15 de janeiro de 2024

A Natureza da Igreja

 

A Natureza da Igreja

TEXTO ÁUREO

“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Co 12.12)

Entenda o Texto Áureo

 

Corpo... membros. Paulo usou o corpo humano como uma analogia (cf. 10.17) para falar da unidade da igreja em Cristo. Desse ponto até o versículo 27, ele usou "corpo" 18 vezes (Rm 12.5; Ef 1.23; 2.16; 4 .4,12,16; Cl 1.18).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Conhecendo a Igreja em sua natureza, nos conscientizamos da importância de fazer parte dela.

Entenda a Verdade Prática

 

A Igreja é parte do plano de Deus para com o homem, preestabelecido antes mesmo da fundação do mundo e possui uma natureza divina e missão específica na terra, cujo propósito remete a Cristo. Uma das coisas belíssimas que nos acontecem por pertencermos à igreja é o reconhecimento de que somos escolhidos.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = 1 Coríntios 12.12-27

Entenda a Leitura Bíblica em Classe

 

12.12 = corpo... membros. Paulo usou o corpo humano como uma analogia (cf. 10.17) para falar da unidade da igreja em Cristo.

 

Desse ponto até o versículo 27, ele usou "corpo" 18 vezes (cf. Rm 12.5; Ef 1.23; 2.16; 4.4,12,16; Cl 1.18).

 

12.13 = batizados. A igreja, o corpo espiritual de Cristo, é formada quando os cristãos são cheios do Espírito Santo por Cristo. Cristo é quem batiza (Mt 3.11) e coloca dentro de cada cristão o Espírito em unidade com todos os outros cristãos. Paulo não está escrevendo sobre o batismo com água. Esse sinal externo descreve a união do cristão com Cristo na sua morte e ressurreição (Rm 6.3-4).

Do mesmo modo, todos os cristãos também são recebidos no corpo de Cristo por meio do Espírito Santo. O objetivo de Paulo é ressaltar a unidade dos cristãos. Não pode haver nenhum cristão que não tenha sido batizado no Espírito nem pode haver mais de um batismo no Espírito, de outro modo todo o propósito da unidade no corpo de Cristo é distorcido. Todos os cristãos foram batizados no Espírito e, portanto, estão todos num só corpo (Ef 4.4-6).

 

Essa não é uma experiência a ser buscada, mas uma realidade a ser reconhecida. beber de um só Espírito. Na salvação, todos os cristãos não somente se tornam membros plenos do corpo de Cristo; a igreja, como também o Espírito Santo passa a habitar em cada um deles (Rm 8.9; Cl 2.10; 2Pe 1.3-4).

 

A provisão da salvação de Cristo é perfeita e ele chama apenas para a obediência e para confiar no que já foi dado (Hb 10.14).

 

12.14-20 = Por meio da ilustração que ele fez de como cada parte do corpo humano é essencial para o seu funcionamento, Paulo mostrou que a unidade; é uma necessidade indispensável da igreja; porém, a diversidade concedida de maneira divina no interior dessa unidade também é necessária. Além disso, suas palavras indicam que alguns membros egoístas estavam descontentes com seus dons, almejando dons que não haviam recebido. Com essa atitude, eles, na verdade, estavam questionando a sabedoria de Deus e insinuando que ele havia cometido um erro nas distribuições (Rm 9.20-21).

 

Ao buscar por habilidades e poder mais visíveis, eles também se tornaram vulneráveis aos dons carnais diabolicamente falsificados.

 

12.18 = Aqui, novamente, como no versículo 11, Paulo tratou com os coríntios insensatos e carnais que estavam descontentes com aquilo que, de modo soberano, havia sido dado a eles para a edificação da ígreja e glória de seu Senhor.

 

12.21 = não preciso. Enquanto alguns em Corinto estavam lamentando o fato de não terem dons superiores, aqueles que os tinham estavam menosprezando aqueles com dons mais discretos e menos proeminentes. O "olho" e a "cabeça", que são muito visíveis e que são focalizados pelas pessoas quando elas se encontram, representam aquelas com dons notórios.

 

Eles superestimavam de tal modo a própria importância que desdenhavam daqueles a quem percebiam como menos dotados ou menos importantes. Aparentemente, eram indiferentes ("Não precisamos de ti") e autossuficientes.

 

12.22-24 = A resposta de Paulo ao orgulho dos mais visivelmente dotados, foi usar novamente a sua analogia e lembrá-los de que quanto mais frágeis e menos decorosos, na realidade, as partes não atraentes do corpo, as não apresentáveis publicamente (v. 24) são mais respeitadas por serem mais necessárias. Ele falava dos órgãos internos.

 

12.25 = Deus projetou que os dons visíveis e públicos tivessem um lugar decisivo, porém, igualmente projetados e ainda mais vitais para a vida são os órgãos escondidos, desse modo mantendo a perspectiva da unidade — todos são essenciais para o funcionamento do corpo de Cristo.

 

12.26-27 = Esse é um chamado ao amor mútuo e uma preocupação com a comunhão dos cristãos (Fp 2.1-4), o que mantém a unidade que honra ao Senhor. Há um corpo no qual todos funcionam; no entanto, eles nunca perdem a sua identidade individual e a necessidade essencial do ministério segundo Deus os designou para que fosse cumprido.

 

INTRODUÇÃO

 

Qual a natureza da Igreja, a sua essência?

Quais as características de uma Igreja genuína?

 

Em 1Pedro 2.9-10 o apóstolo vê a igreja como grupo, como comunidade, dando uma descrição da “identidade corporativa” dos cristãos. Ele vê a igreja como um corpo. As palavras usadas para descrever essa identidade foram usadas no AT para o povo de Israel (Êx 19.5-6). Pedro diz que a Igreja é Raça eleita. Sacerdócio real; Nação santa; Povo de propriedade exclusiva de Deus (1Pe 2.9), e Povo de Deus pela misericórdia de Deus (1Pe 2.10).

 

Como introdução, é importante que se diga, que a verdadeira Igreja é única, como está indicado pelo uso singular da palavra em Efésios e em várias outras passagens, quando se faz referência a todos os fiéis (1Co 15.9; G1 1.13; Cl 1.18,24; 1Tm 3.15).

 

Isso independe de “placa”, onde quer que o povo de Deus se reúna, ali está a Igreja, ela é a igreja naquele lugar. Pela definição do autor de Hebreus, no capítulo 12, a igreja é a comunidade de todos os cristãos de todos os tempos.

Essa definição compreende que é feita de todos os verdadeiramente salvos, todos aqueles pelos quais cristo morreu para redimir, todos os salvos pela morte de Cristo. Inclui todos os verdadeiros cristãos de todos os tempos, os salvos do Novo como do Antigo Testamento.

 

A manifestação visível dessa Igreja Universal, é o que chamamos de Igreja local, esta é a Igreja como os cristãos a vêem na terra; inclui todos os que professam a fé em Cristo e dão prova de tal fé na vida. Podemos perceber sinais externos de uma mudança espiritual interior, mas não enxergamos o coração. Só Deus o pode. O senhor conhece os que lhes pertence (2Tm 2.19).

 

Paulo certamente sabia que havia descrentes nas igrejas as quais escrevia, pareciam ser cristãos mas no fim iam desviar-se. A igreja visível é o grupo de pessoas que se reúnem toda semana para cultuar a Deus como Igreja e professar a fé em Cristo. Reconhecendo esta distinção entre igreja visível e invisível, Agostinho disse, referindo-se à Igreja visível: “Muitas Ovelhas estão fora, muitos lobos estão dentro”. Reconhecemos como membros da igreja todos os que pela confissão de fé, pelo exemplo de vida e pela participação nas ordenanças professam o mesmo Cristo conosco. Não devemos tentar excluir ninguém da comunhão da igreja a não ser que este traga disciplina sobre si mesmo por causa do pecado publicamente conhecido.

 

I. A NATUREZA DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO CONFESSIONAL

 

1. Fundamentada na Palavra. Cristo é o centro de toda a história de Deus com a humanidade, desde Gn até o fim do Apocalipse. Cristo precisa ser a essência da igreja para que ela prevaleça. No Salmo 11.3, Davi faz a seguinte pergunta: “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?”. Davi extrai uma analogia do reino físico para descrever uma preocupação espiritual particular que ele tinha. Se o fracasso de um fundamento físico de um edifício implica no fim de todo o edifício, o fracasso do povo de Deus em manter o fundamento da verdade indica um desastre para sua saúde e bem-estar espiritual. Podemos aplicar essa ideia à igreja. Se o fundamento da igreja for abalado, a igreja pode sobreviver? Não. Mas qual é o fundamento da igreja? Responder corretamente essa pergunta nos ajudará a proteger o fundamento e a preservar a verdade de Deus - “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.11). Paulo diz em Efésios 2.20 que Jesus é, na verdade, “a pedra angular”.

Jesus é chamado de fundamento porque ele é o elemento-chave de todo o fundamento. Mas há outras pedras nessa fundação. Qual é, então, o restante do fundamento? O fundamento, Paulo nos diz, consiste dos profetas e dos apóstolos (Efésios 2.18-21). Em Apocalipse 21, lemos sobre a visão magnífica da Nova Jerusalém, a cidade celestial que desce do alto. O versículo 14 nos diz que “A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”. Mesmo a Jerusalém celestial é baseada no fundamento dos apóstolos. Historicamente, a igreja cristã é, em sua essência, apostólica. O termo apóstolo vem da palavra grega apóstolos, que significa “aquele que é enviado”. Na cultura grega antiga, um apóstolo era antes de tudo um mensageiro, um embaixador ou um emissário. Mas ele não era apenas um mensageiro. Ele era um emissário que estava autorizado pelo rei a representá-lo em sua ausência, e ele carregava a autoridade do rei.

 

2. Habitada pelo Espírito. O Espírito Santo derramou-se sobre a Igreja no dia de Pentecostes. Cento e vinte almas naquele dia receberam o selo do Espírito Santo, que envolveu suas vidas de um poder celestial. Depois daquele dia jamais seriam os mesmos. Jesus cumpriu a sua promessa (At 1.5). O propósito do Espírito Santo não 6 condenar, mas convencer da necessidade do Salvador. O Filho realiza o julgamento, juntamente com o Pai (Jo 5.22,27,30). O Espírito revelará a glória de Cristo ao seu povo. Ele inspirou a redação do Novo Testamento, guiou os apóstolos para escreverem o mesmo (Jo 16.13) e revela "as coisas que hão de vir" (v. 13). Sem a Terceira Pessoa do Deus Triúno, não há Igreja genuína.

 

3. Quem faz parte da Igreja anda no Espírito. Na cultura romana, para uma adoção ser legalmente concretizada, sete testemunhas respeitáveis tinham de estar presentes para atestar a sua validade. Em Rm 8.16, Paulo assegura que “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito”. O Espírito Santo de Deus confirma a validade de nossa adoção, não por meio de uma voz interior mística, mas pelo fruto que produz em nós (Gl 5.22-23) e pelo poder que ele fornece para o serviço espiritual (At 1.8). A verdade sobre a certeza pode ser resumida assim: nosso Pai celestial deseja que seus filhos conheçam o seu amor por eles e a própria segurança de pertencerem a sua família. Ele não seria o Pai perfeito se não desejasse isto e se não agisse para realizá-lo. A ação de Deus se manifesta fazendo com que o duplo testemunho de seu Espírito e do nosso espírito seja parte da experiência normal de seus filhos. Assim Deus faz com que seus filhos se regozijem em seu amor. O duplo testemunho é, em si mesmo, um dom – o elemento mais importante do complexo dom da fé por meio do qual os cristãos adquirem “conhecimento emocional” de que a fé e a adoção, a esperança do céu e o soberano e infinito amor de Deus por eles são “realmente reais”.

Mesmo que seja mais fácil sentir do que falar sobre essa dimensão da experiência de fé, todos os cristãos desfrutam disso de alguma forma, porque, na verdade, essa realidade faz parte de sua herança.

 

II. A NATUREZA DA IGREJA NAS SUAS DIMENSÕES LOCAL E UNIVERSAL

 

1. Local e visível. A palavra “igreja” deriva do latim ecclesia. Sua ideia original vem do grego ekklesia. Sua utilização original designava uma “assembleia de cidadãos”. Era uma reunião de pessoas que visava resolver questões comuns. Somente posteriormente passou a designar a “assembleia de fiéis”. O conceito de Igreja está centrado na Igreja universal e na Igreja local. A definição de Igreja local é um pouco mais complexa; conforme já vimos, algumas vezes, “local” descreve a igreja em uma casa. Essa é a unidade local retratada no Novo Testamento. Embora fosse “local”, a igreja de Corinto (1Co 1.2) devia abranger várias igrejas nas casas. Isso porque ela se limitava à cidade de Corinto e não incluía outras igrejas na Grécia, como a de Tessalônica (1Ts 1.1). Assim, o conceito de igreja local pode incluir um grupo reunido em uma única casa, vários grupos em uma cidade ou até mesmo muitos grupos em uma região..

 

2. As particularidades das igrejas locais. Com a expansão da igreja e o surgimento de vários grupos locais, surgiram também controvérsias. Uma das primeiras foi se quem não é judeu podia se tornar cristão e se era preciso obedecer a todas as regras do judaísmo. Essa questão dividiu as opiniões. A igreja dos apóstolos também tinha os seus problemas, tinha divergências, contendas, e outras coisas mais, ora por causa dos costumes dos povos, ora por causa das divergências de pensamentos, ora por causa de rebeldes e até por aqueles que desejavam ser crentes, mas sem abandonar o pecado.

 

A Igreja Primitiva era liderada pelos apóstolos de Jesus. Esses homens foram escolhidos especialmente por Deus para junto dos profetas lançarem os fundamentos da Igreja (Ef 2.20). É verdade que sabemos muito pouco sobre a maioria dos apóstolos depois da ascensão de Jesus ao Céu. Mas o livro de Atos dos Apóstolos, que registra parte importante da história da Igreja Primitiva, mostra de forma destacada a atuação de alguns apóstolos na liderança da Igreja. O trabalho do apóstolo Pedro, por exemplo, recebe grande ênfase na primeira metade do livro de Atos. Parece que ele foi o principal porta-voz da Igreja Primitiva em seus primeiros anos. Pedro assumiu um papel de líder na reunião em que se deu a escolha do novo membro do colégio apostólico que deveria ocupar o lugar deixado por Judas Iscariotes (At 1.15).

Ele também foi o pregador no Pentecostes que, pela inspiração do Espírito Santo, trouxe um sermão que resultou na conversão de três mil pessoas (At 2). No episódio envolvendo Ananias e Safira, Pedro foi ainda o líder da Igreja Primitiva que anunciou a disciplina àquele casal (At 5). Pedro também teve um papel importante no Concílio de Jerusalém que foi reunido para resolver a primeira controvérsia na Igreja Primitiva que dizia respeito à recepção dos crentes gentios na comunidade cristã (At 15). Parece que seu trabalho na Igreja Primitiva também incluiu obras missionárias em Antioquia e depois em Roma. Ao lado de Pedro, o apóstolo João foi outro líder de destaque na Igreja Primitiva. Ele era uma das colunas da igreja de Jerusalém (Gl 2.9). Já no período final de sua vida, ele também teve alguma participação na igreja de Éfeso. O apóstolo Paulo também foi uma das maiores lideranças da Igreja Primitiva. Natural da cidade de Tarso, Paulo era um perseguidor implacável dos cristãos que foi transformado por Cristo em um dos mais notáveis missionários da história da Igreja. Em suas viagens missionárias, Paulo fundou várias comunidades cristãs que fizeram a Igreja Primitiva crescer. Além dos apóstolos, outros nomes influentes também foram muito ativos na Igreja Primitiva. Entre eles: Estevão, Filipe, Tiago, Judas, Barnabé, Silas, Marcos, Lucas, Timóteo, Tito, Apolo, etc.

 

3. Universal e invisível. A ideia da invisibilidade da igreja foi primeiramente desenvolvida em profundidade por Santo Agostinho. Ele fez uma distinção entre a igreja invisível e a igreja visível. Essa distinção de Agostinho tem sido frequentemente mal compreendida. O que ele quis dizer por igreja visível foi a igreja enquanto uma instituição que enxergamos visivelmente no mundo. No plano eterno de Deus, a Igreja universal foi arquitetada por Ele antes da fundação do mundo (Ef 1.4,9, 10),

 

E, tem um caráter geral porque inclui todos os cristãos remidos por Cristo, dentre todos os povos (At 20.28; 1 Co 12.28; Ef 1.22; 5.27; 1 Tm 3.15; Hb 12.23).

 

Faço uma citação da Confissão de Fé de Westminster: “A Igreja Católica ou Universal, que é invisível, consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas. Ef. 1: 10, 22-23; Col. 1: 18.” Deixo o link como sugestão de leitura: https://ipheliopolis.org.br/confissao-de-fe/25/.

 

 

 

III. A IGREJA NA SUA DIMENSÃO COMUNITÁRIA

 

1. A igreja é una. Antes de considerarmos a união do Corpo de Cristo, deixe-me fazer uma pergunta: você precisa ir à igreja para ser um cristão? A frequência na igreja, se você for fisicamente capaz, é um requisito para ir ao céu? Em um sentido bastante técnico, a resposta é não. No entanto, devemos nos lembrar de algumas coisas. Cristo ordena que seu povo não abandone a comunhão na congregação (Hebreus 10.25). Quando Deus constituiu o povo de Israel, ele os organizou em uma nação visível e colocou sobre eles uma obrigação solene e sagrada de se congregarem na adoração pública diante dele. Se uma pessoa está em Cristo, ela é chamada a participar da koinonia — a comunhão com outros cristãos e a adoração a Deus de acordo com os preceitos de Cristo.

 

Em Efésios 4.4-6, o Apóstolo Paulo faz um apelo à unidade, ele mostra a unidade divina e a unidade cristã. Mas a unidade cristã não implica necessariamente em uniformidade, ação que só tem uma forma, falta de variedade. O ensino das Escrituras é que vivenciemos a unidade na diversidade e na pluralidade de dons e chamados. Reconhecer a importância da diversidade, nos leva a uma obra mais excelente.

 

As nossas diferentes habilidades e capacidades cooperam para um melhor serviço. Elas somam e não dividem quando há unidade espiritual. A unidade é do Espírito, mas também, é algo que não se realiza sem a nossa cooperação. Todos os salvos formam “um corpo”, o corpo místico de Cristo. Somos “um só corpo” independente das diferentes denominações evangélicas, com exceção das falsas igrejas, pois temos uma só cabeça espiritual – Cristo.

 

As igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e ao erro; algumas têm degenerado ao ponto de não serem mais igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não obstante, haverá sempre sobre a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele mesmo (1Co 1.2, e 13.12; Mt 13.24-30, 47; Rm 11.20-22; Ap 2.9; Mt 16.18).

 

2. Unidade na Igreja. A Igreja como Corpo é uma unidade espiritual – onde todos os nascidos de novo estão unidos em Cristo. Mas esta unidade tem que se manifestar na horizontal, numa união onde judia e gentio, homens e mulheres, escravos e livres, são um “em Cristo”. Nossa posição “em Cristo” presente nos escritos Paulinos indica nossa união espiritual com Jesus, nos dá poder para ser mais “santos” e “fiéis” a Ele neste mundo. É por esta razão que uma das armas principais de Satanás – e das mais utilizadas contra a Igreja é a divisão e a desunião entre os cristãos.

Mas se somos “santos” e “fiéis” a Cristo, podemos superar as sutilezas do tentador. Comumente gostamos muito de estar com aqueles que gostam das mesmas coisas que nós, mas nos afastamos daqueles que são contrários aos nossos gostos. Supervalorizamos nossas habilidades e desvalorizamos as dos outros. Quando não há entendimento de que somos um corpo, a diversidade gerará divisão e não cooperação mútua. Um corpo saudável é constituído por vários membros e órgãos que trabalham em harmonia. Cada membro desempenhando sua função com excelência, coopera para o crescimento do corpo. Se algo não está bem em algum órgão, isto provocará uma má disposição em todo o organismo. As minhas atitudes e desempenhos individuais refletirão no coletivo.

 

O meu relacionamento com os demais membros do corpo definirá a saúde dele. Conta-se uma história de uma reunião que houve entre as ferramentas de uma marcenaria: a lixa solicitou a exclusão do martelo, pois o mesmo ficava batendo em tudo e fazia muito barulho. O martelo concordou, mas disse que a lixa era muito áspera e grossa. O parafuso foi acusado de ficar dando muitas volta para chegar ao seu propósito. Logo então falaram da régua que se achava certinha e se julgava no direito de medir tudo. No meio desta discussão apareceu o Senhor Marceneiro que reuniu todas as ferramentas e com habilidade utilizou cada uma e fez um móvel maravilhoso e perfeito”. Fundamentos da Unidade Cristã, disponível em: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/series/serie-unidade/fundamentos-da-unidade-crista/.

 

3. Diversidade na unidade. O partidarismo era um dos piores problemas da igreja local em Corinto. Em defesa da unidade, Paulo não poupa os partidos existentes dentro daquela comunidade. Ele deixa bem claro o fato de que Cristo é tudo em todos e deve ser o único a ser honrado de forma unânime. A unidade da igreja parecia aos imaturos coríntios muito menos importante do que as manifestações espirituais.

 

Paulo discordava disso totalmente: “Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado” (1 Co 3.16-17).

 

O apóstolo condenou as divisões em Corinto como manifestações de carnalidade e pecado, não santidade e consagração esperadas de um avivamento. [...]A maior evidência da diversidade na Igreja está na questão dos dons espirituais, mostrada em 1 Coríntios 12. O Espírito Santo equipa cada cristão com dons distintos e capacidades diversas, indicando, assim, que há na Igreja, pessoas que atuam brilhantemente em determinada área, enquanto outras realizam mais em outra completamente diferente.

Ou seja: há diversidade de dons, ministérios e serviços, operando na Igreja, mas todos são concedidos pelo Espírito Santo, segundo a Sua vontade.

Não é por méritos pessoais.” Construindo a Unidade na Diversidade, disponível em: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/series/serie-unidade/construindo-a-unidade-na-diversidade/.

 

CONCLUSÃO

 

A importância da Igreja dificilmente poderá ser superestimada. Deus comprou-a com o sangue de seu próprio Filho (At 20.28). Cristo ama sua Igreja, cuida dela e a valoriza (Ef 5.25,29), e um dia ela se apresentará diante dele sem mácula, em toda sua glória (v. 27). A principal atividade de Jesus Cristo na Terra, atualmente, é edificar sua Igreja (Mt 16.18). Ele faz isso por meio da distribuição de dons espirituais (Ef 4.12). Assim, os cristãos participam do que Cristo faz em seu Corpo hoje em dia pelo exercício desses dons.

 

Somente Cristo é a Cabeça da Igreja. Na Igreja há somente uma estrela: Jesus. Ninguém, portanto, deve ser colocado nesta posição. Esse lugar é exclusivamente de Jesus Cristo; A igreja é um corpo que consiste de muitos membros, cada um tendo uma função que é desempenhada sob o comando da Cabeça, e é da Cabeça que vem instrução e direção aos membros do Corpo (Ef 4.15). Quem dirige a igreja não é um clero bem intencionado, mas o próprio Cristo! É certo que há uma cadeia de comando na igreja, Jesus estabelece líderes humanos, os quais são escolhidos por Ele, para facilitar a coordenação na igreja (Ef 4.11). Mas Ele é “tudo em todos”. Jesus tem a preeminência (Cl 1.18).

 

Por: Pb Francisco Barbosa