A PERDA DOS BENS
TERRENOS
TEXTO ÁUREO = Nu saí do ventre de minha mãe e nu
tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do
SENHOR” (Jó 1.21).
VERDADE PRÁTICA = Ainda que percamos todos os nossos
bens, continuaremos a desfrutar de nosso bem maior; Cristo Jesus nosso Senhor.
LEITURA BIBLICA = Jó 1:
13-21
INTROODUÇÃO
A fidelidade para com Deus não é garantia do crente
não sofrer dores, aflições, sofrimentos nesta vida. Jesus ensinou que tais
coisas poderão acontecer ao crente. A Bíblia contém exemplos de santos que
passaram por muitos sofrimentos, José, Davi, Jó, Jeremias, Pedro e Paulo. Por
que o crente sofre? O crente experimenta sofrimento como decorrência da queda
de Adão. O pecado entrou no mundo trazendo dores, tristezas, conflitos,
doenças, mortes.
A Bíblia diz: Por um só homem entrou o pecado e a
morte. (Romanos- 5: 12) Por isso a totalidade da criação geme sob os efeitos do
pecado. Nosso dever é sempre proceder com sabedoria e de acordo com a Palavra
de Deus. Assim também o homem de Deus sofre, pelo mesmo descuido por habitar
num mundo pecaminoso e corrompido. Em tudo está o efeito do pecado do homem. Os
homens de Deus enfrentam o ataque de Satanás (2Corintios 4:4) que controla o
presente século mau (1João- 5:19; Gálatas- 1:4 ; Hebreus- 2: 14). Jó,
reto e temente a Deus, foi atormentado por Satanás por permissão de Deus. (Jó-
1:2).
JÓ E A EXPERIÊNCIA DAS
PERDAS HUMANAS
As Posses de
Jó São Tomadas (1.13-22) = A primeira prova de Jó tem como alvo a retirada de
todas as suas posses. O leitor foi preparado para o que está prestes a
acontecer, mas Jó não. Ele desconhecia completamente a conversa entre Deus e
Satanás. A única informação que tinha referia-se às notícias que os servos lhe
traziam.
Na primeira ocasião, um único
sobrevivente do ataque dos sabeus (15) informa a Jó que todos os seus bois e jumentas foram
roubados pelos saqueadores e, além disso, os moços que cuidavam dos rebanhos
foram mortos. Os sabeus eram uma tribo árabe que morava na região sudoeste da
península arábica, que hoje corresponde, em grande parte, à área do atual
Iêmen. Eles negociavam especiarias, ouro e uma variedade de pedras preciosas.
Um acampamento dos sabeus perto da fronteira de Edom, região onde Jó morava,
não seria algo ímprováve1.
A segunda calamidade vem em forma de
fogo de Deus (16),
provavelmente raios, que matam todas as suas ovelhas, e os moços que cuidavam
delas. Perceba que se estabeleceu um padrão na descrição das perdas. Primeiro
um servo aparece e diz:
E só eu
escapei, para te trazer a nova. Estando ainda este falando, veio outro (16-17).
A destruição descrita em cada caso é completa, e a seqüência de acontecimentos
é rápida.
A terceira
calamidade é o roubo dos camelos por três bandos de caldeus (17).
Estes
eram saqueadores nômades do país que ficava a leste das terras de Jó. Assim,
ele estava sendo atacado pelos quatro lados. Novamente, uma calamidade completa
e súbita é descrita. Os caldeus dividiram-se em três bandos e cercaram os
servos de Jó. Não havia meios de fuga para os homens e animais, a não ser para
um único moço que veio trazer as notícias ao seu senhor.
Os
camelos há muito tempo têm sido associados às regiões desérticas e
semidesérticas da Arábia. Eles eram usados como animais de carga e para a
produção de lã. Alei mosaica não permite o uso do camelo como alimento (Lv
11.4; Dt 14.7), mas eles eram usados tanto para comida como para leite entre os
árabes. Não se sabe exatamente quando eles foram domesticados, mas existem
evidências do seu uso no início do segundo milênio a.C. A perda de 3.000
camelos certamente representava um grande prejuízo.
O quarto desastre é
anunciado de forma semelhante aos outros três. Os filhos de Já
estavam todos reunidos em uma de suas celebrações (cf. vv. 4-5). Eis que um
grande vento sobreveio do deserto (19), que atingiu os quatro cantos da casa
onde eles estavam. Isso pode ter sido um redemoinho ou um furacão vindo do
deserto. A tempestade foi tão forte que a casa foi destruída e todos os seus
moradores mortos. Dessa forma, Jó, em uma rápida seqüência, é despojado da sua
riqueza e família. Isso nos faz lembrar da angústia de mulheres como Sara,
Raquel e Ana em sua impossibilidade de terem filhos para entender um pouco da
perda que este último acontecimento trágico representava.
A perda da família
vai além da tristeza natural. Jó, nesse caso, foi privado do seu futuro.
Nenhum filho levaria o seu nome. Não haveria ninguém que se lembrasse dele e
ninguém próximo para prantear a sua morte. Jó havia perdido todas as suas
posses e seus filhos. Satanás estava certo de que ninguém permaneceria firme na
sua devoção e adoração a Deus diante de tais circunstâncias. Ele estava
enganado. Jó passou por toda expressão normal de dor e luto. Ele rasgou o seu
manto (20), a roupa usada especialmente pela nobreza ou por homens em posições
elevadas. Esta ação talvez simbolizava seu coração quebrantado (JI 2.13). Ele
rapou a sua cabeça—parte de uma prática comum em rituais de luto, como mostram
outros textos (veja Is 15,2; Jr 7.29; Ez 7.18. Ani 8.10). Existe, no entanto,
uma certa limitação nesse tipo de prática de acordo com a lei (Lv 19.27-28; Dt
14.1). Ele se lançou em terra, e adorou; isto é, ele prostrou-se em uma atitude
de humildade e submissão.
O
versículo 21 mostra a completa submissão à vontade de Deus que caracteriza Jó e
que é uma marca da integridade fundamental que ele mantém. Embora essa
declaração dos seus lábios possa ser uma “fórmula de submissão”, ela revela Jó
engrandecendo a Deus em vez de amaldiçoá-lo ou se rebelar contra Ele.
O
homem está nas mãos de Deus. Ele deve ser honrado tanto nos momentos de
desgraça como nos momentos bons. Em tudo isto (22)—tanto naquilo que aconteceu
a Jó como no que Jó disse e fez—não houve qualquer expressão de transgressão:
Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Ele não viu em Deus nenhuma
ação inapropriada, reprovável ou culpável.
Em
Jó 1.18-22 encontramos o “Sofrimento que Adora”: 1) A vindicação do sofrimento,
v. 20. 2). A perda e o sofrimento como a lei da vida: Nu saí do ventre de minha
mãe, v. 21. 3). 0 reconhecimento de Deus na lei: o Senhor o deu e o Senhor o
tomou, v. 21. 4) A sujeição agradecida à administração amorosa de Deus: bendito
seja o nome do Senhor, v. 21 (A. Maclaren)..
A PERDA DOS BENS == A
PROVAÇÃO DE JÓ
1. Perda dos bens materiais (Jó
1.12-17). Ao ter a
retidão de Já apontada por Deus, Satanás disse que isso se devia ao fato de ele
possuir bens materiais, os quais, se fossem tirados, ele logo blasfemaria de
Deus. Para desmenti-lo, o Senhor facultou- lhe tudo o que o seu servo tinha,
desde que não tocasse nele (Já 1.12). Satanás entrou em ação e, de um momento
para outro, Já perdeu toda a sua riqueza.
2. Perda de seus filhos (Jó 1.18,19). Nem bem havia descansado das
informações da perda dos bens materiais, logo chegou a péssima notícia da morte
de todos os seus filhos. Tais acontecimentos não levaram Já a blasfemar contra
o Senhor, como Satanás imaginava. Ele adorou a Deus e disse: “Nu saí do ventre
de minha mãe, e nu tomarei para lá; o Senhor o deu, o Senhor o tomou; bendito
seja o nome do Senhor” (v.21).
3. Perda da saúde física (Jó 2.1
-17). Deus apontou a
Satanás a justiça inalterada de Já diante dos fatos ocorridos, ao que o
acusador disse que isto se devia à saúde física que ele possuía. Então, o
Senhor permitiu-lhe tocar no corpo do seu servo, à exceção da sua vida (v. 6).
Ao atacá-lo, o Diabo serviu-se de uma doença, ferindo-o com uma chaga maligna
da cabeça aos pés. Lembremos que nem todos os males são de origem satânica.
Entre outras, quatro são as causas das enfermidades: para a glória de Deus,
como o cego de nascença que Jesus curou (Jo 9.1 - 7); provação, como no caso de
Já; perturbação maligna, como a mulher encurvada, libertada por Jesus (Lc
13.10-16); e, por participação indigna na Ceia do Senhor (1 Co 11.28-30).
4. Perda do incentivo da esposa (Jó
2.9,10). Já havia
perdido tudo. Somente lhe restou a esposa, e esta, em vez de compartilhar com
ele a perda de tudo, e ser solidária em sua doença, o incentivou a amaldiçoar
Deus e morrer; ao que ele respondeu que ela falava como uma doida (Já 2.9,10).
O companheirismo é importante para a vitória do casal. Ec 4.9-12).
5. Perda dos parentes e amigos. Diante de terrível situação em que Jó se encontrava, tanto os parentes como os amigos afastaram-se dele (Jó 17.6;19.13-19; 30.9-12).
6. A resignação de Jó. Demonstrou uma comovente submissão
ao sofrimento, embora desconhecesse os motivos. Aceitou tudo como vindo da
parte do Senhor. Conservou sua fé viva em Deus (Já 19.25,26), teve paciência
(Tg 1.10-li), etc. Aceitou tudo com resignação, não pecando em coisa alguma
contra o seu Criador (Já 1.22; 2.10).
7. A lição do seu sofrimento. A principal lição, é que nunca somos
provados além do que podemos suportar (1 Co 10.13), e tudo concorre para o
nosso bem (Rm 8.28). Muitas vezes, Deus permite que suceda algo conosco, para
cumprir em nossas vidas o seu propósito. Às vezes, somos levados por caminhos
que não entendemos. Do ponto de vista humano, a caminhada de Israel pelo
deserto foi um verdadeiro “ziguezague” incompreensível; porém, era o Senhor
quem os guiava, na nuvem (Nm 9.15-23).
Pedro não
entendia o porquê de Jesus lavar os seus pés, ao que Cristo lhe disse: “O que
eu faço não o sabes tu agora, mas tu saberás depois” (Jo 13.7). Um dia
entenderemos tudo.
MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS
SUA GRAÇA
= O projeto de Deus para minha vida implica numa dependência diária dEle
e da Sua graça para produzir a vida de Cristo em mim! Esse projeto se resume em
João 1:16: Porque todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça. A
frase “graça sobre graça” traz a idéia de ondas do mar. Mal chega uma primeira
onda na praia, e outra está logo atrás, tomando seu lugar. Assim é a graça
imerecida de Deus em nossas vidas!
“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de
Deus, que me amou, e a si mesmo se entregou por mim.” Gálatas 2:20
O sofrimento faz parte da condição humana, em
virtude do pecado, do envelhecimento do corpo, da desobediência ao Senhor, ou
da punição de Deus. Paulo tinha um “espinho na carne” (i.e., uma
debilidade física) que ele, por três vezes, suplicara a Deus para que fosse
removido. Cada uma de suas súplicas recebeu esta mesma resposta: “A minha
graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9). Em
outras palavras, a graça de Deus era suficiente para fortalecer Paulo em sua
dificuldade física, de modo que ele a pudesse suportar. O mesmo acontece com os
crentes nos dias atuais. Deus proporciona a graça suficiente para nos
fortalecer em meio a qualquer provação, tentação ou período de sofrimento.
Paulo resumiu isso com muita propriedade, quando escreveu: “Porquanto a graça de Deus se manifestou
salvadora a todos os homens” (Tito 2.11).
SEU AMOR = Nada nos pode separar do amor de Deus. A Bíblia diz em Romanos 8:38-39 “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”
O amor de Deus é um amor de sacrifício. A Bíblia diz em João 3:16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
O amor de Deus dura para sempre. A Bíblia diz em Salmos 136:1 “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.”
Como a Bíblia descreve o amor? A Bíblia diz em 1 Coríntios 13:4-7 “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
A Bíblia diz que devemos amar-nos uns aos outros. A Bíblia diz em 1 João 2:7-8 “Amados, não vos escrevo mandamento novo, mas um mandamento antigo, que tendes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Contudo é um novo mandamento que vos escrevo, de vos ameis uns aos outros, o qual é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz.
O amor não é só para amigos. A Bíblia diz em Mateus 5:43, 44 “Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem.
O amor é o resumo da lei de Deus. A Bíblia diz em Mateus 22:37-40 “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
Podemos mostrar o nosso amor a Deus guardando os Seus mandamentos. A Bíblia diz em 1 João 5:3 “Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos.
Não deixe que o seu amor por Deus se enfraqueça. A Bíblia diz em Apocalipse 2:4-5 “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.”
DEUS INTERVEN NA HISTÓRIA = Muitos servos de Deus tiveram experiências que provam claramente a intervenção de Deus em suas vidas, tais como: Adão, ao ser expulso do Jardim do Éden (Gn 3.23); Caim, que foi amaldiçoado por Deus, por matar seu irmão (Gn 4.10-12); Enoque, ao ser trasladado por Deus (Gn 5.24); Jacó, que teve o seu nome mudado, quando lutou com o anjo no Vau de Jaboque (Gn 32.22-28); Daniel, quando Deus o livrou da cova dos leões (Dn 6); e tantos outros servos de Deus que estão registrados nas Escrituras, como reis, sacerdotes, profetas, apóstolos, etc.
CONCLUSÃO
A SAÚDE E A RIQUEZA SÃO DEVOLVIDAS A Jó (42.10-17) = O
cativeiro de Jó (10) refere-se a todo sofrimento que ele passou. As amizades e
sua honra foram restauradas (11). Sua riqueza foi duplicada (cf. 1.3 e 42.12).
Ele foi agraciado com o mesmo número de filhos (cf. 1.2 e 42.13). Os nomes das
suas três filhas são mencionados (14). Lemos que em toda a terra não se acharam
mulheres tão formosas com as filhas de Jó (15). Também é mencionado que elas
compartilhariam da herança com os seus filhos. Jó foi coroado com uma vida
longa depois da sua provação — cento e quarenta anos (16) — a ponto de ver a
sua descendência até à quarta geração. Sua morte foi feliz porque ele havia vivido
bem a sua vida. Então, morreu Jó, velho e farto de dias (17).
Este livro não conta, de fato, por que os homens sofrem em
nosso mundo. Ele pode ajudar aqueles que sofrem a suportar o sofrimento com
paciência, e a manter a fé de acordo com os caminhos de Deus, mesmo quando
esses caminhos são obscuros. Todavia, foi necessário que Alguém, carregando a
cruz, mostrasse ao mundo claramente o que se pode alcançar por intermédio do
sofrimento imerecido.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
BIBLIOGRAFIA
Lições
bíblicas CPAD 1996
www.jesusvoltara.com.br
Comentário Bíblico Beacon
www.redebrasildecomunicacao.com.br