BENIGNIDADE: UM
ESCUDO PROTETOR CONTRA AS PORFIAS1ºTRIMESTRE DE 2017 (Cl 3.12-17)
Texto Áureo
Antes sede uns para com os outros
benignos, misericordiosos, perdoando-vos
uns aos outros, como também
Deus vos perdoou em Cristo.
(Ef 4.32)
Verdade Prática
A benignidade na vida do crente
torna-o uma testemunha do
amor de Deus
Leitura bíblica (Cl 3.12 –
17).
12 - Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade,
mansidão, longanimidade;
13 - Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos
uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos
perdoou, assim fazei vós também.
14 - E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é
o vínculo da perfeição.
15 - E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados
em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
16 - A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em
toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos,
hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.
17 - E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei
tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
Introdução
Na lição de hoje estudaremos a benignidade
como um aspecto do fruto do Espírito e antídoto contra as porfias. Veremos que
o crente cheio do Espirito tem um coração benigno e procura ter relacionamentos
saudáveis, evitando discussões, disputas e polemicas.
I – A
BENIGNIDADE
Característica do que é benigno, generoso ou
benevolente.Bondade; particularidade do que é afável ou indulgente.Não querer
magoar ninguém, nem lhe provocar dor.
·
Ef 4.32 - Antes sede uns para com os
outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus vos perdoou em Cristo.
Cl 3.12 - Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos
e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão,
longanimidade;
1 Pe 2.3 - Se é
que já provastes que o Senhor é benigno;
A quinta virtude elencada por Paulo em Gálatas 5.22 é a
benignidade. Segundo o Aurélio (2004, p. 286) o adjetivo benigno significa: “benévolo,
suave, brando, agradável”. No AT a palavra hebraica usada é “hesed”
que segundo Vine (2002, p. 183)
significa: “benignidade, amor firme, graça, misericórdia,fidelidade, bondade,
devoção”. No NT a palavra grega para benignidade é “chrestotes” que
segundo Gilberto (2004, p. 90) quer dizer: “bondade como qualidade de pureza e
também como disposição afável em termos de caráter e atitudes. Abrange ternura,
compaixão e brandura”. Barclay (sd, p.80) diz que “os antigos escritores
definiam a ‘crestotes’ como a virtude do homem para quem o bem de
seu próximo é tão caro como o próprio”.
Características:
·
É
boa (2 Cr 10.7);
·
Constrói
relacionamentos (Gn 26.27-31; Ef 4.32);
·
Revela
o caráter divino (Ef 4.32; 5.1);
·
Promove
a paz (Ef 4.32-b).
Deus é benigno.
A natureza de Deus é
benigna (II Sm 22.6; Sl 18.25; 145.8; Lc
6.35; Ef 4.32; I Pe 2.3). O próprio Deus é chamado de benignidade (Sl 144.2). O profeta Miqueias disse
que Ele: “tem prazer na sua benignidade” (Mq 7.18). A benignidade divina é tão exaltada no AT que faz parte
da letra dos hinos de louvor (I Cr
16.34, 41; II Cr 7.6; 20.21; Ed 3.11; Sl 107.1; 118.1-29; 136.1.1-26). No
livro dos salmos encontramos vários detalhes sobre a benignidade de Deus, tais
como:
·
(a)ela é grande (Sl 5.7; 108.4; 117.2; Jn 4.2; Jl 2.13);
(b)
é
atemporal (Sl 25.6; 89.2; 118.1);
(c)
são
preciosas (Sl 36.7);
(d)
são
abundantes (Sl 86.5; Is 63.7);
(e)
nos
sustentam (Sl 94.18);
(f)
enche
a terra (Sl 119.64);
(g)
nos
consola (Sl 119.76;);
(h)
vivifica
(Sl 119.88,159). Segundo Jesus, a
benignidade divina é demonstrada para todos os homens indistintamente “porque
ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc 6.35).
A Bíblia revela-nos
diversas demonstrações da benignidade de Deus, por exemplo: com José em toda a
sua trajetória, principalmente quando injustamente foi para o cárcere (Gn 39.21); Ana recorreu a Deus para
que atentasse com benignidade para ela e ele atendeu (ISm 1.11,19); com Davi (Sl
118.1-29);inúmeras vezes para com a nação de Israel (Sl 136.10-26); com a grande cidade de Nínive, mostrando que sua
benignidade não está restrita aos judeus (Jn
4.2); por fim, a maior demonstração da benignidade divina se deu quando
judeus e gentios foram encerrados debaixo do pecado, Deus achou por bem de
misericórdia para com todos (Rm 11.32),
quando enviou Jesus Cristo, o seu Filho Unigênito, para com a sua morte nos
proporcionar salvação, revelando as riquezas da sua benignidade (Rm 2.4; Ef 2.7; Tt 3.4,5).
Jesus referencial de Benignidade
Jesus precisa ser nosso referencial de bondade,
pois ensinou a humanidade a amar a Deus e ao nosso próximo (Mt 22.35-39). Mas, infelizmente muitos não querem viver segundo os
ensinos do Mestre. Como cristãos precisamos seguir os exemplos do nosso
Salvador: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vos
também” (Jo 13.15). Temos que ser
influenciados não pela nossa cultura, mas por Jesus. Ele é o nosso modelo de
caráter. Se observarmos o caráter de Jesus veremos que Ele é o oposto daqueles
que praticam maldade e porfias. Observe:
- Jesus
era humilde ao se relacionar com as pessoas, independente de sua posição
social ou raça (Mt 9.11). Em
geral os que gostam de brigar e querem resolver tudo na base da violência,
são arrogantes e se acham superior aos outros. Somos todos iguais perante
Deus. Ninguém é melhor ou pior do que ninguém.
Jesus era manso e humilde de coração (Mt 11.29). A mansidão é uma virtude que nem sempre todos têm ou
compreende. Ser manso não é ser bobo. Ser manso é se opor a toda forma de
desumanidade e crueldade. Jesus sempre se mostrou manso e benigno de coração (2 Co10.1). Diante de seus algozes, Ele
não abriu a sua boca, não feriu ou
- maltratou
ninguém. Jesus era inocente, fez tudo por amor a nós e não revidou em
momento algum.
- Jesus
era misericordioso. Ele demonstrava compaixão diante das necessidades
alheias. Certa, vez Jesus narrou a história do Bom Samaritano a fim de
ensinar a respeito do amor e compaixão pelos necessitados (Lc 10.25-37). Nesta história, o
sacerdote passa, vê o homem caído no caminho e não faz nada por ele.
Muitos também veem pessoas caídas, sofrendo algum tipo de violência e não
fazem nada para ajudar. Age com indiferença, finge não ver nada. Na
história que Jesus contou quem socorreu o homem ferido foi um samaritano.
Um bom cristão faz coisas boas pelos outros.
- Jesus
era pacificador. Na medida do possível, você procura conviver bem com
todos ou você é do tipo brigão (Rm
12.8)? Tem gente que em vez de amenizar os ânimos acaba colocando mais
fogo e incentivando outros a agirem com violência, a brigarem e
maltratarem as pessoas. A Palavra de Deus declara que os pacificadores são
felizes (Mt 5.9). A Bíblia
também diz que devemos nos despojar da raiva, das focas, xingamentos (Cl 3.8).
II – A PORFIA
Segundo o Aurélio
(2004, p. 1603) significa: “discussão ou contenda de palavras”.
Figuradamente quer dizer:“competição, rivalidade; disputa”(1Co 1.11; 3.3). A palavra grega
para porfia é “eritheia” ou “eritheia” que segundo
Vine (2002, p. 884):denota “ambição, egoísmo, rivalidade” e ainda “fazedor de
partidos de divisões”. É derivado, não de eris, ‘discussão’, mas de erithos,
‘mercenário’, pessoa capaz de tudo por dinheiro; por conseguinte, o significado
de buscar ganhar seguidores, facções, porfias, contendas. E traduzido em 2Co 12.20 por ‘porfias’, não é
improvável que o significado aqui seja rivalidade ou ambições vis. Tambem
ocorre em Gl 5.20Fp 1.17; 2.3; Tg 3.14,16. Em Rm 2.8, é traduzido como adjetivo, contencioso. A ‘porfia’ é fruto
do ciúmes. Contraste com o adjetivo sinônimo hairetikos, que ocorre em Tt 3.10 ‘faccioso’ (ARA), que causa
divisão, não necessariamente herege. Para o AT a porfia é uma iniquidade tão grave
como a idolatria “o porfiar é como iniquidade e idolatria” (I Sm 15.23). Paulo a reprova
severamente classificando a como obra da carne (Gl 5.20; I Tm 6.4), e diz que é um dos males que caracteriza o
mundo pagão (Rm 1.29).
Características:
·
É
má (I Sm 15.23; I Tm 6.4);
·
Destrói
relacionamentos (Gn 26.20; 2 Co 12.20);
·
Revela
o caráter carnal (Gl 5.19);
·
Promove
a guerra (Gl 5.20).
Em Corinto, os
cristãos estavam deixando a unidade cristã e se reunindo em grupos, causando
assim, facções e divisões na igreja (I
Co 1.12,13; 3.4,5). Paulo os repreendeu severamente dizendo que pretendia
visitá-los mas não queria encontrá-los dessa forma (2 Co 12.20). Não podemos permitir que as obras da carne venham
minar a unidade da igreja, pois a comunhão cristã desconhece distinções
sociais, culturais e nacionais e é vital à comunhão e à paz da igreja (Jo 17.23; Ef 4.3; Cl 3.11).
III – REVESTINDO-SE DE BENIGNIDADE
Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e
amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
Cl 3.12
Uma vez que nossa
vida está em Cristo no céu (v. 3),
devemos fixar nossa mente nas coisas lá de cima e seguir a exortação de Paulo a
se despir da velha natureza, deixando de lado a ira, a malícia, a maledicência
e as palavras torpes (Cl 3.8).
Nossos alvos atividades e ambições devem ser a busca das
coisas espirituais resistindo ao pecado, revestindo-se do caráter de Deus (v.12-17). A graça, o poder, as
experiências e as
bênçãos espirituais
estão em Cristo, Este outorga essas coisas a todosos que, com sinceridade
pedem, buscam com diligencia e batem à porta com persistência. Como filhos de
Deus, precisamos nos revestir de vestes novas, ou seja, novas atitudes, a fim
de anunciar ao mundo a benignidade de Deus (1Pe
2.9). vivemos neste munda, mas não podemos nos conformar com a sua maneira
de viver e pensar (Rm 12.1).
Ser benigno, condição
para vencer as porfias
A
benignidade é um antidoto e um escudo contra as porfias. Fomos perdoados e
justificados por Deus através de Jesus Cristo e o Espirito Santo faz em nós
moradas ajudando-nos a viver de modo santo e justo. Perdoados por Cristo,
precisamos perdoar tambem àqueles que nos ofendem e magoam (Mt 6.12,14,15). Jesus nos ensinou a
amarmos até mesmo os nossos inimigos (Mt
5.44).
Ser
benigno é um mandamento.
Desde o AT que Deus requereu do seu povo que agisse
benignamente (Mq 6.8-a)expressão usada por Paulo em Ef 4.32 quanto a prática da benignidade é um mandamento “antes sede uns para com os outros benignos” (Ef 4.32-a). Segundo Champlin, (2004, p.
52) a palavra mandamento em português, deriva do latim,“mandare”, ordenar,
mandar. O sentido da palavra é ordenar, do ponto de vista de alguma autoridade
assumida. O mandamento requer obediência, e, com frequência, repousa sobre
algum dever. O apóstolo diz em Colossenses
que devemos nos revestir
da benignidade (Cl 3.12).
Ser
benigno é imitar a Deus.
Segundo
Jesus a benignidade divina conosco deve nos levar a sermos benignos com os nossos
semelhantes (Lc 6.35). Paulo
transmitiu semelhante ensino “antes sede uns para com os outros
benignos,misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos
perdoou em Cristo” (Ef 4.32).
Segundo Barclay (sd, p. 111), “a benignidade aprendeu o segredo de olhar sempre
para fora, não para dentro. Faz com que perdoemos a outros como Deus nos
perdoou. Desta maneira e numa só sentença Paulo estabelece a lei de relação
pessoal. E esta lei é que devemos tratar a outros como Cristo nos tratou”.
Conclusão
Como cristãos autênticos temos como
exemplo maior a ser seguido a saber Jesus Cristo, que com sua benignidade
atraia as pessoas para se reconciliarem com Deus. Precisamos seguir o seu
exemplo para que o nome do Senhor seja glorificado em nossas vidas e estejamos
assim contribuindo com o crescimento do Reino de Deus.
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Elaboração pelo:- Pb. Mickel Porto
Referencias
ANDRADE, Claudionor
de. Dicionário Teológico. CPAD.
BARCLAY, William. As
obras da carne e o fruto do Espírito. VIDA NOVA.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GILBERTO, Antonio. O
fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. CPAD.
MOODY, D.L. Comentário
Bíblico de Gálatas. PDF.
STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal.CPAD.
STOTT, John. A
mensagem de Gálatas. ABU
VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.
IEAD em Pernambuco - Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais