15 de fevereiro de 2010

EXORTAÇÃO À SANTIFICAÇÃO – Primeira Parte

EXORTAÇÃO À SANTIFICAÇÃO – Primeira Parte

TEXTO AUREO “Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodela e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1).

VERDADE PRÁTICA = A vitória na vida cristã é para os que correm com paciência rumo ao encontro final com Cristo nos céus.

LEITURA BÍBLICA = Hb 12. 1,2,6-8,12,13

INTRODUÇÃO

Os dois últimos capítulos de Hebreus encerram a epístola com exortações e orientações aos crentes sobre como perseverar na fé e na doutrina, com disciplina, amor e santidade. Estes temas atualmente são desprezados em muitos lugares, por causa do “vírus” do relativismo. Mas a Palavra de Deus é como um “martelo que esmiúça a penha” (Jr 23.29), e dissipa os “ventos” contrários a sã doutrina, fortalecendo e edificando os que hão de concluir a carreira cristã.

I. A CARREIRA COM PACIÊNCIA

1. Uma nuvem de testemunhas (v. 1). O escritor nos leva a outros aspectos da vida cristã, ressaltando que estamos rodeados de “uma tão grande nuvem de testemunhas”. Quem são essas testemunhas? Pelo contexto entendemos que aqueles são heróis diante do Todo-poderoso que testemunham a sua fidelidade. Aqui, a palavra testemunha, originalmente martys, denota a experiência dos antepassados da fé. Por outro lado, podemos dizer que em nossa carreira cristã estamos sendo observados por muitas testemunhas. Umas visíveis: os homens, crentes e descrentes; outras, invisíveis: os anjos e os demônios. (Ver Sl 34.7; Hb 1.13,14; 1 Pe 5.8.) Diante dessa realidade devemos ter muito cuidado com o nosso comportamento.

2. Deixando o pecado e o embaraço (v.2). Somos exortados a deixar “todo o embaraço e o pecado que tão de perto nos rodela”. O embaraço certamente não é pecado, mas pode tomar-se num impedimento, ou num atraso à nossa vida e carreira espiritual, e aí sim, conduzir-nos ao pecado. Um crente embaraçado é facilmente atingido pelo Diabo.

A televisão, por exemplo, mesmo transmitindo programas de cunho informativo ou cultural, pode embaraçar o crente se este deixar de ir à casa de Deus para prostrar-se diante dela. Há crentes que se embaraçam com dívidas, amizades, esportes, lazer, etc. Ademais disso, não podemos esquecer que a Bíblia nos manda remir o tempo (Ef 5.15,16).

3. Correndo com paciência. Aqui o escritor toma uma figura de linguagem emprestada, provavelmente dos jogos olímpicos, para comparar a vida cristã a uma maratona. Numa corrida, é necessário ter paciência para se alcançar a chegada (cf. Hb 10.36).

No caso da fé, a carreira não é escolhida pelo cristão, e sim proposta por Deus. O crente precisa correr e chegar ao final vitorioso. Para que isso aconteça só existe um segredo segundo as Escrituras: perseverança e paciência (Rm 5.3-5).

4. Olhando para Jesus (v.2). Numa corrida de resistência, o atleta precisa olhar para frente, caso contrário, poderá perder o tempo e o rumo. Na vida cristã, mais ainda, o crente não pode perder de vista o alvo, Jesus. Ele é o autor e também o consumador de nossa fé. Deu-nos o exemplo, suportando a cruz, desprezando a afronta, até assentar-se à direita de Deus, “pelo gozo que lhe estava proposto”. A historia da Igreja está cheia de exemplos de homens e mulheres, que corajosamente desprezaram os prazeres e as glórias do mundo por amor a Cristo.

