3 de outubro de 2018

Lição 1 – Parábola: Uma Lição para a Vida


Lição 1 – Parábola: Uma Lição para a Vida

TEXTO ÁUREO

“E sem parábolas nunca lhes falava, porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.” (Mc 4.34)

VERDADE PRÁTICA

As parábolas são uma forma instrutiva para se ensinar grandes lições, e delas podemos extrair as inspirações e os ensinamentos divinos para a vida cristã.

INTRODUÇÃO

Quando estudamos as parábolas de Jesus, com os corações abertos e dispostos a aprender como discípulos verdadeiros, em busca de sabedoria e entendimento das verdades espirituais profundas, nos deparamos com as sábias lições que Ele nos deixou para sermos bem-sucedidos em nossa vida aqui no mundo. Estudar este conteúdo, como disse Jesus aos seus primeiros discípulos, é um privilégio: “Bem-aventurados são os olhos que veem o que vós vedes, pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes e não o viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram” (Lc 10.23,24).
Assim, as parábolas do Senhor possuem preciosas promessas de bênçãos para todos quantos acolhem sua mensagem e se dispõem a compreender as verdades que elas ensinam.

I – O QUE É PARÁBOLA

A palavra “parábola” é grega. Vem de “parabolé” (παραβολή) que, por sua vez, é uma palavra composta de duas outras palavras, “para”(παρα) que quer dizer “ao lado de” e “bolé” (βολή), que era uma medida de distância correspondente um tiro de pedra (cfr. Lc.22:41). Na verdade, “bolé” é derivado de “ballo” (βαλλω), que significa lançar, jogar, arremessar. A palavra “parábola”, portanto, tem o sentido de “lançamento ao lado”, “arremesso ao lado”, um “lançamento feito com desvio de alvo”, ou seja, uma “aproximação”, uma “comparação”.

No Antigo Testamento, a palavra traduzida por parábola é “mashal” ( )משל, que sempre designa uma comparação, uma ilustração que é feita para trazer ensinamentos espirituais, quase sempre vinculados a profecias, como nos ditos de Balaão (Nm.23:7,18;24:3,15,20), de Jó (Jó 27:1 e 29:1) ou nas profecias de Ezequiel(Ez.17:2; 18:2) e de Habacuque (Hc.2:6) ou pelo salmista (Sl.49:4). O salmista, aliás, deixou registrado o uso de parábolas pelo Messias (Sl.78:2).
Por isso, no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é dito que a parábola “…é uma narrativa alegórica que transmite uma mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia .…”.

A Bíblia On-Line da Sociedade Bíblica do Brasil define parábola como sendo “…geralmente história curta ou comparação baseada em fatos verdadeiros, com o fim de ensinar lições a respeito do Reino de Deus ou de sabedoria e moral.…” Diante da dificuldade ou da profundidade da mensagem que se quer transmitir, a pessoa acaba usando de algo aproximado, de uma comparação com elementos conhecidos pelos receptores da mensagem, fazendo, assim, com que a mensagem não seja transmitida com as ideias exatas, muitas vezes inatingíveis e incompreensíveis, mas através de uma aproximação, de uma comparação que consegue transmitir as ideias sem que a dificuldade delas impeça o conhecimento por parte do ouvinte. Por isso, há um “desvio”, fica-se “ao lado” das ideias, mas o “lançamento” é feito, a transmissão é efetuada.

O uso de parábolas é uma forma bem antiga de transmissão de conhecimentos entre os homens. Tendo criado o homem à Sua imagem e semelhança, Deus tinha plena consciência de que o homem não tinha condições de compreender o seu Criador em sua totalidade e, portanto, cremos que, já no jardim do Éden, quando o homem recebia a presença de Deus na viração do dia, o Senhor já Se comunicava com Ele por meio de comparações, de aproximações, a fim de que se fizesse conhecido.

Não é à toa que o Senhor quis deixar demonstrada a necessidade de obediência e submissão a Ele por parte do homem através de uma árvore, como era a árvore do conhecimento do bem e do mal, que nada mais era que um símbolo da obediência. Deus criou o expediente da árvore da ciência do bem e do mal para que o homem pudesse entender o que é obedecer, bem como compreendesse o seu lugar no universo. Deus sempre nos fala com aproximações, sempre nos transmite o Seu conhecimento por intermédio de comparações, pois não temos como compreendê-l’O em Sua plenitude. O apóstolo João, mesmo, admite que só quando formos glorificados teremos condições de vê-l’O como Ele é (I Jo.3:2) e, mesmo assim, de forma imperfeita, pois ninguém pode conhecer a Deus senão o próprio Deus (I Co.2:11).


A parábola é, assim, uma forma de transmissão de conhecimento e de verdades através de aproximações, do uso de elementos que já são conhecidos do ouvinte, a fim de que ele possa entender, com clareza, a profundidade do que será transmitido. Os povos da Antiguidade fizeram uso desta técnica a fim de poder transmitir, ao longo das gerações, os conhecimentos que haviam adquirido a respeito do mundo e a respeito de Deus.
Embora tenham uma certa semelhança, as parábolas distinguem-se de algumas figuras que também compõem o que se passou a denominar de “linguagem simbólica”. Aliás, a palavra “símbolo” tem a mesma raiz da palavra “parábola”, sendo, nada mais, nada menos, como explica R.N. Champlin, “comparar uma coisa com outra ao lançá-las uma junto com a outra”. “…Símbolo é algo que sugere outra coisa mediante um relacionamento, uma associação, como, por exemplo, um leão simbolizando a coragem…” (Símbolo. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.6, p.212).

II – AS PARÁBOLAS NA BÍBLIA

Sendo preponderantemente escrita em linguagem simbólica, a Bíblia Sagrada não deixaria de ter parábolas, até porque, entre os israelitas, sempre foi este um modo de ensino das verdades eternas. Esta técnica, que é anterior a Jesus Cristo, permanece até hoje entre os rabinos judeus, que está repleta de narrativas deste gênero nos seus escritos (a começar do Talmude, o segundo livro mais sagrado do judaísmo).

“…Os eruditos alistam onze parábolas no Antigo Testamento: 1. Os moabitas e os israelitas. O narrador foi Balaão, no monte Pisga (Nm.23:24). 2. As árvores que escolheram um rei. Foi contada por Jotão, no monte Gerizim (Jz.9:7-15), parábola que alguns consideram como sendo uma fábula[observação nossa]. 3. A ovelha e o pobre. Foi narrada pelo profeta Natã, em Jerusalém (II Sm.12:1-5) 4. O conflito entre irmãos. Uma mulher de Tecoa contou-a a Jerusalém (II Sm.14:9) 5. O prisioneiro que escapou. Um jovem profeta, perto de Samaria, apresentou essa parábola (I Rs.20:25-49) 6. O espinheiro e o cedro. O rei Joás a contou, em Jerusalém (II Rs.14:9) 7. A videira que deu uvas bravas. Isaías contou essa parábola, em Jerusalém (Is.5:1-7). 8. As águias e a vinha (Ez.17:3-10)   9. Os filhotes de leão (Ez.19:2-9) 10. O caldeirão fervente (Ez.24:3-5) 11. Israel como a vinha perto da água (Ez.24:10-14), estas quatro últimas foram proferidas pelo profeta Ezequiel, no cativeiro da Babilônia[observação nossa]. .…”

Notamos sempre que, no Antigo Testamento, quase sempre a parábola está vinculada ao ofício profético. Eram os profetas, no mais das vezes, quem usavam deste expediente para trazer suas mensagens ao povo, a mostrar, assim, que a parábola era um meio pelo qual o Senhor procurava transmitir um abundante ensinamento, uma orientação, fazer uma advertência para o Seu povo. Na antiga aliança, esta era a função do ofício profético, que era o porta-voz do Espírito do Senhor para Israel. A parábola, assim, desempenha este papel de comunicação direta entre Deus e o homem. 
Deste modo, vemos que Jesus não poderia deixar de usar do expediente das parábolas na pregação do Evangelho. Sendo um de Seus ofícios o ofício profético, Cristo teria, mesmo, de, a exemplo dos profetas que o antecederam, também usar deste método que, afinal de contas, era um método bem conhecido do povo israelita. Tendo a missão de fazer conhecido o Pai aos homens (Jo.15:15), o Senhor tinha de trazer Deus ao nível do intelecto humano e isto impunha o uso de uma linguagem que fosse acessível ao ser humano. O uso das parábolas, portanto, era um dos mais apropriados, porque, além de ser conhecido da população em geral, dava plenas condições para que houvesse a compreensão da parte dos ouvintes.

O uso das parábolas por Jesus foi tão intenso que há, mesmo, quem associe esta técnica a Jesus, achando que tivesse sido Ele o seu inventor, tanto assim que a própria palavra “parábola” passou a ter o significado de narrativa alegórica que encerra um preceito religioso ou moral, especialmente as encontradas nos Evangelhos, como diz o Dicionário Houaiss, ou seja, quando se fala, hoje em dia, em parábola, pensa-se, de imediato, em uma parábola que tenha sido contada por Jesus.

III – POR QUE JESUS ENSINOU POR MEIO DE PARÁBOLAS ?

Visto que o Senhor usou do método de parábolas como ninguém para ensinar os Seus discípulos, alguém pode indagar: por que Jesus usou deste expediente, por que não teria sido “mais claro” nos Seus ensinamentos, ainda mais quando parece que o uso de parábolas era para que o Senhor não fosse entendido por Israel (cfr. Mt.13:10-17)? Não seria este um contrassenso diante da missão de Jesus aqui na Terra?

Em primeiro lugar, devemos observar que Jesus usou parábolas em Seus ensinos para cumprir a Palavra de Deus. Como diz o apóstolo e evangelista Mateus, Jesus usou parábolas para cumprir o que d’Ele estava escrito no Sl.78:2 (Mt.13:34,35). Jesus veio cumprir as Escrituras e, por isso, tinha de ensinar por parábolas, pois assim estava escrito.
Em segundo lugar, Jesus tinha uma tarefa singular em Seu ministério: fazer o Pai conhecido dos homens (Jo.15:15), proclamar o Evangelho(Mc.1:15; Lc.4:43), ou seja, dizer ao mundo que Ele havia vindo para salvar o mundo e tirar dele o pecado (Jo.1:29; 3:17).

Para trazer o conhecimento do Pai ao homem, Jesus tinha de ser, antes de mais nada, Mestre. Por isso, das noventa vezes em que alguém se dirigiu ao Senhor Jesus nos Evangelhos, em sessenta delas foi chamado de mestre. Mestre, ao lado de Senhor, foi um título que Jesus jamais negou receber (Jo.13:13). OBS: “…Nunca Jesus repreendeu aquele que O chamavam de Mestre ou Ensinador. Pelo contrário, parecia aceitar de bom grado este título…” (HURST, D.V. E ele concedeu uns para mestres. Trad. de Gordon Chown, p.15).

Uma das características fundamentais do mestre é ter e compreender os alvos do seu ministério de ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta compreensão e sabia que tinha de fazer o Pai conhecido dos homens. Ora, para tanto, era necessário que se desse atenção especial aos alunos, pois ele é, como diz D.V. Hurst, o mais importante dos três ingredientes da situação do ensino (ao lado do mestre e da aula). Para que o aluno fosse o elemento mais importante, Jesus tinha que Se fazer entendido e compreendido por eles e isto só seria possível se descesse ao nível do aluno, ou seja, se Se utilizasse de um método a que o aluno estivesse acostumado e de elementos que permitissem que o aluno entendesse as verdades espirituais a respeito de Deus. OBS: “…O emprego contínuo que Jesus fez das parábolas está em perfeita concordância com o método de ensino ministrado ao povo no templo e na sinagoga. Os escribas e os doutores da Lei faziam grande uso das parábolas e da linguagem figurada, para ilustração das suas homilias. Tais eram os Hagadote dos livros rabínicos. A parábola tantas vezes aproveitada por Jesus, no Seu ministério (Mc 4.34), servia para esclarecer os Seus ensinamentos, referindo-se á vida comum e aos interesses humanos, para patentear a natureza do Seu reino, e para experimentar a disposição dos Seus ouvintes (Mt 21.45; Lc 20.19).…”

Numa análise do sistema de ensino então existente em Israel, vemos, claramente, que, para atingir estes objetivos, Jesus tinha de usar as parábolas, pois era o método que, a um só tempo, permitiria que todo o povo de Israel, que eram os Seus potenciais alunos (Jesus havia vindo para as ovelhas perdidas da casa de Israel – Mt.15:24; Jo.1:11), pudesse ter real acesso ao conhecimento do Pai, seja pelo fato de que já estavam acostumados a este método de ensino, seja porque a linguagem empregada permitiria uma fácil compreensão de todos quantos quisessem aprender.

Notamos, portanto, que Jesus quer que o ensino da Sua Palavra se faça de modo claro e acessível a todos os ouvintes, respeitando-se, pois, as condições culturais, educacionais e sociais dos ouvintes. OBS: “…O professor precisa conhecer o aluno. Foi escrito acerca de Jesus:’ O próprio Jesus …os conhecia a todos. E não precisava de que alguém Lhe desse testemunho a respeito do homem, porque Ele mesmo sabia o que era a natureza humana’ (Jô.2:24,25).

Jesus conhecia a psicologia do ser humano e manifestou este conhecimento no Seu modo de tratar com eles. Conhecia as leis do ensino e ensinava à altura. Conhecia as necessidades e os impulsos básicos dos seres humanos, oferecendo-lhes completa satisfação. Conhecia as tendências emocionais dos homens e as levou em consideração. Jesus ensinava o aluno, não ensinava lições, sendo portanto de importância primária o Seu conhecimento do aluno. Será que o mestre de hoje, que quer produzir nas vidas do alunos os mesmos resultados de Jesus, pode trabalhar sem levar isto em conta ?…” (HURST, D.V. op.cit., p.58).

Através das parábolas, Jesus usou de elementos e de situações do dia-a-dia dos Seus ouvintes para transmitir conhecimentos profundos a respeito de Deus e do relacionamento de Deus com os homens. As coisas espirituais estão acima da capacidade do homem natural, pois elas se discernem espiritualmente e, sem o Espírito de Deus, não há como o homem entender as coisas divinas (I Co.2:9-16). O homem, no pecado, não tem o Espírito Santo e, portanto, é preciso que o ensino a respeito de Deus se faça mediante instrumentos que permitam ao homem, ao ouvir pela Palavra de Deus, entender o que se está pregando, para que possa receber a fé, que é dom de Deus, e, assim, se arrepender, querendo, dos seus pecados e alcançar a salvação. Ao usar das parábolas, Jesus impediu que houvesse um bloqueio, que tornasse inacessível a Palavra de Deus ao ser humano.

Mas dirá alguém que o que estamos a falar não tem fundamento bíblico, pois, no trecho já referido, Mateus informa que Jesus falava por parábolas para que não fosse compreendido, tanto que só explicava as parábolas para os discípulos. Esta forma de entender, aliás, é muito difundida entre os espíritas kardecistas, segundo os quais, as parábolas de Jesus seriam a prova evidente de que haveria, nos ensinos de Jesus, um conhecimento exotérico, referente à exposição pública dos ensinos de Jesus e um conhecimento esotérico, reservado apenas para os discípulos de Cristo, para os “iniciados nos mistérios”. Um entendimento desta ordem, porém, daria razão ao pensamento de que somente os “iniciados” teriam acesso a Deus, o que, evidentemente, não é o que proclama a

Bíblia Sagrada, que diz que Jesus veio salvar a todos os homens indistintamente. Mas, e a pergunta persiste, como entender, então, o trecho bíblico de Mt.13:10-15?
Jesus ensinou por parábolas porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa com relação à rejeição do Messias. Ao ensinar por parábolas, Jesus ensinava usando de imagens que todos pudessem compreender. “…Durante Seu ministério, Cristo proferiu muitas parábolas. Através deste ensino ele manifestou o princípio de Sua própria missão no mundo; tomou a nossa natureza e habitou entre nós, a fim de familiarizar-nos com Sua vida e caráter. A divindade foi revelada na humanidade; da mesma forma que Deus revelou-se na semelhança de homem, e Seus ensinos seguia a mesma linha: do desconhecido para o conhecido, as verdades divinas eram reveladas por coisas terrenas com as quais o povo estava bem familiarizado. Cada aspecto da natureza era utilizado por Cristo para ilustrar verdades. Os cenários da natureza criada por Ele, foram todos relacionados com uma verdade espiritual, de tal forma que a própria natureza está revestida das parábolas do Mestre.(…). No ensino por parábolas, Jesus desejava despertar a indagação, despertar os indiferentes e impressionar-lhes o coração com verdade. Esse tipo de ensino era popular e atraía a atenção do povo. O ouvinte sincero que desejava obter maior conhecimento e compreensão das coisas divinas, poderia compreender Suas palavras, pois o Mestre estava sempre pronto a explicá-las.…”

a) Cada elemento ou personagem da parábola está associado a uma verdade espiritual. A parábola tem aplicação espiritual e esta associação é a prova disto. Assim, por exemplo, na parábola do semeador, a semente é a Palavra de Deus; o semeado, o ouvinte; o semeador, o pregador.

b) A parábola tem sempre uma lição central, uma verdade a ser transmitida, que é espiritual. O importante da parábola, pois, é este sentido espiritual e não algum pormenor ou detalhe insignificante. Assim, a semente que está à beira do caminho é o ouvinte que tem arrebatada a Palavra pelo maligno. Não é caso de ficarmos discutindo de que natureza é este caminho, os motivos pelos quais o semeador, ao semear, foi tão negligente ou qualquer outro ponto que não é o cerne do ensino. “…Não devemos, portanto, exagerar em pontos secundários das parábolas, pois estamos sujeitos a obscurecer o principal.…”
As parábolas são um meio de expressão simbólica, não exigem nem podem ser consideradas como precisas e exatas imagens, pois se a exatidão e precisão fossem possíveis, Jesus não iria usar deste expediente para nos transmitir as verdades eternas.

c) “…Tanto a super elaboração como a super simplificação devem ser evitadas na interpretação das parábolas, pois em poucas esferas da exegese do Evangelho é mais fácil para alguém ser tendencioso.…”. Não se pode, portanto, considerar que uma parábola dispense toda e qualquer doutrina que a Bíblia traga a respeito, como, por exemplo, considerar que a parábola do filho pródigo dispense a doutrina da expiação, sendo ‘o evangelho dos evangelhos’, como também considerar que as parábolas não são parte importante do ensino de Jesus, sendo meras ilustrações que só tiveram validade nos dias do Senhor.

d) No estudo das parábolas, é indispensável que tenhamos conhecimento do ambiente cultural dos dias de Jesus, para que bem compreendamos o que Jesus quis transmitir aos Seus ouvintes daquela época, a fim de que façamos a devida contextualização, ou seja, que tragamos a parábola para os nossos dias, pois, embora as verdades transmitidas sejam eternas, é fundamental que, assim como Jesus fez, tenhamos condições de, também, usarmos elementos do cotidiano, do dia-a-dia dos nossos ouvintes (ou de nós mesmos), para que bem apliquemos os ensinamentos do Senhor em nossas vidas. Afinal de contas, o objetivo de Jesus não se dirigia apenas aos Seus contemporâneos, mas a todos quantos aceitam o Seu nome (Jo.17:20).

e) As parábolas são ilustrações de verdades bíblicas, portanto não podem ser consideradas como elementos capazes de produzir doutrina. “…Na interpretação das parábolas, o problema é saber quais os detalhes que têm significação e quais os incidentes sem sentido real na história apresentada. Ordinariamente, a parábola tem por escopo mostrar um fato importante, dela não devem ser tiradas, à força, lições de cada pormenor, pois algumas partes são apenas complementos da história apresentada.
Nunca devemos nos esquecer: as parábolas não são para produzir doutrinas: seu objetivo é ilustrar as verdades que Jesus quis ensinar.…”

CONCLUSÃO
 
Não há como perceber, nem entrar, no Reino de Deus, sem ter nascido de novo (Jo 3.3-8), por isso, a salvação da alma é parte integrante das parábolas. Você já renasceu? Já se arrependeu dos seus pecados e confiou em Jesus Cristo e em seu sacrifício pelos seus pecados? Você conhece o Rei deste Reino? Seu coração já se prostra diante deste Rei?
Ou vive em rebeldia contra Ele ainda? Os verdadeiros súditos reconhecem a soberania do Rei e submetem-se a ela.

Por = Pb. Mickel Souza Porto = Dourados MS

Referência

http://vivos.com.br/parabolas-de-jesus/ Acesso em 31 jul. 2018).
CHAMPLIN, Russell Norman. Parábola. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Ev.  Caramuru Afonso Francisco.

Parábola: Uma Lição Para a Vida


Parábola Uma Lição Para a Vida

Texto  Áureo = “E sem parábolas nunca lhes falava, porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.” (Mc 4.34)

Verdade Prática = As parábolas são uma forma instrutiva para se ensinar grandes lições, e delas podemos extrair as inspirações e os ensinamentos divinos para a vida cristã.
 
LEITURA BIBLICA = MATEUS 13: 10-17

INTRODUÇÃO

Estaremos estudando, a partir desta lição, as parábolas do Senhor Jesus Cristo. Através delas, o Divino Mestre revelar-nos-á os grandes mistérios do Reino de Deus. Além de seu aspecto teológico, suas parábolas são amorosamente voltadas para a prática; levam-nos a exercitar o verdadeiro cristianismo em nosso atribulado e estressante cotidiano.

Agora, pois, em espírito de profunda reverência e humildade, passemos às parábolas que nos deixou o Filho do Homem. Se colocarmos em prática os seus ensinos, viveremos no âmbito do Reino de Deus a partir de agora; imediatamente. E de vitória em vitória, haveremos de chegar às Bodas do Cordeiro. Não ajamos, pois, como muitos dos ouvintes de Jesus. Apesar da clareza das parábolas que Ele proferiu, jamais conseguiram perceber a chegada do Reino anunciado pelos santos profetas.

 1. O QUE É A PARÁBOLA

A parábola, como a encontramos nos evangelhos é um recurso didático, largamente utilizado por Jesus, a fim de elucidar as grandes verdades e mistérios do Reino de Deus. Vejamos, pois, como podemos defini-la.

1. Definição etimológica. Originária do vocábulo grego parabolé, a referida palavra significa, etimologicamente, colocar uma coisa ao lado de outra; comparação. Não foi exatamente o que escreveu Ezequiel ao povo de Israel ao propor-lhe uma parábola? (Ez 17.2).

2. Definição hermenêutica. Antes de avançarmos nesta definição, vejamos o que é hermenêutica: é a ciência que tem por objetivo interpretar corretamente a Bíblia.
Segundo a hermenêutica, parábola é uma narrativa alegórica constituída de personagens, coisas, incidentes e atitudes que, através de comparações, facilita a compreensão de realidades que se acham além do nosso entendimento.

Exemplo: Objetivando mostrar aos seus contemporâneos o singular e incomparável amor de Deus para com o pecador, o Senhor Jesus narrou-lhes a Parábola do Filho Pródigo. Doutra forma, como poderiam eles ver a Deus como o Amoroso Pai sempre pronto a receber o filho que, caindo em si, resolve retornar à casa paterna.

3. A Bíblia é um livro rico em parábolas. Além das parábolas de Cristo, encontramos muitas outras através das Sagradas Escrituras. Isaías, Jeremias, Ezequiel e Oséias usaram-nas com rara sabedoria. Ao todo, são mais de 250 parábolas na Bíblia.

Surpreendentemente, nenhuma parábola encontramos no Evangelho de João. Por outro lado, neste deparamo-nos com várias figuras de linguagem usadas para ilustrar o ministério de Cristo: a serpente levantada por Moisés no deserto (Jo 3.14-17); a água viva (Jo 4.14) etc.

II. OS OBJETIVOS AS PARABOLAS DE JESUS

Ao proferir as suas parábolas, tinha o Senhor Jesus, em mente, dois objetivos: um didático e outro teológico.

1. Objetivo didático. Como o Mestre dos mestres, Jesus sabia perfeitamente como haveria de alcançar as ovelhas perdidas da Casa de Israel. Por isso, pôs-se a ensinar os seus contemporâneos através de comparações. Ao falar-lhes das coisas terrenas, mostrava-lhes, com toda a clareza, as celestiais. Ele sabia ensinar verdades profundas utilizando-se das coisas que eram comuns no dia-a-dia de seus ouvintes.

2. Objetivo teológico. Além de ser o Mestre dos mestres, o Senhor Jesus era, de igual modo, a fonte de onde manam todos os mistérios do Reino de Deus. Como, porém, falar desses mistérios se a sua audiência era de gente simples? Para alcançar os seus ouvintes, foi ele comparando as coisas celestes com as terrestres, a fim de que estas esclarecessem aquelas. E, assim, através desse recurso educacional, Ele formou a primeira geração de teólogos da Igreja Cristã: os apóstolos.

III. POR QUE JESUS ENSINAVA POR PARABOLAS

Ao ensinar através de parábolas, tinha o Senhor Jesus em mente, também, esclarecer os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos, e ocultar estes mesmos mistérios daqueles que, julgando-se mestres, recusavam-lhe a doutrina.

1. Esclarecer os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos. Como toda a Palavra de Deus, as parábolas do Senhor Jesus eram como uma espada de dois gumes. Se por um lado, explicava os mistérios do Reino de Deus aos pequeninos e humildes (Lc 10, 21); por outro, tinha como alvo...

2. Ocultar estes mesmos mistérios dos sábios e inteligentes. Estes, ao contrário daqueles mencionadas acima, não estavam dispostos a renunciar a tradição dos anciãos, para terem condições de entender os mistérios do Reino de Deus. Dessa gente presunçosa e orgulhosa, profetizou Isaías (Is 6.9,10).

Por conseguinte, se quisermos aprender os mistérios do Reino de Deus, devemos nos postar aos pés do Divino Mestre e, assim, em profunda humildade, guardar seus ensinamentos em nosso coração. Os que se acham sábios, nada aprenderão; os que anseiam pelo ensino, serão plenamente saciados.

V. COMO INTERPRETAR PARABOLAS

Como poderá você constatar, não é difícil interpretar as parábolas. Aliás, o próprio Jesus encarregou-se de interpretar algumas aos seus discípulos (Mt 13.37,38). Basta termos em mente os seguintes passos, a fim de que possamos alcançar o seu significado:

1. Buscar a verdade (ou verdades) que a parábola ilustra. A pergunta encontra-se, invariavelmente, no início ou no final do texto. Como por exemplo na Parábola da Ovelha e da Dracma perdida (Lc 15.10).

2. Ater-se à essência da parábola. Ou seja: que levemos em conta os traços principais da parábola e não propriamente o seu cenário. Na Parábola do Filho Pródigo, por exemplo, devemos considerar os seguintes elementos: o pai, que representa o Amoroso Deus; o filho mais novo, que ilustra o pecador espiritualmente perdido; e o filho mais velho que lembra o crente inconformado com a misericórdia divina em relação ao filho que volta a usufruir dos favores imerecidos do Pai Celeste. Por conseguinte, não devemos nos preocupar em achar significado para os porcos, para as alfarrobas que estes comiam etc.

3. Jamais se esquecer de que as parábolas servem para ilustrar doutrinas e não para estabelecê-las. Infelizmente, não são poucos os intérpretes que, esquecendo-se disso, aparecem com ensinamentos estranhos à Palavra de Deus.

CONCLUSÃO

As parábolas de Nosso Senhor Jesus Cristo continuam tão atuais como nos dias do Novo Testamento. Atentemos ao seu ensino com todo cuidado e desvelo; pois continuam a explicar-nos os mistérios do Reino de Deus. Que o Senhor nos ajude a estudá-las com um espírito humilde e quebrantado. Tenho certeza de que, ao findar este trimestre, estaremos mais ricos espiritualmente. Porque aprouve a Deus revelar-nos, através das Parábolas, os mistérios de seu Reino. Amém.

Por:  Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 2005




Parábolas De JESUS - As Parábolas No Ensino De JESUS

Texto Áureo: Tudo isso disse Jesus por parábolas à multidão e nada lhes falava sem parábolas, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a boca; publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo. (Mt 13.34,35).

Além de fazer cumprir a Palavra de DEUS dita pelos profetas era para JESUS a melhor maneira de fixar nas mentes de seus ouvintes seus ensinos de amor e humildade.

Verdade Prática: Através de suas parábolas, o Senhor JESUS continua a revelar-nos os grandes mistérios do reino de DEUS.

As parábolas nos ensinam que os mistérios de DEUS são facilmente entendidos pelos simples e humildes de coração. Devemos aprender de JESUS.
"Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas". Mt 11.28,29
  
PONTO DE CONTATO

Depois de aprendermos como desenvolver o caráter de CRISTO em nós, no trimestre passado, vamos agora aprender na didática de JESUS, os mistérios de DEUS, revelados de maneira simples através das parábolas que o mestre dos mestres nos transmitiu.
Nada de passar à frente de JESUS  e nada de tentar colocar significado em tudo, entreguemos-nos inteiramente ao ESPÍRITO SANTO para que o mesmo nos auxilie na compreensão de tão maravilhosos  ensinos.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, nesta primeira lição, faça um organograma das lições que serão estudadas durante o trimestre. Trata-se de um quadro que relaciona conceitos e valores, indicando as inter-relações de suas unidades constitutivas. O objetivo é apresentar uma síntese de todo o conteúdo do trimestre e recapitular os pontos fundamentais das lições.

SÍNTESE TEXTUAL

As parábolas eram recursos didáticos usados pelos judeus desde os tempos do Antigo Testamento (Jó 27.1; Hb 2.6). O profeta Ezequiel está entre os inúmeros personagens bíblicos que fizeram uso dessas alegorias a fim de comunicar uma mensagem clara e acessível (Ez 17.2). As parábolas também eram usadas pelo povo e sábios de Israel em forma de provérbios parabólicos (Ez 18.1-3; Sl 78.2).

O propósito da parábola está relacionado ao significado do próprio termo, ou seja, “colocar uma coisa ao lado de outra a fim de comparar”. Portanto, quando Jesus ensinava usando a parábola, pretendia comparar um episódio do cotidiano com uma realidade espiritual. Jesus usava essas ilustrações com dois objetivos: didático e teológico.

Leitura Bíblica em Classe: Salmo 78.1-8

Introdução

Nos relatos sobre o ministério de Jesus, não nos é possível demarcar uma separação nítida entre pregação e ensino, tão  entrelaçados que um não pode ser totalmente separado do outro.

Marcos, constantemente descreve Jesus ensinando: Mc.4:1-2; 6:2; 8:31; 9:31; 12:35. Para as multidões que se amontoavam ao redor de Jesus, Ele era mais um mestre do que um profeta. Ele era constantemente chamado "Mestre" ou "rabino" porque seu ensino tinha em si uma autoridade e um poder tal que o diferenciava claramente dos rabinos da época.

Depois da ressurreição, os discípulos e apóstolos foram igualmente pregadores e mestres ( Mt. 28: 19-20; Mc.16:15; At. 5:42 ). Isto evidentemente significa que para os homens que conheciam Jesus pessoalmente, o ensinar e o pregar não eram idênticos, mas interdependentes, ao ponto de um não ser superior ao outro.

Paulo, considerando Jesus a essência da mensagem, também utilizava todos os meios possíveis de comunicação para transmitir suas idéias. Ele pregava e ensinava em todas as igrejas por onde passava.

Assim, constatamos que pregação e ensino fazem parte essencial do ministério de Jesus, da Igreja primitiva e da Igreja dos nossos dias.

Jesus tem consciência de que sua prática é a culminância da história do povo de Israel. Essa consciência é precisamente sua consciência messiânica de ser o revelador pleno e último da vontade do Pai e a vitória definitiva de seu Reino. Esta perspectiva histórica permite que Jesus viva, na encruzilhada das contradições, o tempo do presente singular, tempo do companheirismo, da amizade e da solidariedade horizontal, onde se manifestam a fé, a esperança, o amor e a misericórdia. Jesus toma uma posição radical que lhe vale a morte de cruz, aceita com a coerência que sua prática determina.
Vamos focalizar nosso olhar sobre o cotidiano de Jesus, seus gestos e sua prática pedagógica em seus contatos criadores da vida e da esperança, utilizando para isto seu ensino através de Parábolas

I- O Que É Parábola.

É uma narrativa, imaginada ou verdadeira, que se apresenta com o fim de ensinar uma verdade. Difere do provérbio neste ponto: não é a sua apresentação tão concentrada como a daquele, contém mais pormenores, exigindo menor esforço mental para se compreender. E difere da alegoria, porque esta personifica atributos e as próprias qualidades, ao passo que a parábola nos faz ver as pessoas na sua maneira de proceder e de viver. E também difere da fábula, visto como aquela se limita ao que é humano e possível. No A.T. a narração de Jotào (Jz 9.8 a 15) é mais uma fábula do que uma parábola, mas a de Natã (2 Sm 12.1 a 4), e a de Joabe (14.5 a 7) são verdadeiros exemplos.

Em is 5.1 a 6 temos a semi- parábola da vinha, e, em 28.24 a 28, a de várias operações da agricultura. o emprego contínuo que Jesus fez das parábolas está em perfeita concordância com o método de ensino ministrado ao povo no templo e na sinagoga. os escribas e os doutores da Lei faziam grande uso das parábolas e da linguagem figurada, para ilustração das suas homílias. Tais eram os Hagadote dos livros rabínicos. A parábola tantas vezes aproveitada por Jesus, no Seu ministério (Mc 4.34), servia para esclarecer os Seus ensinamentos, referindo-se à vida comum e aos interesses humanos, para patentear a natureza do Seu reino, e para experimentar a disposição dos Seus ouvintes (Mt 21.45 - Lc 20.19). As parábolas do Salvador diferem muito umas das outras. Algumas são breves e mais difíceis de compreender. Algumas ensinam uma simples lição moral, outras uma profunda verdade espiritual. Neander classificou as parábolas do Evangelho, tendo em consideração as verdades nelas ensinadas e a sua conexão com o reino de Jesus Cristo. http://www.bibliaonline.net/scripts/dicionario.cgi

1- Definição etimológica.

As parábolas de Jesus: vislumbres do paraíso "Parábola", a forma aportuguesada da palavra grega, parabole, vem de um verbo grego que significa "atirar para o lado". Uma parábola é uma história que coloca uma coisa ao lado de outra com o propósito de ensinar. É uma comparação, colocando o conhecido ao lado do desconhecido. Memoravelmente expressada, ela é "uma história terrestre com um significado celestial".

A palavra grega para parábola ocorre cerca de cinqüenta vezes no Novo Testamento, somente duas vezes fora dos evangelhos (Hebreus 9:9 e 11:19, onde é traduzida como "figuradamente"). Em Lucas 4:23 ela é traduzida "provérbio" (RA2,NVI).  É conhecida característicamente como uma narrativa "um pouco longa ... tirada da natureza ou das circunstâncias humanas, o objeto da qual é dar uma lição espiritual" mas também é "usada como um breve ditado ou provérbio" (W. E. Vine, Expository Dictionary of NT Words, p. 158).

2- Definição hermenêutica.

Por causa da incerteza do que exatamente constitui uma parábola, as listas das parábolas de Jesus que têm sido compiladas variam em extensão de acordo com o julgamento do compilador. As listas mais longas incluem tais ilustrações como "o bom pastor" (João 10) e "os dois construtores" (Mateus 7:24-27). As listas mais curtas excluem-nas.

Se não podemos determinar com exata certeza se algumas ilustrações de Jesus merecem ser chamadas parábolas, há algumas coisas sobre parábolas que estão fora de dúvida.

Parábolas não são fábulas ou mitos. Não há elementos irreais ou situações impossíveis nelas. De fato, sua força está em serem absolutamente concebíveis e na plausibilidade das circunstâncias que elas descrevem. Elas falam de situações familiares, da vida real.

As parábolas são mais do que provérbios, ainda que às vezes semelhantes em propósito. Nos evangelhos, os provérbios são referidos às vezes como "parábolas": "Médico, cura-te a ti mesmo" (Lucas 4:23); "Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco" (Mateus 15:14-15); "Ninguém tira um pedaço de veste nova e o põe em veste velha;" "E ninguém põe vinho novo em odres velhos..." (Lucas 5:36-37). Mas um provérbio é caracteristicamente um ditado curto e direto, cujo significado é evidente. Uma parábola tende a ser mais longa, mais envolvida, e o significado não tão facilmente visto.

Jesus, até onde sabemos, não começou a ensinar por parábolas antes do fim do segundo ano de seu ministério público (há uma única exceção, Lucas 7:41-42). Foi na presença de uma imensa multidão próximo do Mar da Galiléia, e suas comparações ilustrativas vieram com um ímpeto que surpreendeu seus discípulos (Mateus 13). Em histórias maravilhosamente concretas e simples, Jesus revelou aos seus seguidores os mistérios do reino do céu. Era apenas o começo. Este é um convite para estudar aquelas narrativas maravilhosas que nos convidam a olhar para o próprio coração de Deus. por Paul Earnhart

3- A bíblia é um livro rico em parábolas.

Parábolas sempre foram utilizadas como meio de fixar idéias, não era diferente com o povo de Israel, desde os primeiros profetas este povo aprendeu, por meio de parábolas, as advertências de DEUS a respeito de seu comportamento em meio a outros povos.

II- Os Objetivos Das Parábolas De JESUS.

1- Objetivo didático.

As parábolas de Jesus, veículo fundamental para seu ensino, se inspiram nas mais variadas práticas da vida cotidiana:

Mt. 13:4-8........A parábola do semeador.
Mt. 13:24-30........ A parábola do joio e do trigo.
Mt. 13:33........ A parábola do fermento.
Mt. 13:44....... A parábola do tesouro escondido.
Mt. 13:45........ A parábola da pérola.
Mt.18:10-14.......A parábola da ovelha perdida, etc....

Na verdade, todo o discurso de Jesus é, antes de tudo a explicitação de sua prática. Ele é coerente porque sua prática é o ponto de partida de seu discurso. Esta é uma das razões pelas quais Ele foi rejeitado. A liderança dominadora não conhecia a pedagogia da misericórdia, aquela que, diante dos abandonados e sofridos, começa com atos libertadores.

A prática pedagógica de Jesus exige que a sociedade humana seja colocado ao avesso. Ela só tem sentido na lógica do Reino. Não basta que uma pedagogia se concentre na prática para que venha a merecer o qualificativo de cristã. Para ser cristã é fundamental que esta pedagogia esteja comprometida com os valores do Reino.

2- Objetivo teológico.

Como formar em Teologia homens rudes e sem nenhum preparo teológico? Resposta simples: - Coloque-os na escola de JESUS, Ele dá ensino teórico e prático, Ele ensina o que vive e vive o que prega.
As parábolas utilizadas por JESUS infundiu um precioso ensino na m,ente de seus, primeiro discípulos,  e depois, e somente depois de serem discípulos, agora sim, apóstolos. ninguém pode ser primeiro apóstolo e depois discípulo, porém, só se alcança a posição honrada e humilde ao mesmo tempo, de apóstolo, aquele que passou pela escola teológica de JESUS.

III- Por Que JESUS Ensinava Por Parábolas.

Por que Jesus falou em parábolas? Resposta simples e automática: para explicar bem as coisas que ele queria dizer e para que o povo entendesse melhor. Certo? Lamento, mas segundo o que ele próprio disse, está errado. Leia você mesmo a explicação de Jesus para o seu gosto por parábolas:

"É por isso que eu uso parábolas para falar com eles. Porque eles olham e não enxergam; escutam e não ouvem, nem entendem. E assim acontece com eles o que disse o profeta Isaías: "Vocês ouvirão, mas não entenderão; olharão, mas não enxergarão nada. Pois a mente deste povo está fechada: Eles taparam os ouvidos e fecharam os olhos. Se eles não tivessem feito isso, os seus olhos poderiam ver, e os seus ouvidos poderiam ouvir; a sua mente poderia entender, e eles voltariam para mim, e eu os curaria! - disse Deus." (Mt 13:13-15 BLH)

1- Esclarecer os mistérios do reino de DEUS aos pequeninos.

A exceção foi os discípulos. Quando ele "manifestou a sua glória, seus discípulos creram nele" (João 2:11). E então Marcos, o evangelista, nos revela que
"usando muitas parábolas como estas, Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos discípulos." (Mc 4:33-34 BLH)

Quer dizer, aqueles que creram podiam compreender, porque ele interpretava-lhes o sentido do seu ensinamento.

Assim, iniciamos com uma grande lição sobre essas preciosas parábolas: coisas espirituais são ao mesmo tempo tão simples que podem ser ilustrados com histórias quase infantis. Mas ao mesmo tempo, são tão profundas que só podem ser compreendidas pela fé sincera e pelo coração aberto a ouvir e praticar a voz de Deus.

2- ocultar estes mesmos mistérios dos sábios e inteligentes.

Parece estranho que seja justamente pela razão oposta do que parece que Jesus falou por parábolas. Ao invés de ser para que as pessoas entendessem, na verdade era para que NÃO entendessem. Não é intrigante? Não lhe soa estranho? Mas você notou a citação de Isaías que Jesus usou para corroborar sua atitude? Eles não queriam saber. Não tinham ouvidos dispostos a ouvir nem corações inclinados a aprender. Era um povo enfatuado e orgulhoso que, na sua esmagadora maioria não somente descreu dele como finalmente o rejeitou abertamente, a começar dos líderes religiosos.



Para entender o ensino de Jesus, não são necessários anos de seminários ou de estudos acadêmicos. Os fariseus, escribas e sacerdotes eram versadíssimos nas Escrituras. Eram doutores em Bíblia. Podiam esfregar a Bíblia na sua cara e dizer orgulhosamente que conheciam de cor trechos inteiros dos quais talvez você nem tenha ouvido falar. Só que tudo isso não passava de conhecimento teórico. Quando Cristo chegou e revelou-se ao mundo, eles ficaram escandalizados. Todo o seu preparo acadêmico caiu por terra. Não raro é o que acontece com muitos que saem das escolas bíblicas e seminários hoje em dia. Sem generalizar, é claro. Mas tem mais descrente saindo dessas instituições do que entrando.

Outra tremenda lição é que nem sempre a noção correta de quem é Jesus e a compreensão correta do que ele ensina e quer de nós pertence aos mais antigos, aos mais famosos e aos mais poderosos. Isto se mostrou verdadeiro na época de Jesus, na Idade Média, nos avivamentos mundiais e ainda se mostra verdadeiro nas igrejas de hoje em dia. Disse o poeta: "a sabedoria mora com gente humilde". Pessoas simples e iletradas, como os pescadores galileus Pedro, Tiago e João, poderiam calar todo um ilustre Sinédrio quando falassem em nome de Jesus. A eles foi dado conhecer os mistérios do reino.

Qual é a sua atitude diante das Histórias Para a Vida que Jesus contou? Como você se aproxima delas? Isto equivale a perguntar: Por que você vai à igreja? Por que carrega uma Bíblia? Por que canta hinos de louvor a Deus? Por que se diz um cristão? É isto o resultado de uma fé sincera e fervente, de uma compreensão, ainda que turva e fraca, mas correta, de quem Jesus realmente é?

Você pode ser líder, grande, poderoso, famoso, influente, dentro e fora de uma igreja. Se não compreender, através da fé, quem Jesus É, jamais compreenderá o que ele DIZ. Você será sempre daquele time que ouve e não entende, que olha e não enxerga. Será sempre (estou usando o termo bíblico) um tapado. Pode até pregar muito bem, como faziam os fariseus e escribas. Pode escrever coisas bonitas sobre Jesus. Os escribas e saduceus o faziam. Mas vai seguir sendo apenas, com todo o respeito, apenas mais um religioso.

Creia. E permita que sua fé o leve a uma atitude correta em relação a Jesus e ao seu ensino. Isto tem o poder de transformar uma vida.

As parábolas de Jesus podem ter e freqüentemente  têm mesmo, a faculdade de endurecer o incrédulo.  Pois a verdade é que as parábolas de Jesus não encontram paralelo.  As parábolas de outros mestres e moralistas podem, até certo ponto, ser separadas de seus ensinadores. 

Porém, Jesus e suas parábolas são inseparáveis. Não compreendê-lo é não compreender as suas parábolas.  Conseqüentemente, para aqueles que não entendem Quem é Ele realmente, ou que ignoram a natureza do dom que Ele veio trazer à humanidade, os mistérios do reino de Deus, por muitas parábolas que venham a ouvir, necessariamente permanece algo misterioso.

IV- Como Interpretar Parábolas.

1- Buscar a verdade (ou verdades) que a parábola ilustra.
Sempre devemos buscar a revelação do ESPÍRITO SANTO, nunca confiarmos em nossa própria sabedoria, pois a parábola está inserida em uma verdade profunda que não pode ser alterada.

2- Ater-se à essência da parábola.

Devemos, ao estudarmos parábolas, tomarmos sempre o cuidado para não nos desviarmos do verdadeiro ensino que nos está sendo proposto e cairmos em distração espiritual, porém, não direcionada pelo ESPÍRITO SANTO, pois podemos passar a desvirtuar o verdadeiro ensino a nós transmitido e passarmos a criar outro ensino, pois a parábola permite isto em sua interpretação.

3- Jamais se esquecer de que as parábolas servem para ilustrar doutrinas e não para estabelecê-las.

Ensinar uma doutrina através de uma parábola é válido e bastante aproveitável, porém nunca se deve passar às pessoas uma doutrina pessoal através de uma parábola.

Conclusão

PARÁBOLAS DE JESUS
 
Parábola é uma narrativa, imaginada ou verdadeira, que se apresenta com o fim de  ensinar uma verdade. Difere do provérbio neste ponto: não é a sua apresentação tão concentrada como a daquele, contém mais pormenores, exigindo menor esforço mental para se compreender. E difere da alegoria, porque esta personifica atributos e as próprias qualidades, ao passo que a parábola nos faz ver as pessoas na sua maneira de proceder e de viver. E também difere da fábula, visto como aquela se limita ao que é humano e possível.

O emprego contínuo que Jesus fez das parábolas está em perfeita concordância com o método de ensino ministrado ao povo no templo e na sinagoga. Os escribas e os doutores da Lei faziam grande uso das parábolas e da linguagem figurada, para ilustração das suas homilias. Tais eram os Hagadote dos livros rabínicos.

A parábola tantas vezes aproveitada por Jesus, no Seu ministério (Mc 4.34), servia para esclarecer os Seus ensinamentos, referindo-se á vida comum e aos interesses humanos, para patentear a natureza do Seu reino, e para experimentar a disposição dos Seus ouvintes (Mt 21.45; Lc 20.19). As parábolas do Salvador diferem muito umas das outras. Algumas são breves e mais difíceis de compreender. Algumas ensinam uma simples lição moral, outras uma profunda verdade espiritual. 

 AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“Parábola, do grego parabolé, significa “colocar ao lado de”, o sentido básico é o de colocar uma coisa ao lado de outra com o objetivo de comparar. A parábola envolve uma contradição aparente apresentada em forma de narração, relatando fatos naturais ou acontecimentos possíveis, sempre com o objetivo de declarar ou ilustrar uma ou várias verdades importantes.

Parábolas, Símiles, Enigmas e Alegorias.

A parábola possui diferenças e semelhanças com outras figuras de linguagem. Essas semelhanças, todavia, não devem ser confundidas, pois pode ocorrer o erro de fundir duas figuras distintas. As diferenças notam-se sutilmente. Essencialmente, a parábola é um símile ampliado, ainda que o símile não seja uma parábola.

Símile e Parábola

O símile pode apropriar-se de uma comparação de qualquer gênero ou classes de objetos, uns reais e outros imaginários. A parábola está limitada em seu raio de ação e reduzida às coisas reais. Suas imagens sempre incorporam uma narração que responde com verdade aos atos e experiências da vida humana.

Na parábola, também não se emprega artifício de prosopopéia como na fábula: aves e árvores falantes, feras e árvores reunidas em concílio etc.
Como o enigma, a parábola pode servir para ocultar alguma verdade dos que não possuem introspecção espiritual. Para perceber sua forma figurada, porém, seu estilo narrativo e a comparação formal sempre anunciam a suposta lição moral, ética ou espiritual pretendida.” (BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica fácil e descomplicada. RJ: CPAD, 2003, p. 321.)
Leia mais Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 22, pág. 36.

 Por: https://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-parabolasdejesus-asparabolasnoensinodejesus.htm