O TEMPO DA
PROFECIA DE DANIEL
TEXTO ÁUREO = “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim
sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da
perdição” ( 2 Ts 2: 3 ).
VERDADE PRÁTICA = O tempo do fim é a ocasião em que Deus
fará com que o seu Reino triunfe sobre todos os poderes do mal.
LEITURA
BIBLICA = Daniel 12: 1-7, 7-911-13
INTRODUÇÃO
O TEMPO DA PROFECIA
12: 1 - Durante o domínio
romano haveria uma grande catástrofe, "qual nunca houve, desde que houve
nação". Jesus confirmou esta profecia
quando ele falou sobre a destruição de Jerusalém em Mateus 24:21-22 e Marcos
13: 19-20. Os discípulos se livraram porque Jesus os tinha prevenido quanto aos
sinais da destruição iminente. Ele até tinha ligado a destruição de Jerusalém
com a profecia de Daniel (Mateus 24:15; Lucas 21:20-22).
Haverá um tempo de angústia
(1). O reino do Anticristo está em toda parte nas Escrituras
retratado como uma crise do mal. As palavras de Gabriel sucintamente o
descrevem como um tempo "quando a rebelião dos ímpios tiver chegado ao
máximo" (8.23, NVI). Um tema recorrente nas Escrituras é o ensino que um
tempo de grande angústia será o clímax da era da rebeldia do homem contra Deus
e conduzirá ao ponto culminante do Reino de Deus. Jeremias se refere ao
"tempo da angústia para Jacó" (Jr 30.7). Jesus em seu discurso
descreve esse tempo de angústia como "dias de vingança" (Lc 21.22) e
"grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo [...] nem
tampouco haverá jamais" (Mt 24.21; Mc 13.19-20). A interpretação futurista
considera uma boa parte do livro de Apocalipse um retrato desse período,
especialmente os capítulos 6-19.
Mas a Grande Tribulação traz consigo muito mais do que o clímax
do mal; ela introduz o triunfo de Deus. Um dos aspectos importantes que o livro
de Daniel ensina é que os poderes do mundo celestial estão profundamente
interessados e engajados nos afazeres dos homens na terra. E, naquele tempo, se
levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo.
Esse é o arcanjo convocado para socorrer o Ser glorioso em 10.13. Vemos o
clímax dramático em Apocalipse 12.7-8: "E houve batalha no céu: Miguel e
os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus
anjos, mas não prevaleceram".
Fica claro que o povo de Israel está envolvido no clímax da
história. Seguidas vezes encontramos em Daniel as seguintes expressões: o teu
povo ou os filhos do teu povo. Ao mesmo tempo é necessário guardar uma
perspectiva. Deus tem uma preocupação com toda a humanidade. Os eventos que
marcam o clímax das eras são cósmicos; seu impacto é internacional e mundial. A
Palestina é, sem dúvida, um estágio da ação divina. Mas toda a terra e os céus
constituem a cena da operação final de Deus nessa era. O ponto para o qual a
história está se movendo é a culminação do Reino de Deus
12:2-3 - Isto não aponta
necessariamente para a ressurreição final, mas antes a uma ressurreição
espiritual. Ele diz que "muitos", em vez de
"todos," se erguerão. No final da ressurreição, "todos"
sairão dos túmulos (João 5:28-29). Além disso, quando isto é ligado com o
versículo 10, os "muitos" que são purificados são contrastados com os
ímpios que continuam a proceder impiamente. Daniel 12:2 é cumprido na
ressurreição espiritual daqueles que aceitaram Cristo (João 5:25). Mas
"alguns" que obedeceram voltaram à vergonha e desprezo eternos
(Mateus 24: 12-13) enquanto "alguns" permaneceram fiéis à vida
eterna.
E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão (2). Essa é
a revelação mais clara da doutrina da ressurreição no Antigo Testamento. Ela
nos lembra que é Cristo que "trouxe à luz a vida e a incorrupção" (2
Tm 1.10). Alguns intérpretes acreditam que a ressurreição mencionada aqui é uma
ressurreição parcial relacionada somente aos judeus que morreram na tribulação.
Calvino insiste em que esse estreitamento do escopo é injustificável. Para ele,
esse texto ressalta o aspecto do mal e do bem, ou seja, alguns serão separados
para a vida eterna e outros para vergonha e condenação eterna. Ele entende que
a palavra muitos significa "os muitos" ou "todos" e que
aqui se tem em mente a ressurreição geral.
Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento
[...] como as estrelas, sempre e eternamente (3). Esses sábios são abençoados
com a "sabedoria que vem do alto" (Tg 3.17). A palavra sábios
(chappim), usada mais freqüentemente em Daniel (14 vezes), significa aqueles
que possuem a sabedoria humana, ou seja, os magos. Nesse texto é usado
hamaskkilim, palavra que vem da raiz sakal, que significa ser prudente,
inteligente, ter entendimento, ensinar. Por isso, lemos na nota de rodapé da
KJV: "aqueles que ensinam". D. L. Moody disse: "Não são os
grandes desse mundo que brilharão mais. Sabemos muito pouco a respeito de Nabucodonosor
e outros reis, exceto pelo fato de preencherem a história desses humildes
homens de Deus L .. ] Mas os homens de Deus resplandecem [ ... ] Já passaram
mais de 2.500 anos desde a época de Daniel, mas milhões de pessoas continuam
lendo acerca da sua vida e ações. E assim será até o fim. Ele será mais
conhecido e mais amado; ele resplandecerá mais à medida que o mundo envelhece.
RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA
12:4-6 - O livro seria selado e
guardado para "os últimos dias."
Um dos dois anjos pergunta, "Quanto tempo levará até o fim destas
maravilhas?" Oito vezes nestes capítulos "o fim" (referindo a um
tempo indicado) é mencionado (11: 27,35,40; 12:4,6,8-9, 13). Será que isto se
refere a: o fim do mundo; o fim do sistema judaico e economia; ou o fim de
Roma, que marcou o fim dos reinos mundiais pagãos? Nada indica que o fim do
mundo seja indicado, e o fato que o tempo na terra tem continuado centenas de
anos depois que os quatro reinos mundiais passaram, prova que Daniel não tinha
em vista o fim deste mundo. Há razões plausíveis para aceitar qualquer dos dois
últimos pontos de vista.
a) Características dos últimos
dias (12.4). A mensagem final do glorioso
Mensageiro a Daniel foi: fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do
tempo (4). Que as palavras foram fechadas e o livro está selado fica evidente
pela imensa confusão que tem caracterizado a interpretação desse livro nesses
mais de dois milênios. Adam Clarke escreve: "A profecia não será entendida
até que seja cumprida. Então, a profundidade da sabedoria e da providência de
Deus sobre essas questões será claramente percebida".
Mas, fechar o livro não significa o fim das coisas. Haverá um
tempo de intensa atividade na área de transporte, educação e comunicação. Então,
esses acontecimentos do fim compelirão os sábios a procurar uma sabedoria mais
profunda acerca da revelação deste livro. Dificilmente podemos evitar em
identificar a breve descrição de Daniel com os nossos dias.
Muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se
multiplicará. O transporte de massas e a velocidade são marcas da nossa era. A
mobilidade ininterrupta dos povos do mundo, a comunicação de massa quase
instantânea, a demanda insistente e universal por educação pelas massas, são
características dos nossos tempos.
Quanto tempo durará? (12.5). Enquanto Daniel estava parado à beira do rio (5, Tigre, ele
recebeu uma mensagem final concernente aos mistérios que tinha visto.
Completamente consciente, ele estava vendo além do véu da visão humana.
O mesmo Ser glorioso, vestido de linho (7), que havia aparecido
no início dessa manifestação, estava presente para confortá-lo e dar
entendimento. Young diz: "A descrição parece indicar que a Pessoa
Majestosa aqui presente não é outro senão o próprio Senhor. A revelação,
portanto, é uma teofania, uma aparição pré-encarnada do Filho Eterno".
12:7 - O mensageiro vestido de
linho identificou que seria "quando se acabar a destruição do poder do
povo santo". A referência a "tempo,
dois tempos e metade de um tempo" também foi usada em Daniel 7:25 e parece
claramente paralela ao período descrito em Apocalipse 12:4 (d. Apocalipse 11:4;
12:6; 11:2; 13:5). No Apocalipse tinha sido dado poder a Roma para perseguir o
povo de Deus durante este período. Contudo, chegou a hora quando Roma caiu como
império mundial, enquanto que o reino de Deus continuou. O povo de Deus pode
ter sido espalhado e perseguido, mas não foi destruído.
A PROFECIA FOI SELADA
12:8-9 - Daniel não entendeu a
resposta dada, mas foi-lhe dito: "Vai,
Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do
fim". Este talvez se ajuste melhor ao tempo quando Roma caísse, pois em
Apocalipse 10:7, quando a sétima trombeta soou, foi dito: "cumprir-se-á,
então, o mistério de Deus, segundo ele anunciou aos seus servos, os
profetas". Os reinos mundiais pagãos não atingirão uma estabilidade
duradoura. Somente o reino de Deus é um reino indestrutível (Daniel 2:44; 7:13;
7:25-27; Hebreus 12:28).
12: 1O - Ainda que os ímpios
continuem na impiedade, os justos serão capazes de perseverar, porque têm entendimento de que Deus verdadeiramente domina nos
reinos dos homens e, enfim, os justos serão vitoriosos (Apocalipse 13:9-10,18;
14:12-13).
12: 11 - O significado deste
versículo não é determinado facilmente. Talvez os
1.290 dias sejam o período entre dois eventos significativos que esmagaram o
sistema judaico de adoração. O tempo em que o "sacrifício diário" foi
afastado é o tempo mencionado em Daniel 11:31 e Daniel 8: 11, quando Antíoco
Epifânio desconsagrou o templo. Esta foi a primeira "abominação"
posta. Mas houve uma segunda vez, e Jesus a identifica claramente com a
destruição do templo, quando Jerusalém foi destruída em 70 d.C. (veja Mateus
24: 15; Lucas 21:20-22; DanieI9:26627). Por que 1.290 dias são usados para
descrever o tempo entre estes dois eventos? Nenhuma resposta definitiva pode
ser dada. O estilo apocalíptico de números tornando-se antes simbólico do que
literal, talvez se refira a um período indefinido, mas um que somente Deus
sabia e sobre o qual ele tinha comando.
12: 12 - Abençoado seja aquele
que chega aos 1335 dias. De novo, somos deixados
somente a especular quanto ao significado. A destruição de Jerusalém ocorreu no
ano 70 d.C. e, enquanto isto marcou um tempo significativo na história do povo
de Deus, um momento ainda maior foi quando o reino de Deus provou-se
indestrutível. Roma tentou esmagar a igreja, mas, em vez disso, a própria Roma
caiu.
A batalha de Armagedom, seguida pelo reino de Cristo de mil
anos, é um tempo de grande alegria para o povo de Deus (Apocalipse 20:6; Daniel
7: 18,22,27). Esse ponto no tempo foi subseqüente à queda de Jerusalém e
marcado por um acréscimo de mais 45 dias simbólicos. Os impérios mundiais
pagãos foram terminados; somente o reino de Deus é universal por natureza
(Daniel 2:44-45).
12:13 - Estas coisas seriam cumpridas
num futuro distante, mas Daniel ficaria confirmado como um profeta verdadeiro.
Assim, veio à palavra a Daniel: vai até ao fim; porque
repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos dias (13; cf. v. 9).
Adam Clarke apresenta uma palavra confortadora: "Temos aqui
um conselho apropriado para cada pessoa.
1) Você tem um caminho - um caminho na vida, que Deus determinou
para você; ande neste caminho; este é o seu caminho.
2) Haverá um fim para você de todas as coisas terrenas. A morte
está diante da porta e a eternidade está muito próxima; vá até o fim - seja
fiel até a morte.
3) Há um descanso preparado para o povo de Deus. Você
descansará; seu corpo no túmulo; sua alma no favor divino aqui e, finalmente,
no paraíso.
4) Como, na Terra Prometida, havia muito para cada pessoa do
povo de Deus, assim haverá muito para você. Não se feche para essa: promessa,
não a negocie, não permita que o inimigo a roube de você. Esteja determinado a
se levantar para receber a herança, no fim dos dias. Cuide para guardar a fé;
morra no Senhor Jesus, para que você possa ressuscitar e reinar com Ele por
toda a eternidade".
Alexander Maclaren sugere uma Mensagem para o Ano Novo com os
seguintes pensamentos do versículo 13:
1) A Jornada - Vai ("siga o seu caminho", NVI).
2) O Lugar de Descanso do Peregrino - porque descansarás.
3) O Lar Final - estarás na tua sorte, no fim dos dias.
Daniel recebeu a clara confirmação da sua esperança em relação à
imortalidade.
Séculos, e até milênios, passariam antes do seu cumprimento
integral. Mas no fim dos dias, quando a consumação chegar, Daniel estará lá reunido
com as multidões dos remidos da terra e do céu.
Então ele será não um espectador de visões, mas um participante
dos tremendos acontecimentos na introdução da plena glória do Reino de Deus. No
arrebatamento ele observará a glória, a sabedoria e a honra Daquele que desde o
princípio determinou o cumprimento da história do Reino de Deus. Ele
participará do grande "Aleluia" dos redimidos. Então os "reinos
do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo. E ele reinará para todo
o sempre" (Ap 11.15).
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
www.estudosdabiblia.net
Comentário
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