5 de dezembro de 2023

Missões e a Igreja Perseguida

 

Missões e a Igreja Perseguida

TEXTO ÁUREO

“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12)

Esmiuçando o Texto Áureo

 

Os cristãos fiéis devem esperar a perseguição e o sofrimento nas mãos de um mundo que rejeita Cristo (Jo 15.18-21; At 14.22).

 

Considerando que Satanás domina o sistema ímpio do mundo em rebelião contra Deus (Jo 14.30),

 

O resultado é que o mundo odeia a Jesus bem como aos que o seguem (2Tm 3.12).

 

Ódio a Jesus significa também ódio ao Pai que o enviou (Jo 15.23).

 

Os verdadeiros discípulos de Jesus devem esperar o mesmo tratamento que foi dado ao Mestre, porque os que odiavam a Jesus não conheciam a Deus (Jo 15.21),

 

Odiaram também os discípulos; por outro lado, aqueles que ouviam com fé a Jesus, também dariam ouvidos aos discípulos.

 

VERDADE PRÁTICA

 

Precisamos aprender com os cristãos perseguidos aspectos da fé cristã que só eles conhecem devido à natureza da opressão que eles experimentam.

Esmiuçando a Verdade Prática

 

Jesus nunca escondeu que seus seguidores seriam perseguidos por causa da sua fé.

 

Diante dessa certeza é importante estudarmos sobre a Igreja Perseguida e o desafio de seguir a Jesus aonde Ele é rejeitado.

 

Momento oportuno para voltamos nossos pensamentos para estes nossos irmãos que padecem por servirem ao reino e ao Rei.

 

LEITURA BÍBLICA - Atos 6.8,9,13,14; 8.1-4

Esmiuçando a Leitura Bíblica em Classe

 

6.8 = prodígios e grandes sinais. prodígios... sinais. (At 4.30; 5.12; 14.3; 15.12).

"Prodígios" refere-se à perplexidade que as pessoas sentem quando testemunham obras sobrenaturais (milagres). "Sinais" apontam para o poder de Deus por trás dos milagres — maravilhas não têm valor a não ser que apontem para Deus e sua verdade. Tais obras muitas vezes foram realizadas pelo Espírito Santo por intermédio dos apóstolos (At 5.12-16)

 

E seus companheiros (At 6.8) para autenticá-los como mensageiros da verdade de Deus (2Co 12.12; Hb 2.3-4

 

6.9 = Parece que esse versículo descreve três sinagogas: a sinagoga dos Libertos, outra composta de cireneus e alexandrinos, e uma terceira composta de pessoas da Cilícia e da Ásia. Diferenças culturais e linguísticas entre os três grupos tornam pouco provável que eles frequentassem a mesma sinagoga; As sinagogas eram lugares de reunião, que começaram a existir no período intertestamentário onde os judeus dispersos (geralmente helenistas), que não tinham acesso ao templo, podiam reunir-se na sua comunidade para culto e leitura do Antigo Testamento.

 

Os Libertos eram descendentes de escravos judeus capturados por Pompeu (63 a.C.) e levados para Roma. Mais tarde foram libertados e formaram uma comunidade judaica ali; Cireneus eram homens de Cirene, cidade no norte da África. Simão, o homem que foi obrigado a carregar a cruz de Jesus, era natural de Cirene (Lc 23.26), e Alexandrinos, oriundos de Alexandria, outra cidade importante no norte da África, localizava-se perto da boca do rio Nilo.

 

O poderoso pregador Apolo era de Alexandria (At 18.24).

 

Cilícia e Ásia, províncias romanas na Ásia Menor (atual Turquia). Pelo fato de a cidade natal de Paulo (Tarso) se localizar na Cilícia, ele provavelmente frequentava essa sinagoga. discutiam com Estevão. A palavra traduzida por "discutiam" significa debate formal. Sem dúvida, eles centravam-se em temas como a morte e ressurreição de Jesus e a evidência do Antigo Testamento de que ele era o Messias.

