29 de agosto de 2012

A PERDA DOS BENS TERRENOS


A PERDA DOS BENS TERRENOS

TEXTO ÁUREO = Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21).

VERDADE PRÁTICA = Ainda que percamos todos os nossos bens, continuaremos a desfrutar de nosso bem maior;  Cristo Jesus nosso Senhor.

LEITURA BIBLICA = Jó 1: 13-21

INTROODUÇÃO

A fidelidade para com Deus não é garantia do crente não sofrer dores, aflições, sofrimentos nesta vida. Jesus ensinou que tais coisas poderão acontecer ao crente.              A Bíblia contém exemplos de santos que passaram por muitos sofrimentos, José, Davi, Jó, Jeremias, Pedro e Paulo. Por que o crente sofre? O crente experimenta sofrimento como decorrência da queda de Adão. O pecado entrou no mundo trazendo dores, tristezas, conflitos, doenças, mortes.

A Bíblia diz: Por um só homem entrou o pecado e a morte. (Romanos- 5: 12) Por isso a totalidade da criação geme sob os efeitos do pecado. Nosso dever é sempre proceder com sabedoria e de acordo com a Palavra de Deus. Assim também o homem de Deus sofre, pelo mesmo descuido por habitar num mundo pecaminoso e corrompido. Em tudo está o efeito do pecado do homem. Os homens de Deus enfrentam o ataque de Satanás (2Corintios 4:4) que controla o presente século mau (1João- 5:19;  Gálatas- 1:4 ; Hebreus- 2: 14). Jó, reto e temente a Deus, foi atormentado por Satanás por permissão de Deus. (Jó- 1:2).

JÓ E A EXPERIÊNCIA DAS PERDAS HUMANAS

As Posses de Jó São Tomadas (1.13-22) = A primeira prova de Jó tem como alvo a retirada de todas as suas posses. O leitor foi preparado para o que está prestes a acontecer, mas Jó não. Ele desconhecia completamente a conversa entre Deus e Satanás. A única informação que tinha referia-se às notícias que os servos lhe traziam.

Na primeira ocasião, um único sobrevivente do ataque dos sabeus (15) informa a Jó que todos os seus bois e jumentas foram roubados pelos saqueadores e, além disso, os moços que cuidavam dos rebanhos foram mortos. Os sabeus eram uma tribo árabe que morava na região sudoeste da península arábica, que hoje corresponde, em grande parte, à área do atual Iêmen. Eles negociavam especiarias, ouro e uma variedade de pedras preciosas. Um acampamento dos sabeus perto da fronteira de Edom, região onde Jó morava, não seria algo ímprováve1.

A segunda calamidade vem em forma de fogo de Deus (16), provavelmente raios, que matam todas as suas ovelhas, e os moços que cuidavam delas. Perceba que se estabeleceu um padrão na descrição das perdas. Primeiro um servo aparece e diz:

E só eu escapei, para te trazer a nova. Estando ainda este falando, veio outro (16-17). A destruição descrita em cada caso é completa, e a seqüência de acontecimentos é rápida.

A terceira calamidade é o roubo dos camelos por três bandos de caldeus (17).

Estes eram saqueadores nômades do país que ficava a leste das terras de Jó. Assim, ele estava sendo atacado pelos quatro lados. Novamente, uma calamidade completa e súbita é descrita. Os caldeus dividiram-se em três bandos e cercaram os servos de Jó. Não havia meios de fuga para os homens e animais, a não ser para um único moço que veio trazer as notícias ao seu senhor.

Os camelos há muito tempo têm sido associados às regiões desérticas e semidesérticas da Arábia. Eles eram usados como animais de carga e para a produção de lã. Alei mosaica não permite o uso do camelo como alimento (Lv 11.4; Dt 14.7), mas eles eram usados tanto para comida como para leite entre os árabes. Não se sabe exatamente quando eles foram domesticados, mas existem evidências do seu uso no início do segundo milênio a.C. A perda de 3.000 camelos certamente representava um grande prejuízo.

O quarto desastre é anunciado de forma semelhante aos outros três. Os filhos de Já estavam todos reunidos em uma de suas celebrações (cf. vv. 4-5). Eis que um grande vento sobreveio do deserto (19), que atingiu os quatro cantos da casa onde eles estavam. Isso pode ter sido um redemoinho ou um furacão vindo do deserto. A tempestade foi tão forte que a casa foi destruída e todos os seus moradores mortos. Dessa forma, Jó, em uma rápida seqüência, é despojado da sua riqueza e família. Isso nos faz lembrar da angústia de mulheres como Sara, Raquel e Ana em sua impossibilidade de terem filhos para entender um pouco da perda que este último acontecimento trágico representava.

A perda da família vai além da tristeza natural. Jó, nesse caso, foi privado do seu futuro. Nenhum filho levaria o seu nome. Não haveria ninguém que se lembrasse dele e ninguém próximo para prantear a sua morte. Jó havia perdido todas as suas posses e seus filhos. Satanás estava certo de que ninguém permaneceria firme na sua devoção e adoração a Deus diante de tais circunstâncias. Ele estava enganado. Jó passou por toda expressão normal de dor e luto. Ele rasgou o seu manto (20), a roupa usada especialmente pela nobreza ou por homens em posições elevadas. Esta ação talvez simbolizava seu coração quebrantado (JI 2.13). Ele rapou a sua cabeça—parte de uma prática comum em rituais de luto, como mostram outros textos (veja Is 15,2; Jr 7.29; Ez 7.18. Ani 8.10). Existe, no entanto, uma certa limitação nesse tipo de prática de acordo com a lei (Lv 19.27-28; Dt 14.1). Ele se lançou em terra, e adorou; isto é, ele prostrou-se em uma atitude de humildade e submissão.

O versículo 21 mostra a completa submissão à vontade de Deus que caracteriza Jó e que é uma marca da integridade fundamental que ele mantém. Embora essa declaração dos seus lábios possa ser uma “fórmula de submissão”, ela revela Jó engrandecendo a Deus em vez de amaldiçoá-lo ou se rebelar contra Ele.

O homem está nas mãos de Deus. Ele deve ser honrado tanto nos momentos de desgraça como nos momentos bons. Em tudo isto (22)—tanto naquilo que aconteceu a Jó como no que Jó disse e fez—não houve qualquer expressão de transgressão: Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Ele não viu em Deus nenhuma ação inapropriada, reprovável ou culpável.

Em Jó 1.18-22 encontramos o “Sofrimento que Adora”: 1) A vindicação do sofrimento, v. 20. 2). A perda e o sofrimento como a lei da vida: Nu saí do ventre de minha mãe, v. 21. 3). 0 reconhecimento de Deus na lei: o Senhor o deu e o Senhor o tomou, v. 21. 4) A sujeição agradecida à administração amorosa de Deus: bendito seja o nome do Senhor, v. 21 (A. Maclaren)..

A PERDA DOS BENS == A PROVAÇÃO DE JÓ

1. Perda dos bens materiais (Jó 1.12-17). Ao ter a retidão de Já apontada por Deus, Satanás disse que isso se devia ao fato de ele possuir bens materiais, os quais, se fossem tirados, ele logo blasfemaria de Deus. Para desmenti-lo, o Senhor facultou- lhe tudo o que o seu servo tinha, desde que não tocasse nele (Já 1.12). Satanás entrou em ação e, de um momento para outro, Já perdeu toda a sua riqueza.

2. Perda de seus filhos (Jó 1.18,19). Nem bem havia descansado das informações da perda dos bens materiais, logo chegou a péssima notícia da morte de todos os seus filhos. Tais acontecimentos não levaram Já a blasfemar contra o Senhor, como Satanás imaginava. Ele adorou a Deus e disse: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tomarei para lá; o Senhor o deu, o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (v.21).

3. Perda da saúde física (Jó 2.1 -17). Deus apontou a Satanás a justiça inalterada de Já diante dos fatos ocorridos, ao que o acusador disse que isto se devia à saúde física que ele possuía. Então, o Senhor permitiu-lhe tocar no corpo do seu servo, à exceção da sua vida (v. 6). Ao atacá-lo, o Diabo serviu-se de uma doença, ferindo-o com uma chaga maligna da cabeça aos pés. Lembremos que nem todos os males são de origem satânica. Entre outras, quatro são as causas das enfermidades: para a glória de Deus, como o cego de nascença que Jesus curou (Jo 9.1 - 7); provação, como no caso de Já; perturbação maligna, como a mulher encurvada, libertada por Jesus (Lc 13.10-16); e, por participação indigna na Ceia do Senhor (1 Co 11.28-30).

4. Perda do incentivo da esposa (Jó 2.9,10). Já havia perdido tudo. Somente lhe restou a esposa, e esta, em vez de compartilhar com ele a perda de tudo, e ser solidária em sua doença, o incentivou a amaldiçoar Deus e morrer; ao que ele respondeu que ela falava como uma doida (Já 2.9,10). O companheirismo é importante para a vitória do casal. Ec 4.9-12).

5. Perda dos parentes e amigos. Diante de terrível situação em que Jó se encontrava, tanto os parentes como os amigos afastaram-se dele (Jó 17.6;19.13-19; 30.9-12).

6. A resignação de Jó. Demonstrou uma comovente submissão ao sofrimento, embora desconhecesse os motivos. Aceitou tudo como vindo da parte do Senhor. Conservou sua fé viva em Deus (Já 19.25,26), teve paciência (Tg 1.10-li), etc. Aceitou tudo com resignação, não pecando em coisa alguma contra o seu Criador (Já 1.22; 2.10).

7. A lição do seu sofrimento. A principal lição, é que nunca somos provados além do que podemos suportar (1 Co 10.13), e tudo concorre para o nosso bem (Rm 8.28). Muitas vezes, Deus permite que suceda algo conosco, para cumprir em nossas vidas o seu propósito. Às vezes, somos levados por caminhos que não entendemos. Do ponto de vista humano, a caminhada de Israel pelo deserto foi um verdadeiro “ziguezague” incompreensível; porém, era o Senhor quem os guiava, na nuvem (Nm 9.15-23).
Pedro não entendia o porquê de Jesus lavar os seus pés, ao que Cristo lhe disse: “O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu saberás depois” (Jo 13.7). Um dia entenderemos tudo.

MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS

SUA GRAÇA = O projeto de Deus para minha vida implica numa dependência diária dEle e da Sua graça para produzir a vida de Cristo em mim! Esse projeto se resume em João 1:16: Porque todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça. A frase “graça sobre graça” traz a idéia de ondas do mar. Mal chega uma primeira onda na praia, e outra está logo atrás, tomando seu lugar. Assim é a graça imerecida de Deus em nossas vidas!

“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou, e a si mesmo se entregou por mim.” Gálatas 2:20

O sofrimento faz parte da condição humana, em virtude do pecado, do envelhecimento do corpo, da desobediência ao Senhor, ou da punição de Deus. Paulo tinha um “espinho na carne” (i.e., uma debilidade física) que ele, por três vezes, suplicara a Deus para que fosse removido. Cada uma de suas súplicas recebeu esta mesma resposta: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9). Em outras palavras, a graça de Deus era suficiente para fortalecer Paulo em sua dificuldade física, de modo que ele a pudesse suportar. O mesmo acontece com os crentes nos dias atuais. Deus proporciona a graça suficiente para nos fortalecer em meio a qualquer provação, tentação ou período de sofrimento. Paulo resumiu isso com muita propriedade, quando escreveu:  “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”  (Tito 2.11).

SEU AMOR = Nada nos pode separar do amor de Deus. A Bíblia diz em Romanos 8:38-39 “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”

O amor de Deus é um amor de sacrifício. A Bíblia diz em João 3:16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

O amor de Deus dura para sempre. A Bíblia diz em Salmos 136:1 “Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.”

Como a Bíblia descreve o amor? A Bíblia diz em 1 Coríntios 13:4-7 “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

A Bíblia diz que devemos amar-nos uns aos outros. A Bíblia diz em 1 João 2:7-8 “Amados, não vos escrevo mandamento novo, mas um mandamento antigo, que tendes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Contudo é um novo mandamento que vos escrevo, de vos ameis uns aos outros, o qual é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz.
 

O amor não é só para amigos. A Bíblia diz em Mateus 5:43, 44 “Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem.

O amor é o resumo da lei de Deus. A Bíblia diz em Mateus 22:37-40 “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

Podemos mostrar o nosso amor a Deus guardando os Seus mandamentos. A Bíblia diz em 1 João 5:3 “Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos.

Não deixe que o seu amor por Deus se enfraqueça. A Bíblia diz em Apocalipse 2:4-5 “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.”

DEUS INTERVEN NA HISTÓRIA = Muitos servos de Deus tiveram experiências  que provam claramente a intervenção de Deus em suas vidas, tais como: Adão, ao ser expulso do Jardim do Éden (Gn 3.23); Caim, que foi amaldiçoado por Deus, por matar seu irmão (Gn 4.10-12); Enoque, ao ser trasladado por Deus (Gn 5.24); Jacó, que teve o seu nome mudado, quando lutou com o anjo no Vau de Jaboque (Gn 32.22-28); Daniel, quando Deus o livrou da cova dos leões (Dn 6); e tantos outros servos de Deus que estão registrados nas Escrituras, como reis, sacerdotes, profetas, apóstolos, etc.


CONCLUSÃO

A SAÚDE E A RIQUEZA SÃO DEVOLVIDAS A Jó (42.10-17) = O cativeiro de Jó (10) refere-se a todo sofrimento que ele passou. As amizades e sua honra foram restauradas (11). Sua riqueza foi duplicada (cf. 1.3 e 42.12). Ele foi agraciado com o mesmo número de filhos (cf. 1.2 e 42.13). Os nomes das suas três filhas são mencionados (14). Lemos que em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas com as filhas de Jó (15). Também é mencionado que elas compartilhariam da herança com os seus filhos. Jó foi coroado com uma vida longa depois da sua provação — cento e quarenta anos (16) — a ponto de ver a sua descendência até à quarta geração. Sua morte foi feliz porque ele havia vivido bem a sua vida. Então, morreu Jó, velho e farto de dias (17).

Este livro não conta, de fato, por que os homens sofrem em nosso mundo. Ele pode ajudar aqueles que sofrem a suportar o sofrimento com paciência, e a manter a fé de acordo com os caminhos de Deus, mesmo quando esses caminhos são obscuros. Todavia, foi necessário que Alguém, carregando a cruz, mostrasse ao mundo claramente o que se pode alcançar por intermédio do sofrimento imerecido.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1996
www.jesusvoltara.com.br
Comentário Bíblico Beacon
www.redebrasildecomunicacao.com.br

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