A Encarnação do Verbo
TEXTO ÁUREO
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14)
A Palavra se fez carne, e habitou entre nós (compare com Jo 1:1; Isaías 7:14; 20-23; Lucas 1:31-35; Lucas 2:711; Romanos 1:34; Romanos 9:5; 1Coríntios 15:47; Gálatas 4:4; Filipenses 2:6-8; 1Timóteo 3:16; 14-17; Hebreus 10:5; 1João 4:23; 2João 1:7).
Vimos sua glória (compare com Jo 2:11; Jo 11:40; Jo 12:40,41; Jo 14:9; Isaías 40:5; Isaías 53:2; Salmo 139:12Isaías 53:23Isaías 60:12; Mateus 17:1-5; 2Coríntios 4:4-6; Hebreus 1:3; 1Pedro 2:4-7; 2Pedro 1:17; 1João 1:12).
Unigênito do Pai (compare com Jo 1:18; Jo 3:16,18; Salmo 2:7; Atos 13:33; Hebreus 1:5; Hebreus 5:5; 1João 4:9).
Cheio de graça e de verdade (compare com Jo 1:16,17; Salmo 45:2; 2Coríntios 12:9; Efésios 3:8,18,19; Colossenses 1:19; Colossenses 2:39; 1Timóteo 1:14-16).
A Palavra estava junto de Deus [καὶ ὁ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν]. εἶnai προς τινα não é uma construção clássica, e o significado de προς aqui não é totalmente determinado.
Geralmente é traduzido como apud, como em Marcos 6:3, Marcos 9:19, Marcos 14:49, Lucas 9:41; mas Abbott (Diat. 2366) insiste que πρὸς τὸν θεον carrega o sentido de “tendo em conta Deus”, “olhando para Deus” (compare com João 5:19).
Esse senso de direção pode estar implícito em 1João 2:1 parakleton ἔχομεν πρὸ τὸν πατρερα, mas menos provavelmente em 1João 1:2, τὴν ζωὴν τὴν αἰώνιον ἥτις ἦν πρὸς τὸν πατέρα, o que proporciona um paralelo próximo à presente passagem.
Em Provérbios 8:30, a Sabedoria diz de sua relação com Deus, ἤμην παρʼ αὐτῷ: e da mesma forma em João 17:5, Jesus fala de Sua glória pré-incarnada como sendo παρὰ σοί. É improvável que João quisesse distinguir os significados de παρὰ σοί em João 17:5 e de πρὸς τὸν θεόν em 1:1. Não podemos obter aqui uma melhor interpretação do que “a Palavra estava com Deus”.
O imperfeito ἦν é usado em todas as três sentenças deste versículo e é expressivo em cada caso de existência contínua e atemporal.
e a Palavra era Deus [καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος] – “a Palavra era Deus” (sendo a construção semelhante a πνεῦμα ὁ θεός de João 4:24). θεός é o predicado, e é anartro, como em Romanos 9:5, ὁ ὢν ἐπὶ πάντων θεός. L lê ὁ θεός, mas isto identificaria o Logos com a totalidade da existência divina, e contradiria a sentença anterior.
VERDADE PRATICA
A vinda do Filho de Deus em forma humana é um fato presenciado por muitas testemunhas, por isso a negação da sua historicidade não se sustenta.
Entenda a Verdade Prática
- Nossa fonte de fé e prática são as Escrituras – Sola Scriptura. Mas também temos farto material extra bíblico que comprovam a historicidade de Jesus. A historicidade de Jesus Cristo é um tema que envolve a análise do contexto social, cultural, religioso e político da época, registrados em fontes não-cristãs e conceitos histórico-filosóficos. A existência de Jesus é praticamente consenso entre os historiadores, mesmo sem evidências arqueológicas. A sua existência pode ser comprovada por meio de relatos antigos não ligados ao cristianismo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1João 1.1-3; 4-1-3; 2 João 7
1 João 1
1. O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida
- No princípio era a Palavra [ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ λόγος]. O livro de Gênesis abre com ἐν ἀρχῇ ἐποίησεν ὁ θεὸς τὸν τὴν καὶ καὶ γῆν. Mas João começa seu hino sobre o Logos criador ainda mais atrás. Antes que qualquer coisa seja dita por ele sobre a criação, ele proclama que o Logos estava em ser originalmente-ἐν ἀρχῇ ἦν, não ἐν ἀρχῇ ἐγένετο ( veja para a distinção em João 8:58). Esta doutrina também é encontrada no Apocalipse. Nesse livro, Cristo também é chamado a Palavra de Deus (Apocalipse 19:13), e Ele é apresentado (Apocalipse 22:13) como pretendendo a pré-existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o início e o fim”. Paulo, que não aplica o título de “Logos” a Cristo, mas tem a mesma doutrina de Sua preexistência: “Ele é antes de todas as coisas” (Colossenses 1:17). Com esta comparação com as palavras atribuídas a Jesus em João 17:5.
