2 de janeiro de 2024

A Origem da Igreja

 

A Origem da Igreja

TEXTO ÁUREO

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38)

Entenda o Texto Áureo

- Arrependei-vos. Refere-se à mudança de mente e propósito que leva a pessoa a voltar-se do pecado para Deus (1Ts 1.9).

Essa mudança envolve muito mais do que temer as consequências do juízo de Deus. O arrependimento genuíno sabe que o mal do pecado tem que ser abandonado, e a pessoa e obra de Cristo aceitas de modo total e excluindo tudo o mais. Pedro exortou os seus ouvintes a se arrependerem, caso contrário não experimentariam verdadeira conversão. Seja batizada Essa palavra grega significa, literalmente, "ser mergulhado ou imerso" na água.

Pedro estava obedecendo à ordem de Mt 28.19 e conclamando as pessoas a se arrependeram e se voltaram para Cristo, o Senhor, para salvação para se identificarem, mediante as águas do batismo, com sua morte, sepultamento e ressurreição (At 19.5; Rm 6.3-4; 1Co 12.1.3).

Essa foi a primeira vez que os apóstolos publicamente recomendaram às pessoas que se submetessem a essa cerimônia. Antes disso, muitos judeus haviam experimentado o batismo de João Batista e também estavam familiarizadas com o batismo de gentios convertidos ao judaísmo (prosélitos). Em nome de Jesus Cristo. Para o novo crente, tratava-se de aceitar uma identificação crucial, mas que envolvia um alto custo.

Para remissão dos vossos pecados. Isso poderia ser mais bem traduzido "por causa da remissão de pecados". O batismo não produz perdão ou purificação do pecado (1Pe 3.20-21).

A realidade do perdão antecede o rito do batismo (v. 41). O arrependimento genuíno traz de Deus perdão (remissão) dos pecados (Ef 1.7), e, por causa disso, o novo crente deve ser batizado.

O batismo, no entanto, devia ser o ato de obediência sempre presente, de modo que se tomou sinônimo de salvação. Então, dizer que a pessoa foi batizada para perdão equivalia dizer que ela havia sido salva.

Todo crente recebe total remissão de pecados (Mt 26.28; Lc 24.47; Ef 1.7; Cl 2.13; 1Jo 2.12). Dom do Espírito Santo.

Os apóstolos já haviam experimentado o poder do Espírito Santo de salvar, guiar, ensinar e realizar milagres. Em Pentecostes, eles e todos os discípulos reunidos, receberam a presença habitadora do Espírito e uma nova dimensão de poder para testemunhar.

VERDADE PRÁTICA

 

A Igreja é a família de Deus, comprada com o sangue de Cristo e selada com o Espírito Santo.

Entenda a Verdade Prática

- A Igreja é a união de todos aqueles que foram chamados por Deus, os quais, pela ação do Espírito Santo, creem que Jesus Cristo é o Filho Unigênito de Deus enviado ao mundo para redimi-los de seus pecados. É por isso que a Igreja é definida como sendo o corpo de Cristo (Ef 1.22,23).

LEITURA BÍBLICA = Atos 2.1,2; 37,38

Entenda a Leitura Bíblica em Classe

- 2.1 - dia de Pentecostes. Pentecostes significa "quinquagéstmo" e se refere à Festa das Semanas (Êx 34.22-23) ou da Colheita (Lv 23.16), que era celebrada 30 dias depois da Páscoa, em maio/junho (Lv 23.15-22).

Era uma das três festas anuais para as quais o povo devia ir a Jerusalém (Êx 23.14-19).

No Pentecostes, era feita a oferta das primícias (Lv 23.20).

O Espírito Santo veio nesse dia como as primícias da herança dos crentes (2Co 5.5; Ef 1.11,14).

Os que foram reunidos na igreja de então também foram as primícias da ceifa plena de todos os crentes que estava por vir. No mesmo lugar. No cenáculo mencionado em 1.13.

2.2 - um som, como... vento impetuoso. A símile de Lucas descreve a ação de Deus de enviar o Espírito Santo.

Na Escritura, com frequência o vento é usado como uma figura do Espírito (Ez 37.9-10; Jo 3.0).

2.37 - compungiu-se-lhes o coração. A palavra grega para "compungir" significa "traspassar" ou "esfaquear"; indica, portanto, algo repentino e inesperado. Com tristeza profunda, remorso e forte convicção espiritual, os ouvintes de Pedro ficaram perplexos diante da acusação de terem matado o próprio Messias que estavam esperando.

Compungiu-se-lhes o coração: (1) porque crucificaram Jesus; (2) porque não O reconheceram como o Messias, e assim se privaram da esperança de salvação.

2.38 -  Arrependei-vos. Temos neste pequeno versículo o resumo da doutrina cristã em relação ao homem e a Deus. Arrependimento e fé por parte do homem; perdão de pecados, ou justificação, e o dom do Espírito Santo, ou santificação, por parte de Deus. E ambos são expressos no sacramento do batismo, que por sua vez vincula o ato do homem à promessa de Deus.

Pois o sacramento expressa a fé e o arrependimento do homem, de um lado, e o perdão e o dom de Deus, do outro.

INTRODUÇÃO

- 1Tm 3.15 - chama-a “casa de Deus” – a Igreja (Hb 3.2,5,6; 10.21; 1Pe 4.17; 1Co 3.16, “o templo de Deus”; Ef 2.22).

O fato de que a esfera de sermos parte integrante dessa congregação do Deus vivo (que é o sempre vivo Mestre da casa (2Tm 2.19-21),

É o motivo mais forte para a fidelidade neste comportamento. O Deus vivo é a fonte da “verdade” e o fundamento de nossa “confiança” (1Tm 4.10).

O trabalho dirigido a uma Igreja particular é serviço à única grande casa de Deus, da qual cada Igreja particular é uma parte, e cada cristão uma pedra viva (1Pe 2.5).

A coluna e o alicerce da verdade – evidentemente predicado da Igreja, não do “mistério da piedade”; pois depois de dois importantes predicados, “pilar e base”, e esses substantivos, o terceiro, um muito mais fraco, e que um adjetivo, “confessadamente” ou “sem grande controvérsia”, não viria.

“Pilar” é assim usado metaforicamente dos três apóstolos, dos quais a Igreja Cristã Judaica dependia principalmente.

A Igreja é “o pilar da verdade”, como a existência continuada (historicamente) da verdade repousa sobre ela; porque apoia e preserva a palavra da verdade. Aquele que é da verdade pertence pelo próprio fato à Igreja. Cristo é o único fundamento da verdade no sentido mais elevado (1Co 3.11).

Os apóstolos são fundamentos num sentido secundário (Ef 2.20; Ap 21.14).

A Igreja repousa na verdade como é em Cristo; não a verdade sobre a Igreja. Mas a verdade como é em si mesma é ser distinguida da verdade como é reconhecida no mundo. No primeiro sentido, não precisa de um pilar, mas se sustenta; no segundo sentido, precisa da Igreja como seu pilar, isto é, seu sustentador e preservador (Baumgarten).

A importância da comissão de Timóteo é estabelecida lembrando-o da excelência da “casa” em que ele serve; e isto em oposição às vindouras heresias que Paulo prescientemente o avisa imediatamente (1Tm 4.1).

A Igreja deve ser a permanência da verdade e seu conservar para o mundo, e o instrumento de Deus para assegurar sua continuação na terra, em oposição àquelas heresias (Mt 16.18; 28.20).

O apóstolo não reconhece uma Igreja que não tem a verdade, ou só a tem em parte. Roma falsamente reivindica a promessa por si mesma. Mas não é a descendência histórica que constitui uma Igreja, mas somente isto, para aquelas heresias. O apóstolo não reconhece uma Igreja que não tenha o intermediário.

Não é objeção que, tendo chamado a Igreja antes da “casa de Deus”, ele agora a chama de “coluna”; pois a palavra literal “Igreja” imediatamente precede as novas metáforas; assim a Igreja, ou congregação de crentes, que antes era considerada como a habitação de Deus, é agora, de um ponto de vista diferente, considerada como o pilar que sustenta a verdade.

I. O POVO DE DEUS NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA

1. No Antigo Testamento. No Antigo Testamento, os autores bíblicos utilizaram o hebraico qahal, que significa “multidão humana reunida”, para designar a assembleia do povo de Deus (Dt 10.4; 23.2,3; 31.30; Sl 22.23).

Já na Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento hebraico, a Bíblia dos judeus em 250 a.C.), esse mesmo termo geralmente é traduzido pelo grego ekklesia.

