30 de julho de 2019

A MORDOMIA DA IGREJA LOCAL

A MORDOMIA DA IGREJA LOCAL

TEXTO  ÁUREO

“Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em todo a boa obra, e crescendo não conhecimento de Deus” ( Cl 1:10).

VERDADE PRÁTICA

A mordomia da Igreja deve ser feita dentro de uma perspectiva tridimensional quantitativamente, qualitativamente e organicamente.

TEXTO BÍBLICO = At 4.32-35; 5.12-16

INTRODUÇÃO

E conhecido, de modo geral o termo eclésia, do grego, que significa reunião OU assembléia. Entretanto, na raiz da palavra o sentido é o de “tirados de fora”. Esse último sentido revela a natureza da Igreja e o seu caráter.

1. A MORDOMIA NO CORPO DE CRISTO

A figura do corpo humano é a mais completa, rica e compreensível de todas as figuras que podem ilustrar a Igreja de Cristo na terra (1 Co 12.12-27: Ef 1.22-23). A Igreja é o corpo, mas Cristo é a Cabeça.

1. A Unidade. No capítulo 2 de Atos, o autor diz que “quase três mii almas’ agregaram-se á Igreja de Cristo, Diz ainda Lucas: “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum” (At 2.44).

2. A Mutualidade (At 2.45: 4.32). De fato, essa característica era administrada pelo Espírito Santo, Havia um intenso desejo de partilhar e compartilhar, não só de coisas espirituais, mas, também, de materiais.

3. A Potencialidade. O texto de Atos 5.12 a 16, testemunha da manifestação de poder do Espírito que capacitava a Igreja a realizar proezas em nome do Senhor. Sinais e prodigmos eram feitos entre o J30V0 em nome de .Jesus, e todo o povo de Jerusalém reconhecia que havia algo de extraordinário entre aqueles galileus.

II. A MORDOMIA NO CRESCIMENTO DA IGREJA
(At 1:15; = 2.41-42; 4.4; 5.14; 6.1,7; 9.31: 16.5: 21.20) .

A Igreja neotestamentária possuía algumas características próprias. as quais indicavam a razão do seu crescimento vitalizante. Era uma Igreja que crescia por si mesma. Tinha dentro de si a força capaz de expandir-se por toda a parte. Tinha governo próprio, isto é, o Espírito Santo, que capacitava homens especiais para administrá-la. Sustentava-se a si mesma, com ofertas e dízimos.

1. O Crescimento Quantitativo. Há um falso conceito que afirma que Deus não quer quantidade, mas qualidade. A Igreja nasceu para crescer e multiplicar-se. O imperativo da multiplicação era real na vida da Igreja, nos Atos dos Apóstolos. O Evangelho não deveria restringir-se àquela geração, nem aquela região, mas deveria ser pregado a todas as gentes. em todo o mundo (Mc 1.15: Mt 24.14:28 20).

2. Crescimento Qualitativo da  igreja. O apóstolo Pedro escreveu: “Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 3.18). Não hasta ao crente pregar a Cristo aos de fora. E preciso senti-lo dentro de si mesmo.

a) Chegar à unidade da Fé. “Até que todos cheguemos á unidade da fé” Ef 4,13. O verbo chegar indica um processo. Significa colocar alguma coisa em movimento. A unidade da fé só é possível pelo completo amadurecimento. A fé não é o sim- pies ato de crer em alguma coisa. E o conteúdo doutrinário que forma o fundamento do verdadeiro cristianismo. Até chegarmos a essa unidade precisamos crescer e amadurecer.

b) Conhecer plenamente a ‘Jesus. Chegar à unidade da fé e também ao conhecimento do Filho de Deus “até que todos cheguemos... ao conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.12). Não se trata de um conhecimento superficial, mas um conhecimento real.

c) Tornar-se semelhante a Jesus (2 Co 3.18). Aqui está um terceiro aspecto no processo de crescimento qualitativo do crente. Quanto mais profundo for o nosso conhecimento acerca de .Jesus e quanto mais penetrarmos em quem Ele é, mais seremos transformados na sua própria imagem.


III. A MORDOMIA NO GOVERNO DA IGREJA

Para entendermos a questão do governo da igreja local, temos que aceitar o fato de que a igreja local constitui-se de pessoas distintas, as quais formam uma comunidade, e por isso precisa ser organizada. A igreja é ao mesmo tempo um organismo e uma organização. Ela é a igreja invisível com sua manifestação visível. Cada igreja local, com toda a sua estrutura física e material, é uma organização necessária.

1. A Organização da Igreja. Não podemos espiritualizar aquilo que só pode ser material. Precisamos separar os dois fatos acerca da Igreja. Ela é primeiramente um organismo, mas é também uma organização local necessária para o pleno desenvolvimento quantitativo e qualitativo, conforme está em Efésios 4.12-16.

a) A organização doutrinaria. Significa a administração da Palavra de Deus de modo sistemático e prático. A Igreja primitiva mantinha-se fiel à doutririna dos apóstolos” (At 2.42).(r6

b) A organização comunitária. Implica na participação de toda a comunidade, assistindo aos cultos regularmente. Na igreja de Jerusalém, o primeiro dia da semana foi reconhecido como o “dia do Senhor”, e nesse dia a igreja reunia-se para lembrar a morte e ressurreição do Senhor Jesus. Os crentes contribuíam voluntariamente com os seus dízimos e ofertas para o sustento da obra de evangelização e manutenção de obreiros (Rm 15.26; 1 Co 16.1,2). A igreja também reunia-se, às vezes, para tratar de interesses de toda a comunidade (At 15.6,12,22,23).

c) A organização ministerial. O funcionamento da igreja local permanece na forma de governo estabelecido no princípio. A organização ministerial refere-se a duas classes de ministérios, as quais dirigem a igreja local. A essas classes podemos denominar de: ministério geral e ministério local.

2. O Ministério Geral da Igreja. Por que ministério geral9 Porque o mesmo não se restringe à igreja local, mas tem um caráter amplo e geral na ministração da Palavra de Deus. Destacaremos alguns desses principais ministérios.

a) Apóstolos (Ef 4.11). No seu sentido real quer dizer “enviados”. E um ministério ligado à liderança espiritual e ao trabalho de lançar os fundamentos iniciais de uma obra, geralmente confirmados por sinais e prodígios (2 Co 12.12; 1 Co 3.10; Ef 2.20).

b) Profetas (Ef 4.11). Trata-se de um dom ministerial, o qual não deve ser confundido com o “dom de profecia” dos dons do Espírito.

c) Evangelistas (Ef 4.11). Tanto pode ser um ministério local como geral. O Evangelista é um porta-voz de boas novas de salvação em Cristo. Ë aquele que desbrava a terra virgem do coração dos homens com a proclamação do Evangelho.

d) Mestres ou Doutores (Ef 4.11). A Bíblia destaca o seu trabalho com a arte de ensinar. É um ministério intelectual, pois a fé pode ser desenvolvida objetivando convencer a igreja intelectualmente, mas na unção do Espírito.

3. Ministério Local da Igreja. Neste ponto o ministério relaciona- se com a igreja local; com aqueles que dirigem a igreja.

a) Pastores (Ef 4.11). O pastorado é um ministério dado por .Jesus para guiar, proteger, curar e alimentar o rebanho do Senhor ( Jo 21.15-17; 1 Tm 4.6; Ez 34.8). Os pastores são denominados, às vezes, de bispos (1 Tm 3.1-5; At 20.28).

b) Presbíteros ou Anciãos (At 14.23; 1 Tm 5.17). A idéia de presbíteros foi tirada, pelos apóstolos, do costume tradicional judaico que se referia aos “anciãos do povo”. (Tt 1.5).

c) Diáconos. Sua função essencial, na igreja local, é na esfera material e social, porém, com conotação espiritual (At 6.1-4; Rm 16.1; Fp 4.3).

lições Bíblicas CPAD 2º. Trimestre 1987

Exercitando a mordomia na Igreja

TEXTO ÁUREO

“Para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. 1 Tm 3.15

VERDADE APLICADA

O zelo pela casa de Deus deve estar presente na vida de todos os seus servos.

LEITURA  BIBLICA – ATOS 4:42-47

INTRODUÇÃO

A Igreja, instituição divina, estabelecida por Cristo, tem dois lados que precisam de uma ativa mordomia para a execução de seu propósito na terra; ‘o lado jurídico e o espiritual. Como instituição jurídica, a igreja precisa ser administrada com sabedoria perante os homens; como instituição espiritual, ela precisa ser administrada com a graça de Deus para que seus objetivos espirituais sejam alcançados e seja estabelecida como o “corpo de Cristo”.

I - A IGREJA É O CORPO DE CRISTO

Dentre as muitas descrições bíblicas acerca da Igreja, o corpo é que melhor representa sua designação bíblica, pois de forma maravilhosa ele se relaciona com todos os seus membros (1 Co 12.12,27). Para seu crescimento, o corpo precisa da participação dos membros que se ligam e se desenvolvem para seu aumento (Ef 4.16). Segundo Paulo, toda a participação é feita por amor (1 Co 16.14).

a) Cristo é a cabeça da igreja — Ao fundar sua igreja, Cristo se colocou como Rocha (Mt 16.18; At 4.11) e também como cabeça: “E Ele é a cabeça do corpo da Igreja, Cl 1.18). Na cabeça está todo o sistema nervoso que faz funcionar o corpo, assim como em Cristo estão todas as coisas de que precisamos para o perfeito funcionamento da igreja (Jo 15.5; 1 Co 11.3; Cl 2.10).

b) A unidade do corpo - Paulo define o corpo como algo composto por muitos membros (1 Co 12.14). Entretanto, existe uma unidade perfeita (Ef 4.4), que colabora para seu pleno funcionamento: “Para que não haja divisão no corpo ...“ (1 Co 12.25a). Dessa maneira todos os membros são importantes e necessários (1 Co 12.21-24).

c) A mordomia no corpo — Assim como cuidamos do nosso corpo (Ef 5.29), devemos também cuidar da Igreja, o corpo de Cristo (2 Co 11.28). Paulo afirma o seu zelo pelos membros da Igreja (2 Co 11.2), revelando sua participação na mordomia no corpo de Cristo. A mordomia no corpo de Cristo, a Igreja, é atribuição de todos os membros: “... tenham os membros igual cuidado uns dos outros” (Gl 6.2; 1 Co 12.26).

II - A IMPORTÂNCIA DO MINISTERI0 NA IGREJA

O ministério da igreja foi dado pelo Senhor com o propósito de preparar o povo de Deus para o trabalho, promover o crescimento numérico e espiritual, fortalecendo a unidade do corpo de Cristo (Ef 4.11,12). O Senhor escolhe os obreiros, reveste com os seus dons e dá-lhes capacidade espiritual de serví-lo dentro do ministério (1 Co 12.28-30).

a) O Senhor separa obreiros para o ministério — No início de seu ministério Jesus separou para si seus discípulos: “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele” (Mc 3.13). No início da Igreja, Ele usou o Espírito Santo para fazer esta “separação” (At 13.2). Em pleno desenvolvimento de sua obra, Ele se encarrega de chamar homens e mulheres, capacitando-os para o ministério (1 Co 7.17; 2 Tm 1.9; 2 Co 3.5).

b) O Senhor valoriza cada obreiro — Os dons de Deus fazem parte de sua graça a todos nós (Ef 4.8) e foram dados para nossa valorização espiritual diante da igreja (Rm 12.6-8). O dom capacita-nos para a execução da obra de Deus: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10) e não deve ser desprezado: “Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1 Tm 4.14), mas sim exercitado para a edificação da Igreja, o corpo de Cristo (1 Co 12.7; 14.12,26).

c) O Senhor necessita da mordomia do obreiro — O obreiro é um mordomo da obra de Deus: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4.1). O bom mordomo está sempre procurando colaborar com a Igreja do Senhor Jesus: “e enviamos nosso irmão Timóteo, ministro de Deus no evangelho de Cristo, para, em beneficio da vossa fé, confirmar-vos e exortar-vos” (1 Ts 3.2). Mesmo que isso implique em trabalhos, fadigas e desprezo (1 Co 4.11-16), ele se deixa gastar pelas ovelhas do Senhor (2 Co 12.15). A boa mordomia aqui, resultará em recompensa no porvir (2 Tm 4.7,8).

III - A NECESSIDADE DO CRESCIMENTO DA IGREJA

Tão logo foi inaugurada (At 2.1-4), a Igreja desenvolveu-se através do crescimento numérico (At 2.41; 4.4). Foi tão grande seu crescimento que já havia problemas na Igreja (At 6.1), necessitando de mordomos que cuidassem das causas das viúvas e dos necessitados: “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, çheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço” (At 6.3). A partir daí, a igreja tem crescido em todo o mundo: “Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17.6), espalhando sua fé (1 Ts 1.8).

a) A igreja precisa fazer a sua parte — Paulo declara aos Coríntios seu trabalho em prol da Igreja: “Eu plantei, Apoio regou; mas Deus deu o crescimento” (1 Co 3.6). Aqui está a razão do crescimento da Igreja: plantar e regar, isto é, cada crente fazer a sua parte no reino de Deus (Fp 1.3-5), pois somos “cooperadores de Deus” (1 Co 3.9).

b) A igreja precisa evangelizar— Desde sua inauguração no Pentecostes (At 2.1), a Igreja começou a cumprir o “Ide” de Jesus (Mc 16.15). O trabalho de evangelização tomou conta da igreja (At 4.33) e o Evangelho se espalhou (At 8.4). Evangelizar é a missão precípua da Igreja:
“Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1 Co 9.16).

c) A igreja cresce através do ensino — A Igreja que deseja crescer no conhecimento, não pode desprezar o ensino (2 Pe 3.18). O exemplo da Igreja Primitiva deve ser seguido ainda hoje: “E todos os dias no templo e nas casas não cessavam de ensinar ...“ (At 5.42). O objetivo do ensino é levar o crente a aperfeiçoar sua fé, conhecer ao Senhor e alcançar maturidade espiritual (Ef 4.13). A mordomia do ensino é uma prerrogativa bíblica (Rm 12.7).

IV - A IGREJA E SUA EXPANSÃO MISSIONÁRIA

A expansão missionária da Igreja é proporcional à visão espiritual de seu líder (Jo 4.35). Os nossos olhos devem alcançar o “campo branco”, que precisa ser colhido, pois estamos em época de ceifa (Jo 4.36). Para que todos se envolvam na obra missionária é preciso compreender o papel de cada crente no reino de Deus (Jo 4.37). Assim, todos trabalham e são galardoados (1 Co 3.8).

a) Missões, a principal meta da igreja — A meta da Igreja é alcançar o mundo, através do Evangelho de Cristo (Mc 16.15). Para isso ela precisa se envolver com a obra missionária (At 13.3,4), onde o campo é o mundo (Mt 13.38) e mais do que nunca sem fronteiras, por causa da “globalização”. A Igreja deve aproveitar este momento e avançar na disseminação da Palavra de Deus usando todos os meios possíveis (1 Co 9.22).

b) A necessidade da expansão do reino — Jesus, ao partir, deixou com a igreja a missão de expandir o seu reino: “Portanto ide, ensinai todas as nações ...“ (Mt 28.19). Ele disse que deveriam ir “até aos confins da terra (At 1.8). Entretanto, esta missão só pode ser feita com quem já teve uma experiência com Ele (At 9.5,15; 1 Jo 1.1). O objetivo de missões é ampliar o reino de Deus na terra: “Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui” (At 17.6b).

c) A mordomia da obra missionária — A mordomia fornece o elemento material para o avanço missionário da Igreja (Fp 4.15). Igrejas bem doutrinadas na “mordomia” são igrejas que desenvolvem um bom trabalho missionário, pois estão sempre entregando vidas para o serviço do Mestre (At 13.1,2). A obra missionária precisa de “mordomos fiéis” (2 Rs 22.7), que saibam “administrar” os recursos e empregá-los bem para o desenvolvimento do reino de Deus.

CONCLUSÃO

A visão bíblica da igreja deve estar presente em cada crente que ama a obra do Senhor Jesus. O crente sabe que foi salvo para servir e o melhor lugar para este serviço é na igreja, onde pode desenvolver o “dom da mordomia” pela casa de Deus. Com o ministério desempenhando seu papel e os crentes ajudando, a igreja seguirá seu rumo sempre voltada para a evangelização do mundo, que é sua importante missão na terra.


Lições Bíblicas Betel 4º. Trimestre 2002


24 de julho de 2019

Exercendo a mordomia na família


Exercendo a mordomia na família

TEXTO ÁUREO

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”.  I Pe 4.10

VERDADE APLICADA

A mordomia da família é uma prerrogativa divina, um mandamento para todos nós, a fim de evitar sua desintegração.

Leitura bíblica – Colossenses 3: 18-24

INTRODUÇÃO

I - A FAMÍLIA É UM PROJETO DE DEUS

Deus estabeleceu a família na terra segundo a sua soberana vontade: “... macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Na visão divina não era bom que o homem estivesse só (Gn 2.18). Por isso, Deus planejou a vida a dois como uma maneira de harmonizar a sobrevivência humana sobre a terra (Ec 4.9-12). Portanto, não podemos ignorar a mordomia da família, uma necessidade para sua manutenção enquanto aqui vivermos (1 Tm 5.8).

a) Família, um projeto de Deus - No princípio o homem ainda estava só, quando Deus viu sua necessidade: “... mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele” (Gn 2.20b). O plano divino foi fazer uma companheira para o homem, que saísse do seu lado (Gn 2.21) e pudesse estar com ele durante a sua existência na Terra (Gn 2.22). O projeto de Deus fora executado, trazendo grande alegria para o homem: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne ...“ (Gn 2.23). Ainda hoje a mulher é uma bênção que vem de Deus (Pv 18.22).

b) O propósito de Deus para a família — A família foi criada com propósitos divinos: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra e sujeitai-a, e dominai .. .“ (Gn 1.28). A procriação da raça humana está limitada ao âmbito da família, isto é, após o casamento, na constituição de um lar, pois a fornicação é pecado diante de Deus (At 15.29). Os casados, portanto, devem viver de acordo com os princípios estabelecidos por Deus em sua Palavra (Pv 5.15-19; Ec 9.9). e) A indissolubilidade do lar — O casamento é também um contrato que se faz entre duas pessoas que se amam e que estão dispostas a assumirem os compromissos dele decorrente: “Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A expressão “uma carne” salienta a”indissolubilidade do casamento, algo que foi enfatizado por Jesus, quando afirmou: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.6).

II - OS PAIS SÃO O ESTEIO DO LAR

Os pais se constituem no lar como alicerces morais e espirituais da família (Dt 6.6,7; Js 24.15b). Eles foram estabelecidos por Deus como um canal de bênçãos para toda a casa (Si 128.1-4). Cabe aos pais conduzir os filhos na “doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4) para que eles cresçam como plantas viçosas na casa de Deus (Sl 144. 12).

a) O lugar de sacerdotes. O Senhor tem dado aos pais a incumbência de zelar pela vida espiritual de seus filhos: “Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados” (Cl 3.2 1). O grande exemplo a ser seguido é o de Jó (Jó 1.5). A intercessão pelos filhos é propósito de Deus para os pais, que se constituem em verdadeiros sacerdotes (1 Pe 2.9; Ap 5.10).

b) O lugar de provedores — Cabe aos pais prover o necessário para os seus filhos (Gn 6.21,22; Pv 31.15) e guardar algo para o futuro deles (Pv 13.22; 2 Co 12.14). Jesus exemplificou isso falando-nos do cuidado de Deus com seus filhos na terra (Mt 6.31,32), Ele nos provê o necessário para a nossa sobrevivência (Lc 12.22,30). Portanto, os pais devem trabalhar o necessário para o sustento de sua família (Sl 128.2).

e) O lugar de disciplinadores — Para o equilíbrio da família não pode faltar à disciplina no lar (Pv 29.15). Aos filhos cabem ouvir e obedecer a disciplina dos pais (Pv 4.1), pois a correção vem do Senhor (Pv 3.11). Filho sem disciplina, é filho bastardo (Hb 12.8).

OS FILHOS SÃO HERANÇA DO SENHOR

Os filhos têm um lugar de destaque na família, pois se constituem na alegria do lar (Pv 10.1). Eles são vistos na Bíblia como plantas (Si 128.3), que merecem cuidados especiais, a fim de se desenvolverem física, mental e espiritualmente (Si 144.12), assim como sucedeu a Jesus (Lc 2.52).

a) Os filhos são galardão de Deus — O salmista declarou que “os filhos são herança do Senhor” (Si 12 7.3), eles se constituem no galardão de Deus aos homens (Gn 33.5). A falta deles traz “opróbrio” à família (Gn 30.1; 1 Sm 1.2,6). Isso levou Ana a buscar do Senhor uma solução (1 Sm 1.27,28). Devemos, portanto, conduzir essa “herança preciosa” com sabedoria na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4).

b) Os filhos honram os pais — Aos filhos cabem honrar seus pais (Ex 20.12). Este mandamento divino foi corroborado por Jesus (Mt 15.4) e ensinado por Paulo como doutrina na igreja (Ef 6.2). Mesmo que estejamos em situação superior,jamais devemos desprezar nossos pais (1 Rs 2.19), pois o desprezo é uma desonra (Pv 19.26).

c) Os filhos cooperam no lar — A cooperação dos filhos é importante para a boa administração do lar (Pv 10.5). Eles devem participar das atividades dos pais e assim contribuírem para o sustento da família (Mt 4.2 1). Somente através da obediência e da sujeição podem os filhos cooperarem com os seus pais (Mt 2 1.28-30). Os filhos que agem em obediência aos seus pais são abençoados pelo Senhor (Cl 3.20).

IV - EXERCITANDO A MORDOMIA NA FAMÍLIA

A mordomia da família cristã implica em responsabilidades dentro dos princípios estabelecidos por Deus em sua Palavra (Cl 3.18-20). Para uma boa “administração” do lar, é necessário a distribuição de tarefas, onde cada um faz a sua parte (Lc 10.40) e todos contribuem para a edificação do lar (Pv 24.3; 3 1.27). Se não zelarmos, portanto, pela “mordomia do lar” sofreremos sérias conseqüências (Ec 10.18).

a) O cultivo do amor no lar — A família é preservada quando o amor é cultivado no lar por todos os que dele participam (Rm 12.10). O esposo deve cultivar o amor pela esposa: “Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25), a esposa procura agradar ao marido: “e assim está dividido.

Também a mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo como no espírito; a que se casou, porém, se preocupa com as coisas do mundo, de como agradar ao marido” (1 Co 7.34) e os filhos devem manifestar o amor aos seus pais (Pv 31.28,29; 1 Tm 5.4; Rm 13.8). O amor deve estar presente na vida do lar, pois ele é o “laço” que une toda a família: “acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14).

b) O cultivo da vida espiritual — O culto doméstico é o culto da família. Através dele é cultivada a vida espiritual do lar (Dt 11.18-20; Js 24.15; Ex 12.26,27). Nesse culto é desenvolvida a harmonia entre os membros da família (Sl 133.1,2), a gratidão pelos benefícios do Senhor é lembrada por todos (Sl 103.1,2) e a adoração a Deus toma o primeiro lugar (Jo 4.23,24). O cultivo da vida espiritual no lar traz um grande beneficio à mente do cristão (Fp 4.8).

c) O cuidado com a salvação da família — A salvação é uma dádiva divina pessoal e intransferível (1 Co 7.16; Ef 2.8). Por isso todos os membros da família precisam cuidar de sua salvação: “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2 Tm 1.5).
Nesse aspecto a esposa pode contribuir para a salvação do seu marido (1 Pe 3.1) e vice-versa (1 Co 7.12,14). O grande exemplo de Noé deve ser seguido por todos os que desejam a salvação de sua família (Gn 7.1; Hb 11.7).

CONCLUSÃO

A mordomia da instituição da família se manifesta no reconhecimento e obediência aos princípios básicos da mesma. Isto é, quando a família obedece aos mandamentos divinos instituídos, a mordomia do lar se torna algo simples e fácil, pois através deles há o crescimento e o desenvolvimento de cada membro em particular. Os princípios que o Senhor estabeleceu para a família não são pesados, portanto, todos devem contribuir com o seu papel no lar e assim a família irá bem e prosperará em Cristo Jesus.
Lições Bíblicas Betel 4º. Trimestre 20002


A MORDOMIA DA FAMILIA

TEXTO ÁUREO

Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.1 5).

VERDADE PRATICA

Deus estabeleceu a família como base fundamental da vida social, moral e espiritual.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE = GENESIS 8.18-24; EFESIOS 5.22-25,33

INTRODUÇAO

É muito grande a preocupação com a preservação da família nos últimos anos, devido a deterioração progressiva da sua estrutura social e moral, bem como seus valores em geral. A família foi instituída por Deus, no princípio, através de Adão e Eva, o primeiro casal, a primeira família. A instituição mais forte na terra para impedir o avanço da deterioração do casamento e da família é a igreja. Mesmo assim, a igreja de Cristo tem enfraquecido seu poder de reação contra essas ameaças. Ao tratar da família, o nosso propósito, com oração diante de Deus, é que o padrão da sua Palavra seja uma realidade em cada lar. Que os pais e mães sejam bons mordomos de suas famílias perante Deus.

1. SOMOS MORDOMOS DA INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA

A família é a mais antiga instituição da raça humana. Ela é a única instituição criada por Deus antes da entrada do pecado no mundo (Gn 1.26-31; 2.18-25). O homem, como criatura de Deus, era a mais distinta obra de toda a criação, mas, diz a Bíblia que ele estava só. Então disse Deus: Não é bom que o homem esteja só; farlhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18), Então o Senhor fez a mulher dando- lhe características distintas do homem, para que, ambos procriassem e propagassem o gênero humano através da família.

1. A proteção e preservação da família. Instituída por Deus, a família deve ser preservada contra toda a possibilidade de enfraquecimento e dissolução. A família representa a unidade básica e de suporte da sociedade. (Mc 1O.1-12; Mt 19.1-12).

2. A família como muralha moral e espiritual contra a degeneração social. São muitos os elementos corruptores que agem contra a família. Deus estabeleceu princípios básicos e vitais para a manutenção da, família, os quais dão o equilíbrio necessário para a sua preservação. O primeiro princípio é o da união entre o homem e a mulher, mediante o matrimônio.

3. A família é a “célula mater” da sociedade. Do ponto de vista de Deus, o casamento deve ser vitalício e a família indissolúvel.

II. A MORDOMIA DOS DEVERES CONJUGAIS

A mordomia cristã para a família requer que seus membros conheçam as responsabilidades de cada um deles. A administração familiar começa pelo pai, depois a mãe, cada qual cumprindo o seu papel. Os princípios básicos de administração da vida familiar foram estabelecidos por Deus na sua Palavra, ao instituir a primeira família na terra. A partir do primeiro casal, prossegue a doutrina da família até ao final da Bíblia.

1. Administrando as responsabilidades conjugais. A vida conjugal deve apoiar-se no amor, que é o sólido fundamento de um bom relacionamento conjugal (Ef 5.22-25,28-33).

2. Cultivando o amor na vida conjugal. Num lar cristão regido pelo amor não há espaço para ciúmes doentios, atitudes frívolas, agressões físicas ou palavras grosseiras. Ninguém magoa a própria carne (Ef 5.29), já que ambos (marido e mulher) pelo casamento formam uma “só carne” (Ef 5.3 1). No relacionamento conjugal deve existir intimidade com respeito mutuo, para que a união conjugal não se desmorone facilmente. O amor evidente e demonstrado entre os cônjuges cria um ambiente de felicidade e tranqüilidade entre todos dentro do lar.

3. O cultivo da fidelidade. A infidelidade conjugal tem sido a ruína de muitos casamentos e lares. Por trás de toda infidelidade conjugal sempre há algum tipo de problema pessoal, não tratado, nem solucionado entre o casal. Insatisfação, vingança, carência afetiva não satisfeita e outras coisas mais são os elementos negativos condutores para a infidelidade conjugal. O casal que se preocupa com o melhoramento do seu casamento procura resolver suas dificuldades e busca ajuda e aconselhamento dos seus líderes na igreja. O casal deve administrar seus problemas, de ordem conjugal e emocional, de modo a haver reciprocidade e satisfação mútua (Êx 20.14,17; 1 Co 7.2,3).

4. A função do marido como autoridade na vida familiar. Deus estabeleceu um padrão de autoridade dentro da família. Todos os membros da família estão sob a autoridade do cabeça apontado por Deus. O padrão divino é esse: Cristo, o cabeça do marido, senhor da família (1 Co 11.3; Ef 5.23); o marido, o cabeça da mulher e dos filhos (Ef 5.2 2); a esposa, parceira e ajudadora do marido com autoridade compartilhada na criação dos filhos (Gn 2.18); os filhos, submissos e obedientes aos pais enquanto estiverem sob sua autoridade no lar (Ef 6.1-4). Toda tentativa para melhorar ou modificar o “padrão divino da família” termina em fracasso. O padrão divino adapta-se a todas as culturas, porque é universal e atemporal.

5. A função da esposa dentro da família. A Bíblia ressalta como princípio fundamental de responsabilidade da parte da esposa, a obediência e a submissão ao marido (Ef 5.22, 24,33), além de retribuir-lhe amor.
Esse princípio é refutado veementemente pela sociedade moderna, hostil aos princípios de Deus. A obediência amorosa envolve submissão e isto significa, antes de tudo, respeito e reverência à posição do líder dentro da família. A Bíblia ensina que a submissão dentro da família é “como ao Senhor”.

III. A MORDOMIA DOS DEVERES FAMILIARES

1. O papel dos pais. A disciplina é a chave do sucesso da instrução familiar. Adverte-nos a Escritura: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desvia-rá dele” (Pv 22.6). Quatro requisitos essenciais da desafiante missão de criar filhos:

a) Maturidade. Maturidade no contexto da família define-se como aquela capacitação para agir com segurança e equilíbrio. Pais imaturos não saberão encaminhar seus filhos no caminho certo para o futuro. Muitos filhos inseguras, desobedientes, rebeldes e fracos de personalidade resultam da falta de pais conscientes de seus papéis. A imaturidade de pais despreparados tem sido a causa da ruína moral de inúmeras famílias. A igreja é a grande agência de Deus na terra para orientar a administração do lar, dos filhos e das relações conjugais.

b) Educação (Dt 6.6,7; Sl 78.4). A educação em qualquer sentido, começa no lar. Os país são os primeiros e mais próximos mestres dos filhos. Nos dias de Moisés, vemos no Pentateuco, o empenho na educação dos filhos.

c) Amor. Para que haja um desenvolvimento positivo dos valores morais e espirituais nos filhos, se faz necessário que os pais cultivem o amor de Deus no ambiente do lar, e que o mesmo predomine nas pessoas da família (1 Co 13; Cl 3.19; Mt 22.37,38; 1 Ts 3.12). Quando estamos possuidos do amor divino todas as demais expressões do amor, como o conjugal, o filial e o fraternal tornam-se uma realidade constante.

d) Disciplina. O Dr. Henry Brandt, escreveu: “Disciplinar uma criança não é puni-la por haver feito algo errado, mas primeiramente instruí-la no caminho que deve seguir”. Quem ama e aplica a disciplina nos assuntos pessoais, nas relações familiares, produz a consciência de ser amado pelos que são atendidos. A disciplina correta produz fruto pacífico (Hb 12.6,11).

2. O papel dos filhos (Cl 3.20). A formação moral e espiritual dos filhos tem seu suporte no modelo dos pais. Uma boa liderança dentro da família abrange três dimensões da vida dos filhos. A primeira dimensão alcança os filhos pela instrução, isto é, refere-se ao que dizemos para os nossos filhos. A segunda dimensão é a influência, isto é, o que fazemos diante e para os filhos. A terceira dimensão é a imagem; aquilo que os pais são e demonstram para os filhos no dia a dia. A obediência contraria, às vezes, a nossa natureza carnal. 

Os pais devem desenvolver atitude firme, amorável e paciente para com os filhos, para que eles compreendam que a obediência é para o bem deles. Obedecer é um princípio divino estabelecido para um relacionamento sadio entre as partes dentro da família.

CONCLUSÃO
O cultivo da vida espiritual é indispensável dentro da família. Cabe ao chefe da família conscientizar-se do seu papel de sacerdote do lar (x 12.26,27; Ap 1.6). Conduzir a família à experiência da salvação; cultivar a vida espiritual dentro do lar e, conduzir a família à participação na vida da igreja são atitudes positivas. Essas atividades na igreja, através da Escola Dominical e a integração na vida da igreja em outras atividades, trarão frutos positivos à família.

Lições Bíblicas CPAD 4º. Trimestre 2003


A MORDOMIA DA FAMÍLIA CRISTÃ

TEXTO ÁUREO

“Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a” (Gn 1.28).