Filo não ensina a pré-existência do Logos; mas um paralelo próximo à doutrina de João é a afirmação da Sabedoria (σοφία) em Provérbios 8: 23, κύριος … πρὸ τοῦ αἰῶνος ἐθεμελίωσέ με ἐν ἀρχῇ, πρὸ τοῦ τὴν γῆν ποιῆσαι, João nunca emprega a palavra σοφία (ou σόφος), enquanto ele usa λόγος do Cristo Pessoal somente aqui e no versículo 14; mas é a doutrina hebraica do Verbo Divino (λόγος προφορικός) e não a doutrina grega da Razão Divina imanente (λόγος ἐνδιάθετος) que rege seu pensamento sobre a relação do Filho com o Pai. λόγος é aparentemente usado para o Cristo Pessoal em Hebreus 4:12 (esta dificuldade não precisa ser examinada aqui); como nós a consideramos ser em 1João 1:1, ὃ ἦν ἦν ἀπʼ ἀρχῆς ὃ ἀκηκόαμεν … περὶ τοῦ λόγου τῆς ζωῆς (veja para ἀπʼ ἀρχῆς em 15:27 abaixo). a Palavra estava junto de Deus [καὶ ὁ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν]. εἶnai προς τινα não é uma construção clássica, e o significado de προς aqui não é totalmente determinado. Geralmente é traduzido como apud, como em Marcos 6:3, Marcos 9:19, Marcos 14:49, Lucas 9:41; mas Abbott (Diat. 2366) insiste que πρὸς τὸν θεον carrega o sentido de “tendo em conta Deus”, “olhando para Deus” (compare com João 5:19).
Esse senso de direção pode estar implícito em 1João 2:1 parakleton ἔχομεν πρὸ τὸν πατρερα, mas menos provavelmente em 1João 1:2, τὴν ζωὴν τὴν αἰώνιον ἥτις ἦν πρὸς τὸν πατέρα, o que proporciona um paralelo próximo à presente passagem.
Em Provérbios 8:30, a Sabedoria diz de sua relação com Deus, ἤμην παρʼ αὐτῷ: e da mesma forma em João 17:5, Jesus fala de Sua glória pré-incarnada como sendo παρὰ σοί. É improvável que João quisesse distinguir os significados de παρὰ σοί em João 17:5 e de πρὸς τὸν θεόν em 1:1. Não podemos obter aqui uma melhor interpretação do que “a Palavra estava com Deus”.
O imperfeito ἦν é usado em todas as três sentenças deste versículo e é expressivo em cada caso de existência contínua e atemporal. e a Palavra era Deus [καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος] – “a Palavra era Deus” (sendo a construção semelhante a πνεῦμα ὁ θεός de João 4:24). θεός é o predicado, e é anartro, como em Romanos 9:5, ὁ ὢν ἐπὶ πάντων θεός. L lê ὁ θεός, mas isto identificaria o Logos com a totalidade da existência divina, e contradiria a sentença anterior.
2. (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada),
- Aqui, a primeira e a segunda declaração (Jo 1:1) são combinadas numa só; reafirmando enfaticamente a distinção eterna entre a “Palavra” e Deus (“o Pai”), e Sua ligação com Ele na Unidade da Divindade.
3. O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.
Foram feitas – trazidas à existência. todas as coisas – todas as coisas absolutamente (como é evidente em Jo 1:10; 1Coríntios 8:6; Colossenses 1:16-17; mas colocadas além da questão pelo que se segue).
Foi feito – Isso é uma negação da eternidade e não-criação da matéria, que foi mantida por todo o mundo do pensamento fora do judaísmo e do cristianismo: ou melhor, sua própria criação nunca foi tão sonhada, salvo pelos filhos de religião revelada.
1 João 4
1. Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
Amados – uma designação afetuosa com a qual ele chama a atenção quanto a um assunto importante.
Todo espírito – que se apresenta na pessoa de um profeta. O Espírito da verdade e o espírito do erro falam pelos espíritos dos homens como seus instrumentos. Existe apenas um Espírito da verdade, e um do Anticristo.
Provai (“examinem”, NVI; “avaliai”, A21) se os espíritos são da parte de Deus. Todos os crentes devem fazer isso: não apenas a liderança eclesiástica. Até mesmo a mensagem de um anjo deve ser avaliada pela palavra de Deus: muito mais ensinamentos de homens, por mais santos que os mestres possam parecer.
2. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
Conhecereis o Espírito de Deus – ou seja, se ele está ou não naqueles mestres que professam ser movidos por Ele.
Todo espírito – isto é, todo mestre que revindica inspiração pelo ESPÍRITO SANTO.
Confessa – ou seja, afirma categoricamente em seus ensinos.
Que Jesus Cristo veio em carne. Uma dupla verdade confessa que Jesus é o Cristo, e que Ele veio em carne (“vestido de carne”: não com uma mera humanidade aparente, como os docetas depois ensinaram).
Ele era, portanto, anteriormente, algo muito acima da carne. Sua carne implica Sua morte para nós, pois somente assumindo carne poderia Ele morrer (pois, como Deus Ele não poderia, Hebreus 2:9-10,14,16); e sua morte implica seu AMOR por nós (Jo 15:13).
Negar a realidade de Sua carne é negar Seu amor, e assim rejeitar a raiz que produz todo o amor verdadeiro por parte do crente (1João 4:9-11,19).
3. e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo.
O (espírito) do anticristo. Todos os opositores da encarnação de Cristo e, consequentemente, de sua morte e ressurreição, e dos benefícios obtidos a partir disso.
Do qual já ouvistes que virá (o Anticristo, veja 2João 1:7), e que já agora está no mundo – ou seja, já está trabalhando poderosamente entre judeus e gentios.
2 João
7. Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.
Não declaram que Jesus Cristo veio em carne – ou seja, em corpo humano.
Este é o enganador e o anticristo. Os muitos que, em certo grau, assumem esse papel, são precursores do Anticristo final, que concentrará em si mesmo todas as características dos sistemas anticristãos anteriores.
INTRODUÇÃO
A figura de Cristo perturbou tanto os judeus quanto os gregos. Para enquadrá-lo nas suas categorias usuais, os primeiros acreditavam que Jesus não passava de um comum mortal inspirado por Deus; os outros, ao contrário, sustentavam que ele tinha um corpo só aparente, mas na realidade continuava um ser inteiramente divino.
Nossa fonte de fé e prática, as Escrituras, descrevem-no como um homem real, que comia e bebia, que conheceu a alegria e a dor, a tentação e a morte e, ao mesmo tempo, embora sem nunca ter caído no pecado, perdoava os pecadores, como só Deus pode perdoar, é por isso que a Igreja reconhece em Jesus de Nazaré o Filho de Deus, a Palavra do Eterno. Deus mesmo que desce ao íntimo da criação. Jesus Cristo, o Homem mais importante que já viveu, transformou praticamente cada aspecto da vida humana.
Tudo o que Ele tocou foi transformado. Se Jesus não é um mito, nem um simples reformador religioso, quem é o Homem de Nazaré? Talvez em nossa busca de uma resposta para esta pergunta crucial, devamos prestar atenção naqueles que percorriam com Ele os caminhos da Palestina, naqueles que sempre Lhe estavam próximos; com os quais Ele compartilhava as experiências mais íntimas. São justamente eles que à pergunta: “Quem sou eu na vossa opinião”, encontrou uma declaração de fé: “És o Cristo, o filho do Deus vivo”..
I. HERESIAS QUE NEGAM A CORPOREIDADE DE CRISTO
1. O que é Docetismo? Houve tempo em que a realidade (gnosticismo) e a integridade natural (docetismo, apolinarismo) da natureza humana de Cristo eram negadas, mas hodiernamente são poucos que questionam seriamente a verdadeira humanidade de Jesus Cristo. O docetismo foi uma heresia cristã primitiva, existente nos séculos II e III, que negava a existência de um corpo material a Jesus Cristo, que seria apenas espírito.
2. O que os docetas ensinavam sobre Jesus? O docetismo aceitava que Jesus podia ter sido de alguma forma divino, mas negava a Sua plena humanidade. Os docetistas convictos ensinavam que Jesus era apenas um fantasma ou uma ilusão, parecendo ser humano, mas não tendo corpo algum. Outras formas de docetismo ensinavam que Jesus tinha um corpo “celestial” de algum tipo, mas não um corpo real e natural de carne.
O docetismo estava intimamente relacionado ao gnosticismo, que via a matéria física como inerentemente má e a substância espiritual como inerentemente boa. Negavam as verdades centrais do evangelho, a saber, a morte e a ressurreição de Cristo. Se Jesus não teve um corpo real, então Ele realmente não morreu (o docetismo ensina que o Seu sofrimento na cruz foi mera ilusão).
E, se Jesus não teve um corpo físico, Ele não pôde ter ressuscitado corporalmente dos mortos. Sem a verdadeira morte e ressurreição de Jesus Cristo, não temos salvação, ainda estamos em nossos pecados e a nossa fé é fútil (1 Coríntios 15:17). O docetismo também nega a ascensão de Cristo (já que Ele não tinha corpo real para fazer a ascensão).
3. O que os principais docetas diziam sobre Jesus? Cerinto (c 100) foi um dos primeiros líderes do antigo Gnosticismo que foi reconhecido como um "Heresiarca" pelos primeiros Cristãos devido aos seus ensinamentos sobre Jesus Cristo e suas interpretações sobre o Cristianismo. Ao contrário dos ensinamentos da Cristandade ortodoxa, a escola gnóstica de Cerinto seguia a lei Judaica, usava o Evangelho dos Hebreus, negava que o deus supremo tinha feito o mundo físico e negava a divindade de Jesus.
Na interpretação de Cerinto, o espírito de "Cristo" veio a Jesus no momento do seu batismo, guiando-lhe em todo o seu ministério, mas abandonando-o momentos antes de sua crucificação. Tudo o que sabemos sobre Cerinto vem dos escritos de seus oponentes.
Saturnino, foi um dos representantes do gnosticismo sírio. A ele se imputa a introdução da Gnose sírio, ou, pelo menos o seu grande propagador. Ele apareceu em Antioquia, pela primeira vez, por volta do ano de 125. Seu sistema doutrinário foi o resultado de um desenvolvimento rigoroso do dualismo com a negação de todo o significado judaico na liberação do bem e do mal, como o docetismo e o ascetismo. Traços de sua gnose ou Doutrina Secreta, pregada nas Escolas Iniciáticas ou Escolas de Mistérios da antiguidade, igualmente se percebem em outros escritores e místicos, tais como Basilides, Carpocrates, Valentim, Tertuliano, Agostinho de Hipona, Ambrósio de Milão, Marcião do Ponto, Clemente de Alexandria, Empédocles, etc e etc. Seus seguidores foram chamados de saturnionistas e sua escola de saturnionismo.
Marcião de Sinope - ou Marcion - (em grego: Μαρκίων Σινώπης; c. 85 – 160) foi um dos mais proeminentes heresiarcas durante o Cristianismo primitivo. A sua teologia chamada marcionismo propunha dois deuses distintos, um no Antigo Testamento e outro no Novo Testamento, foi denunciada pelos Pais da Igreja e ele foi excomungado. Curiosamente esta separação será posteriormente adaptado pela igreja e utilizada a partir de Tertuliano, assim como a sua rejeição de muitos livros que seus contemporâneos consideravam como parte das escrituras mostrou à Igreja antiga a urgência do desenvolvimento de um cânon bíblico.
II. A AFIRMAÇÃO APOSTÓLICA DA CORPOREIDADE DE JESUS
1. “O que era desde o princípio” (Jo1.1). Os evangelhos sinóticos são três relatos da vida de Jesus, que estão na Bíblia. Esses são os três primeiros livros do Novo Testamento: Mateus, Marcos e Lucas. O evangelho de João não é considerado um evangelho sinótico porque é bastante diferente dos outros três. “Sinótico” significa “a mesma visão”. Os três primeiros evangelhos são chamados de sinóticos porque têm muitos elementos em comum.
Cada um dos evangelhos sinóticos apresenta a história de Jesus de maneira parecida. Os três têm mais ou menos a mesma estrutura e têm várias histórias repetidas. λόγος (lógos) – palavra, verbo, discurso, narrativa; razão, raciocínio, inteligência; conta, cálculo – O vocábulo λόγος (lógos) deriva do verbo λέγω (légo – narrar, dizer; reunir; contar, enumerar), e apresenta ampla gama de significados, tanto na literatura clássica (grega), quanto nos escritos do Novo Testamento. A ideia subjacente, neste versículo, é de personificação do λόγος (lógos).
A literatura sapiencial (Pv 1:20-33; 3:13 19:8-22-36;; Ec 1:1-10, 4:11-19, 14:20-27, 15:10, 24:1-34) e do judaísmo helenístico (Sirácida 1:1-10, 24:1-22), ensaiou essa personificação ao tratar da Sabedoria/Palavra como sendo uma personagem poética dotada de autonomia, uma espécie de mensageira e conselheira de Deus, com encargos específicos na obra divina.
Por esta razão, alguns estudiosos chegaram a afirmar que a “Palavra”, nesta coletânea de textos, indica Deus em ação, especialmente na criação, na revelação e na libertação do povo hebreu. Assim, a sua presença junto de Deus, seu papel na criação, o fato de ter sido enviada ao mundo com a missão de revelar e/ou ensinar representam um conjunto de temas ligados tanto à Sabedoria quanto à Palavra. Inicialmente, os textos da bíblia hebraica repetem expressões como: “Disse Deus... e assim se fez” (Gn 1:3-26) ou “Disse o Eterno a Isaías” (Is 7:3).
De modo semelhante, ao lado dessas afirmações, encontramos “Os céus por sua Palavra se fizeram” (Sl 33:6) ou “veio a Palavra do Eterno a Isaías” (Is 38:4), demonstrando uma clara personificação, ainda que literária, da “Palavra”, que passa a ser entendida como um agente da criação ou mensageiro enviado ao profeta. Com o tempo, surgem textos (bíblia hebraica) que desenvolvem de forma mais completa a ideia de personificação, como no caso do Mensageiro enviado para curar (Sl 107:20), do anjo que feriu de morte os primogênitos (Sab 18:14-19), ou ainda, o mensageiro enviado ao profeta (Is 55:11).
O evangelista João, por sua vez, ultrapassa a personificação meramente literária atribuindo existência real ao Verbo. Neste evangelho, de modo especial, lógos é visto como o próprio Jesus Cristo, mediador da revelação divina, Palavra encarnada, desempenhando todas as funções outrora conferidas à Sabedoria/Palavra nos textos da bíblia hebraica.
Considerando que a obra foi produzida em Éfeso, importante cidade grega do Império Romano, não se pode desconsiderar, também, a influência da cultura helenística, ou mesmo do judaísmo helenístico, nesta formulação joanina, ainda que se atribua papel secundário a esta influência.
Desse modo, é conveniente registrar que, na filosofia grega, λόγος (lógos) é concebido como (1) Regra, Princípio, Lei; (2) Substância ou Causa do mundo; (3) Razão, Raciocínio, Faculdade racional, Teoria abstrata, Raciocínio discursivo; (4) Proposição, Explicação, Tese, Argumento; (5) Medida, Relação, Proporção; Valor.
2. A reafirmação apostólica (v.1b). Somente João registra este episódio, que está relacionado com a fé — ou a falta de fé — de Tomé.
O seu outro nome, Dídimo, significa "o gêmeo". João parece ter especial interesse neste companheiro (Jo 11:16-14.5), que é apresentado como um homem de temperamento pessimista.
Os acontecimentos dos últimos dias pareciam ter confirmado os piores medos de Tomé. Chegou Jesus (19), e por alguma razão desconhecida, Tomé... não estava com os demais discípulos (24). Ele cometeu um grande erro. "Tomé se retirou da companhia cristã. Ele procurou a solidão, ao invés da união"." Quando Tomé voltou, e ouviu o relato dos dez, Vimos o Senhor (25; cf. 18), a sua atitude normal em relação à vida fechou a porta para a fé. O fato da morte de Jesus era real para ele. Era um fato difícil e indiscutível.
Antes de poder acreditar no relato de que Jesus estava vivo, ele teria de ter uma prova que se equiparasse ao fato de uma cruz e de um sepulcro. Assim, definiu o seu próprio critério para uma prova: Se eu não vir o sinal dos cravos [pregos] em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei (lit., "nunca, jamais crerei", 25).
Evidentemente, os dez lhe haviam dito que tinham visto os ferimentos dos pregos e da lança, mas Tomé exigiu a experiência pessoal sensorial, tanto da visão, quanto do toque. A oportunidade chegou oito dias mais tarde — que significam "uma semana" depois.
Outra vez (cf. 19) estavam... os seus discípulos dentro ("na sala", NEB), e, desta vez, estava com eles Tomé. Chegou Jesus... e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco! (26) Jesus imediatamente dirigiu as suas palavras a Tomé, repetindo quase literalmente a exigência que Tomé tinha feito diante dos dez discípulos.
A seguir, o nosso Senhor acrescentou à exortação: não sejas [ginou, lit., "não se torne"] incrédulo, mas crente [lit., "cheio de fé, 27]. "Ele conhece as palavras que usamos para expressar as nossas dúvidas"." Tomé deve ter ficado chocado por ver que o seu Senhor ressuscitado tinha estado presente (Jo 14:23-28), embora não pudesse ser visto nem por eles, nem pelos demais, naquela ocasião específica (cf. Jo 2:25).
Não há nenhuma indicação de que Tomé tenha aplicado os testes que havia exigido. Ao contrário, a fé foi ativada, e Tomé exclamou: Senhor meu, e Deus meu! (28). "A ideia central com que se iniciou o Evangelho (1,1) ocorre novamente no seu final: para o cristão fiel, Cristo é o próprio Deus" .
Westcott afirma que "as palavras, sem dúvida, são dirigidas a Cristo e são uma confissão de sua pessoa... as palavras que se seguiram mostraram que o Senhor aceitou a declaração da sua divindade, como uma verdadeira expressão de fé".'
- Considerando que o ministério de Jesus foi em grande parte confinado a uma área relativamente sem importância em um pequeno canto do Império Romano, uma quantidade surpreendente de informações sobre Jesus pode ser extraída de fontes históricas seculares.
Algumas das evidências históricas mais importantes de Jesus incluem o seguinte: Tácito, por exemplo, um romano do primeiro século considerado um dos historiadores mais precisos do mundo antigo, mencionou "cristãos" supersticiosos (de Christus, que é Cristo em latim) que sofreram nas mãos de Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Já Suetônio, o secretário-chefe do Imperador Adriano, escreveu que havia um homem chamado Chrestus (ou Cristo) que viveu durante o primeiro século (Anais 15.44).
Por sua vez, Flávio Josefo é o historiador judeu mais famoso. Em suas Antiguidades, ele se refere a Tiago, "o irmão de Jesus, que se chamava Cristo".