 

6.11 = blasfêmias contra Moisés e contra Deus. Incapazes de vencer o debate com Estêvão, seus inimigos recorreram à fraude e à conspiração. Assim como fizeram com Jesus (Mt 26.59-61), eles recrutaram secretamente falsas testemunhas para espalhar mentiras a respeito de Estevão. As acusações foram sérias, pois a blasfêmia era punível com a morte (Lv 24.16).

 

6.14 = Jesus, o nazareno, destruirá este lugar. Outra mentira, pois as palavras de Jesus (Jo 2.19) referem-se ao seu próprio corpo (Jo 2.21).

 

8.1 = consentia. A ira assassina de Paulo contra os crentes foi manifestada aqui na sua atitude em relação a Estêvão (1Tm 1.13-15). exceto os apóstolos.

Eles permaneceram por causa de sua devoção a Cristo para cuidar dos crentes de Jerusalém e para continuarem a evangelizar a região (At 9.20-27). foram dispersos.

 

Liderada por um judeu chamado Saulo de Tarso, a perseguição espalhou a comunidade de Jerusalém e gerou a primeira ação missionária da igreja. Nem todos os membros da igreja de Jerusalém foram forçados a fugir; os helenistas, pelo fato de Estêvão ser provavelmente um deles, suportaram o impacto da perseguição (At 11.19-20).

 

8.2 = homens piedosos. Provavelmente judeus piedosos (At 2.5; Lc 2.25) que protestaram publicamente contra a morte de Estêvão.

 

8.3 = assolava a igreja. O verbo "assolar" foi usado em escritos extra bíblicos para referir-se à destruição de uma cidade ou ser estraçalhado por um animal feroz.

 

8.4 = iam por toda parte. O verbo grego é usado frequentemente em Atos para expressar esforços missionários (At 8.40; 9.32; 13.6; 14.24; 15.3,41; 16.6; 18.23; 19.1,21; 20,2).

 

INTRODUÇÃO

 

Quando falamos de perseguição religiosa logo vem à nossa mente países como Coréia do Norte, China, Irã, entre outros, e esquecemos que aqui mesmo no Brasil temos a nossa “Janela 10/40” que permanece inalcançada e por vezes, se mostra uma perseguidora da fé. Perseguição aos cristãos é o conjunto de atos de maus tratos físicos ou psicológicos, incluindo agressões e assassínios exercidos por não cristãos sobre cristãos, motivados os primeiros pela diferente identidade e manifestações religiosas e étnicas dos segundos.

 

O site do noticias.uol.com.br trouxe a seguinte manchete: “Mais de 360 milhões de cristãos foram perseguidos em 2022; veja os países que oferecem maior risco...” a reportagem traz a Coréia do Norte como “o pior país para cristãos”.

 

A missão Portas Abertas (https://portasabertas.org.br/) publica anualmente um "índice global" da perseguição aos cristãos, listando todos os ataques, desde a "discreta opressão diária" até a "violência mais extrema". Os registros preocupantes de martírios e ataques a igrejas são uma amostra de quanto é difícil ser cristão em boa parte do mundo moderno, algo que não passa em nossas mentes ocidentais e nem nos preocupa.

 

Esta lição deverá ser o “start” que precisamos nesse momento para lembrarmos da igreja sofredora, nos preocuparmos com eles, orarmos por essa igreja subterrânea e investimos em obras evangelizadoras que arriscam tudo levando Jesus em terras avessas ao evangelho.

 

I. A IGREJA NASCEU EM UM CONTEXTO DE PERSEGUIÇÃO

 

1. A perseguição contra Estêvão, o primeiro mártir. Estêvão foi o um dos sete homens escolhidos por ordem dos apóstolos para serem diáconos da Igreja Primitiva de Jerusalém. Ele cuidava da distribuição da assistência às viúvas e aos necessitados. O ministério de Estêvão foi muito além da diaconia das mesas. Além de cumprir suas responsabilidades perante a Igreja Primitiva, Estêvão se empenhou em proclamar o Evangelho, ficando marcado na História da Igreja. O texto bíblico nos informa que Estêvão, tomado de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Estêvão e Filipe são citados no Novo Testamento realizando milagres semelhantes aos realizados pelos apóstolos. Após ser acusado de blasfêmia, Estêvão foi levado perante o Sinédrio. Ali, falsas testemunhas depuseram contra ele, o acusando de pregar contra a adoração no Templo e contra a Lei (At 6.13). A pregação de Estevão não caiu bem nos ouvidos do Sinédrio e eles ficaram irados com Estêvão. Mas Estêvão não estava preocupado com isso. Ele estava recebendo uma visão de Jesus no Céu (At 7.55-56).

 

2. A igreja foi dispersada. Liderada por um judeu chamado Saulo de Tarso, a perseguição espalhou a comunidade de Jerusalém e gerou a primeira ação missionária da igreja. Nem todos os membros da igreja de Jerusalém foram forçados a fugir. A morte de Estêvão foi um momento de grande tristeza e marcou o início da primeira perseguição feroz aos cristãos. Mas, ao mesmo tempo, esse acontecimento fez com que o evangelho fosse pregado em muitos lugares novos, fazendo a igreja crescer ainda mais!

 

O exemplo de Estêvão deu (e ainda dá) coragem a muitos outros cristãos que enfrentaram grandes perigos por sua fé. Mas Deus, em Sua soberania e governança, e que sabe como conter as crescentes paixões dos homens, anulou a posição dos perseguidores para o cumprimento de Sua própria vontade – a expansão do Evangelho.

 

Hoje não é diferente, Deus não deixou de ser Soberano sobre sua criação, Ele governa e certamente, onde ainda há resistência ao Evangelho, aí há um propósito divino, ainda que encoberto para nós. Nisso é verdadeira a frase cunhada por Tertuliano (150 – 220 d.C.): “o sangue dos mártires é a semente da igreja.” Diferentemente da igreja primitiva, que pagava com sofrimentos e com a própria vida por sua fé, a igreja de hoje é desafiada a assumir o seu mandato e seu sentido de estar contida no mundo.

 

3. A perseguição cristã é uma realidade. O primeiro caso documentado de perseguição aos cristãos pelo Império Romano direciona-se a Nero. Em 64 d.C. houve o grande incêndio de Roma, destruindo grandes partes da cidade e devastando economicamente a população romana. Nero, cuja sanidade já há muito tempo havia sido posta em questão, era o suspeito de ter ateado fogo.

Em seus Anais, Tácito afirma que: “Para se ver livre do boato, Nero prendeu os “culpados” e infligiu as mais requintadas torturas em uma classe odiada por suas abominações, chamada cristãos pelo populacho”.

 

No período da conversão de Tertuliano, se deu a perseguição sob o governo de Setímio Severo (193-211). Durante algum tempo ele favoreceu os cristãos, mas perto do ano 202 sua benevolência chegou ao fim. Os cristãos do norte da África foram os que mais sofreram com a crueldade das perseguições sob seu governo. De nada adiantaram as defesas jurídicas do advogado e apologista cristão Tertuliano.

 

O número de mártires era grande. Um exemplo disto foi o martírio de duas cristãs, Perpétua e Felicidade, que foram estraçalhadas pelas feras. Não obstante, o número de conversões era ainda muito maior a ponto de Tertuliano exclamar: o sangue dos mártires é semente da igreja. Penso ser necessário, a igreja repensar sua trajetória, olhar para o passado, para o seu nascedouro e o testemunho daquela tão espessa “nuvem de testemunhas”, Cf. Heb 12: 1.

