Lição 1 –
Parábola: Uma Lição para a Vida
TEXTO ÁUREO
“E sem parábolas nunca lhes falava, porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.” (Mc 4.34)
VERDADE PRÁTICA
As parábolas são uma forma instrutiva para se ensinar grandes lições, e delas podemos extrair as inspirações e os ensinamentos divinos para a vida cristã.
INTRODUÇÃO
Quando estudamos as parábolas de Jesus, com os
corações abertos e dispostos a aprender como discípulos verdadeiros, em busca
de sabedoria e entendimento das verdades espirituais profundas, nos deparamos
com as sábias lições que Ele nos deixou para sermos bem-sucedidos em nossa vida
aqui no mundo. Estudar este conteúdo, como disse Jesus aos seus primeiros
discípulos, é um privilégio: “Bem-aventurados são os olhos que veem o que vós
vedes, pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes e
não o viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram” (Lc 10.23,24).
Assim, as parábolas do Senhor possuem preciosas
promessas de bênçãos para todos quantos acolhem sua mensagem e se dispõem a
compreender as verdades que elas ensinam.
I
– O QUE É PARÁBOLA
A palavra “parábola” é grega. Vem de “parabolé”
(παραβολή) que, por sua vez, é uma palavra composta de duas outras palavras,
“para”(παρα) que quer dizer “ao lado de” e “bolé” (βολή), que era uma medida de
distância correspondente um tiro de pedra (cfr. Lc.22:41). Na verdade, “bolé” é
derivado de “ballo” (βαλλω), que significa lançar, jogar, arremessar. A palavra
“parábola”, portanto, tem o sentido de “lançamento ao lado”, “arremesso ao
lado”, um “lançamento feito com desvio de alvo”, ou seja, uma “aproximação”,
uma “comparação”.
No Antigo Testamento, a palavra traduzida por parábola
é “mashal” ( )משל,
que sempre designa uma comparação, uma ilustração que é feita para trazer
ensinamentos espirituais, quase sempre vinculados a profecias, como nos ditos
de Balaão (Nm.23:7,18;24:3,15,20), de Jó (Jó 27:1 e 29:1) ou nas profecias de
Ezequiel(Ez.17:2; 18:2) e de Habacuque (Hc.2:6) ou pelo salmista (Sl.49:4). O
salmista, aliás, deixou registrado o uso de parábolas pelo Messias (Sl.78:2).
Por isso, no Dicionário Houaiss
da Língua Portuguesa, é dito que a parábola “…é uma narrativa alegórica que
transmite uma mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia .…”.
A Bíblia On-Line da Sociedade
Bíblica do Brasil define parábola como sendo “…geralmente história curta ou
comparação baseada em fatos verdadeiros, com o fim de ensinar lições a respeito
do Reino de Deus ou de sabedoria e moral.…” Diante da dificuldade ou da
profundidade da mensagem que se quer transmitir, a pessoa acaba usando de algo
aproximado, de uma comparação com elementos conhecidos pelos receptores da
mensagem, fazendo, assim, com que a mensagem não seja transmitida com as ideias
exatas, muitas vezes inatingíveis e incompreensíveis, mas através de uma
aproximação, de uma comparação que consegue transmitir as ideias sem que a
dificuldade delas impeça o conhecimento por parte do ouvinte. Por isso, há um
“desvio”, fica-se “ao lado” das ideias, mas o “lançamento” é feito, a
transmissão é efetuada.
O uso de parábolas é uma forma
bem antiga de transmissão de conhecimentos entre os homens. Tendo criado o
homem à Sua imagem e semelhança, Deus tinha plena consciência de que o homem
não tinha condições de compreender o seu Criador em sua totalidade e, portanto,
cremos que, já no jardim do Éden, quando o homem recebia a presença de Deus na
viração do dia, o Senhor já Se comunicava com Ele por meio de comparações, de
aproximações, a fim de que se fizesse conhecido.
Não é à toa que o Senhor quis
deixar demonstrada a necessidade de obediência e submissão a Ele por parte do
homem através de uma árvore, como era a árvore do conhecimento do bem e do mal,
que nada mais era que um símbolo da obediência. Deus criou o expediente da
árvore da ciência do bem e do mal para que o homem pudesse entender o que é
obedecer, bem como compreendesse o seu lugar no universo. Deus sempre nos fala
com aproximações, sempre nos transmite o Seu conhecimento por intermédio de
comparações, pois não temos como compreendê-l’O em Sua plenitude. O apóstolo
João, mesmo, admite que só quando formos glorificados teremos condições de
vê-l’O como Ele é (I Jo.3:2) e, mesmo assim, de forma imperfeita, pois ninguém
pode conhecer a Deus senão o próprio Deus (I Co.2:11).