5. A correção com amor (vv.3- 11). Nesta primeira parte do texto, o escritor exorta os crentes hebreus à perseverança, dizendo que ainda não haviam resistido “até o sangue no combate contra o pecado” (v.4). Parece que o escritor tinha em mente que seus destinatários poderiam ignorar um pouco da palavra de Deus, e cita Provérbios 3.11- 12, onde a Palavra de Deus anima os crentes a não se esquecerem da exortação do Pai, e a não desanimarem ao serem repreendidos. No v.6, o autor diz que se alguém está sem disciplina não é filho, mas bastardo, ou filho ilegítimo (vv.7,8). E conclui falando do valor da correção: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que o recebe por filho” (vv.10,1 1). Trata-se da correção com amor.

II. EXORTAÇÃO À SANTIFICAÇÃO

1. Levantando as mãos cansadas (v.12). Na vida cristã, pode haver momentos de cansaço e esgotamento espiritual. Mas existe um remédio para isso: Os que estão firmes pela graça de Deus, ao invés de dificultarem ainda mais a caminhada dos mais fracos, devem ajudá-los a levantarem-se (cf. Jó 4.3; = Is 35.3). E, Deus tem o poder necessário para nos renovar e restaurar (Is 40.29-31).

2. Seguindo a paz e a santificação. Santidade é o estado de quem se destaca pela pureza. Santificação é a prática. E só é possível através da Palavra de Deus e mediante o sangue de Cristo (Jo 17.17; 1 Jo 1.7). A santificação é a salvação em andamento, em processo. A doutrina equivocada de que “uma vez salvo para sempre salvo” não passa de falácia, para justificar a pretensiosa doutrina da predestinação absoluta, segundo a qual uns nascem “carimbados” como “salvos” e outros como “perdidos”. Uma vez salvo, o cristão precisa fazer sua parte: separar-se do mundo e dedicar-se totalmente ao serviço do Reino de Deus.

III – FESTAS JUNINAS == Texto: 2 Coríntios 6.14-18

Texto Para memorizar: “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo de Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” 2 Co 6.16

Estamos numa época do ano em que acontecem, como em todos os anos, as ditas festas juninas, que apesar do nome acontecem também no mês de julho. Festas estas consideradas como folclóricas, mas que tem as suas raízes na idolatria.

Vejamos: o Apóstolo João e o Apóstolo Pedro foram homens que serviram fielmente ao Senhor, mas eram homens comuns como nós que nasceram, cresceram, trabalharam, envelheceram e morreram (João de morte natural e Pedro foi crucificado de cabeça para baixo), mas nenhum deles ressuscitou como Jesus. Se não ressuscitaram estão mortos aguardando a volta do Senhor que virá buscar a Sua Igreja.

Veja 1 Tessalonicenses 3: 16-17 que diz: "Pois o mesmo Senhor descerá do Céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor”.

Ora, se festejarmos ou participarmos destes eventos, até mesmo simplesmente com a nossa presença, estamos sendo participantes de festa de ídolos, o que é contrário à Palavra de Deus que diz em Êxodo 20: 4-5 "Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás, pois Eu, sou o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam". Isto é maldição.

Em Atos 15: 20 Lucas diz que devemos nos abster das contaminações dos ídolos. Em 1 Coríntios 8: 1-13, o Apóstolo Paulo fala que "quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só", no versículo 7 deste capítulo o Apóstolo diz que a nossa consciência poderá ficar contaminada.

Também baseado na Palavra de Deus, tenho a considerar que qualquer festividade ou homenagem de caráter religioso a alguém que não seja o Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é idolatria. E quando louvamos, buscamos, veneramos, idolatramos ou consultamos a alguém morto, estamos praticando a necromancia (culto aos mortos) o que é abominação ao Senhor, baseado no capítulo 18 de Deuteronômio.

