado pelos que amam a santidade.

 

Aqueles que rumam para a glória eterna não se distraem com os encantos do mundo nem colocam seu coração nos prazeres desta vida. Eles buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça.

 

Em quinto lugar, é viver para a glória de Deus. A glória de Deus é vetor da vida cristã. Nascemos e crescemos para a glória de Deus. Casamos e temos filhos para a glória de Deus. Trabalhamos e descansamos para a glória de Deus. Fazemos investimentos e ampliamos o espaço da nossa tenda para a glória de Deus. Comemos e bebemos para a glória de Deus.

 

Pregamos o evangelho e fazemos missões aqui, ali e além-fronteiras para a glória de Deus. Enquanto peregrinamos para o céu reconhecemos que tudo vem de Deus, tudo é por meio de Deus e tudo é para Deus. (Rev. Hernandes Dias Lopes)

 

2. Confissão de pecados. Em Israel havia a confissão corporativa, mas também havia a confissão individual. Em Isaías encontramos uma maravilhosa declaração do profeta sobre si mesmo, depois de uma chocante visão sobre a santidade de Deus.

 

Ele declarou, em Isaías 6.5: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros…” Isaías viu sua miserável pecaminosidade e chorou por causa dela.

 

Algo muito parecido com o que Paulo fez, em Romanos 7.24, quando disse: “Miserável homem que sou!…” A confissão dos pecados é condição indispensável para viver um verdadeiro avivamento espiritual. “[…] e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos” (Ne 1.6b).

 

Esse, certamente, foi um dos pontos altos da oração de Neemias. Ele tinha consciência do pecado do seu povo, da sua desobediência e rebeldia perante Deus. E, na condição de um intercessor, ele confessou que se incluía entre os pecantes, incluindo a casa do seu próprio pai. Nessa hora, as sementes da vitória já estavam sendo lançadas. Neemias não orou como certos crentes, inclusive obreiros, que encobrem os pecados do povo, da sua família e deles próprios. Ele confessou mais: “De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo” (Ne 1.7).

 

Outro exemplo de confissão individual é encontrada em 2 Samuel 24.10: “E o coração doeu a Davi, depois de haver numerado o povo, e disse Davi ao SENHOR: Muito pequei no que fiz; porém agora, ó SENHOR, peço-te que traspasses a iniquidade do teu servo; porque tenho procedido mui loucamente”. Pelo que, a afirmativa do comentarista “Nesse aspecto, a confissão pessoal dos pecados é uma perspectiva nova que aparece com o ministério de João Batista.” está equivocada.

 

3. Produzindo frutos de arrependimento. João Batista falava de arrependimento como um afastamento radical do pecado, o que inevitavelmente se tornaria manifesto nos frutos de arrependimento. O primeiro sermão de Jesus começou com o mesmo imperativo (4.17).

 

O arrependimento foi um motivo recorrente em toda sua pregação pública. Em seu mandamento final aos apóstolos, ele ordenou-lhes que também pregassem o arrependimento (Lc 24.47).

 

O fruto é abandonar o pecado. Abandonar o pecado é mudar de vida. Nos relatos do Novo Testamento podemos encontrar diversos exemplos de pessoas que tiveram grandes mudanças em suas vidas a partir do momento quando se arrependeram de seus pecados. Zaqueu é um exemplo (Lc 19). Saulo de Tarso também (At 9).

 

O fruto é viver uma vida de obediência a Deus. João Batista disse que àqueles que se arrependessem, o Messias traria um batismo com o Espírito Santo e fogo (Mt 4.11).

 

O Espírito Santo é o responsável pelas grandes mudanças que ocorrem em nossas vidas a partir do arrependimento. Deixamos de viver no pecado para vivermos de modo agradável ao nosso Deus. Aprendemos com o relato do batismo de Jesus, em Mt 3.17, que a nossa obediência toca o coração de Deus.

 

CONCLUINDO

 

O arrependimento é a oportunidade de começar vida nova.

 

Em Atos 17.30, o apóstolo Paulo fez a seguinte declaração durante a sua pregação em Atenas: No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam.

 

O passado, Deus está disposto a não levá-lo mais em conta.

 

Conquanto que todos obedeçam e se arrependam. Deus não mudou. Fruto de arrependimento: é a condição para alguém aproximar-se de Deus e tornar-se filho dEle. Esta foi a mensagem de João Batista, de Jesus, de Paulo… este é o evangelho que deve ser anunciado!

 

OTIMA AULA