No Antigo Testamento hebraico a palavra qahal designa a assembleia do povo de Deus (Dt 10.4; 23.2-3; 31.30; Sl 22.23), e a LXX, a tradução grega do Antigo Testamento, traduz esta palavra por ekklēsia e synagōgē, igualmente.

Até mesmo no Novo Testamento, ekklēsia pode significa a assembleia dos israelitas (At 7.38; Hb 2.12).

2. No Novo Testamento. No Novo Testamento, “igreja” traduz a palavra grega ekklēsia. No grego secular, ekklēsia designava uma assembleia pública, e este significado ainda foi mantido no Novo Testamento (At 19.32, 39, 41).

Robert Cara, em artigo bem interessante chamado “Cuidado com o Significado Oculto da Raiz de uma Palavra”, escreve sobre ekklesia: “No grego, mais do que no português, muitas palavras são uma combinação de duas outras palavras, mas geralmente o estudo etimológico do porquê e de quando essas palavras foram combinadas é completamente desconhecido pelo autor do Novo Testamento.

A palavra grega ekklesia, que é geralmente traduzida por “igreja”, é uma combinação das palavras chamar e fora. Contudo, os dicionários gregos acadêmicos não dão a definição de “os chamados para fora” para a palavra ekklesia, porque ela não está sendo usada dessa maneira no Novo Testamento. Embora seja teologicamente verdadeiro que cristãos tenham sido chamados para fora do mundo pecaminoso para ser a igreja, essa verdade não é derivada da palavra ekklesia”.

Como dito no subtópico anterior, no Novo Testamento, ekklēsia pode significa a assembleia dos israelitas (At 7.38; Hb 2.12), o contexto é que vai definir o significado correto do termo. Assim, A palavra grega ekklesía pode ser traduzida por “igreja”, “assembleia”, “assentamento” ou “congregação”, nem sempre com uma conotação religiosa, pois tem também a ideia de uma assembleia pública. No contexto cristão, trata-se de uma reunião convocada por Deus, é uma convocação de Deus ao seu povo.

3. Na história cristã. 1Pe 1.1 define Igreja como o grupo de eleitos reunidos e organizados numa determinada localidade que, tendo a Sagrada Escritura como autoridade máxima (2Tm 3.16) e sob a influência do Espírito Santo, promove a expansão geográfica, numérica e cultural do Reino de Deus neste mundo (At 9.31).

- Paulo diz em Ef 1.1 que a igreja é a comunidade dos crentes em Cristo;

Ela foi comprada, fundada, protegida, edificada e dirigida por Cristo (Mt 16.18; At 20.28),

Que se reúne para cultuar o Deus Trino (At 13.1-2),

Sustentar com firmeza a verdade revelada (1Tm 3.15),

Observar as ordenanças do Senhor (batismo e ceia), nutrir uma amorosa, edificante e pura comunhão entre os irmãos (At 2.42-47)

E proclamar a salvação ao mundo (1Pe 2.9),

Tudo com o propósito final de promover a glória de Deus (Ef 3.21).

II. A IGREJA COMO CRIAÇÃO DIVINA

1. A Igreja como um ideal de Deus. Havia muitas verdades escondidas e reveladas posteriormente no Novo Testamento que são chamadas de mistérios.

Em Efésios 3.3-6 está uma: judeus e gentios reunidos num corpo no Messias. Paulo não somente escreveu a respeito do mistério que, em Cristo, judeu e gentio se tornam um na visão de Deus, no seu reino e na sua família, como também explicou e esclareceu essa verdade. Ele percebeu que o conhecimento espiritual deve preceder a aplicação prática. O que não é entendido corretamente não pode ser aplicado corretamente.

2. A Igreja como uma realidade concreta. Mateus é o único Evangelho em que esse termo é encontrado (Mt 16.18 e 18.17).

Cristo a chama aqui de "minha igreja", enfatizando que apenas ele é o Arquiteto, Construtor, Proprietário e Senhor. Embora Deus esteja desde o início da história redentora reunindo os remidos pela graça, a igreja singular que ele prometeu edificar começou no Pentecoste, com a chegada do Espírito Santo, por meio de quem o Senhor batizou os crentes em seu corpo, que é a igreja (At 2.1-4; 1Co 12.12-13).