Há um verso controverso (18:3) que diz: “Agora havia acerca deste tempo Jesus, homem sábio, se é que é lícito chamá-lo homem. Pois ele foi quem operou maravilhas... Ele era o Cristo... ele surgiu a eles vivo novamente no terceiro dia, como haviam dito os divinos profetas e dez mil outras coisas maravilhosas a seu respeito.” Uma versão diz: Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas.
Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo.
Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas." Júlio Africano cita o historiador Talo em uma discussão sobre as trevas que sucederam a crucificação de Cristo (Escritos Existentes, 18).
Plínio, o Jovem, em sua obra Cartas 10:96, registrou as primeiras práticas da adoração cristã, incluindo o fato de que os cristãos adoravam a Jesus como Deus e eram muito éticos. Ele também inclui uma referência ao banquete de amor e à Ceia do Senhor.
O Talmude Babilônico (Sinédrio 43a) confirma a crucificação de Jesus na véspera da Páscoa e as acusações contra Cristo de praticar magia e encorajar a apostasia judaica. Luciano de Samosata, um escritor grego do segundo século, admite que Jesus foi adorado pelos cristãos, introduziu novos ensinamentos e foi por eles crucificado. Ele disse que os ensinamentos de Jesus incluíam a fraternidade entre os crentes e a importância da conversão e da negação de outros deuses.
Os cristãos viviam de acordo com as leis de Jesus, criam que eram imortais, caracterizavam-se por desdenhar da morte e por sua devoção voluntária, além da renúncia a bens materiais. Mara Bar-Serapião confirma que Jesus era conhecido como um homem sábio e virtuoso, considerado por muitos como o rei de Israel, e foi executado pelos judeus, mas continuou vivo nos ensinamentos de Seus seguidores. Por último, temos os escritos Gnósticos (O Evangelho da Verdade, O Apócrifo de João, O Evangelho de Tomé, O Tratado da Ressurreição, etc.) que mencionam Jesus.
3. Uma crença herética (1 Jo 4.2,3). João viveu seus últimos dias na cidade de Éfeso, que era a cidade de Cerinto, o doceta. Os escritos do apóstolo João, o Evangelho, as três Epístolas e o Livro de Apocalipse, foram produzidos na última década do primeiro século. Nessa época, o docetismo já se difundia entre os cristãos. Por isso, o apóstolo esclarece, e de maneira direta, que todo aquele que nega que Jesus veio em carne não é de Deus (1 Jo 4.3).
Veja a gravidade dessa heresia, pois se Jesus não teve corpo físico real, Ele também não morreu, e se não morreu, também não ressuscitou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação (1 Co 15.1- 3,17,18).
Por essa razão, o apóstolo João foi contundente contra os docetas. Os expoentes de tal crença são chamados de “enganadores” (2 Jo 7).
O verdadeiro profeta confessa que Jesus Cristo veio em carne (2). Jesus refere-se à sua natureza humana e Cristo à sua natureza divina e, assim, os dois juntos tornam-se a expressão da Encarnação. Veio em carne não deve ser interpretado como "veio para dentro da carne". Cristo não desceu [...] em um homem já existente, mas veio em natureza humana; Ele 'tornou-se carne' "5 João está dizendo que a Encarnação não é somente o foco central do evangelho mas também reúne em seu significado mais amplo as outras grandes verdades doutrinárias tais como o nascimento virginal, a crucificação e a ressurreição.
A Encarnação é o credo essencial do cristianismo; com base nessa doutrina, tudo que se chama cristão permanece em pé ou cai. Em um certo sentido, então, estamos dizendo que a Encarnação é um credo, mas muito mais do que um credo. Ela é uma formulação de fé, mas também é um fato histórico, o de que Cristo veio em carne. A religião cristã é fundamentada em um evento histórico, no ato culminante de Deus na redenção. Deus tornou-se homem. Sua relação com o homem é, portanto, ativa e dinâmica. Reconhecer a Encarnação é entrar nessa atividade de Deus, envolver-se naquilo que Deus tem feito e está fazendo, ser um co-participante e, assim, uma testemunha viva da doutrina cristã da salvação. O perdão é mais do que uma libertação legal da culpa; é tomar parte de uma nova vida em Cristo, ou seja, participar ativamente no Reino de Deus na terra.
O Docetismo caracterizou-se por afirmar que Jesus Cristo apenas aparentava ser humano, mas na realidade, não possuía uma natureza humana genuína. Em vez disso, acreditavam que Ele era puramente divino e espiritual, desprovido de uma natureza humana real. Ao negar a humanidade de Cristo, o Docetismo minou a Encarnação, que é central na fé cristã.
A Encarnação ensina que Deus se fez carne em Jesus Cristo, assumindo uma natureza humana completa para redimir a humanidade. A negação da humanidade de Cristo comprometeu essa compreensão fundamental. O contexto histórico desse período é fundamental para compreender a heresia do Docetismo e as complexidades que envolviam a natureza de Cristo naquele tempo.
O cristianismo primitivo estava ganhando adeptos em um mundo romano rico em cultura, religião e filosofia. No entanto, essa expansão do cristianismo ocorreu em meio a uma paisagem religiosa diversificada. O Império Romano abrigava uma ampla gama de cultos, crenças e religiões locais, incluindo o culto aos deuses romanos tradicionais, religiões orientais e várias escolas filosóficas gregas. A influência da filosofia grega desempenhou um papel importante na complexidade da discussão. As escolas filosóficas gregas frequentemente discutiam questões metafísicas e filosóficas que se relacionavam com a natureza de Cristo. Por exemplo, a filosofia platônica defendia a ideia de um mundo das ideias eternas, enquanto a filosofia estoica enfatizava a virtude e a razão como características divinas. Essas filosofias frequentemente eram aplicadas à compreensão de Jesus Cristo.
III. COMO ESSAS HERESIAS SE REVELAM HOJE
1. Quanto ao nascimento virginal de Jesus. Quem lê o livro Credo, de Barth, tem a impressão de que ele crê no nascimento virginal de Jesus Cristo, o que não corresponde à verdade, à luz do contexto geral da teologia barthiana. De acordo com Barth, na história tudo é relativo e incerto.
Isso, evidentemente, aplica-se à vida terrena de Cristo. Por conseguinte, ele pode falar sobre o nascimento virginal de Cristo, mas como um “mito”. Esse teólogo suíço, Karl Barth, desenvolveo um complexo sistema teológico e doutrinário - o Modernismo Teológico, que deu origem ao neomodernismo, e este por sua vez, abriu fronteiras, rompendo os limites da teologia barthiana. Deste modo, este sistema teológico se faz presente no movimento ecumênico, levado a efeito por determinados segmentos do cristianismo, e, mais recentemente, na chamada “Teologia da Libertação”, que tanta confusão está causando. Sua teologia tem contribuído para que determinados setores da teologia, nos dias hodiernos, dêem uma guinada, passando do verdadeiro e lógico para o absurdo e anti-bíblico.
E tudo começa com um pressuposto equivocado: Segundo Barth, a infalibilidade da Bíblia é uma fantasia, só aceita por crentes ignorantes. Para ele, nem mesmo as palavras de Cristo, relatadas nos Evangelhos, são infalíveis. Ele vai mais além e afirma que os ensinamentos de Jesus, conforme dados no Evangelho, são tão afastados da verdade acerca de Deus como as mais cruéis ideias da primitiva religião.
2. Quanto à morte e à ressurreição de Cristo. No seu livro Comentários Sobre Romanos, Barth chega a dizer que o ateu D. F. Strauss talvez tivesse razão em explicar a ressurreição de Cristo como “um embuste histórico”. Mas é Barth mesmo quem afirma: “A ressurreição de Cristo, ou o que dá no mesmo, a sua vida, não é um acontecimento histórico”.
Historiadores conhecem sobre Basílides e seus ensinamentos principalmente através dos escritos de seus detratores e é impossível determinar o quão confiáveis são estes relatos. A mais antiga refutação de Basílides, por Agripa Castor, se perdeu. Quase todos os escritos de Basílides pereceram, mas os nomes de três de suas obras e alguns fragmentos chegaram até nós.
Alguns coríntios, individualmente, acolhiam ou rejeitavam a doutrina da ressurreição. Como a maioria dos problemas que existiam entre eles se originava da cultura helênica deles, é provável que aqueles relacionados com a ressurreição tivessem a mesma origem.
O ensino das religiões e filosofias populares gregas "imaginava que o espírito desencarnado do homem atravessava as esferas planetárias para finalmente abandonar cada parte da existência em carne e osso do homem, até a sua consciência e raciocínio". Essa abordagem grega estava baseada no conceito de que a matéria, ou a substância material, era a origem de todo o mal. Assim sendo, a ressurreição do corpo era algo que oferecia um apelo desprezível àqueles que eram influenciados pelo pensamento grego. Para essas pessoas, a imortalidade da alma, ou a própria alma, era o objeto da sua fé e esperança.
Outros, aparentemente, ensinavam que a ressurreição já havia acontecido (2 Tm 2.18). Para Paulo, isso representava uma heresia.
Alguns ensinavam que ela realmente acontecia no ato do batismo. Moule escreve: "Esses heréticos afirmavam que através do batismo eles já haviam se tornado participantes da vida ressuscitada, e que nada mais restava a ser obedecido". Paulo ensinava, assim como todos os apóstolos, que a ressurreição de Cristo representava "as primícias" ou a evidência inicial da ressurreição dos cristãos. Em Cristo, a redenção é total, inclusive do corpo. Para a Igreja Primitiva a morte e a ressurreição do crente não eram uma libertação do corpo, nem o seu esquecimento em uma grande "superalma".
Eles aguardavam um acontecimento futuro que envolvia a completa trans-formação do corpo. Como diz Moule: "Eles afirmavam que a redenção incorporada ia contra uma libertação individual". Paulo reconhece que "carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus" (15.50). E ele começa a mostrar-lhes o mistério.
A ressurreição do crente não é simplesmente uma transição da morte para um estado de beatitude e vida eterna; é a "mudança do `corpo físico' para um 'corpo espiritual' que envolve tanto a continuidade como a mu-dança".6 Paulo fundamentou toda a sua experiência em Cristo na esperança de uma ressurreição pessoal.
3. Confirmação histórica. Como cristãos, não precisamos recorrer à fontes extra bíblicas para apoiar nossa fé; A Bíblia é suficiente para nós. Sobre a Pessoa de Cristo, diz-nos as Escrituras:
Cristo era uma Pessoa real
Ele nasceu duma virgem (Is 7.14; Lc 1.27);
Ele foi isento de pecado (Hb 7.26);
Ele foi visto por João Batista (Jo 1.29),
Ele foi visto por João Batista Anás (Jo 18.12,13),
Ele foi visto por João Batista Pilatos (Jo 18.28,29) e
Ele foi visto por João Batista Herodes (Lc 23.8).
A morte de Cristo foi um fato histórico e real
Foi testemunhada pelo centurião romano (Lc 23.45-47);
Foi testemunhada pelos soldados romanos (Jo 19.32,33);
José de Arimatéia e Nicodemos tomaram seu corpo, embalsamaram-no e o enterraram (Jo 19.38-42).
A ressurreição de Cristo foi um fato histórico e real. Após ressurreto Ele foi visto:
Pelos guardas do sepulcro (Mt 28.11-23);
Por Maria Madalena (Jo 20.16);
Por dez dos seus discípulos (Jo 20.19-23);
Por Tome (Jo 20.26-29);
Por sete dos seus discípulos (Jo 21.1-14);
Por Simão Pedro (Jo 21.15-19);
Por mais de quinhentos irmãos (1 Co 15.6).
CONCLUSÃO
Como conclusão desse tema, quero abordar ainda um assunto mito relevante: O verbo latino incarnare significa "fazer carne". Quando dizemos que Jesus Cristo é Deus "encarnado", queremos dizer que o Filho de Deus assumiu uma forma carnal e corporal (João 1:14).
No entanto, quando isso aconteceu no ventre de Maria, a mãe terrena de Jesus, Ele não deixou de ser divindade (Leia aqui sobre Theotokos). Embora Jesus tenha Se tornado totalmente humano (Hebreus 2:17), Ele manteve a Sua posição de Deus (João 1:1, 14).
Como Jesus é capaz de ser homem e Deus simultaneamente é um dos grandes mistérios do Cristianismo, mas é, no entanto, um teste de ortodoxia (1 João 4:2; 2 João 1:7).
Jesus tem duas naturezas distintas — divina e humana. "Creiam que eu estou no Pai e que o Pai está em mim" (João 14:11).
A Bíblia ensina claramente a divindade de Cristo ao apresentar o Seu cumprimento de inúmeras profecias do Antigo Testamento (Isaías 7:14; Salmo 2:7),
A Sua existência eterna (João 1:1–3; João 8:58),
O Seu milagroso nascimento virginal (Lucas 1:26–31),
Os Seus milagres (Mateus 9:24–25),
A Sua autoridade para perdoar o pecado (Mateus 9:6),
A Sua aceitação da adoração (Mateus 14:33),
A Sua capacidade de prever o futuro ( Mateus 24:1–2)
E a Sua ressurreição dentre os mortos (Lucas 24:36–39).
O escritor de Hebreus nos diz que Jesus é superior aos anjos (Hebreus 1:4-5) e que os anjos devem adorá-lO (Hebreus 1:6).
A Bíblia também ensina a Encarnação — Jesus tornou-Se totalmente humano ao assumir a carne humana.
Jesus foi concebido no ventre e nasceu (Lucas 2:7),
Experimentou envelhecimento normal (Lucas 2:40),
Teve necessidades físicas naturais (João 19:28)
E emoções humanas (Mateus 26:38),
Aprendeu (Lucas 2:52),
Morreu de morte física (Lucas 23:46)
E ressuscitou com um corpo físico (Lucas 24:39).
Jesus era humano em todos os aspectos, exceto no pecado. Ele viveu uma vida completamente sem pecado (Hebreus 4:15).
Quando Cristo assumiu a forma de um humano, a Sua natureza não mudou, e sim a Sua posição.
Jesus, em Sua natureza original de Deus em forma de espírito, humilhou-Se, deixando de lado Sua glória e privilégios (Filipenses 2:6–8).
Deus nunca pode deixar de ser Deus porque Ele é imutável (Hebreus 13:8)
E infinito (Apocalipse 1:8).
Se Jesus deixasse de ser totalmente Deus por uma fração de segundo, toda a vida morreria (veja Atos 17:28).
A doutrina da Encarnação diz que Jesus, embora permanecendo totalmente Deus, tornou-Se totalmente homem.
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!