4 de julho de 2010

PRIMEIRAS VERSÕES DO TESTAMENTO

PRIMEIRAS VERSÕES DO TESTAMENTO

TEXTO ÁUREO = E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse” (Ne 8.8).

VERDADE PRÁTICA = O caráter universal do cristianismo em si mesmo requer a tradução das Escrituras para muitas línguas e isso começou desde o Antigo Testamento.

LEITURA BÍBLICA = NEEMIAS 8.1-9

INTRODUÇÃO

Na primeira lição, vimos que o Antigo Testamento é a base do Novo. Ambos andam juntos e completam-se mutuamente de modo admirável.

A Bíblia já foi traduzida, parcial ou totalmente, para mais de 2.500 línguas e dialetos. A mensagem do evangelho é supracultural. Os apóstolos não judaizaram o mundo quando evangelizaram as nações, mas anunciaram a Palavra de Deus na língua e na cultura de cada povo (At 17.23-26).

1. A MENSAGEM AO ALCANCE DE TODOS OS POVOS

Um povo não tem de mudar a sua cultura para receber a Palavra de Deus. A mensagem da salvação precisa estar disponível em todas as línguas.

1. Deus fala com o homem na sua língua materna. A Bíblia foi originalmente escrita em hebraico, aramaico e grego. Não existe na Bíblia o conceito de língua sagrada encontrado nas falsas religiões, como o sânscrito é sagrado para os hindus e o árabe, para os islâmicos. Desde os tempos do Antigo Testamento até a atualidade, Deus se manifestou, e se manifesta, a cada um de seus servos na sua própria língua. Deus se revelou a Paulo em sua língua materna, o hebraico, apesar de ele falar outros idiomas (At 26.14).

2. Tradução para outras línguas. Tradução é colocar em uma outra língua a mesma mensagem. O estilo, ou nível de linguagem, não é de suma importância. O fundamental é a mensagem, que não pode ser mudada nem corrompida. Deus quer que o homem conheça a sua vontade, não importa qual seja o nível de linguagem.

O apóstolo Paulo falou aos atenienses sobre o Deus de Israel, Jeová, o Criador de todas as coisas, identificado por eles como o “Deus Desconhecido” (At 17.23-30). Paulo não se preocupou em explicar aos atenienses o tetragrama que constitui o nome de Deus, impronunciável pelos judeus (Yhwh), e também não lhes ofereceu um curso de hebraico, mas simplesmente usou a linguagem e a cultura deles.

3. A Bíblia na língua do povo. Ninguém precisa aprender o hebraico, ou aramaico, ou grego, ou as três línguas juntas, para tornar-se cristão. O estudo dessas línguas é incentivado apenas para o enriquecimento do conhecimento teológico, e não como condição para se entender a mensagem da salvação. A Bíblia ensina que a salvação é pela fé em Jesus(Gl 2.16; Ef 2.8; Tt 3.5). Portanto, a pregação do evangelho deve ser levada a efeito na língua e cultura de cada povo (1 Co 9.20-22). É nosso dever colocar a Bíblia à disposição do povo em sua própria língua, e não obrigá-lo a aprender as línguas originais da Bíblia, ou uma língua litúrgica, ou ainda mudar sua cultura.

II. A VERSÃO PARAFRASEADA DO TARGUM

Após o cativeiro na Babilônia, os judeus tiveram algumas versões do Antigo Testamento à disposição.

1. Targumim. São traduções parafraseadas do Antigo Testamento, do hebraico para o aramaico. A geração que retornou do cativeiro babilônico falava aramaico, a língua oficial utilizada em todos os domínios do império. Sem entender bem a leitura da Lei e dos Profetas, que era feita em hebraico nas sinagogas, essa geração teve a necessidade de obter explicações orais em aramaico (Ne 8.8). Tais explicações foram posteriormente escritas, que são os targumim. “Targumim” é o plural de “Targum”, que em hebraico significa “tradução”. O Targum de Õnquelos, que contém o Pentateuco, e o de Jônatas, que contém os Profetas, são os principais dos dez que permaneceram.

2. Targum de Ônquelos. Ônquelos traduziu de forma parafraseada a expressão “Eu Sou” (Êx 3.14; Dt 32.39) por “aquele que é, e que era, e que há de vir”. Esta mesma expressão aparece cinco vezes no livro de Apocalipse (1.4,8; 4.8; 11.17; 16.5), o que nos mostra que Deus não está preocupado com formas, estilos e construções gramaticais, mas com o conteúdo da sua mensagem à humanidade. A linguagem pode ser atualizada, pois é humana; a mensagem, porém, não poderá jamais ser alterada, pois é divina. Quando a mensagem é modificada, como ocorre na Tradução do Novo Mundo, texto oficiai das Testemunhas de Jeová, o conteúdo da revelação é prejudicado e não expressa o que Deus realmente disse. Trata-se de uma versão corrompida e falsificada.

3. Versão parafraseada. A paráfrase procura traduzir o texto explicando-o; não traduz palavra por palavra, mas idéia por idéia. Ela faz o que uma tradução literal não poderia fazer. Às vezes, é necessário o uso de expressões idiomáticas para que o texto fique mais claro. Embora a paráfrase apresente certos perigos, como enfraquecer o original, é perfeitamente possível manter a fidelidade ao texto primitivo.

III. A SEPTUAGINTA

Vejamos, neste tópico, como o mundo grego teve acesso ao Antigo Testamento.

1. A Septuaginta. Do latim, a palavra significa “septuagésimo”; é também conhecida como “Versão dos Setenta”, porque, segundo Josefo, a tradução foi realizada por 70 ou 72 eruditos judeus e em 70 dias. O trabalho de tradução deveu-se a um pedido do rei Ptolomeu IV, Filadelfo, que reinou entre 285 e 247 a.C., em Alexandria, Egito. Por isso é também identificada como Versão de Alexandria. É a tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego, identificada pelos algarismos romanos «LXX”.

2. A Septuaginta e o Novo Testamento. Em 13 dos 27 livros que constituem o Novo Testamento, há muitas citações diretas da Septuaginta. Mateus 15.8,9, cita Isaías 29.13. A Septuaginta é, pois, reconhecida como obra de grande valor, além de ser um monumento literário do grego helenístico. Serviu de ponte lingüística e teológica entre o hebraico do Antigo Testamento e o grego do Novo. Além disso, foi usada pelas gerações de judeus por todas as partes do mundo antigo.

IV. OUTRAS VERSÕES GREGAS DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Outras versões. Outras traduções gregas do Antigo Testamento foram produzidas posteriormente, como as de Símaco (170 d.C.) e Teodócio (190 d.C.). A tradução de Áquila (130 d.C.) é mais uma revisão da Septuaginta do que propriamente uma nova versão do Antigo Testamento hebraico para o grego. Nenhuma destas versões, porém, superou o texto da Septuaginta.

2. Peshita. Também conhecida como Versão Sinaca, é o Antigo Testamento completo traduzido para o aramaico, que era falado não somente em Israel, antes da Diáspora do ano 70 d.C., mas também no império da Pártia e em toda a região da Mesopotâmia. O aramaico é, ainda hoje, falado em partes da Síria e da Turquia. A Peshita, palavra aramaica que significa «simples”, é a versão oficial da Igreja Siríaca.

3. Vulgata Latina. É a tradução da Bíblia completa para o latim, feita por Jerônimo a pedido de Dâmaso, bispo de Roma, entre o final do século IV e início do século V. Jerônimo nasceu em Portugal, que, juntamente com a atual Espanha, formava naquela época uma província do Império Romano chamada Hispânia. Esse bispo estudara o hebraico por 20 anos com os rabinos de Belém da Judéia. Sua versão do Antigo Testamento foi feita diretamente do hebraico.

A Vulgata é a versão oficial da Igreja Romana. Naquele tempo, os bispos de Roma não eram chamados de papa. O primeiro a reivindicar o título foi o papa Inocêncio 1 (402-417).

CONCLUSÃO

Desde muito cedo, na história do povo de Deus, a revelação divina está à disposição de outros povos, na língua de cada um deles. A Palavra não pode ficar presa; do contrário, o propósito de Deus não é alcançado.

Nenhum livro foi traduzido para tantas línguas como as Escrituras Sagradas. Glorificamos a Deus que tem colocado sua Palavra à disposição de todos os povos.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

O ANTIGO TESTAMENTO

O ANTIGO TESTAMENTO

TEXTO AUREO = “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós, falou-nos nestes últimos dias, pelo Filho” (Hb 1.1).

VERDADE PRÁTICA = O Antigo Testamento é a primeira parte da revelação escrita de Deus, que se completa com o Novo Testamento.

LEITURA BÍBLICA = JEREMIAS 36.1,2,4, 27, 28, 32

INTRODUÇÃO

O Antigo Testamento foi utilizado por Jesus durante todo o seu ministério. Também recorriam a ele os apóstolos e a Igreja Primitiva. E o mesmo continuamos a fazer decorridos já todos esses séculos. Esse fato, por si só, já é mais do que suficiente para justificar o estudo das Sagradas Escrituras que compõem o Antigo Testamento.

1. A PRODUÇÃO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Fontes da revelação. A revelação divina no Antigo Testamento veio de forma progressiva ao longo da história de Israel. Seu registro abrange um período de cerca de mil anos — de Gênesis a Malaquias. E foi dada aos judeus e ao mundo através de profetas, sacerdotes, sábios e reis: “... não perecerá a lei do sacerdote, e nem o conselho do sábio, e nem a palavra do profeta” (Jr 18.18).

2. Como os livros foram produzidos. A forma de produção desses livros é ainda desconhecida, pois não revelam eles como ocorreu o processo de sua edito- ração. É verdade que, às vezes, encontramos menção de alguém escrevendo sob a ordem divina como Moisés (Dt 3 1.24-26); Josué (24.26); e Baruque, escriba do profeta Jeremias (Jr cap. 36). Os detalhes quanto aos escritores e como esses livros chegaram à sua forma final só Deus conhece.

3. A inspiração do Antigo Testamento contestada. Quando da expansão do Cristianismo, o Antigo Testamento tornou-se altamente notório onde quer que a Igreja militasse. Isto incomodou o inferno. E logo começaram os ataques contra as Escrituras hebraicas, que consistiam em negar-lhe a inspiração e em desconsiderar-lhe os autores como divinamente inspirados.

No século 18, os ataques à Bíblia tornam-se mais virulentos com a Alta Crítica na Europa. Seus argumentos «científicos” acham-se hoje desacreditados; não passam de teorias ocas. A Palavra de Deus subsiste eternamente (Is 48.8; 1 Pe 1.25). Aleluia!

II. MATERIAL DE ESCRITA DA ÉPOCA

1. Papiro. Também conhecido como junco, é uma planta aquática muito comum no Egito (Êx 2.3; Jó 8.11; Is 18.2). Do cerne de seu caule produzia-se um material semelhante à folha de papel, que os antigos usavam para a escrita. Os primeiros livros da Bíblia tiveram como matéria-prima o papiro.

O Novo Testamento faz menção do papiro (2 Jo 12), da tinta nele utilizada, no grego melan (2 Co 3.3; 2 Jo 12); e da pena empregada para nele se escrever, kalamos em grego (3 Jo 13). Do vocábulo papiro originou-se a palavra papel.

2. Pergaminho. O nome deste material provém de Pérgamo - cidade da Ásia Menor, na atual Turquia, onde originalmente era ele produzido. Fabricado com peles de cabra, ou de ovelhas, o pergaminho era submetido a vários processos industriais até estarem completamente prontos para a escrita. O pergaminho, conhecido também como couro ou velino, era mais duradouro que o papiro, porém muito mais caro. E embora os livros dos tempos apostólicos fossem de pergaminhos, os papiros jamais deixaram de ser usados. Paulo menciona o pergaminho numa de suas cartas (2 Tm 4.13).

III. A ESCRITURA DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Livros do Antigo Testamento. Em nossa Bíblia, o Antigo Testamento está dividido em quatro grupos: Lei, Históricos, Poéticos e Proféticos. Na Bíblia hebraica, entretanto, seus livros seguem uma outra disposição.

a) Lei. É a primeira parte do Antigo Testamento composta de cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

b) Livros Históricos. São 12 livros: Josué, Juízes, Rute, 1° e 2° Samuel, 1° e 2° Reis, 1° e 2° Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

c) Livros Poéticos. São cinco: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. Jó, Provérbios e Eclesiastes são chamados também de Sapienciais; ou seja: de sabedoria prática.

d) Os Livros Proféticos. Estão subdivididos em Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel; e Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

2. Línguas originais. O Antigo Testamento foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de Esdras 4.8-6.18; 7.12-26; Jeremias 10.11 e Daniel 2.4-7.28, compostos em língua aramaica.

No período de maior pureza e refinamento do hebraico, foram produzidos os livros de Juízes, Samuel, Reis, Crônicas, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares, Isaías, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias e Habacuque.

Ester, Esdras e Neemias apresentam expressões idiomáticas e frases estrangeiras, denotando a influência das nações estrangeiras sobre o povo judeu.

3. Divisão em capítulos. Por volta de 1228, Stephen Langton procedeu a divisão de toda a Bíblia em capítulos. Alguns historiadores atribuem o trabalho ao cardeal Hugo Santo Caro que o teria completado em 1250. Caro, mui provavelmente, haja se limitado a introduzir melhorias na obra de Langton.

Quanto à disposição do texto bíblico em versículos, o Antigo Testamento foi dividido em 1445 pelo rabi Nathan, e o Novo Testamento em 1551 por Robert Stevens, um famoso impressor de Paris.

IV. A MENSAGEM DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Como os primeiros cristãos viam o Antigo Testamento. Estes o aceitavam como a inspirada Palavra de Deus (2 Tm 3.16). Por isto, tanto eles como os judeus tudo fizeram por preservá-lo; e largamente o utilizavam na evangelização (At 17.2, 3; 24.14; 26.22).

2. O cumprimento do Antigo Testamento em Jesus. O Senhor Jesus afirmou: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.3 9). Referia-se Ele, é claro, ao Antigo Testamento a única Escritura Sagrada daquela época; pois os livros do Novo só começaram a ser produzidos cerca de 20 anos depois.

Aliás, o próprio Jesus afirmava ser o cumprimento das Escrituras do Antigo Testamento (Lc 4.16- 27,44).

CONCLUSÃO

O Antigo Testamento saiu de Deus através dos escritores sagrados. Dos papiros e pergaminhos às páginas impressas, suas escrituras encontram-se hoje nos mais sofisticados programas de computadores. Glorifiquemos a Deus pela revelação de sua Palavra a toda a humanidade!

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

O ANTIGO E O NOVO CONCERTO

O ANTIGO E O NOVO CONCERTO

Hb 8.6 “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais’ excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas”

Os capítulos 8-10 descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis desse centro de adoração do AT. E duplo o propósito do autor:

(1) contrastar o serviço do sumo sacerdote no santuário terrestre, segundo o antigo concerto, com o ministério de Cristo como sumo sacerdote no santuário celestial segundo o novo concerto; e

(2) demonstrar como esses vários aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério de Cristo que estabeleceu o novo concerto, O presente estudo sintetiza o relacionamento entre esses dois concertos.

(3) Segundo o antigo concerto, a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham de um relacionamento com Ele à base da fé expressa pela obediência à sua lei e ao sistema sacrificial desta

Os sacrifícios do AT tinham três propósitos principais.

(a) Ensinar ao povo de Deus a gravidade do pecado. O pecado separava os pecadores de um Deus santo, e somente através do derramamento de sangue poderiam reconciliar-se com Deus e encontrar perdão (Ex 12.3-14; Lv 16; 17,11; Hb 9.22; ver Lv 1.2,3 notas; 4.3 nota; 9.8 nota).

(b) Prover um meio para Israel chegar-se a Deus mediante afé. a obediênciae o amor (cf. 4.16; 7.25; 10.1).

(c) Indicar de antemão ou prenunciar (8.5; 10.1) o sacrifício perfeito de Cristo pelos pecados da raça humana (cf.Jo 1.29; 1 Pe 1.18,19; Ex 12.3-14; Lv 16; GI 3.19 nota;).

(2) Jeremias profetizou que, num tempo futuro, Deus faria um povo concerto, um melhor concerto, com o seu povo (ver Ir 31.31-34 notas; cf. 1-Ib 8.8-12).

E melhor concerto do que o antigo (cf. Rm 7)

Porque perdoa totalmente os pecados dos que se arrependem (8.12),

Transforma-os em filhos de Deus (Rm 8.15,16).

Dá-lhes novo coração e nova natureza para que possam, espontaneamente, amar e obedecer a Deus (8.10; cf. Ez 11.19,20),

Os conduz a um estreito relacionamento pessoal com Jesus Cristo e o Pai (8.11) e

Provê uma experiência maior em relação ao Espírito Santo (Jl 2.28; At 1.5,8: 2.16,17,33,38,39; Rm 8.14,15,26).

(3) Jesus é quem instituiu o novo concerto ou o novo testamento (ambas as idéias estão contidas na palavra grega diatheke — testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do AT.

O novo concerto é um acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo conceito.

(a) O ofício de Jesus Cristo como mediador do novo concerto (8.6; 9.15; 12.24)

Baseia-se na sua morte expiatória (Mt 26.28; = Mc 14.24; = Hb 9.14,15; = 10.29; = 12.24).

As promessas e os preceitos desse novo concerto são expressos em todo o NT. Seu propósito é:

(i) salvar da culpa e da condenação da lei todos que crêem em Jesus Cristo e dedicam suas vidas às verdades e deveres do seu concerto (9.16,17; cf. Mc 14.24; 1 Co 11.25); e

(ii) fazê-lo um povo que seja a possessão de Deus (8.10; cf Ez 11.19,20; 1 Pe 2.9).

(b) O sacrifício de Jesus é melhor que os do antigo concerto por ser um sacrifício voluntário e obediente de uma pessoa justa (Jesus Cristo), e não um sacrifício involuntário de um animal.

O sacrifício de Jesus e o seu cumprimento da vontade de Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu um caminho para o pleno perdão, reconciliação com Deus e santificação (10.10,15-17; ver Lv 9.8 nota).

(c) O novo concerto pode ser chamado o novo concerto do Espírito, porque é o Espírito Santo quem outorga a vida e o poder àqueles que aceitam o concerto de Deus (2 Co 3.1-6; ver Jo 17.3 nota )

(4) Todos os que pertencem ao novo concerto por Jesus Cristo recebem as bênçãos e a salvação oriundas desse concerto mediante sua perseverança na fé e na obediência (ver 3.6 nota).

Os infiéis são excluídos dessas bênçãos (ver 3.18,19 nota ).

(5) Estabelecido o novo concerto em Cristo, o antigo concerto se tornou obsoleto (8.13).

