OS DONS DE
PODER
TEXTO
ÁUREO =
“Aquele, pois, que vos d o Espírito e que opera maravilhas entre vós,o faz
pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”(Gl 3. 5)
VERDADE
PRÁTICA
= Por meio dos dons da fé e de maravilhas o Espírito Santo revela aos homens o seu
poder sobrenatural.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
= 1 CORÍNTIOS 12.9, 10; = ATOS 8.5-8, 13
INTRODUÇÃO
Neste
domingo estudaremos a respeito dos dons espirituais de poder. Esses dons foram
concedidos à igreja a fim de auxiliá-la na propagação do evangelho, para que o
nome do Senhor seja glorificado. Não devemos jamais nos gloriar por termos
recebido de Deus qualquer dom. Toda a honra e glória devem ser dadas Àquele que
nos dotou de tal bênção. Tanto a Igreja Primitiva como a Assembléia de Deus tem
registrado em sua trajetória a manifestação dos dons. Busquemos, pois,
incansavelmente os dons que o Senhor prometeu à sua Igreja.
A operação sobrenatural de Deus, através dos
dons de poder, são sinais e maravilhas realizados pelo Senhor, com propósitos
específicos, e que fogem à compreensão humana. Supliquemos, pois, a Deus que se
manifeste sempre em nosso meio através dos dons de poder, confirmando assim a
sua Palavra.
DEFINIÇÃO
Dons de poder são capacidades extraordinárias
concedidas pelo Senhor à sua Igreja para que esta aja sobrenaturalmente na
proclamação do Evangelho. São também chamados “dons de ação”, pois operam na
área física, material. Fazem parte desse grupo o dom da fé, o dom de operar
maravilhas e os dons de curar.
1. No
Antigo Testamento.
Entre tantas referências acerca dos dons de poder, podemos mencionar as
seguintes:
a) Fé. Vemos tal operação nas
vida de: Josué, quando o sol e a lua
foram detidos segundo a palavra desse grande servo de Deus(Js 10.12); Elias,
quando este orou para que caísse fogo e chuva dos céus (1 Rs 18.20-22, 4 1-46)
etc.
b)
Maravilhas.
Este dom pode ser visto nas vidas de: Moisés,
quando as pragas vieram sobre o Egito (Ex 7.20; 8.6, 17, 24; 9.10, 23, 26;
10.13, 22); quando o mar Vermelho se abriu (Ex 14.2!), e quando as águas de
Mara tornaram-se doces; Filas, quando da multiplicação da farinha e do azeite
da viúva (1 Rs 17.16) e dos demais milagres realizados pelo profeta.
2. No Novo
Testamento.
Os dons de poder operavam intensamente no período do Novo Testamento. Vejamos:
a) Fé. Vemos essa operação nas
vidas de: Pedro, pela certeza do
livramento, quando estava no cárcere (At 12.6);
Paulo, pela certeza que tinha da vitória, em meio ao temporal (At
27.25), e quando mordido pela serpente (At 28.5) etc.
b)
Maravilhas.
Esse dom operava eficazmente nas vidas de: Pedro,
na ressurreição de Dorcas (At 9.40); Paulo,
na cegueira que veio sobre Elimas (At 13.11), nos sinais e prodígios que fez em
Icônio (At 14.3), e nas maravilhas extraordinárias que o Senhor operava por
suas mãos (At 19.11) etc.
O DOM DE
OPERAR MARAVILHAS
1.
Definição.
Conhecido também como operação de milagres, o dom de maravilhas é a capacitação
sobrenatural que o Espírito Santo concede à Igreja de Cristo para que esta
realize sinais, maravilhas e obras portentosas.
2. O que é a operação de
maravilhas. O dom
espiritual da operação de maravilhas é a capacidade sobrenatural que o Senhor
Jesus, mediante o Espírito Santo, concede a sua Igreja, a fim de que esta opere
sobrenaturalmente no terreno do natural, com o objetivo de demonstrar o poder
de Deus e a autenticidade da mensagem evangélica (1 Co 12.10).
A expressão “maravilhas”
significa que a Igreja de Cristo habilita-se, por este dom e de acordo com a
vontade divina, a operar de forma sobrenatural nas mais diversas
circunstâncias. Um exemplo desse dom, temos num clássico episódio de Atos dos
Apóstolos (At 13.4-12).
3. A atualidade do dom da
operação de maravilhas. O livro de Atos confirma a operação desse dom em diversas passagens
(Atos 4.16,30; 14.3; 15.12; 28.3-6). Devemos entender, porém, que as maravilhas
somente se manifestam de acordo com a fé de quem ministra e dos que ouvem a
proclamação da Palavra. A incredulidade impede a manifestação dos dons
espirituais (Mt 13.58).
4. A importância desse dom para a
Igreja. A
operação de maravilhas traz o sobrenatural de Deus ao mundo natural dos homens.
É o Espírito Santo manifestando a glória de Deus, para que Ele seja louvado e
enaltecido e para que o seu Reino expanda-se até aos confins da terra (Lc
19.37; At 9.36-42). Que o Senhor distribua abundantemente os seus dons entre os
seus santos, e que o seu nome seja eternamente exaltado.
2.
Utilidade.
Manifestar operações extraordinárias provindas de Deus, que envolvem:
a)
Ressurreição de mortos. Como ocorreu com o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17), a
filha de Jairo (Mt 9.18, 19, 24), Lázaro (Jo 11.43, 44) etc.
b)
Castigos.
Como ocorreu com Ananias e Safira, que mentiram ao Senhor (At 5.1-11), e com
Elimas, que foi ferido de cegueira, por estar perturbando a pregação de Paulo
(At 13.7-12) etc.
c)
Intervenção nas forças da natureza. Por intermédio deste dom, o Senhor altera as
leis da natureza.
Exemplo: Moisés, ao dividir as águas do mar
Vermelho (Ex 14.2 1); Eliseu, ao separar as águas do Jordão (2 Rs 2.14); Pedro,
ao andar sobre as águas (Mt 14.28-31) etc.
Os “sinais, prodígios e maravilhas” eram
manifestados tão poderosamente na vida de Paulo, que este os chama de “sinais
do meu apostolado”. Eram suas credenciais (At 19. 11, 12).
3.
Atualidade.
Esse dom é para os nosso dias; Deus não mudou (Hb 13.8; 1 Co 12.4-6).
Lamentamos que esse dom não se manifeste com tanta intensidade hoje.
Pois a maior
necessidade dos nossos dias é voltar às fontes do cristianismo primitivo. Tudo
se moderniza, mas o caminho de Deus é sempre o mesmo. Se nos enchermos do
Espírito (Ef 5.18), e permanecermos em humildade, os dons passarão a operar
abundantemente em nós (Hb 2.4; Ef 3.7; Rm 12.6-8; 1 Co 12.11). Estes sinais hão
de acompanhar a Igreja até o fim (Mc 16. 15-20).
O DOM DA
FÉ
Há, pelo menos, três tipos de fé: natural,
salvadora e extraordinária, que é o dom da fé.
1. Fé
natural.
Leva a pessoa a acreditar em qualquer coisa examinada à luz da razão. E a fé
intelectual. A pessoa acredita, por exemplo, que há um pólo norte, que o
remédio prescrito pelo médico vai curá-lo, que o piloto do avião, em que se
encontra, vai conduzi-lo bem etc.
Alguns até crêem na existência de um Ser Supremo
através do testemunho da natureza. Mas este tipo de fé serve apenas para as
relações terrenas entre os homens (Tg 2.19; J0 20.29).
1.1. A distinção entre o dom da fé e a fé natural. O texto sagrado fala
literalmente do “dom da fé” ou “fé maravilhosa” (1 Co 12.9). Isso indica que
não podemos confundi-la com a “fé natural” que é implícita e inerente ao ser
humano. Através da fé natural, o ser humano possui a capacidade necessária para
crer na existência de Deus (Rm 1.19,20). Mesmo a pessoa mais ímpia sabe que
Deus existe (Tg 2.19). Portanto, é clara a distinção entre o dom da fé e a fé
natural.
2. Fé
Salvadora.
E através desta que passamos a crer no Senhor para a nossa salvação; é definida
como um dom Deus (Ef 2.8). Ao ouvir a Palavra, o coração do homem é despertado
por ela (At 16.14), abrindo- se-lhe aporta da salvação (At 14.27). E, assim,
Deus nos concede a graça de crer (Fp 1.29).
Ao crer em Jesus, o pecador é levado a obedecer
a fé (Rm 16.26); e, dessa forma, é purificado e salvo por esta fé (At 15.9; Ef
2.8; Rm 10.9, 10).
Há que se mencionar, ainda, a fé como fruto do
Espírito (Gl 5.22).
3. Nem todos possuem o dom da fé. Embora todos os salvos possuam a
fé salvadora, nem todos são agraciados com o dom da fé, que é concedido pelo
Espírito Santo para o crescimento, desenvolvimento e expansão do Reino de Deus.
3. O dom
da fé.
a)
Definição.
É a capacidade, ou faculdade, de se confiar em Deus de modo sobrenatural. É uma
fé especial, diferente de qualquer outro tipo de fé; manifesta-se apenas em
ocasiões especiais.
No original, significa literalmente “tende fé
estando em Deus” (2 Co 10.15; 2 Ts 1.3). E um recurso especial do poder de Deus
(1 Co 12.9), com o qual foram dotados os heróis mencionados na galeria da fé
(Hb 11). Esse dom é concedido somente a algumas pessoas, visando a consecução
de obras extraordinárias em tempos de crise, desafio e emergência (1 Co 12.29).
b)
Utilidade.
Através desse dom, o Espírito dá ao crente a fé que opera sinais e prodígios
(Mt 17.20). O uso dessa fé libera o poder de Deus com abundância nas ocasiões
que o Espírito dirigir (Tg 5.17; At 27.25). Esta capacidade sobrenatural de
crer abre as portas para os milagres, onde “tudo é possível” (Mt 17.20; Mc
9.23; Lc 1.37; 18.27).
Esta fé dá autoridade diante dos problemas como
ocorreu com: Josué, que orou a Deus, e em seguida ordenou que o sol e lua
fossem detidos (Js 10.12); Elias, que orou, e fogo e chuva caíram do céu(l Rs
18.33-35, 41-46). Também promove uma confiança absoluta no poder de Deus, na
resolução de dificuldades, como ocorreu com Daniel (Dn 6.16.23) etc.
IV. O USO
CORRETO DOS DONS DE PODER
A operação dos dons de poder deve ser feita na
direção do Senhor (Mt 14.28-31). Do contrário, haverá decepções ou fanatismo.
Esse poder resulta em:
1.
Glorificar o nome de Jesus.
Somente Deus faz maravilhas (SI 89.5; 150.2),
demonstrando assim, por meio destas, a sua glória, poder e reino (lo 2.1l;
10.38; SI 62.11; 1 Co 4.20).
E, dessa maneira, confirma-se a sua Palavra (Hb
2.3, 4). Portanto, para que o portador desse dom continue a ser usado por Deus
é necessário:
a)
Humildade.
Toda a glória deve ser dada a Deus (Is 42.8; 48.11). Há o perigo de o homem
tomar para 5j a glória que pertence a Deus. Pedro e Paulo precaveram-se contra
isso (At 3.12; 14.13-15).
b)
Direção.
Não somos nós que usamos o Espírito Santo. Ele opera quando, como e onde
quiser. Ele nos usa de acordo com a sua soberana vontade. O Espírito é
poderoso, e pode fazer mais do que pedimos ou pensamos (Ef 3.20). Mas é
necessário pedir segundo a sua soberana vontade (I lo 5.14).
2.
Expandir o Reino de Deus. Os milagres: confirmam a palavra pregada (Mc 16.16-18; Hb
2.3,4); expressam o amor compassivo de Cristo (At 10.38; Mc 8.2; Lc 7.13- 15);
comprovam a divindade de Cristo (Jo 20.30, 31); atraem as almas para Deus (lo
7.31; At 19.11-20) etc.
Eis aí a grande razão dos milagres - a salvação
das almas, como ocorreu logo após:
a) A cura do coxo, quando quase 5000 pessoas
renderam-se a cristo (At 4.4).
b) Os sinais e prodígios realizados pelos
apóstolos, quando muitos creram (At 5.12-14).
c) A ressurreição de Dorcas, quando não poucos
passaram a crer (At 9.36-43) etc.
A operação do Espírito, por meio dos dons, é
indispensável à Igreja de Cristo.
3. Fortalece
a fé do povo de Deus.
Quando os sinais se manifestam através desses dons do Espírito, a Igreja revive
os dias apostólicos (Jo 14.12-16), e sua fé é grandemente fortalecida. O
Espírito gera a fé (2 Co 4.13). Quando Ele opera por meio dos dons, o ambiente
satura-se pelas imensas possibilidades alcançadas pala fé (Mt 19.26; Lc 1.37;
Jr 32.17), levando o crente a confiar em Deus como Calebe (Nm 13.20).
1. Por que “dons de curar”? O fato de as duas palavras no
original encontrarem-se no plural significa que o Espírito Santo habilita os
que recebem os dons de curar a atuarem na cura sobrenatural das mais diversas
enfermidades (1 Co 12.9). O Senhor Jesus, pois, capacita a sua Igreja, através
desses dons, a curar todos os tipos de doenças: câncer, AIDS, lepra, paralisia,
demência, etc.
2. O propósito dos dons de curar. Os dons de curar manifestam-se
como intervenção especial e direta de Deus em favor daquele que sofre. Há dois
propósitos básicos em seu exercício. O primeiro é atestar o poder do Evangelho
com o objetivo de glorificar a Deus (Lc 5.23-26). E o segundo é amenizar o
sofrimento humano, confirmando o amor do Eterno pela humanidade (Mt 9.36; Mc
1.41).
Alguns pregadores, usurpando a
glória do Senhor, usam os dons de curar para se autopromover, não demonstrando
nenhum respeito pelos que sofrem. Outros, fazendo comércio das coisas sagradas
(At 8.17-21), espoliam as igrejas em campanhas que, de Deus, só têm o nome.
Descompromissados e vaidosos, valem-se da simplicidade do povo e da omissão dos
líderes, e, assim, vão ludibriando os incautos com técnicas psicológicas e
hipnóticas como se estivessem sendo usados pelo Espírito Santo.
3. Os dons de curar e a doutrina
da salvação. Apesar
de a cura divina fazer parte da obra expiatória de Cristo (Is 53.4,5; Mt 8.14-17),
devemos entender que a salvação da alma é mais importante do que a cura do
corpo. Embora Jesus possa curar todas as enfermidades, não cura a todos os
enfermos. Em sua soberania, Ele somente opera de acordo com a sua vontade.
Isto não nos isenta, porém, de
orar pelos enfermos, nem de insistir na busca dos dons de curar. Além do mais,
se nos pusermos a evangelizar e a fazer missões, os sinais nos seguirão e as
curas divinas farão parte de nosso cotidiano (Mc 16.15-20).
CONCLUSÃO
Os dons de poder estão à disposição da Igreja.
Sem eles, a Igreja está fadada a não ter êxito em sua tarefa de evangelização
(Zc 4.6; 2 Co 10.4- 6). Busquemos, com perseverança e humildade, os dons que o
Senhor Jesus, mediante o Espírito Santo, colocou-nos à disposição. É hora de
voltarmos a evangelizar com poder.
Os dons de poder são capacitações
extraordinárias concedidas à Igreja de Cristo para a realização da missão
proclamadora do Evangelho. Não podemos relegá-los a segundo plano. Busquemos os
dons, a fim de cumprirmos ousadamente a obra que nos confiou o Senhor. Afinal,
como pentecostais, acreditamos na atualidade do batismo com o Espírito Santo e
dos dons espirituais (Mc 16.17-20). Coloque-se na presença do Senhor e deixe
que o Espírito de Deus o use.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de
Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Lições bíblicas CPAD 1988
Lições bíblicas CPAD 2011
http://www.estudantesdabiblia.com.br
BERGSTÉN, E. Teologia
Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005.