22 de abril de 2014

OS DONS DE PODER



OS DONS DE PODER

TEXTO ÁUREO = “Aquele, pois, que vos d o Espírito e que opera maravilhas entre vós,o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”(Gl 3. 5)

VERDADE PRÁTICA = Por meio dos dons da fé e de maravilhas o Espírito Santo revela aos homens o seu poder sobrenatural.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = 1 CORÍNTIOS 12.9, 10; = ATOS 8.5-8, 13

INTRODUÇÃO

Neste domingo estudaremos a respeito dos dons espirituais de poder. Esses dons foram concedidos à igreja a fim de auxiliá-la na propagação do evangelho, para que o nome do Senhor seja glorificado. Não devemos jamais nos gloriar por termos recebido de Deus qualquer dom. Toda a honra e glória devem ser dadas Àquele que nos dotou de tal bênção. Tanto a Igreja Primitiva como a Assembléia de Deus tem registrado em sua trajetória a manifestação dos dons. Busquemos, pois, incansavelmente os dons que o Senhor prometeu à sua Igreja.

A operação sobrenatural de Deus, através dos dons de poder, são sinais e maravilhas realizados pelo Senhor, com propósitos específicos, e que fogem à compreensão humana. Supliquemos, pois, a Deus que se manifeste sempre em nosso meio através dos dons de poder, confirmando assim a sua Palavra.

DEFINIÇÃO

Dons de poder são capacidades extraordinárias concedidas pelo Senhor à sua Igreja para que esta aja sobrenaturalmente na proclamação do Evangelho. São também chamados “dons de ação”, pois operam na área física, material. Fazem parte desse grupo o dom da fé, o dom de operar maravilhas e os dons de curar.

1. No Antigo Testamento. Entre tantas referências acerca dos dons de poder, podemos mencionar as seguintes:

a) Fé. Vemos tal operação nas vida de: Josué, quando o sol e a lua foram detidos segundo a palavra desse grande servo de Deus(Js 10.12); Elias, quando este orou para que caísse fogo e chuva dos céus (1 Rs 18.20-22, 4 1-46) etc.

b) Maravilhas. Este dom pode ser visto nas vidas de: Moisés, quando as pragas vieram sobre o Egito (Ex 7.20; 8.6, 17, 24; 9.10, 23, 26; 10.13, 22); quando o mar Vermelho se abriu (Ex 14.2!), e quando as águas de Mara tornaram-se doces; Filas, quando da multiplicação da farinha e do azeite da viúva (1 Rs 17.16) e dos demais milagres realizados pelo profeta.

2. No Novo Testamento. Os dons de poder operavam intensamente no período do Novo Testamento. Vejamos:

a) Fé. Vemos essa operação nas vidas de: Pedro, pela certeza do livramento, quando estava no cárcere (At 12.6);  Paulo, pela certeza que tinha da vitória, em meio ao temporal (At 27.25), e quando mordido pela serpente (At 28.5) etc.

b) Maravilhas. Esse dom operava eficazmente nas vidas de: Pedro, na ressurreição de Dorcas (At 9.40); Paulo, na cegueira que veio sobre Elimas (At 13.11), nos sinais e prodígios que fez em Icônio (At 14.3), e nas maravilhas extraordinárias que o Senhor operava por suas mãos (At 19.11) etc.

O DOM DE OPERAR MARAVILHAS

1. Definição. Conhecido também como operação de milagres, o dom de maravilhas é a capacitação sobrenatural que o Espírito Santo concede à Igreja de Cristo para que esta realize sinais, maravilhas e obras portentosas.

2. O que é a operação de maravilhas. O dom espiritual da operação de maravilhas é a capacidade sobrenatural que o Senhor Jesus, mediante o Espírito Santo, concede a sua Igreja, a fim de que esta opere sobrenaturalmente no terreno do natural, com o objetivo de demonstrar o poder de Deus e a autenticidade da mensagem evangélica (1 Co 12.10).

A expressão “maravilhas” significa que a Igreja de Cristo habilita-se, por este dom e de acordo com a vontade divina, a operar de forma sobrenatural nas mais diversas circunstâncias. Um exemplo desse dom, temos num clássico episódio de Atos dos Apóstolos (At 13.4-12).

3. A atualidade do dom da operação de maravilhas. O livro de Atos confirma a operação desse dom em diversas passagens (Atos 4.16,30; 14.3; 15.12; 28.3-6). Devemos entender, porém, que as maravilhas somente se manifestam de acordo com a fé de quem ministra e dos que ouvem a proclamação da Palavra. A incredulidade impede a manifestação dos dons espirituais (Mt 13.58).

4. A importância desse dom para a Igreja. A operação de maravilhas traz o sobrenatural de Deus ao mundo natural dos homens. É o Espírito Santo manifestando a glória de Deus, para que Ele seja louvado e enaltecido e para que o seu Reino expanda-se até aos confins da terra (Lc 19.37; At 9.36-42). Que o Senhor distribua abundantemente os seus dons entre os seus santos, e que o seu nome seja eternamente exaltado.

2. Utilidade. Manifestar operações extraordinárias provindas de Deus, que envolvem:

a) Ressurreição de mortos. Como ocorreu com o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17), a filha de Jairo (Mt 9.18, 19, 24), Lázaro (Jo 11.43, 44) etc.

b) Castigos. Como ocorreu com Ananias e Safira, que mentiram ao Senhor (At 5.1-11), e com Elimas, que foi ferido de cegueira, por estar perturbando a pregação de Paulo (At 13.7-12) etc.

c) Intervenção nas forças da natureza. Por intermédio deste dom, o Senhor altera as leis da natureza.

Exemplo: Moisés, ao dividir as águas do mar Vermelho (Ex 14.2 1); Eliseu, ao separar as águas do Jordão (2 Rs 2.14); Pedro, ao andar sobre as águas (Mt 14.28-31) etc.

Os “sinais, prodígios e maravilhas” eram manifestados tão poderosamente na vida de Paulo, que este os chama de “sinais do meu apostolado”. Eram suas credenciais (At 19. 11, 12).

3. Atualidade. Esse dom é para os nosso dias; Deus não mudou (Hb 13.8; 1 Co 12.4-6). Lamentamos que esse dom não se manifeste com tanta intensidade hoje.
                                                                                                                                                                           Pois a maior necessidade dos nossos dias é voltar às fontes do cristianismo primitivo. Tudo se moderniza, mas o caminho de Deus é sempre o mesmo. Se nos enchermos do Espírito (Ef 5.18), e permanecermos em humildade, os dons passarão a operar abundantemente em nós (Hb 2.4; Ef 3.7; Rm 12.6-8; 1 Co 12.11). Estes sinais hão de acompanhar a Igreja até o fim (Mc 16. 15-20).

O DOM DA FÉ

Há, pelo menos, três tipos de fé: natural, salvadora e extraordinária, que é o dom da fé.

1. Fé natural. Leva a pessoa a acreditar em qualquer coisa examinada à luz da razão. E a fé intelectual. A pessoa acredita, por exemplo, que há um pólo norte, que o remédio prescrito pelo médico vai curá-lo, que o piloto do avião, em que se encontra, vai conduzi-lo bem etc.

Alguns até crêem na existência de um Ser Supremo através do testemunho da natureza. Mas este tipo de fé serve apenas para as relações terrenas entre os homens (Tg 2.19; J0 20.29).

1.1. A distinção entre o dom da fé e a fé natural. O texto sagrado fala literalmente do “dom da fé” ou “fé maravilhosa” (1 Co 12.9). Isso indica que não podemos confundi-la com a “fé natural” que é implícita e inerente ao ser humano. Através da fé natural, o ser humano possui a capacidade necessária para crer na existência de Deus (Rm 1.19,20). Mesmo a pessoa mais ímpia sabe que Deus existe (Tg 2.19). Portanto, é clara a distinção entre o dom da fé e a fé natural.

2. Fé Salvadora. E através desta que passamos a crer no Senhor para a nossa salvação; é definida como um dom Deus (Ef 2.8). Ao ouvir a Palavra, o coração do homem é despertado por ela (At 16.14), abrindo- se-lhe aporta da salvação (At 14.27). E, assim, Deus nos concede a graça de crer (Fp 1.29).

Ao crer em Jesus, o pecador é levado a obedecer a fé (Rm 16.26); e, dessa forma, é purificado e salvo por esta fé (At 15.9; Ef 2.8; Rm 10.9, 10).
Há que se mencionar, ainda, a fé como fruto do Espírito (Gl 5.22).

3. Nem todos possuem o dom da fé. Embora todos os salvos possuam a fé salvadora, nem todos são agraciados com o dom da fé, que é concedido pelo Espírito Santo para o crescimento, desenvolvimento e expansão do Reino de Deus.

3. O dom da fé.

a) Definição. É a capacidade, ou faculdade, de se confiar em Deus de modo sobrenatural. É uma fé especial, diferente de qualquer outro tipo de fé; manifesta-se apenas em ocasiões especiais.

No original, significa literalmente “tende fé estando em Deus” (2 Co 10.15; 2 Ts 1.3). E um recurso especial do poder de Deus (1 Co 12.9), com o qual foram dotados os heróis mencionados na galeria da fé (Hb 11). Esse dom é concedido somente a algumas pessoas, visando a consecução de obras extraordinárias em tempos de crise, desafio e emergência (1 Co 12.29).

b) Utilidade. Através desse dom, o Espírito dá ao crente a fé que opera sinais e prodígios (Mt 17.20). O uso dessa fé libera o poder de Deus com abundância nas ocasiões que o Espírito dirigir (Tg 5.17; At 27.25). Esta capacidade sobrenatural de crer abre as portas para os milagres, onde “tudo é possível” (Mt 17.20; Mc 9.23; Lc 1.37; 18.27).

Esta fé dá autoridade diante dos problemas como ocorreu com: Josué, que orou a Deus, e em seguida ordenou que o sol e lua fossem detidos (Js 10.12); Elias, que orou, e fogo e chuva caíram do céu(l Rs 18.33-35, 41-46). Também promove uma confiança absoluta no poder de Deus, na resolução de dificuldades, como ocorreu com Daniel (Dn 6.16.23) etc.

IV. O USO CORRETO DOS DONS DE PODER

A operação dos dons de poder deve ser feita na direção do Senhor (Mt 14.28-31). Do contrário, haverá decepções ou fanatismo. Esse poder resulta em:

1. Glorificar o nome de Jesus.

Somente Deus faz maravilhas (SI 89.5; 150.2), demonstrando assim, por meio destas, a sua glória, poder e reino (lo 2.1l; 10.38; SI 62.11; 1 Co 4.20).
E, dessa maneira, confirma-se a sua Palavra (Hb 2.3, 4). Portanto, para que o portador desse dom continue a ser usado por Deus é necessário:

a) Humildade. Toda a glória deve ser dada a Deus (Is 42.8; 48.11). Há o perigo de o homem tomar para 5j a glória que pertence a Deus. Pedro e Paulo precaveram-se contra isso (At 3.12; 14.13-15).

b) Direção. Não somos nós que usamos o Espírito Santo. Ele opera quando, como e onde quiser. Ele nos usa de acordo com a sua soberana vontade. O Espírito é poderoso, e pode fazer mais do que pedimos ou pensamos (Ef 3.20). Mas é necessário pedir segundo a sua soberana vontade (I lo 5.14).

2. Expandir o Reino de Deus. Os milagres: confirmam a palavra pregada (Mc 16.16-18; Hb 2.3,4); expressam o amor compassivo de Cristo (At 10.38; Mc 8.2; Lc 7.13- 15); comprovam a divindade de Cristo (Jo 20.30, 31); atraem as almas para Deus (lo 7.31; At 19.11-20) etc.

Eis aí a grande razão dos milagres - a salvação das almas, como ocorreu logo após:

a) A cura do coxo, quando quase 5000 pessoas renderam-se a cristo (At 4.4).

b) Os sinais e prodígios realizados pelos apóstolos, quando muitos creram (At 5.12-14).

c) A ressurreição de Dorcas, quando não poucos passaram a crer (At 9.36-43) etc.
A operação do Espírito, por meio dos dons, é indispensável à Igreja de Cristo.

3. Fortalece a fé do povo de Deus. Quando os sinais se manifestam através desses dons do Espírito, a Igreja revive os dias apostólicos (Jo 14.12-16), e sua fé é grandemente fortalecida. O Espírito gera a fé (2 Co 4.13). Quando Ele opera por meio dos dons, o ambiente satura-se pelas imensas possibilidades alcançadas pala fé (Mt 19.26; Lc 1.37; Jr 32.17), levando o crente a confiar em Deus como Calebe (Nm 13.20).

1. Por que “dons de curar”? O fato de as duas palavras no original encontrarem-se no plural significa que o Espírito Santo habilita os que recebem os dons de curar a atuarem na cura sobrenatural das mais diversas enfermidades (1 Co 12.9). O Senhor Jesus, pois, capacita a sua Igreja, através desses dons, a curar todos os tipos de doenças: câncer, AIDS, lepra, paralisia, demência, etc.

2. O propósito dos dons de curar. Os dons de curar manifestam-se como intervenção especial e direta de Deus em favor daquele que sofre. Há dois propósitos básicos em seu exercício. O primeiro é atestar o poder do Evangelho com o objetivo de glorificar a Deus (Lc 5.23-26). E o segundo é amenizar o sofrimento humano, confirmando o amor do Eterno pela humanidade (Mt 9.36; Mc 1.41).

Alguns pregadores, usurpando a glória do Senhor, usam os dons de curar para se autopromover, não demonstrando nenhum respeito pelos que sofrem. Outros, fazendo comércio das coisas sagradas (At 8.17-21), espoliam as igrejas em campanhas que, de Deus, só têm o nome. Descompromissados e vaidosos, valem-se da simplicidade do povo e da omissão dos líderes, e, assim, vão ludibriando os incautos com técnicas psicológicas e hipnóticas como se estivessem sendo usados pelo Espírito Santo.

3. Os dons de curar e a doutrina da salvação. Apesar de a cura divina fazer parte da obra expiatória de Cristo (Is 53.4,5; Mt 8.14-17), devemos entender que a salvação da alma é mais importante do que a cura do corpo. Embora Jesus possa curar todas as enfermidades, não cura a todos os enfermos. Em sua soberania, Ele somente opera de acordo com a sua vontade.
Isto não nos isenta, porém, de orar pelos enfermos, nem de insistir na busca dos dons de curar. Além do mais, se nos pusermos a evangelizar e a fazer missões, os sinais nos seguirão e as curas divinas farão parte de nosso cotidiano (Mc 16.15-20).

CONCLUSÃO

Os dons de poder estão à disposição da Igreja. Sem eles, a Igreja está fadada a não ter êxito em sua tarefa de evangelização (Zc 4.6; 2 Co 10.4- 6). Busquemos, com perseverança e humildade, os dons que o Senhor Jesus, mediante o Espírito Santo, colocou-nos à disposição. É hora de voltarmos a evangelizar com poder.

Os dons de poder são capacitações extraordinárias concedidas à Igreja de Cristo para a realização da missão proclamadora do Evangelho. Não podemos relegá-los a segundo plano. Busquemos os dons, a fim de cumprirmos ousadamente a obra que nos confiou o Senhor. Afinal, como pentecostais, acreditamos na atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais (Mc 16.17-20). Coloque-se na presença do Senhor e deixe que o Espírito de Deus o use.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1988

Lições bíblicas CPAD 2011

http://www.estudantesdabiblia.com.br
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005.