 

Sua fé não sucumbiu em meio às perseguições. Eles testemunharam na história da igreja de forma MAIÚSCULA, embora muitos de forma anônima. Certamente o mais importante para eles era o legado e não seus nomes. Vivemos hoje em um mundo em que o homem deseja ser visto, notado. Há uma febril e frenética busca por deixar o nome e não um legado para a história. Precisamos vencer a tentação de sermos aceitos pelo “mundo” e  fazer a diferença para ele. Nós temos uma missão, e esta não consiste em querer ser aprovado pelo mundo, mas mostrar ao mundo, o desejo de Deus para ele. Que possamos continuar sendo a semente de Deus neste mundo. "O SANGUE DOS MÁRTIRES É A SEMENTE DA IGREJA" - Um desafio ao Testemunho Cristão, pelo Pr. Edmar Leonardo da Silva, disponível em: http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=3513.

 

II. A PERSEGUIÇÃO CRISTÃ NA ATUALIDADE

 

1. Em muitos lugares ser cristão é perigoso. O Artigo 5º da nossa Constituição nivela todos os cidadãos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. O inciso VI diz que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. É emblemático para nós cristãos em especial, porquê buscamos esse direito mas, por vezes, corremos o risco de sermos intolerantes com outras crenças.

É interessante o Artigo 5º porquê, enquanto nos protege em relação à crença e culto, também pode ser um elemento restringidor à evangelização. Veja estas duas situações emblemáticas:

(1) Ação direta de inconstitucionalidade – designação de pastor evangélico para atuar nas corporações militares – ofensa à liberdade religiosa

 

"1. A regra de neutralidade do Estado não se confunde com a imposição de uma visão secular, mas consubstancia o respeito e a igual consideração que o Estado deve assegurar a todos dentro de uma realidade multicultural. Precedentes.

 

2. O direito à liberdade de religião, como expectativa normativa de um princípio da laicidade, obsta que razões religiosas sejam utilizadas como fonte de justificação de práticas institucionais e exige de todos os cidadãos, os que professam crenças teístas, os não teístas e os ateístas, processos complementares de aprendizado a partir da diferença.

 

3. O direito dos militares à assistência religiosa exige que o Estado abstenha-se de qualquer predileção, sob pena de ofensa ao art. 19, I, da CRFB. Norma estadual que demonstra predileção por determinada orientação religiosa em detrimento daquelas inerentes aos demais grupos é incompatível com a regra constitucional de neutralidade e com o direito à liberdade de religião." (grifamos) ADI 3478/RJ

 

(2) Ação direta de inconstitucionalidade – manutenção obrigatória de exemplares da Bíblia Sagrada nas unidades escolares da rede estadual de ensino e nos acervos das bibliotecas públicas – violação dos princípios  da liberdade religiosa e da laicidade estatal

 

"2. A laicidade estatal, longe de impedir a relação do Estado com as religiões, impõe a observância, pelo Estado, do postulado da imparcialidade (ou neutralidade) frente à pluralidade de crenças e orientações religiosas e não religiosas da população brasileira. 3. Viola os princípios da isonomia, da liberdade religiosa e da laicidade estatal dispositivos legais que tornam obrigatória a manutenção de exemplares da Bíblia Sagrada nas unidades escolares da rede estadual de ensino e nos acervos das bibliotecas públicas, às custas dos cofres públicos.” ADI 5256/MS (Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/direito-constitucional/fundamentos-da-liberdade-de-religiao.)

Como todos sabem, o apóstolo Paulo era judeu, nascido em Tarso, Capital da Cilícia, Província Romana situada na Ásia Menor e possuía cidadania romana. Naquela época, possuir a cidadania romana era muito importante e assegurava aos que a possuíam direitos e privilégios especiais. Cidadãos romanos eram isentos (pelas leis de Valério e Pórcio) desses métodos brutais de interrogação. A afirmação de Paulo não seria questionada, porque a penalidade para uma pessoa que falsamente dizia ler cidadania romana era a morte. O centurião informou ao comandante sobre a Cidadania de Paulo, alertando-o contra um ato que podia pôr um fim na carreira militar de Lísias — ou até mesmo custar-lhe a vida.

A cidadania romana não estava oficialmente à venda, mas às vezes podia ser obtida mediante o suborno de oficiais corruptos.  Como citado no texto da lição, Paulo não usurpou-se de fazer uso do direito que a lei lhe garantia.

 

2. Coreia do Norte: a nação mais fechada ao Evangelho. O portal https://exame.com/mundo traz a seguinte reportagem: “Os 10 piores países para ser cristão - Religião mais globalizada, o cristianismo é minoria nos países desta lista, onde seus seguidores são perseguidos, hostilizados e até assassinados (...)Um em cada 12 cristãos no mundo vive em países onde a prática da sua religião é proibida. Nesses lugares, quem segue Jesus sofre perseguições, hostilidade e violência. Só no ano passado, ao menos 3 mil praticantes do cristianismo foram mortos e mais de 700 igrejas foram depredadas, aponta a mais nova edição do relatório "World Watch List".” A Coreia do Norte tem uma população estimada em 25.405.000, destes, o número de cristãos é de apenas 300.000.

 

O regime ditatorial norte-coreano é o principal opressor do cristianismo. No país que idolatra líderes supremos da família Kim, os cristãos são vistos como elementos hostis na sociedade e, por isso, devem ser erradicados. Segundo o relatório, devido à constante doutrinação que permeia todo o país, vizinhos e até membros da família são vigilantes e denunciam qualquer atividade religiosa suspeita para as autoridades. Portas Abertas disse que a Coreia do Norte é o país número 1 na Lista Mundial da Perseguição desde 2002. Isso classifica a nação como o país mais fechado do mundo ao evangelho e onde é mais difícil viver como cristão.

 

III. COMO AJUDAR A IGREJA PERSEGUIDA

 

1. Conhecer a gravidade da situação. Na verdade experimentamos em nossa nação uma espécie silenciosa de “cristofobia”. Os cristãos são o grupo religioso mais perseguido mundialmente, um em cada oito cristãos sofre com isso, de acordo com relatório da Open Doors. Essa perseguição, e também a omissão da mídia e poder público no nosso país, parece fazer vistas grossas a perseguição que surge aos poucos no Brasil.

 

Ainda que seja uma nação majoritariamente cristã, entre católicos e evangélicos, a cristandade é maioria, mas isso parece não dizer nada à mídia e ao poder público. É bem recente episódios de invasão de templos católicos durante a missa, a pichação de templos evangélicos; acusação de outras crenças, e tudo isso não sai uma nota na mídia, ao contrário, quando sai, é nesse teor, por exemplo, o portal Carta Capital trouxe a seguinte reportagem: “‘Cristofobia’ no Brasil, a mentira que não quer calar - Existem, sim, registros de casos pontuais de intolerância contra cristãos, especialmente evangélicos. Porém, são situações isoladas, que não representam uma ação coletiva ou mesmo política”.

 

2. Ore pela igreja perseguida. e se convertam ao Evangelho, como ocorreu com o apóstolo Paulo. Os cristãos devem ser capazes de se identificar com o sofrimento de outros porque eles também sofrem dor física ("em pessoa") e passam por dificuldades. Para nós, que vivemos em contexto de “não-perseguição”, ou pelo menos uma perseguição voraz como estas nações da Janela 10/40, não é muito fácil interceder de forma correta pelos cristãos perseguidos. A realidade parece ser tão distante da nossa e nem mesmo sabemos qual é exatamente o pedido de oração deles.

 

Não devemos, repito, não devemos orar com extrema compaixão, com pena, ou mesmo pedir a Deus que os livre de tanto sofrimento e perseguição. Interceda pelos cristãos perseguidos não como se eles fossem “coitadinhos”, mas como pessoas dignas, que se sentem honradas por participar dos sofrimentos de Cristo. Há muitas passagens bíblicas que mostram isso, como a Primeira Carta de Pedro, escrita em contexto de intensa perseguição ao evangelho (1Pe 4.12-16).

Devemos orar pedindo por intrepidez, coragem, sinais e poder – não necessariamente por livramento, segurança e tranquilidade (At 4.29-31); Devemos interceder crendo na soberania de Deus, que usa o sofrimento e a perseguição para os seus desígnios de alcançar mais pessoas com a sua maravilhosa graça. Paulo compartilha com Timóteo que, apesar de estar preso, a palavra de Deus não está algemada (2Tm 2.8-10).

 

3. Se envolva com a causa da igreja perseguida. Devemos interceder de forma inclusiva. É interessante que na área de perseguição, os cristãos estão todos no “mesmo balaio”: ortodoxos, católicos e protestantes. Eles são igualmente perseguidos em locais em que radicais de outra religião são a maioria e a presença cristã os incomoda de variadas formas. Por isso, devemos incluir todos eles em nossa intercessão.

 

O relatório de 2010 sobre ações anticristãs, produzido pela Associação Evangélica da Índia, descreve de forma cronológica as ações contra protestantes (de diferentes matizes) e católicos no país. (Trata-se de um impressionante relatório de 27 páginas, contendo dados de ações de violência e intimidação aos cristãos em 18 estados)

 

A Agência Fides revelou que em 2010 foram assassinados 23 agentes pastorais católicos no mundo. O dado surpreendente é que o continente americano foi o campeão, com a morte de 15 destes agentes: 10 sacerdotes, 1 religioso, 1 seminarista e 3 leigos.

Devemos transformar a intercessão em ações práticas.

 

A maior necessidade dos cristãos perseguidos é de encorajamento – por meio de orações, sim, mas também por meio de ações simples, como:

 

Escrever cartas de encorajamento;

 

Assinar listas e abaixo-assinados, destinados a autoridades responsáveis pela integridade física dos cristãos e cidadãos de um modo geral (há outros grupos religiosos no mundo, não-cristãos, perseguidos por radicais de religiões majoritárias);

 

Prestar advocacia mais ampla, na defesa dos direitos humanos também na área religiosa;

 

Contribuir financeiramente com a igreja sofredora;

 

Ir viver no meio deles, para encorajá-los e servir à igreja nacional.

Há várias organizações que podem ser procuradas para nos ajudar a ajudar5. Que Deus nos ensine a orar e a agir como convém em favor dos nossos irmãos da igreja sofredora.

 

 CONCLUSÃO

De acordo com o Irmão André, fundador da Portas Abertas, a perseguição acontece quando um sistema político ou religioso não permite que cristãos tenham acesso à Bíblia, proíbe ou limita o evangelismo, não permite que cristãos se reúnam em igrejas ou ensinem sobre missões.  Falando de perseguição em contexto brasileiro, nós podemos expressar nossa fé livremente, ninguém é expulso de algum local por ser cristão, nenhuma pessoa morre ou é presa no Brasil por ser cristã, no entanto, ela se mostra por outro viés, o da omissão e do preconceito.

Precisamos com urgência lutar em jejum e oração pelos cristãos perseguidos mundo a fora, sem esquecer da nossa Janela 10/40! Sim, prezados. Nesta faixa marrom do mapa abaixo é quase proibido falar do Evangelho. É o Sertão brasileiro! Em alguns lugares se perde o emprego. Em outros se perde a família. A hegemonia católica “popular” se impõe e desafia o evangelismo. Pior, algumas igrejas brasileiras afeitas à região fecham os olhos. A alegria que existe, por vezes, para enviar um missionário em missões transnacionais não é a mesma para enviar alguém ao Sertão Nordestino ou aos povos ribeirinhos e ciganos.

 

 

FRANCISCO DE ASSIS BARBOSA

Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB