Inspiração Divina e Autoridade da
Bíblia
Texto
Áureo = "Porque a profecia nunca foi produzida por
vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo
Espírito Santo." (2Pe 1.21)
Verdade
Prática = Cremos na inspiração divina, verbal e plenária da
Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter
cristão.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – 2
TIMÓTEO 3.14-17
HINOS SUGERIDOS: 306, 322, 499 da
Harpa Cristã
INTRODUÇÃO
O uso
teológico da palavra inspiração tem a finalidade de designar a influência
controladora que DEUS exerceu sobre os escritores da Bíblia. Tem a ver com a
habilidade comunicada pelo ESPÍRITO SANTO, de receber a mensagem divina e de
registrá-la com absoluta exatidão. O que
diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração
divina. É devido à sua inspiração que a Bíblia é chamada A Palavra de DEUS.
A
investigação do caráter da Bíblia se constitui num esforço no sentido de se
descobrir a verdadeira base da sua autoridade. As Escrituras do Antigo e Novo
Testamentos formam um cânon devido ao fato de que estas são palavras ou
oráculos autorizados. No contexto desta lição e expressão autorizada sugere que
a Bíblia em todas as suas partes é a voz de DEUS falando ao homem. Sua
autoridade é inerente, sendo como é, nada menos do que um edito imperial:
"Assim diz o Senhor".
O FATO DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Existe
a necessidade de que compreendamos a contribuição exata do fato de que a
inspiração divina das Escrituras resume a totalidade do propósito divino na
revelação. Este é um assunto que precisa ser exposto com a mais absoluta
clareza face às objeções contra ele levantadas. Contra a crença de que as
Escrituras resumem em si a totalidade do propósito da revelação divina,
levantam-se os seguintes argumentos:
BASES DA AUTORIDADE BÍBLICA
O
mundo moderno, que se encontra vacilante entre a influência desmoralizadora dos
ideais satânicos e das filosofias do homem sem DEUS, não aprecia nem respeita a
Bíblia. Podemos dizer, porém, que até mesmo esse manifesto desrespeito que o
mundo tem para com a Bíblia, se constitui dalgum modo numa prova do caráter
sobrenatural desta. Positivamente analisado é uma prova da autoridade da
Bíblia.
1. Ela
foi inspirada por DEUS ( 2 Tm 3.16).
Declarar das Escrituras, como elas fazem de si mesmas, que são inspiradas por
DEUS, é reconhecer a autoridade suprema que só pertence a DEUS e que elas
procedem diretamente dEle. Isto significa que em seu caráter plenário, as
Escrituras são, em sua totalidade, a Palavra de DEUS. Elas possuem a
peculiaridade indiscutível de ser nada menos que o decreto real divino -
"Assim diz o Senhor".
2. Ela
foi escrita por homens escolhidos (2 Pé 1.20,21). Este aspecto da autoridade bíblica está entranhavelmente
relacionado com o fato de que a mensagem que esses homens escolhidos receberam
e pregaram, era inspirada por DEUS. A contribuição específica que isto dá ao
estudo da autoridade bíblica é que garante, como temos demonstrado, que a
participação humana na autoria da Bíblia, não produz nenhuma imperfeição no
valor infinito nem na excelência da mensagem divina. As Escrituras são
inerrantes, acima de tudo, porque procedem de DEUS. Prova evidente de que a
autoridade da Bíblia independe dos homens inspirados que a escreveram, consiste
do fato de que mesmo aqueles livros cujos nomes dos autores são ignorados, são
tão inspirados por DEUS quanto os demais que compõem o cânon divino.
3. Ela
foi crida pêlos que a receberam (Jo 2.22). No
caso do Anti- go Testamento, a congregação de Israel, sob a liderança de seus
anciãos, reis, profetas e sacerdotes, deu sua aprovação àqueles escritos como
sendo divinamente inspirados. No caso do Novo Testamento, a Igreja primitiva,
deu sua sanção aos escritos aí contidos completando, assim, o cânon das
Escrituras. Sem terem consciência, tanto num caso como no outro, de que estavam
sendo usados por DEUS para realizar um objetivo tão importante, aprovaram o
cânon da Bíblia como algo de singular valor para todos os homens, em todos os
lugares e em to- dos os tempos.
4. Ela
foi autenticada por JESUS CRISTO ( Lc 24.44). Os
quatro Evangelhos contêm nada menos do que trinta e cinco referências diretas
do Antigo Testamento citadas por parte do Filho de DEUS. Estas, como se pode
notar, não apenas registram seu testemunho no tocante ao caráter divino da
inspiração plenária das Escrituras, mas também, tomadas como um todo,
contemplam o Antigo Testamento e certificam os aspectos plenários de sua
perfeição.
Quando
CRISTO declarou: "Eu sou... a verdade" (Jo 14.6), Ele estava
declarando algo mais que ser verdadeiro. Ele se declarou como a verdade no
sentido em que Ele é o tema central da Palavra da Verdade, Ele é o Amém, a
Testemunha Fiel e Verdadeira (Ap 1.5; 3.14; Is 55.4). Ele disse acerca de si
mesmo: "Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar
testemunho da verdade" (Jo 18.37).
5.
Acomodação. Segundo este argumento,
os apóstolos criam que a inerrância das Escrituras judaicas se constituía numa
teoria insustentável. Deste modo, em vez de adotarem uma linha de interpretação
revolucionária, os escritores do Novo Testamento decidiram por acomodar a sua
linguagem à realidade espiritual de seus dias.
Um dos
principais defensores deste argumento, disse que "as Escrituras do Novo
Testamento estão completamente dominadas pelo espírito de sua época, assim o
seu testemunho concernente à inspiração das Escrituras carece de valor
independente".
6.
Ignorância. De igual maneira se diz
que os apóstolos eram "homens sem letras e indoutos" (At 4.13) e,
portanto, estavam sujeitos a errar, e que CRISTO, devido à sua encarnação,
sabia apenas um pouco acima dos seus contemporâneos. Ainda, segundo este argumento,
uma
vez que CRISTO não teve acesso às descobertas científicas do nosso tempo, não
podia ter estado muito acima do nível cultural da sua própria época.
7.
Contradição. Sempre tem havido quem
discuta no tocante a supostas "contradições", "inexatidões"
e "inconsistências" das Escrituras. Segundo esses críticos, um livro
não pode ter tão grande valor como o atribuído à Bíblia, quando contém todos
estes elementos. Os assuntos tratados nesta divisão não são algo novo. A
negação da origem divina das Escrituras tem aparecido em todas as gerações
neste mundo onde medra a incredulidade. A raiz do problema está no que se há de
aceitar como última palavra no assunto: Devemos aceitar o ensinamento da Bíblia
ou ensinamento dos homens?
TEORIAS DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Quanto
à inspiração da Bíblia, existem várias teorias falsas, contra as quais o
cristão deve precaver-se. Dentre elas destacam-se as seguintes:
1. A
teoria da inspiração natural humana. Essa
teoria ensina que a Bíblia foi escrita por homens de inigualável inteligência.
Os defensores desta teoria são da opinião de que assim como têm havido artistas
excepcionais, músicos e poetas que têm produzido obras de vulto, também
existiram homens dotados duma percepção espiritual tão excepcional que, devido
os seus dons inatos, puderam escrever a Bíblia. Esta é a forma que acham para
negar a sobre naturalidade do texto sagrado.
2. A
teoria da inspiração divina comum. Essa
teoria ensina que a inspiração dos escritores da Bíblia é a mesma que hoje nos
vem quando oramos, pregamos, cantamos, etc. Assim entendido, qualquer pessoa
com maior ou menor nível de inspiração, seria capaz de escrever outra Bíblia.
Tal teoria é errônea, uma vez que a inspiração comum, que o ESPÍRITO SANTO hoje
nos comunica, admite gradação, isto é, pode manifestar-se em maior ou menor
intensidade, ao passo que a inspiração dos escritores da Bíblia não admite
graus. O escritor era ou não inspira- do.
3. A
teoria da inspiração parcial.
Ensina que partes da Bíblia são inspiradas, outras não. Ensina que a Bíblia não
é a Palavra de DEUS, mas que ela apenas contém a Palavra de DEUS. Evidentemente
essa teoria vem de encontro à declaração paulina segundo a qual "toda
Escritura é inspirada por DEUS..." (2Tm 3.16 - ARA).
4. A
teoria do ditado verbal. Ensina que a inspiração
da Bíblia é somente quanto às palavras, não deixando lugar para a atividade e
estilo do escritor, patente em cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa
investigação de fatos conhecidos para escrever o seu Evangelho (Lc 1.3).
5. A
teoria da inspiração das idéias. Essa
teoria ensina que DEUS inspirou as idéias da Bíblia, mas não as suas palavras;
estas ficam a cargo dos escritores.
O CONCEITO CORRETO DE INSPIRAÇÃO
Não
basta mencionar as teorias falsas quanto à inspiração das Escrituras;
necessário se faz tratar do que bíblica e teologicamente se entende por
inspiração divina das Escrituras.
1.
Inspiração Plenária ou Verbal. A
teoria correta da inspiração da Bíblia é chamada "Teoria da Inspiração
Plenária ou Verbal". Ela ensina que todas as partes da Bíblia são
igualmente inspiradas; que os escritores não funcionaram como simples robôs,
mas que houve cooperação vital entre eles e o Espírito de DEUS que neles agia.
A
teoria da inspiração plenária ou verbal afirma que homens santos de DEUS
escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém, sob a influência
poderosa do ESPÍRITO SANTO, de sorte que o que eles escreveram foi a Palavra de
DEUS. Ensina que a inspiração plenária cessou ao ser escrito o último livro do
Novo Testamento, e que depois disso, nem os mesmos escritores, nem qualquer
outro servo de DEUS pode ser chamado inspirado no mesmo sentido.
2.
Revelação e Inspiração Divinas. A
inspiração das Escrituras só pode ser compreendida à luz da revelação de DEUS.
Revelação é a ação de DEUS pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas
desconhecidas e que o homem por si só jamais poderia saber (Dn 12.8; l Pé
1.10,11). Certamente que a inspiração nem sempre implica em revelação. Toda a
Bíblia foi inspirada por DEUS, mas nem toda ela foi dada por revelação. São
Lucas, por exemplo, foi inspirado a examinar trabalhos já conhecidos e
averiguar fatos notórios, a fim de escrever o terceiro Evangelho (Lc 1.1-4). O
mesmo se deu com Moisés, que foi inspirado a registrar o que presenciara no seu
dia-a-dia, como relata o Pentateuco.
PROVAS DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Dentre
outras provas da inspiração das Escrituras, mencionaríamos as seguintes:
1. A
aprovação da Bíblia por JESUS. JESUS
aprovou a Bíblia ao lê- la (Lc 4.16-20), ao ensiná-la (Lc 24.27), ao chamá-la
"a palavra de DEUS" (Mc 7.13), e ao cumpri-la (Lc 24.44).
Quanto
ao Novo Testamento, em João 14.26, o Senhor antecipadamente pôs nele o selo de
sua aprovação divina, ao declarar: "Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO
SANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos
fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito". Assim sendo, o que os
apóstolos ensinaram e escreveram não foi a recordação deles mesmos, mas a do
ESPÍRITO SANTO. JESUS disse ainda que o ESPÍRITO SANTO nos guia- ria em
"toda a verdade" (Jo 16.13,14). Portanto, no Novo Testa- mento temos
a essência da revelação divina.
2. O
testemunho do ESPÍRITO SANTO no crente. Em
cada pessoa que aceita a JESUS como Salvador, o ESPÍRITO SANTO põe na sua alma
a certeza quanto à autoria e inspiração divina das Escrituras. É algo
instantâneo.
Não é
preciso ninguém ensinar isso. Quem de fato aceita a JESUS como Salvador
pessoal, aceita também a Bíblia como a Palavra de DEUS, sem argumentar.
3. O
fiel cumprimento da profecia.
Inúmeras profecias se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total;
inúmeras outras cumprem-se em nossos dias, e muitas outras cumprir-se-ão no
futuro. O cumprimento contínuo das
profecias bíblicas é uma prova da sua origem divina. O que DEUS disse, sucederá
(Jr 1.12). Glória a DEUS por tão sublime livro!
4. A
Bíblia é sempre nova e inesgotável. O
tempo não exerce nenhuma influência sobre a Bíblia. É o livro mais antigo do
mundo, e ao mesmo tempo o mais moderno. Em mais de vinte séculos o homem jamais
pôde melhorá-la. Um livro humano já teria caducado em bem menos tempo. Para o
salvo, isto constitui insofismável prova da Bíblia como a imutável Palavra de
DEUS.
A BÍBLIA É TUDO QUANTO DIZ SER
1. A
Bíblia é poder eterno. Quanto a isto, diz o
salmista: "Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu" (SI
119.89). Outros escritores da Bíblia corroboram esta declaração (Is 40.8; l Pé
1.25). Sendo a Palavra de DEUS, esta verdade tem sido confirmada através da
preservação sobrenatural deste livro singular.
2. A Bíblia é poder salvador. Por incorporar o Evangelho, a Bíblia é o
"poder de DEUS para salvação" (Rm 1.16), porém, muitos ignoram que o
evangelho é dirigido ao homem na forma dum edito. É pregado a todos para ser
crido e obedecido, (At 5.32; Rm 2.8; 10.16; 2Tm 1.8; Hb 5.9; l Pé 4.17).
3. A
Bíblia é poder santifica- dor. A
autoridade da Bíblia é afirmada e demonstrada pelo seu poder santificador. O
Senhor orou pêlos seus discípulos: "Santifica-os na verdade; a tua palavra
é a "verdade (Jo 17.17). A nação de Israel ainda há de ser santificada
pela ação da Palavra da verdade.
O
próprio DEUS declara: "Mas este é o concerto que farei com a casa de
Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e
a escreverei no seu coração; e eu serei o seu DEUS e eles serão o meu
povo" (Jr 31.33).
4. A
Bíblia é poder restaurador. Os
capítulos 36 e 37 do livro do profeta Ezequiel resumem a destruição e
restauração de Israel. Na sua assolação, Israel é assemelhado a um vale de
ossos secos. Do que de- pende então a sua completa restauração? Depende da ação
poderosa da Palavra de DEUS. Quanto a isto, registra o profeta: "Então me
disse: Profetiza sobre estes ossos, e
dize- lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Jeová a
estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis" (Ez
37.4,5).
5. A
Bíblia é poder revelador. Ela testifica e prova a
sua autoridade de ser uma revelação dada aos homens. Como diz o salmista, a ex-
posição da Palavra de DEUS dá luz; dá entendimento aos simples (SI 119.130).
Todas as revelações de coisas celestiais e terrenas, do tempo e da eternidade,
do bem e do mau, são derivadas da Palavra de DEUS. Como diz o escritor da
Epístola aos Hebreus, na verdade a Palavra de DEUS, viva, eficaz e mais
penetrante do que espada alguma de dois gumes, é apta para revelar o escondido
e até mesmo as intenções do coração do homem.
POR
QUE A PALAVRA DE DEUS É EXCELENTE
1. Ela é pura. Não há mistura na Palavra de Deus. Em toda a
Escritura Sagrada, não há uma só discordância quanto à essência da mensagem. Os
inimigos da Palavra já procuraram desacreditá-la, apontando discrepâncias e
contradições, mas em vão. As divergências sugeridas são apenas aparentes,
porque “as palavras do Senhor são palavras puras como prata refinada em forno
de barro e purifica sete vezes” (SI 12.6). É puríssima (Sl 119.140).
2. Ela é reta. a segue uma linha de pensamento que,
começando no Gênesis, termina no Apocalipse, mas sem quaisquer desvios ou
mistificações apesar de ter sido escrita por cerca de 40 homens, durante quase
1.600 anos, nos mais diversos lugares. A mensagem da Bíblia é uma só: O amor de
Deus e o seu plano para a salvação do homem. “Porque a palavra do Senhor é
reta, e todas as suas obras são fiéis” (SI
33.4).
3. Ela é santa. A Palavra de Deus identifica-se com a
natureza divina, que é santa. Os seres celestiais, no Apocalipse, cantam:
“Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que
há de vir” (Ap 4.8). A palavra do
homem, quase sempre, tem verdade e mentira, realidade e engano, mas a palavra
de Deus é santa (Sl 105.42).
4. Ele é lâmpada e luz. Somente a Palavra de Deus tem o Poder de
iluminar o caminho do homem. Há muitos, por aí, que se dizem iluminados pelas
filosofias de Buda, de Confúcio, e de outros, mas, na verdade, estão em trevas.
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105).
5. Ela é verdade absoluta. Em J0 17.17, Jesus declarou: “...a tua
palavra é a verdade”. Não é uma verdade entre outras, como pensam os sábios
segundo o mundo. A palavra de Deus é “a” verdade, no sentido absoluto, pois é a
revelação do Deus Criador, Onipotente, Onisciente, Onipresente. Santo, Justo e
Salvador. O salmista é categórico: “A tua palavra é a verdade desde o
princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre” (SI 119.160).
6. É o poder de Deus. Paulo, falando aos coríntios, foi enfático:
“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que
somos salvos, é o poder de Deus” (1 Co
1.18). As palavras, as filosofias, os ensinos, as idéias e os pensamentos
dos mestres do mundo conseguem, no máximo, apenas reformar vidas. Mas a Palavra
de Deus transforma o mais vil pecador numa nova criatura: ela, em si mesma, é e
tem o poder de Deus.
7. E viva e eficaz. Até hoje, nenhum cirurgião conseguiu
descobrir onde fica a divisão da alma e do espírito. Os médicos só podem agir
sobre o corpo. Quanto à mente, limitam-se a trabalhar o comportamento
observável do homem. Contudo, “...a palavra de Deus... penetra até à divisão da
alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e tenções do coração” (Hb 4.12). A Palavra de Deus tem vida e
é eficaz, ou seja, produz efeitos, muda comportamentos, transforma vidas.
O
QUE A PALAVRA DE DEUS PRODUZ NO HOMEM
1. A Palavra de Deus Transforma. Transformar é “dar nova forma, feição ou
caráter; tornar diferente do que era; mudar, alterar...” (Dic. Aurélio). Todos
os significados da palavra transformar, no sentido mais elevado do termo, podem
ser aplicados ao que a Palavra de Deus produz na vida de uma pessoa que a ouve
e a recebe em seu coração.
a) Dá nova vida. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
b) Liberta do pecado. Os que “andam na lei do Senhor não praticam
iniqüidade, mas andam em seus caminhos” (v3). O poder transformador da Palavra
de Deus faz com que o homem ímpio deixe os seus maus procedimentos, e passe a
andar segundo a orientação de Deus.
c) A Palavra de Deus purifica o interior do
ser humano. “Como
purificará o jovem o seu caminho?” (v.
9). O salmista faz essa indagação porque, em todos os tempos, o comportamento
dos jovens sempre foi alvo da tentação do inimigo.
Mas a resposta vem logo em seguida: o jovem pode purificar o seu
caminho, “observando-o conforme a tua palavra”. Na verdade, não só ao jovem se
aplica essa verdade, mas as pessoas de todas as faixas etárias.
2. A Palavra de Deus produz vida eterna. Jesus
disse: “Na verdade, na
verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem
a vida eterna...” (Jo 524)
A
AUTORIDADE ABSOLUTA DA
PALAVRA
1. Esta acima da razão humana. A razão humana só aceita aquilo que pode ser
percebido pelos sentidos naturais, que pode ser provado empiricamente. É por
isso que a Bíblia declara: “...a palavra da cruz é loucura para os que se
perdem” (1 Co 1.18). Diante disso,
Deus destrói a sabedoria dos sábios e aniquila a inteligência dos inteligentes (1 Co 1.19-20). A Palavra de Deus
contém “coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu e não subiram ao
coração do homem” (1 Co 2.9).
2. Não pode ser contestada pela Igreja. Paulo, doutrinando o jovem Timóteo,
ordena-lhe que advirta a outros para que não ensinem outra doutrina (1 Tm 1.3) e não se dêem a fábulas,
“que mais produzem questões do que edificação em Deus” (1 Tm 1.4). Por ignorarem tal exortação, muitos entregam-se a” vãs
contendas, querendo ser doutores da lei e não entendendo nem o que dizem nem o
que afirmam” (1 Tm 1.6-7).
3. Não pode ser questionada pelo misticismo. O misticismo tem tomado conta de nossa época.
A chamada “Nova Era” tem chegado até mesmo a certas igrejas. Sonhos, revelações
e profecias, ou profetadas, têm procurado ultrapassar a Palavra de Deus. Isso
não tem sentido, pois a Palavra já está completa. Não se deve modificá-la, sob
pena de incorrer-se em castigo severo (Ap
22,18- 19).
4. É a única regra de fé e prática. Para o cristão verdadeiro, livros podem ser
escritos; pensamentos podem ser expostos. Mas nada toma o lugar da Palavra de
Deus. A Igreja Cristã, ao ‘contrário das seitas, só tem a Bíblia, a Palavra de
Deus, como única regra de fé e prática. Fora da Bíblia, nada prevalece como
doutrina ou ensino a ser seguido.
5. Sua ética é a mais elevada do Universo. Ética é a parte da Filosofia que estuda o que
é certo e errado. A ética humana parece um pantanal sem fim, O que era certo há
poucos anos, agora é errado; o que era errado, agora é certo. Adultério não é
mais crime. Homossexualismo não é mais crime. E aceito amplamente pela ética
humana, O aborto, crime inominável, é legal em muitos países. Agora, já se
pensa em clonagem (cópia) de seres humanos; o homem mortal tenta invadir uma
área que só a Deus pertence. Graças a Deus, que a Bíblia, em termos de ética, é
inabalável. Pecado é pecado. Abominação é abominação, ontem, hoje e sempre. As
obras da carne (GI 5.19-21) jamais
deixaram de ser contrárias à Lei de Deus.
CONCLUSÃO
A Palavra de Deus é excelente sob todos os aspectos que se possa
considerar. Individualmente, ela deve ser acatada com fé, amor e profunda
gratidão. Coletivamente, deve ser aceita como única regra de fé e prática. No
culto cristão, deve ter prioridade máxima. Infelizmente, em muitos cultos,
quase não há espaço para a - exposição da Palavra de Deus. A cantoria toma
conta do tempo. A palavra fica em último plano. Que Deus nos ajude a ser gratos
pela sua palavra, e que possamos pô-la em prática em nosso viver.
Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém - Em
Dourados – MS
Bibliografia
Lição Bíblicas 4º.
Trimestre 1986 - CPAD
Lição Bíblicas 3º.
Trimestre 1997 - CPAD
INSPIRAÇÃO DIVINA E AUTORIADE DA
BIBLIA
A Bíblia está traduzida
atualmente para 2.935 línguas, segundo dados da Sociedade Bíblica do Brasil (A
Bíblia no Brasil, n° 252 — agosto a outubro de 2016, Ano 68, p. 16). Todas
essas versões transmitem a mesma mensagem dos antigos escritores bíblicos. Os
oráculos divinos entregues a eles foram preservados e estão disponíveis para
toda a humanidade. Sua inspiração divina e sua autoridade fazem dela um livro
sul gen eris.
CÂNON
E INSPIRAÇÃO
As palavras “cânon” e
“inspiração”, às vezes, significam a mesma coisa. O termo kanõn se origina do
vocábulo hebraico qãneh, “cana”, que se usava como “cana de medir” (Ez 40.3, 5;
41 .8) e originalmente quer dizer “vara de medir”. Na literatura clássica,
significa “regra, norma, padrão”. Aparece no Novo Testamento com o sentido de
regra moral (Gi 6.16). É também traduzido por “medida” (2 Co 10.13, 15). Nos
três primeiros séculos do cristianismo, o termo se referia ao conteúdo
normativo, doutrinário e ético da fé cristã.
A partir do quarto
século, os pais da Igreja aplicaram as palavras “cânon” e “canônico” aos livros
sagrados, para reconhecer sua autoridade como textos inspirados por Deus e
instrumentos normativos para a vida e a conduta dos cristãos, portanto
separados de outras literaturas. Eles constituíram a partir de então uma “lista
de livros com autoridade divina”, uma biblioteca que é a nossa medida, a nossa
regra de fé e prática.
O cânon é, assim, a
lista de livros já definidos e reconhecidos como divinos para a vida e a
conduta do cristão. Cada um dos livros era reconhecido como inspirado por Deus
desde a sua origem, mas a coleção desses escritos sagrados só aconteceu
posteriormente.
A inspiração divina é
chamada de teopneustia, que significa “inspiração divina da Bíblia” (Grande
Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa) e “inspiração divina das Escrituras —
teoria segundo a qual Deus inspirou aos autores bíblicos todas as palavras e
todas as ideias” (Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa, de
Laudelino Freire). O Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, de Michaelis,
repete as mesmas palavras de Laudelino Freire. O termo “teopneustia” vem da
Bíblia: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (1 Tm 3.16) ou “Toda a
Escritura é inspirada por Deus e útil” (ARA). A palavra grega aqui traduzida
por “inspirada por Deus” ou “divinamente inspirada” é theopneustos, que vem de
theos, “Deus”, e pneõ, “respirar”. Isso significa que a Bíblia é respirada ou
soprada por Deus. A construção grega nesse versículo permite ambas as
traduções, mas a tradução da Almeida Atualizada é mais precisa, uma vez que a
partícula grega kai vem entre os dois adjetivos “divinamente inspirada” e
“proveitosa”; também expressa melhor a intenção do Espírito Santo, pois afirma
duas verdades sobre a Bíblia: a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa.
A ausência do artigo
antes de grajê empasa grajê teopneustos kai õfélimos1 não deixa claro se a
construção é atributiva, “Escritura divinamente inspirada”, ou predicativa,
“[a] Escritura é divinamente inspirada”.
O termo grego pasa,
feminino de pas, “todo, tudo, cada”, afirma que a inspiração das Escrituras é
plena, total, por isso afirmamos a nossa fé na inspiração plenária da Bíblia.
Mas essa crença não se fundamenta apenas nisso, e o contexto do Novo Testamento
nos deixa à vontade nesse sentido. É verdade que no período apostólico a Bíblia
da Igreja era o Antigo Testamento (Lc 24.44). O termo “Escrituras”, ou
“Escritura” no singular, aparece inúmeras vezes no Novo Testamento como
referência específica ao Antigo Testamento ou a parte dele e entre elas podemos
citar (Mt 21.42; Mc 2.10/l 118.22,23; Mt 26.56; Mc 15.28/Is 53.12; Lc 4.21/Is
61.1,2; Lc 24.27).
A expressão “Toda
Escritura” (2 Tm 3.16) não se restringe apenas ao Antigo Testamento; diz
respeito também aos escritos apostólicos, ou seja, ao Novo Testamento. A Bíblia
inteira é divinamente inspirada, pois a autoridade dos profetas e apóstolos é a
mesma. Ambos os grupos de escritores bíblicos aparecem alternadamente: “para
que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos
profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos” (2
Pe 3.2).
Mais adiante, o
apóstolo Pedro coloca as epístolas paulinas no mesmo nível nas Escrituras do
Antigo Testamento: “Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as
quais há pontos dificeis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente
as outras Escrituras, para sua própria perdição” (2 Pe 3.16).
O apóstolo Paulo
considerava os escritos apostólicos no mesmo nível das Escrituras dos judeus:
“Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o
obreiro do seu salário” (1 Tm 5.18). Há aqui duas citações.
A primeira vem da lei
de Moisés: “Não atarás a boca ao boi, quando trilhar” (Dt 25.4); e a segunda
não aparece em parte alguma do Antigo Testamento, mas nos evangelhos: “porque
digno é o operário do seu alimento” (Mt 10.10); “pois digno é o obreiro de seu
salário” (Lc 10.7). A construção grega revela que o apóstolo está citando o
evangelho de Lucas. Ambas as frases são chamadas de “Escritura”. Outras vezes
Paulo ousa dizer que seus escritos são de origem divina (1 Co 7.40; 2 Co 13.3;
1 Ts 4.8).
Assim, a frase “Toda
Escritura é inspirada por Deus” se refere à Bíblia inteira, aos seus 66 livros.
A inspiração da Bíblia é especial e única. Não existe na Bíblia um livro mais
inspirado e outro menos inspirado. Todos têm o mesmo grau de inspiração e
autoridade.
A inspiração plenária
se refere à totalidade dos 66 livros bíblicos, e a inspiração verbal significa
que cada palavra foi inspirada pelo Espírito Santo (1 Co 2.13). Não somente as
palavras, mas também as ideias são de origem divina: “porque a profecia nunca
foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram
inspirados pelo Espírito Santo” (1 Pe 1.21).
A palavra grega usada
aqui para “inspirados” é o verbo pherõ, que significa também “mover,
movimentar”. Os escritores bíblicos são homens santos que foram movidos pelo
Espírito Santo para falarem da parte de Deus.
A inspiração verbal não
elimina a individualidade de cada autor humano. Qualquer leitor da Bíblia
consegue ver sem muito esforço a diferença de linguagem e de estilo em cada
livro. Essa diversidade se revela ao comparar um profeta com outro profeta do
Antigo Testamento, ou um apóstolo com outro apóstolo do Novo Testamento. Quem
ler os profetas Isaias, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oseias, Amós ou os
apóstolos Pedro, João e Paulo pode observar com clareza meridiana a
peculiaridade na estrutura de raciocínio de cada um deles, no seu grau de
instrução, no seu convívio, no seu gênio e contexto sociopolítico e religioso.
Assim, a Bíblia revela o aspecto natural da individualidade e o aspecto
sobrenatural da inspiração.
CREDIBILIDADE
DOS TEXTOS BfBL1COS
A quantidade enorme de
manuscritos antigos, o grande número de versões em outras línguas e as citações
da patrística nos primeiros séculos do cristianismo falam por si como prova da
autenticidade dos livros da Bíblia. É assunto que nem mesmo os céticos
questionam. Nenhuma obra da Antiguidade apresenta hoje tantos manuscritos
hebraicos, gregos, latinos e em outras línguas.
Temos hoje em todo o
mundo mais de 25 mil manuscritos bíblicos produzidos antes do advento da
imprensa no século XV. Em segundo lugar, vem a ilíada, de Homero, com apenas
457 papiros e 188 manuscritos, perfazendo um total de 645 exemplares. Nenhuma
obra da Antiguidade é mais bem confirmada que a Bíblia.
De todas as obras
literárias produzidas na Antiguidade, o manuscrito mais antigo que sobreviveu
apresenta um intervalo de 750 anos entre o tal manuscrito e a possível data de
sua autoria.
É uma obra de História,
de Plínio, o Jovem, historiador romano que viveu entre 61 e 113 dc. Restaram
apenas sete manuscritos, e o mais antigo deles é datado de 850 d. C. Todos os
demais, com exceção de Suetônio, também historiador romano, com 950 anos de intervalo
o manuscrito mais antigo e a possível data de sua autoria, apresentam um
intervalo superior a mil anos. É o caso de Platão, Tetralogias, sete cópias; e
Heródoto, História, oito cópias, entre outros que não são citados aqui por
absoluta falta de espaço (MCDOWELL, 2013, pp. 141, 142).
As descobertas dos
rolos do mar Morto revelam a credibilidade e a fidelidade dos textos hebraicos
do Antigo Testamento. Com exceção do livro de Ester, todos os outros livros do
Antigo Testamento estão representados nesses 800 manuscritos. As 11 cavernas de
Uaid Qumran trouxeram à tona cerca 200 manuscritos bíblicos, descobertos entre
1947 e 1964, sem contar outros manuscritos não bíblicos.
O primeiro grupo desses
manuscritos é datado entre 250 a.C. e 68 d.C., com manuscritos escritos ainda
na grafia paleo-hebraica, ou seja, o hebraico arcaico. Julio Treboile Barrera
faz menção de alguns deles: quatro de Levítico, dois de Gênesis, Êxodo e
Deuteronômio, um de Números e um de Jó (BARRERA, 1999, p. 263). O segundo grupo
é datado entre 70 e 132 d.C., período entre a destruição de Jerusalém e a
Revolta de Bar-Cochbar, em Yavne, ou Jâmnia.
Muitos desses
manuscritos não foram produzidos pelos essênios; muitos deles vieram da
Babilônia e do Egito. Trata-se, portanto, de textos procedentes de várias
épocas e de vários lugares. Quando o alfabeto paleo-hebraico foi substituído
pelo alfabeto quadrático, os escribas tiveram de fazer adaptações. O rolo do
profeta Isaías, por exemplo, é datado do ano 100 a.C. É exatamente o mesmo texto
da Bíblia Hebraica, exceto por uma diferença de apenas 17 letras no capítulo
53.
As inúmeras profecias
são exclusividade das Escrituras Sagradas e provas visíveis de sua inspiração e
autenticidade. Muitas delas já se cumpriram em relação a muitos povos, tanto na
Antiguidade como na atualidade. Um exemplo é a queda de Babilônia: “E
Babilônia, o ornamento dos remos, a glória e a soberba dos caldeus, será como
Sodoma e Gomorra quando Deus as transtornou.
Nunca mais será
habitada, nem reedificada de geração em geração” (Is 13.19, 20). Essa profecia
foi proferida quando a Babilônia estava no apogeu de sua glória. Hoje, no
entanto, essa Palavra se cumpre diante de nossos olhos.
A Bíblia anunciou de
antemão a dispersão dos judeus, mas profetizou seu retorno à terra de seus
antepassados. Depois de cerca de 1.800 anos na diáspora, os filhos de Israel
retornam para sua terra, e em um só dia nasceu uma nação (Is 66.8). Essa
Palavra diz respeito à fundação do Estado de Israel logo após a derrocada do
nazismo.
Não é possível enumerar
todas as profecias aqui. Mas destacamos as profecias sobre reis, como Ciro, rei
da Pérsia, e Alexandre, o Grande, em Isaías 44.28; 45.1 e Daniel 8.21, 22, além
das profecias messiânicas cumpridas em Jesus, desde o seu nascimento de uma virgem,
em Belém, conforme Isaías 7.14 e Miqueias 5.2, até a sua ascensão, registrada
em Salmos 24.7-10. Tudo isso faz da Bíblia um livro sul generis, que não se
assemelha a nenhum outro e está acima de qualquer outro já produzido no mundo.
A Bíblia declara a si mesma como a infalível Palavra de Deus: “a palavra de
nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8) e em fraseologia similar: “mas a
palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pe 1.25). É o único livro que se
apresenta como a revelação escrita do verdadeiro Deus e com um propósito
definido: a redenção humana.
A
VERSÃO DOS SETENTA
A Septuaginta é a
primeira tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego. O termo
“Septuaginta” vem do latim e significa literalmente “septuagésimo”, tendo sido
usado pela primeira vez por Eusébio de Cesareia em História Eclesiástica.
Agostinho de Hipona foi
o primeiro a chamá-la de a “Versão dos Setenta”, em A Cidade de Deus. O termo
“Septuaginta” é uma forma abreviada da expressão latina interpretatio
Septuaginta virorum, “a tradução pelos setenta homens”, similar à forma grega
katá tou hebdomëkonta, “conforme os setenta”, ou hoi hebdomëkonta, “os
setenta”, todos usados por escritores cristãos do segundo século para
referir-se ao Antigo Testamento Grego. Hoje é conhecido também pelo nome de
“Versão dos Setenta, Versão de Alexandria” e identificado pelos algarismos
romanos “LXX”.
A tradução do
Pentateuco do hebraico para o grego aconteceu na metade do século III a.C., por
72 eruditos judeus enviados de Jerusalém para Alexandria; nos séculos
seguintes, os outros livros do Antigo Testamento foram traduzidos. Foi um
empreendimento cultural sem precedentes na história da civilização ocidental,
pois a revelação divina saía do confinamento judaico para se tornar universal.
Era o pensamento religioso semita à disposição do Ocidente numa língua
indo-europeia.
Sua influência nos
escritores do Novo Testamento foi determinante, servindo de ponte linguística e
teológica entre o hebraico do Antigo Testamento e o grego do Novo. Tanto os
apóstolos como os antigos escritores cristãos encontraram na Septuaginta uma
fonte de conceitos e termos teológicos para expressar o conteúdo e o pensamento
cristão.
Ela foi usada pelas
gerações de judeus helenistas em todas as partes do mundo antigo. Foi a Bíblia
adotada pelos cristãos de língua grega, como disse Agostinho no século V: “A
Igreja recebeu a versão dos Setenta como se fora única e dela se servem os
gregos cristãos, cuja maioria ignora se há alguma outra. Dessa versão dos
Setenta fez-se a versão para o latim; é a usada nas igrejas latinas. Serve,
ainda, como fonte importante para o estudo da história da Bíblia Hebraica” (A
Cidade de Deus, livro 18.43).
A
TRADUÇÃO PARA OUTRAS LÍNGUAS TEM A APROVAÇÃO DIVINA
O projeto de tradução
das Escrituras dos judeus para a língua grega num período em que nem mesmo o
cânon estava fixado mostra ser a Bíblia um livro traduzível por natureza, sendo
ao mesmo tempo o prenúncio de milhares de línguas para as quais a Palavra de Deus
seria traduzida — as primícias de uma grande ceifa de versões em todo o mundo.
A Bíblia completa está traduzida em 563 idiomas, o Novo Testamento em 1.334
línguas, e as porções bíblicas em 1 .038 línguas. O total é de 2.935 línguas.
São dados publicados pela revista A Bíblia no Brasil citada acima.
É a vontade de Deus que
a sua Palavra seja conhecida por todos os povos e nações na sua própria língua.
Essa aprovação divina é reconhecida pelo uso do grego na redação do Novo
Testamento e pelas inúmeras citações diretas da Septuaginta. Isso mostra que
não importa a língua, mas o conteúdo da mensagem. A Septuaginta “no transcorrer
dos anos veio a ser o Antigo Testamento por excelência dos cristãos no vasto
império romano. Quando a LXX foi acrescentada à coleção de livros do Novo
Testamento era o surgimento de um novo livro, a Bíblia Cristã” (SOARES, 2009,
p. 56).
Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS
Livro A Razaão da Nossa
Fé – Ezequias Soares -CPAD 1º. Edição 2017