A parábola é, assim, uma forma de
transmissão de conhecimento e de verdades através de aproximações, do uso de
elementos que já são conhecidos do ouvinte, a fim de que ele possa entender,
com clareza, a profundidade do que será transmitido. Os povos da Antiguidade
fizeram uso desta técnica a fim de poder transmitir, ao longo das gerações, os
conhecimentos que haviam adquirido a respeito do mundo e a respeito de Deus.
Embora tenham uma certa
semelhança, as parábolas distinguem-se de algumas figuras que também compõem o
que se passou a denominar de “linguagem simbólica”. Aliás, a palavra “símbolo”
tem a mesma raiz da palavra “parábola”, sendo, nada mais, nada menos, como
explica R.N. Champlin, “comparar uma coisa com outra ao lançá-las uma junto com
a outra”. “…Símbolo é algo que sugere outra coisa mediante um relacionamento,
uma associação, como, por exemplo, um leão simbolizando a coragem…” (Símbolo.
In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.6, p.212).
II – AS PARÁBOLAS NA BÍBLIA
Sendo preponderantemente escrita
em linguagem simbólica, a Bíblia Sagrada não deixaria de ter parábolas, até
porque, entre os israelitas, sempre foi este um modo de ensino das verdades
eternas. Esta técnica, que é anterior a Jesus Cristo, permanece até hoje entre
os rabinos judeus, que está repleta de narrativas deste gênero nos seus
escritos (a começar do Talmude, o segundo livro mais sagrado do judaísmo).
“…Os eruditos alistam onze
parábolas no Antigo Testamento: 1. Os moabitas e os israelitas. O narrador foi
Balaão, no monte Pisga (Nm.23:24). 2. As árvores que escolheram um rei. Foi
contada por Jotão, no monte Gerizim (Jz.9:7-15), parábola que alguns consideram
como sendo uma fábula[observação nossa]. 3. A ovelha e o pobre. Foi narrada
pelo profeta Natã, em Jerusalém (II Sm.12:1-5) 4. O conflito entre irmãos. Uma
mulher de Tecoa contou-a a Jerusalém (II Sm.14:9) 5. O prisioneiro que escapou.
Um jovem profeta, perto de Samaria, apresentou essa parábola (I Rs.20:25-49) 6.
O espinheiro e o cedro. O rei Joás a contou, em Jerusalém (II Rs.14:9) 7. A
videira que deu uvas bravas. Isaías contou essa parábola, em Jerusalém
(Is.5:1-7). 8. As águias e a vinha (Ez.17:3-10) 9. Os filhotes de leão (Ez.19:2-9) 10. O
caldeirão fervente (Ez.24:3-5) 11. Israel como a vinha perto da água
(Ez.24:10-14), estas quatro últimas foram proferidas pelo profeta Ezequiel, no
cativeiro da Babilônia[observação nossa]. .…”
Notamos sempre que, no Antigo
Testamento, quase sempre a parábola está vinculada ao ofício profético. Eram os
profetas, no mais das vezes, quem usavam deste expediente para trazer suas
mensagens ao povo, a mostrar, assim, que a parábola era um meio pelo qual o
Senhor procurava transmitir um abundante ensinamento, uma orientação, fazer uma
advertência para o Seu povo. Na antiga aliança, esta era a função do ofício
profético, que era o porta-voz do Espírito do Senhor para Israel. A parábola,
assim, desempenha este papel de comunicação direta entre Deus e o homem.
Deste modo, vemos que Jesus não
poderia deixar de usar do expediente das parábolas na pregação do Evangelho.
Sendo um de Seus ofícios o ofício profético, Cristo teria, mesmo, de, a exemplo
dos profetas que o antecederam, também usar deste método que, afinal de contas,
era um método bem conhecido do povo israelita. Tendo a missão de fazer
conhecido o Pai aos homens (Jo.15:15), o Senhor tinha de trazer Deus ao nível
do intelecto humano e isto impunha o uso de uma linguagem que fosse acessível
ao ser humano. O uso das parábolas, portanto, era um dos mais apropriados,
porque, além de ser conhecido da população em geral, dava plenas condições para
que houvesse a compreensão da parte dos ouvintes.
O uso das parábolas por Jesus foi
tão intenso que há, mesmo, quem associe esta técnica a Jesus, achando que
tivesse sido Ele o seu inventor, tanto assim que a própria palavra “parábola”
passou a ter o significado de narrativa alegórica que encerra um preceito
religioso ou moral, especialmente as encontradas nos Evangelhos, como diz o
Dicionário Houaiss, ou seja, quando se fala, hoje em dia, em parábola,
pensa-se, de imediato, em uma parábola que tenha sido contada por Jesus.
III – POR QUE JESUS ENSINOU POR MEIO DE PARÁBOLAS ?
Visto que o Senhor usou do método
de parábolas como ninguém para ensinar os Seus discípulos, alguém pode indagar:
por que Jesus usou deste expediente, por que não teria sido “mais claro” nos
Seus ensinamentos, ainda mais quando parece que o uso de parábolas era para que
o Senhor não fosse entendido por Israel (cfr. Mt.13:10-17)? Não seria este um
contrassenso diante da missão de Jesus aqui na Terra?
Em primeiro lugar, devemos
observar que Jesus usou parábolas em Seus ensinos para cumprir a Palavra de
Deus. Como diz o apóstolo e evangelista Mateus, Jesus usou parábolas para
cumprir o que d’Ele estava escrito no Sl.78:2 (Mt.13:34,35). Jesus veio cumprir
as Escrituras e, por isso, tinha de ensinar por parábolas, pois assim estava
escrito.
Em segundo lugar, Jesus tinha uma
tarefa singular em Seu ministério: fazer o Pai conhecido dos homens (Jo.15:15),
proclamar o Evangelho(Mc.1:15; Lc.4:43), ou seja, dizer ao mundo que Ele havia
vindo para salvar o mundo e tirar dele o pecado (Jo.1:29; 3:17).
Para trazer o conhecimento do Pai
ao homem, Jesus tinha de ser, antes de mais nada, Mestre. Por isso, das noventa
vezes em que alguém se dirigiu ao Senhor Jesus nos Evangelhos, em sessenta
delas foi chamado de mestre. Mestre, ao lado de Senhor, foi um título que Jesus
jamais negou receber (Jo.13:13). OBS: “…Nunca Jesus repreendeu aquele que O
chamavam de Mestre ou Ensinador. Pelo contrário, parecia aceitar de bom grado
este título…” (HURST, D.V. E ele concedeu uns para mestres. Trad. de Gordon
Chown, p.15).
Uma das características
fundamentais do mestre é ter e compreender os alvos do seu ministério de
ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta compreensão e sabia que tinha
de fazer o Pai conhecido dos homens. Ora, para tanto, era necessário que se
desse atenção especial aos alunos, pois ele é, como diz D.V. Hurst, o mais
importante dos três ingredientes da situação do ensino (ao lado do mestre e da
aula). Para que o aluno fosse o elemento mais importante, Jesus tinha que Se
fazer entendido e compreendido por eles e isto só seria possível se descesse ao
nível do aluno, ou seja, se Se utilizasse de um método a que o aluno estivesse
acostumado e de elementos que permitissem que o aluno entendesse as verdades
espirituais a respeito de Deus. OBS: “…O emprego contínuo que Jesus fez das
parábolas está em perfeita concordância com o método de ensino ministrado ao
povo no templo e na sinagoga. Os escribas e os doutores da Lei faziam grande
uso das parábolas e da linguagem figurada, para ilustração das suas homilias.
Tais eram os Hagadote dos livros rabínicos. A parábola tantas vezes aproveitada
por Jesus, no Seu ministério (Mc 4.34), servia para esclarecer os Seus
ensinamentos, referindo-se á vida comum e aos interesses humanos, para
patentear a natureza do Seu reino, e para experimentar a disposição dos Seus
ouvintes (Mt 21.45; Lc 20.19).…”
Numa análise do sistema de ensino
então existente em Israel, vemos, claramente, que, para atingir estes
objetivos, Jesus tinha de usar as parábolas, pois era o método que, a um só
tempo, permitiria que todo o povo de Israel, que eram os Seus potenciais alunos
(Jesus havia vindo para as ovelhas perdidas da casa de Israel – Mt.15:24;
Jo.1:11), pudesse ter real acesso ao conhecimento do Pai, seja pelo fato de que
já estavam acostumados a este método de ensino, seja porque a linguagem
empregada permitiria uma fácil compreensão de todos quantos quisessem aprender.
Notamos, portanto, que Jesus quer
que o ensino da Sua Palavra se faça de modo claro e acessível a todos os
ouvintes, respeitando-se, pois, as condições culturais, educacionais e sociais
dos ouvintes. OBS: “…O professor precisa conhecer o aluno. Foi escrito acerca
de Jesus:’ O próprio Jesus …os conhecia a todos. E não precisava de que alguém
Lhe desse testemunho a respeito do homem, porque Ele mesmo sabia o que era a
natureza humana’ (Jô.2:24,25).
Jesus conhecia a psicologia do
ser humano e manifestou este conhecimento no Seu modo de tratar com eles.
Conhecia as leis do ensino e ensinava à altura. Conhecia as necessidades e os
impulsos básicos dos seres humanos, oferecendo-lhes completa satisfação.
Conhecia as tendências emocionais dos homens e as levou em consideração. Jesus
ensinava o aluno, não ensinava lições, sendo portanto de importância primária o
Seu conhecimento do aluno. Será que o mestre de hoje, que quer produzir nas
vidas do alunos os mesmos resultados de Jesus, pode trabalhar sem levar isto em
conta ?…” (HURST, D.V. op.cit., p.58).
Através das parábolas, Jesus usou
de elementos e de situações do dia-a-dia dos Seus ouvintes para transmitir
conhecimentos profundos a respeito de Deus e do relacionamento de Deus com os
homens. As coisas espirituais estão acima da capacidade do homem natural, pois
elas se discernem espiritualmente e, sem o Espírito de Deus, não há como o
homem entender as coisas divinas (I Co.2:9-16). O homem, no pecado, não tem o
Espírito Santo e, portanto, é preciso que o ensino a respeito de Deus se faça
mediante instrumentos que permitam ao homem, ao ouvir pela Palavra de Deus,
entender o que se está pregando, para que possa receber a fé, que é dom de
Deus, e, assim, se arrepender, querendo, dos seus pecados e alcançar a
salvação. Ao usar das parábolas, Jesus impediu que houvesse um bloqueio, que
tornasse inacessível a Palavra de Deus ao ser humano.
Mas dirá alguém que o que estamos
a falar não tem fundamento bíblico, pois, no trecho já referido, Mateus informa
que Jesus falava por parábolas para que não fosse compreendido, tanto que só
explicava as parábolas para os discípulos. Esta forma de entender, aliás, é
muito difundida entre os espíritas kardecistas, segundo os quais, as parábolas
de Jesus seriam a prova evidente de que haveria, nos ensinos de Jesus, um
conhecimento exotérico, referente à exposição pública dos ensinos de Jesus e um
conhecimento esotérico, reservado apenas para os discípulos de Cristo, para os
“iniciados nos mistérios”. Um entendimento desta ordem, porém, daria razão ao
pensamento de que somente os “iniciados” teriam acesso a Deus, o que,
evidentemente, não é o que proclama a
Bíblia Sagrada, que diz que Jesus
veio salvar a todos os homens indistintamente. Mas, e a pergunta persiste, como
entender, então, o trecho bíblico de Mt.13:10-15?
Jesus ensinou por parábolas
porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa com relação à
rejeição do Messias. Ao ensinar por parábolas, Jesus ensinava usando de imagens
que todos pudessem compreender. “…Durante Seu ministério, Cristo proferiu
muitas parábolas. Através deste ensino ele manifestou o princípio de Sua
própria missão no mundo; tomou a nossa natureza e habitou entre nós, a fim de
familiarizar-nos com Sua vida e caráter. A divindade foi revelada na
humanidade; da mesma forma que Deus revelou-se na semelhança de homem, e Seus
ensinos seguia a mesma linha: do desconhecido para o conhecido, as verdades
divinas eram reveladas por coisas terrenas com as quais o povo estava bem
familiarizado. Cada aspecto da natureza era utilizado por Cristo para ilustrar
verdades. Os cenários da natureza criada por Ele, foram todos relacionados com
uma verdade espiritual, de tal forma que a própria natureza está revestida das
parábolas do Mestre.(…). No ensino por parábolas, Jesus desejava despertar a
indagação, despertar os indiferentes e impressionar-lhes o coração com verdade.
Esse tipo de ensino era popular e atraía a atenção do povo. O ouvinte sincero
que desejava obter maior conhecimento e compreensão das coisas divinas, poderia
compreender Suas palavras, pois o Mestre estava sempre pronto a explicá-las.…”
a) Cada elemento ou personagem da
parábola está associado a uma verdade espiritual. A parábola tem aplicação
espiritual e esta associação é a prova disto. Assim, por exemplo, na parábola
do semeador, a semente é a Palavra de Deus; o semeado, o ouvinte; o semeador, o
pregador.
b) A parábola tem sempre uma
lição central, uma verdade a ser transmitida, que é espiritual. O importante da
parábola, pois, é este sentido espiritual e não algum pormenor ou detalhe
insignificante. Assim, a semente que está à beira do caminho é o ouvinte que
tem arrebatada a Palavra pelo maligno. Não é caso de ficarmos discutindo de que
natureza é este caminho, os motivos pelos quais o semeador, ao semear, foi tão
negligente ou qualquer outro ponto que não é o cerne do ensino. “…Não devemos,
portanto, exagerar em pontos secundários das parábolas, pois estamos sujeitos a
obscurecer o principal.…”
As parábolas são um meio de
expressão simbólica, não exigem nem podem ser consideradas como precisas e
exatas imagens, pois se a exatidão e precisão fossem possíveis, Jesus não iria
usar deste expediente para nos transmitir as verdades eternas.
c) “…Tanto a super elaboração
como a super simplificação devem ser evitadas na interpretação das parábolas,
pois em poucas esferas da exegese do Evangelho é mais fácil para alguém ser
tendencioso.…”. Não se pode, portanto, considerar que uma parábola dispense
toda e qualquer doutrina que a Bíblia traga a respeito, como, por exemplo,
considerar que a parábola do filho pródigo dispense a doutrina da expiação,
sendo ‘o evangelho dos evangelhos’, como também considerar que as parábolas não
são parte importante do ensino de Jesus, sendo meras ilustrações que só tiveram
validade nos dias do Senhor.
d) No estudo das parábolas, é
indispensável que tenhamos conhecimento do ambiente cultural dos dias de Jesus,
para que bem compreendamos o que Jesus quis transmitir aos Seus ouvintes
daquela época, a fim de que façamos a devida contextualização, ou seja, que
tragamos a parábola para os nossos dias, pois, embora as verdades transmitidas
sejam eternas, é fundamental que, assim como Jesus fez, tenhamos condições de,
também, usarmos elementos do cotidiano, do dia-a-dia dos nossos ouvintes (ou de
nós mesmos), para que bem apliquemos os ensinamentos do Senhor em nossas vidas.
Afinal de contas, o objetivo de Jesus não se dirigia apenas aos Seus
contemporâneos, mas a todos quantos aceitam o Seu nome (Jo.17:20).
e) As parábolas são ilustrações
de verdades bíblicas, portanto não podem ser consideradas como elementos
capazes de produzir doutrina. “…Na interpretação das parábolas, o problema é
saber quais os detalhes que têm significação e quais os incidentes sem sentido
real na história apresentada. Ordinariamente, a parábola tem por escopo mostrar
um fato importante, dela não devem ser tiradas, à força, lições de cada
pormenor, pois algumas partes são apenas complementos da história apresentada.
Nunca devemos nos esquecer: as
parábolas não são para produzir doutrinas: seu objetivo é ilustrar as verdades
que Jesus quis ensinar.…”
CONCLUSÃO
Não há como perceber, nem entrar, no Reino de Deus, sem ter nascido de novo (Jo 3.3-8), por isso, a salvação da alma é parte integrante das parábolas. Você já renasceu? Já se arrependeu dos seus pecados e confiou em Jesus Cristo e em seu sacrifício pelos seus pecados? Você conhece o Rei deste Reino? Seu coração já se prostra diante deste Rei?
Ou vive em rebeldia contra Ele ainda? Os verdadeiros súditos reconhecem a soberania do Rei e submetem-se a ela.
Por = Pb. Mickel Souza Porto = Dourados MS
Referência
http://vivos.com.br/parabolas-de-jesus/
Acesso em 31 jul. 2018).
CHAMPLIN, Russell Norman.
Parábola. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
Colaboração para o Portal Escola
Dominical – Ev. Caramuru Afonso
Francisco.