20 de março de 2024

O Papel da Pregação no Culto

 

O Papel da Pregação no Culto

TEXTO ÁUREO

“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2)

Entenda o Texto Áureo

 

A palavra. Toda a Palavra escrita de Deus, toda a sua verdade revelada conforme está contida na Bíblia (2Tm 3.15-16; At 20.27).

 

Insta. A palavra grega tem uma gama ampla de significados, entre eles surpreender (Lc 2.9; At 12.7) ou, sobrevir (Lc 20.1; At 4.1; 6.12; 23.27).

 

Aqui a forma do verbo sugere as ideias complementares de urgência, preparação e presteza. Era usada como referência a um soldado preparado para ir à batalha ou a um guarda que estava sempre alerta para qualquer ataque inesperado — atitudes que são imperativas para um pregador fiel (Jr 20.9; At 21.11-13; Ef 5.15-16; 1Pe 3.15).

 

Quer seja oportuno, quer não. O pregador fiel deve proclamar a Palavra quando ela for bem aceita e/ou conveniente, e também em caso contrário; quando parecer que convém fazê-lo e quando parecer que não. Os ditames da cultura popular, a tradição, a reputação, a aceitação ou o apreço na comunidade (ou na igreja) nunca devem alterar o compromisso do pregador de proclamar a Palavra de Deus.

 

Corrige, repreende. O aspecto negativo da pregação da Palavra (a "repreensão" e a "correção"; cf. 3.16). A palavra grega traduzida por “corrige" refere-se à correção da conduta ou da falsa doutrina com o uso cuidadoso de argumentos bíblicos para ajudar a pessoa a entender o erro de suas ações. A palavra grega traduzida por “repreende" tem mais a ver com a correção dos motivos da pessoa ao convencê-la de seu pecado e levá-la ao arrependimento.

 

Exorta... doutrina, O aspecto positivo da pregação (o "ensino" e a “educação", cf. 3.16).

 

 

 

VERDADE PRÁTICA

 

Pregar a Palavra de Deus é a sublime missão da Igreja. É por intermédio do ministério da Palavra que vidas são salvas, transformadas e edificadas.

Entenda a Verdade Prática

 

Uma apresentação clara da mensagem do evangelho deve preceder a verdadeira fé salvadora. A verdadeira fé sempre tem conteúdo — a Palavra revelada de Deus. A salvação vem para aqueles que ouvem o evangelho e creem nos seus fatos (Rm 10.17).

 

LEITURA BÍBLICA = 2 Timóteo 4.1-5

 

1 CONJURO-TE, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,

 

4.1 Conjuro-te. Ou melhor "ordeno-te". O termo grego carrega a ideia de dar uma ordem ou diretriz obrigatória (cf. 2.14; ITm 1.18; 5.21).

 

Perante Deus e Cristo Jesus. A construção gramatical também permite a tradução "na presença de Deus, e até de Cristo Jesus", que provavelmente é a melhor interpretação, uma vez que ele está prestes a ser apresentado como o juiz (cf. Jo 5.22).

 

Todos os que ministram a Palavra de Deus estão sob o escrutínio onisciente de Cristo (2Co 2.17; Hb 13.17).

 

Cristo... que há de julgar. A construção gramatical sugere iminência — no sentido de que Cristo está prestes a julgar. Paulo está enfatizando a responsabilidade única que todos os cristãos, e especialmente os que ministram a Palavra de Deus, têm para com Cristo como Juiz. O serviço a Cristo é feito sob o seu olhar vigilante e sabendo que ele, como Juiz, determinará um dia o valor das obras de cada cristão (1Co 3.12-15; 4.1-5; 2Co 7.10).

 

Não se trata de um julgamento para condenar, mas para avaliar. Quanto à salvação, os cristãos já foram julgados e declarados justos — não mais estão sujeitos à condenação do pecado (Rm 8.1-4).

 

Vivos e mortos. Por fim, Cristo julgará todos os homens em três cenários distintos:

 

1) o julgamento dos cristãos após o arrebatamento (1Co 3.12-15; 2Co 5.10);

 

2) o julgamento das ovelhas e dos cabritos, ou julgamento das nações, no qual os cristãos serão separados dos incrédulos (Mt 25.31-33, que determina a entrada no reino milenar; e

 

3) o julgamento diante do grande trono branco que se aplica somente aos incrédulos (Ap 20.11-15).

 

Aqui o apóstolo se refere ao julgamento num sentido geral, incluindo todos esses elementos.

 

Manifestação. O significado literal da palavra grega traduzida por "manifestação" é "resplendor" e era usada pelos gregos antigos como referência à suposta aparição de um deus pagão aos homens. Aqui Paulo está se referindo em geral à segunda vinda de Cristo, quando ele "há de julgar vivos e mortos" e estabelecer seu reino milenar e eterno.

 

2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.

 

A palavra. Toda a Palavra escrita de Deus, toda a sua verdade revelada conforme está contida na Bíblia (2Tm 3.15-16; At 20.27).

 

Insta. A palavra grega tem uma gama ampla de significados, entre eles surpreender (Lc 2.9; At 12.7) ou, sobrevir (Lc 20.1; At 4.1; 6.12;23.27).

 

Aqui a forma do verbo sugere as ideias complementares de urgência, preparação e presteza. Era usada como referência a um soldado preparado para ir à batalha ou a um guarda que estava sempre alerta para qualquer ataque inesperado — atitudes que são imperativas para um pregador fiel (Jr 20.9; At 21.11-13; Ef 5.15-16; 1Pe 3.15).

 

Quer seja oportuno, quer não. O pregador fiel deve proclamar a Palavra quando ela for bem aceita e/ou conveniente, e também em caso contrário; quando parecer que convém fazê-lo e quando parecer que não. Os ditames da cultura popular, a tradição, a reputação, a aceitação ou o apreço na comunidade (ou na igreja) nunca devem alterar o compromisso do pregador de proclamar a Palavra de Deus.

 

Corrige, repreende. O aspecto negativo da pregação da Palavra (a "repreensão" e a "correção"; cf. 3.16). A palavra grega traduzida por “corrige" refere-se à correção da conduta ou da falsa doutrina com o uso cuidadoso de argumentos bíblicos para ajudar a pessoa a entender o erro de suas ações. A palavra grega traduzida por “repreende" tem mais a ver com a correção dos motivos da pessoa ao convencê-la de seu pecado e levá-la ao arrependimento.

 

Exorta... doutrina, O aspecto positivo da pregação (o "ensino" e a “educação", cf. 3.16).

 

3 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;

 

4.3 não suportarão. Refere-se a manter-se firme em meio à adversidade e pode ser traduzido por "tolerar". Paulo adverte Timóteo aqui, dizendo que, nos tempos perigosos dessa era, muitas pessoas se tornariam intolerantes para com a pregação confrontante e exigente da Palavra de Deus (1Tm 1.9-10). a sã doutrina. Veja em 1.13; ITm 4.6; Tt 2.1.

 

As suas próprias cobiças... coceira nos ouvidos. Os crentes nominais e pretensamente cristãos na igreja seguem seus próprios desejos e cercam-se de pregadores que lhes oferecem as bênçãos de Deus à parte do perdão divino da salvação divina à parte do arrependimento por parte deles. Sentem coceira para serem entretidos com ensinos que irão produzir sensações agradáveis e fazê-los se sentirem bem com relação a si mesmos. Seu objetivo é que os homens preguem "segundo as suas próprias cobiças". Sob essas condições, os ouvintes vão ditar o que lhes deve ser pregado, em vez de ser Deus quem dita isso por meio de sua Palavra..

 

4 E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.

 

4 .4 fábulas. Referem-se às falsas ideologias, perspectivas e filosofias apresentadas em várias formas que se opõem à sã doutrina (1Tm 1.4; 4.7; cf. T t 1.14; 2Pe 1.16).

 

5 Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.

 

4.5 um evangelista. Usada somente outras duas vezes no NT (At 21.8 ; Ef 4.11), essa palavra sempre se refere a um ofício específico do ministério cujo objetivo é pregar o evangelho aos não cristãos.

 

Com base em Ef 4.11, supor que todas igrejas teriam mestres-pastores e evangelistas é algo fundamental, contudo, o verbo relacionado, "pregar o evangelho", e o substantivo relacionado, "evangelho", são usados no NT não somente com relação aos evangelistas, mas também ao chamado de todo cristão, especialmente de pregadores e mestres, de proclamar o evangelho. Paulo não chamou Timóteo para exercer o ofício de um evangelista, mas para fazer o "trabalho de um evangelista".

