23 de novembro de 2016

O Milagre está em Sua Casa



O Milagre está em Sua Casa

Texto Áureo = “Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses [...], que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste.” (Dt 10.17,18)

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje veremos um milagre que foi motivado a partir da necessidade financeira de uma mulher que devido a sua dívida ela iria ficar sem dois filhos. Deus concede a Eliseu autoridade para que sucedesse Elias marcando assim o seu ministério por muitos milagres.

·         Eliseu

O nome Eliseu significa "Deus é salvação". Auxiliar do profeta Elias, Eliseu era filho de Safate, de Abel-Meolá, no Vale do Jordão. Tinha como trabalho arar a terra com junta de bois. O jovem Eliseu foi convidado pelo profeta Elias a segui-lo. O texto bíblico mostra que ele “se levantou, e seguiu a Elias, e o servia” (1 Rs 19.21). O primeiro ponto digno de nota na vida do profeta Eliseu foi a sua humildade e a disponibilidade em aprender com o profeta Elias. Na caminhada com Deus, saber ouvir e ter o compromisso de aprender com o outro é muito importante. Na época de Eliseu não havia uma espécie de seminário teológico ou faculdade que tinha o objetivo de formar, embora houvesse escola de profetas, mas que nem de longe era parecida com as instituições modernas. Os profetas eram formados aos pés dos outros profetas no dia a dia da caminhada, os profetas iam sendo formados, trabalhados e forjados diante de Deus e dos homens.

Outro ponto digno de nota é que o ministério do profeta Eliseu é permeado por milagres. Segundo especialistas em Antigo Testamento, excetuando a pessoa de Jesus Cristo, ninguém na história sagrada registrou a quantidade de sinais e maravilhas como consta o registro na vida do profeta mediante o seu ministério. Ele sarou águas infectadas (2 Rs 2.19-22), fez brotar água no deserto (2 Rs 3.9,16-20), proveu a necessidade da viúva (2 Rs 5) e ressuscitou mortos (2 rs. 4.18-37), além de curar leprosos (2 rs. 5). Estes três últimos milagres antecipam o que o nosso Senhor faria em abundância em seu ministério terreno. A vida e a obra de Eliseu nos ensinam que Deus traz provisão no momento oportuno. O ministério do profeta mostra uma profusa quantidade de ações divinas em favor das pessoas que por intermédio dele eram abençoadas.

Não podemos perder a dimensão da verdade bíblica de um Deus que provê. O que não significa abrir barganha com Ele. Nada disso. Resgatar a visão bíblica de que Deus intervém na circunstância de uma pessoa é urgente a fim de não cairmos no erro de uma religiosidade sem paixão, de uma ortodoxia morta e do gélido ceticismo. 

À luz da vida de Eliseu, somos convidados a andar com Deus em fidelidade e verdade. Amá-Lo de todo o nosso coração, alma e pensamento. À medida que nos aproximamos mais de Deus por intermédio da oração e da leitura da Palavra, o Senhor se aproxima mais de nossas vidas. Por isso, busquemos ao Senhor, o reverenciemos enquanto há tempo.

I – UMA FAMILIA PIEDOSA EM DIFICULDADES

Nós iremos demonstrar a intervenção divina numa circunstância que nenhum homem comum poderia resolver. No capítulo 4, Eliseu se volta às famílias dos profetas quando se depara com uma situação alarmante de uma viúva e seus dois filhos que estavam vivendo um estado caótico de gênero de primeira necessidade e que era esposa de um profeta que havia falecido e deixado um dívida.

A situação daquela família era de penúria, pois além da perda do marido, estavam vivendo uma crise econômica, em que faltavam alimentos básicos e não tinham nenhum recurso financeiro. A viúva corria o risco de perder seus dois filhos para os credores. Seus filhos poderiam ser vendidos como escravos para saldar a dívida. A situação era gravíssima, pois não havia nem dinheiro nem qualquer tipo de alimentos dentro da casa. Era pobreza total, e isso significava privação das necessidades básicas da vida. A Bíblia nos dá a garantia de que Deus faz justiça ao órfão e à viúva (Dt 10.18; Sl 68.5; 146.9).