No Salmo 119: 11 o salmista diz: "Escondi a Tua Palavra do meu coração, para não pecar contra Ti". E baseado nesta Palavra orientamos aos nossos discípulos que se abstenham de participar, organizar, freqüentar estas festas, pois será laço para sua vida espiritual. Oriente também aos seus filhos e discípulos a não participarem de danças, quadrilhas e não comerem as comidas, não vender rifas. Ao participar estarão firmando uma aliança com os chamados padroeiros. “Filhinhos guardai-vos dos ídolos. Amém.” 1 João 5.21

Abaixo a transcrição de texto retirado do site da Uol, o que demonstra que não temos parte nestas ditas festas folclóricas, que na verdade são rituais pagãos. A nossa orientação é que não participem, não permita que seus filhos participem, que vendam rifas e comam comidas típicas (são comidas consagradas a ídolos – At 15.29). A idolatria é abominação diante de Deus - Ap 21.8.

"A tradição de celebrar o mês de junho é bem velha. Há mais de dois mil anos, os povos antigos da Europa já festejavam nesta época do ano o início das colheitas. Fogueiras, danças e muita comida sempre fizeram parte destes rituais pagãos.

No Brasil, a data é celebrada desde 1583. O costume foi trazido para cá pelos portugueses e espanhóis, ainda como uma forma de agradecer pelas colheitas, mas também como uma maneira de homenagear os santos do mês de junho. O Dia de Santo Antônio, 13 de junho, costuma marcar o início dos festejos. Também são homenageados São João, no dia 24/6, e São Pedro, no dia 29/6.

Aos poucos, outros elementos foram sendo introduzidos nas festas juninas. A quadrilha, por exemplo, chegou ao Brasil no século 19, trazida pela corte portuguesa. O costume de acender uma fogueira, por sua vez, vem de uma lenda: Santa Isabel, grávida de São João, era prima de Maria, mãe de Jesus. Ela estava morando nas montanhas e, para poder avisar Maria quando seu filho nascesse, combinou de acender uma fogueira. Desde então, a prática virou costume e é realizada no dia 23 de junho.

Os fogos e as biribinhas também têm sua razão de ser: eles são utilizados para espantar o mau-olhado. Os balões -que são muito legais de fazer, mas que não se deve soltar, para evitar queimadas e acidentes- surgiram com o intuito de enviar mensagens a São João. Atualmente, cada região do país possui seus próprios costumes. No Nordeste, por exemplo, festa junina é sinônimo de forró. Já no Sul do país, no lugar de roupas caipiras as pessoas usam trajes típicos, com direito a bombacha e chimarrão"

IV – EXORTAÇÃO A SEPARAÇÃO = = II Co. 6:14-15

Qualquer pessoa que se disponha a ler tais palavras, logo se verá confrontado por essas perguntas desafiadoras. Elas nos levam a pensar com seriedade, e nos chama à subordinação. De outra forma, responda a Deus os motivos de sua rebeldia.

Diga-lhe que Seu mandamento é pesado; e indo contra a própria natureza. Diga-lhe que a boa sorte do fiel é de se unir ao infiel; e que a paz e a harmonia reinará na sociedade da justiça com a injustiça. Diga a Deus e explique a ciência, como a luz e as trevas podem pousar simultaneamente debaixo do mesmo teto; explique como pode haver concórdia entre Cristo e Belial; e diga-lhe como é possível o fiel e o infiel compartilhar dos mesmos sonhos, andarem juntos, em um mesmo Espírito, em um só coração, rumo a conquista do mesmo alvo. ?Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis?.

Que fruto dará tal união? Certamente, um lar sem padrões harmônicos definidos, sem estruturas sólidas, frustração mútua, insatisfação, filhos confusos por causa dos ensinamentos divergentes entre os pais, e a desaprovação total do Deus santo, por tal ato de pecado e rebeldia contra Ele. O crente foi feito filho de Deus, e deveras é fiel, justo, luz, e um com Cristo. E se o tal persistir em casar-se com um incrédulo, estará estabelecendo uma união para toda a vida com um filho do Diabo, e para o resto de sua existência, terá por sogro a Satanás.

Por conseguinte, eu suplico ao leitor, em nome do Senhor Jesus, que dê a devida atenção a esta palavra de amor. Mesmo que ela venha a ferir seu coração, ainda assim, é a espada do Espírito, usada para o seu próprio bem. ?Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis?.