As palavras de Jesus, "Eu edificarei a minha igreja", foram uma previsão do que estava prestes a acontecer quando Ele enviou o Espírito Santo para habitar nos crentes (Jo 15.26-27; 16.13).

Jesus ainda tinha que passar pela cruz e experimentar a ressurreição. Embora os discípulos entendessem em parte, o cumprimento de tudo o que Jesus tinha vindo a fazer ainda não tinha sido realizado.

Depois de Sua ressurreição, Jesus não permitiu que Seus seguidores começassem a obra que Ele lhes dera, para fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.19-20),

Até que o Espírito Santo tivesse vindo (At 1.4-5).

3. A Igreja no Pentecostes. O livro de Atos detalha o início da igreja e sua propagação miraculosa através do poder do Espírito Santo. Dez dias depois de Jesus ter subido de volta ao céu (At 1.9),

O Espírito Santo foi derramado sobre 120 dos seguidores de Jesus que esperaram e oraram (At 1.15, 2.1-4).

Os mesmos discípulos que tinham tremido por medo de serem identificados com Jesus (Mc 14.30, 50)

Foram subitamente capacitados a ousadamente proclamar o evangelho do Messias ressuscitado, validando a sua mensagem com sinais milagrosos e maravilhas (At 2.4, 41, 3.6-7, 8.7).

Milhares de judeus de todas as partes do mundo estavam em Jerusalém para a Festa de Pentecostes. Eles ouviram o evangelho em suas próprias línguas (At 2.5-8), e muitos creram (At 2.41; 4.4).

Os que foram salvos foram batizados, acrescentando diariamente à igreja. Quando a perseguição explodiu, os crentes se espalharam, levando a mensagem do evangelho com eles, e a igreja se espalhou rapidamente para todas as partes da terra conhecida (At 8.4; 11.19-21).

III. A IGREJA COMO A COMUNIDADE DOS SALVOS

1. Regenerados pelo sangue de Cristo. Temos em Atos 2.38 o resumo da doutrina cristã em relação ao homem e a Deus. Arrependimento e fé por parte do homem; perdão de pecados, ou justificação, e o dom do Espírito Santo, ou santificação, por parte de Deus.

E ambos são expressos no sacramento do batismo, que por sua vez vincula o ato do homem à promessa de Deus. Pois o sacramento expressa a fé e o arrependimento do homem, de um lado, e o perdão e o dom de Deus, do outro.

- “Jesus estabeleceu a igreja como uma instituição pública e terrena que haveria de demarcar, identificar e supervisionar aqueles que professam crer nele (Mt 16.18-19; 18.15-20).

Jesus estabeleceu a igreja para reconhecer publicamente aqueles que lhe pertencem, a fim de dar ao mundo uma exibição das boas novas acerca dele mesmo (Jo 17.21,23; ver também Ef 3.10).

Jesus quer que o mundo saiba quem lhe pertence e quem não lhe pertence. E como o mundo há de saber quem lhe pertence e quem não lhe pertence?

Eles hão de olhar para aqueles que publicamente se identificam com o seu povo na instituição visível e pública que ele estabeleceu para esse mesmo propósito. Eles hão de olhar para os membros da sua igreja.

E se algumas pessoas alegam ser parte da igreja universal mesmo sem pertencer a uma igreja local, elas rejeitam o plano de Jesus para elas e para sua igreja. Jesus pretende que o seu povo seja identificado como um grupo visível e público, o que significa fazer parte de igrejas locais.”

É importante, ainda, esclarecer que a “conversão” é a manifestação externa da regeneração. Não podemos ver a regeneração, mas podemos ver os efeitos que ela produz. O efeito mais notável produzido pela regeneração é a conversão, na qual o regenerado expressa sua fé e seu arrependimento, com o consequente abandono do pecado.

Em outras palavras, quando falamos em conversão estamos falando da vida cristã do ponto de vista de sua direção: um afastamento do pecado e uma aproximação de Deus. A conversão pode ser definida como um ato consciente de uma pessoa regenerada, no qual ela se volta para Deus em arrependimento e fé.

Observe que há dois movimentos presentes na conversão: um movimento de afastamento do pecado, caracterizado pelo arrependimento, e um movimento de aproximação de Deus, caracterizado pela fé. Através da graça de Cristo, somos tocados e aceitamos Jesus como nosso único e suficiente Salvador e Senhor das nossas vidas. Dentre as bênçãos decorrentes desse ocorrido, a principal é a morada do Espírito Santo em nós.

Somos adotados por Deus e passamos a fazer parte de Sua família e pertencemos agora a igreja (corpo) de Cristo (Cl 1.24).

2. Selados pelo Espírito Santo. O subtópico não explica o que é o “selo do Espírito Santo. "Em quem também confiastes, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa" (Ef 1.13).

Em rápidas palavras, o “selo do Espírito Santo” é uma marca ou sinal invisível que a pessoa recebe no seu espírito assim que ela crê no Senhor Jesus Cristo de todo o seu coração (Ef 1.11-14);

Essa marca indica que a pessoa “tem o Espírito Santo” (Rm 8.15);

Que a pessoa é “Filho de Deus” (Rm 8.14-16);

e que é “propriedade de Deus” (Rm 8.16; 1Jo 3.2);

e que tem a garantia do arrebatamento (Ef 4.30).

Paulo fortalece a ideia de propriedade, autenticidade e inviolabilidade. Ambas as figuras – “penhor” e “selo” –, assinalam o fato de que pertencemos a Deus e, que a obra que Ele mesmo iniciou será plenamente cumprida em nós (Fp 1.6)

3. O Batismo de Cristo e do Espírito. O batismo com o Espírito Santo e com fogo é uma experiência sobrenatural que segue à conversão, o novo nascimento, ou regeneração; e tem como finalidade capacitar o crente para o serviço.

É um revestimento de poder (At 1.8) e tem como evidência o falar em línguas estranhas (mistérios com Deus) (At 2.1-4; 10.44,45; 19.6; 1Co 14.2).

Os discípulos, até o evento de Atos 2 (Pentecoste) andavam escondidos e trancafiados por causa da perseguição dos Judeus, mesmo Jesus já tendo “soprado” sobre eles o Espírito Santo (Jo 20.22);

Mas só após o evento do Pentecostes é que eles, segundo a promessa de Jesus (At 1.8), foram revestidos da virtude (poder) do Espírito, e então enfrentaram as resistências, foram presos, açoitados, cantaram nas prisões e muitos até perderam suas vidas por amor do Evangelho.

- 1º Coríntios 12.13 fala de um batismo distinto: o ingresso na Igreja, o corpo espiritual de Cristo, que é formada quando os cristãos são cheios do Espírito Santo por Cristo.

Cristo é quem batiza (Mt 3.11) e coloca dentro de cada cristão o Espírito em unidade com todos os outros cristãos. Paulo não faz aqui nenhuma referência ao batismo com o Espírito Santo por Cristo, nem ao batismo em águas. William Menzies, teólogo pentecostal, explica que “nós somos batizados pelo Espírito em Cristo — isso é regeneração, novo nascimento”. Mais adiante, acrescenta: “Nós somos batizados com o Espírito por Cristo — essa é a capacitação para servir e ministrar!”.

CONCLUSÃO

O nascimento da Igreja foi reconhecido pelos cristãos como um cumprimento de parte da aliança feita com Abraão e Moisés. Deus tinha feito um pacto com os israelitas pelo qual Ele iria estabelecer um povo que seria seu, e que iria receber as suas promessas. Esse povo seria sua “propriedade peculiar”, um “reino de sacerdotes”, uma “nação santa”, aquele que levaria sua luz às nações (Êxodo 19.5,6).

E exatamente nesses termos que Pedro dirige-se à comunidade do Novo Testamento em sua primeira carta. Eles são “eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo... que... nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar” (1.2-4).

Eles são preciosos “... como pedras que vivem... edificados casa espiritual” para serem “sacerdócio santo”, a fim de oferecerem “sacrifícios espirituais” (2.4,5). Eles tornaram-se “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido”, para anunciarem “as virtudes” daquele que os chamou “das trevas para a sua maravilhosa luz” (2.9).

O segundo fator para a escolha final do termo ekklesia pela comunidade cristã está relacionado com a rejeição do Messias pelos judeus. Um novo povo de Deus havia sido estabelecido. Para esse povo era adequada a escolha de uma palavra da versão LXX que historicamente se referisse ao povo de Deus, um nome familiar pelo seu uso e pelas suas associações, sagrado por fazer parte do Livro Divino, do qual a oposição judaica ainda não tivesse se apropriado.

Uma ótima aula