30 de julho de 2021

O REINADO DE ACAZIAS

 

O REINADO DE ACAZIAS

 

3º Trimestre/2021

 

Texto Base: 2 Reis 1:1-8,13-17

 

“Tenha já fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e a mente” (Sl.7:9).

V.P.: A coragem de Elias é exemplo e incentivo para os que são chamados a pregar e a exortar segundo a Palavra de Deus, independentemente de classe, raça ou credo. 

2 Reis 1:

1.E, depois da morte de Acabe, Moabe se revoltou contra Israel.

2.E caiu Acazias pelas grades de um quarto alto, que tinha em Samaria, e adoeceu; e enviou mensageiros e disse-lhes: Ide e perguntai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença.

3.Mas o anjo do SENHOR disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria e dize-lhes: Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?

4.E, por isso, assim diz o SENHOR: Da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. Então, Elias partiu.

5.E os mensageiros voltaram para o rei, e ele lhes disse: Que há, que voltastes?

6.E eles lhe disseram: Um homem nos saiu ao encontro e nos disse: Ide, voltai para o rei que vos mandou e dizei-lhe: Assim diz o SENHOR: Porventura, não há Deus em Israel, para que mandes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto, da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás.

7.E ele lhes disse: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras?

8.E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita.

13.E tornou o rei a enviar outro capitão dos terceiros cinquenta, com os seus cinquenta; então, subiu o capitão de cinquenta, e veio, e pôs-se de joelhos diante de Elias, e suplicou-lhe, e disse-lhe: Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida e a vida destes cinquenta teus servos.

14.Eis que fogo desceu do céu e consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinquenta, com os seus cinquenta; porém, agora, seja preciosa aos teus olhos a minha vida.

15.Então, o anjo do SENHOR disse a Elias: Desce com este, não temas. E levantou-se e desceu com ele ao rei.

16.E disse-lhe: Assim diz o SENHOR: Por que enviaste mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Porventura, é porque não há Deus em Israel, para consultar a sua palavra? Portanto, desta cama, a que subiste, não descerás, mas certamente morrerás.

17.Assim, pois, morreu, conforme a palavra do SENHOR, que Elias falara; e Jorão começou a reinar no seu lugar, no ano segundo de Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá, porquanto não tinha filho.

INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo sobre “O Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação”, trataremos nesta Aula do reinado de Acazias. O reinado deste rei foi fortemente marcado pelo desprezo ao Deus e Israel, assim como foi o reinado de seus pais – Acabe e Jezabel. Acazias reinou dois anos sobre Israel (853-852 a. C.; cf. 1Rs.22:52-54 a 2Rs.1:1-18), um período marcado por idolatria grave e perversidade. Sua mãe, Jezabel, certamente o incentivou à impiedade, da mesma forma que influenciou seu pai de forma negativa. Acazias serviu a Baal, e o adorou, e provocou à ira ao Senhor (1Rs.22:53,54).

I. UM REINADO MARCADO PELA IDOLATRIA

1. O deus de Acazias

O deus de Acazias era o ídolo Baal, o mesmo de seu Pai e de sua mãe. Quando seu pai morreu ele assumiu o trono, mas apesar de todas as manifestações do poder de Deus através do profeta Elias, e dos juízos de Deus derramado sobre seu pai e sua mãe, seu coração continuou inclinado totalmente à adoração de ídolos, principalmente ao falso deus Baal (cf.1Reis 22:54).

Certo feita, Acazias caiu da sacada do seu quarto no palácio de Samaria e ficou muito ferido. Então enviou mensageiros para consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom [uma das cidades dos filisteus], para saber se ele se recuperaria (2Reis 1:2). Ele acreditava que este falso deus podia prever o futuro e, certamente, curá-lo. Por isso, enviou mensageiros a Ecrom para saber se viveria ou não, após sua queda e consequente enfermidade. Essa atitude de Acazias evidenciou a descrença e o desrespeito pelo Deus de Israel.

Como Acazias podia ignorar que aquele falso deus era irreal, sem sentido e impotente, e que jamais daria qualquer resposta sobre seu destino? Como podia fazer de um ídolo mudo e inerte, seu oráculo? Isso não ocorreu somente com Acazias, não! Em nossos dias isso está ocorrendo com muita frequência. Indo ao Juazeiro do Norte ou ao Canindé, estado do Ceará, ver-se-á a mesma ilusão. Satanás cegou os olhos espirituais de muitos para que não enxerguem a verdade, e cauterizou a suas mentes para que não conheçam o único Deus verdadeiro.

2. Acazias segue os passos de seus pais

Embora o ministério de Elias tenha sido sobremaneira importante para restabelecer a adoração ao Senhor Deus de Israel, a idolatria generalizada voltou novamente no reinado de Acazias. Está escrito que Acazias “fez o que era mau aos olhos do Senhor; porque andou nos caminhos de seu pai, como também nos caminhos de sua mãe, e nos caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel. E serviu a Baal, e se inclinou diante dele, e indignou ao Senhor, Deus de Israel, conforme tudo quanto fizera seu pai” (1Reis 22:53,54). Tal pai, tal filho!

Apesar de ter reinado apenas dois anos (cf.1Rs.22:52), superou a maldade de seus antecessores. As forças do mal não desistem facilmente; mesmo depois de exterminadas, elas muitas vezes se reagrupam e tentam voltar rapidamente. Acazias, certamente, foi o instrumento perfeito para que as forças do mal recuperassem o seu inteiro vigor.

Podemos observar dois aspectos em relação ao reinado de Acazias: primeiro, ele continuou com o depravado culto aos bezerros que Jeroboão realizava em Betel e Dã (cf.1Rs.22:53); segundo, ele mesmo era um adorador de Baal (cf.1Rs.22:54). A influência de Acabe e Jezabel, seus pais, aparentemente, se fez presente durante o curto reinado de Acazias (cf.1Rs.22:53). A boa recomendação é: “os erros ou as más condutas cometidas por nossos antecessores não devem ser repetidas”.

II. ELIAS DESAFIA A ADORAÇÃO A BAAL

1. A corajosa intervenção de Elias

A Bíblia diz que Acazias caiu pelas grades de um quarto alto, que tinha em Samaria, e adoeceu; ao invés de pedir ao Senhor o seu favor em curar a sua enfermidade, ele enviou mensageiros para perguntar ao deus falso Baal-Zebube, deus de Ecrom, se ele sararia daquela doença. Mas o anjo do Senhor disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria e dize-lhes: Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? (cf.2Reis 1:2-4). Corajosamente, Elias foi ao encontro dos mensageiros de Acazias, e enviou-os de volta ao rei com a sentença do Senhor: “assim diz o Senhor: da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás” (2Rs.1:4).

É trágico que o rei, cujo nome significa “Jeová sustenta”, tenha procurado Baal para receber cura! É notório que sua mente estava drasticamente cauterizada! A apostasia que dominou o reinado de seus pais o contaminou intensamente. Nestes tempos atuais milhares de pessoas que se dizem crentes não procuram ídolos de ferro, de barro ou de pedra para pedir cura, mas ídolos de carne que vão de templo a templo com suas trapaças enganando os incautos, dizendo que tem o poder da cura num piscar de olhos. Muitos acreditam nessas bobagens, e acabam levando a pior; acabam recebendo a mesma sentença dada a Acazias, porque não procuram buscar a solução de seu problema no Deus verdadeiro que tudo pode.

Observação: Alguns estudiosos afirmam que o nome verdadeiro do falso deus pagão de Ecrom era Baal-Zebul, cujo significado é “o senhor da vida”, mas os judeus o chamavam depreciativamente de Baal-Zebube, que significa “senhor das moscas”. No tempo de Cristo, essa divindade havia se tornado símbolo de satanás”.

2. A resposta de Elias aos soldados do rei

Em resposta à mensagem confrontadora de Elias, o rei Acazias enviou um capitão com cinquenta soldados para trazer Elias à sua presença de imediato. Quando o capitão transmitiu a exigência insolente, Deus defendeu o profeta mandando fogo do Céu para destruir o capitão e seus cinquenta soldados arrogantes.

Outro capitão com mais cinquenta homens ordenou a Elias: “desce depressa”, e teve o mesmo fim de seu antecessor. Em uma ocasião anterior, no monte Carmelo, Deus desacreditara Baal e seus sacerdotes com fogo do Céu (1Rs.18). Aqui, o mesmo fenômeno destruiu os soldados de Baal que procuravam colocar as mãos ímpias em Elias. O profeta recebia ordens do verdadeiro Rei de Israel, não de um usurpador idólatra. O texto não explica por que os capitães e seus soldados foram mortos; talvez estivessem decididos a destruir Elias tanto quanto estava Acazias (cf. 2Rs.1:9-12).

Em sua teimosia acintosa, Acazias enviou outro capitão com cinquenta homens para confrontar Elias e trazê-lo à presença do rei. Mas, este capitão sabendo do ocorrido com os anteriores, se apresentou a Elias de forma humilde e cortês, e suplicou-lhe misericórdia (2Rs.1:13-15) – “Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida e a vida destes cinquenta teus servos. Eis que fogo desceu do céu e consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinquenta, com os seus cinquenta; porém, agora, seja preciosa aos teus olhos a minha vida. Então, o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não temas. E levantou-se e desceu com ele ao rei”. Ao se apresentar diante de Acazias, com destemor e com grande ousadia, Elias disse que ele não se recuperaria da sua enfermidade porque desprezara o Senhor ao consultar Baal-Zebube. Assim, pois, morreu, conforme a palavra do Senhor, que Elias falara (cf.2Rs.1:13-17).

Segundo Matthew Henry, “Deus está pronto para mostrar clemência àqueles que se arrependem e se submetem a Ele. Nunca ninguém agiu em vão ao colocar-se sob a misericórdia de Deus. O terceiro capitão não somente teve sua vida poupada, mas a permissão de cumprir sua tarefa. Elias, sendo ordenado pelo anjo, desceu com ele ao rei (cf. 2Rs.1:15). Assim, ele mostrou que, antes, recusava-se a ir não porque temesse o rei ou a corte, mas porque não seria arrogantemente compelido a fazê-lo, o que diminuiria a honra de seu Senhor. Ele valorizou seu ofício. Ele veio corajosamente ao rei, e lhe transmitiu de forma clara a mensagem que tinha enviado antes (2Rs.1:16) - que o rei ia morrer. Elias não aliviou a sentença, nem por medo do desprazer do rei, nem por pena de sua miséria” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 545,46). Talvez essa tenha sido a última vez em que Elias compareceu à presença de um rei, porque não se faz menção alguma de associações com o sucessor de Acazias, Jorão.

3. Um ministério de fogo

O profeta Elias foi muito usado por Deus para fazer milagres e para trazer julgamento à nação de Israel por ter se desviado do Senhor e adorado a deuses pagãos. Um dos elementos utilizado por Elias para trazer juízo em nome do Senhor, foi o fogo. No monte Carmelo, diante dos profetas de Baal, e do rei Acabe, e do povo de Israel, Deus ouviu o clamor de Elias e mandou fogo do céu que consumiu todo o holocausto preparado. Até mesmo a água que havia ali o fogo lambeu! O povo vendo isso, reconheceu que só o Deus de Israel é o Deus verdadeiro (cf. 1Reis 18:36-39).

Em outra ocasião, já no reinado de Acazias, filho de Acabe, o fogo também esteve presente no ministério de Elias para aplicar o juízo de Deus sobre os idólatras e arrogantes capitães, e seus subordinados (2Reis 1:10-12). O rei e seus soldados, em rebelião contra Deus e sua Palavra, tentaram prender Elias, mas fogo desceu diretamente da parte de Deus, como julgamento contra Acazias, que obstinadamente persistia em opor-se a Deus e ao seu profeta. Foram 100 homens consumidos pelo fogo.

O juízo de Deus com uso de fogo está presente em muitos episódios registrados na Bíblia. Por exemplos:

-No juízo sobre Sodoma e Gomorra, Deus enviou fogo e enxofre para destruir essas duas cidades ímpias – “Então, o Senhor fez chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra” (Gn.19:24).

-No período da grande tribulação, o mundo sofrerá terrivelmente o juízo de Deus com fogo (Ap.14:10) - “também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”.

-Após o juízo final, Deus enviará todos os ímpios ao lago de fogo (Ap.21:8) – “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.

III. A DOENÇA DE ACAZIAS E A SUA MORTE

1. O julgamento do Senhor contra Acazias

Elias ficou profundamente perplexo pela escolha de Acazias em procurar a Baal, e não ao Deus de Israel. Por isso dirigiu a pergunta a Azacias, vinda diretamente do Senhor: “Não há Deus em Israel?” (2Rs.1:6). Elias estava consternado diante de tamanho desprezo ao Deus único e verdadeiro, principalmente em saber que o próprio rei era ciente das maravilhas que Deus havia operado no meio do seu povo, no passado. Como é que o rei aceitava que aquela divindade era deus, o qual era plenamente incompetente para agir? Aqui está demonstrada a cegueira e a tolice de todos aqueles que procuram uma alternativa diferente para servir a Deus. Por consequência de sua obstinada idolatria, Acazias foi sentenciado à pena capital.  

Deus não tolera a obstinação daqueles que ouvem sua Palavra e permanecem com a vida deliberadamente entregue ao pecado. Todos aqueles que praticam semelhantes atos, certamente, pagarão brevemente pelos seus danosos erros, seja aqui nesta terra ou no juízo vindouro do Grande Trono Branco (Ap.20:11-15).

2. A determinação de Elias e a morte do rei

De forma determinada e ousada, Elias proferiu a sentença:

“Assim diz o Senhor: Por que enviaste mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Porventura, é porque não há Deus em Israel, para consultar a sua palavra? Portanto, desta cama, a que subiste, não descerás, mas certamente morrerás” (2Rs.1:16).

Assim, pois, morreu Acazias, conforme a palavra do Senhor, que Elias falara. Uma vez que ele não tinha filhos para ocupar seu lugar no trono, foi sucedido por Jorão, seu irmão (2Rs.1:17).

O que faltou em Acazias foi destronar de si o orgulho e se humilhar profundamente diante do Senhor. Se ele tivesse se arrependido dos seus erros e se humilhado diante do Senhor Deus de Israel, com certeza, o Senhor tinha curado ele de sua enfermidade, pois o Senhor é tremendamente misericordioso e não tem prazer na morte do ímpio - “Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva; convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ez.33:11); “Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová; convertei-vos, pois, e vivei” (Ez.18:32).

3. As qualidades de Elias

Muitas são as qualidades deste homem de Deus; isto é perfeitamente percebível na pouca literatura que trata do seu curto, porém profícuo ministério. Deus se agradou tanto de Elias que não permitiu que ele visse a morte; subiu ao Céu num grande redemoinho (2Rs.2:11).

O primeiro livro de Reis atribui ao profeta Elias sete grandes milagres: fez cessar as chuvas; multiplicou a comida da viúva; restaurou à vida o filho da viúva; fez descer fogo do céu no monte Carmelo; fez cessar a grande seca; invocou fogo sobre soldados e dividiu as águas do Jordão. Assim como Elias predisse, aconteceu! Ele possuía inspiração e autoridade espiritual. “Mas, não são somente os milagres e a inspiração divina os elementos autenticadores do ministério profético de Elias, o seu caráter também. As palavras de Elias eram autenticadas por suas ações. Os falsos profetas também possuem uma certa margem de acertos em suas predições, todavia as suas práticas distanciadas da Palavra de Deus são quem os desqualificam. Elias, portanto, possuía carisma e caráter. Podemos então dizer que o caráter pode não ter dado fama a Elias, mas com certeza lhe deu nome (1Rs.17.1); pode não lhe ter dado notoriedade, mas certamente lhe conferiu autoridade (1Rs.17.1); não o transformou em herói, mas o fez reconhecido como profeta (1Rs 17:2,3); e fez com que ele enxergasse Deus até mesmo onde aparentemente Ele não estava (1Rs.17:8-9 — foi sustentado por uma mulher, gentia, viúva e pobre)” (pr. José Gonçalves – Porção dobrada, CPAD).

Onde estão, hoje, os homens com as qualidades de Elias? Oro a Deus para que Ele conceda homens com o quilate deste homem de Deus: zelosos da Palavra e da Obra de Deus; destemidos para enfrentar os politicamente corretos e os liberais que danificam a doutrina que Cristo deixou, na qual a Igreja está edificada; homens fiéis e corajosos que preguem a verdade, nada mais que a verdade; que ao ouvir a mensagem e os prodígios realizados, o povo possa expressar com alegria no coração: Só o Senhor é Deus, só o Senhor é Deus!

CONCLUSÃO

Em épocas difíceis Deus levanta homens e mulheres dispostas a enfrentar as mais duras situações, e concede-lhes da sua graça para que cumpram seu ministério. Elias foi um profeta de seu tempo. Ele era uma pessoa disposta a, por Deus, enfrentar diversos desafios. Dentre suas características, encontramos o destemor, a incorruptibilidade e a fidelidade a Deus.

Acazias foi um tremendo idólatra, que desprezou os mandamentos do Senhor, que levou todo o povo a permanecer na idolatria e esquecer que só o Senhor é Deus. Ele fez o que era mau diante do Senhor (2Rs.1:2). Mas Deus usou o seu servo Elias para confrontá-lo e dizer-lhe que ele ia morrer, porque desprezou o Senhor Deus de Israel. Elias foi obediente, destemido em confrontar o rei. É preciso ter coragem para depender de Deus em situações bastante adversas e crer que Ele é responsável por nos sustentar.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo e Antigo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Comentário Bíblico Beaccon – volume 2.

Roy B.Zuck. A Teologia do Antigo Testamento.

Caramuru Afonso Francisco. Elias e os profetas de Baal. PortalEBD_2013.

Poção Dobrada – Pr. José Gonçalves – CPAD.

 

23 de julho de 2021

ELIAS E OS PROFETAS DE ASERÁ E BAAL

 

ELIAS E OS PROFETAS DE ASERÁ E BAAL

 

Texto Áureo

 

Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.

1 Reis 18.38

 

A simplicidade do procedimento de Elias é impressionante. O profeta orou (1 Reis 18.36,37), e o sacrifício foi miraculosamente queimado.

 

Sobre a oração de Elias Champlin observa o fato da oração de Elias ter sido tão simples e sem ruído e frenesi. Há nisso, por certo, uma lição preciosa para alguns segmentos da Igreja cristã, que dependem tanto de cultos caracterizados pelo frenesi a fim de atrair o “Espírito Santo”.

 

Jimmy Swaggart diz que, o "fogo" era um tipo de juízo de Deus que cairia sobre Cristo, quando Ele foi pendurado na cruz, sofrendo a morte, e tudo em nosso lugar.

 

Donald Carrel Stamps diz que, esse milagre mostrou ao povo que Elias era um profeta de Deus (na direção de Deus), e comprovou que somente o Senhor Deus de Israel é o Deus vivo, a quem deviam servir.

 

1 O Desafio no Monte Carmelo

 

1.  O zelo de Elias o pôs diante de um confronto.

2.  O problema de não saber a quem adorar.

3.O desafio do fogo.

 2 A Oração de Elias

 

1.  Os preparativos de Elias.

2.  Uma oração confiante.

3.  A misericórdia de Deus.

 

Elias, homem de Deus, aprovado por Deus disse ao povo;

 

Então, Elias se chegou a todo o povo (Quando todos se reuniram no monte Carmelo) e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui- o; e, se Baal, segui-o (O objetivo de Elias era mostrar ao povo que somente o Deus de Israel era Deus, e não Baal).

Porém o povo lhe não respondeu nada (O povo estava espiritualmente confuso, isto é o que acontece quando não passamos a conhecer verdadeiramente o Deus que nós servimos).

1 Reis 18.21

 

Baal (que significa simplesmente “senhor”) era o nome da mais importante deidade (divindade) cananéia. Como deus da fertilidade no panteão (lista de deuses) cananeu, a esfera de influência de Baal incluía a agricultura, a criação de animais e a sexualidade humana. A palavra Baal ocorre no AT em combinação com outros termos, tais como nomes de lugares (Baal-Peor, Oséias 9.10; Baal-Hermom, Juízes 3.3), ou com outros adjuntos, como em Baal-Berite (Baal da aliança, Juízes 8.33).

 

O uso do nome em conexão com um nome de lugar pode indicar que ali havia adoração a esse deus. A adoração a Baal se tornou relevante no Reino de Israel durante os dias do rei Acabe (século 9 a.C.), quando ele se casou com Jezabel, de Tiro, uma cidade na Fenícia (1 Reis 16.29-33; 18.19-40). Os locais para adoração a Baal eram frequentemente lugares altos nas colinas, com um altar e uma árvore, uma pedra ou uma coluna sagradas. Os fenícios, predominantemente urbanos, construíram templos a Baal. No material épico “ugarítico” (Textos antigos descobertos em cerca de 1928, o “ugarítico” era uma língua semítica, o estudo do “ugarítico” é útil para os estudiosos do hebraico bíblico porque os textos ugaríticos fornecem um panorama sem paralelos da vida e do ponto de vista religioso dos antigos israelitas), Baal é retratado descendo ao mundo dos mortos, o domínio do deus Mot.

 

Essa descida era evidentemente parte de um ciclo que tinha por objetivo coincidir com o ciclo das estações. A fim de resgatar Baal do reino de Mot e assegurar assim o início da estação fértil das chuvas, os cananeus se envolviam em adoração orgíaca que incluía sacrifício humano e ritos sexuais (Jeremias 7.31; 19.4-6). Prostitutas sagradas participavam no ritual religioso outonal. A adoração a Baal era veementemente condenada no AT (Juízes 2.12-14; 3.7,8; Jerremias 19). - Dicionário Bíblico Tyndale (página 210).

 

Elias, como servo de Deus, viu-se na condição de lançar um grande desafio diante de todo o povo de israel:

 

Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.

1 Reis 18.24

 

Baal era considerado também o deus do céu. Se fosse verdadeiramente isso e estivesse vivo, interessado no bem-estar de seu povo e de seu culto, não seria demais para ele enviar fogo e queimar o sacrifício.

Ele controlava ou não as condições atmosféricas? Yahweh, por outra parte, era o tradicional Deus de Israel, operador de milagres, que lhes dera as terras e a vida. Teria Ele o poder de enviar fogo e consumir o sacrifício?

Presumivelmente, aquele que fosse o verdadeiro Deus enviaria a chuva e poria fim à seca. Baal era o deus que, alegadamente, controlava as condições atmosféricas. Por que ele teria permitido que seus adoradores sofressem tão grande seca e fome?

 

Vejamos o que aconteceu:

 

Matthew Henry diz que, muitos dentre o povo vacilaram em seus juízos e mudaram a sua prática. Elias os chamou para que conhecessem quem era o verdadeiro Deus, que existe por si mesmo; que é o Criador, Rei e Juiz deste mundo, e que somente a Ele deveriam seguir. É perigoso titubear entre servir a Deus e ao pecado, entre o domínio de Cristo e o de nossa concupiscência. Uma vez que Jesus Cristo é o único Salvador, apeguemo-nos somente a Ele para todas as coisas; por ser a Bíblia Sagrada a Palavra de Deus, reverenciemo-la, recebamo-la e submetamos o nosso entendimento ao seu ensinamento divino. Elias propôs-se a levar o assunto a juízo. Baal tinha todas as vantagens externas; porém, o sucesso estimula todos os que são testemunhas e defensores de Deus, para que não temam o rosto do homem. o que respondesse com fogo seria o verdadeiro Deus. Deus jamais requer que os seus adoradores o honrem da maneira que faziam os seguidores de Baal.

 

25.  E disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe metais fogo.(Havia ali um grande número de servos de Baal, infelizmente no mundo, e até dentro das “igrejas” existem muitos que servem a satanás com seu modo de se vestir, falar e se comportar, muitos servem a satanás quando se alimentam com as imoralidades da TV e internet em geral, estes são os adoradores de Baal dos tempos modernos, que sacrificam seu tempo, sua vida com coisas que lhes afastam cada vez mais de Deus).

 

26.  E tomaram o bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que se tinha feito.

 

27.  E sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; porventura, dorme e despertará. (Estas eram as idéias absurdas e degradantes que os pagãos atribuíam aos seus deuses. Segundo algumas fábulas que surgiram ao longo dos séculos, os deuses muitas vezes estão em viagens ou expedições. Podemos perceber que os deuses inventados pelos homens são tão cheios de falhas quanto os homens).

 

28.  E eles clamavam a grandes vozes e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme o seu costume, até derramarem sangue sobre si ( Champlin diz que muitos escritores pagãos falam sobre o costume dos golpes como parte do culto religioso. Eles mostravam a estupidez da sua fé religiosa através do absurdo de seus atos. "... eram “pobres tolos" como disse Adam Clarke, “teólogo metodista”)

29.  E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram (a versão bíblica inglesa “Revised Standard Version (RSV)” diz que eles “deliravam”, esta parece ser a tradução mais correta da palavra profetizaram”) eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.

 

30.  Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do SENHOR, que estava quebrado (Este altar do SENHOR provavelmente foi construído na época dos juízes. Era conhecido entre os pagãos pelo nome de altar do Carmelo. Tácito “historiador romano” e Suetônio “escritor romano” mencionam um altar no monte Carmelo, o qual Vespasiano “imperador romano” foi consultar. Não havia ali templo ou estátua, simplesmente um altar, venerável por sua antigüidade.

 

31.  E Elias tomou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome (Para o profeta, Israel ainda era formado por doze tribos, tal como acontecera no império unificado de Israel. Por meio desse ato, Elias queria dizer que Yahweh continuava sendo o Deus de todo o Israel, as nações do norte (Israel) e do sul (Judá).

 

32.  E com aquelas pedras edificou o altar em nome do SENHOR; depois, fez um rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente.

 

33.  Então, armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaços, e o pôs sobre a lenha,

 

34.  e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez,

 

35.  de maneira que a água corria ao redor do altar, e ainda até o rego encheu de água.(Russel Shedd observa que, nota-se a calma sustentada pela fé do profeta, verdadeiro dom de Deus, que simplesmente deixa o Senhor agir em lugar da incapacidade humana (2 Coríntios 12.9). Vê-se como o profeta fez os preparativos, sem sequer sombra de dúvida da resposta divina, possuindo uma fé que, se necessário, poderia esperar horas sem temor e já sentindo o júbilo da vitória. A água aqui mencionada, teria, segundo Shedd, vindo de um poço ou do mar que fica perto do monte Carmelo.

 

36.  Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas.

 

37.  Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu, SENHOR, és Deus e que tu fizeste tornar o seu coração para trás (A oração do homem de Deus é simples, o homem de Deus não precisa mudar a voz, usar palavras difíceis e nem usar gestos para chamar a atenção da “Igreja”).

 

 

38.  Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego (O fogo foi eficaz e consumiu a tudo: o sacrifício, a lenha, a poeira que havia sobre o altar, a água que estava nas trincheiras e sobre o próprio altar. A água evaporou-se e foi transformada em nada. O fogo, como é claro, deve ser considerado aqui algo sobrenatural. O fogo e a luz são associados à aparição de Yahweh. A resposta de Deus a oração de Elias foi também um ato de misericórdia para com todos que ali estavam presentes, pois ao mostrar a todos que Baal falhara, Deus ao povo a oportunidade de se arremder, quando fracassamos por estar fora da direção de Deus, podemos dizer que o fracasso é uma benção de Deus disfarçada, nos mostrando que precisamos voltar pra Deus urgentemente).

 

39.  O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus! ( Matthew Henry diz que, Elias não procurou a sua própria glória, mas pediu que a glória fosse dada a Deus, para o bem do povo. o povo está completamente de acordo, convencido e satisfeito: somente o Senhor é Deus. É possível que alguns dentre aquele povo tenham tido uma transformação em seus corações, porém, a maioria somente se convenceu, e não se converteu. Bem- aventurados os que não viram as coisas que estes contemplaram e, contudo, creram,e se converteram).

1 Reis 18.25-39

 

3- Elias em Horebe

 

1.  Os feitos e a exaustão do profeta.

2.  O pedido para morrer.

3.  A resposta de Deus.

 

4.  E ele se foi ao deserto (o pastor Geziel Gomes menciona 5 homens de Deus que aprenderam muito no “deserto”; Moisés (Êxodo 3.1), Davi (1 Samuel 26.3), Elias (1 Reis 19.4), João Batista (Mateus 3.1), Paulo (Gálatas 1.17) , caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais (Como os israelitas consideravam o suicídio uma afronta a Deus, Elias jamais cogitaria realizar tal ato, mas, pediu a Deus a morte.

Seus feitos grandiosos e o óbvio poder manifestado por Yahweh no monte Carmelo nada tinham operado de visível em Israel, exceto o fato de que Baal, pelo menos temporariamente, perdera 450 profetas (ver 1 Reis 18.40). Uma das piores coisas para um homem de Deus é ver que a pregação ou a mensagem que Deus lhe deu foi desprezada pelo povo.No deserto, cansado e sedento, o profeta sentou-se por um pouco à sombra de um zimbro. Esse arbusto era comum nos desertos da Judéia, atingindo cerca de 3 metros de altura. Bloqueava fracamente a luz do sol, mas era melhor do que nada).

5.  E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.

 

6.  E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.

 

7.  E o anjo do SENHOR tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho.(em respostas aos lamentos de Elias, Deus lhe deu alimento e comida, lhe mostrando que Deus não desejava recolher-lhe a vida, mas Deus desejava sim continuar usando a vida do profeta, é importante observar que, quando Deus chama, Ele capacita e cuida de tudo, tenha isso em mente).

1 Reis 19.5-7

 

Conclusão:

 

Com a história de Elias aprendemos que, mesmo que todas as pessoas a sua volta estejam entregues a idolatria e aos desejos da carne, permaneça fiel a Deus, pois o Deus que chama é o mesmo que capacita e providencia todo o necessário para a sua vida. Glória a Deus por isso.

 

 

Fontes

Bíblia Para Pregadores e Líderes – Geziel Gomes,

Revista Cristão Alerta 3º Trimestre de 2021,

Bíblia de Estudo Holman,

Bíblia de Estudo MacArthur,

O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo Russel Norman Champlin, Comentário Bíblico Russel Shedd,

Bíblia de Estudo do Expositor,

Dicionário Bíblico Tyndale,

Concordância Exaustiva do Conhecimento Bíblico,

Comentário Bíblico Matthew Henry,

Apontamentos teológicos professor José Junior.