 

INTRODUÇÃO

 

Paulo em Romanos 10.14-17, corretamente observa que tudo remonta à pregação do evangelho, e os pregadores devem ser enviados – tanto por Deus quanto pela comunidade cristã em geral. E como ouvirão, se não houver quem pregue? É concebível que Deus pudesse ter escolhido qualquer meio para a vinda da mensagem de salvação, como mensageiros angelicais ou trabalhar diretamente sem um pregador humano. No entanto, a maneira “normal” de Deus de trazer pessoas a Jesus Cristo é por meio da pregação do evangelho, sobretudo, uma pregação cristocêntrica! Toda pregação fiel é cristocêntrica.

 

Em 1 Coríntios 2.2 Paulo escreveu: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado”. O apóstolo Paulo apresentava Cristo em todas as suas pregações.

 

Ele não forçava nem adulterava o texto para pregar Cristo, mas o fazia porque o Senhor é encontrado, direta ou indiretamente, em toda a bíblica. O centro das Escrituras é Cristo e seu sacrifício. Todo o desenvolvimento da revelação se deu mediante este cerne, Jesus.

 

 

PALAVRA-CHAVE: PREGAÇÃO

 

A fé em Cristo é o resultado de ouvir a palavra e a doutrina de Deus pregadas. Ninguém pode ser salvo à parte da obra de Cristo e, consequentemente, também é impossível que alguém creia em Cristo para a salvação sem ouvir a verdade de Sua santa, inerrante e infalível Palavra! Por isso, “não se envergonhe do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.” (Rm 1.16)

 

I. MINISTÉRIO DA PALAVRA E SEU PROPÓSITO

 

1. A pregação como Proclamação. A pregação é um testemunho pessoal com o objetivo de comunicar fé e convicção. Deus, de maneira sábia, estabeleceu que os homens não poderiam vir a conhecê-lo por meio da sabedoria humana. Isso exaltaria o ser humano, de modo que Deus planejou salvar os pecadores impotentes por meio da pregação de uma mensagem tão simples que os "sábios do mundo" a consideraram loucura (Rm 1.18-23).

 

Deus se revela a humanidade de duas formas: Geral e Especial. A revelação geral se refere às verdades gerais que podemos aprender sobre Deus através da natureza. A revelação especial se refere às verdades mais específicas que podemos aprender sobre Deus através do supernatural.

 

Em relação à revelação geral, Salmos 19.1-4 declara: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.” De acordo com essa passagem, a existência e o poder de Deus podem ser vistos claramente através da observação do universo.

 

A ordem, detalhes e maravilha da criação falam da existência de um Criador poderoso e glorioso. A revelação especial é como Deus escolheu Se revelar através de meios milagrosos. Ela inclui aparições físicas de Deus, sonhos, visões, a Palavra escrita de Deus e mais importante – Jesus Cristo. A Bíblia registra Deus aparecendo de forma física várias vezes (alguns exemplos: Gn 3.8; 18.1; Êx 3.1-4; 34.5-7).

A Bíblia registra Deus falando a pessoas através de sonhos (Gn 28.12; 37.5; 1Rs 3.5; Dn 2) e visões (Gn 15.1; Ez 8.3-4; Dn 7; 2Co 12.1-7).

 

Uma parte importante da revelação de Deus é a Sua Palavra, a Bíblia, a qual também é uma forma de revelação especial. Deus de forma milagrosa guiou os autores das Escrituras a registrarem corretamente a Sua mensagem à humanidade, ao mesmo tempo usando os seus estilos e personalidades. A palavra de Deus é viva e ativa (Hb 4.12).

 

A Palavra de Deus é inspirada, útil e suficiente (2Tm 3.16-17).

 

Deus determinou que a verdade sobre Si mesmo seria registrada na forma escrita porque sabia da imperfeição e falta de confiabilidade da tradição oral. Ele também sabia que os sonhos e visões dos homens poderiam ser mal interpretados e as lembranças desses sonhos distorcidas. Deus decidiu revelar através da Bíblia tudo que a humanidade precisava saber sobre Ele, o que Ele quer e o que tem feito por nós. Ele também tem prometido sustentá-la e preservá-la por todos os tempos.

 

Diante disso, percebemos que a revelação especial é indispensável para a salvação. Por quê? Porque a revelação especial fornece o conhecimento necessário para a salvação. Na revelação especial todas as coisas necessárias para a salvação estão claras. Na revelação especial, tudo que alguém precisa saber para ser um cristão, viver como cristão e crescer como cristão está claro. Louvamos ao Senhor Deus por sua revelação especial.

 

2. O caso emblemático de Lídia (At 16.14). O texto de At 16.14 mostra que a inclinação do coração para a verdade não se origina na vontade do homem. A primeira disposição para se voltar para o Evangelho é uma obra da graça. Observe aqui o lugar designado para “dar atenção” ou “atenção” à verdade – aquela espécie de atenção que consiste em ter toda a mente absorta com ela, e em apreendê-la e beber nela, em seu caráter vital e salvador. É importante ressaltar que a fé verdadeira vem de ouvir da Palavra de Deus (Rm 10.17).

 

Paulo Anglada citando Peter Y. De Jong nos lembra que embora tenhamos uma concepção elevada da pregação, a fé dos reformadores não atribui à palavra pregada eficácia automática, mecânica ou mágica e nem a associa primordialmente às habilidades e capacidades pessoais do pregador. Segundo a teologia da Reforma, a eficácia da pregação depende fundamentalmente da operação do Espírito Santo e da responsabilidade humana do pregador e dos ouvintes. A eficácia da pregação depende fundamentalmente da obra do Espírito, que ocorre em três momentos: na preparação do sermão, na entrega da mensagem e na recepção da mensagem quando pregada.

 

3. A pregação como instrução. É interessante ressaltar que a Bíblia ensina que todos os crentes devem instruir uns aos outros. Em Romanos 15.14, Paulo escreve: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros”. Semelhantemente, ele exorta os colossenses: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria” (3.16).

 

Todo crente é chamado para que “fale cada um a verdade com o seu próximo” (Ef 4.25), e ainda: “exortai-vos mutuamente cada dia” (Hb 3.13).

 

Isso não significa que todos são chamados a exercer o cargo de presbítero ou diácono. Deus reservou esses ofícios para os homens que atendam às qualificações bíblicas (At 6.3; 1Tm 2.12; 3.1-13; Tt 1.5-9).

 

Mas isso significa que, em qualquer situação que nos encontremos, devemos instruir uns aos outros de acordo com as verdades da Escritura.

 

II. O MINISTÉRIO DA PALAVRA E SUA IMPORTÂNCIA

 

1. A edificação da igreja. Para conseguir bons resultados, aquele que está com esta responsabilidade na Igreja local não pode vaguear em temas extra bíblicos, mas se concentrar em duas situações chaves: Primeiro deve ser Cristocêntrico. A falta de observância deste elemento, é que está a falir muitos púlpitos da atualidade, levando muitos a se chamarem discípulos só porque frequentam igrejas, mas não porque seguem efetivamente a Cristo.

 

Isso explica porque hoje temos muitos “homens e mulheres de Deus”, mas poucos servos genuínos e poucos verdadeiros discípulos. O verdadeiro discipulado, produz seguidores que “trazem no seu corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gl 6.17).

Segunda linha de responsabilidades daquele que foi chamado para o Ministério da Palavra: Redarguir, repreender, exortar.

 

Redarguir: Esta palavra segundo o dicionário universal significa replicar, retorquir. É trabalho do pastor, refutar e expor todo erro ou qualquer forma de desvio pessoal ou coletivo através do padrão de conduta estabelecido por Deus, garantindo a salvaguarda de todos fundamentos bíblicos como única regra de fé e conduta. O Espírito Santo é que faz primeiramente esta obra. Ele somente nos usa como instrumentos do discurso ao mesmo tempo que ele lida com o coração do Homem, convencendo do pecado, da justiça e do Juízo.

 

Repreender: Esta palavra segundo o dicionário universal significa admoestar, censurar. É também trabalho dele garantir que a vida dos crentes esteja de acordo com os princípios vertidos por Deus conforme nos foram entregues pelos profetas e apóstolos, a fim de que eles caiam em si e se arrependam.

 

Exortar: Esta palavra segundo o dicionário universal significa animar, encorajar com palavras, persuadir. Esta função tem como objetivo animar os discípulos a continuarem na forma de doutrina que receberam, não se deixando demover facilmente da pura doutrina, levados em redor por todo vento de doutrinas e filosofias vãs. (2Ts 2.1,2).

 

Também entra aqui a função do Ensino; Combinado com a ministração da Palavra para redarguir, repreender e exortar, está o ensino. Esmero para que através do ensino, levar os discípulos `a maturidade cristã. A pregação vai fortalecer a fé de alguns e despertá-la em outros para crerem no Senhor Jesus, mas só o ensino pode aperfeiçoar os santos.

 

2. Formação de valores. Em nosso tempo as pessoas têm vivido para o mundo e seguindo os padrões do mundo. Essa maneira de viver, essa visão de mundo, recebe o nome de secularismo. A seguir há uma definição um pouco mais abrangente de secularismo. Secularismo é um modo de vida e de pensamento que é seguido sem referência a Deus ou à religião. A raiz latina saeculum referia-se a uma geração ou a uma era. “Secular” veio a significar “pertencente a esta era, mundana”. Em termos gerais, o secularismo envolver uma afirmação das realidades imanentes deste mundo, lado a lado com uma negação ou exclusão das realidades transcendentes do outro mundo.

É uma cosmovisão e um estilo de vida que se inclina para o profano mais do que para o sagrado, o natural mais do que o sobrenatural. O secularismo é uma abordagem não religiosa da vida individual e social. Os valores adotados pelo mundo secular incluem riqueza, poder, prazer, vingança, fama, vaidade e status.

 

Essas são as coisas mais importantes para as pessoas que não percebem poder ou propósito além de si mesmas. Os valores seculares promovem ciúmes, ressentimentos e conflitos entre as pessoas de acordo com os propósitos de Satanás (Jo 8.44, At 5.3, Rm 16.17-20, 2Co 4.4, Ef 2.1-3, 4.25-32, 2Tm 2.22-26, 1Jo 3.8-10).

 

Os valores cristãos, originados nas Escrituras, são frequentemente o oposto dos valores mundanos: bondade e respeito por todas as pessoas, em vez de poder; humildade em vez de status; honestidade e generosidade em vez de riqueza; autocontrole em vez de autoindulgência; perdão em vez de vingança. Os valores cristãos promovem paz e boa vontade entre as pessoas, de acordo com os propósitos de Deus. Nunca alcançaremos a perfeição nesta vida, mas as pessoas que se esforçam para obedecer a Deus frequentemente encontram um sentimento de alegria e paz que nenhuma recompensa do mundo pode igualar!

 

3. Resistindo diante de uma cultura sem Deus. Temos visto o colapso de estruturas tradicionais, principalmente a família e a igreja. A ciência tem influenciado cada vez mais o pensamento contemporâneo, causando também uma busca desenfreada por aquilo que a tecnologia oferece ao homem.

 

Valores morais têm sido substituídos por desejos imorais, que cada vez mais são vistos pela sociedade em geral como coisas “naturais”. Essa inclinação para o profano, em vez do sagrado, tem contaminado a igreja de um modo cada vez mais abrangente, enfraquecendo aquela que deve transmitir a mensagem da verdade.

 

A própria verdade, de acordo com a cosmovisão secular, é relativa. O baluarte da verdade (1Tm 3.15) tem sido mortalmente afetado pela corrosão de um modo de vida e cosmovisão distantes de Deus. Vivemos “tempos difíceis” (2Tm 3.1). 

 

É muito triste constatar a realidade de que um grande número de cristãos, têm se secularizado, têm dado enorme valor às coisas do mundo, em detrimento das coisas de Deus. Jesus, em sua oração sacerdotal, pediu ao Pai que não fôssemos retirados do mundo, mas que fôssemos libertos do mal (Jo 17.15).

 

Isso porque temos a missão de ser sal e luz para este mundo (Mt 5.13-16).

 

Se temos a mente de Cristo, devemos seguir o que o apóstolo Paulo disse aos colossenses: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.1-2).

 

Nós morremos em Cristo para viver para ele. O Senhor nos concede vida, e vida em abundância (Jo 10.10).

 

Precisamos abandonar os atrativos seculares para desfrutar das maravilhosas riquezas que temos em Cristo Jesus.

 

III. O MINISTÉRIO DA PALAVRA E SUA FUNDAMENTAÇÃO

 

1. Deve ser cristocêntrico. “Atualmente há uma profusão de pregadores, os quais apresentam todo tipo de mensagens. Há pregações centralizadas no próprio pregador, nas necessidades emocionais e materiais dos ouvintes, nos interesses da denominação a que pertence o pregador, etc. Geralmente, tais pregações são desprovidas de respaldo bíblico, sendo tendenciosas e perniciosas. O texto bíblico de Atos 4.1 a 22 faz referência à prisão de dois pregadores da era apostólica: Pedro e João.

 

Eles foram presos pelas autoridades judaicas por causa da proclamação e das obras que realizavam. A igreja é portadora de uma mensagem que precisa ser pregada a tempo e fora de tempo. E, para não incorrer nos erros de tantos pregadores que por aí estão, é necessário considerar o ensino bíblico acerca da mensagem a ser pregada. A mensagem tem de ser, necessariamente, cristocêntrica. Lucas afirma que os apóstolos, “todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar, e de pregar Jesus, o Cristo.” (At 5.42).

 

Na primeira Carta aos Coríntios, Paulo fala sobre o conteúdo de sua pregação, dizendo: “Nós pregamos a Cristo crucificado.” (I Co 1.23).

 

A proclamação apostólica era inconfundivelmente cristocêntrica. Paulo considera anátema, isto é, maldito, aquele que prega outro evangelho que vá além do puro e autêntico evangelho de Cristo (Gl 1.1-9). Sendo assim, a igreja deve zelar pela qualidade do evangelho anunciado, pois, hoje, é grande a tentação de falsificar a mensagem para que ela se torne mais atraente.

 

O que ocorre, muitas vezes, não é evangelização, mas uma jogada de marketing religioso, visando vantagens financeiras. O conteúdo da nossa mensagem tem de ser a Pessoa de Cristo. Conforme o versículo 12, Pedro e João disseram: “nenhum outro nome foi dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos.” O evangelho que devemos pregar aponta a única possibilidade estabelecida por Deus para que o homem seja liberto dos seus pecados e da condenação, alcançando a salvação: Jesus.

 

Atualmente, muitas pregações prometem às pessoas a felicidade com base apenas em bênçãos materiais. Tais mensagens não colocam o arrependimento de pecados e a rendição a Cristo como fatores decisivos para o encontro da felicidade. Aqueles que se deixam iludir por essas pregações deturpadas, muitas vezes se perdem num emaranhado de ideias e práticas antibíblicas, sem descobrir que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos.” (I Tm 2.5,6).

 

Não podemos e nem precisamos adulterar a nossa pregação, pois a mensagem cristocêntrica é suficiente. Pedro e João foram presos por causa da pregação do evangelho. As autoridades lhes ordenaram que não mais pregassem. Porém, com firmeza e determinação, eles responderam: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (vv.19,20).

 

Com base no testemunho deles, concluímos que não podemos nos omitir na tarefa de fazer conhecido o Nome de Cristo. Essa tarefa é inevitável e intransferível, pois, para esse propósito fomos feitos discípulos, fomos vocacionados e comissionados.

Como afirma o apóstolo Pedro, “vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (I Pe 2.9)”

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2. Deve ser bíblico. Pregação é essencial para os cristãos, essencial na igreja, essencial para a adoração, essencial no culto cristão. Mas o que temos visto hoje é uma pregação de autoajuda. As pregações de autoajuda não se fundamentam nas Escrituras e seu conteúdo deriva dos pensamentos de seus proponentes. Sendo assim, o que despejam sob seu público ludibriado não é “útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça” (2Tm 3.16).

 

Para que serve, então, esse tipo de pregação? Muito simples: serve para criar pessoas mimadas, rasas e idólatras. Quando se esvazia a pregação da Palavra da Verdade, os mortos seguem em suas sepulturas, entregues aos seus desejos egoístas e a toda espécie de imundícia. Ao se esvaziar a pregação do alimento sólido, que é a Palavra de Deus, os desnutridos seguem definhando e permanecerão dessa forma, cadavéricos, errantes, assim como são seus pregadores, a quem Judas chama de “nuvens sem água impelidas pelos ventos; arvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas” (Jd 12).

 

 

CONCLUSÃO

 

O Espírito Santo usa nossas palavras, mas é o trabalho dele e não o nosso que produz efeito no íntimo oculto da vontade humana. Paulo escreveu: “Deus… resplandeceu em nosso coração para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.6, 7). A glória da pregação é que Deus realiza sua vontade por intermédio dela, mas somos sempre humilhados e ocasionalmente confortados com o conhecimento de que ele age além das nossas limitações humanas.