VERDADE PRÁTICA

A desintegração da família resulta da falta de mordomia cristã. Integremo-la conforme o padrão divino estabelecido para a família cristã.

TEXTO BIBLICO BÁSICO = Ef 5.22,23,25-28,31; 6.1-4

INTRODUÇÃO

Muito se tem falado sobre os problemas da família nos últimos anos. Declarações negativistas colocam a família à beira do precipício e não encontram meios de recuperá-la. Temas jornalísticos que põem em dúvida a sobrevivência da família são abordados em todo o mundo. Porém, a despeito das ameaças contra a família, cremos na sua sustentação, pelo fato dela ter sido instituída por Deus. Portanto, acima de tudo, a família é um ato de Deus, confirmado pela Palavra de Deus.

1. A MORDOMIA CRISTÃ DA INSTITUIÇÃO DIVINA DA FAMILIA

A família é a mais antiga instituição da raça humana. Foi estabelecida antes do Estado, da Igreja, da Escola ou outra qualquer instituição humana. A família é a única instituição bíblica antes da entrada do pecado no mundo (Gn 1.26-31; 2.18-25). Quando Deus criou o homem, ele era a criatura mais distinta da criação, porém estava só. Então disse Deus: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). Foi na criação da mulher que ft)i instituída a família e a unidade da raça humana.

1. A família deve ser preservada. A mordomia da família está na conscientização de que a família foi instituida por Deus e que deve ser preservada contra toda possibilidade dissolução. Deus não só instituiu, mas ordenou a continuação da família através de um relacionamento sadio e de temor a Deus. A família representa a unidade básica da sociedade, por isso ninguém tem o direito de interferir ou fazer alterações no plano divino (Mc 10.1-12; Mt 19.1-12). A igreja é responsável pelo ensino bíblico de orientação da família cristã em todas as suas esferas.

2. A família provê as necessidades básicas do indivíduo. Deus não instituiu o casamento por acaso, mas Ele tinha um propósito previamente estabelecido. Enquanto o homem estiver nesta estrutura fisica. o matrimônio será uma necessidade à sua vida. Ele criou o homem para a felicidade e o prazer da Sua comunhão. Deu-lhe uma esposa para complementar-lhe em termos de vida física e psicológica.

3. A família provê a perpetuação do nome de Deus sobre a terra. Deus estava comprometido com a continuação da raça humana. quando disse: “Frutificai e multiplicai-vos. e enchei a terra, e sujeitai-a” (Gn 1.28). A família foi instituída para que enchesse a terra com a semente humana e, assim, perpetuasse o nome de Deus sobre toda a terra. Casamento, nascimento, criação de filhos são os meios para a execução do ideal divino. Portanto, preservar esses valores significa preservar os interesses de Deus.

4. A família é muralha moral e espiritual. A mordomia da instituiçã() da família se manifesta no reconhecimento e obediência aos princípios básicos da constituição da mesma. O primeiro princípio é o da união entre o homem e a mulher: não só uma união física, mas também de um entendimento perfeito, de uma comunhão genuína e espiritual entre eles mesmos e Deus, O segundo principio é o da realização pessoal e mútua. Como o homem é de natureza gregária, isto é, nasceu para receber e para prover companhia. o casamento satisfaz essa necessidade de ambas as partes. O terceiro princípio é o da perpetuação da espécie sobre a terra. Não por outro meio, nem de outro modo, mas é pelo casamento que se perpetua a espécie humana e, naturalmente, a família.

5. A família é indissolúvel. Por causa do pecado e da dureza de coração do homem, têm havido constantes ameaças contra a indissolubilidade do casamento, O casamento foi criado para durar, dentro de um harmonioso relacionamento entre marido e mulher, pais e filhos. Ordena a Bíblia que haja respeito mútuo, amor e compreensão entre as pessoas da família (Mt 19.6; 1 Co 7.20: Ef 5.25.28.31; 6.1-4).

II. A MORDOMIA CRISTÃ DOS DEVERES FAMILIARES

A mordomia da família implica em conhecimento de responsabilidade sob uma administração dentro dos princípios divinos estabelecidos. I)eus, ao instituir a família, estabeleceu princípios de liderança.

1. A mordomia dos deveres conjugais. Para que haja um relacionamento sadio e de plena compreensão é necessário que ambos os cônjuges se auto-administrem em perfeita comunhão com o Senhor. A vida conjugal deve apoiar-se no amor, que deve ser o fundamento invisível do relacionamento conjugal (Ef 5.22-25,28-33).

a. A mordomia do amor na tida conjugal. O amor não deve ser egoísta querendo unicamente a satisfação de uma das partes. Num lar cristão regido pelo amor não há lugar para ciúmes doentios, atitudes frívolas. agressões físicas ou palavras grosseiras. Ninguém magoa a sua própria carne (Ef 5.29), já que ambos (marido e mulher), pelo casamento são “uma só carne” (Ef 5.31). No relacionamento conjugal deve existir intimidade com respeito mútuo, para que a união conjugal não se desmorone facilmente, O amor entre os cônjuges cria um ambiente de felicidade e tranqüilidade entre todos de casa.

b. A mordomia da fidelidade no relacionamento conjugal. A infidelidade conjugal tem sido a ruína de muitos lares e vidas. O casal deve administrar suas necessidades físicas de modo a haver reciprocidade e satisfação mútua. A Bíblia exige exclusividade e pureza no casamento.

c. A mordomia da liderança no lar. Deus deu esse privilegio ao homem de ser o responsável pela família e por todas as decisões. A ele pertence o lugar de líder, de cabeça da mulher e do lar (Ef 5.23). Notemos o que a Bíblia ensina aos maridos cristãos: “Igualmente vós, maridos, co-habitai (vivei) com elas com entendimento, dando honra à mulher” (1 Pe 3.7).

d. A mordomia da esposa no lar. E natural que o principio do amor seja recíproco entre os cônjuges. Porém. a Bíblia ressalta como princípio fundamental de responsabilidade da esposa, a obediência e a submissão ao marido (Ef 5.22,24,33). Esse principio é refutado veementemente pela sociedade moderna, porque não o entende. A obediência envolve submissão que deve ser entendida como respeito e reverência à posição do líder dentro da família. Não significa uma submissão cega, incoerente com os princípios de vida conjugal estabelecidos por Deus. Essa submissão é, antes de tudo. “como ao Senhor”.

2. A mordomia dos deveres familiares.

a. O papel dos pais. Os pais têm a importante missão de delinear os rumos da vida de seus filhos, de tal forma que, desde a infância até se tornarem adultos, sejam felizes e ajustados. A Bíblia é o manual por excelência de educação moral. cívica e espiritual para todas as idades. A disciplina é a chave do sucesso da instrução familiar. Diz o sábio provérbio de Salomão: “Instrui ao menino no caminho em que deve andar. e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6). Quatro requisitos essenciais da fascinante missão de criar filhos são:

• Maturidade. Maturidade aqui tem o sentido de capacitação emocional, física, moral e espiritual. Maturidade tem a ver com pessoas equilibradas, que sabem o que querem e que agem conscientemente. A imaturidade dos pais tem sido a causa de ruínas morais de muitos casais que fracassaram na criação de filhos.

• Educação. (Dt 6.6,7; SI 78.4). Esses versículos nos mostram a preocupação com a educação dos filhos nos dias de Moisés.

• Amor. Para que haja um desenvolvimento positivo nos filhos é preciso que o amor divino domine o ambiente do lar e seja contagiante (1 Co 13; Tt 2.4; CI 3.19: Mt 22.37,38: 1 Ts 3.12). O amor divino deve englobar todas as expressões de amor conjugal filial e fraternal.

• Disciplina. O Dr. Henrr Rrandt escreveu: “Pessoa disciplinada e aquela que escolhe voluntariamente um certo modo de viver, disciplinar uma criança não é puni!a por haver feito algo errado, mas instruí-la no caminho que deve seguir”. Lamentavelmente. é por falta de uma conceituação correta e bíblica acerca da disciplina dos filhos que muitos pais têm perdido seus filhos.
Quem ama aplica a disciplina e ela produz a consciência de ser amado. A disciplina correta produz fruto pacífico (Hb 12.6,11).

b. O papel dos filhos. (Cl 3.20). A idéia da obediência contraria, às vezes, a nossa natureza carnal, Porém, ainda que a palavra obediência pareça amarga, ela pode tornar- se doce, mediante a conscientização de que esse é o caminho para a felicidade. Obedecer é um princípio divino estabelecido para o relacionamento familiar. Nem sempre um filho concorda com certa ordem dos pais, porém, a obediência resultará positivamente, porque contribui para ajustar-se aos padrões divinos.

III. A MORDOMIA DA VIDA ESPIRITUAL NA FAMILIA

O cultivo na vida espiritual é fundamental dentro da família. Cabe ao chefe da família conscientizar-se de seu papel espiritual como sacerdote da família (Êx 12.26,27; Ap 1.6).

1. A mordomia da salvação da família. Há um conceito de que a salvação é herança para os filhos, uma vez que os pais sejam crentes em Crista. Esse conceito é falso! Nossos filhos precisam ser evangelizados. Eles precisam ser persuadidos acerca da necessidade de serem salvos por Jesus, Não basta serem filhos de crentes, Eles precisam conhecer a Jesus Cristo pessoalmente. 

Quantos pais isolam seus filhos de sua experiência religiosa porque acham que os filhos são pequenos e não entendem. Com isto afastam deles a possibilidade de receberem a semente do Evangelho quando novos, Depois crescem sem nenhuma experiência com Deus e nada querem com a igreja. A Escola Dominical é o melhor local para conduzir os filhos ao conhecimento e à experiência de salvação.

2. O cultivo da vida espiritual dentro da família. Nos primórdios dos tempos do Antigo Testamento encontramos Adão e Eva estabelecendo o culto a Deus juntamente com seus filhos. Abraão, o pai da fé, construiu um altar familiar para adorar a Deus (Gn 18.19). 

Noé, após o dilúvio, construiu um altar familiar para, com seus filhos, adorar a Deus. que os salvou da catástrofe. Os pais, portanto, devem ensinar aos filhos que o lugar de culto a Deus começa no lar. Portanto, lar e igreja são complementares quanto à adoração ao Senhor.

3. A mordomia da participação da família na vida da igreja. A família é a base da constituição da igreja. Não há igreja sem famílias, por isso a vida da igreja se manifesta pela participação e cooperação da família aos cultos. Há muitos pais que se descuidam dessa parte com seus filhos. A casa de Deus é o lugar apropriado para os pais se reunirem com os filhos, e onde todos podem receber instruções da Palavra de Deus através dos seus ministros (Hb 10.22-25). 

Os pais devem sentir prazer em estar na casa de Deus e transmitir esse prazer aos filhos (SI 122.1; 132.4,5). A família deve participar das atividades nos vários trabalhos da igreja. Várias áreas das atividades da igreja são carentes de pessoas dispostas a servir em prol da causa do Senhor. Essa participação na vida da igreja integra os membros da família entre si e os irmãos na fé, capacitando-os a servir ao Senhor.

Lições Bíblicas CPAD 2º. Trimestre 1987