24 de setembro de 2022

RESISTINDO AS SUTILEZAS DE SATANÁS

RESISTINDO AS SUTILEZAS DE SATANÁS

 

3° Trimestre/2022

 

Texto Base: Tg.4:4-10

 

 “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg.4:7).

Tiago 4:

4.Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

5.Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: o Espírito que em nós habita tem ciúmes?

6.Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes.

7.Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.

8.Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração.

9.Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza.

10.Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.

INTRODUÇÃO

Chegamos ao final de mais um trimestre letivo da EBD. Ao longo dele, estudamos a respeito de várias sutilezas de Satanás contra a Igreja de Cristo. São sutilezas que tentam atacar a Igreja tanto por dentro quanto por fora. Nesta última Aula trataremos do seguinte tema: “Resistindo as sutilezas de Satanás”. Este arqui-inimigo de Deus sempre usou duas táticas para combater o povo de Deus e cada crente individualmente - ataque externo, pelo emprego da força e; ataque interno, através de suas sutilezas. Pela força, quase sempre é seu método preferido - através das perseguições, lutas, dificuldades; ele gosta de ver um crente sofrer, porém, ele sabe que esse processo não leva a muitos bons resultados; então, ele procura usar as sutilezas, e ele é mestre nisso. Sendo a sutiliza a arte de agir sem ser notado, ou de conseguir um objetivo sem ter que revelar a verdadeira intenção, basta apenas uma insinuação ou despertamento da curiosidade da possível vítima, principalmente dos incautos, que não oram nem estudam a Palavra de Deus, para que satanás atue de forma cabal.

É no momento da distração, como aconteceu com Josué e os príncipes de Israel no episódio com os gibeonitas (cf.Js.9:1-15), ou mesmo quando os fiéis da Igreja estão imaturos no conhecimento da Palavra de Deus, como aconteceu com a Igreja de Colossos, que satanás mais opera para introduzir seus ardis. O povo que quer, realmente, servir a Deus, as igrejas “evangélicas” que querem ser evangélicas por dentro, não apenas ter uma placa por fora com o nome de evangélica, e estarem preparadas para as sutilezas de Satanás, precisam, hoje, como nunca, da direção de Deus e da real maturidade cristã e espiritual; é imprescindível que o crente tenha as Escrituras como fundamento de sua fé e conduta, e busque uma vida cheia do Espírito. A Igreja precisa dar mais prioridade a oração e ao estudo da Palavra de Deus, buscar mais a direção do Espírito Santo nos momentos de tomar decisões difíceis. As Igrejas Locais precisam cantar menos, orar mais, estudar as Escrituras muito mais, buscar a Deus de forma intensa e contínua. A Igreja só terá condição de resistir as sutilezas do Inimigo se os seus membros tiverem suas vidas centralizadas em Jesus Cristo e tiverem as Escrituras Sagradas como sua principal regra de fé e conduta.

I. COMPROMETIMENTO COM UMA VIDA CENTRADA EM CRISTO

1. Cristo, o Salvador

Paulo, escrevendo à Igreja de Corinto, disse: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo …” (1Co.2:2). Jesus Cristo, o Crucificado, era o centro da mensagem de Paulo, e deve ser de todos os seguidores fiéis de Cristo. Infelizmente, hoje, assim como era na Igreja de Corinto, o evangelho está voltado ao pragmatismo. Está em voga um cristianismo de mercado. O evangelho está se transformando num produto de lucro. As igrejas estão agindo como empresas que fazem de tudo para agradar a freguesia. A igreja oferece o que as pessoas querem, e não o que realmente precisam. A Verdade não é mais a referência, mas aquilo que funciona. Os púlpitos estão oferecendo um evangelho ao gosto da freguesia, como se o evangelho fosse um produto que se coloca na prateleira e se oferece ao freguês quando ele deseja. A maioria dos programas evangélicos que circulam nas mídias está perdendo a centralidade da cruz e centralizando-se no homem. Para Paulo, a centralidade da sua pregação é o Cristo crucificado, o Salvador; para ele o evangelho é absolutamente cristocêntrico, centraliza-se na morte de Cristo. A morte de Cristo não é uma doutrina periférica do cristianismo, mas sua própria essência. A cruz de Cristo não é um apêndice, ela é o núcleo, o centro, o eixo, e o âmago do cristianismo. Concordo com pr. José Gonçalves quando afirma que “quando um cristão ou igreja local esfria ou se afasta da fé, Cristo é logo tirado do centro. Outras formas de culto, filosofias e ideologias passam a ganhar espaço quando Cristo deixa de ser o centro da vida”. As Escrituras são claras: não há outro Salvador além de Cristo (Atos 4:12).

2. Cristo, o Senhor

As Escrituras Sagradas afirmam que Jesus Cristo, além de ser o único Salvador é o único Senhor” – “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc.2:11). Disse o apóstolo Paulo aos crentes de Filipos: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp.3:20). Jesus é o Senhor do universo, da história da Igreja. Diante dele todo joelho deve dobrar-se nos céus, na terra e debaixo da terra. Ele reina e todas as coisas estão debaixo dos seus pés. Escreveu o apóstolo Paulo aos coríntios: “Porque "ele sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés [...]” (1Co.15:27).

Uma Igreja verdadeira manifesta um firme compromisso com o senhorio de Cristo. Ser cristão verdadeiro é receber a Cristo como Senhor. A vida cristã começa com a submissão ao senhorio de Cristo. A conversão se evidencia pela submissão a Cristo. Jesus não é Salvador daqueles que ainda não se submeteram a Ele como Senhor. Jesus é apresentado no Novo Testamento 22 vezes como Salvador e 650 vezes como Senhor. Portanto, a grande ênfase do Novo Testamento está no senhorio de Cristo.

Todo crente que se diz seguidor de Cristo tem-no como Senhor e anda como Ele andou. Aconselhou Paulo aos crentes de Colossos: “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele” (Cl.2:6). Aquele que diz ser crente, que recebeu Jesus Cristo como Salvador, mas não anda de acordo com Seu ensino, esse crente nega o senhorio de Jesus.  Ser cristão é andar nos passos de Jesus; é andar como Ele andou (1João 3:1-6). Um falso cristão pode enganar por algum tempo. Demas, por exemplo, amou o mundo e abandonou a fé; Judas traiu o Mestre; Ananias e Safira mentiram para o Espírito Santo. O cristão verdadeiro é aquele que anda em novidade de vida, vive no Espírito, segue os passos de Jesus e anda como Cristo andou (Cl.1:10). Receber Cristo como Salvador, mas não andar nEle, isto é, não andar de acordo com seu ensino, é negar seu senhorio. A falta de reconhecer o senhorio de Cristo é a causa do fracasso na fé de muitos cristãos. Satanás tem utilizado suas sutilezas para enganar muitos que se dizem cristãos, dizendo que eles podem ser salvos independentemente da forma ou maneira com que vivem.

II. COMPROMETIMENTO COM AS ESCRITURAS

1. Bíblia, a revelação de Deus

O cristão verdadeiro tem um compromisso sério e firme com as Escrituras Sagradas, tendo-as como regra indeclinável da fé e prática cristã. As Escrituras Sagradas são dotadas de autoridade absoluta, isto é, deve ser aceita pela Igreja como única regra de fé e de prática; ou seja, o crente se quiser ser fiel e obediente ao seu Criador, deve crer no que a Bíblia diz e fazer exatamente o que ela determina. Alguns falsos mestres, que se dizem cristãos e teólogos, têm questionado a autoridade e atualidade deste Livro Sagrada. Segundo o entendimento deles, a Bíblia contém a Palavra de Deus, mas encontra-se ultrapassada, deixando de falar a linguagem da cultura contemporânea; este entendimento visa a adequação ao modelo cultural pervertido que impera na sociedade hodierna. Assim, há uma tentativa consciente e sistematizada de descaracterizar a inerrância, a inspiração e a atemporalidade das Escrituras Sagradas. Procurar se rebelar contra a autoridade da Bíblia é demonstrar claramente ser inimigo de Deus e atentar contra Ele.

A Bíblia não é fruto da lucubração humana, mas da revelação divina. Ela não provém da descoberta humana, mas do sopro divino. Ela surgiu na mente de Deus e foi comunicada pela Sua boca, pelo Seu sopro ou pelo Seu Espírito. No verdadeiro sentido do termo, a Bíblia é a Palavra de Deus, porque Deus a disse. É como os profetas costumavam anunciar: “a boca do SENHOR o disse” (Is.1:20; 40:5; 58:14; Mq.4:4). Portanto, por ter sua origem em Deus, a Bíblia é portadora de autoridade, e, por isso, constitui-se em única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter do cristão. Portanto, não é a Bíblia que tem que se ajustar ao ser humano, mas o ser humano é que precisa se moldar pelas Escrituras (Sl.119:105).

2. Bíblia, regra de fé e conduta

A Bíblia Sagrada é a nossa regra de fé e conduta, é a espada e o mapa do cristão. O crente para ser sábio precisa lê-la, crer nela para estar seguro e pra­ticar o que nela está escrito, para ser santo. Ela contém luz para dirigi-lo, alimento para sustê-lo e consolo para animá-lo. Ela é a fonte dos valores ético-morais e espirituais que devem nortear a vida do cristão (Hb.4:12), e ele precisa estar consciente dessa verdade. Como afirma o pr. José Gonçalves, “se não fosse a mediação das Escrituras, o cristão se encontraria desnorteado na sua caminhada. Como saberíamos, por exemplo, dos malefícios da idolatria se as Sagradas Escrituras não nos orientassem sobre eles (1Co.10:19-21)? Da mesma forma, como saberíamos que o adultério, o divórcio, a ideologia de gênero, etc., são práticas danosas que corroem e destroem o modelo de família idealizado por Deus (Pv.6:20-35)? Somente por intermédio da Bíblia temos orientações seguras e precisas sobre isso”.

III. COMPROMETIDOS COM UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO

1. O Espírito Santo no plano da Redenção

O Espírito Santo está presente desde quando tudo começou (Gn.1:2; Gn.2:7). Ele atua de maneira contínua e dinâmica para salvação. O ministério precípuo do Espírito Santo é levar o pecador ao Salvador e torná-lo parecido com Ele. Sua obra tem início em nós ao convencer-nos do pecado – “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim” (João 16:8,9). Convencer quer dizer “expor os fatos, convencer alguém da verdade”. Além de Ele atuar para convencer o pecador, Ele capacita o pregador da mensagem, dando-lhe poder e manifestando sinais sobrenaturais para confirmá-la.

O Espírito Santo é quem conduz o ser humano a Cristo, porém, para que ele permaneça firme, andando conforme os princípios bíblicos, é indispensável a ajuda do Espírito Santo, pois a pessoa, mesmo após ser convertida, permanece nele a natureza carnal, que poderá a qualquer momento subjugar o espírito do crente, caso este descuide de orar e vigiar. As Escrituras exortam o cristão a andar no Espírito como única garantia de não satisfazer os desejos carnais (G1.5:16,17). Sem o Espírito Santo é impossível vencer as sutilezas de Satanás. O apóstolo Paulo, quando escreveu os capítulos 6,7 e 8 da sua Epístola aos Romanos alertou que é possível ter consciência do pecado, lutar contra ele e, assim mesmo, continuar subjugado. De acordo com o apóstolo, é por meio da lei do Espírito de Vida que o cristão pode vencer a lei do pecado e da morte (Rm.8:2).

2. A vida cheia do Espírito Santo

Fomos purificados do pecado pelo sangue de Cristo (1João 1:7), e temos o Espírito Santo presente em nós que nos permite viver uma vida santa em um mundo de impurezas (Rm.8:13). Sem a ajuda do Espirito Santo o crente não tem a capacidade de viver uma vida de santidade diante desse mundo hostil, onde a presença do pecado é pululante. Essa capacitação para a santidade permite ao cristão viver uma vida cheia do Espírito (Ef.5:18-21).

Quando devemos ser cheios do Espírito Santo? Agora, pois ser cheio do Espírito Santo descreve uma ação contínua. Não devemos ser cheios apenas uma vez, mas continuar a ser cheios, pois a plenitude do Espírito não é uma experiência única que nunca podemos perder, mas o privilégio de sermos constantemente renovados, mediante a fé e a obediência contínuas. Fomos selados com o Espírito de uma vez por todas, mas precisamos ser cheios do Espírito e continuar a ser cheios todos os dias, em todos os momentos do dia. Davi preocupava-se com isso, tanto que fez o seguinte pedido ao Senhor: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Salmos 51:11). O crente só consegue ser uma testemunha eficaz de Cristo, se ele for cheio do Espírito Santo (Atos 1:8).

IV. COMPROMETIMENTO COM A IGREJA LOCAL

1. A Igreja como o Corpo de Cristo

A Igreja é comparada a uma família, a um exército, a um templo, a uma noiva. Porém, a figura predileta de Paulo para descrever a Igreja é o corpo. Por que Paulo tem predileções por essa figura? Porque ela é uma das mais completas para descrever a Igreja. Uma pessoa só começa a fazer parte desse Corpo quando é convertida e batizada pelo Espírito nesse corpo (1Co.12:13). Nenhuma igreja local ou denominação pode arrogar-se a pretensão de ser a única igreja verdadeira. A Igreja de Cristo é supra denominacional. A principal característica desse Corpo é a unidade (1Co.12:12). Todos os que creem em Cristo são um, fazem parte do mesmo corpo, da mesma família, do mesmo rebanho. Essa unidade não é organizacional nem denominacional, mas espiritual. Nós confessamos o mesmo Senhor (1Co.12:1-3), dependemos do mesmo Deus (1Co.12:4-6), ministramos no mesmo Corpo (1Co.12:7-11), e experimentamos o mesmo batismo (1Co.12:13).

2. O lugar e a importância de cada membro na Igreja

Quando a Bíblia fala em Igreja, não está se referindo ao templo, a uma estrutura arquitetônico construída para congregar um grupo de pessoas religiosas e piedosas. Não. A Bíblia está se referindo a um povo unido, que crê em Cristo e O tem como único Senhor, Salvador e único Deus verdadeiro (1João 5:20). Este povo é uno, é como um corpo (1Co.12:12-31). Embora haja uma diversidade de membros nesse Corpo (1Co.12:14), eles são distribuídos harmoniosamente e trabalham juntos para o bem comum; é isto o que torna o corpo bonito e funcional. Fisicamente falando, se eu cortasse o meu braço e o colocasse numa cadeira ao lado, ele seria meu braço ainda; só que que não valeria nada para o corpo. Esse braço só tem valor se tiver ligado ao corpo; fora do corpo ele não tem valor, é inútil. Se eu cortasse minha mão e a colocasse numa cadeira, no outro lado da sala, ela ainda seria minha mão, mas não teria mais utilidade porque estaria separada dos outros membros do corpo. Da mesma maneira, o apóstolo Paulo está dizendo, que somos uma unidade. O membro só tem valor na medida em que está inserido no Corpo e na proporção em que ele trabalha para o bem comum do corpo. É por isso que não existe cristão legítimo fora da Igreja, o Corpo de Cristo. Portanto, como bem diz o pr. José Gonçalves, “a própria palavra “desigrejados” torna-se um termo impróprio, uma forma de descrever uma anomalia espiritual”.

Todos neste Corpo, a Igreja, sabem a sua função. O corpo físico, biologicamente falando, precisa das diversas funções dos membros para sobreviver (1Co.12:15-19). Um membro serve ao outro e todos trabalham em harmonia para o benefício e edificação do corpo. Imagine que você esteja com fome caminhando pela estrada e vê um pé de manga cheio de frutos maduros - magas vermelhas, mangas bonitas, mangas cheirosas. O olho vê a manga, no entanto, não basta o olho ver; você tem de usar a mão para pegar; você tem de usar a boca e os dentes para morder e mastigar; você tem de usar a língua para movimentar; você tem de usar o esôfago para engolir; você tem de usar o estômago para triturar; você tem de usar o fígado par jogar a bílis ali; você precisa de toda uma máquina funcionando para que aquela manga possa nutrir você e atender à sua necessidade. Assim, também, é a Igreja; ela é um Corpo, e cada membro da Igreja, assim como o corpo humano, possui seu lugar e função para exercer (1Co.12:27).

CONCLUSÃO

Concluímos, então, o 3º trimestre letivo da EBD, onde tratamos dos inúmeros ataques de satanás contra a Igreja, utilizando as suas engenhosas sutilezas. Aprendemos como devemos nos defender utilizando-se das armas espirituais que Deus dispõe a nós para permanecermos firmes na resistência contra o ardiloso Inimigo. Aprendemos nesta Aula como devemos resistir as sutilezas de Satanás. Ele não é para ser temido, mas resistido. Disse o apóstolo Tiago: “...resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (T.4:7). Somente quem se submete ao Espírito Santo pode resistir ao diabo. Os dias são difíceis, mas o Espírito Santo é o guia e o auxiliador da Igreja.

------------------------------------

Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. José Gonçalves. Os ataques contra a Igreja de Cristo. CPAD.

Ev. Caramuru Afonso Francisco. Igreja, o corpo espiritual de cristo. PortalEBD_2006.

Rev. Hernandes Dias Lopes. 1Corintios – Como resolver conflitos na Igreja. Hagnos.

 

 

17 de setembro de 2022

A SUTILEZA DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA

 

A SUTILEZA DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA

 

3° Trimestre/2022

 

Texto Base: João 14:4-6

 

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

João 14:

4.Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho.

5.Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho?

6.Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da “Sutileza da Espiritualidade Holistica”. Holístico é o modo de ver a si mesmo, os outros e o mundo como um todo interligado, em relação e não separado. Uma espiritualidade holística é aquela que considera a integração entre a razão, o corpo e os sentimentos. Desse modo, Deus deixa de ser um Ser Pessoal, Superior, Transcendente e Poderoso. Fundamentada em princípios extraídos das religiões orientais, essa nova forma de religiosidade tem conseguido adesão de pessoas proeminentes no mundo inteiro; está também adentrando em segmentos do cristianismo, e muitos cristãos têm se deixado seduzir pelo seu discurso globalista e pluralista, e, sobretudo, espiritualista. Este tipo de espiritualidade não é cristocêntrica, e qualquer espiritualidade que não tenha Cristo como o centro é pagã e anticristã. No holismo a influência da espiritualidade oriental é bastante forte e tem crescido muito por meio de movimentos que buscam nova roupagem para crenças claramente pagãs como, por exemplo, a crença na “mãe-terra”, na “mãe-natureza” e em todas as “forças fluídicas” que povoam o universo. É muito importante os crentes em Cristo estarem alertas sobre este tipo de influência, pois isto é mais uma sutileza de satanás para enfraquecer a Igreja de Cristo. Precisamos entender que somente uma fé fundamentada em valores perenes que fluem das Escrituras Sagradas podem nos proteger desse tipo de ataque do inimigo.

I. O FENÔMENO RELIGIOSO

1. A busca do sagrado

A busca do sagrado é uma necessidade humana. Se a pessoa está triste, doente, sem dinheiro, que perde um amor, um ente querido, ou qualquer coisa que a deixe diminuída, recorre ao sagrado em busca de amparo, conforto e até mesmo solução. Quando a solução é difícil, em vez de lutar e buscar por ela, a pessoa que não é crente busca as respostas nas divindades imaginadas e criadas pelo ser humano. É claro que se a resposta vier, não será procedente dessas divindades, pois elas não pensam, não falam, não raciocinam, não tem poder de percepção; são simplesmente seres inanimados.

Certa feita, o apóstolo Paulo, quando caminhava pelas ruas de Atenas, capital da Grécia, viu inúmeras imagens de esculturas. A religiosidade de Atenas era corroborada por sua fama de ter mais ídolos que habitantes. Ao observar o comportamento religioso dos atenienses, disse: “Senhores atenienses! Percebo que em tudo vocês são bastante religiosos” (Atos 17:22 – NAA). Ele observou que os atenienses eram acentuadamente religiosos. A busca do sagrado era ruidosamente vibrante e tangível. Ao pensar nos ídolos que havia visto, Paulo lembrou-se de um altar no qual estava inscrito: ao DEUS DESCONHECIDO, e usou a inscrição como ponto de partida para sua mensagem. Suas palavras expressavam dois fatos importantes: em primeiro lugar, a existência de Deus e, em segundo lugar, a ignorância de Atenas a respeito dele. Depois de fazer essa afirmação, Paulo não teve dificuldade em lhes falar acerca do Deus verdadeiro.

O fenômeno religioso está presente na alma de todo ser humano, desde o princípio. Assim como Davi, há um anseio de Deus na alma de cada pessoa - “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!” (Sl.42:1).

Jesus também sabia claramente dessa necessidade do ser humano pela busca do sagrado. Até mesmo os discípulos demonstravam isso. Certa feita, Jesus disse aos discípulos que Ele ia partir e que eles não poderiam ir com Ele (João 13:36); e assegurou que eles sabiam o caminho para onde Ele ia (João 14:4). Isso provocou uma pergunta imediata de Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos saber o caminho?” (Joao 14:5). A resposta de Jesus foi uma das mais importantes declarações registradas nos Evangelhos: “Eu sou o Caminho, a verdade e avida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). Jesus é a Verdade que alimenta a nossa mente, a Vida que satisfaz a nossa alma e o único Caminho seguro para Deus. Como Caminho, Jesus é o caminho de Deus para o ser humano – todas as bênçãos divinas descem do Pai por meio do Filho – e o caminho do ser humano para Deus. Como a Verdade, Ele se opõe à mentira, é a fonte fidedigna da revelação redentora, a verdade que liberta e santifica. Como a Vida, Jesus é aquele que tem vida em si mesmo, é a fonte e o doador da vida, aquele que veio para que tenhamos vida em abundância. Sem Cristo não pode haver nenhuma verdade redentora, nenhuma vida eterna, portanto, nenhum caminho para o Pai. Sem Cristo, a busca pelo sagrado é vã.

2. Deus e os deuses

O ser humano em sua busca cega pelo sagrado acaba transformando pedra, pau, água, terra, árvore, o próprio ser humano etc., em deuses; claro, falsos deuses, tendo em vista que só há um Deus – o Criador Todo Poderoso de todas as coisas. Por não conhecer o Deus verdadeiro, que se revelou nas páginas da Bíblia e de forma especial na pessoa bendita de Jesus Cristo (2Co.5:19; João 3:16,17), o ser humano acaba por buscar e adorar deuses falsos (1Ts.1:9; 1João 5:21). Esta busca ilusória por falsos deuses é um acontecimento presente em todas as culturas, após a Queda do homem.

No Novo Testamento há um fato emblemático sobre esta ilusão do ser humano na busca por falsos deuses. Vemos isto na passagem de Atos capítulo 17. Quando Paulo esteve em Atenas, e andava pela cidade, o que ele viu não foi sua beleza, nem o brilhantismo da cidade, mas sua idolatria. Paulo viu uma floresta de imagens de esculturas que eram cultuadas como se fossem deuses. Certo escritor disse que era mais fácil encontrar um deus em Atenas do que um homem. Segundo os estudiosos, cada templo, cada portão, cada pórtico, cada edifício tinha as suas divindades protetoras. Havia mais deuses em Atenas do que em todo o resto do país. Eram inúmeros templos, santuários, estátuas e altares. No Parthenon encontrava-se uma imensa estátua de Atena feita de ouro e mármore. Em toda parte, se viam imagens de Apolo, o padroeiro da cidade, de Júpiter, Vênus, Mercúrio, Baco, Netuno, Diana e Esculápio. Todo o panteão grego estava ali, todos os deuses do Olimpo. E as imagens eram bonitas, feitas de ouro, prata, marfim e mármore, construídas pelos melhores escultores gregos. A cegueira espiritual dos atenienses levava-os a essa aberrante idolatria no afã de preencher os anseios da alma; e é justamente nessa carência espiritual de preencher o anseio mais profundo da alma, que a humanidade é enganada pelo Diabo.

Concordo com John Stott quando afirma que “toda idolatria é indesculpável, seja antiga ou moderna, primitiva ou sofisticada, sejam suas imagens mentais ou feitas de metal, objetos de culto palpáveis ou conceitos abstratos desprezíveis, pois a idolatria é a tentativa de confirmar Deus, limitando-o a um espaço imposto pelo homem, sendo Deus o Criador do universo; ou de domesticá-lo, tornando-o nosso dependente, domando-o e mimando-o, quando Ele é o Mantenedor da vida humana; ou de aliená-lo, culpando-o por sua distância e seu silêncio, quando Ele é o Governador das nações e não está longe de nós; ou de destroná-lo, reduzindo-o a uma imagem concebida ou feita pelo próprio ser humano, quando Ele é o Pai de quem recebemos nossa existência. Em suma, toda idolatria é uma tentativa de minimizar o abismo entre o Criador e suas criaturas, para colocá-lo sob nosso controle. E, mais do que isso, ela inverte as posições entre Deus e o ser humano, de modo que, em vez de reconhecermos humildemente que Deus nos criou e nos governa, temos a ousadia de imaginar que podemos criar e governar Deus. Não existe lógica na idolatria; ela é uma expressão perversa e confusa da rebelião do ser humano contra Deus”. Deus disse: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Is.42:8).

II. A ESPIRITUALIDADE HUMANA E SUA NECESSIDADE DE EXPRESSÃO

1. O antigo paganismo

Paganismo é um termo geral usado para referir-se as antigas tradições e cultos politeístas ou animistas. Isto sempre ocorreu após a Queda do homem, principalmente a partir da civilização cainita. Esta civilização logo se desviou do seu Criador e passou a adorar falsos deuses idealizados e criados por eles mesmos. O paganismo foi muito forte na antiguidade. Na antiga Canaã, por exemplo, antes do povo de Israel ocupar aquele espaço, os deuses principais adorados eram Baal e Aserá (1Rs.18:19); no antigo Egito, o povo adorava muitos deuses (Êx.12:12); na Babilônia o deus principal adorado era Marduque ou Merodaque (Jr.50:2). Deus abominava e abomina tudo isto.

Em Canaã, por causa das terríveis abominações, os cananeus foram substituídos pelo povo judeu. E quando foi estabelecido o Decálogo, ainda no Monte Sinai, o primeiro mandamento instituído foi: "Não terás outros deuses diante de mim". Este Mandamento vai além da proibição à idolatria, é contra o politeísmo em qualquer que seja as suas formas. Ele é o testemunho da singularidade e exclusividade de Deus, ou seja, revela o Senhor em Seu caráter, Seu ser e Sua ação. Este mandamento ensina que Deus não dá Sua glória a nenhum outro deus, ou Sua honra a imagens de escultura (Is.42:8). O que se postula neste Primeiro Mandamento é o fato de que nada menos do que a totalidade de nossas vidas deve estar sob o senhorio do Deus Todo-Poderoso.

Os ídolos são artifícios em forma de imagens: nada são, não têm nenhum préstimo, nada entendem, confundem-se, têm olhos e não veem, têm ouvidos e não escutam, têm lábios e não falam, têm cabeças e não pensam, têm braços que não se movimentam e pés que não andam; são deuses inúteis e sem vida, condenados ao ridículo.

É válido ressaltar que os ídolos não estão limitados às sociedades primitivas; existem muitos ídolos sofisticados. Um ídolo é um substituto de Deus; é qualquer pessoa ou coisa que ocupe o lugar que Deus deveria ocupar. A avareza é idolatria. As ideologias podem ser idolatrias. Assim como a fama, a riqueza e o poder, o sexo, a comida, a televisão, o celular, as redes sociais e as propriedades, a religião etc. Precisamos ter cuidado para que tudo isto não venha substituir Deus em nossa vida. Toda honra e glória e culto devem ser dados somente a Ele. Ele “é o único SENHOR” (Dt.6:4).

2. O misticismo Oriental

As culturas orientais são marcadas pelo misticismo, o que as torna parecidas apesar das diferenças religiosas, culturais, étnicas e raciais. Na cultura oriental é prevalecente o holismo ou espiritualidade holística, que tem invadido e influenciado a cultura ocidental em quase todas as camadas sociais. Segundo o pr. José Gonçalves, o holismo “está nas Universidades; nos cinemas; nos livros de autoajuda; e até mesmo nos currículos escolares. Na verdade, o holismo, ou espiritualidade holística, ou ainda, visão sistêmica da vida, nada mais é do que antigas crenças e práticas orientais redivivas ou recicladas; é uma mistura de crenças orientais do hinduísmo, budismo e taoísmo. Tudo numa panela só. É a operação do erro querendo enganar os incautos (Rm.16:18). Não há dúvidas que são ensinos de demônios (1Tm.4:1)”.

O misticismo tem estado presente em toda as épocas da humanidade. As Epístolas de João e Colossenses foram escritas para combater o pensamento gnóstico que era cheio de misticismo (Cl.2:16-23). O misticismo está intimamente ligado ao panteísmo (tudo é Deus e Deus é tudo). Nos Estados Unidos houve um movimento chamado transcendentalismo, que foi influenciado pela filosofia Hindu; paralelamente a isso foi fundado o movimento teosófico por Helena (Madame) Blavatsky, escritora russa. Paralelamente surgiu a Ciência Cristã. O que eles tinham em comum? A ideia de que o homem deve desenvolver a sua divindade, descobrir o pleno poder que existe dentro deles, tendo o poder sobre a enfermidade, sobre os problemas etc. Essek Kenyon, pastor evangélico, estudou numa das escolas da Ciência Cristã. Começou a pregar que nós somos pequenos deuses, que temos o poder de criar a realidade pelo que nós dizemos. Ele discipulou pela sua literatura Kenneth Hagin que introduziu grandes heresias dentro da igreja evangélica. No Brasil, a literatura de Hagin foi introduzida por R. R. Soares. Por incrível que pareça, milhões de cristãos são adeptos desse tipo de misticismo que não passam de ensinos do engano.

Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem elementos espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. Deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água “abençoada”, usam óleos “consagrados” em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas etc. Tudo isto é puro misticismo. O crente verdadeiro não segue essas coisas.

III. O FUNDAMENTO DA ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA

1. Não há um Deus pessoal

O holismo ou espiritualidade holística prega que não há um Deus pessoal, como informado na Bíblia. Por ser uma vertente homóloga a espiritualidade panteísta, este segmento do misticismo oriental prega que tudo é Deus, basicamente significando a integração, não existindo um ser personificado criador acima do universo. Assim, o divino, o homem e a natureza são uma coisa só. Portanto, não há um Deus pessoal que se revelou na Bíblia nem tampouco um Salvador pessoal, Jesus Cristo.

Para os seguidores desse segmento místico, “deus” é apenas uma energia impessoal que jaz no universo. Para esses adeptos, Jesus, Alá, Javé, Buda, Xiva ou um Xamã são nomes diferentes para uma mesma entidade – a força cósmica que habita o universo. Para nós cristãos, que seguimos os ditames das Sagradas Escrituras, e que cremos num Deus pessoal, vivo e inteligentíssimo, todas essas manifestações do holismo não passam de meras heresias desprovidas de significado lógico. Cremos, portanto, em um Deus pessoal, dotado de sensibilidade, de vontade e de intelecto. Em seu caráter pessoal, Deus é amoroso, justo, santo, sábio, bom, compassivo, misericordioso, amável, perdoador, paciente, tardio para se irar, fiel e muito mais.

Deus é soberano e tem o controle final da história ao mesmo tempo em que leva em conta as decisões das pessoas. Deus é um Ser transcendente (fora da criação) e imanente, ou seja, a despeito de habitar nas alturas mais insondáveis e inacessíveis, e apesar de infinito e imenso, não permanece alheio às suas criaturas. 

2. Não há uma verdade factual

A ausência de uma verdade factual é um dos fundamentos da espiritualidade holística. Segundo os seguidores dessa crença, não há uma verdade absoluta. Em vez disso, existem “verdades”, e que cada um tem a sua. Para eles, a “verdade” está em todas as religiões, pois todas são igualmente formas válidas de se expressar a espiritualidade. Dessa forma, não há como alguém dizer que está certo ou errado. Chamamos isto de relativismo.

O relativismo é a marca do pensamento contemporâneo. Crer em verdades absolutas, em valores absolutos, em princípios imutáveis oriundos de Deus é algo que é repelido e rechaçado pela grande parte da humanidade dos nossos dias. Os verdadeiros servos de Deus são tachados de “fanáticos”, “atrasados”, “preconceituosos”, “fundamentalistas”. É este o mundo em que estamos vivendo, um mundo onde “tudo é relativo”. A rebeldia humana contra Deus faz com que os homens se arroguem o direito de dizer o que é certo e o que é errado. Só que não é o homem quem diz o que é certo ou o que é errado, mas, sim, o Senhor Deus. Para nós cristãos, porém, o Senhor nosso Deus não é apenas uma pessoa, vivo e verdadeiro, mas que Ele é a própria Verdade (João 14:6); e a verdade de Deus é absoluta, é universal e é imutável, ao contrário do que ensina o holismo, o qual afirma que tudo é relativo, ou seja, que tudo pode ser, mas, também, não pode ser.

As palavras do homem ímpio, mesmo quando escritas, podem mudar de sentido, e até cair em desuso; elas estão sujeitas às mudanças e até ao desaparecimento. Porém, isto não acontece com a Palavra de Deus, da qual está escrito: “Para sempre, ó Senhor, a tua Palavra permanece no céu” (Salmos 119:89). Isto acontece porque o próprio Deus não muda, pois, Ele é a verdade absoluta, conforme Ele próprio afirmou: “Porque eu, o Senhor, não mudo” (Ml.3:6), ou segundo afirmou Tiago: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em que não há mudança, nem sombra de variações” (Tg.1:17), ou segundo afirmou Jesus: “Eu sou [...] a verdade” (João 14:6).

Os seguidores do holismo, que não se arrependeram do seu erro, um Dia se encontrarão bem de perto com Deus, a Verdade absoluta, no Grande Trono Branco para receber a sentença definitiva: “Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Ap.20:11,15).

IV. A ESPIRITUALIDADE HOLÍSTICA EA BÍBLIA

1. O problema do pecado

O pecado é o mais danoso inimigo do ser humano: ele mata e separa definitivamente o homem de Deus. Está escrito que ”o salário do pecado é a morte” (Rm.6:23). O ser humano deve se conscientizar de que o pecado é maligníssimo. Segundo argumenta o pr. Hernandes Dias Lopes, o pecado promete prazer e paga com o desgosto; levanta a bandeira da vida, mas seu salário é a morte; tem um aroma sedutor, mas ao fim cheira a enxofre. Só os loucos zombam do pecado; ele é pior do que a pobreza, do que a solidão, do que a doença. Enfim, o pecado é pior do que a própria morte. Esses males todos não podem destruir a alma do ser humano nem afastá-lo de Deus, mas o pecado arruína o corpo, a alma e afasta a pessoa eternamente de Deus.

Mas, o holismo não leva em consideração a esta perigosa e fatal situação em que se encontra o ser humano. Como eles se despertarão para tratar de tão relevante problema? A maneira correta de lidar com o pecado é se arrepender dele e, com toda a sinceridade, buscar em Deus o perdão, a graça e a misericórdia (Sl.51; Hb.4:16; 7:25). Infelizmente, os corações dos seguidores do holismo estão cegos e endurecidos pelo engano do pecado (Hb.3:13). É por intermédio do engano do pecado e da cegueira espiritual promovida pelo Diabo que cresce a cada dia o fascínio pelas novas espiritualidades, conforme argumenta o pr. José Gonçalves.

2. Um Salvador Pessoal

O holismo nega a existência de um Salvador pessoal, que veio para libertar o ser humano da prisão do pecado; não aceita que “Deus amou o mundo e tal maneira que deu o Seu Filho, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Aliás, nem acredita que exista um Deus pessoal, transcendente e imanente. Também ignora a existência do pecado e, consequentemente, a punição eterna. Assim sendo, os seguidores deste movimento não veem a necessidade de um Salvador (1Tm.4:10). Isto é um engano terrível, perpetrado por espíritos enganadores (1Co.10:20) que invadem a mente desses religiosos da espiritualidade holística, deixando-os numa posição de rebeldia contra o Senhor Deus.

Sem Jesus Cristo, o ser humano está perdido para sempre. Somente nele há salvação. Disse o apóstolo Pedro: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12). Portanto, o apelo do apóstolo Pedro ecoa para todos os que estão nessa situação enganosa do holismo: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38).

CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto aqui, concluímos que a religiosidade holística é um tremendo ardil de satanás, que tem enganado inúmeras pessoas em todo o mundo. É uma crença pagã que promove a falsa adoração, seduzem as pessoas incautas e aprisionam as vidas de quem não conhece o Senhor Jesus. Seus seguidores negam a Cristo, rejeitam a fé cristã e ensinam a inexistência de normas, verdades e princípios morais procedentes da vontade absoluta de Deus. Essa modalidade religiosa não prega o arrependimento, a fé, nem tampouco a conversão a Deus; rejeita Deus e a sua Palavra. Deve-se, portanto, ser rejeitada sem hesitação. A permanência nesse engano poderá levar os seus adeptos à perdição eterna, tendo em vista que seus ensinos têm um caráter de rebeldia contra Deus. Não acreditar num único Deus Poderoso e Pessoal, e controlador de todas as coisas, é um sinal de rebelião contra Ele. Estudando as Escrituras, não encontramos nenhum outro tipo de transgressão que seja tratada com tanta severidade por Deus como a da rebelião. Vemos pessoas ficando gravemente enfermas (Nm.12:10), reis perdendo o seu trono (1Sm.13:13,14) e gente sendo morta por um juízo de Deus, simplesmente pelo fato de que se levantaram contra Sua autoridade (Nm.16:1-33). Rebelião contra Deus é como pecado de feitiçaria (1Sm.15:23). E está escrito que nenhum feiticeiro entrará no reino do Céu (Gl.5:20,21).

--------------------

Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Caramuru Afonso. Profecia e Misticismo. PortalEBD_2010.

Pr. Caramuru Afonso Francisco. O Relativismo Moral Predominante no Mundo. PortalEBD_2005.

Pr. José Gonçalves. Os ataques contra a Igreja de Cristo. CPAD.