Não obstante, o novo concerto não invalida a totalidade das Escrituras do AT, mas apenas as do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a obediência à Lei e ao seu sistema de sacrifícios, O AT não está abolido; boa parte da sua revelação aponta para Cristo, e por ser a inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir na retidão.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Bíblia de Estudo Pentecostal

A FORMAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

A FORMAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

TEXTO AUREO = “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44).

VERDADE PRÁTICA = O mesmo Deus que inspirou os escritores sagrados a escrever o Antigo Testamento, dirigiu a formação do cânon sagrado.

LEITURA BIBLICA = LUCAS 24.25-27

INTRODUÇÃO

Estudamos, na lição passada, a produção do Antigo Testamento. Hoje, veremos como os livros deste foram organizados, reunidos e preservados no cânon sagrado a seleção dos escritos divinamente inspirados, autorizados e reconhecidos como a única regra de fé e prática para a nossa vida.

Esse processo foi extremamente laborioso e metódico. Deus, com a sua poderosa mão, guiou os homens piedosos e sábios daquela época para esse mister.

I. O CÂNON SAGRADO

1. A palavra “cânon” na Bíblia. A palavra kanon (cânon) é de origem hebraica — qaneh “cana”, e significava “vara de medir” (Ez 40.3). Na literatura grega clássica, traz a idéia de “regra, norma, padrão”. Ela aparece no Novo Testamento com o sentido de regra moral (GI 6.16); é traduzida ainda por “medida” (2 Co 10.13, 14, 16).

2. Os livros canônicos. São os livros que compõem a Bíblia Sagrada. Nos três primeiros séculos do Cristianismo, a palavra “cânon” referia-se ao conteúdo normativo, doutrinário e ético da fé cristã. A partir do quarto século, os pais da Igreja aplicaram as palavras “cânon” e “canônico” aos livros sagrados, para chancelar a autoridade destes como inspirados por Deus, e como instrumento normativo para a fé cristã.

II. O CÂNON JUDAICO

1. As Escrituras Sagradas dos judeus. A Bíblia dos judeus é o Antigo Testamento hebraico que, hoje, eles chamam de Tanach; sigla esta que vem das palavras Torah Neviym Vechetuvym, e significam respectivamente “Lei, Profetas e Escritos” — as três principais divisões do Antigo Testamento. Os 12 Profetas Menores são um só livro e, da mesma forma, os dois livros de Samuel, Reis, das Crônicas, Esdras e Neemias que na sua totalidade somam 24 livros.

2. O arranjo dos livros do Antigo Testamento Hebraico. Esses 24 livros são exatamente os mesmos 39 livros do nosso Antigo Testamento.

Eles estão dispostos e organizados de forma diferente no cânon judaico, que é mencionado em quase todas as lições desse trimestre. Nenhum aluno deve perder de vista a classificação a seguir:

a) A Torah. É o nosso Pentateuco na mesma seqüência como em nossas Bíblias: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

b) Os Neviym. Estão subdivididos em 2 partes: Os Profetas Anteriores: Josué, Juízes, Samuel e Reis; e os Profetas Posteriores: lsaias, Jeremias e Ezequiel mais os Doze Profetas Menores.

e) Os Kethuvym. Compõem a terceira seção, e estão subdivididos em 3 partes, representadas pelos Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó; os Megllloth, “Cinco Rolos”: Rute, Cantares, Eclesiastes, Lamentações e Ester; e, os Livros Históricos: Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas.

3. O Cânon ratificado pelo Senhor Jesus. Ele fez menção do cânon sagrado quando declarou: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). A “Lei de Moisés” é uma referência à primeira parte do Antigo Testamento que são os cinco livros de Moisés.

Os “Profetas” são uma referência à segunda parte dessas Escrituras. A terceira parte do cânon, Jesus denominou “Salmos” porque este livro encabeça os Kethuvym, “Escritos” ou “Hagiógrafos”, palavra grega que significa “escritos sagrados”. Assim podemos afirmar que o Senhor Jesus referiu-se ao cânon judaico com suas três principais divisões.

4. O Cânon Judaico mencionado por Josefo. Flávio Josefo menciona esse cânon sagrado com as mesmas três partes: “Cinco são de Moisés; os profetas que sucederam a esse admirável legislador escreveram treze outros livros; e, os outros livros, contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes”.

Os “outros livros” são uma referência aos Hagiógrafos. Josefo fala de 22 livros, pois havia na sua época a tentativa de associar esses livros às 22 letras do alfabeto hebraico, unindo Rute a Juízes e Lamentações a Jeremias. Ele não foi o único a considerar o cânon judaico como um conjunto de 22 livros.

III. A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Quando o Cânon do Antigo Testamento se estabeleceu? A menção do cânon judaico feita pelo Senhor Jesus e pelo historiador judeu Flávio Josefo, prova definitivamente que ele já existia no século 1 d.C, exatamente como o temos na atualidade quanto à apresentação e conteúdo.

Além disso, existe também o testemunho de Fílon, que foi contemporâneo de Jesus, embora vivesse em Alexandria, no Egito, que fez também menção desse cânon.

A data exata da complementação do cânon do Antigo Testamento é desconhecida. Os antigos não tinham muita preocupação com datas. Por sua vez, os vândalos sempre pilhavam e destruíam o que podiam. Nas guerras, os vencedores costumavam incendiar tudo. Talvez um dia, a arqueologia, ou um achado inesperado esclareça este pormenor do Livro do Senhor.

2. O proto-cânon. Temos evidências bíblicas da existência de um cânon sagrado proveniente de Deus para a vida e a conduta do povo. Pelo menos, o Pentateuco já apresentava essa qualificação nos dias do rei Josias (2 Rs 2 2.8- 13) e na época de Esdras e Neemias (Ed 7.14; Ne 8.1-3). Parece que esses cânones serviram de unidade básica para o cânon definitivo, O registro mais antigo do Cânon Judaico tríplice, como o conhecemos, retrocede ao século 2 a.C. A tradição rabínica afirma que o Cânon Judaico atual foi organizado por Esdras, mas quase nenhum erudito cristão confirma essa idéia.

3. O Sínodo de Jâmnia ou Yavne. Foi realizado por volta do ano 100 d.C., em Yavne, Gaza, portanto muito tempo depois do encerramento do cânon judaico. Os rabinos ali se reuniram para debater sobre a permanência de Provérbios, Eclesiastes, Cantares, Ester e Ezequiel nesse cânon, mas nada foi alterado. Ninguém mais ousou acrescentar ou diminuir qualquer coisa no texto sagrado depois que o cânon se encerrou (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5, 6). Josefo disse: “Ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo modificar-lhes a mínima coisa”.

IV. OS LIVROS APÓCRIFOS

1. Os apócrifos nas edições católicas da Bíblia. São 15 livros na sua totalidade e, sete deles são, hoje, os conhecidos apócrifos inseridos nas edições católicas da Bíblia por determina ção do Concílio de Trento (1545- 1563). A palavra vem do grego, apokriphos, que significa “escondido”, e era usada para literatura secreta, ligada a mistérios. São eles: os dois livros dos Macabeus, Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque e os acréscimos aos livros de Ester e Daniel (três acréscimos). Jerônimo inseriu-os na Vulgata Latina como apêndice histórico e informativo e não como inspirados por Deus.

2. O testemunho de Josefo contra os apócrifos. Logo que Josefo menciona os livros do cânon judaico de seus dias, faz menção dos apócrifos quando afirma: “Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma seqüência de profetas, não se lhes dá o mesmo crédito que aos outros livros de que acabo de falar”. Ele mostrou a separação que havia entre os livros inspirados e aceitos como sagrados e os demais livros.

3. O testemunho dos judeus contra os apócrifos. Era crença dos judeus dos tempos interbíblicos que a revelação divina se havia encerrado com Esdras, mas aguardavam o reavivamento da palavra profética com a vinda do Messias. Usavam Joel 2.28-32 e Malaquias 4.5, 6 para fundamentar essa crença. Usavam ainda a tese de que não podiam ser aceitos como livros do cânon sagrado aqueles que não fossem escritos originalmente em hebraico, e os apócrifos foram produzidos em grego. Essa tese foi usada no Sínodo de Jamnia, realizado em 90 d.C., quando o cânon do Antigo Testamento foi esquadrinhado pelos eruditos judeus.

4. O testemunho interno contra os apócrifos. Os livros apócrifos apresentam erros doutrinários que destoam das Escrituras inspiradas. Ensinam heresias como a oração pelos mortos (2 Macabeus 12.38-45). Contêm erros históricos, geográficos e anacronismos (Tobias 1.3-5).

O segundo livro dos Macabeus termina pedindo desculpa pelo conteúdo do livro: “... porei fim aqui a minha narração. Se está bem como convém à história, isso é o que eu desejo; mas se, pelo contrário, é vulgar e medíocre, não pude fazer melhor” (2 Macabeus 15.38, 39).

CONCLUSÃO

Concílios e sínodos, ou até mesmo a Igreja, não estão investidos de poderes para aferir ou “canonizar” esse ou aquele livro das Escrituras. Nenhum livro da Bíblia conquistou seu espaço no Cânon Sagrado por medidas provisórias ou decretos-leis, mas pelo fato de o conteúdo deles provar sua origem divina e sua inspiração. É a Bíblia que julga a Igreja e não a Igreja a Bíblia. A Patrística e os concílios apenas aceitaram esses livros como inspirados. A Igreja confessou a canonicidade das Escrituras, e isso não significa que ela haja lhes conferido essa autoridade; ela foi apenas a editora e não a autora dos livros divinamente inspirados do Antigo Testamento como afirma 2 Pe 1.21.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

A CREDIBILIDADE E A INSPIRAÇAO DO ANTIGO TESTAMENTO

A CREDIBILIDADE E A INSPIRAÇAO DO ANTIGO TESTAMENTO

TEXTO ÁUREO = “Buscai no livro do SENHOR e lede; nenhuma dessas coisas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a sua própria boca o ordenou, e o seu espírito mesmo as ajuntará” (Is 34.16).

VERDADE PRÁTICA = O Antigo Testamento resistiu a exames metódicos e criteriosos ao longo dos séculos sobre sua credibilidade, e ainda desafia qualquer um que duvide de sua inspiração divina.

LEITURA BÍBLICA 2 TIMÓTEO 3.14-17; = DEUTERONOMIO 4.2; 12.32;= PROVERRIOS 30.5,6

INTRODUÇÃO

A autoridade do Antigo Testamento decorre de sua inspiração divina, O próprio Senhor Jesus Cristo reconheceu-a e a declarou mais de uma vez. Quanto à transmissão do texto sagrado, permanece este intacto. A revelação divina por meio das Escrituras foi preservada para todos os povos e para todas as eras. Deus prometeu que a sua Palavra subsistiria para sempre (Is 40.8; 1 Pe 1.25). A autenticidade dos textos bíblicos está acima de qualquer suspeita.

1. SUA INSPIRAÇÃO

1. O Antigo Testamento é de origem divina. Essa verdade é confirmada interna e externamente. A expressão: “Toda Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16 — Versão Almeida Atualizada) faz do Antigo Testamento um livro sui generis. A Versão Almeida Corrigida assim traduziu a primeira parte deste versículo:

“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa...”. Gramaticalmente, ambas as versões estão corretas. A ênfase dada é de que cada Escritura, ou toda a Escritura do Antigo Testamento, veio de Deus e por Ele foi inspirada. Hoje essa declaração aplica-se também ao Novo Testamento, que na época apostólica estava incompleto.

2. A teopneustia. Apalavra grega traduzida por “inspirada por Deus” ou “divinamente inspirada” é theopneustos. Vem de duas palavras gregas theos, “Deus” e pneo, “respirar”, de onde vem a palavra “teopneustia”, que significa “inspiração divina”. a única vez em que essa palavra aparece no Novo Testamento grego.

O uso que o apóstolo fez dessa palavra, aqui, revela o caráter especial e sui generis dos livros do Antigo Testamento. Ou seja: são escritos de origem divina. Isto é, Deus, de modo sobrenatural, controlou todo o processo da comunicação da sua Palavra, capacitando homens escolhidos por Ele para essa tarefa. Assim, toda a Escritura foi provida “pelo sopro de Deus” (sentido literal de theopneustos, em 2 Tm 3.16). Portanto, ela não se assemelha a nenhuma outra literatura.

3. Movidos pelo Espírito Santo. O apóstolo Pedro afirma que as Escrituras jamais foram produzidas por vontade de homem algum: “... mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.2 1). A palavra grega para “inspirados” é o verbo phero, que significa também “mover, movimentar”.

A inspiração divina das Escrituras é especial e única. Isso significa que ninguém mais, além dos escritores sagrados, recebeu idêntica influência, e que o nível de inspiração, não somente do Antigo Testamento, mas também de toda a Bíblia, é igual.

II. PROVASDA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

Além de unir numa só linha de pensamento escritores de diversas épocas, lugares e culturas, a inspiração divina das Escrituras é atestada sobretudo pelo próprio testemunho da história, através do cumprimento de suas profecias.

1. Sua lnerrância. São 39 livros produzidos num período de aproximadamente mil anos, escritos por cerca de 30 autores, cada um deles vivendo em lugares e épocas diferentes. O Antigo Testamento passou por rigorosas investigações e escrutínios. Entretanto, ninguém jamais conseguiu encontrar nele erro ou neutralizar a sua autoridade. Isso porque o Antigo Testamento é inspirado por Deus (2 Tm 3.16), e é o livro de Deus (Is 34.16). Nem mesmo as mais recentes descobertas científicas contradizem o que nele está escrito.

2. Suas profecias. Uma característica peculiar do Antigo Testamento, que podemos usar como prova de sua inspiração, são as suas profecias cumpridas. Nem o Alcorão, nem o Livro de Mórmon, nem a Tripitaka dos budistas, nem os Vedas dos hindus, ou qualquer outro livro que reivindica autoridade espiritual contêm profecias. Somente a Bíblia é o livro de profecia (Ap 22.19).

O Antigo Testamento fala do retorno dos judeus à terra de seus antepassados (Jr 31.17; Ez 11.17; 36.24; 37.21). Depois de mais de 18 séculos de diáspora, perseguições e ameaças de extinção, Israel revive como país soberano e membro das Nações Unidas, desafiando toda a lógica e argumento humano. Isso sem contar as inúmeras profecias referentes a Cristo, a outros povos e a diversos fatos da história.

3. Sua unidade. Seria possível chegar a tal unidade de pensamento com 10 ou 12 eruditos escrevendo sobre um só tema? A experiência diz que não. Seria mais que evidente a discordância e as contradições. No entanto, há em toda a Bíblia uma unidade perfeita de pensamento, mesmo versando sobre os mais variados temas, escritos por diversos autores de diferentes gerações. Isso porque se trata do pensamento de um só autor: Deus. Essa unidade é um dos elementos que comprova sua origem divina.

III. AUTENTICIDADE DAS COPIAS DOS MANUSCRITOS

1. Os autógrafos. Todos os autógrafos (os manuscritos originais) dos livros da Bíblia perderam-se ao longo dos séculos. As cópias originais, provenientes diretamente do punho dos escritores sagrados, desapareceram. A Bíblia chegou-nos através de cópias tiradas de outras cópias até o advento da imprensa, no século XV. Isso devido às perseguições que a Igreja sofreu nos três primeiros séculos, sem contar a de Nero em 68 d.C. O imperador Décio mandou destruir todas as cópias das Escrituras em 303 d.C.

2. O método de cópia dos manuscritos. Os copistas judeus queimavam as cópias dos manuscritos depois de copiá-los. Eles não davam muita importância à idade dos manuscritos. Quanto mais novo, melhor. Por essa razão, ninguém se surpreende com a escassez de manuscritos hebraicos do Antigo Testamento.

Eles usavam critérios rigorosos ao copiar o texto sagrado, tendo em mente a proibição de acrescentar-se-lhe ou diminuir palavras (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5,6).

3. A credibilidade dos manuscritos. O texto mais antigo de que dispomos atualmente é um fragmento do livro de Números 6.24-27, “A Bênção Sacerdotal”, datado do século VI a.C. Antes das descobertas do mar Morto, o manuscrito mais antigo não ia além do século X d.C. Entretanto, nenhum erudito ou crítico suspeitou de sua autenticidade. Isso porque as versões do Antigo Testamento em outras línguas, como a Septuaginta, Vulgata, Peshita e outras e os critérios meticulosos dos judeus para preservar a integridade do texto sagrado, eram suficientes.

IV. OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO

1. A grande descoberta. As descobertas dos rolos do mar Morto foram um lenitivo para todos que amam as Escrituras, apesar da credibilidade dos textos hebraicos do Antigo Testamento, pois agora dispomos de provas textuais mais concretas. O conteúdo desses manuscritos é o mesmo do nosso Antigo Testamento; é a resposta de Deus para os muçulmanos, que afirmam que a Bíblia foi falsificada, e ao mundo cético.

Há um espaço de tempo de mais de mil anos entre esses rolos do mar Morto e o manuscrito hebraico mais antigo até então existente no mundo. Jesus disse: “A tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Essa descoberta feita em 1947 foi o achado do século XX, e confirma a autenticidade da Bíblia. Com exceção do livro de Ester, todos os livros do Antigo Testamento estão representados nesses 800 manuscritos.

2. A data dos rolos do mar Morto. As 11 cavernas de Qumran trouxeram à tona cerca 170 manuscritos bíblicos, em sua maioria fragmentos descobertos entre 1947 e 1964, sem contar outros manuscritos não bíblicos.

O primeiro grupo desses manuscritos é datado entre 250 a.C. e 68 d.C., com quantidade considerável de texto escrito no período palco- hebraico; e o segundo grupo, entre 70 e 132 d.C., período entre a destruição de Jerusalém e a Revolta de Bar-Kochba, em Yavne, ou Jâmnia.

3. A origem dos manuscritos do mar Morto. Os manuscritos do mar Morto não foram todos produzidos pelos essênios; muitos deles vieram da Babilônia e do Egito. Os essênios eram uma ordem monástica judaica, estabelecida antes de Cristo, próxima ao mar Morto. Trata-se, portanto, de textos produzidos manualmente, procedentes de várias épocas e de vários lugares.

CONCLUSÃO

A autoridade do Antigo Testamento está inseparavelmente ligada à sua origem e propósito. Sua credibilidade surpreende o mundo até os dias atuais. Além dos manuscritos hebraicos, há milhares de textos traduzidos para outras línguas e mais as descobertas do mar Morto. Diante de tudo isso, quem ousará investir contra a autenticidade da Bíblia? A Palavra de Deus foi por Ele milagrosamente preservada (Jr 1.12). Não temos os autógrafos, porém o tão elevado número de cópias existentes e harmônicas entre si garante a autenticidade dos livros das Escrituras Sagradas.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus