3 de fevereiro de 2023

O Avivamento no Ministério de Pedro

 

O Avivamento no Ministério de Pedro

 

Nesta lição, veremos o impacto do derramamento do Espírito sobre a vida de Pedro. Antes de experimentar o derramamento do Espírito, ele era um homem caracterizado como alguém impulsivo, que não tinha domínio próprio e que se deixava dominar fortemente pelas emoções. Entretanto, o Senhor Jesus o escolheu para ser um grande líder na Igreja Primitiva1.

 

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

 

PEDRO ANTES DO PENTECOSTES

 

Quando olhamos para Pedro, a primeira imagem que devemos considerar é a de um pescador da Galileia que ganhava a sua vida através daquilo que conseguia obter pelo esforço no seu barco. Seu nome, Petros (fragmento de pedra), define bem seu caráter impulsivo e explosivo, evidenciado muito bem em toda a trajetória que passou ao lado de Cristo em Seu ministério.

 

As primeiras palavras de Jesus a Simão Pedro foram: “Vinde após mim” (Mc 1.17); era um chamado para ser discípulo. As últimas foram: “Segue-me tu” (Jo 21.22). Pedro nunca abandonou esses dois desafios a cada passo em sua vida, embora muitas vezes tenha tropeçado. Quando Jesus entrou na vida de Pedro, este simples pescador se tornou um novo homem, com novos objetivos e novas prioridades. Entretanto, não era perfeito. […] Com temperamento impulsivo, Pedro certamente não agia com firmeza e segurança de uma rocha na maioria das vezes4.

 

O Pedro não avivado era inconstante. Um homem que vai de uma grande revelação recebida por orientação divina (Mt 16.16,17), a um momento em que permite ser boca de Satanás diante de Cristo (Mt 16.23). O homem que promete não abandonar o Mestre, a ponto de afirmar dar a sua vida por amor a Ele (Jo 13.37), sendo vencido pelo temor ao ser confrontado por alguns (Lc 22.55-62).

 

Destaque

 

Pedro é lembrado por contradizer Jesus quando este falou que os discípulos o negariam. Assim como os outros, replicou que estava disposto a morrer e jamais negaria o Mestre (Mt 26.33-35; Mc 14.29; Lc 22.34; Jo 13.36-38). Falhou em vigiar e orar junto com Jesus, apesar do aviso de que o espírito estava preparado, mas a carne era fraca (Mt 26.37-44; Mc 14.33-41). No momento da prisão de Cristo, numa atitude impetuosa, cortou a orelha de Malco, empregado do sumo sacerdote (Jo 18.10).

No pátio da casa de Caifás, a determinação de Pedro em colapso, não diante de um tribunal, mas da pergunta de uma jovem empregada3. Pedro possuía inconstância, por não estar convertido pelo Espírito Santo.

 

PEDRO APÓS O PENTECOSTES

 

Tudo mudou na vida de Pedro após o seu avivamento. Quando foi revestido do poder do alto, o inconstante passou a ser constante. Aquele que dantes negara o nome de Cristo diante de uma criada, agora defende o mesmo nome diante dos religiosos da época. O poder transformador do Espírito Santo veio sobre a vida do apóstolo modificando suas atitudes para a missão que desempenharia na igreja primitiva.

 

Apesar das suas fraquezas e limitações, depois que experimentou o poder de Deus, Pedro transformou-se em um ousado pregador do Evangelho. As primeiras experiências dele como pregador após isso resultaram na salvação de muitas almas (At 2.37-41; 4.1-4). De fato, cumpriu-se no ministério do recém-chamado apóstolo as palavras do Mestre: “E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). Sob a palavra do Senhor, Pedro lançou a rede e grande foi a “pescaria”1.

 

No dia de Pentecostes, ele pregou a mensagem inicial à multidão que se reuniu, e declarou que eles deveriam arrepender-se e ser batizado no nome do Senhor Jesus. Cerca de 3 mil pessoas converteram-se, e a Igreja começou (At 2.14-42). Durante os primeiros anos da Igreja em Jerusalém, Pedro foi reconhecido como seu líder. Ele realizou grandes milagres (At 3.1-10; 5.12-16), defendeu a causa perante o Sinédrio (4.5-12), e disciplinou ofensores como Ananias e Safira (5.1-11)5. Pedro agora era um replicador dos ensinamentos recebidos pelo próprio Cristo.

 

A mudança fundamental e necessária ocorrida na vida do apóstolo nos apresenta o poder transformador do Evangelho que aviva o crente. Avivamento muda o comportamento. Sem mudança de comportamento não houve avivamento. É sobre isso que a vida do apóstolo Pedro nos ensina.

 

Destaque

 

O avivamento espiritual experimentado pelo apóstolo nos remete a entender alguns aspectos fundamentais do avivamento na vida do crente. Em primeiro lugar, vale destacar que o avivamento resulta em mudança de comportamento. O genuíno avivamento provocado pela ação do Espírito Santo confronta a antiga forma de pensar do crente e faz refletir que não há mais espaço para o pecado e para práticas que são incoerentes com a conduta da vida cristã.

Em segundo lugar, o apóstolo Pedro entendeu que o Evangelho não se tratava de conhecimento teórico. O revestimento de poder do Alto o sensibilizou de tal forma que tanto o seu agir como o seu efetuar foram impactados pela presença do Espírito Santo (Fp 2.13). Ele, de fato, estava confirmando aos irmãos a verdadeira conversão (Lc 22.32)1.

A IGREJA DE HOJE E O AVIVAMENTO DO PENTECOSTES

 

No âmago do resultado da nova vida do Espírito não estão somente o poder e o dom do Espírito para o ministério, mas o que nós poderíamos chamar (na linguagem de Paulo) de “fruto” do Espírito. Os crentes empoderados pelo Espírito amavam-se tanto que valorizavam uns aos outros mais do que valorizavam as suas propriedades. […] Deu empodera seu povo com o Espírito para cruzar as barreiras culturais, para adorar a Deus e para formar uma nova comunidade multicultural de adoradores comprometidos com Cristo e uns com os outros6.

 

A igreja do tempo presente necessita olhar para trás sem, contudo, desprezar o olhar para frente. O verdadeiro impacto do avivamento espiritual na Igreja ocorre quando há mudança na perspectiva de vida do cristão. Significa que o crente já não anda mais por vista, e, sim, pela fé no Filho de Deus (2 Co 5.7; Gl 2.20)1.

 

O presente tempo tem apresentado um afastamento acelerado de muitos cristãos da centralidade das Escrituras. A falta de fé tem invadido os corações de muitos, muito em função de manipulações intencionais do sentido bíblico que visam agradar o coração dos doentes, e não fornecer o verdadeiro remédio.

 

A igreja precisa de um avivamento espiritual nesse tempo de iniquidade. Estamos vivendo os últimos tempo, e a igreja que será arrebatada deverá estar atenta a essa onda de grande esfriamento espiritual que se inicia, buscando no Senhor o poder do alto que nos revestirá em todo tempo.

 

Destaque

 

Nos dias de hoje, a realidade espiritual do mundo mudou drasticamente. Antevendo essa realidade, Jesus disse aos seus discípulos: “Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lc 18.8). A pergunta de Jesus traz consigo uma afirmação real. Quando Ele voltar para buscar a sua Igreja, será num tempo em que haverá acentuada falta de fé em todo o mundo. Num tempo assim, é enorme a necessidade de um grande avivamento. Pelas páginas da Bíblia, só poderá haver um tempo de avivamento se os seguidores de Jesus buscarem o derramamento do Espírito Santo como foi no Dia de Pentecostes2.

 

Esperando Jesus voltar hoje!

 

Pb. Antonio Vitor de Lima Borba

 

Referências:

 

1 – Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 24, nº 92.

2 – RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

3 – GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Vida, 2005.

4 – Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

5 – Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

6 – KEENER, Craig S. Entre a História e a Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2021