Vivemos em tempos de grandes dificuldade econômicas, quando muitas famílias estão em total pobreza material. Famílias inteiras que vivem nas favelas das grandes cidades comem restos de comida encontrados nos lixões das cidades. Sem alimentação, sem educação, nem segurança, a pobreza gera desespero e violência, e os governos tentam fazer alguma coisa, mas muito pouco é feito para mudar esse estado caótico de pobreza. Nesse meio se encontram muitos cristãos fiéis a Deus que vivem de migalhas e muito pouco que as igrejas fazem por eles. Muitas igrejas ficam ricas e usam os seus recursos para quaisquer projetos de construções e outra coisas mais, mais porem muito pouco é investido na obra social para amenizar a pobreza dos nossos próprios irmãos na fé.

II – O DEUS DE MILAGRES OPEROU DE MODO ESPECIAL NA CASA DAQUELA VIÚVA

·         Que te hei de fazer?

Quando Eliseu pergunta àquela viúva estava confrontando como homem que estava pronto para ajudar, dentro dos limites desse seu espirito humanitário. Eliseu não agia com atitudes presunçosa só por causa dos milagres que já haviam sido operados por seu intermédio. Ele tinha consciência de sua limitações, e não ostentava atitude de senhorio sobre as operações de Deus.

·         Que é que tens em casa? (2 Rs 4.2)

Essa pergunta que, colocada no contexto das famílias na sociedade atual, se choca com a realidade da pobreza, da mendicância das cidades, da busca de alimentos nos lixões das grandes metrópoles, dos maus serviços de saúde. A igreja de Cristo na terra não pode inverter o seu papel social, e sim seguir o exemplo da igreja que saiu do Pentecostes (At 4.32-35). Em vez de querermos espiritualizar todas as suas ações, a igreja deveria investir em exercer justiça social. Existe uma teologia chamada “teologia da pobreza” que ensinam que pobreza material é garantia de espiritualidade, usando como texto para essa ideia equivocada uma interpretação da expressão “pobre de espirito” como pobreza material. Na história desse capitulo, Eliseu era o homem de Deus, que confiava em Jeová-Jireh e sabia que Deus podia mudar aquele estado de penúria daquela viúva e seus filhos. Por isso, perguntou-lhe: “Que é que tens em casa”? a resposta da viúva foi clara e precisa: “Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite”.

III – DEUS COMEÇA O MILAGRE A PARTIR DO QUE TEMOS

·         Tua serva não tem nada, senão uma botija de azeite

A lição maior que aprendemos com essa declaração da viúva é que, a partir do nada, ou do pouco que temos, Deus age e opera milagres. Na Bíblia temos histórias lindas de Deus em prover a necessidade de seus servos. O que é que temos em mãos para começar a ver a operação de Deus?

Moisés tinha em mãos “uma vara”, e com essa vara Deus operou grandes maravilhas; Davi tinha uma funda, e com uma pedrinha matou o gigante Golias (1Sm 17.23-25, 40, 49); Pedro e seus companheiros de pesca tinham uma rede e viram o milagre da pesca abundante depois de uma noite inteira sem pegar nada (Lc 5.1-7); Dorcas tinha uma agulha de costura (At 9.36-40).

O que temos em mãos, ou em casa, para crer no Deus de milagres?
O que a viúva tinha em casa senão uma “botija de azeite”? Foi um bom começo o “ter uma botija de azeite”, mas se ela tivesse nada, o Senhor operaria do mesmo modo.

·         Provisão Abundante sem Desperdício
·          
O profeta orientou a viúva e seus filhos que pedissem emprestados muitos vasilhames próprios (vasos de barro), tanto quanto pudessem tomar emprestados. Sem que os vizinhos e amigos soubessem, seus filhos trouxeram muitos vasilhames para dentro de casa. Tudo quanto aquela viúva tinha em casa era uma “pequena botija de azeite”. Fecharam a porta da casa e obedeceram à orientação do profeta de “tomar a botija de azeite” e começar a derramar em cada vasilhame o restinho do azeite que havia na botija. 

Então o milagre começou a acontecer, porque o azeite não terminava e quanto mais eles enchiam os vasos, mias o azeite se multiplicava até o ultimo vaso, quando o azeite parou de derramar.

O azeite continuo a fluir enquanto havia capacidade de recebe-los. Não houve desperdício. Tanto quanto havia em capacidade de receber azeite foi o que Deus fez fluir para resolver o problema da viúva e seus filhos.

A lição que aprendemos é que, do pouco que temos, podemos exercer nossa fé para obtermos a benção de Deus em todos os aspectos de nossa vida material, emocional e espiritual. O apostolo Paulo disse aos romanos que Deus dá sua graça na medida da nossa fé, ou “conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12.3). Deus nos dá tanto quanto precisamos e dá abundantemente. Nunca Ele dá demais ou de menos, mas sempre na medida da nossa capacidade de gerirmos aquilo que Ele nos dá.

·         A Obediência à Orientação do Profeta foi fundamental para Receber a Benção

Aquela mulher podia discutir com o profeta o seu modo de resolver o problema, mas ela sabia que o homem de Deus tinha a resposta divina para sua vida. Tudo o que ela precisava fazer era aceitar a orientação do profeta e colocar sua fé em ação. Para não haver interferência no milagre, a viúva e seus filhos deveriam “tomar vasos emprestados”, ou seja, vasilhames de cerâmicas, tantos quantos pudessem conseguir, trazê-los para dentro de casa. A viúva só tinha uma botija, um pequeno vasilhame; por isso, precisaria de muitos vasilhames. Ela sabia que deveria obedecer à orientação do seu líder espiritual como aquele que cumpre o papel de representar os interesses de Deus na terra. Para não haver a interrupção dos credores à sua porta, nem o de sentir-se orgulhosa pelo suprimento miraculoso, ela deveria fechar a porta atrás de si na sua casa. Ela fez tu conforme a orientação do servo de Deus para que o milagre acontecesse. O princípio da autoridade espiritual é o mesmo para nosso dias. Um pastor deve ser respeitado como homem de Deus, e esse respeito se conquista com o exemplo de vida piedosa.

IV - OS PROPÓSITOS DO MILAGRE

·         Uma resposta ao sofrimento

Todos os milagres realizados por Eliseu deixam bem claro que eles ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também ao sofrimento (2Rs 4.1-38; 5.1-19; 6.1-7). O NT mostra-nos que o Senhor Jesus libertava e curava porque se compadecia do sofrimento humano (Lc 13.10-17; Mc 1.40-45). 

Todos os milagres autênticos são operados por Deus, pois somente Ele é poderoso para realizá-los. Há ocasiões em que Ele interfere diretamente em determinada situação, sem a instrumentalidade humana (Nm 11.18-23; 31-32; Jo 5.1-9).

·         Um consolo nas nossas dificuldades.

O fato de sermos cristãos não nos isenta de passarmos por necessidades e tribulações. “...no mundo tereis aflições...” (Jo 16.33). Por isso, Paulo disse: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (2Co 4.8,9 ver 1Co 1.4-a). “E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.” (Êx 20.6). Ver ainda textos como (Nm 20.7-11).

·         Uma maneira de glorificar a Deus.

Os milagres, portanto, são uma resposta de Deus ao sofrimento humano. Todavia, eles não se centralizam no homem, mas em Deus. Os milagres narrados nas Escrituras objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento, encontramos os profetas buscando chamar a atenção para si através dos milagres que realizavam nem tirar proveitos deles. Quem tentou fazer isso e beneficiar-se de forma indevida foi Geazi, o servo de Eliseu. Entretanto, quando assim procedeu foi severamente punido (2Rs 5.20-27). Em o NT observamos Pedro e Paulo pondo em destaque esse fato e mostrando que Deus, e não os homens, é quem deve ser glorificado (At 3.8,12; 14.14,15).

CONCLUSÃO

O milagre da multiplicação do azeite é um testemunho do poder de Deus, que se compadece dos sofredores que o buscam de todo o coração. O foco, portanto, dessa bela história não é a viúva nem tampouco o profeta Eliseu, mas o Senhor que através da instrumentalidade do seu servo abençoa essa pobre mulher. A história faz-nos lembrar um outro feito extraordinário e muito mais relevante do que esse: a multiplicação dos peixes e pães por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele foi, é e sempre será a resposta consoladora a todo sofrimento humano.







Por. Pb. Mickel Souza

REFERÊNCIAS

VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
ELIENAI CABRAL. O Deus de Toda Provisão. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
BARNETT, T. Há um milagre em sua casa. CPAD.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. CPAD.
I. E. Ass. de Deus em Pernambuco - Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais