15 de julho de 2014

A IMPORTÂNCIA DA SABEDORIA HUMILDE


A IMPORTÂNCIA DA SABEDORIA HUMILDE – Ev. José Costa Junior

 

 

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 

            O assunto desta lição diz respeito da importância da sabedoria humilde dentro dos ensinos da Epístola de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. A epístola de Tiago nos coloca diante da grande realidade de que apenas as pessoas com salvação genuína podem resistir àquilo que os cristãos primitivos enfrentaram: perseguição pelos pagãos, heresias dos falsos mestres e desilusão sobre o comportamento de alguns membros de igreja. Todas estas coisas enfrentamos hoje em dia: perseguição pelos que nos cercam (oposição ao evangelho), falsas doutrinas proliferam e o comportamento de muitos membros de igreja nos trazem desilusão. Tiago, nesta carta pastoral, estabelece a natureza da “verdadeira religião”, se podemos falar assim.

 

Sem dúvida que a “salvação sintética” tem o seu atrativo. Promete prazeres da vida secular sem o temor da punição divina, crença (ou fé) sem qualquer exigência de comportamento moral e ritual sem a exigência de uma vida reta. Tiago nos adverte a respeito dos perigos da falsa religião. Muitos possuíam e possuem hoje em dia perigosos conceitos inadequados de questões como fé, sabedoria, oração e moralidade.

 

Aprendemos inicialmente com Tiago que a verdadeira religião é desenvolvida através de tribulações e provações. A Alegria é a resposta correta em tempos de provação – isto é o que o mundo não pode compreender, mas é prova de autêntica fé em Deus. A prova da fé resulta em perseverança que, quando amadurecida, nos capacita a sermos perfeitos, completos e faltando em nada. Para tal vida a sabedoria vem do alto, de Deus, e está disponível àqueles que pedem por ela sem duvidar. Outro aspecto é que a riqueza material pode ser um teste para a fé, não uma prova da fé. Ter em abundância não é necessariamente prova de grande fé – pode ser o oposto, isto é, pode ser uma tremenda provação. Diante da provação devemos perseverar. Por isto Tiago afirma que a perseverança sob tribulação conduz a bênçãos. Por outro lado mostra, também, que a tentação vem de dentro (do coração, das intenções e desejos), não de Deus, e tem que ser resistida por nós.

 

            Agora vamos aprender que a verdadeira religião é orientada pela sabedoria. Uma pessoa sábia tem o controle sobre sua própria língua (sobre o que fala). Fala a coisa certa com as palavras adequadas, no momento propício, sempre levando a outra pessoa a olhar para Deus. A sabedoria do mundo é caracterizada pelas más ações e atitudes, pelo levar vantagem e imediatismo. Em oposição a isto a vida de uma pessoa sábia é caracterizada pelo comportamento moral elevado que honra a Deus na pessoa de Cristo.

 

Tiago mostra que a verdadeira religião é intimidade com Deus em e através de Jesus Cristo, que tem seu lado prático evidenciado no modo de vida, no falar e agir, da pessoa que crê. É importante que leiamos e estudemos a epístola de Tiago e examinarmos o tipo real de nossa fé e prática.

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações e textos, colhidos dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão da importância da sabedoria humilde dentro dos ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.


A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS

 

As provações podem trazer muita perplexidade; precisamos de muita sabedoria, se temos de enfrentá-las vitoriosamente, ou, como no caso de Paulo, se temos de nos gloriar nas tribulações. Sabedoria significa, em geral, conhecer o melhor fim e os melhores meios de atingi-lo. Tiago tem em mente, em primeiro lugar, a compreensão eficaz dos modos de o crente agir. A sabedoria de cima torna-se necessária para apontar esses modos e dirigir a ação. Tal sabedoria se obtém por uma completa dependência de Deus, expressa na oração. Por conseguinte, se alguém é falho em sabedoria, peça-a a Deus, que é infinitamente sábio, e de Sua sabedoria dá liberalmente e não lança em rosto.

 

Ele não nos repreende por nossa falta de sabedoria, porém do Seu tesouro ilimitado Se deleita em dar, segundo nossa necessidade. Note-se que a promessa se acompanha de certeza: e lhe será dada. Liberalmente (gr. haplos), isto é, simples, incondicional e generosamente, com mão larga. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando. Dúvida, hesitação acerca de Deus, dependência de algo ou de alguém que não seja Deus, são realmente incredulidade. Não deve haver vacilação, nem discussão, nem indecisão no pedir; e não deve haver espírito dobre, a querer em parte seus próprios métodos e em parte os métodos de Deus.

 

Quem não quer sabedoria para que o conduza nas provas, regulando seu próprio espírito e administrando seus assuntos? Eis aqui algo como resposta a cada giro desalentador da mente, quando vamos a Deus experimentando nossa própria fraqueza e tolice.  Depois de tudo, se alguém dizer "Isto pode acontecer a alguém, mas temo que não triunfarei", a promessa é: a todo aquele que pedir, lhe será dado.

 

DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE E A ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO

 

Estes versículos (Tg 3;13-18) mostram a diferença entre os homens que pretendem ser sábios e os que realmente o são. Quem pensa ou fala bem não é sábio no sentido das Escrituras, se não vive e age bem. A sabedoria verdadeira pode conhecer-se pela mansidão do espírito e do temperamento. Os que vivem em maldade, inveja e contenção, vivem em confusão; e estão obrigados a ser provocados e precipitados em toda má obra. Tal sabedoria não vem do alto, senão que brota de princípios, atos ou motivos terrenos, e está dedicada a servir a propósitos terrenos. Os que se jactam de uma sabedoria assim devem cair na condenação do diabo.

 

A sabedoria celestial, descrita pelo apóstolo Tiago, é próxima ao amor cristão, descrito pelo apóstolo Paulo; e ambos são descritos assim para que todo homem possa provar plenamente a realidade de seus logros nelas. Não tem disfarce nem engano. Não pode cair nos manejos que o mundo considera sábios, que são espertos e mal-intencionados, senão que é sincera, aberta, constante, uniforme e coerente consigo mesmo.

 

Há, entretanto uma sabedoria falsa ou espúria, simulada, que produz inveja e rivalidades. Onde tais sentimentos existem, não há lugar para ninguém se gloriar sobre outrem, baseado em privilégios superiores. Vê-se a falsidade de tal pretensão nos motejos amargos que tais pessoas proferem contra os que diferem das opiniões deles. Tal espécie de sabedoria não é dom divino, recebido nos termos de (Tg 1.5-8). É terrena (cfr. "a sabedoria do mundo", ICo 1.20), inteiramente falha de iluminação espiritual. É natural ou animal. O grego é psychikos, termo que descrevo o homem em Adão (isto é, "natural"), em contraste com pneumatikos, "espiritual". Daí limitar-se tal sabedoria à vida meramente física ou animal, sem relação com o divino. É demoníaca, isto é, de origem satânica, procedendo dos demônios, ou com eles se assemelhando. Sua fonte é a mesma que põe em chamas a carreira da existência humana (ver o vers. 6). "Onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão"; gr. akatastasia, isto é, desordem, distúrbio, tumulto; daí vem, como aqui, revolução ou anarquia.

 

Em vivo contraste com essa falsa sabedoria está à verdadeira. Quanto à sua origem, é lá do alto (cfr. vers. 15). Sua natureza não é terrena, sensual, demoníaca; antes é sobrenatural tanto na origem como em sua natureza e suas consequências. Sua excelência é sétupla: pura pacífica, meiga, conciliadora, misericordiosa, de bons frutos, simples e sincera (cfr. Gl 5.22 e segs.; IIPe 1.5-9). Tiago dirige a atenção para as características íntimas da pessoa sábia, visto como que é íntimo é de primeira importância, Pura quer dizer livre de mancha ou contaminação seja qual for. Quem no seu íntimo não é moralmente puro não começou ainda a ser sábio. Pacífica, isto é, não dada a conflitos ou dissensões.

 

Não pode haver paz real sem pureza ou retidão. Meiga, tratável, "docemente razoável", gentil. Gentileza aí não é tanto ternura ou meiguice, como é imparcialidade, contrastando com imoderação, exorbitância. "A mansidão de Cristo" é o padrão do crente, que o leva a submeter interesses pessoais a finalidades mais elevadas. Indulgente, isto é, fácil de persuadir; conciliatória, pronta a ser dirigida (gr. eupeithes, pronta a obedecer; donde complacente). Plena de misericórdia e de bons frutos, isto é, sempre disposta a tomar a iniciativa de mostrar compaixão e oferecer perdão; produzindo bons frutos (obras); porque uma língua governada pela graça divina pode tornar-se forte influência para o bem.

 

Sem parcialidade, isto é, não dada a contendas ou disputas acerca de honrarias. Sem hipocrisia, isto é, sincera, sem pretender ser o que não é, dizendo só aquilo em que se possa confiar (Moff. "retilíneo, sem rodeios"). Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz. Quem possui sabedoria semeia a boa semente que produz justiça, retidão. Semeia em paz, porque é pacificador. "A messe da justiça é semeada em paz por aqueles que fazem a paz".

CONCLUSÃO

 

            Concluindo, espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em tão fascinante tema e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada ao SENHOR JESUS.

 

 

 

 

Ev. José Costa Junior