Existe ainda aquela tentação de darmos tiro no escuro, e entregarmos a nossa própria vida à Sorte, a Loteria, a um Talvez, Se, Quem sabe... Há uma tendência que nos leva a confiarmos mais nas trevas do que na luz da vontade revelada de Deus que se irradia da Palavra. Caindo em tal armadilha, pessoas têm crido que podem desobedecer a Deus, com o pretexto de que podem ganhar os seus pretendidos para Cristo, e esta tem sido uma ilusão fatal.

Conta-se que certa vez uma senhorita visitou o senhor Spurgeon e lhe apresentou esse argumento. Como resposta, ele mandou-a sentar-se sobre a mesa. Espantada, a moça acabou fazendo o que ele pedia. Depois, Spurgeon pediu-lhe que o erguesse.

?Impossível?, disse ela.

?Exatamente?, disse o pregador; !mas eu posso puxá-la para baixo?.

Dito e feito: Num segundo ela estava no chão.

Com toda a gravidade o servo de Deus advertiu-a de que se ela desobedecesse ao Senhor, jamais levantaria o moço, mas ele, sim, a rebaixaria!

Dois não podem andar juntos a menos que estejam de acordo.

Cuidado com tal embaraço nos seus relacionamentos, pois os mesmos deveriam ser estabelecidos para a glória de Deus, e não para a sua ofensa!

O homem e a mulher crentes, são livres para casarem-se com quem quiserem? contanto que seja no Senhor?. I Co. 7:39 Com tantos filhos da luz no mundo, porque haveríamos de compartilhar o nosso tempo, as nossas maiores intimidades, e construir uma família, justamente com um filho das trevas?

Para mim, além de ser rebeldia, não me parece algo são, e a minha consciência não me permite aprovar ou ficar indiferente a tal atitude, pois também é a morte do bom senso e o louvor da decadência espiritual.

V – UMA EXORTAÇÃO A UMA VIDA SANTIFICADA (6.14—7.1)

Abruptamente, depois da explosão de afeto do coração do apóstolo, vem um apelo para uma separação ética radical da igreja do seu ambiente pagão. Kling sugere que “é a verdadeira natureza de um amor tão ardente, tão momentâneo, e agora tocado com um pouco de ciúme, que faz estas transições súbitas”. A necessidade da separação está na própria natureza da igreja como o templo e a família de Deus. O caráter ético da igreja deve “ser marcado, não por regras exteriores, mas pela pureza interior”.

Paulo pode estar ligando a sua exortação de 6.17 e 7.1 a este apelo para “não receber a graça de Deus em vão” (6.1). E um chamado para que os coríntios não se prendam a um jugo desigual com os infiéis (14). O tema de ambos é a santidade da vida que deve resultar da recepção da palavra de reconciliação (5.20-21). O apóstolo sem dúvida está usando como imagem as proibições do Antigo Testamento contra “lavrar com boi e jumento” (Dt 22.10), e contra o cruzamento de animais de diferentes espécies (Lv 19.19).

Incluídos na metáfora estão o casamento (1 Co 7.12-15) e pelo menos todos os problemas éticos de que se tratou na primeira carta aos coríntios (6.5-10; 10.14; 14.24). O chamado tem a finalidade de evitar estes relacionamentos íntimos com os pagãos que comprometem a coerência cristã no culto e na ética (cf. 1 Co 5.9-13). Não se pretende nenhuma exclusividade farisaica. Com a finalidade de ganhar almas, Paulo procurava se adequar ao padrão de cultura em que ele se encontrava (1 Co 9.19-23) mas não às custas da integridade da fé cristã e dos seus padrões morais.

Com a retórica de um pregador, Paulo reforça a sua proibição com uma série de perguntas antitéticas. As quatro primeiras (14-15) estão dispostas em pares e a última pergunta conclui a série e afirma a premissa do que vem a seguir.215 A incoerência é total entre a justiça do cristão (5.21) e a injustiça (lit., “ilegalidade”) do pagão (cf. Si 45.7; Hb 1.9). O contraste está entre o reino da luz e o das trevas (cf. 4.6; Ef 5.7-11). A segunda série de contrastes é mais concreta e pessoal; primeiramente os líderes dos dois remos, Cristo e Be1ia1216 são contrastados, depois o fiel com o infiel. Não existe sociedade (metoche), nem comunhão (koinonia), nem concórdia (symphonesis) — absolutamente nada “em comum” (RSV) entre o que é peculiar aos respectivos remos.

A última pergunta antitética é: E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? (16) Paulo apela ao rompimento completo do judaísmo com a idolatria (cf. Rm 2.22), que os crentes gentios devem imitar (cf. At 15.20; 1 Co 6.9; 10.14; 1 Ts 1.9). Eles devem efetuar esta ruptura porque a igreja217 é o templo do Deus vivente. O termo templo (naos) se refere ao santuário interno onde a Presença Divina estava localiza da, como distinção de toda a área do templo (hieron).

Paulo demonstra o que ele quer dizer com uma citação do Antigo Testamento que combina Levítico 26.11-13 e Ezequiel 37.26-27, descrevendo a presença de Deus com o seu povo e o seu concerto com eles. A igreja é agora o povo de Deus, e a ela pertencem todas as promessas do Antigo Testamento. A idolatria e a corrupção moral resultante dela são, desta forma, irreconciliáveis com a vida da igreja. A igreja do Novo Testamento como o templo de Deus é uma imagem familiar (1 Co 3.16-17; Ef 2.20-22), relacionada com a igreja como o corpo de Cristo. Nós vimos isto em 5.14. Também vimos ali que o uso de Paulo estava relacionado com o próprio uso feito por Jesus de “templo” como o seu corpo, o qual ressuscitaria (Jo 2.2 1; cf. At 6.13; 7.48; 17.24).

Os cristãos do Novo Testamento são construídos como “casa espiritual e sacerdócio santo, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1 Pe 2.5). A resposta ética do cristão é encarada como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1). Desta maneira, segundo as palavras de Robertson, antecipando 7.1: “A santificação cristã... nada mais é que apresentar o homem inteiro como um sacrificio a Cristo”.

Até mesmo a conclusão óbvia (17-18) pode ser expressa em citações das Escrituras. No versículo 17, Paulo combina Isaías 52.11 e Ezequiel 20.34, onde os judeus da Babilônia são tirados do exílio (cf. Jr 51.45;Ap 18.4). O versículo 18 é 2 Samuel 7.8,14, com alguns reflexos de Isaías 43.6 (cf. Jr 3.19; Os 1.10; 2.1). A ruptura deve ser decisiva, pois os tempos são aoristos: saí... apartai-vos... não toqueis. A promessa de que Deus os “receberá” é igualmente decisiva. Eles são agora a família de Deus, e podem precisar deixar as suas próprias casas e famílias (cf. Mt 10.34-37). O termo filhas acrescentado por Paulo ao texto do Antigo Testamento, refletindo talvez a nova dignidade das mulheres em Cristo. Senhor Todo-Poderoso, usado somente aqui e no livro de Apocalipse (1.8; 4.8; 11.17; 15.3; 16.7; 19.6; 21.22), transmite a confiança no poder de Deus para cumprir as suas promessas.

Com base nessas promessas (7.1), Paulo faz uma última exortação aos seus amados coríntios, que resume os apelos anteriores (6.14; 17; cf. 6.1). A ênfase está na vida ética: purifiquemo-nos (cf. Rm 6.13; 12.1; Tg 1.27). Para isto eles devem se candidatar à graça do Espírito transformador (Rm 12.2). Mas isto é algo pelo que eles são responsáveis. A ruptura ética com o antigo modo de vida deve ser decisiva (tempo aoristo) e, ao mesmo tempo, abrangente: toda imundícia da carne e do espírito.

As palavras carne e espírito não são usadas aqui no sentido técnico que Paulo faz dos princípios éticos opostos (Rm 8.1-11; GL 5.16-24), mas na maneira popular da época, para abranger todas as facetas da existência de um homem (cf. 2.13; 7.5; 1 Co 7.34; 1 Ts 5.23). Todos os atos e atitudes que possam comprometer a singularidade da devoção deles à vontade de Deus devem ser completamente evitados. Wesley se refere aqui aos pecados interiores e exteriores.

A ruptura não é apenas decisiva (6.17), mas também deve caracterizar toda a vida deles (6.14; cf. Rm 12.2); a expressão purifiquemo-nos é também interpretada pelo particípio nominativo presente, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus. A palavra aperfeiçoando (epitelein) significa “trazer a um objetivo” e o tempo “durativo” deve ser interpretado como repetitivo: “Nós nos purificamos efetivamente quando, em cada situação que se apresenta, nos afastamos daquilo que pode manchar a carne e o espírito”. Devemos continuar, momento após momento, a procurar atingir o objetivo da resposta ética adequada a um Deus absolutamente santo. Clark definiu este processo de santificação completa como “trazer toda a mente de Cristo à alma... que é o grande objeto de uma genuína busca cristã”.

A palavra santificação (hagiosune, que só aparece em Rm 1.4 e 1 Ts 3.13, além desta passagem), se refere a uma qualidade de vida ética que resulta da reconciliação do homem com Deus em Cristo (5.18-21). A palavra cognata, hagiasmos, que é mais freqüente no Novo Testamento, indica uma “ação santificadora” com um significado ético (cf. Rm 6.19, 22; 1 Co 1.30; 1 Ts 4.4, 7; 2 Ts 2.15; 1 Tm 2.15; Hb 12.14; 1 Pe 1.2). Nesta passagem de Coríntios, o particípio presente aperfeiçoando enfatiza o progresso ético prático em direção à completa semelhança com Cristo (cf. 3.18; 1 J0 3.2).

Esta deve ser uma parte contínua da vida cotidiana daqueles que vivem no temor de Deus (cf. 5.10-11). Existe aqui um paradoxo. Aqueles que foram trazidos a um relacionamento santificado com Deus em Jesus Cristo (cf. 1 Co 1.2, 30; 11h 2.11; 10.10, 14, 29; 13.12) devem procurar atingir o ideal ético daquele relacionamento; a santidade é uma dádiva e, ao mesmo tempo, uma tarefa. Ela significa: “Torne-se aquilo que você é!” Uma atitude assim realizada na vida (cf. Fp 3.12-15) é o respeito e a reverência que devemos a Deus.

Embora o foco da passagem não esteja na crise da santificação completa como tal, a ética da santidade certamente pressupõe a crise. Como Straclian tão acertadamente explica: “Ser ‘santo’... significa que nós pertencemos a Deus. A exigência moral deste relacionamento está determinada pela nossa concepção de Deus, e a extensão da nossa entrega à sua vontade”. Paulo fez um apelo fervoroso contra o mundanismo de qualquer espécie no corpo de Cristo. Uma igreja conformada com o mundo nunca irá liderá-lo. Se a igreja quiser estar verdadeiramente no mundo, ministrando às necessidades do homem, ela deve se purificar do mundo por dentro e por fora, com as armas da sua própria milícia (10.4).

Os versículos 6.14—7.1 nos apresentam:

1)A exigência, 14-16a; 2) a necessidade, 16b; e 3) a motivação para aquela qualidade de vida que, na realidade, consiste em aperfeiçoando a santificação no temor de Deus, 6.17—7.1.

CONCLUSÃO

Temos uma carreira a percorrer pacientemente, mas esta deve ser livre de embaraços, pois eles, mesmo não sendo o pecado, podem conduzir-nos a ele. Que possamos concluir esta carreira como santos filhos de Deus, e receber do nosso Pai o galardão reservado a cada um de nós.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar) Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

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