9 de julho de 2021

O REINO DIVIDIDO JEROBOÃO E ROBOÃO

 

O REINO DIVIDIDO JEROBOÃO E ROBOÃO

 

3° Trimestre/2021

 

Texto Base: 1Reis 12:1-10,13,14,26-29

 

"Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do SENHOR permanecerá" (Pv.19:21).

1Reis 12:

1.E foi Roboão para Siquém, porque todo o Israel veio a Siquém, para o fazerem rei.

2.E sucedeu, pois, que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate, estando ainda no Egito (porque fugira de diante do rei Salomão e habitava Jeroboão no Egito),

3.enviaram e o mandaram chamar; e Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram e falaram a Roboão, dizendo:

4.Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos.

5.E ele lhes disse: Ide-vos até ao terceiro dia e voltai a mim. E o povo se foi.

6.E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo?

7.E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos.

8.Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele.

9.E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?

10.E os jovens que haviam crescido com ele lhe falaram, dizendo: Assim falarás a este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesadíssimo o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.

13.E o rei respondeu ao povo duramente, porque deixara o conselho que os anciãos lhe haviam aconselhado.

14.E lhe falou conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.

26.E disse Jeroboão no seu coração: Agora, tornará o reino à casa de Davi.

27.Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu SENHOR, a Roboão, rei de Judá, e me matarão e tornarão a Roboão, rei de Judá.

28.Pelo que o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro, e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito.

29.E pôs um em Betel e colocou o outro em Dã.

INTRODUÇÃO

Após a morte de Salomão em 931 a.C., Roboão, seu filho com Naamá, uma amonita (1Reis 14:21), sucedeu ao trono (1Rs.11:43) e reinou nos anos 931 a 913 a.C. Ele foi o principal corresponsável pela divisão do reino em duas partes: o reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá). Ele falhou em conquistar a lealdade das tribos do Norte, terminando assim de romper a monarquia já debilitada no período do reinado de Salomão. Com Roboão mudou-se a estrutura do reino: Israel veio a abranger as 10 tribos do Norte, com governo independente, e Judá compôs-se somente de duas tribos, Judá e Benjamim. Roboão tornou-se, portanto, o primeiro rei do Reino de Judá, após a divisão. Uma decisão errada por causa de insensatez pode causar consequências amargas para vida inteira. Foi o que ocorreu com Roboão. Sua história está no cânon sagrado para nos ensinar a dependermos totalmente de Deus em todos os momentos que tenhamos de tomar decisões importantes na vida.

I. AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CISÃO

Salomão teve um início maravilhoso, com muita riqueza e sabedoria; mesmo sabendo que o Senhor lhe fizera prosperar e o advertira sobre a necessidade de obediência, Salomão pecou e apartou-se do Senhor. A princípio, seu pecado começou com uma série de casamentos mistos; além de se casar com a filha de Faraó, Salomão casou-se com várias mulheres pagãs, as quais o Senhor havia advertido para que Israel não se misturasse, chegando a ter 700 mulheres e 300 concubinas. Estas mulheres levaram Salomão a pecar na sua velhice, adorando aos seus deuses (1Rs.11:1-8,33).

Por causa da sua desobediência, conforme o Senhor lhe advertira anteriormente, Deus se indignou contra Salomão, e no final do seu reinado houve uma certa quebra da tranquilidade que perdurava por um bom tempo, pois Salomão enfrentou dois problemas, a saber: ao Sul houve uma revolta do príncipe edomita, Hadade, e ao Norte, Damasco foi ocupada por Rezom, que a transformou em um reino, tornando-se adversário de Israel durante todo os dias de Salomão. Embora não causassem problemas muito sérios, certamente trouxeram dificuldades para o governo de Salomão; entretanto, a mais dura consequência do pecado de Salomão viria durante o governo do seu filho, quando Israel seria dividido em duas partes (1Rs.11:9-13).

1. A carga pesada de Salomão

O reino de Salomão foi a Era de ouro de Israel, mas com pesar vemos que o povo teve que pagar um preço muito alto por essa posição. Salomão tinha uma corte muito maior do que a de Davi, com 12 distritos (1Reis 4) e 550 oficiais encarregados de supervisionar os vários projetos de construção (1Reis 9:23). A política militar de Salomão era também dispendiosa, envolvendo a fortificação de várias cidades (ver 1Reis 9:15-19). A Bíblia declara que Salomão "construiu tudo o que desejou em Jerusalém..." (1Rs.9:19); ele chegou a acumular 1.400 carros de batalha, com cavalos importados do Egito, 12.000 cavaleiros e 4.000 estábulos para os cavalos e carros (1Reis 10:26-29; 2Cr.9:25). O Templo levou sete anos para ser concluído, e o palácio real, treze anos. Entre outros empreendimentos, Salomão também reconstruiu o Milo, uma muralha de fortificação com terra e pedras no interior, ao redor de Jerusalém (1Reis 9:15,24). 

Tudo isto as 12 tribos da monarquia tinham que prover. O vasto exército, os muitos trabalhadores, as 1.000 esposas e concubinas, os filhos e o trabalho de comércio internacional com outros povos demandavam uma enorme quantidade de abastecimento. Salomão arrecadava fundos através de pesada taxação mandatória para manter toda esta estrutura em funcionamento (1Rs.9:15; 12:4), o que somava ainda mais ao extremo esforço físico a ser despendido pelo povo. 

2. A divisão do reino

Antes de qualquer comentário, afirmamos, segundo as Escrituras Sagradas, que a divisão do Reino ocorreu como um castigo divino sobre a “casa de Davi”, como consequência da apostasia de Salomão. Deus traçou todos os passos para que isto ocorresse.

“Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, reagiu, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé! Às vossas tendas, ó Israel! Cuida, agora, da tua casa, ó Davi! Então, Israel se foi às suas tendas” (1Reis 12:16).

A morte de Salomão marcou um importante ponto decisivo na história de Israel. A linha-dura administrativa, as leis de recrutamento obrigatório para o trabalho e as experiências sobre pluralismo religioso levaram a grande tensão no princípio do reinado de Roboão, que sucedeu a seu pai no trono de Israel. Logo no início do seu governo, deparou-se com um problema administrativo herdado do período no qual o seu pai reinava.

Sabemos que Salomão amava o Senhor, entretanto, cometeu erros e acabou se afastando de Deus na sua velhice. Devido à expansão do seu reino e a multiplicação das suas riquezas, além das suas diversas obras e o sustento da sua numerosa corte (isso inclui as suas 700 mulheres e 300 concubinas), foi necessária a organização de uma força de trabalhadores israelitas para levar adiante os seus projetos de construção, pois os trabalhadores cananeus eram em número insuficiente; soma-se a isto, o fato da necessidade de aumentar a arrecadação dentre o povo, o que pode ter causado um certo ressentimento em uma população que facilmente se esquecia do seu Deus.

Quando Roboão assumiu o trono, logo a congregação de Israel, liderada por Jeroboão, veio até o rei para reivindicar um alívio na servidão e jugo que lhes foram impostos por Salomão (1Rs.12:1-5; 2Cr.10:1-5). Roboão estabeleceu um tempo para dar uma decisão. Ele procurou o conselho dos anciãos que viveram na época do seu pai, entretanto, desprezou o conselho deles; depois, buscou conselho dentre os jovens da sua geração, os quais o aconselharam a apertar mais ainda o povo (1Rs.12:6-14). Esta resposta gerou uma grande revolta e, consequentemente, a divisão do reino em duas partes: dez tribos do Norte seguiram a Jeroboão e duas tribos do Sul (Judá e Benjamin) permaneceram fiéis à casa de Davi (1Rs.12:16-20). Desta forma, a história da nação de Israel entra no período chamado de reino dividido, no qual a nação permaneceu até o cativeiro. A divisão do reino ocorreu em 931 a.C.

II. OS ERROS DE ROBOÃO

1. A repetição dos erros de Salomão

Em 1Reis 12 está escrito que o povo se reuniu em Siquém para proclamar Roboão como novo rei de Israel. Jeroboão, que havia fugido para o Egito para escapar de Salomão, esteve presente nessa reunião (1Rs.12:3). Os moradores dos reinos do Norte pediram a Roboão que lhes aliviasse o jugo, pois Salomão havia sido severo demais. Disseram eles: "Teu pai [Salomão] colocou sobre nós um jugo pesado, mas agora diminui o trabalho árduo e este jugo pesado, e nós te serviremos" (1Reis 12:4).

Roboão pediu três dias para pensar no assunto, mas em seu íntimo, ele talvez já tivesse tomado sua decisão. Antes, ele buscou o conselho da parte de dois grupos distintos: os experientes (os conselheiros de seu pai, que lhe orientaram a aliviar o fardo do povo) e os inexperientes como ele (os seus jovens conselheiros, que cresceram com ele). Roboão só escutou aquilo que queria ouvir, não o que precisava ouvir. Ele preferiu as orientações dos jovens inexperientes, orientações essas que ameaçavam ainda mais o povo, o que causou grande insatisfação e, consequentemente, divisão (1Rs.12:1-14). Hoje, muitos do povo de Deus da Nova Aliança têm esta mesma tendência de Roboão: escutar aquilo que quer ouvir e não o que precisa ouvir. Isto tem levado muitos ao declínio espiritual e provocado conflitos e divisões entre o povo de Deus.

2. Os maus conselhos dos amigos de Roboão

Conforme 1Reis 12:1-11, Roboão desprezou os bons conselhos dos idosos, dos homens mais experientes, que o aconselharam a tratar o povo com bondade. Preferiu, entretanto, aceitar o conselho dos jovens, inexperientes, os quais sugeriram exatamente o oposto: Roboão devia ameaçar o povo com um jugo ainda mais pesado. Neste sentido, seu “dedo mínimo” seria “mais grosso do que os lombos” (coxas) de Salomão. Se Salomão os havia castigado com açoites, Roboão os castigaria com escorpiões (o termo original também pode ser traduzido por “chicotes pontiagudos”; NVI).

Quando Jeroboão e toda a congregação de Israel voltaram no terceiro dia para ouvir a decisão do rei, ele lhes respondeu segundo o conselho dos jovens. Ao ouvir a resposta, o povo de Israel se rebelou contra Roboão. Então, todo o Israel aclamou Jeroboão como rei. Somente a tribo de Judá e Benjamim permaneceram fiéis a Roboão. Também grande parte dos levitas ficaram em Judá (1Rs.12:12-20).

Roboão foi incapaz de exercer o mínimo de bom-senso, preferindo o conforto e a vaidade a ter que recuperar a justiça social. O preço foi a revolta do povo e a perda de dez tribos. Claro que essa decisão estava de acordo com a vontade do SENHOR, para confirmar a palavra do profeta Aías à Jeroboão, que reinaria sobre as 10 tribos do norte de Israel, tornando-se o Reino do Norte (cf. 1Rs.11:29-36).

Roboão, inconformado, enviou Adorão (superintendente dos que trabalhavam forçados) para restabelecer a ordem em Israel, porém foi apedrejado, e morreu (1Rs.12:18). Roboão, então, convocou seu exército, 180 mil dos melhores soldados, para impor a ordem, mas Deus mandou Semaías, um homem de Deus, para orientar o rei a não atacar seus compatriotas e voltar para suas casas, pois isso vinha do Senhor (1Rs.12:21-24). O governo de Roboão, portanto, ficou restrito a apenas sobre as tribos do Sul (1Rs.12:15-17).

Roboão governou sobre o Reino do Sul, chamado de Judá, que teve somente uma dinastia, enquanto a do Reino do Norte foi governando por uma sucessão de nove dinastias. É do Reino do Sul que provém o direito legal de Cristo ao trono de Davi por meio de José, seu pai adotivo (cf. genealogia em Mateus 1). Jesus também é fisicamente filho de Davi por meio de Maria, descendente de Natã, filho de Davi (cf. genealogia em Lucas 3).

3. O cuidado com os conselhos

Roboão escolheu, de forma egoísta, seguir o curso de um tirano ao invés de caminhar na trilha de um servo, exatamente o que o rei de Israel deveria ser. Escolher entre ser um egoísta ou servo é uma decisão que muitos, além de Roboão, já tiveram que tomar. Como bem diz o pr. Claiton Ivan Pommerening, quando o orgulho se torna o centro de nossas vidas, ficamos à mercê de nós mesmos e não conseguimos discernir entre o bem e o mal; assim foi com Roboão. Saber distinguir os bons dos maus conselheiros é essencial no momento de tomar alguma decisão importante na nossa vida. Quando o crente tem Deus como seu guia, ele não toma conselhos com pessoas que lhe falarão o que ele quer ouvir, mas decidirá por ouvir pessoas que lhe falem a verdade.

III. O REINADO E A IDOLATRIA DE JEROBOÃO

1. A rebeldia de Jeroboão

Jeroboão, da tribo de Efraim, havia sido um dos oficiais de Salomão, que se agradou de suas habilidades e o nomeou chefe dos servos da casa de José (1Rs.11:28). Mais tarde, devido à opressão sofrida sobre as tribos ao Norte, Jeroboão rebelou-se (1Rs.11:29-31). Salomão ficou furioso quando soube disso, e tentou matá-lo. Desta feita, ele teve que fugir e refugiar-se no Egito até a morte de Salomão (1Rs.11:40). Após isso, Jeroboão voltou a Israel e participou da reunião de Roboão com as tribos para tomar uma decisão a respeito do pleito proposto pelas tribos. Como a decisão de Roboão foi contra os interesses das 10 tribos do Norte, então o povo decidiu eleger Jeroboão como seu rei. Ele empenhou-se ao extremo para garantir a total independência do Reino do Norte, a qualquer custo. Na tradição bíblica ele é considerado o rei que levou Israel a pecar. 

2. Jeroboão, o primeiro rei do Norte

Deus prometeu a Jeroboão que ele seria o rei das 10 tribos do Norte, e o abençoaria sobremaneira, se ele fosse fiel a Ele como tinha sido Davi. Está assim escrito: “Tomar-te-ei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma; e serás rei sobre Israel. Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel” (1Reis 11:37,38).

Após a divisão do reino, Jeroboão foi nomeado rei sobre as dez tribos de Israel e estabeleceu seu trono em Siquém (1Rs.12:20,25). Jeroboão vendo que o centro de adoração e sacrifício estava localizado em Judá, ele mandou fundir dois bezerros de ouro (1Rs.12:26-29) e erguer dois lugares de adoração com altares – um ao Sul, em Betel, e o outro ao Norte, em Dã (1Rs.12:28,29), e disse ao povo: “Veja, Israel, estes são os deuses que tiraram vocês do Egito”. Assim, Jeroboão levou o povo à idolatria abominável (1Rs.12:25-33). Todos os demais reis subsequentes seguiram a doutrinação de Jeroboão.

O Reino do Norte, conhecido como “Israel”, mas também chamado, nos livros proféticos, de “Efraim”, foi governado por uma sucessão de nove dinastias, e todos os reis foram perversos. Israel nunca mais teve um rei que servisse ao SENHOR. 

3. Consequências da idolatria

A idolatria de Jeroboão resultou no castigo divino sobre ele e sua família (1Rs.14:7-14). A Bíblia diz que “naquele tempo adoeceu Abias, filho de Jeroboão” (1Reis 14:1). Como os seus ídolos não curavam ninguém, pois eram apenas ídolos feitos pelo ser humano, frutos da imaginação humana, então ele tentou recorrer ao Deus vivo Todo-Poderoso, enviando sua esposa, de forma disfarçada, ao profeta que estava em Siló - “Disse Jeroboão à sua mulher: Levanta-te, agora, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de Jeroboão, e vai a Siló. Eis que lá está o profeta Aías o qual falou de mim, que eu seria rei sobre este povo. E toma na tua mão dez pães, e bolos, e uma botija de mel e vai a ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino. E a mulher de Jeroboão assim fez, e se levantou, e foi a Siló, e entrou na casa de Aías; e já Aías não podia ver, porque os seus olhos estavam já escurecidos por causa da sua velhice. Porém o Senhor disse a Aías: Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, porque está doente; assim e assim lhe falarás, e há de ser que, entrando ela, fingirá ser outra” (1Reis 14:2-5).

A rainha pode ter se disfarçado por vários motivos. Primeiro, visitar um homem de Deus publicamente indicaria falta de fé nos ídolos de Dã e Betel. Segundo, Jeroboão sabia que Aías era contrario à idolatria e não proferiria à mulher nenhuma palavra favorável, se conhecesse sua identidade. Terceiro, talvez o rei imaginasse ser possível enganar não somente o profeta, mas também o Senhor. Ledo engano! O Senhor avisou ao profeta cego que a rainha se aproximava. Quando ela chegou, Aías a desmascarou e a enviou de volta a Jeroboão com uma mensagem de condenação.

Em razão da desobediência e idolatria do rei, o Senhor eliminaria dele todo e qualquer descendente do sexo masculino, tanto o escravo como o livre, e destruiria completamente sua casa (1Rs.14:14). Ninguém de sua família teria um sepultamento digno, exceto Abias, o filho enfermo, que morreria quando a rainha entrasse na cidade.

A mulher de Jeroboão retornou a Tirza (1Rs.14:17), cidade que era então a capital do reino do Norte, aproximadamente 40 quilômetros de Siló. Depois da morte e do sepultamento de seu filho (1Rs.14:18), ficou claro que o falecimento de Joroboão não demoraria. Ele reinou durante vinte e dois anos como o primeiro rei do reino do Norte. Ele foi sucedido por seu outro filho, Nadabe (1Rs.14:20), o qual ocupou o trono de Israel apenas por alguns meses. Sua carreira improfícua e perversa foi subitamente interrompida por uma conspiração encabeçada por Baasa, um de seus generais, para obter o controle do governo. Nadabe foi morto com toda a sua descendência na linhagem da sucessão, “conforme a palavra do Senhor que dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita; por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel” (1Rs.15:29,30). Assim pereceu a casa de Jeroboão. O culto idólatra introduzido por ele tinha levado sobre os culpados ofensores os juízos retributivos do Céu; e a despeito disso, os reis que se seguiram – Baasa, Elá, Zinri e Onri – durante o período de aproximadamente quarenta anos, continuaram no mesmo curso fatal de perversidade.

Jeroboão poderia ter alcançado um lugar de grande proeminência se tivesse obedecido aos mandamentos do Senhor proferido através do profeta (1Rs.11:38). Entretanto, sua desobediência colocou um ponto final na oportunidade de sua casa continuar a governar o Reino do Norte.

Não somente a casa de Jeroboão seria castigado por Deus, mas também todo o Israel sofreria o juízo divino. A religião idólatra e a influência de Jeroboão causaram resultados tão nefastos que, por fim, o povo de Israel foi levado ao exílio, “para além do rio” (1Rs.14:15, ou rio Eufrates). Está assim escrito: “Também o Senhor ferirá a Israel, como se move a cana nas águas, e arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará para além do rio, porquanto fizeram os seus bosques, provocando o Senhor à ira. E entregará Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou e fez pecar a Israel” (1Reis 14:15,16).

Desde Jeroboão até o último rei de Israel em Samaria – Oseias -, reinaram vinte reis, e todos eles foram perversos. Finalmente, em 722 a.C., as tribos do Norte foram capturadas pelos assírios, e Israel foi levado ao cativeiro. Hoje, ainda, não se sabe o paradeiro delas.

CONCLUSÃO

O Reino de Israel foi dividido por duas causas: Primeiro, por causa dos pecados terríveis de Salomão, um líder preferido por Deus para liderar o Seu povo, mas que não obedeceu aos mandamentos do Senhor. Segundo, o orgulho contaminador de Roboão que o inibiu de tomar a decisão acertada em um momento decisivo para o povo de Deus. O orgulho de Roboão foi demonstrado ao rejeitar a conciliação aconselhada pelos anciãos, preferindo uma exigência arrogante de submissão do povo.

Na hora de tomarmos as mais importantes decisões da nossa vida, precisamos pedir orientação a Deus. Devemos ter o cuidado e o discernimento diante dos conselhos que recebemos. O que vale mais, uma advertência conciliadora ou um conselho que promova a dissenção e divisão? É necessário o líder pensar sobre isto! Demos estar sob o auspício do Senhor em todos os momentos decisivos de nossa vida!

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo e Antigo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Comentário Bíblico Beaccon – volume 2.